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88 Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISS nº 1518-6091 RGBN 217-147

Do B2B ao C2G, entenda o novo vocabulário corporativo Programe sua Agenda no 2º semestre: Aprimoramento contínuo marca eventos do setor metalmecânico

MAUSA investe pesado:

1ª empresa na América do Sul fabricante de mandriladoras de grande porte


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Índice

edição 88

08/2012

12 Produtividade

Invomilling Crédito: AB Sandvik Coromant

Acompanhe a Revista O Mundo da Usinagem digital em:www.omundodausinagem.com.br Contato da Revista OMU Você pode enviar suas sugestões de reportagens, críticas, reclamações ou dúvidas para o e-mail da revista O Mundo da Usinagem: faleconosco@omundodausinagem.com.br ou ligue para: 0800 777 7500 agosto.2012/88

4  Soluções de Usinagem

18  Negócios da Indústria I

24  Educação e Tecnologia I

32  Conhecendo um Pouco Mais

04  Soluções de Usinagem Mausa: empreendedorismo à toda prova 12  Produtividade Qualidade no chão de fábrica 18  Negócios da Indústria I Business to ... 24  Educação e Tecnologia I Mantenha-se atualizado 27  Negócios da Indústria II Okuma investe em novas instalações 28  Educação e Tecnologia II Usinagem na Academia 30  Negócios da Indústria III Mazak lança pedra fundamental em Vinhedo 32  Conhecendo um Pouco Mais Reciclagem de pneus 36  Nossa Parcela de Responsabilidade Produção Mais Limpa (P + L) 38  Anunciantes / Distribuidores / Fale com Eles EXPEDIENTE

O MUNDO DA USINAGEM é uma publicação da Sandvik Coromant do Brasil, com circulação de seis edições ao ano e distribuição gratuita para 15.000 leitores qualificados. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP Editor-chefe: Fernando Oliveira  Co-editora: Vera Natale  Coordenação editorial, redação, produção gráfica e revisão: Ação e Contexto (Fernando Sacco, Gustavo R. Sanchez, João M. S. B. Meneses, Renato Neves, Thais Kuperman, Vivian Camargo) Jornalista responsável: Fernando Sacco - MTB 49007/SP  Projeto gráfico: Renato Neves  Impressão: Ipsis Gráfica e Editora

o mundo da usinagem

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soluções de usinagem

Mausa: empreendedorismo à toda prova

Investimento em infraestrutura e parceria com a Colgar possibilitam a produção de mandriladoras de grande porte para a América do Sul 4

o mundo da usinagem

agosto.2012/88


E

m 2007, em plena crise finan-

usinagem mais ampla”, destaca Bru-

ceira mundial, a Mausa, fabri-

no Vinícius Araújo Pinto, coordena-

cante de bens de capital volta-

dor da área de programação CNC e

dos principalmente para a indústria

usinagem da Mausa, reforçando que

sucroalcooleira, contradisse a lógica

a empresa segue um plano forte de

do mercado e reforçou seus planos

investimento anual e pretende, com

de investimento.

os investimentos, aumentar a produ-

Quando a grande maioria das empresas congelou novos aportes à

Além disso, foram investidos

espera de mudanças no mercado, a

mais R$ 30 milhões em equipamen-

empresa de Piracicaba deu início à

tos e a chegada de novas máquinas

construção de uma nova fábrica no

deve se estender até 2014. “Hoje o

distrito industrial Unileste, região

número de máquinas em nosso par-

que concentra grande número de

que fabril é menor, mas o potencial

empresas do ramo metalmecânico.

e a qualidade são muito maiores”,

Inaugurada oficialmente em no-

explica o coordenador da área de programação CNC e usinagem.

lhões abriu espaço para a moderniza-

A renovação do parque fabril foi

ção de todo o ambiente de usinagem.

acompanhada de perto por técnicos

Foram adquiridos equipamentos

da Pérsico Ferramentas, distribui-

de última geração, entre eles centros

dor autorizado Sandvik Coromant.

de torneamento, máquinas tridi-

“Participamos de todas as fases de

mensionais, tornos verticais e retifi-

tryouts e incorporamos ferramentas

cadoras. “Nesse período adquirimos

de última geração com alto desem-

máquinas com alta capacidade de

penho, entre as ferramentas conhe-

corte e acabamento, garantindo uma

cidas e conceituadas já em uso no

Chão de fábrica: Investimentos de R$ 90 milhões na construção da unidade e R$ 30 milhões em novos equipamentos

o mundo da usinagem

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Vivian S. Camargo

Arquivo Mausa

vembro de 2010, a planta de R$ 90 mi-

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tividade em cerca de 30%.


soluções de usinagem

Abrindo portas O objetivo da empresa era ampliar a gama de produtos e serviços oferecidos e foi pensando nisso que, em 2008, a Mausa iniciou as tratativas com a italiana Colgar, especializada na produção de mandriladoras-fresadoras CNC de grande porte. O acordo envolveu a transferênVivian S. Camargo

cia de tecnologia e transformou a

Osório Arruda, preparador de máquina CNC da Mausa e Antonio Carlos, diretor da Pérsico: participação em todas as fases de tryouts, incorporando ferramentas de última geração

empresa brasileira na primeira fornecedora deste tipo de equipamento na América do Sul. “Se alguém quisesse adquirir este produto seria obrigado a buscar fora do Brasil, sem os benefícios do FINAME (linha de financiamento específico do

mercado. Destacamos os cabeçotes

“Recebemos técnicos da Alema-

BNDES), assistência técnica local,

de fresamento CoroMill 210, de

nha, Itália, República Tcheca e en-

engenharia, treinamento, além de

alto avanço; CoroMill 360, remo-

viamos mecânicos de manutenção

arcar com todos os custos de impor-

vendo até 18 mm num único passe;

e operadores de máquina para trei-

tação”, observa Björn.

CoroMill 200, no processo de freso-

namento no exterior”, lembra Marco

A primeira mandriladora veio

-torneamento e barras Silent Tools,

Antônio Björn, gerente de produção

em 2010, uma FRAL 400, para trei-

possibilitando a usinagem de gran-

da Mausa, acrescentando que “o uso

namento e uso próprio. O equipa-

des comprimentos com alta pro-

adequado do ferramental também

mento conta com a configuração

dutividade. Tudo aliado às classes

foi foco de aprimoramento, condu-

Floor Type, que utiliza guias hi-

das pastilhas de alta performance da

zido pelos técnicos da da Pérsico

drostáticas para todos os eixos, in-

Coromant”, explica Antonio Carlos,

Ferramentas/Sandvik Coromant”.

clusive o eixo-árvore. Já a mesa, com

diretor da Pérsico. “Foi um aprendizado para ambas as partes”, acrescenta Luis Norberto, do departamento de Vendas e Novos Negócios da Sandvik Coromant. Entretanto, a aquisição de máquinas modernas e bem ferramenVivian S. Camargo

tadas não traria resultados caso não houvesse mão de obra qualificada para explorar toda capacidade produtiva. Por conta disso, o chão de fábrica se transformou em uma verdadeira Torre de Babel. 6

o mundo da usinagem

Bruno Vinícius Araújo Pinto, coordenador da área de programação CNC da Mausa, acompanha instalação de ferramentas de corte ao lado de Osmar Antônio Angelli, preparador de máquinas CNC agosto.2012/88


Mandriladora Floor Type: foco nos segmentos de energia, transporte, mineração e indústria naval A primeira máquina fabricada em Piracicaba foi o modelo FV 101 T Type, com uma configuração na qual o curso do eixo X (longitudinal de 3.500 mm) é executado pela mesa. Arquivo Mausa

Por não contar com o ram, a máquina tem o eixo Y (vertical de 3.000 mm) desempenhado pelo cabeçote e o Z (axial de 2.500 mm), pela coluna. A primeira máquina vendida – uma FV 101 (T Type) – foi comprada por uma empresa que produz equipamentos pesados para mineração, localizada no interior de São Paulo. doras tradicionais: o equipamento

Com exceção do cabeçote automáti-

capacidade de carga de até 45 tone-

possui curso X (transversal de 15.000

co e do eixo-árvore, todos os demais

ladas. “Com isso, é possível atender

mm) e curso Y (vertical de 4.000mm)

componentes estão sendo produzi-

a crescente demanda dos segmentos

desempenhados pela coluna. O ei-

dos na unidade de Piracicaba, que

de energia, transporte, mineração e

xo-árvore realiza os cursos axiais Z

serve também como showroom do

indústria naval”, destaca o gerente

(RAM axial de 1.500mm) e W (eixo-

novo equipamento.

de produção da Mausa.

-árvore axial de 900mm), com diâme-

A segunda máquina vendida

tro de 160 mm e potência de 60 kW,

– uma FV 301 (Floor Type) – foi

utilizando cone ISO 50.

comprada por uma empresa multi-

A capacidade técnica impressiona se comparada com as mandrila-

Arquivo Mausa

dimensões de 2.500 x 2.500 mm, tem

Mandriladora FV 101 T Type, primeira máquina fabricada em Piracicaba: expectativa é vender cinco máquinas em 2012

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o mundo da usinagem

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A capacidade técnica impressiona se comparada com as mandriladoras tradicionais

máximos até “X” 5.000 mm, “Y” 3.000 mm, “Z” 3.500 mm e “W” 700 mm; magazine de ferramentas com até 120 posições, dimensões máximas da mesa até 2.000 mm x

Vivian S. Camargo

soluções de usinagem

3.000 mm, capacidade de carga de até 45 toneladas e controle através de CNC.

nacional alemã, que produz equi-

Já a Mandriladora Fresadora CNC

pamentos pesados para cimento e

Tipo Floor Type Mausa, FC Colgar

mineração, localizada no interior de Minas Gerais. O contrato com a Colgar prevê abrangência para toda América do Sul, o que amplia ainda mais o mercado consumidor das mandriladoras de grande porte. Hoje, a Mausa comercializa as Mandriladoras CNC nas seguintes configurações:

FV 301, possui diâmetro do mandril de 150 ou 160 mm, cursos máximos até “X” 30.000 mm, “Y” 5.000 mm, “Z” 1.500 mm, “W” 900 mm e “V” 3.500 mm; magazine de ferramentas com até 160 posições, dimensões da mesa até 4.000 x 4.500 mm; capacidade de carga de até 60 toneladas, controlada por CNC.

Mandriladora Fresadora CNC

Em ambas as máquinas

T Type Mausa, Forma Construtiva

(Floor Type e T Type), a

Colgar FV 101 TiRT, diâmetro do

mesa executa o eixo B em

mandril de 130 ou 160 mm, cursos

rotação contínua.

Bruno Vinícius Araújo Pinto e Marco Antônio Björn, da Mausa e Luiz Norberto, da Sandvik Coromant, examinam rotor de turbina hidráulica. Acompanhados por Antonio Carlos, da Pérsico, exibem hub para parques eólicos

Expectativas de mercado Vivian S. Camargo

De acordo com os diretores da

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o mundo da usinagem

Mausa, Roberto Dedini e Eduardo Dedini, a empresa espera vender em 2012 até cinco máquinas e para 2013 as metas são mais audaciosas, podendo chegar a dez máquinas, agosto.2012/88



soluções de usinagem

número que deve ser facilmente alcançado quando se toma por base os constantes investimentos em infraestrutura. expectativa é que a nova linha seja responsável por até 20% do faturamento até 2014. A parceria com a empresa italiana também possibilitou aumen-

Vivian S. Camargo

Em termos de rentabilidade, a

Luis Norberto e Antonio Carlos realizam teste de ferramenta em hub

tar a gama de serviços de usinagem. Atualmente a Mausa explora novos negócios em energia, fornecendo rotores e mancais para a indústria de energia e hubs para

Coromant, gerenciando o ferramen-

parques eólicos.

tal usado em toda a fábrica. Além

“Hoje, sem sombra de dúvida,

disso, passou a trabalhar com o sis-

a Mausa está entre as três melhores

tema modular Capto que, por sua

empresas em termos de tecnologia de

flexibilidade, possibilita o uso de

máquinas no Brasil, o que a coloca em

uma determinada ferramenta em

posição de destaque”, reforça Luis

todas as máquinas da produção.

Norberto, da Sandvik Coromant.

A Sandvik Coromant também co-

E não se trata apenas da qualida-

locou outros serviços à disposição da

de das máquinas, colaboradores e

Mausa, como, por exemplo, o uso do

ferramentas: a logística é outro pon-

departamento Machine Investments

to fundamental.

da Sandvik Coromant para for-

parte do processo de oferta e venda das máquinas operatrizes (sistema TurnKey). E é com a combinação de tecnologia de ponta, mão de obra qualificada e confiança nas parcerias que a Mausa pretende ganhar novos mercados e, ao mesmo tempo, trazer avanço e competitividade para a indústria.

Em 2010 a Mausa iniciou a utiliza-

mulação dos estudos e processos

Fernando Sacco

ção do software AutoTas da Sandvik

de usinagem que geralmente fazem

Jornalista

Mausa: Seis décadas investindo no Brasil Fundada em 1948, a Mausa S/A Equipamentos Industriais é hoje uma grande provedora de produtos para a indústria pesada. A empresa sexagenária emprega cerca de 500 funcionários e fornece uma extensa lista de produtos, principalmente para o setor sucroalcooleiro. Entre os equipamentos, destaque para as centrífugas filtradoras e decantadoras, escamadores resfriadores, filtros e secadores rotativos, bombas

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o mundo da usinagem

de vácuo, pórticos e pontes rolantes e, atualmente, mandriladoras-fresadoras. A Mausa também iniciou a produção de peças de grande porte para o setor de energia (usinas eólicas e hidrelétricas) e tem planos de aumentar a linha de máquinas-ferramentas produzidas na unidade. Com isso, a empresa projeta crescimento de 30% no faturamento este ano, já com base nos resultados do primeiro trimestre.

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produtividade

QUALIDADE NO CHÃO DE FÁBRICA Programas e ações que estão mudando o entendimento sobre produtividade

A

ideia de que “trabalhar

ras de nível médio e um Picasso

demais” é sinônimo

jamais fariam um escore de 100 x 1.

de produtividade não

A produtividade não é um sim-

é correta. Ela não está ligada só à

ples conceito, é uma medida real

quantidade, que vem sendo aponta-

que relaciona a quantidade e qua-

da pelos especialistas em produção

lidade do que se produz ao inves-

industrial como um dos males que

timento necessário para produzir.

afetam a operosidade verdadeira.

Mas para entendê-la por comple-

A simples quantidade, de fato, não basta. Uma centena de pintu12

o mundo da usinagem

to é importante analisá-la sob um prisma histórico.

Dois séculos de produtividade A medida de produtividade surgiu para medir o custo do trabalho-hora, o pagamento do trabalhador e a mão de obra inclusa no preço final do produto. Tratava-se de um complexo sistema, no final do século XIX e começo do século XX, nos primeiros países industrializados, como Alemanha, Inglaterra e França, para definir o valor dos salários e o interesse de se contratar ou não mais colaboradores. Naquele momento, nos Estados Unidos, imperava o modelo de administração sugerido pelo engenheiro Frederick Taylor (1856-1915), autor da obra Princípios da Administração Científica (1911). Taylor recoagosto.2012/88


mendava o aumento da eficiência operacional centrado no aperfeiçoamento das tarefas, assim “racionalizando o trabalho”. Entre seus seguidores, Henry Ford (1863-1947) foi quem transformou as teorias do taylorismo em medidas práticas, colocando-as em vigor em suas fábricas, iniciando a produção em massa de automóveis. A linha diretora do taylorismo-fordismo é a máxima da economia de esforço para fazer uma tarefa, economizando assim tempo e energia. A implantação dessa ideia significava a escolha correta do trabalhador, treinamento e boa remuneração, indicadas por Taylor e plenamente aceitas e efetivadas por Ford.

Mudanças de pensamento Para evitar as chamadas “doenças do trabalho” e o consequente prejuízo para as empresas causado pelo afastamento de funcionários, a Organização Mundial da Saúde passa a recomendar legislações específicas, como as férias anuais, obrigatoriedade do descanso, etc. Os EUA, embora não tenham aderido à Convenção Internacional da Organização do Trabalho, de 1948, estipularam salários mínimos e direitos ao pagamento de horas extras pela aplicação do Fair Labour Standard Act, até hoje em vigor.

seu ápice nas décadas de 1960-1980, buscaram garantir direitos e regalias aos trabalhadores. Já a partir dos anos 1990 as atenções se voltaram para os próprios colaboradores e para os males da competitividade pessoal no ambiente de trabalho. Grande parte dos ambientes empresariais, contudo, já se baseiam nos resultados dos estudos da Psicologia do Trabalho, valorizando opiniões e sentimentos pessoais na formação de regras coletivas. A própria ergonomia deixou de ser apenas o conhecimento sobre ajustes de cadeiras e altura de mesas para se concentrar nos maquinários e na sua disposição no chão de fábrica, luz ambiente, sons e circulação.

Iniciavam-se as discussões do

Nessa área, o Brasil foi um dos

Tem-se hoje a consciência de que o

comportamento humano no am-

primeiros países a criar uma Justiça

bem-estar, do chão de fábrica aos ga-

biente de trabalho, que nas décadas

do Trabalho (1939) e, logo a seguir,

binetes de diretoria, são fundamen-

de 1920-1930 originariam os primei-

a Consolidação das Leis do Traba-

tais à tão almejada produtividade: o

ros estudos de Psicologia do Traba-

lho (1942). Os movimentos sindi-

trabalhador contente exerce melhor

lho ou Psicologia Empresarial.

calistas, que no Brasil atingiram o

as suas funções e a felicidade pas-

Linha de montagem do Ford A, o que “podia ser de todas as cores, desde que preto”, em frase do próprio Ford

sou a ser levada em consideração. O bom relacionamento com o chefe, por exemplo, está no elenco dos fatores diretamente ligados à produtividade. Claro que ainda perseveram as mazelas dos relacionamentos humanos, pois dificuldades de caráter muitas vezes se sobrepõem às intenções de colaboração e cordialidade, mas o assunto não é mais tabu e, de maneira geral, os departamentos de RH estão atentos. O setor é abastecido com muitos estudos em periódicos especializados em relações humanas, personalidade e mercado. O livro de D. G. Myers, A Busca da Felicidade (The Pursuit of Happiness),

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o mundo da usinagem

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produtividade

publicado em 1993 nos EUA e ain-

e diretores em 1997. O programa esta-

“Houve o caso de um funcioná-

da não traduzido para o português,

va baseado em quatro características

rio que apareceu com a camisa suja

comparou trabalhadores contentes e

principais — treinamento, educação,

15 minutos após o início do expe-

descontentes, demonstrando como o

comunicação e envolvimento — e seu

diente pois havia se abaixado na ca-

estado de espírito incide pesadamen-

objetivo principal era reestruturar a

te sobre o resultado final do trabalho.

forma de trabalhar, melhorando o am-

çamba para pegar uma peça. E qual

biente de trabalho dos funcionários e

Produtividade x Capital Humano A tão buscada produtividade deixou de ser uma simples questão numérica. Ambientes empresariais que veem seu corpo de trabalhadores como o verdadeiro capital

elevando a produtividade. Ao longo do tempo, o PMC² se transformou em um programa maior, denominado Arvin Meritor Performance System, que foi o estopim para muitos outros, entre eles o Camisa Branca, criado na fábrica de rodas de Limeira, que à época fazia parte do grupo.

social já não admitem que os nú-

tividade está diretamente ligada às políticas conduzidas a partir da linha de produção e de forma horizontal. Bons exemplos desse tipo de visão podem ser encontrados na Meritor (antiga ArvinMeritor), empresa presente em 20 países de cin-

cavam sujas, sujando o funcionário e o colocando em uma posição não ergonômica. A partir dessa análise foi instalado um gancho para evitar o contato do funcionário com a peça e por aí em diante”, explica Luiz Antônio Pezutto, gerente de manufatura da Meritor, complementando: “Quando os outros funcionários passaram a querer a mesma aten-

bem-estar humanos. sas passam a perceber que a produ-

o motivo pelo qual as caçambas fi-

observaram essas melhorias eles

meros superem a dignidade e o Além disso, cada vez mais empre-

foi a solução encontrada? Descobrir

A ideia do Programa Camisa Branca é simples: cinco camisas brancas são entregues para cada funcionário do chão de fábrica. Quando a camisa sujar, o funcionário deve voltar à administração e explicar os motivos do incidente. Funcionários e liderança investigam o problema e definem juntos as sugestões de melhorias comportamentais e técnicas.

ção. Então isso é a materialização de um programa de mudança cultural e de melhoria contínua”, reforça Pezutto, que antes de se tornar gerente teve a vivência operacional com cargo no chão de fábrica. Outro case de sucesso exportado para outras unidades foi o programa Líderes de Equipe, que comple-

co continentes, e que no Brasil conquistou grandes resultados a partir de trabalhos na linha de produção. As unidades de Osasco (SP) e Resende (RJ) foram pioneiras na adoção de políticas deste tipo. As duas plantas contam com 1.354 colaboradores, dos quais 1.169 atuam no chão de fábrica. Tudo começou com o programa PMC² (Planejamento de Melhoria Contínua), programa voltado aos ajustes das condições de fábrica e à cultura Lean, envolvendo um time de gerentes 14

o mundo da usinagem

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ta 12 anos de existência. A cada ano,

Com isso, o programa também

cerca de 50 funcionários da linha

diminui as faixas hierárquicas den-

de produção são treinados para se

tro da empresa. “Antes contávamos

tornarem líderes de um núcleo. O

com diretores, gerentes, superviso-

treinamento dura um mês e, além

res, encarregados, subencarrega-

das qualidades gerenciais, são de-

dos, entre outros. Atualmente te-

senvolvidos conhecimentos de qua-

mos apenas os diretores e gerentes

lidade, segurança e manutenção. O

e no chão de fábrica, apenas dois

novo líder deixa de exercer sua fun-

supervisores para os quatro tur-

ção antiga e passa a coordenar os

nos”, explica Pezutto. Cada líder

demais funcionários do seu núcleo

exerce a função por um ano, sen-

— um trabalho que só é possível

do substituído por novos colegas

porque cada unidade de trabalho

no ano seguinte. Assim, o conheci-

possui uma estrutura descentraliza-

mento de gestão, metas e qualida-

da de manutenção, qualidade, ma-

de é transferido novamente para a

nufatura e logística.

cadeia produtiva.

Boas ideias “O líder de equipe não tem funções administrativas e disciplinares, ele só cuida de questões técnicas”, explica Anatólio Martins, gerente de operações da Meritor. “Trabalhamos com metas bem divulgadas fazendo com que as pessoas tomem decisões sem precisar que alguém as direcione”, complementa Pezzuto.

Essa “competição de ideias” pode ser acompanhada em um quadro localizado na entrada do chão de fábrica. “Nós não damos recompensa, nós reconhecemos as iniciativas e fugimos da uniformização do comportamento”, resume Anatólio Martins. A Meritor também desenvolveu um programa de geração de ideias. Os funcionários têm à sua

disposição uma série de cartelas para fazerem sugestões de melhoria. Todas são obrigatoriamente analisadas pela empresa e, para cada ação implementada a partir dessas propostas, o funcionário ganha uma pontuação. Outros programas também são conduzidos nas unidades, como o 20 Chaves, de melhoramento contínuo, o 5S, o Programa de Adequação das Instalações, a open house para os funcionários e seus familiares. “Trabalhamos a equipe e não o indivíduo. Não temos a competi-

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o mundo da usinagem

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produtividade

Acompanhamento de metas e resultados: conhecimento ao alcance de todos

tividade por objetivo, mas sim o comprometimento e cooperação. O trabalho tem dado resultados”, comemora Pezutto.

Política de resultados

sas para se trabalhar, segundo le-

ceitos intrínsecos e não devem ser

vantamentos das revistas Você S/A

dissociados do capital humano.

e Exame, mais uma prova de que produtividade e qualidade são con-

Equipe Ação e Contexto

Mas qual a relação dos programas de qualidade no chão de fábrica com a produtividade? Em primeiro lugar é preciso olhar os efeitos das ações e como a participação dos funcionários foi decisiva. Por meio dessa colaboração se alcançou a redução do lead time, as mudanças do layout das plantas e máquinas, bem como as mudanças nos processos, fazendo com que tudo convergisse para a

Uma empresa centenária Com sede em Troy, cidade americana no Estado de Michigan, a Meritor é uma fornecedora global de amplo portfólio de sistemas integrados, módulos e componentes para fabricantes de equipamentos originais e aftermarket no segmento de transportes e industrial. A companhia atende a produtores de caminhões, reboques, ônibus e veículos off-road, além da área de defesa. A Meritor comemorou o centenário em 2009, celebrando uma longa história de “pensar à frente”. As ações da companhia são negociadas na Bolsa de Valores de Nova York, com a designação MTOR. Informações relevantes sobre a corporação estão em www. meritor.com.

produtividade. “Saímos do vermelho e fomos para o azul”, resume Pezutto. Além disso, o número de incidentes no trabalho caiu mais de 50%, o refugo das vendas diminuiu mais de 70% e a produtividade aumentou 15%. Desde 2000, a Meritor vem sen-

Meritor na América do Sul As operações da Meritor na América do Sul estão centralizadas no Brasil. A companhia possui instalações em Osasco, onde produz eixos, cardans e componentes para veículos comerciais e fora-de-estrada, e participa do Consórcio Modular da MAN, em Resende. A operação brasileira conta com centro de engenharia, responsável pelo desenvolvimento de produtos, fornece componentes para o mercado de reposição e mantém no país joint ventures com a Randon nas empresas Suspensys e Freios Master.

do eleita uma das melhores empre-

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o mundo da usinagem

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negócios da indústria I

Business to ... Do B2B ao C2G, a sopa de letrinhas do mundo corporativo

O termo Business to Business, ou B2B, nada mais é do que uma nova definição para uma velha prática: fábricas vendendo para distribuidores, fornecedores comprando da indústria pesada, empresas fazendo negócios entre si mas, dessa vez, usando a Internet. 18

o mundo da usinagem

Hoje em dia essa sigla compreende três plataformas de transação.

metalmecânica, são definidas como e-marketplaces verticais.

As primeiras delas são os e-market-

Ou seja, as e-marketplaces horizon-

places, ou mercados virtuais, que

tais são genéricas, enquanto que as

reúnem em um mesmo ambiente

e-marketplaces verticais são específicas.

empresas e compradores interessados em fazer negócio. Quando se trata de um ambiente misto, que engloba uma gama diversificada de produtos e serviços, essas plataformas são chamadas de e-marketplaces horizontais. Já quando as transações são específicas de

Já os e-procurements podem ser

uma determinada atividade, como

compreendidos como os espaços

por exemplo um espaço de negó-

(extranets) nos quais empresas tran-

cios voltado somente à indústria

sacionam com as centrais de compra

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de seus fornecedores, desde a solicitação de determinado produto até o pagamento. Trata-se de uma plataforma de gerenciamento de compras responsável pela otimização do tempo das transações e redução dos custos. Por fim, os e-distributions designam plataformas que reúnem empresas, distribuidores, representantes e filiais. Ao longo do tempo, essas relações foram se aprimorando e o vocabulário corporativo ficou ainda mais recheado de termos para designar os tipos de transações realizadas dia a dia através da rede mundial de computadores.

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Business to Consumer...

formas mais contemporâneas de fazer negócios. A sigla designa a compra virtual que envolve empresas e

O B2C, por exemplo, ou Business

consumidores. Em termos práticos,

to Consumer, é hoje em dia uma das

nada mais é do que a aquisição de

o mundo da usinagem

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negócios da indústria I

cionários. Não se trata necessariamente de compra e venda, mas sim da gestão de recursos internos, benefícios, materiais e equipamentos. Sob esse prisma, é possível entender a corporação como um mercado e, assim, otimizar a utilização de seus recursos. Outra abreviatura cada vez mais recorrente nos jargões corporativos é aquela que indica as transações entre governos e empresas, ou Business to Government. O chamado B2G indica, por exemplo, as licitações. Nessa linha, o termo B2A, Business to Administration, é outra sigla que vem sendo muito utilizada pois envolve negócios com a administração pública – governo federal, estados, municípios e empresas públicas. Ambas as denominações indicam a mesma forma de transação, que cresceu muito nos últimos anos, principalum produto ou serviço via Internet,

nichos de mercado e transacionar

mente após a adoção do sistema de

seja ele uma passagem aérea ou um

com eles tem sido o grande objetivo

e-government, transferindo a buro-

aparelho de som.

das empresas hoje em dia. Não é à

crática negociação entre governo

Atualmente, um novo modelo

toa que B2C2 é o modelo comercial

e seus fornecedores para o âmbito

de negócios virtuais desponta na

que mais vem crescendo na Internet

virtual, com pregões e licitações

relação empresa/consumidor: o Bu-

nos últimos tempos.

feitos on line, em tempo real.

siness to Consumer 2.0, ou B2C2. O

Entretanto, a forma de designar

termo faz referência à web 2.0, en-

transações e meios utilizados na

tendida por muitos como a segun-

compra e venda de um produto ou

da geração da Internet, pois oferece

serviço se destacou do universo em-

um ambiente mais dinâmico, com

presarial e hoje o consumidor pode

maior oferta de serviços e integra-

ser o sujeito central dessa relação.

ção entre seus usuários. Nesse caso, os negócios são voltados às comunidades específicas,

Business to Employee...

pessoas com gostos e necessidades

Já o B2E, sigla para Business

particulares. Com o crescimento das

to Employee, diz respeito aos ne-

redes sociais não é difícil encontrar

gócios entre empresas e seus fun-

20

o mundo da usinagem

agosto.2012/88


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negócios da indústria I

governo também ganhou sua pró-

No caso da indústria, as ferra-

pria qualificação. Nada mais ló-

mentas apresentadas ilustram as

gico se pensarmos na quantidade

inúmeras possibilidades de otimiza-

de transações que envolvem dire-

ção de compra e venda, encurtando

tamente as duas partes. O Impos-

a distância entre os fornecedores e os

to de Renda e a Previdência são

consumidores finais. Agregar todos

dois bons exemplos. Nesses casos,

Consumer to... Vejamos por exemplo a denominação C2B (Consumer to Business),

consagraram-se as denominações C2A e C2G, Consumer to Administration e Consumer to Government, respectivamente.

um modelo de negócios no qual o consumidor oferece produtos ou serviços que são adquiridos pelas empresas. Esse sistema pode com-

O novo alfabeto de negócios é mais uma prova da força cada vez maior da Internet no comércio mundial

preender, por exemplo, o envio de um currículo pela web, o que nada

os envolvidos em um só ambiente,

mais é do que a oferta de um serviço mediante pagamento. Os leilões virtuais são outro caso em que os consumidores definem o preço de um produto, invertendo a lógica do comércio tradicional. Já o termo C2C é outra referência importada, abreviação do ter-

além de agilizar as transações, cau-

Administration to... Por fim, mas muito importante, ainda temos a administração pública como ente central das negociações.

mo Consumer to Consumer. Nesse

O A2A, por exemplo, se refere

caso, as transações são realizadas

às transações que ocorrem entre

entre pessoas físicas, consumido-

empresas da administração públi-

res finais. Algumas plataformas

ca. Transferência de valores mone-

se consagraram em promover esse

tários ou informações são alguns

tipo de negócio, entre elas o Ebay

exemplos do chamado Administra-

e o Mercado Livre. Mas, ao contrá-

tion to Administration.

sam impacto direto na administração de estoques, redução de custos de negociação, menor burocracia e melhor mensuração de resultados. A arte de fabricar produtos com qualidade, pelo melhor preço e obedecendo aos prazos do mercado ganha uma nova aliada: a Internet. Saber como explorar os novos ambientes de negócios não significa apenas conquistar novos mercados, mais do que isso, trata-se de abrir espaço para o novo, com transparência, rapidez e acima de tudo, integração.

rio de outras plataformas de negó-

O novo alfabeto de negócios é

cios, elas são somente intermediá-

mais uma prova da força cada vez

Fernando Sacco

rias e não se responsabilizam pela

maior da Internet no comércio mun-

Jornalista

qualidade ou procedência dos

dial. Uma análise mais aprofundada

produtos comercializados.

mostra como o comércio vem se de-

E da mesma forma que as empre-

senvolvendo, aumentando as pos-

sas negociam com a administração

sibilidades de negócios e colocando

pública através de canais específi-

o consumidor em um patamar mais

cos, a relação entre consumidor e

qualificado e valorizado.

22

o mundo da usinagem

agosto.2012/88



educação e tecnologia I

Mantenha-se atualizado Como as inovações no setor metalmecânico são difundidas ao público

A

busca

por

soluções

coligadas a uma perspectiva de crescimento

contínuo tem levado a soluções cada vez mais personalizadas no universo metalmecânico. Levando em conta esta realidade, fóruns, palestras, convenções, eventos, simpósios, congressos, encontros, workshops, feiras e seminários vêm somando forças e criando janelas para divulgar as inovações do setor. A importância da difusão de novas práticas industriais no Brasil e a democratização de informação para o setor metalmecânico estão presentes em cada um desses eventos. A maioria deles nasceu na última década e se repete anualmente ou, em alguns casos, a cada dois anos, trazendo o estado da arte do setor e servindo como espaço de encontros para os profissionais de diversas regiões do país. Para este segundo semestre de 2012, destacamos muitos even-

de Engenharia l a n io c a N o s s 7º Congre EM 2012) Mecânica (CON

ias Mecânicas genharia e Ciênc En de a ir ile as A Associação Br Centro de Con3 de agosto, no a o lh ju de 31 de , o 7º Congres(ABCM) realizou em São Luís-MA a” an nt Sa de va Nei ). Nesse evento, venções “Pedro a (CONEM 2012 ic ân ec M ia ar nh ge ia dos Materiais, so Nacional de En ngenharia, Ciênc oe Bi o m co as m te gia Solar e ouforam abordados ombustíveis, Ener oc Bi , os ic rm Té as spacial, EngeEnergia e Sistem Engenharia Aeroe a, gi er en de as iv at strial, Engenharia tras fontes altern , Engenharia Indu al ur at N ás G e e os Não-Lineares nharia de Petróleo ecânica, Fenômen M ia ar nh ge En tre outros. TrataNaval, Ensino de da Produção, en o tã es G , ia ar nh de pesquisa em Caóticos em Enge sentação, difusão re ap e o sã us sc di ante momento de -se de fórum de . Foi um import as ic ân ec m as ci que se dedicam engenharia e ciên is, tanto aqueles na io ss ofi pr os rs ve ueles que desenencontro para di sidades, como aq er iv un s na sa ui ao ensino e à pesq industrial. ofissionais na área pr es ad id iv at em2012.com.br. volvem no site www.con to en ev do s ue aq Confira os dest

tos importantes, mesmo os que já aconteceram recentemente, com o intuito de inteirar o leitor de tudo sobre o meio metalmecânico. 24

o mundo da usinagem

agosto.2012/88


10º Encontro da Cadeia de Ferramentas, Moldes e Matrizes – Moldes ABM A Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM) realizou de 8 a 10 de agosto, o 10º Encontro da Cadeia de Ferramentas, Moldes e Matrizes – Moldes ABM. Centrado em Gestão, Manufatura, Mercado e Projeto, o encontro ofereceu palestras sobre a prática da inovação, o Brasil frente à concorrência internacional, rede nacional de ferramentarias, entre outras. Os

m 7º Fóru to a 2012 i o Institu r t m s o ú c d e t ProIn tuntamen ology ju 03 de ou

n e are Tech s dias 02 o n São á r a A CadW z gia, em reali lo ia o g n c lo e o T e Tecn auá de ange Mauá d tituto M ento abr s v n e I O o . d 2 Sede cios, tria 201 bro, na de negó roIndús P m e m g a u r ld ó 7º F /MRias e mo Paulo, o estratég tos, PCP : u s d a o r m e p t tes vida de gerenos seguin brica e ciclo de á f o d e d o t o n me es de ain, chã gerencia operaçõ pply Ch e u d S o e ã t S s e AP das pelo ERP e g PII, JIT, r acessa e odução, s r p o ã a r e d o ções pod ciament informa s A . a r om.br/. tu manufa dustria.c in o r .p ://www site: http

destaques do evento estão disponíveis em: http://www.abmbrasil. com.br/seminarios/moldes/2012/ default.asp

ançados com Workshop - Materiais Av

da

Usinabilidade Melhora

de Melhorada ançados com Usinabilida Av s iai ter Ma de a uis sq realizará nos O projeto da Rede de Pe Nacional de Pesquisas) ho sel on (C Pq CN lo pe ado hop de Materiais (REMAUSME), patrocin Campinas - SP, o Works em ium em Pr tel Ho , no resultado anudias 18 e 19 de setembro ento será apresentado o ev ste Ne a. rad lho Me idade foi dividido em Avançados com Usinabil materiais. O workshop de m ge ina us da ria melho as austeníticas al de pesquisas para a USME: usinagem de lig MA RE da to oje pr o m range ), materiais para quatro subtemas que ab o (cinzento e vermicular did fun ro fer de m ge usina ados respectiva(inox e ligas de níquel), s de livre corte , coorden aço de m ge ina us s), recido deral de Santa matrizarias (aços endu ehs, da Universidade Fe Bo l iva ur Lo ; mp ica Un , da rsidade Fedemente por Anselmo Diniz cha Machado, da Unive Ro on iss Ál e C ES UD da an, wu, da London Catarina; José Divo Bress USME. Emmanuel Ezug MA RE da ral ge orad orden s. A programaral de Uberlândia e co a usinagem de superliga bre so ará fal a, err lat da Ing South Bank University, ausme.com.br breve no site www.rem ção estará disponível em

agosto.2012/88

o mundo da usinagem

25


educação e tecnologia I

al de Alta Internacion

Tecnologia

ximo lizará no pró a re ) P E IM cio Paulo (UN 156) em Pira odista de Sã m et k M r, e d ca a d çú si A A Univer EP (Rod. do O foco estará eatro UNIM T o n , ro Tecnologia. b a tu lt u o A e e d d l 4 a dia Internacion de apoio ao os sistemas 7º Seminário n 1 s o ca , ti P n S â m a s se encab gente, a sust de tecnologia li te so u in o to o u d m haria do pro em temas co ciamento no roduto, engen p o d to dutos, geren en ro p im e lv d o v to en des x e Sibratec esenvolvimen da cadeia CA o foco no d o m tã co es e g d e a l a id tabil gração digit produto, inte o d a id v e d ciclo mãs e ausção). ersidades ale iro de Inova le iv n si u ra e B d a s m re o (Siste ntes profess e os palestra tr s. en o rã a ra st E instias b sileiro niversidade/ s especialist u so r/ er .b iv ep d e im d n tríacas, além http://www.u o completa: çã a m ra g ro Veja a p /scpm-pt/. tucional/site

rio

17º Seminá

7º Feira e

Congress

Projeções para o início de 2013

o Usinag

e

m 2012 Aranda, re a li z a rá tro de Exp de 16 a 19 osições e C de outubro onvenções , no CenPaulo, a 7 E x p o Center N ª Feira e C o rt o n e , em São gresso Usin clui um m agem 2012 ulticongre . A in s ic s o com vári iativa inprograma as palestra ção é totalm s s im u lt e âneas. A nte voltad cretas dos a para as profission necessidad a is da área, co es conlhos técnic m apresen os, estudo ta ç õ e s s d d e casos, pa e trabanovas tecn inéis de de ologias e s b a te s , o a lu n álise de ções. Há s cessos de essões pre Usinagem v is ta s p (t a orneamen ra Proeletroerosã to, fresam o, furação e n to , re /r o ti squeamen ficação, entre outr to, corte d os); Manu e e n g s re e io n , Preparaç agens, rial; Ferra ão e Estoc mentas de a g e m C d o o rte; Dispo Mateféricos; M sitivos, Ac edição e S e s s ó ri o ft o s w e Periare. Acess com.br/ev e http://w entos2012 ww.arand /usinagem anet. /index.htm l. A editora

Já deixamos anotado o primeiro grande evento do próximo ano: 7º Congresso Brasileiro de Engenharia de Fabricação (COBEF) A Universidade Federal Fluminense (UFF) junto à Associação Brasileira de Engenharia e Ciências Mecânicas (ABCM) realizará entre os dias 15 e 19 de abril de 2013, em Penedo e Itatiaia – RJ, o 7º Congresso Brasileiro de Engenharia de Fabricação (COBEF). Nesse evento serão abordados temas como Conformação, Engenharia de Superfícies, Fundição, Metalurgia do Pó, Metrologia, Novas Tecnologias de Fabricação, Processos de Adição de Materiais, Projeto Manufatura e Montagem: Planejamento, Gestão e Automação, Soldagem, Tribologia e Usinagem. Acesse http://www.cobef.com.br/.

A programação disponível é vasta e abrange praticamente todo o universo metalmecânico. Programe-se e bom proveito! João Manoel S. Bezerra de Meneses Gestor Ambiental/Jornalista

26

o mundo da usinagem

agosto.2012/88


negócios da indústria II

Okuma investe em novas instalações Mesmo com o mercado de máquinas desacelerado, a empresa acredita na recuperação do setor e investe em uma nova sede

P

or se constituir em um

porém, mesmo com o mercado de

diversas famílias de máquinas da

dos fortes elos da cadeia

máquinas em baixa, Alcino Bastos,

Okuma possuem dispositivos de

econômica, o setor me-

gerente geral da Okuma no Brasil,

alto padrão tecnológico e eventual-

talmecânico é um importante ter-

comenta que a empresa acredita na

mente são associadas à automação

mômetro não apenas para se pros-

recuperação do setor e tem grandes

para carga e descarga de peças na

pectar o futuro, do ponto de vista

perspectivas para o mercado. “Por

área de usinagem. Sendo assim,

financeiro, como, também, para

acreditar no Brasil nós investimos

para podermos explicar e exempli-

entender como empresas agem em

em um novo escritório, que já está

ficar na prática todas essas possibi-

relação à sociedade.

instalado, e num showroom que será

lidades, o novo espaço é fundamen-

inaugurado em breve”.

tal”, declara Bastos.

A Okuma, tradicional fabricante de máquinas operatrizes de última

O local terá um espaço de trei-

A inauguração do showroom está

geração acaba de investir R$ 1 mi-

namentos, que consistirá em um

prevista para a última semana de

lhão na implantação de uma nova

verdadeiro centro tecnológico (Tech

setembro. Não deixe de participar

sede, localizada na Vila Olímpia, em

Center), e os clientes poderão confe-

da iniciativa:

São Paulo, SP, um dos centros admi-

rir os mais novos modelos da linha

nistrativos da cidade. O local abri-

de máquinas operatrizes e as famí-

gará, além do escritório, o showroom

lias de máquinas já conhecidas no

da empresa, que permitirá demons-

mercado brasileiro. “Temos o obje-

trações sobre a utilização prática dos

tivo de servir os clientes domésticos

produtos por ela fabricados.

bem como de outros países, já que

Avenida dos Bandeirantes, 513 04553-010 - Vila Olímpia - São Paulo-SP Tel: (11) 3049-5600 Mais informações em www.okuma.com

Não seria nada extraordinário

prestamos suporte aos nossos dis-

Grupo Vervi

para uma empresa desse porte,

tribuidores na América do Sul. As

Assessoria e Comunicações

agosto.2012/88

o mundo da usinagem

27


educação e tecnologia II

Usinagem na Academia Onde nascem algumas importantes tendências do setor

O

setor metalmecânico

sólida e inegável contribuição a esse

tem amplo conheci-

universo do conhecimento.

A produção limpa vem sendo uma crescente exigência das legisla-

mento dos grandes

Nos últimos anos, a atenção

ções e tanto fabricantes de máquinas

centros de ensino e pesquisa em

dos pesquisadores tem se voltado

quanto de ferramentas e de fluidos

engenharia mecânica em nosso

não apenas para as questões de

se associam aos laboratórios acadê-

país que, há algumas décadas, aju-

produtividade e qualidade como,

micos em busca do objetivo comum.

dam a formar a mão de obra espe-

também, para a produção em re-

No âmbito das preocupações ecoló-

cializada para o mundo da produ-

lação a questões ambientais, que

gicas, a durabilidade e desempenho

ção. Em 2010 o Brasil tornou-se o

se convencionou chamar de “usi-

de ferramentas e máquinas, bem

sétimo país no mundo a dominar o

nagem ecológica” ou “usinagem

como a qualidade ambiental do flui-

processo de HSM, o High Speed Ma-

verde”. Desde 1996 o LMP - La-

do de corte são apontados nos estu-

chining, ou usinagem em alta velo-

boratório de Mecânica de Preci-

dos acadêmicos como sendo funda-

cidade, em grande parte graças aos

são - da Escola de Engenharia da

mentais em termos de economia de

trabalhos pioneiros de algumas de

Universidade Federal de Santa

materiais e, consequentemente, con-

nossas escolas de engenharia.

Catarina tem, como uma de suas

trole dos preços, aumento da produ-

Desde o clássico manual do então

seis linhas de pesquisa, a DUE-

tividade e competitividade.

professor da UNICAMP-SP, Dino

CO: Desenvolvimento de Usina-

Ser produtor limpo, portanto,

Ferraresi, Fundamentos da Usinagem

gem Ecológica. A linha de pesqui-

não deve ser visto apenas como

de Metais, de 1970, incessantemente

sa tem parceria com o Curso de

algo socialmente correto e positivo

publicado até nossos dias, ao muito

Engenharia Sanitária e Ambiental

em relação ao ambiente como, tam-

apreciado Teoria da Usinagem dos Ma-

da mesma faculdade, com insti-

bém, um dos importantes fatores

teriais, de Álisson Rocha Machado,

tuições de ensino alemãs e com

da produtividade.

Reginaldo Teixeira Coelho, Alexan-

empresas brasileiras.

Frequente os sites das escolas

dre Mendes Abrão e Márcio Bacci da

A adequação de processos de

de engenharia em nosso país e

Silva, de 2009, professores das escolas

usinagem à produção limpa implica

inteire-se do que vai pelo uni-

de engenharia de Uberlândia-MG,

em uma série de passos estruturais

verso da pesquisa de ponta no

USP São Carlos, Federal de Minas

que passam pelos fluidos de corte,

setor metalmecânico.

Gerais e Uberlância-MG, respectiva-

pelas ferramentas de corte e pelo

mente, a academia vem prestando

maquinário e seu potencial de uso.

28

o mundo da usinagem

Equipe Ação & Contexto agosto.2012/88



negócios da indústria III

Mazak lança Pedra Fundamental em Vinhedo Mazak Sulamericana iniciou obras do Centro Tecnológico na América do Sul

A

Sulamericana,

Sulamericana na escolha de Vinhedo,

vê a geração de 100 novos empregos

empresa multinacional

Mazak

foi a localização estratégica, próxima

na cidade. Haverá à disposição uma

japonesa, escolheu Vi-

a importantes rodovias e aeroportos,

extensa gama de máquinas Mazak da

nhedo para instalar o seu Centro Tec-

além da proximidade dos clientes e

mais alta tecnologia, suporte pré e pós-

nológico no Brasil. O registro oficial

parceiros comerciais.

venda, centro nacional de distribuição

do início das obras deu-se na última

“É um momento histórico não só

de peças, assistência técnica e um sele-

terça-feira (31 de julho) com a cerimô-

para Vinhedo como para o estado e o

to grupo de engenharia provendo solu-

nia da Pedra Fundamental. A previ-

país. O grupo Yamazaki Mazak está

ções totais a clientes dos mais variados

são de termino das obras é fevereiro

presente em mais de 20 países e va-

segmentos de indústria.

de 2013. A empresa será instalada na

mos investir no Centro Tecnológico

rodovia Anhanguera, Km 76.

de Vinhedo nossos melhores recursos

A

solenidade

de

lançamento

para atender clientes com excelência,

aconteceu na própria área onde a

provendo as melhores soluções tec-

empresa funcionará e reuniu autori-

nológicas”, afirma o gerente-geral da

dades, clientes, convidados e execu-

Mazak Sulamericana, Martin Vay.

tivos da multinacional, entre eles o

Serão 4.800 metros quadrados de

diretor, Motoyasu Kakutani. Um dos

área construída. O investimento será

motivos que influenciaram a Mazak

em torno de US$ 15.000.000,00 e pre-

Grupo Yamazaki Mazak A Yamazaki Mazak fundada em 1919, possui unidades fabris no Japão, na China, Singapura, Reino Unido e nos Estados Unidos. São 70 centros de tecnologia espalhados por mais de 20 países, de uma empresa globalizada com 6.900 funcionários. A Mazak iniciou suas atividades no Brasil há mais de 20 anos, oferecendo a melhor solução em máquina ferramenta aos nossos clientes na América do Sul. A Mazak caracteriza-se por uma cultura fortemente comprometida em fornecer soluções totais a clientes, desenvolver produtos inéditos e

Da esquerda à direta: José Luis Bernegossi, Secretário da Prefeitura Municipal de Vinhedo; Moacyr Moura Ferreira, Diretor da MMF Assessoria em Engenharia; Milton Pinhata, Secretário da Industria e Comércio de Vinhedo; Martin Vay, Gerente Geral Mazak Sulamericana; Milton Alvaro Serafim e Jaime Cesar Cruz, Adriano Corazzari, Prefeito, Vice-Prefeito e Presidente da Câmara de Vereadores de Vinhedo; Motoyasu Kakutani, Diretor Mazak Sulamericana.

30

o mundo da usinagem

em prover suporte global e local.

Departamento de Marketing Mazak Sulamericana. agosto.2012/88


VP ATLAS. UM NOVO AÇO PARA UMA NOVA FORMA DE VER O MUNDO.

Com boa usinabilidade, excelente polibilidade e elevada resistência mecânica, o aço para moldes plásticos VP ATLAS é o novo integrante da família de aços verdes da Villares Metals. Isso significa inovação, respeito pelo meio ambiente em sua fabricação e um futuro melhor para as próximas gerações.

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conhecendo um pouco mais

RECICLAGEM DE PNEUS Como um dos objetos mais necessários na vida moderna — os pneus de borracha — podem ser um enorme problema ambiental ou um bom negócio

Como surgem os pneus Nos trópicos americanos, a borracha, fruto da “cahutchu” — a árvore que chora, em língua asteca — era usada pelos nativos em bolas, calçados e vasilhames. A espécie é apresentada à Europa em 1736, como Hevea brasiliensis. Charles Goodyear, pequeno fabricante de ferramentas agrícolas, termina, de maneira acidental, por descobrir o processo de vulcanização da borracha, em 1839. Muitas tentativas

32

o mundo da usinagem

foram feitas por Dunlop (1888), Michelin (1895) e Strauss (1911), até a borracha vulcanizada poder ser usada na produção de pneus, com e sem câmaras de ar. Hoje, a indústria de pneus movimenta 150 bilhões de dólares por ano, emprega 600 mil pessoas diretamente e muitos milhões de outras indiretamente. A produção, consumo e descarte de pneus têm chamado a atenção de governos, ambientalistas e empresários, visto que o descarte é altamente poluidor de um lado e muito rentável de outro, por meio da reciclagem. Calcula-se que

em 2011 produziram-se 775 milhões de unidades. Os ambientalistas estimam em 800 milhões o número de unidades sucateadas por ano.

A vida útil dos pneus A vida útil dos pneus de automóveis pode ser de 100 mil km em uso ideal: boas estradas, velocidade média, calibrados de acordo com o peso do veículo. A média de quilometragem, contudo, é de 60 mil km. Ainda é muito comum a “recauchutagem”

agosto.2012/88


— palavra derivada de “cahutchu”— da banda de rodagem dos pneus. Segundo algumas entidades, a “recauchutagem” deve ser evitada, porque alteraria a qualidade de fábrica do pneu e, como tal, reduziria a segurança do veículo que os utiliza embora, na realidade, um pneu de avião possa ser recauchutado até 30 vezes. Segundo a Revista Pnews, da ABR — Associação Brasileira do Segmento de Reforma de Pneus — 85% dos aviões comerciais em circulação, hoje, têm pneus recauchutados. A recauchutagem de pneus de aviões usa aparelhos especiais de detecção de imperfeições estruturais e vários testes de qualidade que autorizam ou não seu retorno ao uso. Cada pneu assim tratado recebe número e certificado de aeronavegabilidade — SEGVÔO — que o identifica e possibilita novos tratamentos.

o lixo urbano, entopem rios, comprometem nascentes e servem de criadouros para mosquitos transmissores da malária e da dengue. Temos ainda seu inchaço e consequente estouro quando absorvem os gases de lixões e sua queima no ambiente, que pode durar até 30 dias, causando poluição do ar e contaminando a água do subsolo, já que o processo libera mais de 10 litros de óleo por pneu. A situação só não é pior porque a tradição da recauchutagem é muito forte entre nós e estamos em 2º lugar no ranking mundial, logo depois dos Estados Unidos, em unidades recauchutadas. Isso retarda o problema do descarte final das carcaças, dando uma sobrevida de 40% à vida útil do pneu. No Brasil, reforma-

-se e reaproveita-se cerca de 30% dos 63 milhões de pneus novos fabricados por ano, totalizando quase 18 milhões de unidades recuperadas, segundo a ABR e a ANIP — Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos. O Paraná é um dos principais polos recicladores de pneus do Brasil. A paranaense Ecija Comercial Exportadora e Importadora de Manufaturados investe no setor desde 1992, inclusive exportando o material reciclado para a Europa, que o utiliza em artefatos de borracha, asfalto e parte da composição de novos pneus.

O quadro no Brasil Os dados apontam um descarte de 17 milhões de pneus por ano em nosso país. Eles infestam

agosto.2012/88

o mundo da usinagem

33


conhecendo um pouco mais

O Conselho Nacional do Meio

uniforme ou grânulos de borracha.

Ambiente (Conama) definiu em 1999

Como nenhum processo conse-

que fabricantes e importadores são

gue desvulcanizar a borracha com-

responsáveis por coletar e dar des-

pletamente, o resultado final é de

tino ambientalmente adequado aos

menor resistência que o produto

pneus que não servem mais, confir-

original, mas é de grande utilidade

mado pela resolução Conama 416, de

para um grande número de produ-

2009. Desde 2007 as empresas Pirelli,

tos: câmaras de ar, saltos e solados

Firestone, Michelin, Goodyear e

de sapatos, tapetes e passadeiras,

Bridgestone fundaram a RECICLANIP,

estofados, rodos domésticos, colas e

ligada à Associação Nacional das In-

adesivos, buchas para eixos de ôni-

dústrias de Pneumáticos, que coleta

bus e caminhões, além de revesti-

e dá destinação final aos pneus sem

mentos para áreas de esporte e lazer.

condição de uso. Existem hoje qua-

Sua queima para aquecer caldei-

se 500 postos de coleta em todo o

ras, em fornos de cimento e usinas

país, normalmente em parceria com

termoelétricas é bastante proveitosa

Na UNICAMP, São Paulo, as

as prefeituras.

em termos energéticos, pois cada qui-

faculdades de Engenharia Civil e

De maneira geral, os pneus hoje

lograma de pneu libera até 30% a mais

Mecânica projetaram um reator de

usam apenas 10% de borracha na-

de energia do que um quilograma de

leito fluidizado para obter produtos

tural, 30% de derivados de petróleo

madeira ou carvão, mas o controle da

a partir de pneus usados por meio

(borracha sintética) e 60% de fios de

poluição do ar deveria ser mais rigoro-

de sua gaseificação.

aço e outras fibras, entremeadas na

so do que aquele hoje em vigor.

No Rio de Janeiro, a empresa Re-

estrutura do pneu. A famosa propa-

lastomer Tecnologia recupera bor-

ganda do “pneu de aço”, portanto,

racha vulcanizada pelo uso de bai-

está bem alinhada com a realidade. Essa complexidade estrutural dos pneus modernos dificulta seu reaproveitamento, pois são muitos os componentes que devem ser separados da borracha vulcanizada. Os pneus são cortados, moídos e desvulcanizados pelo uso de produtos químicos. O resultado é então refinado até se obter uma manta

Novas tecnologias de reciclagem

xas temperaturas (até 80ºC) e uso de catalisador heterogêneo, o que resulta em um material regenerado

Universidades, empresas e prefeituras municipais vêm se unindo em busca de novas maneiras de reciclar tão grande volume de pneus descartados. Entre as soluções mais econômicas e de bom resultado, já temos seu uso, inteiro, em cais, embarcadouros, diques e contenções de encostas.

“Este é meu emprego.

Recolho os pneus para evitar a poluição do meio ambiente e também garanto o sustento de minha família” 34

o mundo da usinagem

O Departamento de Engenharia Civil da Universidade Católica do Rio de Janeiro liderou por muitos anos as pesquisas para reutilização de pneus velhos em obras de engenharia, em muros de arrimo e reforço do solo em aterros. agosto.2012/88


que mantém 75% das características

Com material coletado em todo

físicas do produto original.

o estado, a Ecopneu já produz, na

Mas é Campo Grande, capital

fábrica de Campo Grande, 100 tone-

do Mato Grosso do Sul, que lide-

ladas/mês de recicláveis de pneus,

ra as iniciativas de reutilização de

mas já está projetada para atingir

pneus em nosso País, em termos

700 toneladas/mês.

de inventividade e maior aprovei-

Vem de Macapá, capital do Amapá, o exemplo de que podemos humanizar os pneus descartados, conferindo-lhes a beleza da natureza controlada, em vez de abandoná-los para danificá-la. A tecnologia e a criatividade existem: o próximo passo é conferir os exemplos positivos nesse terreno

tamento do resultado final, pela combinação de tecnologia com vontade política. A Ecopneus, que primeiro retira as cintas de aço, vendendo-as para a Gerdau, tem um projeto em colaboração com a Faculdade de Engenharia da a Universidade Federal de Mato Grosso

Joao Manoel S. Bezerra de Meneses

do Sul (UFMS) e criou o “concreto

Gestor Ambiental / Jornalista

ecológico”, que recebe adição de 30% de “chips” (lascas de pneus) em sua massa, garantindo menor custo e maior resistência ao produto final. A Prefeitura local passou a exigir o aproveitamento da nova tecnologia no município, no que já foi seguida pela Prefeitura de Dourados, locais onde o produto é usaconjuntos habitacionais. Ali, tanto borracheiros profissionais quanto catadores se beneficiam da iniciativa das Prefeituras. Os cinco ou seis carretos diários para o depósito da Prefeitura de Campo

Grande

proporcionam

de dois a três mil reais por mês a Roque Dias Moreira, que declara: “Este é meu emprego. Recolho os pneus para evitar a poluição do meio ambiente e também garanto o sustento de minha família”. agosto.2012/88

Prefeitura Municipal de Macapá

do em calçadas e pavimentação de

Fontes:

http://www.web-resol.org http://www.recicloteca.org.br http://www.uniblog.com.br/ecopneu/ Lixo Municipal: Manual de Gerenciamento Integrado, Cempre/IPT –1995 http://ambientes.ambientebrasil.com.br/residuos/reciclagem/reciclagem_de_pneus.html Boletim Informativo da Bolsa de Reciclagem Sistema FIEP Ano I - Nº 3 - JUL/AGO - 2001 http://www.tudosobrepneus.com.br/si/site/110070/p/Reciclanip

o mundo da usinagem

35


nossa parcela de responsabilidade

Produção Mais Limpa (P + L) S

ob o foco da sustentabili-

biente, que transmitam uma imagem

dade e do meio ambiente,

disciplinada quanto à conservação

os sistemas “verdes” de

da natureza e, ao mesmo tempo, que

produção, também conhecidos como

atendam às expectativas de uma ex-

Produção Mais Limpa (P+L), são o

celente qualidade em produtos e ser-

desafio de nossa década. Os últimos

viços, com preço justo e competitivo.

60 anos viram a produção em larga

Diversos

estudiosos

propõem

escala definir preços competitivos,

que a P+L pode ser um sistema in-

sem se preocupar com as consequên-

dustrial que visa sustentabilidade

cias ambientais do consumismo; vi-

das fontes renováveis de matérias

mos qualidade e tempo de produ-

primas, pela redução do consumo de

ção superarem a simples questão do

água e energia, a prevenção de resí-

preço; vimos as exigências do consu-

duos tóxicos e perigosos na fonte de

midor levarem à redução dos custos

produção, a reutilização e o reapro-

como única maneira de aumentar ou

veitamento de materiais por recicla-

manter o lucro das empresas.

gem de maneira atóxica e maior efi-

Apenas nas últimas duas déca-

ciência em termos energéticos. Além

da surgem as preocupações com a

disso, a geração de produtos de lon-

responsabilidade social e ambiental,

ga vida útil, seguros e atóxicos ao

com os antigos fatores de competiti-

homem e ao meio ambiente natural,

vidade incorporados e, portanto, sem

cujos restos, inclusive embalagens,

sua anterior função diferenciadora.

sejam recicláveis, completam a base

Atualmente fica evidente que exis-

operacional da sustentabilidade.

te pressão sobre as empresas, por par-

É nesse contexto que a Sandvik

te dos governos, mercados e clientes,

Coromant se destaca como empre-

por produtos ecológicos, processos

sa que, conhecedora das necessida-

produtivos amigáveis ao meio am-

des e tendências mundiais, busca diminuir os impactos ambientais

A produção ecologicamente correta engloba tecnologias, busca a conservação de matérias primas e energia que reduzem os impactos ambientais 36

o mundo da usinagem

gerados pelos seus processos de produção e os de seus clientes, as indústrias metalmecânicas, pesquisando e introduzindo novos conceitos de ferramentas e implementando novos processos de produção ecologicamente corretos. A produção ecologicamente correta engloba tecnologias, busca a conservação de

matérias primas e energia que reduzem os impactos ambientais dos produtos e processos de produção, diminuindo a geração de refugos, economizando custos finais, reduzindo a emissão de gases, unindo o que é tecnicamente possível com o que é desejado para a manutenção e preservação do meio ambiente. Em nossas decisões, devemos ter a responsabilidade de levar em conta, além da qualidade do produto ofertado, da melhor solução técnica aliada à maior produtividade com menos custos, também o envolvimento desse fornecedor com o planeta em que vivemos e suas preocupações em criar soluções ecologicamente corretas às operações da indústria metalmecânica. José Gamarra Gerente Técnico Sandvik Coromant do Brasil agosto.2012/88



Sandvik Coromant

Distribuidores ARWI Tel: 54 3026-8888 Caxias do Sul - RS

MAXVALE Tel: 12 3941-2902 São José dos Campos - SP

ATALANTA TOOLS Tel: 11 3837-9106 São Paulo - SP

MSC Tel: 92 3237-4949 Manaus - AM

COFAST Tel: 11 4997-1255 Santo André - SP

NEOPAQ Tel: 51 3527-1111 Novo Hamburgo - RS

COFECORT Tel: 16 3333-7700 Araraquara - SP

Anunciantes nesta edição O Mundo da Usinagem 88 Agie-Charmilles 23

PÉRSICO Tel: 19 3421-2182 Piracicaba - SP

Blaser 9

PRODUS Tel: 15 3225-3496 Sorocaba - SP

Deb´Maq

PS Tel: 14 3312-3312 Bauru - SP

Ergomat 17

PS Tel: 44 3265-1600 Maringá - PR

Mazak

REPATRI Tel: 48 3433-4415 Criciúma - SC

Mitutoyo

SANDI Tel: 31 3295-5438 Belo Horizonte - MG

Okuma 39

SINAFERRMAQ Tel: 71 3379-5653 Lauro de Freitas - BA

Romi 37

TECNITOOLS Tel: 31 3295-2951 Belo Horizonte - MG

Sandvik Coromant

THIJAN Tel: 47 3433-3939 Joinville - SC

Selltis

29

HAILTOOLS Tel: 27 3320-6047 Vila Velha - ES

TOOLSET Tel: 21 2290-6397 Rio de Janeiro - RJ

Villares Metals

31

KAYMÃ Tel: 67 3321-3593 Campo Grande - MS

TRIGONAL Tel: 21 2270-4835 Rio de Janeiro - RJ

MACHFER Tel: 21 3882-9600 Rio de Janeiro - RJ

TUNGSFER Tel: 31 3825-3637 Ipatinga - MG

COMED Tel: 11 2442-7780 Guarulhos - SP CONSULTEC Tel: 51 3321-6666 Porto Alegre - RS COROFERGS Tel: 51 3337-1515 Porto Alegre - RS CUTTING TOOLS Tel: 19 3243-0422 Campinas – SP DIRETHA Tel: 11 2063-0004 São Paulo - SP ESCÂNDIA Tel: 31 3295-7297 Belo Horizonte - MG FERRAMETAL Tel: 85 3226-5400 Fortaleza - CE GALE Tel: 41 3339-2831 Curitiba - PR GC Tel: 49 3522-0955 Joaçaba - SC

21

2ª capa 11

4ª capa

Cursos Durante todo o ano, a Sandvik Coromant oferece cursos específicos para os profissionais do mundo da usinagem. Acesse www.sandvik.coromant.com/br, na barra principal, clique em ‘treinamento’ e confira o Programa de Treinamento 2012. Você poderá participar de palestras e também de cursos in plant, ministrados dentro de sua empresa!

O leitor de O Mundo da Usinagem pode entrar em contato com os editores pelo e-mail: faleconosco@omundodausinagem.com.br ou ligue: 0800 770 5700

FALE COM ELES Antonio Carlos (Pérsico): (19) 3421-2182

Mausa: (19) 3124-3000

Bruno Vinícius Araújo Pinto (Mausa): (19) 3124-3000

Meritor: (11) 3684-6611

Eduardo Dedini (Mausa): (19) 3124-3000

Roberto Dedini (Mausa): (19) 3124-3000

Luis Norberto (Sandvik Coromant): (11) 5696-5425

SAE BRASIL: (11) 3287-2033

Marco Antônio Björn (Mausa): (19) 3124-3000

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o mundo da usinagem

agosto.2012/88



Ferramentas inteligentes que cabem no bolso Nossos aplicativos não tocam música nem distraem com jogos, não dão nenhum brinde, nem são engraçados, mas são inteligentes e podem ser muito úteis quando você tiver um problema. O que eles fazem é ajudar você a obter o máximo do seu processo de usinagem. O Start Values App recomenda a velocidade, o avanço e a profundidade de corte. Já o Machining Calculator App otimiza o desempenho em torneamento, fresamento e furação, ao calcular os ajustes de corte otimizados com base em seus parâmetros de trabalho.

Todos os nossos apps podem mostrar como pequenas mudanças na maneira de usar as ferramentas podem causar um enorme impacto em seus resultados. Com essas ferramentas essenciais, na forma de perguntas e respostas, você sempre terá uma resposta onde quer que esteja. Conheça nossas ferramentas inteligentes para smartphones em www.sandvik.coromant.com/apps (Os aplicativos são gratuitos. Aproveite!) ;-)

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