OMU 114

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114 Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISS nº 1518-6091 RGBN 217-147

Faceamento de mestre

Fresa de facear CoroMill® 345

O segredo para o melhor resultado da operação está na escolha da ferramenta certa

entrevista

O futuro da mobilidade nas palavras do presidente da SAE BRASIL

negócios da indústria

A importância do compliance para as empresas no mundo

educação e tecnologia

O aplicativo que controla entrada de pessoas à distância



sumário

edição 114 • dezembro/2016

4

soluções de usinagem 1

As melhores dicas para realizar um faceamento de alta qualidade

14

produtividade 2

expediente:

É possível chegar à qualidade total. Ingo Pelikan, do IQA, mostra como

15 entrevista

Presidente da SAE BRASIL fala sobre o futuro da mobilidade

O MUNDO DA USINAGEM é uma publicação da Sandvik Coromant do Brasil, com circulação de seis edições ao ano e distribuição gratuita para 14.000 leitores qualificados. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP. As fotos sem menção de créditos foram captadas no banco de imagem Shutterstock.

Fabio Ferracioli (Gerente de Marketing da Sandvik Coromant, América Latina) é responsável pela publicação da revista “O Mundo da Usinagem” Editoras: Vera Natale (Sandvik Coromant) e Anatricia Borges (S/A LLORENTE & CUENCA); revisão: Luiz Carlos Oliveira (S/A LLORENTE & CUENCA) Colaboraram nesta edição: Inês Pereira (coordenação editorial e reportagem); Samuel Cabral (edição de arte)

Jornalista responsável: Anatricia Borges - MTB 21 955/RJ Tiragem: 7.000 exemplares; Impressão: Pigma Gráfica Editora Ltda.

dezembro.2016/114

Acompanhe a REVISTA O MUNDO DA USINAGEM digital em: www.omundodausinagem.com.br Contato da Revista OMU Você pode enviar suas sugestões de reportagens, críticas, reclamações ou dúvidas para o e-mail da revista O Mundo da Usinagem: faleconosco@ omundodausinagem.com.br ou ligue para: 0800 777 7500

8

soluções de usinagem 2 Porque é tão importante analisar os métodos de usinagem

12

produtividade 1

Vantagens do torneamento automático de peças de baixo custo

20

negócios da indústria 1

24

educação e tecnologia 1

27

conhecendo um pouco mais 1

28

educação e tecnologia 2

Investir em compliance é uma urgência para as empresas

Conheça o aplicativo que abre portas à distância via smartphone

Startup cria robô que atuou como vendedor na Black Friday

Trumpf apoia estudantes por meio do programa Jovens Investigadores o mundo da usinagem

3


soluções de usinagem 1

Dicas

quentes

Um faceamento bem-sucedido começa com a escolha certa da ferramenta Por equipe técnica da Sandvik Coromant EUA. Traduzido e editado por Vera Natale, editora da revista OMU, e Francisco Cavichiolli, especialista em fresamento, da Sandvik Coromant | Ilustrações: Sandvik Coromant (Suécia)

O

som dos cavacos batendo

abordagem de programação que

volvem e lançam produtos mais

baixo zumbido do metal

condições de usinagem. E talvez

agregam mais valor ao processo

na carcaça da máquina, o

que está sendo suavemente cortado, dando lugar à uma peça re-

luzente. Nada se compara ao som

respeite a geometria da peça e as o principal - o faceamento precisa de uma boa ferramenta de corte.

Qualquer um que já precisou

de uma operação de faceamento

usar uma fresa para usinar um

operações de usinagem mais co-

aprecia o valor da alta tecnologia,

pesado bem-sucedida. Uma das mumente realizadas, o faceamento requer um set up rígido, velo-

cidades e avanços corretos para

o material a ser usinado, e uma 4

o mundo da usinagem

bloco de aço-carbono certamente por exemplo, fresas de facear in-

tercambiáveis disponíveis hoje no mercado. Todos os anos, os fa-

bricantes de ferramentas desen-

rápidos e mais eficientes que e ainda otimizam os custos. Para saber quais funcionam melhor

para materiais difíceis de usinar

e perfis de peças complexos, é importante compreender as diferenças entre essas ferramentas e

como melhor aplicá-las. A seguir,

sugerimos algumas dicas que po-

dem tornar o seu caminho mais tranquilo e produtivo.

dezembro.2016/114


DICA 1: Largura da ferramenta Usinar o topo de uma peça

crever, deve-se considerar a pri-

do diâmetro da fresa, pois esta é

plana não é algo difícil. Muitos pe-

de facear que é: sempre que pos-

ra para pastilhas de metal duro e

para obter uma superfície lisa e

gam uma fresa de topo qualquer, fazem um zigue-zague na peça e

pronto. No entanto, isso raramen-

te é uma boa prática de usinagem. A pressão da ferramenta nesse caso é relativamente alta, e as for-

ças de corte são perpendiculares

ao fuso, sendo que ambas devem

ser evitadas. E a menos que você esteja realizando uma operação

de faceamento em uma peça de trabalho muito estreita - o aro de

uma tampa de válvula, ou a borda de uma carcaça eletrônica, por exemplo – muito provavelmente,

a fresa de topo não atenderá de maneira adequada, por não ser larga o suficiente. Para

evitar

uma

situação

como essa que acabamos de des-

meira regra de seleção de fresa sível, escolha uma ferramenta no mínimo tão larga quanto a peça

e, preferencialmente, uma que

seja 20 a 50% mais larga. Em se-

a condição de entrada mais severesultará em desgaste prematuro

da ferramenta e um processo inconsistente.

guida, use o corte concordante

para produzir uma formação de cavaco de espesso a fino; evite choques da ferramenta na entrada da peça, utilizando a entrada

por rolagem; e mantenha, continuamente, 70% da largura da ferramenta engajada em corte, desde que a potência ponível

dis-

per-

mita. Sobretu-

Exemplo

do, o ideal é

de percurso

não deixar que

que matém o

a largura fresada

caia para abaixo de 50%

engajamento constante da fresa

DICA 2: Alto cisalhamento A potência é outro ponto im-

Essas ferramentas empregam, ti-

fresa de facear de 160 mm de di-

face única que geram uma ação

portante. A utilização de uma

âmetro para usinagem de aços

inoxidáveis ou ferros fundidos

da uma maneira de reduzir as

teriais. E usá-las com um ângulo

gindo a velocidade de avanço ou a profundidade de corte. com pastilha positiva de face única – alto grau de cisalhamento e baixas forças de corte dezembro.2016/114

CoroMill® 245, ideal para cortes

de semiacabamento e acabamen-

forças de corte, ou seja, restrin-

Detalhe da fresa CoroMill 245

de corte muito positiva, como a

requer um torque elevado do fuso, a menos que seja encontra-

®

picamente, pastilhas positivas de

Há fresas de facear de alto

cisalhamento no mercado que

diminuem muito a pressão da ferramenta e o calor resultante.

to em uma ampla gama de made ataque de 45o, ou com pastilhas redondas, ajudará a evitar

desgaste por entalhe na profun-

didade de corte, um problema comum em ligas à base de níquel

e alto teor de cromo, tais como titânio e Inconel.

o mundo da usinagem

5


soluções de usinagem 1 DICA 3: Pastilhas dupla face Naturalmente, o problema com

mentas de corte tomaram o alto

de reduzir significativamente os

somente um lado. Isso as torna

de face única e o duplicaram em

to mantém uma pastilha com saí-

pastilhas de face única é que há

mais caras, se pensamos no custo por aresta, e menos ideais para

aplicações de desbaste, devido ao seu maior custo e menor resistên-

cia. Por outro lado, as pastilhas dupla face possuem um ângulo de saída tradicionalmente negati-

vo que gera forças de corte mais

elevadas e por essa razão, têm sido, há muito tempo, adequadas somente para desbaste pesado em ferros fundidos e outros materiais de cavacos curtos.

Devido a intensos trabalhos de

potencial de corte de pastilhas

ambas as faces de uma pastilha dupla face, posicionada negati-

custos com ferramentas, enquanda positiva e de corte livre.

vamente, o que reduziu o custo por aresta para quase a metade.

Ao mesmo tempo, algumas mudanças inteligentes no formato

da pastilha aumentaram drasti-

camente o número de arestas de corte efetivas, ao mesmo tempo em que tornaram a pastilha mais

robusta. Um exemplo desses de-

senvolvimentos é a fresa de facear CoroMill® 745 com 14 arestas por

pastilha em formato heptagonal -

Fresa de facear CoroMill® 745 – corte extremamente positivo em um conceito negativo

sete indexações por lado – capaz

multiarestas

Vibrações é outro tipo de pro-

fazer pequenos ajustes até que

que proporcionam ferramentas

pesados com uma fresa de facear.

jam alcançadas. Esses ajustes no

sas de facear que precisam de

P&D, vários fabricantes de ferraDICA 4: Boas vibrações

blema comum ao realizar cortes A máquina-ferramenta trepida e

vibra, e as ferramentas de corte

muitas vezes quebram e lascam, o que impacta a qualidade final

da peça. A solução convencional é verificar o fuso e avanço e

condições de corte estáveis seprocesso podem muitas vezes

ser traduzidos de volta para o

programa de peça, mas às vezes não, resultando em processos

imprevisíveis e menos robustos.

Porém, há soluções no mercado

com menor custo, incluindo fremenos potência para operar e

que evitam esses problemas. Por meio do espaçamento irregular e do passo angular das pastilhas

no corpo da ferramenta, as chamadas ferramentas de corte de passo diferencial interrompem as frequências naturais que causam vibração e trepidação. Fer-

Fresa de facear com passo diferencial MD

ramentas como a CoroMill® 745

de passo MD representam o me-

lhor dos mundos em se tratando de fresas de facear, devido à eli-

minação das vibrações, possibilidade de cortes livres e ainda a

capacidade de suportar as cargas pesadas de cavacos. 6

o mundo da usinagem

dezembro.2016/114


DICA 5: Refrigeração Na maioria das condições de

usinagem, um fornecimento generoso de fluido de corte ajuda

a eliminar os cavavos da zona de corte, reduzir o calor e lubrificar a ferramenta de corte. E não exis-

te uma melhor maneira de fazer

Fresa com sistema de refrigeração interna

isso senão com a passagem do fluido através da ferramenta e

direcionada para a zona de corte. Muitos fabricantes de máquinasferramentas,

agora,

oferecem

melhorar a produtividade em

“um assassino” da pastilha nes-

A única exceção é quando se

casos, a substituição do fluido de

praticamente qualquer material.

possibilidade de refrigeração in-

usam ferramentas de corte de

refrigeração de alta pressão com

samento duro, devido ao choque

terna combinada com bomba de

até 1000 psi ou mais, capaz de

cerâmica ou em operações de fre-

térmico que acaba se tornando

sas condições extremas. Nesses corte por ar comprimido é uma

maneira excelente e muitas vezes necessária para remover os cavacos da área de usinagem.

Para acabar Tudo o que fazemos na usina-

gem é para obter uma peça den-

tro das tolerâncias e qualidades desejadas e, quando necessário, com alto grau de acabamento.

Múltiplas camadas de cober-

tura nas pastilhas de metal duro

comprometem a agudeza da aresta, porém são resistentes o sufi-

ciente para usinar a maioria dos

Acabamento

materiais. As pastilhas Wiper são,

espelhado com uso

nesse caso, uma excelente manei-

de pastilha wiper

ra de obter acabamentos espelha-

dos nos cortes de acabamento. À medida que o arco de contato

reduzir a pressão de corte em

mente as taxas de avanço pro-

ou delicadas. Nesses casos, man-

da fresa de facear diminui, auporcionalmente (mantendo assim a espessura de cavacos ade-

quada). Sempre use pastilhas com raios de ponta menores para dezembro.2016/114

Existem dezenas, senão cente-

geometrias de peças muito finas

nas de dicas e técnicas para me-

tenha também pelo menos dois

a produtividade no faceamento.

dentes envolvidos em corte e reduza a taxa de avanço ao entrar no corte.

lhorar a vida útil da ferramenta e

Essas são apenas algumas que

esperamos tornar seu dia a dia mais fácil.

o mundo da usinagem

7


soluçþes de usinagem 2

A melhor usinagem

Gastar tempo com anĂĄlise dos mĂŠtodos de usinagem resulta em ganhos no final do processo 8

o mundo da usinagem

dezembro.2016/114


*Por Francisco Cavichiolli | Ilustrações: Sandvik Coromant (Suécia)

P

ode parecer básico demais

concordante, mas pelo fato de

fazem parte do dia a dia

contrário ao avanço da mesa.

pensar em operações que

da indústria. Entretanto, é o co-

nhecimento detalhado e a esco-

lha do método de usinagem que possibilitarão otimizar a aplica-

ção das ferramentas de fresamen-

to e técnicas para a execução de um processo mais mais eficiente e produtivo.

O que significa na prática? O início de tudo está no sen-

tido de corte e no correto posi-

a fresa atacar a peça no sentido

Esse método é o menos indicado por gerar uma condição de atrito

na entrada da aresta em corte, e que está relacionada a uma gera-

ção de calor desnecessária, sem que tenhamos uma condição de

corte efetiva. Outra característica desse método é a formação de ca-

tro lado, gera menor deflexão

rial de forma repentina.

do para resolver problemas de

o que provoca a ruptura do mate-

Esse é um dos principais fato-

res que causam vibrações e las-

de fresamento, deve-se avaliar,

materiais quebradiços, como os

antes, qual o melhor sentido de corte a ser adotado e como posicionar a fresa.

O corte discordante, por ou-

vacos espessos na saída do corte,

cionamento da fresa. Ou seja,

para escolher o melhor método

“Como benefícios mais expressivos, obtemos peças sem variações dimensionais e vida útil longa da ferramenta.”

camentos de bordas em peças de ferros fundidos, por exemplo. Acervo Sandvik Coromant (Suécia)

Sentidos de corte

da ferramenta e pode ser usa-

imprecisão de perpendicularis-

mo de paredes, para citar outro exemplo. O corte discordante também é indicado para eliminar folgas mecânicas que podem

haver no sistema de fuso da mesa da máquina.

Posicionamento da fresa

Na figura 1, temos o sentido

Quanto ao posicionamento da

de corte concordante, que rece-

fresa podemos dividir em basica-

atacar a peça no mesmo sentido

ção de largura fresada grande ou

be esse nome pelo fato de a fresa de avanço da peça a ser usinada.

O corte concordante tem como

característica principal a geração

mente duas condições. A condiFigura 1: Corte concordante, cavaco espesso a fino na saída

de cavacos espessos no início do

pequena.

Considera-se largura fresada

(AE) grande quando a área de

contato da fresa com a peça é

corte, ou entrada da ferramenta,

igual ou superior a 50% do diâ-

e finos na saída do corte.

metro da fresa (DC), ou seja, AE

Esse é o método mais reco-

≥ 50% DC.

mendado para operações de fre-

Essa condição é usada quan-

samento, pois gera forças de corte

do temos muita remoção de ma-

resultando em vida útil longa.

perfícies grandes.

favoráveis à aresta da ferramenta Na figura 2, temos o corte dis-

cordante, que recebe esse nome

não somente por ser o oposto ao dezembro.2016/114

terial a ser feita, ou peças de suFigura 2: Corte discordante. Basicamente indicado como solucionador de problemas

Para obtermos uma condição

de corte otimizada, o ideal é que

tenhamos entre 70% e 80% do dio mundo da usinagem

9


soluções de usinagem 2 âmetro da fresa em contato.

mos lançar mão de um recurso

aliado ao corte concordante, pro-

ço, onde recalculamos o avanço

Com esse posicionamento,

porcionamos uma entrada em

corte suave, com forças de corte favoráveis até a saída da aresta

do material. A geração de calor é concentrada nos cavacos, que são

descartados, deixando a peça e a

que é a compensação do avan-

aplicado no deslocamento da ferramenta de forma a gerarmos

uma espessura de cavacos mais

adequada, com maior geração de calor na aresta de corte.

Em outras palavras, podemos

ferramenta “frias”.

e devemos aumentar o avanço

sivos, obtemos peças sem varia-

mais visíveis são o tempo de ci-

Como benefícios mais expres-

ções dimensionais e vida útil longa da ferramenta.

Consideramos largura fresa-

da (AE) pequena quando a área

sob essa condição. Os benefícios

vibrações e melhor vida útil da ferramenta. Desafios

fresa (DC), ou seja, AE < 50% DC.

recer simples, mas é aí que está

acabamento de paredes ou deta-

mos detalhes do processo de fa-

Em operações de contorno,

lhes, que nos obrigam a trabalhar

com largura fresada pequena, p rincipalmente abaixo de 25% do

diâmetro da fresa (AE ≤ 25% DC),

O assunto abordado pode pa-

o desafio. Estar atento aos mínibricação, desde o início, garante

eficiência ao final do processo e

Nossas dicas

o suficiente para gerar forças de

mo de suas ferramentas de corte e

aresta de corte. Com isso, pode-

tro dos parâmetros de aplicação

corte, nem calor suficiente na

“Estar atento aos mínimos detalhes do processo de fabricação, desde o início, garante eficiência ao final e resultados dentro do desejado.” 10

o mundo da usinagem

Largura fresada pequena AE < 50% DC

resultados dentro do desejado.

ocorre uma situação onde os ca-

vacos gerados não são espessos

AE ≥ 50% DC

clo reduzido, menor tendência às

de contato da fresa com a peça é inferior a 50% do diâmetro da

Largura fresada grande

Procure sempre extrair o máxi-

equipamentos, logicamente den-

Artigo originalmente publicado pela revista Ferramental, edição 67, e adapatado para a OMU. Renato Pizzutto

e segurança recomendados pelos fabricantes. Alie a essa atitude, o

cuidado com a análise básica do que você quer fazer, do que espera obter, do que tem em mãos

(material, ferramentas, fixação,

máquina etc.) e os fundamentos

da usinagem. É uma receita que diminui a margem de erros e as surpresas desagradáveis no de-

correr do processo e tem grandes chances de dar certo!

Francisco Cavichiolli é Especialista de fresamento, fresamento de engrenagens e sistemas de fixação da Sandvik Coromant do Brasil dezembro.2016/114


dezembro.2016/114

o mundo da usinagem

11


produtividade 1

Eficiência

comprovada

Conheça as vantagens do torneamento automático de peças de baixo custo

Fotos Divulgação

Por Alfredo Ferrari*

P

eças cilíndricas de peque-

na e média complexidade

e de baixo custo têm sido,

até então, produzidas a partir

de barras, de forma seriada, por

meio de tornos revólver e tornos

automáticos monofuso ou multi-

fuso acionados com cames. Estes últimos são aplicados principal-

mente nas produções de grandes séries, que não exigem frequen-

tes paradas da máquina para troca de ferramental, para se produzir diferentes tipos de peças, ou

seja, quando não há flexibilidade no trabalho.

Por outro lado, as indústrias

de manufatura vêm passando

por profundas alterações que exigem a produção, cada vez

Os ganhos na produção e na competitividade compensam o investimento

de fabricação, levando-se a apli-

os custos de produção. Para au-

de cabeçote fixo se classificam,

produção, como o just-in-time e

bilidade no trabalho flexível, são

ferramentas de corte, de duas

mais frequente, de lotes menores car avançados planejamentos da outros. Isso faz com que as má-

quinas sejam preparadas com maior frequência, aumentando os tempos improdutivos e elevando 12

o mundo da usinagem

mentar a flexibilidade e a rentaaplicadas as máquinas-ferramen-

ta dotadas de Comandos Numéricos Computadorizados (CNC).

Os tornos automáticos CNC

quanto ao tipo da disposição das

maneiras: com mesa porta-ferra-

mentas linear ou com torre porta-ferramentas indexável.

Os tornos automáticos CNC dezembro.2016/114


dotados de mesa porta-ferramen-

e da complexidade geométrica da

mentas de forma;

tornos tipo Gang Tool, são aplica-

de vantagem é a possibilidade da

de materiais, inclusive aqueles

tas linear, também conhecidos por dos na produção de peças cur-

tas, que tenham estabilidade de usinagem suficiente para serem

trabalhadas em balanço, sem o

uso de elementos de guia, como

peça a ser produzida. Outra gran-

aplicação de ferramentas acionadas, que possibilita a usinagem de

peças por completo, eliminando-se operações posteriores.

A aplicação de um magazine

• Usinagem de diversos tipos de difícil usinabilidade, como aços ligados e inoxidáveis; • Conforto operacional; • Fácil manutenção.

Além do mais, este tipo de

contra-ponta e luneta. Por outro

para guia, alimentação e troca

torno se caracteriza como uma

versais dotados de torre indexá-

de três metros de comprimento,

empresas que pretendem iniciar

lado, os tornos automáticos univel e contra-ponta são aplicados na usinagem de peças de maior

complexidade, tanto para peças

curtas, como para peças delgadas.

automática das barras, em geral

torna o equipamento uma célula

de produção que permite um trabalho contínuo sem supervisão.

da economia no país, obriga as

manual ou automatizada, pela

uma construção moderna e inovadora, baseada na aplicação de ele-

aplicação de magazines ou de

robôs articulados, para a carga e descarga da peça de trabalho.

As principais vantagens pro-

mentos mecânicos de máquina,

porcionadas pelos tornos automá-

tecnologia digital utilizada para

ta-ferramentas linear, tipo Gang

atuais e de alto rendimento, e na o seu controle e funcionamento,

determinou-se uma revolução na produção flexível e econômica

de peças torneadas de baixo custo, com geometrias de pequena e média complexidade.

Uma enorme vantagem des-

te tipo de torno é proporcionada

pelo curto tempo do ciclo de tra-

balho em relação aos tornos CNC

dotados de torre porta-ferramentas indexável, uma vez que a tro-

ca das posições das ferramentas é bem mais rápida e chega a re-

duções de até aproximadamente

30%, dependendo da quantidade

de operações que serão realizadas dezembro.2016/114

A forte concorrência nos mer-

das, por meio de alimentação

mentas linear não é novo, sendo por meio de cames. Porém, com

mando numérico.

cados, doméstico e de exporta-

a usinagem de peças pré-forma-

que os antecessores são acionados

com a tecnologia digital do co-

Este torno permite, também,

O conceito do torno automá-

tico dotado de torre porta-ferra-

máquina de entrada para muitas

ticos CNC dotados de mesa por-

ção, além da adequação às regras

empresas de manufatura a in-

vestirem, cada vez mais, em modernas tecnologias, como a deste torno automático CNC, com o

objetivo de aumentar a sua efici-

ência, qualidade, rentabilidade e participação de mercado.

Tool, são:

• Rápida preparação da máquina;

Divulgação

• Curtos ciclos de trabalho;

• Facilidade e rapidez na programação;

• Aplicação econômica para pequenos e médios lotes;

• Rapidez na execução de protótipos;

• Uso de ferramentas de corte standard e de alto rendimento;

• Aplicação de acionamento de ferramentas de corte;

• Eliminação de projeto e fabricação de ferramentais es-

peciais, como cames e ferra-

*Alfredo Ferrari é Engenheiro Mecânico, Vice-Presidente da Câmara Setorial de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura. o mundo da usinagem

13


produtividade 2

Qualidade total O caminho da excelência operacional no processo produtivo passa por quatro pilares essenciais *Por Ingo Pelikan

N

os últimos 10 anos, mon-

nal talvez seja o princípio.

o terceiro pilar da excelência ope-

ram investimentos extre-

porcionam excelência operacional

capacitação para gerar produtos

os seus processos de fabricação

são as tecnologias utilizadas no

tadoras e autopeças fize-

mamente altos para modernizar

no Brasil e, por consequência, os seus produtos. Muitos conceitos

foram desenvolvidos e aplicados com foco na manufatura enxuta.

Essa evolução é notória, embora,

na comparação com o Exterior,

algumas melhorias ainda sejam necessárias.

Dentro do processo que con-

templa desde a matéria-prima até

São quatro os pilares que pro-

ao processo produtivo. Um deles desenvolvimento

de

produtos.

Precisam apresentar projetos ino-

nectividade e buscar alternativas

para a eficiência energética e tudo isso interligado aos requisitos dos clientes e consumidores.

O outro pilar envolve os ser-

e reparação — atendimento ao

eficácia, robustez e produtiviequipamentos se a empresa não

é produtiva com aqueles equipa-

mentos. É preciso encontrar um

ponto de equilíbrio. Automação, conceitos Lean e aspectos logís-

ticos, entre outros, também são fundamentais.

A manufatura enxuta ataca for-

reposição de produtos. Esses três

temente os desperdícios, que são

forma robusta para garantir agi-

dade. Os desperdícios devem ser

pontos podem ser pensados de lidade e melhorar a satisfação do cliente. A imagem e a qualidade

da marca estão diretamente liga-

das a este pilar. Pesquisas, mídias sociais e marketing também fa-

associados ao custo da não qualianalisados como indicador de desempenho porque essa avaliação

permite perceber o quanto o processo é robusto e enxuto.

Se todos os pilares forem tra-

zem parte dele.

balhados com qualidade, os obje-

ba tanto o engenheiro de projeto

podem ser alcançados com maior

O capital humano, que englo-

e o operário na linha de produ-

ção quanto o profissional de reparação no centro automotivo, é o mundo da usinagem

Por fim, há a manufatura,

dade. De nada adianta ter super

cliente, a assistência técnica e a

14

ambiental e código de ética.

a mobilidade, ter cada vez mais co-

ambiente e a reciclagem, favorecer

como caminho para a excelência dade total, a excelência operacio-

para a responsabilidade social,

com processos que apresentem

viços como vendas, pós-vendas

operacional. Na busca pela quali-

com qualidade. E ser preparadas

vadores, contribuir com o meio

o produto da montadora, a manufatura enxuta pode ser entendida

racional. Pessoas necessitam de

tivos estratégicos provavelmente facilidade pela empresa.

*Ingo Pelikan é presidente do Instituto da Qualidade Automotiva (IQA) dezembro.2016/114


entrevista

Leveza

sustentável

O presidente da SAE BRASIL fala sobre os caminhos da mobilidade no país e no mundo Por Inês Pereira

C

omo uma lente grande angular, o olhar de Frank Sowade é abrangente. Sua experiência

de 28 anos na indústria automotiva lhe confe-

riu recentemente a vice-presidência da SAE BRASIL no biênio 2013/2014 e a presidência em 2015/2016. Ao lon-

Divulgação

go de sua trajetória profissional, Sowade vem atuando

em áreas corporativas, na engenharia de manufatura e em operações, tanto em agregados — que engloba motores, transmissões, eixos e fundição — como em veícu-

los. Durante cinco anos, na matriz da Volkswagen, foi responsável pela coordenação técnica junto às plantas na América do Sul.

Capazes de trazer à luz temas fundamentais para

apresentação e discussão por importantes representantes da indústria e da academia, a SAE BRASIL e Sowade

garantem ao mercado informação, atualização tecnológica, conhecimento técnico e, sobretudo, massa crítica

para análise e compreensão de problemas e desafios. “A SAE BRASIL sempre foi palco neutro de discussões abertas de cunho técnico, considerando a estratégia e a

confidencialidade de cada uma das empresas represen-

tadas nas pessoas dos associados”. Nesta entrevista à revista O Mundo da Usinagem, Frank Sowade antecipa o futuro da indústria automotiva brasileira e interna-

cional, fala sobre conjuntura, questões a serem resolvi-

das pela indústria nacional e a atuação da SAE BRASIL. dezembro.2016/114

O contato com tendências, tecnologias e o debate são parte do dia a dia de Frank Sowade o mundo da usinagem

15


entrevista OMU: Uma das grandes buscas da indústria auto-

e conforto também estão no radar dos centros de

motiva e aeroespacial no mundo é a eficiência ener-

PD&I mundiais. Pode comentar?

gética dos motores. O que esperar para o futuro em

SOWADE: A condução de um veículo elétrico

termos de novas tecnologias e materiais e combustíveis alternativos, como energia solar, elétrica? SOWADE: A SAE BRASIL iniciou recentemente

mais uma Comissão Técnica voltada ao estudo dos materiais, assunto que também é tratado em outras comissões, como CarBody. A busca por mate-

riais mais leves e mais resistentes e por processos

que permitam a utilização desses materiais continua – o Hot Stamping é um dos exemplos.

Com relação aos propulsores, não vejo vida muito longa para motores a combustão – não só pelo CO2

gerado, mas também pelos complexos processos

é mais suave e, ao mesmo tempo, tem respostas mais precisas e rápidas. Sim, a alocação de recur-

sos e expertise no desenvolvimento de veículos elétricos e híbridos estão sendo feitas por empre-

sas automotivas que entendem na eletrificação o futuro da mobilidade. Com foco na conectivida-

de, no veículo autônomo e em novos conceitos de

mobilidade como car sharing e city car rental, novos players entram no mercado com modelos de negó-

cios que vão além do desenvolvimento e produção de um veículo.

de manufatura e baixa eficiência energética. Po-

OMU: Qual seu prognóstico sobre a (r)evolução que

de melhoria até serem substituídos completamen-

como o Brasil que possuem um parque fabril ainda

para a viabilização de veículos elétricos em maior

fabricantes e dos usuários?

vida útil, na autonomia/ tempo de carga e custo

evolução natural da tecnologia para atender de

rém, eles deverão ainda passar por alguns ciclos

vem a partir da Indústria 4.0, considerando países

te por propulsores elétricos, enquanto os esforços

bem defasado e obsoleto, do ponto de vista dos

volume se concentram no peso das baterias e sua

SOWADE: A indústria 4.0 nada mais é do que a

de aquisição.

forma racional e sustentável à mudança no com-

As vantagens dos elétricos são inúmeras. Além da condução silenciosa, do custo de utilização e da facilidade para condução autônoma, a emissão de CO2 ocorrerá apenas se a

energia gerada para o carregamento das baterias emitir o

CO2. E existem inúmeras opções para se evitar isso.

A energia será gerada de formas

cada vez mais limpas e a partir de

fontes renováveis. A solar e a eólica

já são realidade também no Brasil, país

geografia que permite a construção e operação de usinas hidrelétricas, eólicas e fotoelétricas.

OMU: Paralelamente, a necessidade e o desejo dos

consumidores por mais segurança, conectividade o mundo da usinagem

duzir para estocar faz parte do passado. Hoje, as empresas produzem o

A Indústria precisa definir a estratégia de transição para os objetivos que a sociedade espera. Postos de trabalho desaparecerão e novos serão criados, com uma exigência intelectual muito maior.

abençoado pelos inúmeros rios e por uma

16

portamento e nos desejos da sociedade. Pro-

que já venderam e não na esperança de vender. “Gastar” mão de obra e energia para estocar

parece pouco inteligente. Esse princípio não é novo, remete

ao início da manufatura en-

xuta – o diferencial da nova re-

volução industrial é a facilidade

de se fazer isso com o suporte de

sistemas inteligentes e interligados.

OMU: Qual é o papel do professor e da universida-

de e instituições diante das atuais demandas e tendências de mobilidade para a capacitação técnica nas escolas de Engenharia? SOWADE: Desafios sempre existiram e sempre dezembro.2016/114


existirão; diversos ciclos de evolução determinam

gramas similares. Temos o objetivo de criar um

mamos Era Industrial 4.0. Existe a necessidade de

Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e

uma era, e a esta última sequência de ciclos cha-

aproximação entre a universidade e a indústria. Os programas de estágio e trainees, mesmo em

programa desse tipo. Iniciamos tratativas com a colocamos o programa nos nossos planos futuros.

grandes empresas, ainda não cobrem a

OMU: Passado o momento de maior

demanda que temos hoje e teremos

turbulência no país, o que a indús-

ainda mais no futuro. “Um país

tria precisa fazer no sentido de se

se faz com homens e livros”, já

adaptar às mudanças estrutu-

Com foco em conectividade, dizia Monteiro Lobato. rais que devem ocorrer daqui veículo autônomo e novos em diante? conceitos de mobilidade, novos OMU: Pensando ainda nas SOWADE: A Indústria preciplayers entram no mercado com novas gerações, pode comensa definir a estratégia de tranmodelos de negócios que vão tar sobre a iniciativa Word in sição para os objetivos que além do desenvolvimento Motion, focada em incentivar esa sociedade espera. Postos de e produção de um tudantes do ensino fundamental e trabalho desaparecerão e novos veículo. serão criados, obviamente com uma

médio a gostarem mais de ciências

exigência intelectual muito maior.

e matemática? Quais os principais desafios e resultados até o momento? SOWADE: A ideia nasceu do desinteresse de

alunos em procurar cursos técnicos e de nível

superior relacionados à engenharia, eletrônica,

Cada setor da indústria deve olhar para o que

está sendo feito no mundo, adaptar e aprimorar este conteúdo para o Brasil.

mecatrônica e outros, interessando-se mais espe-

OMU: O Brasil, que em 2015 foi o oitavo maior fa-

procurados pelo mercado. Criou-se, então, o pro-

no cenário internacional atualmente? Esse ranking

para o lado básico dos fenômenos mecânicos, elé-

SOWADE: Os motivos são inúmeros. Para citar

cificamente por temas mais da “moda” ou mais

bricante de veículos no mundo, ocupa que espaço

grama para motivar estudantes, já na tenra idade,

se deve a quê?

tricos, eletrônicos e do movimento. Assim nasceu

apenas alguns: crise política, infraestrutura abso-

grama “World in Motion“ que visa trazer conhe-

custo Brasil, que se faz presente na burocracia e na

na SAE International, nos Estados Unidos, o procimentos básicos dos fenômenos simples de for-

ma intuitiva, como construir pequenos artefatos com um kit pré-desenhado, que sempre envolve

algum princípio físico. São ministradas aulas sim-

ples (em número de 5 a 10) em que são destacados

lutamente inadequada a um futuro crescimento e o

letargia de processos, tanto administrativos como operacionais. A competitividade para a presença no mercado global está muito comprometida.

OMU: Como avalia essa primeira fase do Inovar-

os fenômenos físicos e/ou elétricos envolvidos,

Auto?

nharia como um todo. São vários níveis de kits. É

energética, de investimentos em P&D e na nacio-

criando assim interesse dos estudantes pela enge-

SOWADE: Avançamos no aumento da eficiência

um programa muito educativo.

nalização de veículos, sistemas, componentes e pe-

Não existe ainda a aplicação do “World in Motion”

no Brasil pela nossa entidade. Esperamos no futuro conseguir patrocinadores para viabilizar prodezembro.2016/114

ças. A instalação de novas plantas no país trouxe desequilíbrio na importação de componentes. Esse

ponto deve ser incluído na construção de um novo o mundo da usinagem

17


entrevista modelo. Os próximos passos a partir do final do

Esforço similar inspirado no exemplo europeu,

são entre a Anfavea e órgãos governamentais. E,

constitui uma das condições necessárias para a

programa, em meados de 2017, estão em discusa meu ver, outros aspectos deveriam ser levados em conta, principalmente ações que garantam a

competitividade da indústria brasileira em âmbito

adaptado às peculiaridades do cenário brasileiro, preservação da competitividade e perpetuação da indústria aeronáutica brasileira.

mundial. Uma política de longo prazo traria mais

OMU: Pode resumir o trabalho da SAE BRASIL e

mento de longo prazo aumentaria a segurança de

desafios, debates e difusão de conhecimento?

confiança à indústria e a possibilidade de planejaretorno sobre o investimento.

OMU: E no setor aeroespacial, quais são os pontos mais importantes

a importância dos congressos para a discussão de

SOWADE: O Congresso e Mostra Internacionais SAE BRASIL de Tecnologia da Mobilidade, que completa em 2016 seus 25 anos de realização, é o maior

evento da mobilidade da Améri-

que auxiliariam a impulsionar ainda mais o setor, global e localmente? SOWADE: No setor aeroespacial, e particularmente

no aeronáutico, o Brasil faz

parte de um grupo seleto de

países que detêm o domínio do

ciclo completo da indústria – da

Produzir para estocar faz parte do passado. Hoje, as empresas produzem o que já venderam e não na esperança de vender. “Gastar” mão de obra e energia para estocar parece pouco inteligente.

concepção do projeto, construção,

teste e validação, à certificação e, final-

ca do Sul, e reúne a cada ano os

ícones da indústria não só do Brasil, mas também especia-

listas internacionais em seus

diversos painéis e fóruns.

Além do Congresso, carro-che-

fe da programação de eventos

técnicos da SAE BRASIL, realiza-

mos simpósios organizados por 10 Se-

ções Regionais estrategicamente localizadas

mente, produção seriada, de aeronaves sofistica-

em polos tecnológicos do Nordeste ao Sul do país.

como produtor de jatos comerciais, sendo o ter-

Educação Continuada focam o desenvolvimen-

das. Ocupamos, hoje, uma posição de destaque ceiro maior do mundo.

Manter-se nessa posição exige enormes investi-

mentos em P&D, com foco em materiais, processos e tecnologias emergentes, abrangendo tanto

o produto como processos de desenvolvimento e manufatura. Nos EUA e principalmente na Eu-

ropa, foram criadas políticas públicas de apoio à indústria, cujo desenvolvimento de plataformas

tecnológicas do futuro constitui uma das mais notáveis. Com generosa participação da União

Europeia, uma cadeia liderada por uma grande fabricante de aeronaves da Europa, fornecedores, institutos de pesquisa e universidades europeias,

dedica-se a pesquisar e desenvolver o avião da década de 2050. 18

o mundo da usinagem

Não menos importantes, nossos programas de to permanente de engenheiros em toda a sua

carreira, como continuidade ao conteúdo uni-

versitário. Os cursos podem ser regulares ou customizados para a demanda das empresas, e ministrados in company.

Não poderia deixar de destacar o Programas Es-

tudantis da SAE, com competições de altíssimo nível técnico, teórico e prático de âmbito interna-

cional nas modalidades AeroDesign (aviões radio controlados), Demoiselle (aviões movidos a elástico, para estudantes do ensino médio), Baja (ve-

ículos off road) e Fórmula (veículos com motores

de combustão interna e elétricos). A partir de 2017, teremos também o Formula Drone SAE (aeronaves com asas rotativas).

dezembro.2016/114


Esses programas objetivam o desenvolvimento das

envolvem desde a concepção do projeto, passando

e também seu espírito empreendedor e o trabalho

tótipos e testes, buscando atender aos princípios de-

habilidades técnicas dos estudantes de engenharia, em equipe. Anualmente, as melhores equipes das competições brasileiras de Baja SAE, Formula SAE

e SAE AeroDesign competem na SAE International, nos Estados Unidos, e frequentemente trazem troféus na bagagem de retorno, motivo de muito orgulho para nós.

OMU: Como são feitas parcerias com universidades e empresas no sentido de viabilizar concursos, congressos etc.? SOWADE: Como mencionado acima, temos programas próprios tais como SAE AeroDesign, Baja

SAE, Fórmula SAE, SAE Demoiselle e, mais recentemente, o Fórmula Drone SAE, nos quais são criadas as bases técnicas regulamentadas e os grupos

de alunos das universidades se inscrevem para concorrer nos respectivos programas. Esses programas

pelo design, escolha de materiais, construção de profinidos nas normas, tais como funcionalidade, peso, transporte de carga, segurança, desempenho, etc.

As universidades apoiam os programas por meio

do estímulo e orientação às equipes de seus alunos. No âmbito nacional de nossos programas estudantis, procuramos permanentemente desenvolver a

aproximação assídua com universidades de todo o país, de forma aberta e participativa.

No passado, criamos um revolucionário mestra-

do profissionalizante stricto sensu em que, com

apoio dos governos federal e estadual, operamos por aproximadamente três anos em parceria com a Unicamp e o ITA, trabalhando como elo entre a In-

dústria e a Universidade na criação de ementas de

grande interesse. Infelizmente o alto custo para as empresas interessadas nos obrigaram a suspender o programa.

Por dentro da SAE A SAE BRASIL comemora 25 anos de existência. Atualmente, tem seis mil associados e mais de mil vo-

luntários. Com sede em São Paulo, marca presença em sete estados brasileiros, por meio de 10 seções regionais. A associação promove anualmente mais de 100 eventos, entre simpósios, fóruns, colóquios,

palestras e congresso, que contam com a presença de 18 mil participantes. Em 2014, 700 engenheiros receberam treinamentos e especializações. No mundo, a SAE International congrega 138 mil enge-

nheiros voltados para os mercados aeroespacial, comerciais, industriais e automobilísticos. Em 1990, o braço social da SAE International, a SAE Foundation, desenvolveu o A World in Motion — um projeto

que tem por objetivo estimular nas crianças a curiosidade e o gosto por Ciências e Matemática. Vol-

tado para a quarta, quinta e sexta séries do Ensino Fundamental, o projeto ainda não existe no Brasil. Para saber sobre a SAE BRASIL, acesse http://portal.saebrasil.org.br

dezembro.2016/114

o mundo da usinagem

19


negócios da indústria 1

Compliance é o

futuro

Empresas em todo o mundo estão enfrentando uma revolução com relação às suas práticas de governança Por Cynthia Catlett

D

esde a década passada,

dades empresariais, aliadas a um

mentos devem constar nos seus

prerrogativa para a maio-

e em constante mudança. Esta-

zão da recente disseminação do

Compliance passou a ser

ria das empresas nacionais e inter-

nacionais. Sinônimo de legitimi-

dade e confiança, a implantação

de processos de conformidade com padrões regulatórios agora é

prioridade entre as empresas do mundo inteiro. Refutando o mé-

ambiente regulatório complicado

mos perto de completar três anos da promulgação da Lei Anticor-

rupção, o que elevou a importân-

cia e acelerou ainda mais a busca por programas e políticas de governança transparentes.

E não se trata mais de questio-

todo paliativo, organizações bra-

nar a necessidade ou não de colo-

portância da proatividade neste

orientação de um sistema de con-

sileiras começam a observar a im-

quesito, principalmente, em razão

das crises e escândalos reverbera-

car as atividades da empresa sob a

troles internos. A decisão de montar uma estrutura de Compliance

programas de Compliance. Em raconceito no Brasil, as diretrizes

são inspiradas, em sua maioria, nas estratégias já consolidadas em outros países. Entretanto, o

mercado interno também se baseia nos exemplos de subsidiárias

de corporações estrangeiras esta-

belecidas no Brasil, além das instituições financeiras nacionais, que são submetidas à fiscalização

de diversos órgãos reguladores e

precisam de controles eficientes

dos pela mídia, envolvendo casos

não é vista somente como um dife-

res companhias do país.

a administração que deseja garan-

uma governança transparente, é

produto, obter vantagem competi-

reconheça que a empresa precisa

de fraude e corrupção nas maioA mudança na mentalidade

corporativa faz parte de um movimento mundial, impulsionado pela exposição da fragilidade

das empresas e pela sua punição

rencial, mas como obrigação para tir a longevidade do seu serviço ou

tiva e oferecer credibilidade aos clientes e parceiros.

Apesar da urgência em se

em razão da falta de supervisões

adotar mecanismos eficientes e

à considerável expansão do esco-

muitas empresas ainda têm dúvi-

adequadas. Isso também se deve

po e da complexidade das ativi20

o mundo da usinagem

procedimentos de integridade,

das sobre quais definições e ele-

para continuar operando.

Para haver a implantação de

preciso que a alta administração de um mecanismo de Compliance sólido. E é nessa hora que as dú-

vidas surgem. Existem diferenças

e elementos que devem ser considerados na aplicação e na formu-

lação de uma área de Compliance e suas diretrizes. E é papel dos dezembro.2016/114


consultores educar o empresaria-

mas impostas pelos reguladores

Como instituir

sente confuso em relação ao as-

ameaça a continuidade de suas

cidos, a ocorrência de falhas

periência nos mostra que a falta

fragilidade dos processos faci-

do brasileiro, que muitas vezes se

sunto. É preciso explicar as ferra-

mentas de controle e as inovações

do setor, ao mesmo tempo em que se esclarece a importância destes sistemas numa linguagem de fá-

cil compreensão, para que sejam aceitas e colocadas em prática. Fronteiras importantes Existem

diferenças

funda-

mentais na aplicação de contro-

les em instituições financeiras

e na indústria. Mas, para compreender isso, também é preciso

representa um grande risco e

atividades. Neste sentido, a ex-

de supervisão fatalmente leva empregados e colaboradores a

não reportar ou não seguir procedimentos — seja pela falta de

conhecimento ou entendimento

das instruções ou até por motivos de transgressão clara —

como situações em que gestores são pressionados a atingir metas e resultados, mesmo que de maneira ilícita.

Com os controles enfraque-

operacionais fica evidente e a lita a ação de fraudadores. Para se proteger, a companhia precisa adotar mecanismos para estar

em Compliance cotidianamente, tais como possuir regras inter-

nas pré-estabelecidas formal-

mente em um manual ou guia de instruções, em que se deve

incluir e destacar o Código de Ética e Conduta da corporação.

Utilizar processos automatiza-

desmitificar as divergências que

existem entre departamentos e

funções de Compliance e auditoria interna. Podemos afirmar de antemão que um não anula o outro,

são complementares. Vamos iniciar a explicação primeiramente

pelo o que é o Compliance e seu conceito.

À medida que uma corpora-

ção começa a se expandir, naturalmente suas operações se tor-

nam mais complexas, fazendo com que a alta administração tenha uma rotina conduzida por colaboradores em regiões di-

versas. Sem o devido controle, empresas cujos processos atra-

vessam uma cadeia ampla, inevitavelmente têm seu espaço à dis-

posição para a ação de pessoas má intencionadas.

Em atividades regulamenta-

das como os bancos, por exemplo, o descumprimento das nordezembro.2016/114

o mundo da usinagem

21


negócios da indústria 1 dos é uma maneira de oficializar

nas leis e normas que possam

ou utilizados corretamente.

de contratos padronizados que

tipo de risco. Também será res-

sistemática e disciplinada, a au-

ou da área, manter colaborado-

da gestão de risco, do controle

a prestação de serviços, por meio permitam o preenchimento ade-

quado das variáveis. Desta forma, quando as condições da prestação do serviço divergem, é gerada automaticamente uma notificação sobre a pendência que deverá ser

esclarecida antes da formalização.

colocar a organização em algum ponsabilidade deste funcionário,

res e parceiros atualizados sobre o tema, para que este não caia no

esquecimento e nem seja negli-

genciado com o passar do tempo.

Por meio de uma abordagem

ditoria interna avalia a eficácia

e dos processos de governança.

Os auditores possuem funções vitais e complementares que auxiliam as organizações a se ade-

quarem às normas e regulamen-

Outra recomendação é implantar

Auditoria necessária

mitindo a análise individual e da

gumas das ferramentas que au-

pliance era inexistente, os audito-

tros estabelecidos, níveis de risco

assegurando a conformidade dos

pel de certa forma, contribuindo

métodos de auto avaliação, per-

equipe com relação aos parâmee eficiência, além do comprometimento com os controles.

Dependendo da necessidade,

designa-se um responsável pela

supervisão geral do Compliance na companhia, a quem caberá a

missão de espalhar as informações e diretrizes definidas pelos

gestores da alta administração,

além de comunicar mudanças

Resumidamente, essas são al-

xiliam o controle de processos, procedimentos internos com os re-

gulamentos externos e internos da empresa. No entanto, somente a

implantação de tantas ferramentas de nada adianta se não forem fis-

calizadas de forma independente.

É neste momento que a auditoria entra em cena com o objetivo de

avaliar se todos os mecanismos do Compliance estão sendo aplicados

tos do seu setor.

Quando, no passado, o Com-

res internos cumpriam esse pa-

para a instalação de controles. Porém, a verdadeira essência do

auditor está na atividade de averiguação e consultoria indepen-

dente e objetiva, com a finalida-

de de trazer valor e melhorar as operações de uma empresa.

Podemos concluir que, en-

quanto o Compliance procura atuar na fase de definições ou

Investimento certo Mesmo diante de um cenário regulatório complexo, diversos estudos comprovam que companhias no

mundo todo enxergam valor no Compliance. O verdadeiro desafio está na dificuldade em se justificar os custos destes controles. Apesar de, obviamente, os custos da não implantação destes mecanismos serem maiores. Basicamente, os gastos com uma política de Compliance podem ser divididos em três

aspectos: custos de manutenção, de não conformidade e de governança. O primeiro se refere aos custos para executar e promover essa política, como gasto de pessoal, treinamento, comunicação interna e

consultoria. Já no segundo, custos de não conformidade, podemos citar penalidades, multas e tributos, custos de remediação, perda da receita, interrupção dos negócios e perda da produtividade, impacto no capital, danos à reputação da empresa, de seus empregados e da marca, despesas com advogados,

custos judiciais e valor/hora da alta administração. Por último, mas não menos importante, os gastos com governança se resumem à manutenção e às despesas da diretoria e dos comitês, custos legais e jurídicos, contratação de auditoria externa e relacionamento com investidores e comunicações.

22

o mundo da usinagem

dezembro.2016/114


estabelecimento de regras, pro-

No entanto, fatos históricos e

cluem a governança corporativa,

o ataque de 11 de setembro e a

nes-Oxley, o Índice de Sustentabi-

cedimentos diários, treinamento

relevantes mundialmente, como

conscientização de todas as par-

sucessão de escândalos financei-

individual e de áreas, além da tes interessadas, acionistas, colaboradores, fornecedores, funcio-

nários, entre outros; a auditoria busca identificar oportunidades

de aperfeiçoamento, tornar os

controles mais eficientes, detectar indícios ou existência de irregularidades na organização, Instituições financeiras e indústria Agora podemos falar sobre

ros em Wall Street, despertaram a necessidade de regulamentações ainda mais assertivas e aplicáveis

sil buscava se alinhar ao mercado internacional em termos de competitividade, o que despertou a

atenção de órgãos reguladores

sobre a necessidade de se equilibrar as regras internas em relação

SOX, ela visa à obrigatoriedade de

mecanismos confiáveis nas empre-

sas e regras a fim de mitigar riscos, ocorrências de fraudes ou corrupção nas organizações.

Pressionadas pela legislação,

necedores, as instituições finanfazer estruturações estratégicas,

tante de suas práticas. Em 1975, por exemplo, foi estabelecido o

Comitê de Supervisão Bancária da Basiléia, que até hoje funcio-

tiva. O Compliance então chegava

num momento conturbado, em que as transformações estavam ocorrendo simultaneamente.

Atualmente, além de ter de

doras e leis internacionais, as no Brasil também precisam se

atentar às regras estabelecidas pelo Banco Central (Bacen) e outras normas, como o Código de Defesa do Consumidor (CDC), por exemplo.

As empresas brasileiras em

na como um fórum mundial para

geral (indústria) que pretendem

to, impondo regras rígidas e fis-

hoje contam com uma estrutura

discussão e cooperação no assuncalizações rigorosas para o setor. dezembro.2016/114

direcionamento e estímulo a uma

conduta empresarial ética e de combate à corrupção, com o in-

tuito de reforçar a confiança dos investidores no âmbito nacional e internacional e trazer benefícios à sociedade brasileira.

Com as recentes crises polí-

cias regulatórias globais e locais

instituições financeiras atuantes

meio de uma supervisão cons-

deve servir como instrumento de

do valor e da reputação corpora-

para assegurar o aprimoramento

norte-americana, o sistema fi-

a normatização do mercado por

de estrutura já existentes — que

ticas e financeiras que afetam o

se adequar às agências regula-

nanceiro já procurava reforçar

surge como mais uma bússola

organizacionais e tecnológicas,

às normas internacionais.

Desde a Grande Depressão

Nesse sentido, a Lei Anticor-

— somada aos demais modelos

ceiras passaram rapidamente a

com a abertura comercial, o Bra-

Act (FCPA), entre outras.

Oxley. Também conhecida como

foi criada, em 2002, a Lei Sarbanes-

e em instituições financeiras. o passado. Na década de 1990,

Act, o Foreign Corrupt Practices

rupção Empresarial do Brasil

além de acionistas, clientes e for-

Para isso, precisamos olhar para

lidade Empresarial, o UK Bribery

internacionalmente. Dessa forma,

algumas diferenças entre a apli-

cação de controles na indústria

o Índice Dow Jones, a Lei Sarba-

adotar programas de Compliance de incentivo estabelecida, que in-

Brasil e o mundo, novas exigêndeverão ser introduzidas com a finalidade de contribuir com

a sustentabilidade empresarial

e a criação de valor no longo

prazo. Programas de Compliance ganham ainda mais impor-

tância, pois continuarão a ser um mecanismo para avaliação e

neutralização dos riscos já exis-

tentes, além de representar uma

ferramenta para análise e entendimento das novas regulamentações que surgirão e precisarão

ser acompanhadas para garantir

às empresas a mitigação de novos riscos.

*Cynthia Catlett é diretora executiva da FTI Consulting, empresa de consultoria empresarial global o mundo da usinagem

23


educação e tecnologia 1

Chave virtual Startup desenvolve aplicativo que confere ao smartphone a capacidade de abrir portas à distância Fontes: Agência Fapesp e Magikey

J

á pensou em como seria se-

paulista Addvance Soluções em

dade Estadual de Campinas (Uni-

quem pode abrir a porta da

que o anfitrião controle o acesso

empreendedores, em 2012 forma-

lizando um simples smartphone?

cias ou escritórios, remotamente,

autorizar a entrada de clientes,

defina o período de autorização.

outros públicos, mesmo à dis-

dividuais e de grupos, gerenciar

um aplicativo? Remotamente,

entre outras possibilidades. Com

por catracas, cancelas, portões e

chave pode ser criada definindo

recepcionista. Graças a um con-

dias e horas.

que ganhou o nome de Magikey,

informais entre os engenheiros

ficção, já é realidade.

Mariano

guro e confortável definir

Informática, o aplicativo permite

sua casa ou de seu escritório uti-

autônomo de pessoas a residên-

Já pensou em como seria poder

de qualquer parte do mundo, e

funcionários,

entre

É possível criar permissões in-

tância, apenas tendo em mãos

acesso a ambientes específicos,

você saberia quem está entrando

apenas um clique, uma nova

portas abertos sem a presença de

restrições de acesso por semanas,

junto de dispositivos e softwares,

A ideia surgiu em conversas

Mariano Cardoso, a Internet das

o que, a primeira vista, parece

de controle e automação Raul

seia o desenvolvimento do Ma-

startup

Andrigueti e Felipe Pirotta ainda

visitantes

Desenvolvido

24

pela

o mundo da usinagem

Cardoso,

Guilherme

durante a graduação na Universi-

camp). Certos de que queriam ser

lizaram a abertura da Addvan-

ce. Inicialmente dedicados a um projeto que os ajudou a entender

o que era fazer negócio, levar um

produto ao mercado, vender e ne-

gociar, os sócios contaram com o apoio do Programa Fapesp Pes-

quisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) para desenvolver o Magikey e testar sua viabilidade técnica e comercial.

Segundo o cofundador Raul

Coisas — conceito no qual se ba-

gikey — é uma área de pesquisa muito promissora e aplicá-la

como mecanismo de identificadezembro.2016/114


ção pessoal representa uma quebra de paradigma.

O Magikey se diferencia dos

demais substitutos de chaves

existentes no mercado nacional

(controles remotos, cartões inteligentes e códigos de barra) porque ele proporciona a intera-

ção de pessoas com coisas (portas/cancelas/catracas)

usando

o smartphone e possibilita a co-

municação entre usuários. “O

sistema tem três componentes principais: os smartphones em

que são instalados o Magikey, os dispositivos nas portas e um sof-

Os sócios do Magikey: Raul Mariano Cardoso,

tware na nuvem responsável pela

Guilherme Andrigueti e Felipe Pirotta

O aplicativo se comunica, então,

trazem benefícios interessantes

aos pacientes, rastreamento dos

identidade das pessoas”, explica

to de produtividade e redução

processo de identificação interno.

inteligência e dados do sistema. com a porta e faz a validação da Cardoso. Segundo ele, no exte-

rior há tecnologias similares com estágio de desenvolvimento parecido ao do Magikey. Aplicações A chave virtual pode ser uti-

lizada em situações diversas. Algumas, como as listadas abaixo,

que incluem segurança, aumende custos.

• Escritórios e coworkings

Controle de entrada e saída do

espaço, gestão de horas de uso, controle de salas de reunião e fa-

cilidade na gestão dos visitantes, inclusive em eventos.

• Clínicas / Healthcare

Recepcionista virtual e orientação

acessos e simplificação de todo • Condomínios

Recepção facilitada de visitantes,

cadastro seguro de moradores e prestadores de serviço, sistema

de acompanhamento de acesso em tempo real.

• Hotelaria e aluguel de temporada

Sistema de recepção com en-

vio de chaves em um clique,

A chave inicial A Addvance não desmerece o sucesso das chaves e fechaduras convencionais, tecnologia com mais de 4 mil anos de idade que em 2016 ainda é a mais utilizada para controlar acesso a ambientes. O

sistema “chave e fechadura” foi utilizado por egípcios antigos e patenteado por Linus Yale em 1841. Mesmo a versão “moderna” das chaves tem mais de 150 anos no mercado. Desde então, surgiram outras tecnologias de acesso, como o controle remoto de portões, em 1970, que usa radiofrequência, e

os códigos de barra. Para a Addvance, as chaves virtuais são o próximo passo. A empresa defende que

as pessoas não precisam mais de chaves, elas querem selecionar de forma segura quem pode entrar nos ambientes restritos.

dezembro.2016/114

o mundo da usinagem

25


educação e tecnologia 1 orientação no aplicativo, check-in e check-out automático.

Primeiras experiências Atualmente o Magikey é uti-

lizado por nove “adotantes ini-

ciais” de Campinas, São Paulo e São José dos Campos, entre eles três coworkings, cinco escritórios

e uma clínica médica. O desenvolvimento do Magikey é guiado

pela necessidade desses clientes

e pelo plano de pesquisa pro-

posto à Fapesp. “Essas parcerias

totalmente desfavorável. “A Fa-

dezenas de vezes, o desafio e o

contramão do ambiente desfavo-

motivadores: “Poder gerar uma

pesp foi o agente que esteve na

rável, oferecendo-nos grande suporte financeiro e de formação,

embora ainda com processos um pouco demorados e burocráticos”, analisa.

Cardoso diz que, apesar de

já terem pensado em desistir

Para que o smartphone

ção, além de entender o merca-

abrir e fechar, a star-

do”, explica.

A estimativa da Addvance é

instalar o Magikey em 60 novos clientes até fevereiro de 2017.

Desde outubro, a empresa iniciou um processo de pre-order (vender

para entregar futuramente), com a entrega dos dispositivos prevista para o início de 2017.

Para provar aos clientes o va-

lor desse serviço, a empresa está montando cases bem elaborados, com métricas objetivas, que ajudarão a demonstrar suas vanta-

gens. “Temos visto que, quando as pessoas experimentam e se

acostumam, percebem que a dinâmica é bem mais natural e simples”, conta Cardoso.

O desafio maior, segundo ele,

é a construção de um negócio inovador, que trabalha com tecnologias disruptivas (que que-

bram antigos paradigmas), estando no Brasil, em um ambiente 26

o mundo da usinagem

solução brasileira nesse segmen-

to nos deu um sentimento de ‘fa-

zer a diferença’ para o Brasil”. Ele informa que também pretendem

ampliar a utilização dos recursos

de smartphones no oferecimento de serviços.

Como funciona

nos ajudam a testar o produto, a acompanhar métricas de utiliza-

aprendizado são os seus maiores

tenha a capacidade de tup Addvance desenvolveu um aplicati-

vo (disponível para Android e iOS) que utiliza duas tecnologias conhecidas: Near Field

Communication

(NFC), tecnologia que

permite a troca de informações sem fio e de forma segura entre

dispositivos compatíveis que estejam próximos um do outro. E o Bluetooth, que opera por ondas de rádio. A tecnologia permite que se faça a validação entre o celular e um tablet. Isso possibi-

lita, por exemplo, que um segurança possa avaliar a credencial

em questão ao entrar em um evento. Por meio de notificações de

push, enviadas do aplicativo para o celular, o anfitrião pode ainda se comunicar diretamente com o visitante, solicitando, por exemplo, que aguarde ou se dirija a outro ambiente. O sistema desen-

volvido utiliza basicamente com três elementos: os smartphones ,

os dispositivos nas portas e um software que contem um banco de dados e fica na nuvem. Os dispositivos embarcados se conectam

a esse aplicativo centralizado na nuvem e a interface dos usuários com o sistema é realizada por meio de dispositivos inteligentes.

dezembro.2016/114


conhecendo um pouco mais 1

Robô vendedor Tecnologia criada por startups brasileiras orientou compra e venda de veículos na Black Friday Por Leda Sangiorgio

A

Black Friday brasileira

desse ano contou com um

reforço de vendas inédito:

o primeiro robô que vende carros

pela internet no país. O mais novo lançamento da startup brasileira

AutoAvaliar é uma plataforma de

comercialização de veículos seminovos e usados no Brasil. Durante a mega liquidação, a tecnologia

Nessa edição da Black Friday,

de inteligência artificial atuou por

o robô ofertou de forma perso-

funciona como uma consultora de

sociais como o Facebook Messen-

meio do avatar Diana Deeler, que compra e venda de automóveis.

A “personagem”, que já é co-

nhecida no mercado automotivo para transações entre concessionárias e lojistas multimarcas,

acaba de ser atualizada com um sistema de inteligência artificial

desenvolvido pela startup brasi-

leira Smarters, especializada em desenvolvimento de programas

nalizada aos lojistas, via redes ger ou aplicativos no celular, os seminovos e usados disponíveis nas concessionárias para comer-

do Grupo MegaDealer, com mais

varejistas na internet e nas redes

mercado automotivo internacio-

medir o perfil de interesse dos sociais, e fazer ofertas direcio-

“Trata-se, na verdade, de

veículos de uma forma simples e

com alto potencial de negócios.

leiro, já que o nosso robô faz

atualmente em cerca de 1,3 mil concessionárias de veículos e 20

mil revendedores multimarcas no país.

dezembro.2016/114

nal. Constitui-se numa platafor-

ma do setor B2B que integra con-

-se o canal comercial da AutoA-

de vendas e estoque utilizada

de 20 anos de experiência no

nadas e exclusivas dos veículos

uma das maiores inovações para

valiar na plataforma de gestão

A AutoAvaliar é uma empresa

cialização. O sistema é capaz de

automatizados.

Assim, Diana Deeler torna-

Quem é a AutoAvaliar

o mercado automotivo brasitodo o trabalho de captação de veículos com alto potencial de

comercialização para os lojistas multimarcas no Brasil”, afirma Daniel Nino, sócio-diretor da AutoAvaliar.

cessionárias e revendedores de rentável, oferecendo um sistema

completo de gestão de estoque

de seminovos. A plataforma Web da AutoAvaliar automatiza e digitaliza o processo de venda do repasse, trazendo uma melhor gestão, transparência, segurança e rentabilidade.

(www.autoavaliar.com.br) o mundo da usinagem

27


educação e tecnologia 2

Torradeira

inteligente A Trumpf incentiva estudantes a vivenciar as novas tecnologias no chão de fábrica Por Equipe Trumpf

U

ma torradeira laser para

cher desenvolveram uma torra-

uma equipe de estudan-

uma torradeira a laser capaz de

o café da manhã? É o que

tes do centro de educação profis-

sional de uma escola alemã está pesquisando, com o apoio da

Trumpf, que fornece soluções de fabricação nas áreas de máquinas-ferramenta, lasers e eletrôni-

ca. A oficina de treinamento da

empresa, em Ditzingen, é conhecida por seus métodos de aprendizagem inovadores.

deira a laser. A ideia é construir trazer qualquer informação exis-

tente no pão, no café da manhã. Na pesquisa, eles estão usando o

logotipo de uma associação de fu-

tebol. As informações são fornecidas no tablet por meio de aplicativo, e podem ser disponibilizadas

junto com informações sobre o tempo ou ícones engraçados.

Os lasers foram comprados

Em meados de julho acon-

pelos estudantes pela internet.

incomum. Uma equipe de estu-

ram na Trumpf, eles pesquisa-

teceu novamente uma semana dantes do Centro de Educação Profissional de Leonberg, próxi-

mo de Sttutgart, esteve na Trum-

pf para continuar as pesquisas de seu projeto no ambiente de uma empresa de alta tecnologia.

Participantes de um programa

de incentivo à inovação, chama-

do Jovens Investigadores, Samuel Short, Philipp Ruta e Fabian Ba28

o mundo da usinagem

Durante a semana em que fica-

ram modos de garantir que o

laser, com as devidas precauções de segurança, funcionasse na torradeira. Para construir a cai-

xa externa do aparelho, feita de componentes de chapa metálica,

eles usaram máquinas de corte e dobra da Trumpf. Nessa pesqui-

sa, os alunos foram orientados pelo professor Dominique Haas,

dezembro.2016/114


TRUMPF GmbH + Co. KG

que, assim como eles, investiu muito tempo no projeto — especialmente fora da sala de aula.

“É mais do que agradável

ver esses professores dedicados sendo seguidos por jovens curio-

sos e ativos. Quando vejo a alegria com que esta equipe faz os

ajustes na pesquisa, eu fico um pouco menos preocupada com o nosso futuro. Portanto, apoiamos este projeto que amamos e

abrimos nossas portas para esta semana de trabalho”, disse Nicola Leibinger-Kammüller, CEO do

Grupo TRUMPF, manifestando o compromisso da empresa.

Com este projeto, Samuel,

Philip e Fabian estão participan-

do do concurso nacional alemão “Jovens Cientistas”, que avalia

conhecimentos de matemática e

ciência da computação, inspiran-

A torrada acima é fruto da pesquisa feita por alunos do programa Jovens Investigadores

do os estudantes para a ciência e

a programação. E prepara para os

camada, com pó metálico, usan-

tão na competição regional, que

como poucas outras atividades.

gia tem o potencial de substituir

a tecnologia. Atualmente, eles es-

será decidida em fevereiro de

desafios do mundo do trabalho

2017. Se vencerem, irão disputar

A filosofia Trumpf

Baden-Württemberg.

gia e presente no Brasil há 35 anos

gundo eles, vem do hardware:

menta, a Trumpf está despontan-

com um grupo de inventores em O maior desafio até agora, se-

“Se nós conseguirmos superar os problemas de hardware, o projeto vai para a programação do

laser. Isto é muito emocionante”, disse Samuel Short.

O projeto prova que o desen-

volvimento do produto tem mui-

tas facetas, desde a concepção de componentes de metal sobre os

acessos elétricos e eletrônicos até dezembro.2016/114

Líder mundial em alta tecnolo-

no segmento de máquinas-ferrado com destaque na indústria 4.0

(ou indústria inteligente), conceito

levado a sério e incentivado pela indústria alemã e europeia em ge-

ral. A empresa estabeleceu uma base ampla no campo da manufa-

tura aditiva, que permite construir

qualquer componente a partir de um programa de desenho em 3D. As peças são criadas, camada a

do a potência do laser. A tecnoloparcialmente os métodos tradi-

cionais, como a usinagem ou a fundição. Na Feira Internacional

de Máquinas e Equipamentos

(Feimec 2016), a Trumpf expôs um conjunto de esculturas de aço

cortadas a laser que reproduziram

12 esportes olímpicos, entre eles, ginástica, natação, basquete, vôlei, tênis, remo, judô e atletismo.

A perfeição das imagens e a quali-

dade de acabamento das escultu-

ras foram maneira escolhida pela Trumpf de demonstrar artisticamente a excelência da tecnologia de suas máquinas.

o mundo da usinagem

29


negócios da indústria 2

Diálogo

afinado

Chineses estão chegando para trabalhar com brasileiros em times multiculturais Por Hsieh Ling Wang*

É

cada vez maior o número de executivos e profissio-

nais chineses que chegam

ao Brasil para trabalhar, ao lado

dos brasileiros, em empresas de

transportes, equipamentos, ener-

gia, mineração, eletroeletrônico, telecomunicações. Eles vêm para

fundar ou administrar empresas chinesas, que obedecem à lógica de internacionalização do país

asiático na busca por insumos, como petróleo, minérios e alimentos, e acesso a mercados.

O aumento nas relações co-

A maioria dos chineses chega

de times multinacionais, capaz

cional, mas isso não significa que

negócio. Sendo assim, para que

merciais entre Brasil e China im-

ao Brasil com experiência interna-

de incrementar esse relaciona-

não enfrentarão dificuldades rela-

põe às empresas a necessidade mento — não só a partir da compreensão das melhores práticas

cionadas às diferenças culturais.

Mais do que estranhamento,

comerciais, mas, sobretudo, da

essas diferenças — que abarcam

diferentes culturas na maneira de

bitos e costumes — podem gerar

avaliação precisa dos efeitos das fazer negócio. 30

o mundo da usinagem

valores, mitos, tabus, crenças, há-

um desconforto na convivência

de comprometer o sucesso do chineses e brasileiros possam conviver e trabalhar confortavel-

mente, é fundamental que ambos tenham conhecimento da cultura do outro e estejam dispostos

a aprender e desenvolver novas competências interculturais.

dezembro.2016/114


Nesse processo, os líderes são

fundamentais. A eles, cabe a ta-

o próximo item. •

Comunicação

indireta

refa de engajar cada membro da

versus Comunicação direta –

tências habituais e o perfil inter-

Nenhuma das duas culturas

em critérios que nem sempre parecem lógicos.

• Multi-focused versus Sin-

“Como eu me comunico?”

gle focused time – “Qual a mi-

cultural de cada um, no trabalho

gosta de se expressar aberta-

tempo?”

impera o respeito mútuo. Ao pro-

mar posição clara, do tipo “doa

turas podem ser consideradas

de maneira sutil e por códigos.

rias coisas ao mesmo tempo. Mas

equipe, considerando as compe-

integrado e harmonioso, no qual fissional, por sua vez, cabe exercitar a capacidade de manter a mente aberta para as diferenças.

Apesar das diferenças cultu-

rais, muitos pontos em comum são observados entre os times

mente (“bater de frente”) ou to-

a quem doer”. Criticar, só se for Manter a harmonia e resguardar

a face é essencial para brasileiros e chineses.

• Perfil Analítico versus

sino-brasileiros, como mostram

Pragmático – “Como eu resolvo

ser analisados por cada um dos

Chineses e brasileiros tendem

os aspectos abaixo, que devem

problemas?”

gestores em seu dia a dia:

a ser pragmáticos para tomar

“Prefiro estruturas hierárquicas

diferentemente do que acontece

• Percepção de hierarquia –

ou não-hierárquicas?”

As duas culturas têm alta per-

cepção de hierarquia. Para elas, as diferenças de status são aceitas

como normas, especialmente por aqueles em posição inferior. •

Relacionamento

decisões e resolver problemas, naquelas culturas em que a análise do problema e da estratégia tomam mais energia e tempo.

• Reação à Incerteza – “Como

eu reajo a mudanças e risco?”

Com diferença pequena, as

versus

duas culturas têm boa tolerância

é mais importante para mim: o

abertas a novas maneiras de fa-

Orientação para tarefa – “O que relacionamento ou a tarefa?”

Em negócios, o que é mais

relevante: concentrar-se na ta-

refa a ser realizada e resolver o problema de maneira eficiente e

a riscos e ao desconhecido. São

zer e não percebem as rupturas na rotina como ameaças, tendendo a tratar mudanças como oportunidades de melhoria.

• Perfil Racional versus In-

imediata? Ou criar e manter um

tuitivo – “Minhas decisões são

so no qual o bom relacionamento

As duas culturas são mais

ambiente de trabalho harmonio-

intuitivas, apoiam-se mais em

rem preservar o relacionamento

cisões. Isso não significa que ig-

e manter o ambiente agradável.

Este aspecto tem tudo a ver com dezembro.2016/114

Nesta dimensão, as duas cul-

multi-focused, ou seja, fazem vá-

os brasileiros são significativamente mais “multitarefas”.

Nessas dimensões, que con-

tam na hora de fazer negócio, as duas culturas têm muitas seme-

lhanças. Mas há uma diferença fundamental, que pode estar na origem da ascensão da econo-

mia chinesa: enriquecer e ser o melhor são as grandes motiva-

ções dos chineses. Esta postura, no entender deles, nada tem de condenável. Todo chinês sabe:

“Enriquecer é glorioso” – frase atribuída a Deng Xiao Ping, por

ocasião da abertura de mercado

da China e da criação das Zonas de Desenvolvimento Especiais, na década de 1970. No caso da

China, isso está associado à educação, meritocracia, planejamento, pressa, trabalho duro e governo competente.

lógicas ou intuitivas?”

entre os indivíduos é valorizado? Brasileiros e chineses prefe-

nha atitude em relação ao uso do

instinto e feeling para tomar de-

norem fatos e dados sólidos, mas muitas vezes decidem com base

*Hsieh Ling Wang é farmacêutica, com mestrado em bioquímica, e administradora. É sócia da W!N Education, Business Support. o mundo da usinagem

31


conhecendo um pouco mais 2

Autonomia, segurança e conforto A Volvo Cars vai abrir o ano novo mostrando na prática que o futuro guiado pela inovação é agora Por Rodrigo Tramontina

F

abricar carros que corres-

o sistema anterior era limitado a

do deslocamento do veículo, por

sumo mais exigentes é meta

Assist passa a atuar não somente

abertas em rodovias.

pondam aos sonhos de con-

da indústria automotiva. Cada

vez mais o consumidor espera que as marcas superem desafios e

lancem veículos mais conectados, confortáveis, seguros, leves, bonitos, autônomos. O XC90, da Vol-

vo Cars, é o único SUV vendido no Brasil equipado com auxílio à

condução, que conta com sensores e câmeras que monitoram as

faixas das vias e um sistema que comanda a aceleração, a frenagem e a movimentação do volante em

velocidades de até 130 km/h. Na prática, isso permite ao veículo

rodar, por alguns segundos, sem

50 km/h, a nova geração do Pilot em situações de tráfego intenso

um veículo à frente como refe-

na condução do veículo em ro-

faz uso das funcionalidades do

bém oferece conforto e segurança dovias. Em qualquer uma dessas condições, são vários os benefícios do equipamento, que auxilia

o motorista a manter a velocidade programada, interagindo conti-

32

o mundo da usinagem

(ACC) para controlar a distância

do carro adiante ou a velocidade configurada.

O motorista deve estar sempre

veículo na faixa. Assim, o esforço

o sistema funcionando. O condu-

ração e o freio para centralizar o

do motorista em deslocamentos

longos também pode ser minimizado pelo uso dessa tecnologia.

O Pilot Assist pode ser ativa-

mento depende de faixas bem

que chegou à linha 2017. Como

Controle de Cruzeiro Adaptativo

no controle do automóvel, com

Entre os recursos tecnológicos

Pilot Assist de segunda geração,

rência, o assistente de direção

nuamente com a direção, a acele-

do a qualquer momento pelo

apresentados ao mercado está o

Apesar de não necessitar de

nas grandes cidades, mas tam-

interferência do motorista nos pedais ou na direção.

exemplo, ao contornar curvas

motorista e seu pleno funcionademarcadas na superfície da pista. Quando possível, o assistente

de direção auxilia na correção

as mãos no volante, para manter tor tem ainda a possibilidade de

intervir no Pilot Assist via acelerador, freio e volante, de acordo

com sua vontade. Caso ele queira mudar de faixa, a seta indicadora

aborta temporariamente o assistente de direção. O acionamento do Pilot Assist é feito de forma in-

tuitiva, por meio de um botão à esquerda no volante.

dezembro.2016/114


Fotos Divulgação

Acabamento sofisticado soma-se à alta tecnologia e conectividade

Tecnologia ilimitada A tradição da Volvo e a pre-

ocupação com a segurança traz

cansados, por meio de um sinal visual e sonoro.

O XC90 é o primeiro carro no

para o XC90 a mais completa tec-

mundo com tecnologia que acio-

dos os equipamentos são de série

caso o motorista tente virar à

nologia para evitar acidentes. To-

no SUV de luxo, como o Sistema de Alerta de Mudança de Faixa,

que aplica força no volante se o carro está saindo da faixa inten-

cionalmente, enquanto o Sistema de Alerta ao Motorista detecta e

avisa motoristas desatentos ou dezembro.2016/114

automaticamente, tanto para evi-

tar a colisão como para reduzir as consequências do acidente.

Na estrada, sair da pista pode

na automaticamente os freios,

provocar um acidente, por dife-

frente de outro carro que venha

motorista, fadiga ou más condi-

em sentido contrário. É uma si-

tuação comum em cruzamentos nas cidades, bem como em estradas, nas quais os limites de velo-

cidade são maiores. O SUV detecta um potencial choque e freia

rentes causas, como distração do

ções do clima. O sistema de pro-

teção em saída de estrada registra situações como essas e aciona

os outros sistemas de prevenção de impactos aos ocupantes, como tensionar os cintos de segurança o mundo da usinagem

33


conhecendo um pouco mais 2

Inovação premiada A Volvo Cars tem motivos para comemorar. O

“A partir desse resultado, os produtos da Vol-

utilitário esporte de luxo XC90, da Volvo, venceu

vo – e o maior exemplo é justamente o XC60, o

2017”, do Jornal do Carro, de O Estado de São

mais um forte argumento de venda, que agora se

a categoria Inovação do prêmio “Os Melhores

Paulo. O modelo saiu na frente dos concorrentes

por ser o mais inovador e seguro já produzido pela Volvo em sua história.

Além do prêmio de inovação, a fabricante sue-

ca também ficou com o primeiro lugar na catego-

veículo mais vendido da marca no país – ganham somam à segurança, à inovação e à confiabilida-

de, atributos que sempre acompanharam o nome da companhia”, afirma o diretor de Marketing, Leandro Teixeira.

Foram considerados os preços praticados no

ria SUV Médio com o XC60 no Selo Maior Valor

mercado de carros zero em agosto de 2015, e não

cia AutoInforme.

versidades ocorridas no mercado na época da

de Revenda – Autos 2016, organizado pela AgênFeito com base na cotação da Molicar, o es-

tudo de depreciação de veículos automotores é

o indicador que aponta os modelos que menos desvalorizaram após um ano de uso. Esse reconhecimento é particularmente importante para

a marca, porque ajuda a desmistificar a ideia de que veículos importados perdem mais valor do que os carros produzidos no Brasil.

os preços de tabela. O estudo considera as dicotação — disponibilidade do produto, bônus

concedidos pelas fábricas e repassados ao consumidor, entre outros fatores — eliminando even-

tuais distorções de preços provocadas por essas

ações. Os carros que tiveram modificações consi-

deráveis nos últimos doze meses foram eliminados, para que a comparação não comprometesse o resultado do estudo.

para manter as pessoas na posi-

são noturna e auxilia o motorista

concentrados na tela central de 9

Um dos principais elementos

com outro veículo, pedestre ou

permite ao motorista e passagei-

ção mais protegida.

de prevenção e redução dos impactos aos ocupantes é o design dos bancos do XC90, que inaugurou a nova geração do inovador

Sistema de Proteção contra Le-

sões na Coluna Cervical (WHIPS) com dispositivo pré-batida, que previne ferimentos no pescoço.

O XC90 dispõe também da úl-

no caso de alto risco de colisão ciclista, com uma estratégia de

alerta e de ajuda na frenagem. O modelo conta ainda com o Volvo On Call, um serviço de seguran-

ça, proteção e conveniência que oferece assistência 24h, auxílio

de emergência e localização, em caso de roubo ou furto.

tima geração do controle eletrô-

Futuro sofisticado

Safety, que agrupa todos os siste-

em duas versões de acabamen-

Volvo Cars. Esse recurso tem vi-

ambas, os itens de conforto estão

nico anti-capotamento e do City mas de frenagem automática da

34

o mundo da usinagem

O XC90 é vendido no Brasil

to, Momentum e Inscription. Em

polegadas sensível ao toque, que

ro controlarem o sistema de som premium, o Sensus Navigation

Pro e o ar-condicionado digital

com quatro zonas individuais de refrigeração.

Os bancos dianteiros trazem

regulagens elétricas de posição, de ajuste lombar e de apoio das pernas, aquecimento e memória,

enquanto os assentos traseiros contam com booster integrado,

para crianças. A terceira fileira com bancos individuais é de série em todas as versões.

dezembro.2016/114


Assistente de estacionamento,

versão topo de gama demons-

ção, a altura mais adequada de

mente em vagas perpendiculares

do SUV da Volvo: o sistema de

A altura da carroceria também

que manobra o carro automatica-

e paralelas, sistema de monito-

ramento de pressão dos pneus,

painel de instrumentos de 12,3 polegadas, faróis principais e de neblina com iluminação 100% em LED estão igualmente presentes.

O motorista também pode

escolher seu modo de condução entre Confort, Eco, Dynamic e

Off Road, por meio de um seletor no console central. Cada um de-

les oferece um ajuste específico para motor, transmissão, direção, economia de combustível e até mesmo o layout do painel.

Dois itens de diferenciação da

tram o nível de modernidade áudio, um dos melhores já desenvolvidos para um automó-

vel, em parceria com a Bowers & Wilkins. São 1.400 watts, 19

rodagem, de acordo com o piso.

pode ser ajustada para funções

específicas, como a de carga do porta-malas.

Outro item exclusivo é o Head

alto-falantes, incluindo um dos

Up Display, que projeta as prin-

lated instalados em um carro, e

frente do motorista, além do teto

primeiros subwoofers air-venti-

um software de processamento de áudio de última geração que

simula, dentre outros ambientes,

a sala de concerto da Orquestra Filarmônica

de

Gotemburgo.

Essa configuração traz, ainda, o

sistema de suspensão por bolsas de ar. Isso habilita o motorista a ajustar, nos modos de condu-

cipais informações do painel à solar panorâmico. O XC90 Inscription adiciona ao já completo

pacote de segurança os alertas de tráfego lateral e de colisão trasei-

ra, além do BLIS – alerta de pon-

to cego – e o inovador sistema de Visão 360º, que projeta na tela central uma visão aérea completa ao redor do veículo.

O Pilot Assist garante segurança e conforto ao motorista e passageiros dezembro.2016/114

o mundo da usinagem

35


nossa parcela de responsabilidade

De braços abertos Por Sean Holt Traduzido e editado por Vera Natale, editora OMU

P

resenciamos algumas mu-

nas-ferramenta e serão capazes

ra em uma matriz de fundição

no cenário metalmecânico

tência e a temperatura do motor.

rar a qualidade da peça é outro

danças bem significativas

nesses últimos 20 anos. As máquinas-ferramenta se tornaram

mais rápidas e muito mais complexas. Programas CAM e outros softwares ampliaram enormemen-

te suas capacidades. As soluções de usinagem e de ferramentas de

corte vêm acompanhando o ritmo contínuo das demandas por

usinagem de alto desempenho,

redução dos custos das peças e, ao mesmo tempo, maior vida útil

da ferramenta e, não menos importante, a melhora dos processos para a indústria da manufatura

de monitorar o consumo de po-

Os dados também virão do con-

trole da máquina, que poderá facilmente proporcionar informa-

ções sobre como a operação está funcionando, quantas peças foram concluídas, e qual operador (ou qual robô) está atualmente

lidando com a máquina. E ainda

de câmeras, paquímetros digitais

e máquinas de medição digital

letar, gerenciar e utilizar dados para otimizar os processos da fábrica e ainda com a promessa de mudar o mundo.

Esses dados virão de sensores

incorporados em nossas máqui36

o mundo da usinagem

conectar sistemas, e apresentar os gigabytes da informação coleta-

Obviamente, os dados por si

plo, sistemas que monitoram as

você quiser dar —, reside em co-

A Indústria 4.0 promete inter-

gentes prometem medir tudo.

ou da Indústria 4.0, IIoT (Indus-

fatura digital — ou o nome que

dos dados do chão de fábrica.

não pode medir algo, você não

só não significam nada. É o que se

das Coisas Industrial), manu-

níveis de produção, pela análise

O consultor de gestão Peter

plamente definido por dados. O

trial Internet of Things – Internet

ou aumentar a visibilidade dos

ções e forças de corte.

pode melhorá-lo”. Fábricas inteli-

novo paradigma da manufatura,

prever a quebra da ferramenta,

rados que irão rastrear as vibra-

ainda está por vir. Hoje, enfren-

tura completamente novo, am-

Da mesma maneira, é possível

corte, com dispositivos incorpo-

Drucker já disse uma vez: “se você

tamos um cenário da manufa-

benefício potencial do Big Data.

e até mesmo de ferramentas de

ao redor do mundo.

No entanto, a maior mudança

e usar esses dados para melho-

faz com eles que conta. Por exemvibrações durante as operações de usinagem prometem aumentar muito a taxa de sucesso da

usinagem sem monitoramento, o ajuste automático dos parâmetros de corte para compensação do desgaste da ferramenta e a

obtenção do acabamento superficial desejado. Coletar tendências

sobre o aumento da temperatuoutubro.2016/113


para o digital da em um formato relevante, ou

E as ferramentas de nosso ne-

cresceram nessa era de videoga-

tornos, equipamentos de metro-

permitir que usem a criatividade

seja, que nós humanos possamos

gócio — centros de usinagem e

putadores baseados em sistemas

logia como apalpadores de ins-

usar para tomar decisões. Comem nuvem irão alojar quantida-

des massivas de informação que podem ser seguramente compar-

tilhadas em networks globais. Softwares baseados em nuvem

irão facilitar a troca de ideias e colaboração em projetos por parte dos usuários.

peção e calibradores, pré-setters,

robôs e sistemas de manuseio automático — estarão cada vez

mais interconectadas via interfaces comuns, e aumentando enor-

mes e smartphones, e também

deles. E os gestores, por sua vez, devem aprender a capitalizar em

cima das informações disponibilizadas por todo esse mágico aparato digital.

É um momento entusiasman-

memente a eficiência das opera-

te. E posso dizer que estou con-

manufatura inteligente.

compartilhado conhecimento e

ções fabris. Essa é a essência da E isso vai demandar traba-

lho em equipe. Fornecedores de ferramentas de corte, fabricantes de máquinas, fabricantes de

softwares CAM, especialistas em tecnologia, e fábricas de todos

tente em fazer parte dele e de ter opiniões com colegas e pares na indústria ao longo dessas duas

últimas décadas. Podemos es-

perar uma jornada emocionante para os próximos anos.

os portes deverão unir forças e compartilhar informações de

maneira cooperativa. Afortuna-

damente, as empresas parecem

estar fazendo o que é necessário.

Acervo Sandvik Coromant

A Sandvik Coromant já tem tra-

balhado em parceria com renomados líderes da indústria a fa-

vor dessa tendência digital. Não estamos sozinhos.

Aliás, essa tendência digital

irá requerer uma mente aberta.

Maneiras antigas de pensar devem ser abdicadas em prol da

vontade de abraçar novas ideias e novas tecnologias. Devemos

“alimentar”, ensinar e direcionar para a indústria os jovens que outubro.2016/113

Sean Holt é Presidente da Sandvik Coromant, região Américas o mundo da usinagem

37


114 Anunciantes nesta edição EXPOMAFE 2017 pág. 39

Sandvik Coromant pág. 40

Hanna Tools pág. 11

Movimento - Cursos Durante todo o ano, a Sandvik Coromant oferece cursos específicos para os profissionais do mundo da usinagem. Acesse www.sandvik.coromant.com/br, na barra principal, clique em ‘treinamento’ e confira o Programa de Treinamento 2016.

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Frank Sowade: saebrasil@saebrasil.org.br

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educação e tecnologia 2 Trumpf: (11) 4133-3490

negócios da indústria 2

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