111 Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISS nº 1518-6091 RGBN 217-147
Fresamento versátil
AB Sanndvik Coromant
CoroMill® 390-07 aumenta a eficiência e segurança do processo em diferentes operações
entrevista O papel da robótica avançada na indústria do futuro
negócios da indústria
Feiras do setor reacendem otimismo
educação e tecnologia
O DNA da Mahle em pesquisa e inovação
Produto Blaser em ação
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sumário
4
Fresa CoroMill®390-07 responde às demandas da indústria por produtividade e versatilidade
entrevista
expediente:
Fundador do Instituto Avançado de Robótica aponta os desafios da indústria
24 educação e tecnologia O Centro Tecnológico Mahle tem 297 colaboradores e desenvolve 400 projetos
O MUNDO DA USINAGEM é uma publicação da Sandvik Coromant do Brasil, com circulação de seis edições ao ano e distribuição gratuita para 15.000 leitores qualificados. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP. As fotos sem menção de créditos foram captadas no banco de imagem Shutterstock.
Fabio Ferracioli (Events Manager, Sandvik Coromant) é responsável pela publicação da revista “O Mundo da Usinagem”
Edição: Anatricia Borges (S/A LLORENTE & CUENCA); e Vera Natale (Sandvik Coromant); revisão: Luiz Carlos Oliveira (S/A LLORENTE & CUENCA)
Colaboraram nesta edição: Inês Pereira (coordenação editorial e reportagem); Samuel Cabral (edição de arte)
Jornalista responsável: Anatricia Borges - MTB 21 955/RJ Tiragem: 7.000 exemplares; Impressão: Pigma Gráfica Editora Ltda.
junho.2016/111
10 produtividade
A microusinagem possibita a fabricação de peças minúsculas com alta precisão
14
soluções de usinagem
18
edição 111 • junho/2016
Acompanhe a REVISTA O MUNDO DA USINAGEM digital em: www.omundodausinagem.com.br Contato da Revista OMU Você pode enviar suas sugestões de reportagens, críticas, reclamações ou dúvidas para o e-mail da revista O Mundo da Usinagem: faleconosco@ omundodausinagem.com.br ou ligue para: 0800 777 7500
negócios da indústria 1 Balanço das feiras do setor dá discretos sinais de retomada dos negócios
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negócios da indústria 2
30
conhecendo um pouco mais
33
negócios da Indústria 3
36
nossa parcela de responsabilidade
Os impactos das novas regras que tratam da franquia de dados na banda larga fixa
A parceria que visa proteção de crianças e adolescentes nos Jogos Rio 2016
Novos materiais prometem veículos mais eficientes e menos poluentes
A mensagem de Fernando G. Oliveira, gerente de Negócios Automotivos da Sandvik Coromant, área de alumínio o mundo da usinagem
3
soluçþes de usinagem AB Sandvik Coromant
4
o mundo da usinagem
junho.2016/111
Fresas de topo versáteis ditam
novo padrão Na crescente onda da indústria de produzir mais com menos, a versatilidade e a produtividade do ferramental são o que mais contam
Por Francisco Cavichiolli, especialista em fresamento, e Vera Natale, editora da revista OMU
U
ma das ferramentas mais
pliado com o acréscimo de pasti-
tem estreita sinergia com duas
estações ATC (Automatic
a torna a ferramenta de primeira
romant: o sistema modular Coro-
comuns encontradas em
Tool Change) de centros de usinagem e máquinas multitarefas são
fresas de corte leve para cantos a 90 graus. Isso porque, além de o fresamento de cantos a 90 graus
ser uma das operações de usina-
lhas com tamanho de 7 mm. Isso escolha para diâmetros pequenos, em aplicações de corte leve
em máquinas de baixa potência,
com níveis impressionantes de versatilidade e produtividade.
gem em rampa, entre outras. A família CoroMill
®
390 da
Sandvik Coromant tem sido há
um bom tempo a linha de fresas
em estado da arte para cantos a
90 graus, e esse conceito bem-sucedido foi recentemente amjunho.2016/111
Fábricas com produção mista
na sequência. Esse cenário, com di-
versátil para um fresamento pro-
to, fresamento de canais, usina-
Demanda do Mercado
foi criar uma fresa extremamente
de operação são, em geral, muito
várias operações como faceamen-
para fresamento de aços.
enfrentam incertezas diárias por
quisa e Desenvolvimento (P&D)
versáteis, com capacidade para
mant EH; e a nova classe GC1130,
O objetivo da equipe de Pes-
gem que mais prevalece na in-
dústria, as fresas para esse tipo
outras inovações da Sandvik Co-
dutivo em uma ampla gama de
operações e materiais. A solução deveria proporcionar um desempenho confiável e sem problemas, assim como uma fixação
“fácil de usar”, para aumentar a segurança do processo. O resultado desse trabalho foi a fresa
CoroMill® 390 com pastilhas de
tamanho 7 mm, um produto que
não saberem que trabalhos virão ferentes componentes e materiais, significa que ter uma ferramenta otimizada para cada característi-
ca de peça não é viável. Ao invés disso, o ideal é ter um conjunto de
ferramentas que permita a produção de qualquer componente que
seja necessário. O conceito de fre-
sas de topo multifunção, capazes
de oferecer um desempenho de alto nível, atende perfeitamente a o mundo da usinagem
5
soluções de usinagem AB Sandvik Coromant
gens otimizadas com um estoque limitado de ferramentas.
O acoplamento Coromant EH
é autocentrante e facilita uma troca rápida e precisa da cabeça
da fresa, que economiza custos
ao eliminar a necessidade de
montagens de ferramentas específicas. Isso é obviamente vital
CoroMill® 390 com
para as fábricas que usam cen-
Coromant EH para
tros de usinagem pequenos com
centros de usinagem
um número limitado de estações
pequenos a médios
na unidade ATC.
– proporciona
Além disso, uma montagem
montagens otimizadas.
de ferramenta curta com um
adaptador de máquina integra-
do e cabeça de fresa com acotendência cada vez mais crescente
-se, ainda, a possibilidade de se
“produzir mais com menos”.
as montagens estáveis e flexíveis,
e predominante na indústria de A fresa CoroMill 390 com pas®
tilhas de tamanho 7 mm surgiu
como resposta a essa tendência,
evitando que os clientes recusas-
usar acoplamentos, que induzem
tanto na versão com hastes convencionais, quanto na versão modular.
Soluções de fixação flexíveis
tes perfis de peças. Esse conceito
ferramenta de corte pode ser po-
mitiu ampliar o leque de aplica-
râmetros e condições da operação
de fresa de topo multifunção per-
ções - além do básico fresamento
a 90 graus, as operações como faceamento, abertura de rasgos e
canais, interpolação helicoidal ou circular, fresamento em mergulho, contornos, também podem
ser executadas. A diferença dessa
solução, porém, é que tudo isso pode ser feito com profundidades
de corte que ultrapasse os 5 mm,
se necessário. No desenvolvimento da CoroMill 390-07, destacam®
6
o mundo da usinagem
em alta produtividade quando a
linha de calibração for curta. Sistemas modulares, que permitem
aos usuários atingir o alcance e a
acessibilidade exigidos com uma série de diferentes hastes e adap-
tadores, também podem ajudar
sem um novo pedido pela falta de
capacidade em produzir diferen-
plamento Coromant EH resulta
O desempenho de qualquer
tencializado se vários outros pa-
também forem cuidadosamente analisados e levados em consi-
a reduzir o número de trocas de ferramentas necessárias. Fatores como esses garantem uma lucra-
tividade consistente, que é a base das operações de uma fábrica em qualquer lugar do mundo.
Vale ressaltar ainda que as has-
deração. Um deles é a escolha
tes cilíndricas também são uma
do. A versatilidade da CoroMill
opções de sistemas de fixação de
do tipo de acoplamento adequa®
390-07 pode ser incrementada se utilizada junto a um acoplamen-
to flexível. Assim, investir num sistema como o Coromant EH é
uma boa escolha, alinhada à filosofia do “mais com menos”, resultando em opções de monta-
alternativa flexível para várias
ferramentas. Em máquinas mul-
titarefas, as hastes com diâmetro reduzido podem, por exemplo, ser usadas em diferentes comprimentos e materiais para a estabili-
dade e folga quando se fresa com longos balanços. A modularidade junho.2016/111
AB Sandvik Coromant
combinada do Coromant Capto®
bém contou muito para o desen-
lidade para perfis difíceis de aces-
Mill® 390-07. Com isso em mente,
e Coromant EH propicia acessibisar. A versatilidade da CoroMill®
foram desenvolvidas para este
do o número de posições de ferra-
e classes de alto desempenho para
390-07 também é favorável quan-
mentas acionadas for limitado em centros de torneamento.
tecnologia Zertivo para vida útil longa e previsível.
conceito geometrias de corte leve
um fresamento seguro em todos os grupos de materiais. Para o fre-
samento de aços, a nova classe de
Inovadoras arestas de corte Pastilha na classe GC 1130 com
volvimento das pastilhas Coro-
Mas que características técnicas
propiciam esses níveis de desempenho elevados? Primeiramen-
te, os corpos da fresa de topo são produzidos em um novo material
com maior resistência térmica. Em
segundo lugar, partes dessa gama
pastilhas de primeira escolha é a GC1130, produzida com a tecno-
logia Zertivo™, ela se destaca por oferecer um novo patamar de segurança de processo, em virtude
da vida útil longa e previsível com uma aresta limpa e intacta.
A Zertivo™ é uma tecnologia
de ferramentas foram otimizadas
exclusiva da Sandvik Coromant,
ções com tendência a vibrações.
classes PVD. Essa tecnologia per-
com passo diferencial para aplicaA segurança do processo tam-
desenvolvida para produção de mite um maior controle no pro-
Prós e contras da versatilidade
AB Sandvik Coromant
Obviamente, há um ponto de vista comum de que ferra-
mentas versáteis sejam boas
para muitas aplicações, porém não tão boas assim para
operações específicas. Toda-
via, as novas fresas de topo CoroMill® 390-07 atingem os
mais altos níveis de desempenho em muitas operações de
usinagem diferentes. As fre-
Versatilidade
a escolha ideal para produção
a CoroMill 390-07 e o bônus
sas foram projetadas para ser mista, bem como para uma ca-
racterística de perfil específico quando necessário
junho.2016/111
de aplicação com ®
da segurança do processo no faceamento, cantos a 90°, bolsões, canais, interpolação, mergulho, etc.
o mundo da usinagem
7
soluções de usinagem AB Sandvik Coromant
são acentuados no fresamento com grande contato, porque as
vibrações frequentemente aceleram o desgaste da ferramenta.
Aqui, a geometria de corte leve,
em combinação com uma fresa
CoroMill® 390 com acoplamento modular
de passo diferencial, pode resol-
e novo torquímetro – montagens precisas
ver esse problema e assegurar
e segurança no processo.
um processo de fresamento com baixa tendência a vibrações.
cesso de cobertura adaptado às
Nas operações de fresamento
lhas de 7 mm também está dis-
com tolerâncias estreitas e posi-
das para fresamento de rasgos
características de cada classe.
de cantos a 90 graus, pastilhas
das mais uniformes, com melhor
cionamento preciso, auxiliam a
Como resultado, obtém-se cama-
adesão ao substrato, e uma aresta de corte mais íntegra. Seu bene-
fício aos clientes, sem dúvida, é
uma vida útil maior das pastilhas, que está diretamente ligada a menores custos de produção.
A CoroMill® 390 com pasti-
gerar uma usinagem de cantos
a 90 graus sem ressaltos. A ação de corte suave da CoroMill® 390
limita as forças de corte radiais, resultando em usinagem com de-
flexão mínima e boa perpendicu-
ponível com dimensões destinade chaveta. Com um diâmetro
0.3 mm menor que a largura do rasgo, levando a uma quantida-
de de sobremetal adequada, que é deixada para a operação de acabamento subsequente.
Quando se trata de facea-
laridade da parede.
mento, o objetivo das fábricas é
cançar uma usinagem segura
senta vários desafios distintos,
de remoção de metal com bom
samento de bolsão, cujo maior
escoamento de cavacos e vibra-
As modernas fábricas têm
como um de seus objetivos al-
nas operações, como as de fredesafio é garantir uma abertura
eficiente e precisa de cavidades.
O fresamento de canais apre-
basicamente
relacionados
ao
ções. De fato, esses problemas
usualmente alcançar altas taxas acabamento superficial – uma combinação ambiciosa que não
é fácil de conseguir. As geome-
Aqui, a solução típica seria usar interpolação helicoidal e usinagem em rampa linear para criar
sólida, porém isso requer uma geometria robusta da pastilha. Como consequência, são ne-
cessárias pastilhas que possam
absorver a tensão causada pela
AB Sandvik Coromant
bolsões a partir de uma peça
usinagem em rampa acentuada
ou interpolações difíceis, resultando em vida útil uniforme e
um processo com baixa tendência a vibrações. 8
o mundo da usinagem
Família CoroMill® 390 melhora a segurança do processo em uma variedade de operações de fresamento junho.2016/111
trias dessa nova fresa foram,
cionalidade tipo mola torna fácil
390, com pastilhas de tamanho
samento com baixas forças de
de fixação correta, propiciando
perfeita para características de
porém, desenhadas para o fre-
montar as pastilhas com a força
corte, tornando-as ideais para o
uma vida útil consistente e confi-
faceamento de superfícies que
ável da ferramenta. Sobre o tema
exigem acabamento brilhante e
eficiência,
tolerâncias estreitas.
outra
característica
que contribui para a segurança do processo é a refrigeração in-
terna, evitando que os cavacos
Fixação eficiente Na melhoria da segurança do
emperrem, por exemplo, no fre-
processo em todos os tipos de
samento de canais e na usinagem
operações de fresamento, foi pro-
de materiais onde temperaturas
jetado um novo torquímetro para
elevadas são indesejadas.
esse conceito de fresa. Sua fun-
Em resumo, a nova CoroMill
®
7 mm e pequenos diâmetros, é peças que possuam profundi-
dade de corte de até 5.8 mm. A pastilha de tamanho pequeno resulta em uma alta densidade de
dentes na fresa, proporcionando um resultado superior em muitas
operações de fresamento diferentes. Em combinação com a nova
classe GC1130 para fresamento
de aços, a produtividade pode ser otimizada.
Ganhos expressivos
1.
Em uma operação de fresamento de canais, a produtividade do cliente era limitada
pela fresa de topo que estava sendo usada, pois a fresa com duas pastilhas só conse-
guia atingir uma profundidade de corte de 2 mm. Ao mudarem de fresa, a profundidade de corte aumentou para 3 mm.
CASO REAL:
2.
Sua velocidade de corte pôde ser
aumentada em 33%, e a velocidade de avanço do fuso em 50%. O resultado
final foi um ganho de produtividade
igual a 225%. Como bônus, a formação de rebarbas causada pela ferramenta
anterior foi eliminada com a nova fresa.
OPERAÇÃO DE FRESAMENTO DE CANAIS
Ferramenta usada: Fresa de topo com 2 pastilhas e ap 2 mm
PROBLEMA:
SOLUÇÃO: Troca para fresa CoroMill®
Produtividade limitada
390-07 com 3 pastilhas
RESULTADOS
AP
até 3 mm
VC
33% de aumento
VF
aumento de 50%
junho.2016/111
225%
de aumento na produtividade
BÔNUS Eliminação de rebarbas
com o uso da nova fresa
o mundo da usinagem
9
produtividade
A microusinagem na
medicina A tecnologia possibilita produzir com precisão peças muito pequenas e de alta complexidade geométrica
A
medicina tem avançado
estabilidade no seu processo de
bastante positiva, pro-
— eliminando operações poste-
rapidamente e de forma
porcionando mais saúde e melhor qualidade de vida para o ser humano e, por conseguinte,
com aumento da sua idade mé-
dia. Isto se deve, além dos avanços na área farmacológica, aos
enormes avanços tecnológicos nos equipamentos de apoio à medicina, ao instrumental para operações e às próteses ortopédicas e odontológicas.
Grande parte das peças e
AB Sandvik Coromant
*Alfredo Ferrari
produção em uma única fixação riores, em face da impossibilidade de múltiplas fixações devido às suas formas. Como exemplo, existem as próteses e parafusos
ortopédicos (Figura 1)
e os implantes dentários
(Figura 2). Dependendo da peça
a ser produzida, a microusinagem
pode ser realizada por fresamento ou por torneamento.
componentes voltados para a
área da medicina se caracterizam por serem de pequeno porte e de
elevada precisão. Seus materiais
Divulgação
são, em geral, de difícil usinabi-
lidade, como o aço inoxidável e o titânio, que exigem métodos avançados de fabricação.
A microusinagem é a técni-
ca que possibilita a fabricação de
Figura 1 Parafusos ortopédicos
peças muito pequenas, com geo-
metrias complexas e que exigem 10
o mundo da usinagem
junho.2016/111
Divulgação
Neste caso, os programas CNC
lados numericamente. Estes tor-
res dedicados a partir da digitali-
multitarefas, que permitem rea-
são gerados por meio de softwazação da forma do dente.
Diversos tipos de próteses
ortopédicas são produzidos da
mesma maneira, partindo sempre AB Sandvik Coromant
de uma peça bruta pré-formada.
O microtorneamento é realizado
para a medicina dis-
tinto da usinagem, ou
rosqueamento e brochamento —
muitas delas, realizadas simultaneamente. Uma
operação
importante
automáticos CNC de cabeçote
to, que usina a rosca com extrema
tornos tipo Suiço, dependendo da
fabricação de peças
furação profunda, fresamento,
neste tipo de máquina é o ros-
móvel. Também conhecidos como
Outro processo de
lizar operações de torneamento,
a partir de barras, cujo diâmetro
varia de 2 a 38 mm, em tornos
Figura 2 - Implantes dentários
nos são considerados máquinas
complexidade das peças a serem produzidas, contam com diversos
eixos lineares e circulares, podendo trabalhar concomitantemente.
Já existem máquinas concebi-
das para até onze eixos contro-
queamento por turbilhonamen-
estabilidade de usinagem, evitando a sua quebra, em função
da sua relação diâmetro/comprimento. Implantes dentários e pa-
rafusos ortopédicos são produ-
zidos de forma flexível e precisa neste tipo de equipamento.
Componentes para instrumen-
seja, por arranque de ca-
vacos, é o da manufatura aditiva, por meio da utilização de impressoras 3D. Com esta tecnologia, são
produzidas próteses ósseas, placas craneanas e implantes para cirurgia bucomaxilar.
O microfresamento é executa-
do em centros de usinagem de cinco eixos de pequeno porte
para atingir altas rotações em
seu fuso principal, e possi-
Figura 3 Esquema de um torno CNC de cabeçote móvel
bilitar a interpolação de seus
vários eixos simultaneamente,
gerando superfícies de elevada
complexidade. É o caso da apli-
cação na fabricação das próteses dentárias, que não possuem
uma forma geométrica ma-
tematicamente
definida.
junho.2016/111
o mundo da usinagem
11
produtividade
Figura 4 Programa CNC desenvolvido com apoio de softwares avançados
tal cirúrgico, cujas peças são ex-
como a Alemanha e a Suécia,
formação de mão de obra espe-
profundos passantes, são outros
pamentos de tomografia, de eco-
preparadores é outro fator fun-
tremamente delgadas com furos
exemplos que só podem ser pro-
duzidos com precisão e de forma econômica em tornos CNC de cabeçote móvel (Figura 3).
Em face da complexidade geo-
métrica das peças e componentes
utilizados na área da medicina,
é fundamental que o programa CNC seja desenvolvido com au-
além dos Estados Unidos. Equicardiografia, de circulação extracorpórea, válvulas coronarianas, próteses ortopédicas e dentárias,
e muitos outros, além de avançados softwares de análises clínicas e cirúrgicas estão em permanente progresso. E quem se beneficia é a
computador (CAD) ou da digi-
e componentes para a medicina.
atingir (Figura 4).
A microusinagem voltada para
a medicina evoluiu muito rapida-
mente nas últimas três décadas em âmbito mundial. As modernas
tecnologias em favor da medicina vêm sendo desenvolvidas princi-
palmente pelos países europeus, 12
o mundo da usinagem
avanço tecnológico que vem se
consolidando cada vez mais na indústria da manufatura do país.
Divulgação
O Brasil conta com muitas
empresas que dominam a tecno-
talização da forma que se deseja
damental para acompanhar este
vida humana.
xílio de softwares avançados a partir do desenho elaborado pelo
cializada de programadores e de
logia para a fabricação de peças Os constantes avanços tecnológicos das máquinas-ferramenta,
das ferramentas de corte, do pro-
jeto do produto, além da programação e controle da produção, digitais, num ambiente ciberfí-
sico, estão sendo fundamentais
para a evolução da microusina-
gem como apoio à medicina. A
Alfredo Ferrari é Engenheiro Mecânico e Vice-Presidente da Câmara Setorial de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Ferramentas (Abimaq) junho.2016/111
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Precision Tool Makers Since 1942 o mundo da usinagem
13
negócios da indústria 1
Bons sinais ao setor
Em maio, a Feimec e a Feira Internacional da Mecânica deram os primeiros indícios de reaquecimento do mercado Por Inês Pereira
D
ois eventos do setor rea-
de players de diversos segmentos
e novos negócios entre os associa-
Internacional de Máqui-
Automação e Robótica, Compres-
sitivo”, afirma Branco.
lizados em maio, a Feira
nas e Equipamentos (Feimec) e a 31ª Feira Internacional de Me-
cânica, deram bons indícios de
que o cenário econômico e do setor começam a reagir. Inicia-
tiva da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e organi-
da indústria de bens de capital: sores, Impressão 3D e Manufatura Digital, Metrologia Industrial
A indústria 4.0
dutores e Motores, Tecnologias
volução industrial, a inovação e
Ferramenta, Máquinas de Corte e
os temas principais das feiras. A
e Medição, Acionamentos, ReIndustriais de Ponta, MáquinasConformação.
Carlos Pastoriza, então presi-
zada pela Informa Exhibitions,
dente do Conselho de Adminis-
expositores, entre marcas nacio-
“a feira aconteceu num momento
a 1ª Feimec reuniu mais de 500
nais e globais, ocupando 43 mil metros quadrados das novas
instalações do São Paulo Exhibition & Convention Center. Já
tração da ABIMAQ, destaca que
fundamental para a recuperação do ambiente econômico, tendo em vista a definição do cenário político.”
Para Paulo Castelo Branco,
a 31ª edição da Feira Interna-
presidente da Associação Brasilei-
pela Reed Exhibitions Alcanta-
e Equipamentos Industriais (Abi-
cional da Mecânica, promovida ra Machado, teve um público
estimado de 76.500 pessoas.
No Pavilhão de Exposições do Anhembi, reuniu 2.100 marcas.
A Feimec teve a participação
14
o mundo da usinagem
dos, com um resultado muito po-
ra de Importadores de Máquinas mei), apoiadora da Mecânica, a
feira é um evento importante da área. “Apesar do atual momento político e econômico, apostamos e acreditamos. A feira gerou vendas
Neste momento da quarta re-
o conceito da Indústria 4.0 foram Feimec apresentou uma “ilha”
de demonstração da Manufatu-
ra Avançada. Formada por seis
robôs integrados com centros de usinagem e equipamentos de gra-
vação a laser, Internet das Coisas, Inteligência Artificial, Identifica-
ção por Radiofrequência (RFID),
Big Data e outros recursos, o espa-
ço mostrou uma prévia de como funciona, na prática, a indústria do futuro. “O objetivo era fazer
com que diversos equipamentos, máquinas,
ferramentas,
robôs
que manuseiam as peças, sistemas de medição e máquinas de
gravação pudessem conversar junho.2016/111
num ambiente físico cibernéti-
co, sem a intervenção humana, tanto na programação quanto na
operação”, explica o engenheiro Alfredo Ferrari, vice-presidente
da Câmara de Máquinas-Ferramenta da Abimaq e diretor-con-
selheiro do Instituto Mauá de
Tecnologia. Como demonstração, foram produzidos porta-lápis e porta-celulares de forma flexível
e customizada, de acordo com o “pedido” dos visitantes.
A ideia da Manufatura Avan-
çada começou na Abimaq, no
Instituto de Pesquisa e Desenvol-
vimento Tecnológico da Indústria de Máquinas e Equipamentos
(IPDMaq), junto com a Mauá, que fez a gestão do projeto. “O
projeto é resultado de tecnologias
disponíveis e conseguimos mostrar processos ainda não usuais,
que se tiverem oportunidade e ambiente tornam-se possíveis”,
No Pavilhão do Anhembi, a Feira Internacional da Mecânica
resume Anita Dedding, gerente
reuniu mais de 76.500 participantes
do IPDMaq. “Nessa experiência,
profissionais, entre engenheiros
da capacitação. Quantos novos
diversas, por vezes concorrentes
divisional e secretária executiva vivenciamos na prática a questão
perfis profissionais serão necessá-
rios para lidar com a realidade da manufatura avançada, mas tam-
bém quantos talentos já dispomos por aqui”, diz. Nesse sentido, demonstrar a qualidade e a compe-
tência dos engenheiros e técnicos brasileiros foi, para Alfredo Ferra-
Ao todo, 22 empresas e 150
senciamos nesse projeto. Isso não
e técnicos, participaram de áreas
ceu só na Feimec; ao contrário, já
de mercado, como máquinas-ferramenta, robótica, metrologia,
programação virtual e processos,
Souza Junior, reitor da Mauá.
O professor Antonio Cabral,
a semana da feira para demons-
menta: “O projeto possibilitou a
Mauá, que trabalharam durante trar cada passo da célula 4.0.
“Nosso papel mais importan-
apenas um país de commodities,
tes para trabalhar dessa maneira
junho.2016/111
duação”, avalia José Carlos de
coordenador do curso de En-
te foi desenvolver o espírito co-
nós temos tecnologia”.
está na rotina dos cursos de gra-
e outras — além de estudantes da
ri, um dos grandes ganhos da re-
alização do projeto: “Não somos
é um evento isolado que aconte-
laborativo, colocar os componen-
e conseguir o resultado que pre-
genharia de Produção, comple-
geração de importantes soluções com a colaboração de empresas e profissionais, que desenvolveram novos conhecimentos. De-
vemos enaltecer cada um deles, pois conseguiram realizar, em o mundo da usinagem
15
negócios da indústria 1
A primeira edição da FEIMEC ocorreu em maio, no novo espaço para eventos, o São Paulo Expo Center
seis meses, um projeto que parecia impossível”, comenta Cabral. Conhecimento compartilhado Por meio de demonstrações
nos painéis em plateias lotadas,
tanto a Feimec quanto a Mecânica reuniram especialistas e representantes de grandes empresas e
universidades para o intercâm-
bio de experiência e informação
deral do Rio de Janeiro (UFRJ)
sistemas de manufatura e repre-
pressão 3D no Brasil”; especialis-
ofereceu o painel “Automação de
abordaram “Biomateriais e a imtas da Embraer apresentaram o
tema “Impressão 3D na fabricação de protótipos aeronáuticos”;
do Instituto Mauá de Tecnologia, e pesquisadores apresentaram a
palestra “Revolucionando a educação com a impressão 3D”.
O Fórum Indústria 4.0 foi uma
de ponta. Foram 360 horas de pa-
das principais atrações. Reuniu as
bi, com uma programação de
ton Consulting Group, Porsche
lestras no Auditório do Anhem-
palestras, debates e seminários. Ao todo foram mais de 1.960 convidados. O 13º Congresso de
Tecnologia em Impressão 3D, or-
ganizado pela 3D Systems, reuniu especialistas de diversas áre-
consultorias Roland Berger, BosConsulting e Ernest Young para
apresentar os principais caminhos que poderão levar a indústria nacional a alcançar os níveis
mais modernos de conectividade
sentada no país pela AMT Brasil, processos e as novas tendências
de manufatura aditiva”. E a consultoria McKinsey & Company apresentou as principais proje-
ções de mercado, como a criação, até 2020, de 3,5 milhões de novos postos de trabalho nos Estados
Unidos a partir do setor industrial. Como prova da importância
da informação no cenário fabril, a McKinsey calcula que, anualmen-
te, são movimentados US$ 2,8 tri-
lhões no mercado de dados e informações, contra US$ 2,7 trilhões no mercado de bens físicos.
Na Área de Inovação da Me-
e produtividade.
cânica, os visitantes assistiram a
novidades do tema. Para citar
ring Technology (AMT), entida-
com tecnologias industriais ino-
professoras da Universidade Fe-
fabricantes e distribuidores de
as para apresentar as principais algumas atrações do congresso,
16
o mundo da usinagem
A Association for Manufactu-
de norte-americana que reúne
demonstrações de equipamentos
vadoras e suas aplicações para a indústria 4.0. Os lançamentos de-
junho.2016/111
ram destaque para robotização e
do Instituto Avançado de Robó-
ainda não é regulamentada pelo
jetivando uma maior produtivi-
fundador, Rogério Vitalli, e pelo
escassos, os profissionais robo-
Na Feimec, os seminários e
Negócios, Sérgio Coca, enfocou
tões fundamentais relacionadas
e o futuro da indústria 4.0. Se-
infraestrutura. No primeiro dia, a
desafio para a consolidação da
companhias do setor de petróleo e
(Veja entrevista com Rogério Vitalli
berger/One subsea, que conduzi-
Criado para a qualificação da
automatização de processos, ob-
tica (I.A.R.) feita por seu diretor e
dade e redução de custos no setor.
gerente de Desenvolvimento de
os workshops debateram ques-
a capacitação de profissionais
à inovação, tecnologia e também
gundo os especialistas, o maior
programação da Abimaq reuniu
robótica na indústria brasileira.
gás, como a Shell, SMB e Schlum-
na pág. 18)
ram o seminário Oil & Gas Day.
mão de obra em robótica no Bra-
Energética teve a presença de
bótica é a única instituição que
tamento
Desenvolvimento
de conhecimento específico na
nas e Energia (MME) e de Renata
robotista foi amplamente discuti-
ciência Energética da Eletrobrás,
profissão, na qual as atividades
O workshop Eolic Day reu-
operação e manutenção de robôs,
Ministério do Trabalho. “De tão
tistas bem qualificados escolhem onde querem trabalhar e quanto querem ganhar hoje no merca-
do brasileiro”, comenta Coca. “Quando eu estava na universi-
dade, gostaria de já ter algumas aulas sobre robótica”, acrescenta Vitalli, que desenvolveu uma
metodologia própria de ensino do instituto.
O I.A.R. expôs, ainda, na Fei-
O Seminário de Eficiência
sil, o Instituto Avançado de Ro-
ra da Mecânica, a Unidade Mó-
Jorge Jobim, diretor do Depar-
atende, hoje no país, a demanda
e Mecatrônica, apresentando di-
Energético do Ministério das Mi-
área. A formação do profissional
Falcão, superintendente de Efi-
da no Auditório da Inovação. A
entre vários especialistas.
principais são a programação,
de
niu as principais organizações e
empresas privadas envolvidas com a geração de energia eólica
no país: Abimaq, Abeeólica, BNDES, Acciona, Gamesa, General
vel de treinamento de Robótica versos equipamentos e softwares
de robótica existentes no mercado, para dar suporte aos 44 dife-
rentes cursos de seu portfólio. A unidade leva conhecimento per-
correndo cidades agendadas por parceiros ou clientes.
Balanço das feiras A 1ª Rodada Internacional de Negócios da Feimec atraiu 17
Electric, Siemens, Vestas, WEG
compradores internacionais, oriundos da África do Sul, Cazaquis-
outra área destinada ao conhe-
se reuniram com 40 empresas nacionais. Os negócios alcançaram
e Wobben. E na Arena Técnica, cimento,
foram
apresentadas
palestras sobre automação, controle e medição, tecnologias em
máquinas-ferramenta, fundição e forjaria, movimentação e armazenagem, entre outros temas. Robotistas e robôs Ponto de destaque das roda-
das de palestras, a apresentação junho.2016/111
tão, Chile, Colômbia, México, Egito, Peru, Quênia e Rússia, que uma estimativa de US$ 10,5 milhões, e viabilizou novas possibi-
lidades para os importadores conhecerem os produtos e companhias do setor.
O Encontro de Negócios da Mecânica 2016, reuniu 17 empre-
sas expositoras e 26 compradores, em 102 reuniões que, em duas
horas, geraram cerca de R$ 8,2 milhões em negócios. Mais de 40 mil compradores nacionais e uma média de 1.100 compradores
internacionais de 71 países visitaram a feira. A Mecânica recebeu, ainda, três pavilhões internacionais: Alemanha, Taiwan e China.
o mundo da usinagem
17
entrevista
De olho no
futuro
O empreendedor e um dos maiores especialistas em Robótica Industrial do Brasil fala sobre desafios da indústria brasileira ao acesso à ciência
N
o universo da robótica,
de robôs do mundo. “Entendi
preendedor visionário em fun-
bravador no Brasil. Sua
sentido se de fato eu possuísse
Avançado de Robótica (I.A.R.),
Rogério Vitalli é um des-
inspiração pelas máquinas e en-
grenagens surgiu na infância — ao observar seu avô operar uma
retroescavadeira para retirar ar-
gila da natureza e fabricar tijolos (processo típico de um ceramista), na cidade de Avanhandava, interior paulista. Vitalli perce-
beu, já na faculdade de Engenha-
ria Mecatrônica, em São Paulo, que a máquina operada pelo avô era uma espécie de modelo de
robô hidráulico, com suas inúmeras articulações, muita força,
mas pouca precisão. Em São José dos Campos, na pós-graduação no Instituto Tecnológico de Ae-
ronáutica (ITA), decidiu iniciar a carreira num dos principais e mais importantes fabricantes 18
o mundo da usinagem
que tudo o que aprendi só faria
experiência na área”, disse. Na trajetória de 14 anos, o engenhei-
ro mecatrônico tornou-se mestre em robótica industrial pelo Insti-
tuto Tecnológico de Aeronáutica
(ITA). Foi pesquisador na Uni-
camp, Unesp, no Centro Técnico Aeroespacial (CTA) e no Instituto de Estudos Avançados (IEA). Reconhecido no mercado de traba-
lho, aprendeu a resolver os mais variados problemas por meio de
projetos, consultorias e interação
com equipes multidisciplinares. Foi responsável pela Divisão de
Pesquisa e Treinamento da Motoman Robótica do Brasil e pelo
Departamento de Projetos e Desenvolvimento da Kuka Roboter
do Brasil, entre outros. E um em-
dar, em 2014 no Brasil o Instituto o primeiro do país, na cidade de São Bernardo do Campo, re-
gião metropolitana de São Paulo. (Veja box ao final da Entrevista)
“Com um método original de ensino (teoria matemática, simulação, validação digital e prática
aplicada ao conceito de indústria 4.0 ), estou formando profissio-
nais melhores do que eu. Minha grande surpresa foi perceber que
os meus alunos formaram mais
alunos e que os alunos dos meus alunos formaram muito mais. E
todos nós conseguiremos fazer a
nossa revolução cultural, ajudan-
do as empresas e a economia do Brasil”. Presente na última edição da Feira da Mecânica 2016, o
I.A.R. integrou a série de painéis junho.2016/111
Divulgação I.A.R.
sobre a Indústria 4.0 apresentada
por especialistas renomados de diversas áreas.
Entre os assuntos aborda-
dos durante o seminário, falou sobre temas, como a Formação Profissional do Robotista para a
Indústria 4.0; a Desmistificação
do Termo Mecatrônica; a Grade Curricular das Escolas Técnicas
e Universidades Brasileiras e a Regulamentação da Profissão no
MEC e CREA. Nesta edição de “O Mundo da Usinagem”, Rogé-
rio Vitalli fala sobre a concretização do sonho de fundar um insti-
tuto inovador, e seu entusiasmo
na geração de soluções aos desa-
Com o I.A.R., Rogério Vitalli abriu um caminho pioneiro na indústria brasileira rumo à Era 4.0
fios do presente e futuro da robótica na indústria brasileira. junho.2016/111
o mundo da usinagem
19
entrevista OMU: Quando nasceu a ideia e por qual razão fundou o I.A.R?
VITALLI: A ideia nasceu na minha pós-graduação no
ceria com o PagSeguro, os alunos podem parcelar o valor total em até dez vezes.
ITA durante uma aula de Robótica Industrial, em 2006.
OMU: Comente sobre a não regulamentação da pro-
nharia e muito trabalho para tirar do papel um projeto
algum sentido?
pacitação de alto nível para formar “robotistas”.
lamentada no Brasil e não sabemos o motivo. O que
Posteriormente, foram necessárias 20 mil horas de enge-
fissão de robotista no Brasil. Isso é um impeditivo em
genuíno e original. O principal objetivo do I.A.R. é a ca-
VITALLI: De fato, a profissão de robotista não é regu-
OMU: Como o I.A.R está estruturado?
observamos é que se compararmos com os países desenvolvidos e industrializados, estes países já possuem o curso de Engenharia Ro-
Quais as atividades desenvolvidas, e
bótica, enquanto no Brasil a robótica
sua ordem de importância?
é ainda uma disciplina do último
VITALLI: Hoje o I.A.R. possui como estrutura física (escritórios) em três universidades importantes: a Universidade Positivo (Paraná), a Universidade
Metodista de Piracicaba (São
Paulo) e a Universidade SATC
de Criciúma (Santa Catarina). E
A nova indústria inteligente exigirá a capacidade de análise e síntese em níveis mais avançados
possui uma demanda de mais sete
universidades interessadas. Desenvol-
vemos atividades para os cursos de graduação
ano do curso de Mecatrônica,
com baixa carga horária. Mas isso não tem sido um impediti-
vo para o I.A.R., porque faltam
profissionais qualificados nes-
sa área e a indústria sempre nos
procura para a capacitação de seus
colaboradores.
OMU: A criação da Unidade Móvel de Tecnolo-
e pós-graduação, além de nossas próprias linhas de
gia surgiu de alguma necessidade específica? Como
de alta tecnologia, dedicada exclusivamente ao ensino
VITALLI: Sim. A criação da unidade móvel é uma res-
milhão em recursos próprios.
lificados em um nível mais avançado; ou seja, para
OMU: Que cursos oferecem e quais os requisitos para
am na indústria 3.0, e os que desejam ingressar nes-
VITALLI: O I.A.R. é o primeiro Instituto privado do
existe de mais avançado no país no quesito robótica
plexidade. Ou seja, 11 para cada fabricante de robô
da indústria 4.0, e podem ser vivenciados por nossos
NUC e MOTOMAN. Temos um programa de quali-
do I.A.R. Dependendo da demanda, ela fica até 3 me-
que oferece formação desde o nível operacional ao de
dias. Dentro da Unidade Móvel, contamos com duas
bem estruturada. O curso é acessível para qualquer
com capacidade máxima de 10 alunos em cada. Tanto
e, do ponto de vista financeiro, por meio de uma par-
quadrados de área. Contam com recursos de ar-con-
pesquisa realizadas em nossa pioneira unidade móvel
ela funciona na prática?
de Robótica Industrial. É a única no Brasil com R$ 1
posta a toda essa disparidade de profissionais qua-
fazê-los? São acessíveis financeiramente?
aperfeiçoar a capacitação dos profissionais que atuse mercado. Idealizamos a unidade móvel com o que
Brasil que oferece 44 cursos diferentes de alta com-
industrial, com a implementação de problemas reais
com os quais trabalhamos, como a ABB, KUKA, FA-
alunos que participam dos treinamentos de alto nível
ficação para as áreas de manutenção e programação,
ses no local; mas o período mínimo de estadia é de 30
perito, de forma organizada e com uma metodologia
salas de aula, as quais chamamos de “COLLEGE”,
profissional, professor, estudante ou menor aprendiz
o College da KUKA quanto o ABB possuem 20 metros
20
o mundo da usinagem
junho.2016/111
dicionado, TV, multimídia e uma célula mecatrônica
de análise e síntese em níveis mais avançados. A ma-
parte da metodologia estruturada de ensino do I.A.R..
sofisticados que exigirá dos robotistas soluções mais
de última geração com vários assessórios que fazem
OMU: E o mercado de trabalho será promissor no fu-
turo ou, mesmo com a conjuntura global, já podemos dizer que é?
nufatura do processo apresentará problemas mais elegantes e otimizadas.
OMU: O I.A.R. conta com o apoio da academia e de indústrias. De que forma esse apoio e parceria acontecem?
VITALLI: Em um ano de existência, o I.A.R. já formou
VITALLI: Sim. As parcerias se dão por meio de um
um número pouco expressivo, mas foram 90 robotis-
uma integração total entre indústria e academia por
quase 90 alunos. Do ponto de vista de quantidade, é tas do mais alto nível técnico e ético, ou seja, “massa
crítica,” pois é isso que se espera de um consultor for-
mado por nós. Todos empregados com altos salários em plena retração de 30% da indústria brasileira. O
mercado é muito promissor porque o preço final dos robôs diminui 10% ao ano e, se não formarmos novos profissionais, faltarão especialistas para programá-los.
Convênio de Cooperação Tecnológica, que permite
meio de consultorias. Esses problemas mais sofisti-
cados são investigados por professores, que contam com toda a equipe de consultores e especialistas do I.A.R.. Juntos, oferecemos a solução para as indús-
trias. Também estamos discutindo a possibilidade de criarmos cursos de pós-graduação lato sensu com a experiência gerada desse modelo de sucesso.
OMU: Com a Indústria 4.0, ou indústria inteligente,
OMU: Outro tema muito debatido na mídia é o de-
do setor da manufatura, qual o papel dos robotistas?
fatura. O que pode atrair os jovens para esse setor?
O que os destaca dos demais estudantes de mecatrô-
VITALLI: Em geral, o jovem perdeu a motivação por-
despontando como epicentro das atuais discussões
crescente interesse dos jovens pelo setor de manu-
que o nível da educação no Brasil ainda é
nica e robótica industrial? VITALLI: Na indústria 4.0 o papel do
deficitário. Minha opinião é sobre a
robotista é de extrema importância
necessidade do aprimoramento das
porque ele será responsável por programas e lógicas de robôs muito avançados e complexos. Serão essas equações que darão “vida e movimento” para
uma customização de produ-
tos sem escalas de precedentes e
com alta segurança. O robotista é
escolas técnicas e universidades,
O papel do I.A.R é desmistificar a indústria 3.0 (Automação) e mostrar o benefício do uso de robôs
um profissional completo e precisa
ser “perito” para se tornar um especia-
lista no assunto, enquanto o mecatrônico será
com a adoção de uma grade curricular mais avançada e atu-
alizada. Como o jovem pode se interessar em aprender a operar
um equipamento, se. em alguns
casos, já é considerado obsoleto
há mais de dez anos na indústria?
OMU: Para a grande maioria dos empre-
sários, de pequeno e médio porte, a automa-
mais um generalista no futuro.
ção ainda é vista como algo inatingível. Qual o papel
OMU: Que competências essa “nova” indústria que
VITALLI: Isso é uma grande verdade. Os empresários
tes de mecatrônica e engenharia robótica? VITALLI:
dústria puramente mecânica. Uma parte dessa culpa
se configura exige dos jovens profissionais e estudan-
Essa nova indústria inteligente exigirá a capacidade junho.2016/111
do I.A.R. em relação a esse contexto? do Brasil ainda estão na indústria 2.0, ou seja, uma in-
é do próprio empresário, que não procura gerar soluo mundo da usinagem
21
entrevista ções para esta estagnação. A outra é do governo, que não cria incentivos para as empresas. O papel do I.A.R.
é desmistificar a indústria 3.0 (Automação) e mostrar o benefício do uso de robôs. Após certa maturidade
na 3.0, o empresário chegará à indústria 4.0 (Sistemas Ciber-Físicos), mas para isso precisará empreender uma volta de 360 graus em sua cultura empresarial.
OMU: O I.A.R. completou recentemente um ano de existência. Qual é o balanço desse período e as pers-
pectivas e planos para o futuro? VITALLI: O balanço desse primeiro ano superou as
expectativas. Formalizamos uma parceria com a
Siemens, entramos na Câmara de Comércio Brasil-
-Alemanha (AHK) como examinadores do comitê de mecatrônica, entre tantos outros acontecimentos. Dê zero a dez, eu daria nota 9. Porém, para crescer
mais e expandir o nosso modelo de negócios, precisamos aumentar a equipe e melhorar cada vez mais a nossa gestão.
O que faz o I.A.R. O Instituto Avançado de Robótica (I.A.R.)
Logotipo do
foi criado há um ano, por iniciativa de Rogério
I.A.R. criado por
Vitalli. Com o objetivo de capacitar a indústria
Vitalli, baseado
brasileira por meio de desenvolvimento, tecno-
nos pilares da
logia de ponta e inovação, o instituto oferece 44
Mecatrônica:
cursos de qualificação e presta consultoria em desenvolvimento de projetos de robótica, au-
tomação e mecatrônica. De acordo com Vitalli, a maioria dos pequenos e médios empresários
ainda não tem uma noção muito clara de como
Mecânica, Elétrica http://iar.eng.br/
e Computação
Divulgação I.A.R.
a robótica pode ser adaptada para seus respectivos negócios. “Hoje é possível ter um retorno do
investimento em robótica em cerca de 18 meses,
mesmo nas pequenas e médias empresas, e o nosso grande desafio é desmistificar isso para os
empresários, principalmente num momento de incertezas no mercado”. Para representar a mis-
são do I.A.R., Vitalli escolheu um coração com três engrenagens, que são os pilares da Meca-
trônica: Mecânica, Elétrica e Computação. Ao se
movimentarem, produzem um sincronismo que evidencia e transmite o surgimento da Robótica
abrangendo as três áreas do conhecimento. O formato de coração englobando todo esse arran-
jo é feito por uma das curvas mais importantes da história da matemática que se chama “CATE-
NÁRIA” (curva de máxima resistência) ou Cosseno Hiperbólico que é o seu nome cientifico. 22
o mundo da usinagem
A Unidade Móvel do I.A.R. leva conhecimento avançado em robótica para outros estados
junho.2016/111
junho.2016/111
o mundo da usinagem
23
educação e tecnologia
Tecnologia
24 horas por dia O DNA da Mahle é pesquisa e Inovação. São mais de 400 projetos em desenvolvimento no seu Centro Tecnológico
Por Inês Pereira
E
ficiência energética e re-
com componentes Mahle na Eu-
de inovação é intensa na fase de
principais demandas do
gio confidencial para a redução
bém é muito importante em pro-
dução de emissões são as
desenvolvimento da indústria au-
ropa. Há ainda projetos em estáde CO2 de alta escala”, comple-
tomotiva no mundo. Líder mun-
menta Ferrarese.
tores, a Mahle é considerada um
Compromisso com a inovação
centros tecnológicos localizados
brasileiro da Mahle recebeu inves-
China, Japão e Brasil, que atuam
lhões. A unidade é a responsável
dial em componentes para mobenchmark em pesquisas. São dez
na Alemanha, Inglaterra, EUA,
no desenvolvimento de novas tecnologias no setor. As pesquisas do
Centro Tecnológico (CT) brasileiro, em Jundiaí, no estado de São Paulo, têm destaque global. “Mes-
mo que a sua aplicação inicial seja primeiro em outra região”, explica André Ferrarese, gerente
de Inovação do CT da Mahle. Ele cita o desenvolvimento dos anéis
de pistão para veículos diesel utilitários, ainda proibidos no Brasil: “O nosso centro desenvolveu um design patenteado, já adotado em
mais de 70% dos novos motores 24
o mundo da usinagem
Inaugurado em 2008, o CT
timentos em torno de R$ 100 mi-
mundial pelo desenvolvimento
pré-desenvolvimento, mas tamjetos que atendam às necessidades de nossos clientes. São mais de 400
projetos ativos, alguns de alta interação com parceiros nacionais e in-
ternacionais, como universidades, institutos, startups e fornecedores
de equipamento de alta tecnologia”, explica Ferrarese.
São 297 colaboradores, entre
de anéis de pistão e filtros para
técnicos, graduados, pós-gradua-
cialmente o etanol, mas seu prin-
das pesquisas nas áreas de enge-
combustíveis alternativos, espe-
cipal foco é o desenvolvimento de componentes e soluções tecnoló-
gicas para motores de combustão interna, para a redução de atrito, de emissões e de consumo de com-
bustível. Os projetos são divididos em pré-desenvolvimento (desenvolvimento de tecnologia) e de
customização a clientes (aplicação da tecnologia em novos motores
e veículos). “Assim, a perspectiva
dos, mestres e doutores, à frente nharia e de desenvolvimento de tecnologia de liderança mundial - duas das mais importantes ati-
vidades para a indústria automo-
tiva. O CT oferece serviços, como
a medição em tempo real de consumo de óleo por espectrometria mássica, disponível apenas em cerca de mais sete países no
mundo. Na área de desenvolvi-
mento de tecnologia de liderança junho.2016/111
Divulgação Mahle
O CT está instalado em uma área de proteção ambiental permanente de 125 mil m2
mundial, a equipe de engenharia
Mais desafios
desafios da indústria automotiva
tos do CT de pré-desenvolvimento
locais feitas no CT Brasil. “Para
motor Global Flex — tecnologia
atua na busca de soluções para os global, algumas com otimizações motores flex, foram desenvolvi-
dos materiais e processos especiais para que os anéis de pistão
ampliassem sua vida útil no motor”. Outro exemplo é o nosso fil-
tro de combustível flex, com vida útil bem maior em comparação à
concorrência e market share supe-
rior a 80% do mercado. “A Mahle tem contribuído para o desen-
volvimento tecnológico do setor automotivo global tanto na tecno-
logia como na capacidade de testes”, ressalta Ferrarese. junho.2016/111
Cerca de 30% a 40% dos proje-
têm correlação com o cenário do
que a Mahle vem investindo há anos. Ciente de que um dos gran-
des entraves para o melhor rendimento dos atuais motores flex do
mercado é a taxa de compressão (em torno de 11 ou 12:1), que pre-
nação de ambos. Os pesquisadores
do CT vêm aprimorando o desenvolvimento de componentes que, futuramente, poderão atender as metas do Global Flex, de reduzir
drasticamente a ineficiência que
os propulsores flex têm em relação aos motores que utilizam somente
um tipo de combustível (só gasolina ou etanol).
Independentemente de todas
cisa ficar a meio termo do que seria
as vantagens tecnológicas obti-
veis - em torno de 9:1 para a gaso-
tecnologia
ideal para cada um dos combustí-
lina e perto de 14:1 para o etanol.
Isso significa que os motores flex brasileiros não são tão eficientes
com nenhum dos dois combustíveis, e menos ainda com a combi-
das com o motor Global Flex, a será
extremamente
positiva à economia brasileira.
Os motores mais eficientes e si-
milares aos produzidos em outros países poderão, ainda, ampliar
a exportação e voltar a aquecer o mundo da usinagem
25
educação e tecnologia a indústria automotiva, aumen-
tando a arrecadação tributária e
melhorando os resultados do setor. Ferrarese complementa que
importação de gasolina”, afirma. Vocação para formar
poderia, inclusive, reduzir a capa-
profissionais
em 50%, tornando-se um grande
Mahle também é dirigido à ca-
bal Flex também colocaria o Brasil
é difícil encontrar no mercado
cidade ociosa do segmento, hoje
bônus para a economia. “O Gloem destaque como uma platafor-
ma de fornecimento de engenha-
ria. O motor daria a chance de a engenharia nacional se posicionar
internacionalmente na liderança
do desenvolvimento de soluções para a redução de CO2 em curto
´prazo, além de colaborar para As pesquisas são feitas em
ça comercial, com a redução da
contribuir no equilíbrio da balan-
O Centro de Tecnologia da
pacitação profissional. “Ainda
profissionais preparados para entender os conceitos da tecnologia de ponta e da própria in-
dústria 4.0. E isso é fundamental para o desenvolvimento tecnológico brasileiro”, diz Ferrarese.
Neste sentido, a Mahle mantém parcerias contínuas com as principais escolas brasileiras de en-
mais de 18 laboratórios
Organização milimétrica O Centro tecnológico é matricial. Além da infra-
corredores dedicados a insumos e outros exclu-
pes de engenharia, as atividades são guiadas con-
guiadas sem a necessidade de interromper as
estrutura com mais de 18 laboratórios e dez equiforme os projetos, tendo os colaboradores como
seus membros ou prestando serviço, de acordo
com sua especialidade. “O desenvolvimento de um determinado componente pode atender não
atividades nos laboratórios. O projeto arquitetônico foi todo baseado em nossa experiência e nas necessidades de nosso P&D”, destaca Ferrarese.
Adotar os conceitos da construção sustentável
só ao cenário Global Flex, como também a outros
foi outra grande preocupação do projeto arquite-
combustão estratificada. Além disso, há projetos
nossos colaboradores na geração de soluções na
cenários de novos motores mundiais, como o de
dedicados às aplicações pesadas ou mesmo as de fora de estrada”, resume Ferrarese.
Instalado em uma área de proteção ambien-
tal permanente de 125 mil m2, o CT representa a evolução da primeira área de Pesquisa e Desen-
tônico. “Pensamos em instalações que inspirassem
indústria, cada vez mais focadas na mitigação dos impactos ambientais. O CT possui três prédios que seguem o aclive do terreno, com uma quantidade
planejada de janelas e claraboias para o aproveitamento otimizado da luz natural, usa volantes tér-
volvimento (P&D) da Mahle, que começou em
micos para a redução do uso do ar condicionado
também privilegiou a alta produtividade, com
nosso descarte ser seletivo”, finaliza o gerente.
1978, em São Paulo. “A concepção do nosso CT
26
sivos para a circulação de pessoas, com visitas
o mundo da usinagem
e a água utilizada é totalmente reciclada, além do
junho.2016/111
Atuação premiada A Mahle coleciona prêmios importantes, sendo reconhecida como um benchmark no país, e sempre
convidada a participar de simpósios e congressos.
2014
2015
• 23º Congresso e Mostra Internacionais SAE BRASIL de Tecnologia da Mobilidade. Menção
Honrosa – Combustíveis e Recursos Energéticos. Menção Honrosa – Peças e Componentes.
• II Prêmio Brasil-Alemanha de Inovação: “Sis-
tema de Partida a Frio com Significativa Redução de Emissões”.
• Prêmio REI Categoria Autopeças: “Sistema de partida a frio eletrônico e auto-controlável para veículos flex”.
• IX Prêmio AEA de Meio Ambiente, da As-
sociação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA). Menção Honrosa – Categoria Res-
ponsabilidade Social: “Formare: preparando
• Prêmio de Meio Ambiente, da Associação Bra-
jovens para o mundo do trabalho”. Prêmio –
dor – Categoria Tecnologia Otto: “Low Friction
da a frio auto controlável para veículos flex”.
sileira de Engenharia Automotiva (AEA). Vence-
Categoria Tecnologia Otto: “Sistema de parti-
Components For Reduced Fuel Consumption On Flex Fuel Engines”. Menção Honrosa – Cate-
goria Acadêmica: “Morfologia de recobrimentos
CrN/NbN nanoestruturados depositados por PVD”. Menção Honrosa – Categoria Responsa-
bilidade Social: “Contadores de história: Educação e cultura na saúde”.
• Prêmio REI Categoria Powertrain: “Nova unidade de potência para o Inovar-Auto. A Mahle foi selecionada como finalista. Divulgação
2016 • Prêmio AEA de Meio Ambiente Categoria
Tecnologia: “Redução de emissão de CO2 a
partir de camisas com revestimento de níquel em blocos modernos de alumínio”. Menção
Honrosa – Categoria Responsabilidade Social: “Jovem Agricultor do Futuro & Horta
Comunitária”, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
genharia — desde a interação
que objetiva o desenvolvimento
trocínio e treinamento de equi-
cipamos das frentes de Eficiência
nos processos de estágio ao pa-
pes de competições estudantis, a projetos colaborativos com universidades e institutos de
pesquisa. “Para nós, aprender sempre é parte do negócio”.
Em 2015, a Mahle, a Associa-
ção dos Fabricantes de Autopeças (Sindipeças) e outros players da
indústria automotiva lançaram Ferrarese: foco em inovação junho.2016/111
a Frente Inovar-Auto, iniciativa
tecnológico do segmento. “PartiEnergética e de Emissões e ainda
auxiliamos na formação de ou-
tras frentes. Nosso papel é contribuir para o desenvolvimento tecnológico brasileiro, apontan-
do tendências e soluções técnicas que possam, inclusive, pautar e
orientar a formulação de novas legislações brasileiras”, afirma Ferrarese.
o mundo da usinagem
27
negócios da indústria 2
Mudança nas regras Franquia de dados na banda larga fixa ainda é polêmica no cenário digital *Dra. Patrícia Peck Pinheiro
N
o início de junho, o Con-
dados, suspensão do serviço e
aprovou a realização de
No caso, essas novas regras de li-
selho Diretor da Anatel
consultas durante 60 dias para
a sociedade civil se manifestar
com relação à franquia de dados
cobrança de tráfego excedente.
mudança na oferta de internet
mitação se resumem a uma sim-
em franquias como ocorre nos
ples palavra: racionamento.
As prestadoras racionam os
na prestação da banda larga fixa.
produtos oferecidos, como água
autarquia anunciar novas regras
me disponível para oferecer não é
A medida acontece depois de a quanto ao limite de dados e voltar atrás na sua própria decisão.
É uma iniciativa que chega
com atraso, já que na era em que
vivemos, em uma sociedade cada vez mais dependente da informa-
ção em tempo real, não dá para
sustentar tomadas de decisão tão impactantes como pensar uma internet de hoje e do futuro do Brasil sem decidir com transparência.
Até o momento, segue em vi-
gor a medida cautelar que proíbe as prestadoras com mais de 50 mil assinantes a praticar redução
de velocidade de transmissão de 28
o mundo da usinagem
A insatisfação pela possível
ou energia elétrica, quando o volusuficiente para atender a demanda
dos clientes. Então esta proposta
de limitar os dados escancara que não temos infraestrutura de telecomunicação para atender a todos,
nem Internet suficiente para suprir
os mais de 100 milhões de usuários brasileiros. Além da falha na pres-
fixa, que passou a ser oferecida
pacotes de celular, começou em fevereiro deste ano, quando uma
das principais teles do país decidiu adotar este modelo. A reação
foi imediata nas redes sociais, onde iniciativas como o “Movi-
mento Internet sem Limites” con-
tabilizaram mais de 470 mil curtidas e o abaixo-assinado “Contra
o Limite na Franquia de Dados na Banda Larga Fixa” já atingiu 1,6 milhão de assinaturas.
Desde então, a Anatel argu-
tação dos serviços, o déficit tam-
menta que a alteração não viola
Civil da Internet não vai conseguir
algumas condições e limites para
bém pode significar que o Marco cumprir o que prometeu, já que o
Art. 4o da Lei 12.965/2014 prevê o direito de acesso à internet para to-
dos, sendo um direito essencial do cidadão brasileiro.
regras, mas é necessário respeitar
garantir os direitos do consumidor. Passados quatro meses, a autarquia garante que vai abrir o debate para os consumidores
opinarem sobre a possibilidade junho.2016/111
dos últimos anos é também o elo de ruptura que pode representar a crise da rede.
Em que pese a necessidade de
gerar maior receita por volume
de usuários, por certo, há um desequilíbrio no sistema atual, que alcança inclusive o segmento de
clientes corporativos. Para aque-
les que necessitam deslocar-se
pelo Brasil, a situação ainda fica pior, devido à falta de cobertura
em muitas regiões, inclusive em grandes cidades.
Não estamos apenas mudando
a forma de fazer as coisas, antes de as prestadoras de internet es-
reivindicar seus direitos digitais.
o serviço de banda larga fixa.
desvantagem competitiva que o
pagar por serviços com o uso dos
países. As empresas instaladas no
tabelecer franquia de dados para Se as pessoas estão dispostas a
seus próprios dados, claramente, qualquer regulamentação tem
que respeitar a liberdade individual e a livre iniciativa privada,
podendo sim determinar alguns
limites para coibir excessos que
possam causar danos ou prejuízos aos consumidores.
Vale destacar que inclusão di-
gital sem a devida orientação é risco. Apesar de esta legislação
dispor sobre o dever público de
realização de campanhas educativas, ainda falta vontade política
para executar estas ações que po-
Outro ponto negativo é a
Brasil se encontra frente a outros país, bem como o cidadão brasilei-
ro, vivem hoje sob a real ameaça de um colapso na infraestrutura
energética e de telecomunicações,
ou seja, um apagão digital. Para muitas pessoas, em especial profissionais liberais, o uso da Inter-
como as empresas monetizam os seus negócios. Não importa qual
modelo prevaleça, tem que ser
mantida a liberdade de escolha do
consumidor, acompanhada pela entrega de um serviço de qualidade a um preço justo e acessível. Divulgação
o acesso reduzido traz um grande
impacto nos negócios. O custo da internet no Brasil é caro e com baixa taxa de conectividade.
É um modelo que deve ser re-
em uma rede, maior a instabili-
junho.2016/111
também transformando a forma
ficar sem conexão ou mesmo ter
indivíduos. Com efeito, a popula-
torna mais vigilante e consegue
em mídias digitais, mas estamos
seus negócios. O risco diário de
visto, já que matematicamente é
ção bem preparada e treinada se
papel, para algo mais eletrônico e
net é essencial para realização de
deriam gerar um grande resulta-
do no aumento da proteção dos
de modo mecânico e analógico, no
sabido que quanto mais usuários dade da mesma. Sendo assim, o sucesso no crescimento rápido
A Dra. Patricia Peck Pinheiro é advogada especialista em Direito Digital, formada pela Universidade de São Paulo, com 17 livros publicados sobre o assunto. o mundo da usinagem
29
conhecendo um pouco mais
A união faz a força Com reconhecimento global, a Childhood Brasil e o Comitê Olímpico se uniram para garantir a proteção de crianças
Por Inês Pereira
Proteger a infância e garantir
e pessoas que fossem referências
missão da Childhood, uma das or-
tado do Rio, empresas e organiza-
que as crianças sejam crianças é a
ganizações não-governamentais
ticiparem das chamadas Rodadas
lescência no mundo. Fundada
e Adolescentes”, conta Anna Flo-
ações sociais da infância e ado-
organização foi convidada pelo
Comitê Olímpico da Rio 2016
Temáticas de Proteção às Crianças
ra Werneck, coordenadora de Programas da Childhood Brasil.
Até agora foram realizadas
a integrar uma parceria, tendo
dez Rodadas Temáticas. “Somos
a proteção das crianças e adoles-
as, cuidamos da pauta e dos en-
como seu principal foco reforçar centes durante a realização dos jogos Olímpicos Rio 2016. O convite surgiu, após sua atuação na Copa do Mundo de 2014.
“O Comitê nos chamou para li-
derar reuniões com organizações
o mundo da usinagem
ções da sociedade civil, para par-
mais reconhecidas na atuação de
pela Rainha Silvia, da Suécia, a
30
em infância e adolescência do es-
facilitadores, chamamos as pessocaminhamentos. Atuamos como um pequeno braço voluntário da área de sustentabilidade para le-
var essa discussão adiante e ma-
terializar as ideias levantadas nas rodadas”, complementa.
junho.2016/111
Parceria de mão dupla Na parceria com o Comitê
Olímpico, a Childhoood também contribui com sugestões a partir da própria experiência
em projetos desenvolvidos nes-
tipo de violência. “O Comitê
Experiência que conta
para realizar ações, caso ocorra
megaeventos esportivos come-
detalha Anna Flora.
em 2013, e serviu de laborató-
adotou uma série de protocolos qualquer uma dessas situações”, A Childhood também tem tra-
ses anos. Uma delas é garantir a
balhado no projeto Passaporte
à venda de bebidas alcoólicas
sustentável, reforçando a prote-
colocação de placas de proibição para menores de 18 anos nos locais de grande circulação. “Estamos treinando toda a equipe
de campo dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos da Rio 2016, para
que saibam o que fazer se uma
criança estiver desaparecida, se houver alguma em situação de trabalho infantil ou se identifi-
carem uma vítima de qualquer
Verde, que atua com o turismo
ção da infância. “Nesse projeto,
junto com o SEBRAE, estamos treinando os hotéis e os diferen-
tes meios de hospedagem do
Estado do Rio em como adotar medidas mínimas para garantir
que as crianças estejam protegidas nesses locais, por exemplo. E
daí há outras ações que derivam dessas parcerias”, diz.
Anna Flora destaca o fato de
a Olimpíada ser o maior evento
do planeta em termos de visibilidade. Ӄ o maior broadcast do
mundo. Nós também estamos aproveitando
este
momento
para difundir as políticas e prá-
çou na Copa das Confederações, rio para a Copa do Mundo de 2014, quando foram implanta-
dos plantões técnicos nas áreas
próximas aos locais dos jogos, atendendo aos casos e denún-
cias de violação. Com os dados, a Secretaria de Direitos Huma-
nos da Presidência da República constatou o aumento das
violações de direitos às crianças e adolescentes, principalmente
relacionadas ao trabalho infantil. Também foram registrados
casos de exploração sexual e
desaparecimento de crianças. A partir dessa experiência, foi pos-
sível identificar as questões mais
vulneráveis, permitindo que focássemos em sua melhoria de forma urgente e eficiente.
Na Copa do Mundo de 2014,
ticas de proteção à infância. É
o planejamento da Childhood
Childhood e todas as ou-
outras ações, a criação de uma
uma oportunidade que a tras ONGs, que atuam no
combate à violência con-
tra crianças e adolescentes,
reforcem sua atuação”, diz
Anna. No caso dos Jogos da Rio 2016, estamos difundindo
as medidas que devem ser adotadas por qualquer indivíduo, de forma qualificada. “As pes-
começou em 2012. Incluiu, entre
área no site para o público, com informações sobre as iniciativas
da organização, governo, organi-
zações parceiras e empresas; e o acesso a serviços, como o Disque Denúncia e o aplicativo Proteja
Brasil, para agilizar o atendimento às denúncias.
“Trabalhamos na Copa do
soas passam a olhar com mais
Mundo, mas não tínhamos aces-
alguma coisa na prática”, com-
difícil conseguir incidir, abrir e
atenção e aprendem como fazer plementa. junho.2016/111
O know how da Childhood em
so à FIFA. Sem esse acesso, é discutir processos, sugerir proo mundo da usinagem
31
conhecendo um pouco mais Divulgação
tocolos. Na Olimpíada, ao con-
o evento. Ao mesmo tempo, con-
Temos possibilidade de levar em
cional para o estabelecimento de
trário, o Comitê abriu o diálogo.
frente aquilo que percebemos que era importante durante a Copa”, afirma.
Um grande trunfo para a Chil-
dhood é poder levar o conhecimento adquirido para outras
cidades-sede em diferentes jogos. Anna Flora, coordenadora de Programas da ChildHood Brasil
“Também poderemos contribuir para as discussões dos organiza-
dores de jogos sobre o reforço e adoção de medidas de proteção às
crianças na cidade que hospedará
tribuímos para o debate interna-
princípios básicos. O importante
é que os princípios e atuação en-
volvam uma discussão maior. Co-
meça a surgir um princípio sine
qua non para que os jogos acon-
teçam. E, assim, conquistamos mais abertura, espaço e recursos
para poder implementar ações.
Pretendemos, com essa diferença, contribuir para o debate, dando
sugestões práticas de como fazer acontecer”, conclui Anna.
Por dentro da Childhood Brasil
A Childhood Brasil é uma organização bra-
já investiu mais de R$ 58 milhões em projetos
tion (Childhood). Desde 1999, promove a de-
são focados em inovação, comunicação e ad-
sileira e faz parte da World Childhood Founda-
fesa dos direitos de crianças e adolescentes em situações de risco em todo o mundo, por meio de projetos, programas regionais e nacionais. Também influencia políticas públicas e já bene-
ficiou mais de dois milhões de pessoas, entre
crianças e adolescentes, seus familiares e pro-
fissionais de diferentes setores. A Childhood
32
o mundo da usinagem
próprios e apoiados. Seus programas próprios vocacy (“lobby do bem”), com importantes re-
sultados intersetoriais, envolvendo empresas,
governo e sociedade civil. Sua abordagem com
o setor privado parte da premissa de que toda empresa socialmente responsável não pode admitir nenhum tipo de violação dos direitos de crianças e adolescentes na sua cadeia de valor.
junho.2016/111
negócios da indústria 3
As boas novas dos materiais As pesquisas apontam para projetos inovadores de veículos mais eficientes e viáveis economicamente *Marco Colosio
E
m todo o globo, o mercado
iniciais dos projetos veiculares.
ção, como a soldagem, estão for-
por uma revolução tec-
também têm sido modelo para
materiais.
renciada na aplicação de novos
despertar atenção de todos para
estas oportunidades sem antes
go maciço nos veículos. Outros
fácil, mas não é porque requer
automotivo tem passado
nológica; porém, de forma dife-
materiais, sobretudo para os pro-
dutos brasileiros. Exemplo são os novos aços, que têm tornado
os veículos mais leves, eficientes
e seguros, sem necessariamen-
te encarecer o produto final. Tal oportunidade é arduamente estudada pelas engenharias, que
têm associado os novos aços aos novos produtos. Para tanto, estes materiais necessitam ser especi-
ficados em alinhamento às fases junho.2016/111
Materiais como os alumínios
veículos mais leves e começam a
uma proximidade de seu empremateriais, como os sinterizados, poliméricos e compósitos, já têm mostrado grande fôlego de se si-
tuar neste difícil mercado. Peças até então definidas como mate-
riais ferrosos e não ferrosos passam a ser focadas neste universo
de oportunidades como opção
viável e possível. Isto sem contar que as diferentes formas de fixa-
temente interagindo com estes Como
podemos
identificar
conhecê-las? Parece uma tarefa
das engenharias acompanhar de perto as tecnologias globais, estar atento aos projetos que estão iniciando, saber exatamente o
momento de indicação e, então,
apostar nestes novos materiais para a construção de um veículo tecnologicamente mais avançado.
Focando o nosso país, diversi-
ficado ao extremo em sua natureo mundo da usinagem
33
negócios da indústria 3 za automotiva e altamente com-
volumes, aplicações e disponi-
montadoras instaladas aqui, há
Como a fórmula adotada glo-
petitivo diante das dezenas de enorme potencial de oportuni-
dades que pode fazer a diferença neste mercado. O segmento auto-
motivo é motivado a mudanças,
bilidade local destes materiais.
balmente não se aplica por aqui, realinhamentos estratégicos precisam ser definidos.
Diante de todo este cenário,
como as advindas de programas
ainda desponta a ciência da na-
pela necessidade de superar a
nologias avançadas em proces-
brasileiros como o Inovar-Auto,
concorrência local e se tornar marca e produto de sucesso.
Os novos materiais se situam
dentro de cenário de apostas e po-
dem ser avaliados como “um caso de fazer algo diferente” e inovar o
produto. Como exemplo entre as
mais diferentes formas já conheci-
das há o recente caso da Pick Up em alumínio, que de uma aposta americana se tornou uma histó-
ria de superação e sucesso. Outro item de projeção tecnológica
são os aços estampados a quente (PHS), que têm revolucionado o nosso mercado e, certamente, representam a fórmula certa para
atingir os elevados índices de segurança veicular.
Existem ainda exemplos ex-
notecnologia, advinda de tec-
samentos, que atuam em todos
estes segmentos de novos materiais, processos, manufaturas e propriedades. Fato é que tais
tecnologias farão os materiais
serem vistos de uma forma diferente em um futuro próximo.
A discussão é enorme e merece atenção dos especialistas para es-
tes temas. No começo de junho, a SAEBrasil abriu espaço para
discutir pesquisas e tendências
em materiais — o “9º Simpósio SAEBRASIL de Novos Materiais e Nanotecnologia”, cujas princi-
pais informações você acompanha a seguir.
Carro do futuro em debate Especialistas apresentaram pesquisas e pro-
postas para redução de massa, aumento de segurança e diminuição de custo de produtos Por Equipe SAE Brasil
É mundial a preocupação
com a eficiência energética e
emissões de gases tóxicos na atmosfera, unida à necessida-
de de atender às exigências de mercado. Com esse foco, a
pesquisa de novos materiais
e sua aplicabilidade segue a passos largos.
Realizado em junho, sob
a direção de Marco Colosio, gerente de Engenharia de Produto da General Motors, o 9º
Simpósio SAEBrasil de Novos Materiais e Nanotecnologia,
Divulgação
cepcionais. Quando pensaríamos
no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em São Paulo, incluiu cinco painéis sobre as
em usar uma engrenagem sinte-
possibilidades estudadas nos
rizada de transmissão no lugar
laboratórios mais avançados
de uma forjada? Isto já é uma re-
para a área da mobilidade.
alidade. Existem casos que ainda
Muitos foram os temas de-
poderiam ser sonhos, mas já são
batidos. Acompanhe, a seguir,
realidades, como a aplicação de
os principais momentos.
compósitos e polímeros em peças de capô, paralamas e até rodas.
Interessante notar que aspec-
tos brasileiros se diferenciam
dos globais devido aos nossos 34
o mundo da usinagem
*Marco Colosio foi o chairperson do 9º Simpósio SAEBRASIL de Novos Materiais e Nanotecnologia junho.2016/111
Novos aços A aplicação de aços microliga-
dos com nióbio em aços confor-
mados a quente para melhoria de performance com entrega de
maior resistência mecânica e te-
nacidade ao produto. “Os efeitos
estão relacionados à formação de nanopartículas de carbonetos de nióbio, o que influencia posi-
tivamente o comportamento da
cação em quase 100% do veícu-
dy Mohrbacher, sócio-diretor da
ligas trabalháveis, a redução de
microestrutura”, explicou HarNiobelCon.
Alexandre Cortez, especialista
em Desenvolvimento de Projetos
lo. “Obviamente, se utilizarmos
massa será maior em relação às fundidas”, comparou.
As ligas de alumínio de alta
Automotivos da ArcelorMittal,
resistência para aplicação em
trega de melhores propriedades
de ultra alta resistência (UHSS),
to foram o destaque de Caroli-
soldagem. “A aplicação de nió-
apresentou uma família de aços de terceira geração, para confor-
mação a frio, novidade tecnológica da indústria siderúrgica para
o setor automotivo na Europa. “Disponíveis por importação, os aços de ultra alta resistência per-
mitem diminuição de espessura, em relação aos aços dual phase, sem perda de resistência mecânica”, afirmou.
sistemas de absorção de impacna Sayuri Hattori, especialista
sênior de Desenvolvimento de
Produto da Votorantim Metais: “Em razão da maior flexibilidade
e alta capacidade de absorção de energia, em comparação a outros
oferecer maior segurança ao produto final”, avaliou.
Materiais avançados e
Desenvolvimento de Tecnologia
que permitem a diminuição de
de nióbio em aços avançados de
a redução de massa, para apli-
junho.2016/111
elevadas durante a fabricação”, garantiu.
As novas soluções em impres-
ção de componentes do motor,
lou sobre a aplicação de ligas de
espessura, como alternativa para
so e à utilização de energias mais
dustrial na fabricação, além de
menor complexidade e custo in-
engenharia de superfície
alumínio tratadas termicamente,
materiais às variações de proces-
são 3D que utilizam metais, em
de Desenvolvimento de Produ-
to Especializado da Novelis, fa-
bio aumenta a tolerância destes
materiais, o alumínio demanda
Alumínios Alexandre Sartori, engenheiro
durante e após os processos de
Marcelo Carboni, gerente de
da CBMM, abordou a aplicação
alta resistência para o refino das microestruturas com foco na en-
vez de polímeros, para a fabricaforam apresentadas por Diogo Corazza, gerente de Aplicação da Trumpf. Entre as tecnologias, abor-
dou máquinas que podem realizar deposição de material na superfí-
cie, fazer pequenas modificações ou construir a partir do zero. “Per-
mitem a construção da peça final
sem a necessidade de processos mecanizados,
que
demandam
muito tempo”, destacou.
o mundo da usinagem
35
nossa parcela de responsabilidade
Estamos em crise,
e aí? *Fernando G. Oliveira
vendo um longo período
A
gam as crises como um proces-
des econômicas e em especial em
como se não houvesse nada a ser
mês a mês, seus recursos se exau-
a crise acaba nos melhorando
tualmente, estamos vide recessão nas ativida-
nossas empresas, que têm visto, rirem nas tentativas de recuperar
ao menos parte dos seus resulta-
dos. Este cenário, que há 2 anos
atrás se concentrava nas empresas de transformação, agora
começa a permear toda a nossa
sociedade e não há sinais de melhoras em curto prazo, nem sequer de pequenas melhoras.
Conviver com crises nunca foi
De fato, muitas pessoas enxer-
so cíclico que começa e termina feito. Outras pessoas dizem que
como pessoas e como profissionais, pois nos expõe a situações que estimulam nossa capacidade
de criar, solucionar problemas e
se adaptar a situações desfavoráveis e enfim sobreviver. É como o fogo e o martelo forjando o ferro
e o tornando melhor, mais forte e mais resistente.
Mas, como devemos encarar as
tão inédito para nós, brasileiros,
crises e, em particular, o que deve-
algo sem precedentes para a nos-
cedentes na nossa economia?
mas esta que agora nos atinge é
sa geração e tem trazido muitas
mos fazer neste momento sem preNa verdade, não existem re-
preocupações para a sociedade
ceitas prontas para enfrentar cri-
Ao se deparar com situações
escolas como sair delas da forma
em geral.
adversas, as pessoas se compor-
tam, porém, de maneiras diferentes, umas se retraem, deixando-se
abater pela situação, já outras se embutem de energia e saem para a “luta”, não aceitando tal situação. 36
o mundo da usinagem
ses e tão pouco se aprende nas mais rápida. Contudo, existem algumas práticas, as quais, ape-
sar de serem óbvias, acabam sendo deixadas de lado, talvez devi-
do à extrema pressão que surge em tais momentos.
junho.2016/111
Um bom começo para enfren-
tarmos uma “crise”, é fazermos uma reflexão com calma e serenidade e pensar no que estamos
tantes para o negócio, como por exemplo, o benchmarking para a Produtividade.
O incremento da Produtivi-
deixando de fazer, o que poderia
dade é o único caminho para a
mais óbvias que sejam tais ações.
mercado, pois aumenta a sua
trazer resultados positivos, por Por exemplo, você tem busca-
do à sua volta as novas soluções que têm sido lançadas no mercado? Apesar da crise, as empresas
não pararam e novos produtos,
perenidade de uma empresa no
capacidade de competir e conseguir novos negócios, preenchendo assim o gap gerado pela redução de atividades no mercado.
Como gestores ou influen-
materiais e processos continuam
ciadores dos processos produti-
zidos no mercado. Aqui mes-
que entender que em momen-
sendo desenvolvidos e introdumo nesta edição, você en-
contra matérias sobre
novos e inovadores produtos para a in-
dústria da manufatura.
Você tem questionado seus
fornecedores em como eles podem ajudar sua empresa com
os gargalos e processos críticos que influenciam na sua competitividade?
Na tentativa de vencer a cri-
vos de nossas empresas, temos tos de crise como este, além da
atenção nos custos diretos, cabe a nós focar também na melhoria de nossos processos e no au-
mento da nossa produtividade, o que certamente pode trazer
reduções de custos tão efetivas quanto as reestruturações organizacionais.
Fale conosco, estamos prepa-
rados para ajudá-los nesta tarefa.
se as pessoas começam a agir de
forma extremamente focada em
seus objetivos, o que é correto,
Vivian Camargo
pois o foco é a condição primária
para que certo objetivo seja atin-
gido em um curto prazo; e é isso que se espera quando se está em
uma crise - sair dela o mais rápido possível.
O problema é que, ao concen-
trar o foco demasiadamente em
determinadas ações, as pessoas
tendem a se fechar em suas organizações, deixando em segundo plano outros aspectos imporjunho.2016/111
*Fernando G. Oliveira é gerente global da Sandvik Coromant para o setor automotivo de peças de alumínio o mundo da usinagem
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