Omu 101

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101 Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISS nº 1518-6091 RGBN 217-147

Edição Especial

Setor Automotivo

Um Panorama Técnico e Econômico



Índice

edição 101: Setor Automotivo

10/2014

16 Transmissões 6  Mercado I

AB Sandvik Coromant

20  Usinagem de transmissões

30 Engrenagens

5 Editorial Automotivo em foco

Faceamento de engrenagem de transmissão com pastilha de CBN

6 Mercado I Cenários e expectativas para a indústria automotiva 12 Mercado II Luz amarela: empresas da cadeia automotiva em alerta 16 Transmissões O futuro do setor de transmissões automotivas 20 Usinagem de transmissões Transmissões automotivas: tendências e desafios de usinagem

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30 Engrenagens Engrenagens automotivas: fatores de influência e exigências 36 Engenharia Centros de Competência de Engenharia: suporte para competitividade

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EXPEDIENTE: O MUNDO DA USINAGEM é uma publicação da Sandvik Coromant do Brasil, com circulação de seis edições ao ano e distribuição gratuita para 15.000 leitores qualificados. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP. As fotos sem menção de créditos foram captadas na Internet sob licença do GNU Free Documentation Licence e/ou Creative Commons Attribution-Share Alike Generic License. Editor-chefe: Fabio Ferracioli; Coeditora: Vera Natale; Coordenação editorial, redação e revisão: Teorema Imagem e Texto (Fernando Sacco, João M. S. B. Meneses, Patrícia Cueva); Jornalista responsável: Fernando Sacco - MTB 49007/SP; Projeto e editoração gráfica: Débora Nascimento; Impressão: Premier Artes Gráficas As afirmações e dados contidos em matérias assinadas são de responsabilidade integral de seus autores.



Automotivo em foco

editorial

H

á quase seis décadas o Brasil produzia o primeiro carro em

território nacional. Hoje, podemos nos orgulhar de ter um parque fabril sólido e competitivo, com dezenas de montadoras, milhares de fornecedores, milhões de consumidores. Essa combinação nos torna uma das cinco maiores potências automotivas globais. Entretanto, o futuro reserva novidades e desafios. Para compreender o novo, nada melhor do que nos atualizarmos, discutirmos as tendências e inovações desse mercado. Já entre os desafios, o

zermos uma leitura ampla do nosso contexto econômico, avaliando previsões e números do setor. Sem querer esgotar o assunto, que é sem dúvida

Eléonore H / Dollar Pho

dade do mercado e, para isso, é fundamental fa-

to Club

maior deles talvez seja contornar a atual instabili-

muito amplo, preparamos uma edição especial dedicada ao mercado automotivo. Além de contribuir para superar os gargalos da usinagem tornando o processo cada vez mais rápido e produtivo, queremos ajudá-lo a traçar estratégias e entender melhor o setor neste momento de importantes definições no mercado brasileiro e internacional.

Cláudio Camacho Presidente da Sandvik Coromant América do Sul e Central, empresa patrocinadora da publicação.

Vivian Camargo

Uma ótima leitura!


mercado I

Cenários e expec para a

A chegada de novas montadoras e estímulos federais alteram a dinâmica do mercado, mas falta de integração da cadeia ainda é um entrave O Brasil é hoje um dos cinco maiores produtores mundiais de veículos, perdendo apenas para China, EUA e Japão e disputando em pé de igualdade o quarto lugar com a gigante Alemanha. Segundo o último relatório anual da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), o país encerrou 2013 com um total de 3,74 milhões de unidades fabricadas, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. Trata-se de um crescimento superior a 9% em relação ao ano anterior. A China consolidou-se como o

Rainer Plendl / Dollar Photo Club

maior polo das montadoras, produ-

6

Em 2013, o País produziu 3,74 milhões de veículos, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus o mundo da usinagem

outubro.2014/101


ctativas

indústria automotiva zindo 19,31 milhões de unidades em 2013; nos EUA, o total produzido no ano passado foi de 15,59 milhões. Já os japoneses fecharam o último ano com a marca de 5,3 milhões. O cenário atual, entretanto, é pouco otimista para vendas de veículos, tanto internas quanto para fora do país. Nos primeiros seis meses do No mesmo período de 2013 o total foi de 1,88 milhão, representando uma queda de 16,8% em veículos produzidos, o que obviamente influencia os índices de vendas.

Dolarphoto/completar

ano, foram fabricados 1,57 milhão de unidades.

A queda nas vendas supera a queda da produção, pois no primeiro semestre de 2014

novo acordo com validade até 30 de junho de

cerca de 400 mil carros permaneceram estacio-

2015, destravando o impasse entre os países. O

nados nos pátios das montadoras, o equiva-

chamado “regime flex” prevê que, para cada

lente a 41 dias de produção.

US$ 1,5 mi em carros e peças comercializados

Para Luiz Moan, presidente da ANFAVEA, vários foram os fatores que contribuíram para essa queda. “Em junho, tivemos menos de

para a Argentina, o Brasil compre US$ 1 mi do país vizinho. Segundo a entidade, se for mantida a atual

17 dias de produção”, afirmou o executivo.

conjuntura, o segundo semestre

“Além disso, muitas montadoras aproveita-

de 2014 deve apresentar uma al-

ram o período de Copa para dar férias coleti-

ta de 13% na produção e 14% nas

vas aos seus funcionários.”

vendas, fazendo com que o ano

Alguns fatores macroeconômicos também contribuíram para a queda, tais como a redu-

não seja marcado por uma forte queda no setor.

móveis e a restrição para importação de automóveis imposta pela Argentina ainda em 2013. Apesar disso, é possível vislumbrar um segundo semestre mais otimista. Em junho, os governos do Brasil e da Argentina assinaram um outubro.2014/101

João Luiz Oliveira (Tecnifoto)

ção do crédito bancário para compra de auto-

Luiz Moan, presidente da ANFAVEA: “O importante é que não haja restrição no fluxo de comércio nem na integração produtiva” o mundo da usinagem

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mercado I

Para Ricardo Pazzianotto, sócio da Pricewa-

do é a chegada de novas montadoras ao país,

terhouseCoopers (PwC) Brasil e especialista

além de um ciclo de expansão da capacidade

no setor automotivo, “a venda de veículos no

produtiva das montadoras já existentes.

Brasil explica-se em função de variáveis como preço, condições de financiamento e renda familiar no caso de veículos de passeio, e de PIB, rentabilidade agrícola e taxa de juros de longo prazo (TJLP) no caso de veículos comerciais. É

Novas marcas e expansões

esperado que o conjunto dessas variáveis vol-

Até 2015 a previsão é que estejam operan-

te a ser positivo para o mercado. Assim, po-

do no Brasil 25 indústrias automotivas (atual­

demos esperar uma recuperação das vendas

mente o país possui 18). Na região Sudeste

e da produção a partir de 2015. Até lá, a ma-

o montante de investimentos previstos pelas

nutenção do IPI reduzido poderá estimular as

montadoras até 2016 chega à casa dos R$ 30

vendas locais, pois atinge diretamente o preço

bilhões, destinados a ampliação ou construção

final dos veículos leves”.

de novas unidades. Entre os principais inves-

Outro fator que chama a atenção do merca-

timentos, destacamos:

Marca

Cidade

Tipo de fábrica

Início das operações

Investimento

Chery

Jacareí (SP)

Fábrica de carros

Agosto de 2014

R$ 800 mi

Shacman

Tatuí (SP)

Fábrica de caminhões

Segundo semestre de 2014

R$ 400 mi

Honda

Itirapina (SP)

Fábrica de carros

Segundo semestre de 2015

R$ 1 bi

Toyota

Porto Feliz (SP)

Fábrica de motores

Segundo semestre de 2015

R$ 1 bi

Mercedes-Benz

Iracemápolis (SP)

Fábrica de carros

Primeiro semestre de 2016

R$ 500 mi

Nissan

Resende (RJ)

Fábrica de carros

Entregue em abril de 2014

R$ 2,6 bi

Jaguar Land Rover

Itatiaia (RJ)

Fábrica de carros

Primeiro semestre de 2016

R$ 750 mi

BYD

Campinas (SP)

Unidade de montagem de ônibus elétricos

2015 (sem data específica)

R$ 200 mi

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o mundo da usinagem

Pengyou92 / Dollar Photo Club

Na região Sudeste o montante de investimentos previstos pelas montadoras até 2016 chega à casa dos R$ 30 bilhões outubro.2014/101


Fora do eixo SP-RJ outros investimentos

zação seja igual ou superior a 60%.

estão em curso. A alemã BMW acaba de ini-

“Nosso balanço é extremamente positivo”,

ciar a produção de automóveis na cidade de

defende Moan. “Em um primeiro momento o

Araquari (SC). Já a chinesa JAC inaugura em

programa atraiu uma massa de investimentos

2015 no município de Camaçari (BA) as opera-

produtivos para o Brasil. No nosso setor espe-

ções de sua primeira unidade no país.

cificamente a previsão é que entre 2012 e 2018

“É natural que as indústrias procurem no-

o total de investimentos some R$ 76 bilhões.”

vas regiões para investir em novas fábricas co-

Quem também vê com bons olhos a inicia-

mo forma de descentralizar sua produção pa-

tiva é a Associação Brasileira da Indústria de

ra próximo do mercado consumidor e buscar

Ferramentais (ABINFER). Em agosto, a enti-

menores custos de produção. Isso é positivo

dade promoveu o seminário “As ferramenta-

para o Brasil e para o desenvolvimento indus-

rias no Brasil estão preparadas para o Inovar-

trial de novas áreas”, explica Pazzianotto.

-Auto?” em parceria com o Núcleo de Usina-

Além disso, inúmeras expansões estão em

gem e Ferramentaria da Associação Empresa-

curso. A Fiat reservou R$ 7 bilhões para a sua

rial de Joinville e a Associação de Engenheiros

unidade em Betim (MG), além de uma nova

Brasil-Alemanha (VDI).

unidade na cidade de Goiana (PE), onde será produzido o modelo Jeep.

Na ocasião, Christian Dihlmann, presidente da entidade, afirmou que “o Inovar-Auto abre a possibilidade de triplicar as compras de

Inovar-Auto

moldes e ferramentais por parte de montadoras e sistemistas, com a consequente expansão

Ricardo Pazzianotto avalia que “a vinda de

dos investimentos, produção e emprego nas

novas montadoras para o Brasil é um dos re-

ferramentarias. Entretanto, esses investimen-

sultados esperados da nova política automo-

tos – a permanecer o quadro atual – podem

tiva, o Inovar-Auto. Todo o investimento rea­

não se concretizar no âmbito do mercado na-

lizado na expansão da capacidade das mon-

cional, pois o fornecimento tende a ser supri-

tadoras aqui instaladas, das novas montado-

do por moldes e ferramentais importados”.

ras, assim como em P&D e novos produtos,

O Sindicato Nacional da Indústria de Compo-

é positivo para o desenvolvimento da compe-

nentes para Veículos Automotores (SINDIPEÇAS)

titividade e da tecnologia da indústria brasi-

segue a mesma linha, e alerta para a necessidade

leira. Isso possibilita ao Brasil ter produtos de melhor qualidade para o mercado interno, o que também é necessário para as exportações. veí­culos prevista nesta nova legislação”. O Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores, ou Inovar-Auto, é uma das políticas setoriais mais incisivas do setor. Criado em 2012, o programa prevê descontos de até 30% no IPI para empresas, sobretudo montadoras, cujo índice de nacionalioutubro.2014/101

Ricardo Pazzianotto, sócio da PwC Brasil e especialista no setor automotivo: “É natural que as indústrias procurem novas regiões para investir em novas fábricas como forma de descentralizar sua produção para próximo do mercado consumidor e buscar menores custos de produção”

Régis Filho

Exemplo disso é a eficiência energética dos

o mundo da usinagem

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mercado I

Produtiva de Veículos Automotores favorecem os investimentos”. Segundo Pazzianotto, “como consequência natural de todo o investimento que foi e esloraks / Dollar Photo Club

tá sendo realizado, a indústria de autopeças precisa se preparar para o crescimento na produção. Nós, da PwC, temos recebido diversas consultas sobre investimento nesta área, incluindo fornecedores para os veículos premium, que também anunciaram grandes investimentos em capacidade de produção e tecnologia no Brasil. A indústria de autopeças está se capacitando para atender a esse novo patamar da indústria automotiva brasileira”.

de aprimoramento do programa com a adoção de um sistema de rastreamento de autopeças.

Mesmo com desafios a serem superados, o futuro é animador. A previsão das montado-

A ideia é monitorar o grau de nacionaliza-

ras é de que já em 2018 a produção nacional

ção dos componentes, evitando que peças fa-

bata na casa de 6 milhões de veículos, sendo

bricadas fora do país sejam incorporadas ao

4,5 milhões de vendas para o mercado interno.

conjunto e, assim, entrem no mercado nacional

Nesse cenário, o Brasil tem tudo para figurar

com os descontos estabelecidos pelo programa.

entre os maiores e mais competitivos players

Contudo, o SINDIPEÇAS declarou, em no-

do setor automotivo.

ta, que “os parâmetros de longo prazo estabelecidos pelo Programa de Incentivo à Ino-

Fernando Sacco Jornalista

vação Tecnológica e Adensamento da Cadeia

Gigantes do asfalto A seguir, o rol de montadoras que mais comercializaram veículos no Brasil e no mundo em 2013. Entre parênteses está o comparativo em relação a 2012.

MUNDO

BRASIL

1. Toyota: 6.369.184 (+1,02%)

1. Fiat: 762.950 (-9%)

2. Volkswagen: 5.964.344 (+5,45%)

2. Volkswagen: 666.707 (-13,2%)

3. Ford: 5.329.633 (+10,91%)

3. Chevrolet: 649.726 (+1,1%)

4. Chevrolet: 4.368.223 (+1,6%)

4. Ford: 335.015 (+3,5%)

5. Nissan: 3.974.149 (+5,07%)

5. Renault: 236.337 (-2,2%)

6. Hyundai: 3.763.073 (+8,18%)

6. Hyundai: 212.900 (+96,5%)

7. Honda: 3.736.810 (+10,45%)

7. Toyota: 176.074 (+55%)

8. Kia: 2.169.113 (+1,4%)

8. Honda: 139.268 (+3,21%)

9. Fiat: 1.718.613 (-1,29%)

9. Nissan: 77.830 (-25,7%)

10. Renault: 1.692.980 (+3,6%)

10. Citroën: 66.109 (-11,4%)

Fontes: consultoria Jato Dynamics do Brasil, Focus2move e ANFAVEA

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o mundo da usinagem

outubro.2014/101



mercado II

Luz amarela:

empresas da cadeia automotiva em alerta A economia global começou a

Dados de uma pesquisa realiza-

se recuperar e algumas ca-

da pela KPMG no Brasil com execu-

racterísticas da realidade

tivos de instituições financeiras, in-

econômica e social bra-

vestidores e empresários mostram

sileira, como elevadas

que essa onda de incerteza já che-

taxas de juros e bai-

gou à indústria. Cerca de 25% dos

xos níveis de inves-

entrevistados apontaram que o seg-

timento, tiraram do

mento formado pelas montadoras

País não só um im-

de veículos e autopeças deve ser o

portante espaço no

mais afetado em um cenário econô-

mercado, mas tam-

mico instável. Este foi o segundo se-

bém a atratividade pa-

tor mais citado, ficando atrás apenas

ra investidores. Ao con-

12

o mundo da usinagem

de imobiliário e construção civil.

trário do panorama de cres-

E os números do setor ratificam

cimento econômico favorável de

que 2014 não tem sido bom para a

cinco anos atrás, o momento agora

indústria automotiva. Julho teve a

no Brasil é de incertezas e atenção

sua pior produção para o mês em

por parte dos gestores. Um dado

oito anos, segundo dados divulga-

alarmante que confirma este atual

dos pela Associação Nacional dos

cenário é o alto número de falên-

Fabricantes de Veículos Automoto-

cias e de companhias em processo

res (ANFAVEA). Ao compararmos

de recuperação judicial no País. Em

com o mesmo período do ano pas-

2008, eram 312 e o número mais

sado, o mês registrou uma queda

que dobrou no ano seguinte (670).

de 20,5% na produção (252,6 mil x

Já no ano passado, foram 874 pe-

317,9 mil unidades). No acumulado

didos, um recorde maior que o re-

dos primeiros sete meses de 2014,

gistrado em 2009, momento pós-

o setor apresenta queda de 17,4%,

-crise mundial.

com 1,82 milhão de unidades, ante outubro.2014/101


RVNW / Dollar Photo Club

o mesmo período do ano passado,

a venda de automó-

que atingiu 2,2 milhões de veículos.

veis. Estudo sobre

Outro dado que precisamos des-

a carga tributária

tacar é que acabamos de passar pe-

do veículo brasi-

lo pior primeiro semestre da indús-

leiro com base na

tria desde 2010. Foram vendidas de

participação dos

janeiro a junho 1.583.066 unidades,

impostos no pre-

contra 1.707.633 no mesmo período

ço final ao consumi-

do ano passado, o que indica uma

dor, também divulga-

queda de 7,3%. Apesar da expecta-

do pela ANFAVEA, apon-

tiva de melhora, principalmente de-

ta que 28,1% do valor de um au-

vido à manutenção da redução do

tomóvel flex com motorização entre

IPI, ainda há forte restrição ao cré-

1000cc e 2000cc são de impostos.

dito, o que interfere diretamente

Esse dado se torna mais impactante

nas vendas das montadoras.

se compararmos com outros países

Não podemos deixar de citar os

como Estados Unidos (7%) ou Ja-

altos impostos que incidem sobre

pão (9,9%). Outros levantamentos

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o mundo da usinagem

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mercado II

indicam também o percentual da carga tributária adicionado ao preço do veículo sem impostos e, nesse caso, no Brasil é de 54,2%. Diante desse contexto não tão promissor, a cadeia automotiva no Brasil já apresenta sinais de alerta e as empresas do setor já se mobilizam para evitar que uma crise se instale de maneira acentuada. Nesse caso, vale a pena ficar atento a qualquer indício de que a empresa pode não estar passando por uma situação confortável, como alto nível de endividamento, redução de rentabilidade, pressão no capital de giro e baixa geração de caixa nos próximos meses.

Joel_420 / Dollar Photo Club

Também é válida a criação de uma força-tarefa formada por empreendedores, bancos, investidores, entre outros, agindo de maneira integrada, atuando em conjunto e adaptando suas práticas para, dessa forma, utilizar suas competências com o objetivo de evitar crises e manter o valor das empresas. Vale lembrar que, quanto mais cedo for feito o diagnóstico de problemas e forem tomadas as providências necessárias, mais chances as companhias têm de se manter saudáveis.

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o mundo da usinagem

KPMG Brasil

Ricardo Bacellar Diretor de relacionamento da KPMG no Brasil Setor automotivo outubro.2014/101



transmissões

O futuro do setor de transmissões

automotivas

16

Um dos maiores desafios da indústria da

lhor caminho? Aumentar o número de rela-

mobilidade atual é oferecer veículos integra-

ções de transmissão para propiciar ganhos,

dos às necessidades de preservação do meio

fazendo com que os motores trabalhem em

ambiente e dos recursos finitos de produção.

faixas mais eficientes, ou reduzir o número

Nunca se falou tanto, como nesta última dé-

dessas relações para propiciar o downsizing

cada, em eficiência energética e na conse-

das caixas de câmbio? Há necessidade ou

quente necessidade de soluções leves e efi-

não de caixas de câmbio para veículos 100%

cientes dos veículos. O Brasil busca respon-

elétricos? Qual o papel das transmissões no

der a esses imperativos, aliando-os às neces-

contexto de veículos híbridos? Como os no-

sidades internas de crescimento econômico,

vos materiais e processos para a fabricação

ao lançar programas, como o Inovar-Auto,

dos componentes de uma transmissão po-

para promover mudança radical no panora-

dem contribuir para o aumento de eficiência

ma da mobilidade.

energética de um veículo?

Os sistemas de trem de potência ou, como

O mercado ainda busca fórmulas para

são mais conhecidos, sistemas de powertrain

responder a perguntas como essas. Não é

têm contribuído, significativamente, para o

tarefa fácil, mesmo para as empresas envol-

alcance dos objetivos e das metas globais pa-

vidas, saber ao certo qual será o futuro das

ra a redução de emissão de poluentes, parti-

transmissões no Brasil. Há um espaço consi-

cularmente, com o grande impulso dado pe-

derável para o mercado absorver a chegada

lo desenvolvimento de motores mais leves,

de novas tecnologias, porém a barreira que

menores e mais eficientes. Semelhante desa-

precisamos vencer é a do incentivo. Sem isso,

fio se impõe também aos sistemas de trans-

fica muito difícil as empresas investirem em

missão.

novos produtos.

Atualmente, é comum nos depararmos

Assim como as montadoras tiveram o

com perguntas contraditórias, mas ainda

Inovar-Auto, que as obriga a investir em ino-

nem sempre há resposta certa. Qual o me-

vação, as autopeças esperam algo semelhan-

o mundo da usinagem

outubro.2014/101


Yang yu / Dollar Photo Club

te. Algo que permita a esse grupo desenvol-

seja igual ou inferior a 10% do valor do pro-

ver tecnologias para acompanhar as monta-

duto. O desenvolvimento sustentável da in-

doras, até porque o mercado é uma cadeia e

dústria seria garantido pela obrigatoriedade

ele deve ser contemplado por inteiro.

de fornecedores para as empresas habilitadas

Em 20 de janeiro de 2014, o Diário Oficial

ao Inovar-Auto e seus fornecedores diretos

da União publicou medida provisória que

informarem aos adquirentes, nas operações

aperfeiçoa o Inovar-Auto e, de certa forma,

de venda, os valores e as demais caracterís-

atenderia à necessidade apontada pelo se-

ticas dos produtos fornecidos, conforme de-

tor de autopeças de criação do Inovar-Peças,

finido pelo Ministério do Desenvolvimento,

um possível programa para as autopeças nos

Indústria e Comércio Exterior. O desenvolvi-

mesmos moldes do Inovar-Auto. A referida

mento sustentável da indústria está relacio-

medida provisória estabelece, entre outras,

nado ao aumento do padrão tecnológico dos

que serão considerados como realizados no

veículos, especialmente quanto à segurança

país os dispêndios com a importação para

e às emissões veiculares. Espera-se, por meio

utilização em casos sem similares nacionais.

do Inovar-Auto, estimular as montadoras a

São consideradas peças aquelas adquiridas

investir com vistas à melhoria da eficiência

juntamente com o equipamento e cujo valor

energética dos motores e à aquisição de pe-

outubro.2014/101

o mundo da usinagem

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transmissões

ças e componentes, que terão de ser nacio-

to? Ainda não conseguimos responder a es-

nais, para que os carros fabricados no Bra-

sa pergunta também.

sil possam estar em par de competitividade

O que fica claro nesse contexto é que,

com os carros fabricados no exterior. Pode-

embora o Inovar-Auto e a recente medida

-se imaginar, como consequência, que as

provisória que o aperfeiçoa movimentem

empresas de autopeças sejam estimuladas

toda a cadeia produtiva para que as inova-

no mesmo sentido das montadoras.

ções sejam bem desenvolvidas no Brasil, é

Espaço e demanda para crescimento nós

preciso que a indústria automotiva apro-

temos. Falta-nos identificar o quanto o con-

funde seu entendimento do que significa

sumidor está disposto a pagar por inova-

inovar, de como fazê-lo de forma sustentá-

ções tecnológicas. Será que as adaptações

vel e qual o retorno esperado com as ino-

que faremos serão de qualidade ou de cus-

vações. Do contrário, será muito difícil que as empresas do setor automotivo invistam e modifiquem positivamente o atual cenário de competitividade automotivo brasileiro. Esses e outros questionamentos sobre o mundo das transmissões automotivas estiveram na pauta do 12o Simpósio SAE BRASIL de Powertrain, realizado nos dias 11 e 12 de agosto, no Parque Tecnológico de So-

Mauro Moraes de Souza Chairman do Simpósio SAE BRASIL de Powertrain.

Companhia de Imprensa Assessoria

Yang yu / Dollar Photo Club

rocaba, no interior de São Paulo.

Discussão planejada O 12º Simpósio SAE Brasil de Powertrain (11 e 12/08/2014) teve mais de 200 participantes e palestrantes do Brasil e do exterior discutindo sistemas de transmissões e motores Ciclo Otto. Especialistas de empresas e professores universitários demonstraram grande acuidade de pesquisas e possíveis soluções de ponta, como tecnologia sinterizada e manufatura aditiva, para as questões que preocupam e dinamizam o setor. A capacitação tecnológica depende de medidas que permitam à indústria automobilística atender, em curto espaço de tempo, ao crucial pilar inovação, conteúdo local e eficiência energética. Veja informações sobre o simpósio em: www.saebrasil.org.br

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o mundo da usinagem

outubro.2014/101



usinagem de transmissões

Transmissões O mercado de transmissões automotivas evolui a cada dia e se torna mais exigente e complexo. Para acompanhar essas mudanças, é preciso garantir a eficiência e a confiabilidade das operações de usinagem

tendências e O primeiro carro fabricado em território nacional acaba de completar 58 anos. Trata-se do simpático e saudoso Romi-Isetta. O compacto de carroceria pequena e linhas arredondadas foi produzido pela primeira vez em setembro de 1956 na cidade de Santa Bárbara d’Oeste (SP), onde até hoje funciona a sede da Indústrias Romi. Foram produzidos cerca de 3 mil veículos, uma quantidade pequena, mas o suficiente para colocar o Brasil de uma vez por todas na ro-

Fundação Romi - CEDOC

ta das montadoras. Hoje o país possui uma ca-

20

o mundo da usinagem

outubro.2014/101


automotivas: desafios de usinagem deia automotiva altamente estruturada e

nentes que abastecem a cadeia automoti-

competitiva, além de contar com uma fro-

va, as transmissões têm um papel de des-

ta circulante superior a 80 milhões de uni-

taque. São elas as responsáveis por trans-

dades, segundo dados do Departamento

ferir para as rodas a potência gerada no

Nacional de Trânsito (DENATRAN).

motor pela queima de combustível.

Para abastecer esse mercado gigantesco,

“A cadeia automotiva brasileira domi-

o Brasil dispõe de centenas de fabricantes de

na a fabricação de transmissões mecânicas

autopeças. Os principais representantes do

e temos o seu desenvolvimento sendo fei-

setor – SINDIPEÇAS e ABIPEÇAS – somam

to por várias montadoras e fabricantes de

cerca de 500 associados, que juntos faturam

autopeças no Brasil”, pontua Marco Bar-

mais de R$ 85 bilhões ao ano.

reto, professor de engenharia mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI).

Ilton Barbosa

Entre os milhares de peças e compo-

Marco Barreto, professor de engenharia mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI): “O País domina a fabricação de transmissões mecânicas”

Motor BMW do Romi-Isetta e a linha de montagem do automóvel. No detalhe, veículos em exposição na Fundação Romi outubro.2014/101

o mundo da usinagem

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Sandvik Coromant

usinagem de transmissões

Vivima Camargo

Sistema de transmissões – principais modelos e características

o mundo da usinagem

são manual com a conveniência da transmissão automática. A operação da embreagem e a troca de marchas são controladas automaticamente; £ Transmissão Automática (AT): inven-

Um dos principais componentes do sis-

tada na década de 1920, é capaz de

tema de transmissão é a caixa de câmbio,

mudar automaticamente a relação da

composta por engrenagens de diferentes ta-

transmissão à medida que o veículo se

manhos, luvas, coroas, eixos primário e se-

move. A maioria das ATs possui um

cundário, entre dezenas de outras peças e

conjunto definido de faixas de trans-

mecanismos. Porém, “não existe uma fór-

missão e um recurso para travar a saí-

mula única, cada modelo de transmissão

da do eixo, a fim de evitar que o veícu-

possui uma estrutura diferente”, explica

lo se mova para a frente ou para trás;

Eduardo Debone, driver global da Sandvik

£ Transmissão Continuamente Variá-

Coromant, na área de motores automotivos.

vel (CVT): esse tipo de transmissão

Elas também variam de acordo com

substitui as engrenagens por duas po-

sua configuração, podendo ser longitu-

lias de diâmetro variável, com forma-

dinal (para tração traseira) ou transversal

tos de cones opostos e uma cinta ou

(para tração dianteira). Já em relação aos

corrente metálica correndo entre elas.

tipos de transmissão presentes no merca-

A mudança do diâmetro das polias va-

do, podemos destacar os modelos:

ria a relação da transmissão;

£ Transmissão Manual (MT): mais ba-

22

bina a eficiência mecânica da transmis-

£ Transmissão de Dupla Embreagem

rata, robusta e altamente eficiente;

(DCT): composta por duas subtrans-

£ Transmissão Automatizada (AMT): com­

missões (ativa e passiva). Permite trooutubro.2014/101


riados materiais, como explica o profes-

cas interrupções na rotação do motor.

sor Marco Barreto: “Para engrenagens

No Brasil, entretanto, a produção ainda

e eixos, usamos aços de alta resistência

é majoritariamente de transmissões manu-

(aços-liga). Quando falamos da carcaça

ais, uma realidade distante dos mercados

da caixa de transmissão, temos o uso do

europeu e norte-americano, que lidam tam-

alumínio fundido. Para cubos e garfos,

bém com sistemas eletrônicos e automáti-

podemos ter o uso de aço sinterizado. Já

cos. Mas, seja qual for o modelo empregado,

os sincronizadores podem ser de latão es-

as exigências do mercado são as mesmas. É

tampado ou mesmo de aço estampado”.

preciso garantir a resistência e a segurança

No caso dos eixos, fabricados em aço de

do sistema e, ao mesmo tempo, reduzir seu

baixa liga, é preciso em primeiro lugar con-

peso e torná-lo mais eficiente. Sistemas mais

duzir a chamada usinagem verde (soft ma-

leves e eficientes, inclusive, atendem a ou-

chining) antes do tratamento térmico. “Tra-

tra exigência fundamental do mercado: veí­

ta-se de uma usinagem que exige muita

culos menos poluidores. Nesse cenário, a

atenção, pois estamos lidando com a re-

usinagem tem um papel fundamental, pois

moção de grande volume de cavacos de

está diretamente ligada à escolha dos mate-

peças geralmente forjadas. Se esses cava-

riais e ao custo por peça produzida.

cos não forem adequadamente escoados, podem causar problemas, como danos à

A usinagem de transmissões – exigências e desafios mais comuns O sistema de transmissão é compos-

superfície da peça e mau aproveitamento da ferramenta”, explica Okis Bigelli, especialista de produtos da Sandvik Coromant. Para garantir eficiência nesse processo, é importante contar com ferramentas específicas para o torneamento de aços que garantam altas taxas de remoção de cavacos, como as classes GC 4325 e GC 4315.

Sandvik Coromant

to por peças e mecanismos dos mais va-

Arquivo Sandvik Coromant

cas rápidas entre as marchas com pou-

Pastilhas de torneamento nas classes GC 4325 e GC 4315 outubro.2014/101

o mundo da usinagem

23


usinagem de transmissões

“Além do recurso de quebra-cavacos,

uma quebra de cavacos mais eficiente, es-

que é fundamental nesse tipo de usinagem,

pecialmente em materiais difíceis de usi-

estamos falando de classes que têm como

nar”, explica Bigelli.

principais características uma vida útil lon-

Após a usinagem verde, os eixos e as

ga, capaz de garantir a previsibilidade das

engrenagens passam por um tratamen-

operações, maximizando a eficiência e mi-

to termoquímico chamado cementação, a

nimizando custos”, avalia Debone.

fim de aumentar a dureza superficial da

Para atingir a máxima eficiência em re-

peça e, ao mesmo tempo, manter sua te-

lação ao quebra-cavacos e garantir o au-

nacidade interna. “Depois da cementação

mento da vida útil das ferramentas, é reco-

as peças são acabadas pela retificação, po-

mendável utilizar sistemas de refrigeração

rém, esse processo vem sendo substituído

de alta pressão como o CoroTurn HP. Os

ao longo dos anos pelo torneamento duro

olhais fixos no porta-ferramenta forne-

utilizando pastilhas de CBN (Nitreto Cú-

cem melhor controle de cavacos, seguran-

bico de Boro), um material super-resis-

ça do processo e alta produtividade de-

tente e eficiente, tanto econômica quanto

vido aos jatos perfeitamente direcionados

tecnicamente, além de trazer benefícios

à zona de corte. “Quando combinamos

ambientais justamente por eliminar a ne-

esse sistema com geometrias de pastilhas

cessidade da operação de retificação, que

dedicadas para refrigeração de alta pres-

implica uso de óleo e causa desgaste do

são, temos como resultado um aumen-

rebolo, o qual gera resíduo sólido (borra)

to da vida útil das ferramentas, além de

que tem um alto custo ambiental para ser

Sandvik Coromant

Sistema de refrigeração de alta pressão CoroTurn HP: ferramentas com três olhais de refrigeração direcionados para a zona de corte proporcionam melhor quebra de cavacos e redução do desgaste da pastilha

24

o mundo da usinagem

outubro.2014/101



usinagem de transmissões

sor Marco Barreto, trata-se de um proces-

Pastilhas de CBN Wiper para altos avanços e superacabamentos em aços endurecidos

so rigoroso: “A usinagem das engrenagens das caixas de transmissões automotivas é de extrema precisão, sendo as geometrias dos dentes das engrenagens controladas em mícrons. A microgeometria da engrenagem é de extrema importância para garantir a sua resistência e durabilidade. Assim, atender a esse requisito é muito importante, e durante a sua fabricação os controles precisam ser muito precisos”. É, portanto, indiscutível que a qualidaSandvik Coromant

de final da peça depende do ferramental escolhido, porém isso só não basta para garantir a eficiência da fabricação, relacionada à produtividade, ou como fazer mais com o mínimo de recursos, bem codescartado”, elucida Bigelli.

mo a eficácia, relacionada à escolha do

Essas ferramentas possibilitam o traba-

que fazer para se alcançar o objetivo. O

lho com velocidades de corte elevadas em

conhecimento específico da respectiva

materiais de alta dureza. Com isso é possí-

aplicação do ferramental, de modo a oti-

vel alcançar as tolerâncias e acabamentos

mizar o processo, observando-se sempre

superficiais exigidos no processo de fabri-

as necessidades de cada cliente, também é

cação com o máximo de produtividade.

vital para a obtenção de uma significativa

Além disso, muitas peças de transmissão – principalmente engrenagens – ne-

redução do custo por peça, um dos grandes objetivos do setor.

cessitam da chamada “abertura de dentes”. Para realizar essa usinagem de forma eficiente podemos contar com famílias de

26

o mundo da usinagem

Tendências

ferramentas para gear milling ou fresamen-

O mercado de transmissões automoti-

to de engrenagens, tais como a fresa cara-

vas está sofrendo grandes mudanças. “Mais

col CoroMill 176, que atende faixas de mó-

leves e eficientes, as transmissões passam a

dulos entre 3 e 10 e pode ser usada em to-

contar com um maior número de compo-

dos os tipos de máquinas, novas e antigas,

nentes, principalmente engrenagens e dis-

e não apenas em máquinas dedicadas ao

positivos eletroeletrônicos”, sinaliza Bigelli.

hobbing (fresamento com caracóis). “Nes-

Ao ser indagado sobre as tendências

se caso, estamos falando de usinagem com

nesse campo, o professor Marco Barreto

altas velocidades de corte, produtividade

destaca: “Para aplicação de veículos le-

elevada e uso de ferramentas que dispen-

ves, a tendência é a adição de mais uma

sam a reafiação”, analisa Debone.

marcha, saindo das atuais cinco velocida-

A escolha da ferramenta adequada é

des para novas seis velocidades. Para a li-

fundamental, pois, como destaca o profes-

nha de pesados, iremos cada vez mais ver outubro.2014/101


transmissões automatizadas, com o acio-

ro Moraes de Souza, chairman do Simpó-

namento eletromecânico”.

sio SAE BRASIL de Powertrain).

As caixas de transmissão também têm

Ao contrário da transmissão do Romi-

sido alvo de estudos e análises. Novas tec-

-Isetta, citado no início desta reportagem,

nologias devem reduzir seu custo e peso,

que contava com duas correntes que le-

incluindo novos materiais como, por exem-

vavam a força do motor às rodas trasei-

plo, engrenagens sinterizadas, aumentando

ras, os modelos atuais são cada vez mais

a confiabilidade dos seus componentes.

complexos. Acompanhar tais mudanças e

Fora as engrenagens, as caixas de

constantemente desenvolver novos méto-

trans­ missão possuem outros inúmeros

dos, ferramentas e processos são premis-

componentes, como rolamentos, garfos

sas fundamentais, pois a evolução desse

de engate, sincronizadores, cubos de en-

mercado é cada vez mais ágil e requer, em

gate, entre outros. Novos materiais tam-

contrapartida, respostas rápidas e maior

bém têm sido usados nesses componen-

eficiência e eficácia de toda a cadeia de va-

tes, tais como cubos sinterizados no lugar

lor envolvida.

dos antigos cubos forjados, destaca o professor Barreto. (Confira mais detalhes no artigo “O futuro do setor de transmissões automotivas”, na página 16, escrito por Mau-

Fernando Sacco Jornalista

Sandvik Coromant

Fresa caracol CoroMill 176, que atende faixas de módulos entre 3 e 10 e pode ser usada em todos os tipos de máquinas, novas e antigas, e não apenas em máquinas dedicadas ao hobbing (fresamento com caracóis) outubro.2014/101

o mundo da usinagem

27


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engrenagens

Engrenagens automot

fatores de influência e exigê O que deve ser levado em conta no trabalho de transmissão feito por meio de engrenagens?

de um eixo para outro, tendo-se definida uma relação de velocidades entre eles e com os mesmos girando em sentidos opostos. Os eixos dos dois elementos (motor e

É possível encontrar engrenagens em

movido) de um engrenamento podem ocu-

uma infinidade de aplicações, que vão des-

par entre si diversas posições relativas. Em

de minúsculos relógios até enormes trans-

função disso, as engrenagens são construí­

missões navais, passando por diversos dis-

das em diversos formatos (cilíndricas, cô-

positivos que utilizamos no dia a dia, tais

nicas, hiperboloides, para transmissão com

como ferramentas elétricas, eletrodomésti-

corrente, entre outros). As engrenagens ci-

cos, veículos, etc.

líndricas, tanto retas quanto helicoidais, constituem o sistema mais aplicado na in-

transmitir torque e movimento de rotação

dústria, sobretudo na automotiva, poden-

Empics / Dollar Photo Club

As engrenagens são concebidas para

30

o mundo da usinagem

outubro.2014/101


tivas:

ências

conta algumas exigências básicas que po-

Engrenagens automotivas – principais características

dem influenciar no trabalho de transmis-

As engrenagens estão presentes em pra-

são feito por meio das engrenagens, tais

ticamente todas as partes de um veículo e

como: resistência, rendimento, precisão na

exercem funções críticas no seu funciona-

transmissão, vida útil requerida, peso (que

mento. Por essa razão, é de fundamental

é fundamental em veículos rodoviários e

importância estar atento a todos os fatores

aeroviários, por exemplo), rumorosidade

de influência que acabamos de mencionar.

(baixo nível de ruído), estabilidade (baixo

Voltando aos coeficientes de segurança,

do atingir altíssimas rotações e elevadas capacidades de carga. Projetos de alto nível técnico levam em

nível de vibração) e custo.

a indústria automotiva tem adotado para

Com relação à resistência, os dentes de-

a flexão SFmín entre 1,40 e 1,50 e para a

vem ser capazes de suportar os esforços de

pressão SHmín entre 1,00 e 1,20. O SFmín,

flexão e pressão exercidos em seus flancos.

normalmente, é maior que SHmín, já que

Em outras palavras, os coeficientes de segu-

uma fratura por flexão, em um ou mais

rança à flexão e à pressão devem ser supe-

dentes, determina o fim da vida de uma

riores a um valor mínimo arbitrado em fun-

engrenagem, interrompendo o funciona-

ção dos riscos inerentes àquela aplicação.

mento do equipamento.

Todavia, é importante salientar que pa-

Muitos fatores contribuem para que essas

ra a determinação desses coeficientes são

condições sejam satisfeitas, entre eles a sele-

necessários muitos outros fatores de influ-

ção do material e de seu tratamento térmico.

ência (mais de 30) que são determinantes

Para atender às exigências descritas aqui, os

para a eficácia de um projeto e não devem

aços para cementação são os mais adequados.

ser confundidos com as exi­gências básicas

Outra condição fundamental para as apli-

do mesmo. Os fatores de influência são ter-

cações automotivas é a intercambiabilidade.

mos que integram as equações utilizadas

As tolerâncias dimensionais devem ser espe-

para calcular os coeficientes de segurança,

cificadas para que uma eventual substituição

e os cálculos para a sua determinação são

da peça não dificulte ou prejudique as con-

altamente complexos e requerem o uso de

dições de montagem ou de funcionamento.

softwares especializados, tais como o aplicativo Progear. outubro.2014/101

Para que as engrenagens atendam a capacidade de carga necessária, elas devem o mundo da usinagem

31


Pavlodargmxnet / Dollar Photo Club

engrenagens

ser dimensionadas em função das condi-

1 o mais preciso. A precisão da engrenagem

ções de trabalho, que podem ser muito di-

é determinada pela exatidão de cada flanco

ferentes umas das outras.

de seus dentes e também pela exatidão do

A transmissão pode ser contínua e sua-

espaçamento entre esses dentes ao redor do

ve, sem reversões ou variações de torques,

cilindro, que é chamado passo. A exatidão

sem trancos ou sobrecargas, mas pode tam-

aqui mencionada é função dos desvios má-

bém ser intermitente, com muitas partidas

ximos permitidos, também chamados mi-

por hora, com reversões frequentes, além

crogeometria, nos diferentes graus de quali-

de sofrer trancos, sobrecargas e trabalhar

dade normalizados. A indústria automotiva

com grande variação de torque.

adotou, para os seus diferentes dispositivos,

A combinação dessas irregularidades (provocadas tanto pelo motor quanto pela

Com relação à rumorosidade e à estabi-

máquina movida) pode ser expressa pelo

lidade, além do grau de qualidade, que in-

fator de aplicação KA. Para aplicações au-

fluencia sobremaneira o resultado da apli-

tomotivas, valores de KA entre 1,25 e 1,50

cação, outras características são relevantes:

são aceitos, já que os motores de combustão

os graus de recobrimento de perfil e de hé-

provocam choques moderados e a máquina

lice, a distância entre os mancais, os diâme-

movida, que neste caso é o automóvel, pode

tros dos eixos e as modificações nos flancos

sofrer choques uniformes ou leves.

dos dentes, entre outras.

Com relação ao rendimento, à precisão

Quando em trabalho, podemos conside-

na transmissão, à vida útil requerida e o pe-

rar as engrenagens como um sistema elásti-

so, a qualidade do dentado tem forte influ-

co vibrante, dotado de uma frequência pró-

ência. A norma DIN 3961 fornece 12 graus

pria de vibração e de certo grau de amorte-

de qualidade para as rodas dentadas. A es-

cimento sujeito a ação de impulsos.

cala vai de 1 a 12, sendo o grau de qualidade 32

o mundo da usinagem

graus de qualidade entre 6 e 8.

O ruído provocado nas transmissões outubro.2014/101


por engrenagens é um dos problemas mais

dos simultaneamente durante o ciclo de en-

preocupantes, tanto para os usuários dos

grenamento. Exemplificando: se o grau de

equipamentos quanto para os engenheiros.

recobrimento de perfil de um par engrenado

Não se trata apenas de um desconforto so-

é 1,80, então, dois pares de dentes estarão em

noro, mas de um indicativo de que algo po-

contato 80% do tempo e um único par de den-

de não estar bem.

tes estará em contato os outros 20% do tempo.

Nesse caso, o problema pode estar no

Para a maioria das aplicações automo-

projeto, na fabricação ou na montagem das

tivas é recomendável que o grau de reco-

engrenagens no equipamento.

brimento de perfil não seja inferior a 1,40, mas uma redução no nível de ruído e um

De olho em mais detalhes: Grau de recobrimento de perfil

acréscimo na capacidade de carga podem ser conseguidos com um grau de recobrimento de perfil = 2,00. Não é fácil obter essa condição, pois ela depende das características geométricas das

O grau de recobrimento de perfil é a re-

rodas, tais como número, tamanho (módu-

lação distância de contato/passo base. A

lo) e altura dos dentes, entre outras. A maio-

distância de contato, também chamada du-

ria das aplicações automotivas possui grau

ração de engrenamento, é o comprimento,

de recobrimento de perfil entre 1,60 e 2,00.

na linha de ação, compreendido entre o iní-

Para a obtenção de um alto grau de re-

cio e o fim do engrenamento. Já o passo ba-

cobrimento de perfil, dentes altos são in-

se é o passo circular medido ao longo da

dispensáveis. Sua altura chega a 80%, ou

circunferência de base (ver figura 1).

mais, da máxima permitida (onde os flancos anti-homólogos de um mesmo dente se

perfil indica a quantidade de dentes engrena-

encontram), deixando a espessura circular

Arquivo Norberto Mazzo

Dessa maneira, o grau de recobrimento de

Figura 1: Grau de recobrimento de perfil = 2 outubro.2014/101

o mundo da usinagem

33


engrenagens

normal do dente na cabeça entre 25% e 30%

no pode provocar uma deformação do tipo

do módulo normal.

protuberância. O resultado desse fenôme-

Recobrimento de hélice

no é uma transmissão ruidosa. Nas rodas onde os dentes não são bene-

O grau de recobrimento de hélice é um

ficiados por um acabamento posterior ao

número que determina a quantidade de

tratamento térmico, uma modificação no

pares de dentes que se engrenam simulta-

perfil evolvente pode ser oportuna. A mais

neamente ao longo da extensão de contato,

comumente aplicada é conhecida como

verificado na direção axial. Esse valor para

perfil K, onde se mantém a evolvente exata

as rodas com dentes retos é zero.

com uma determinada extensão em torno

Quanto maiores a extensão de contato e o

da linha primitiva e, a partir dos extremos

ângulo de hélice, maior será o grau de reco-

dessa extensão, procede-se um tombamen-

brimento de hélice. O ângulo de hélice para

to negativo, muito pequeno (ordem cente-

as engrenagens automotivas, dependendo da

simal), uma em direção à cabeça e outra em

aplicação (normalmente o ângulo de hélice é

direção ao pé do dente, cuja representação

adotado em função da velocidade angular),

gráfica lembra a letra K (ver figura 2). Esses

chega a 35° sobre o diâmetro de referência (d).

recuos se prestam a compensar as protube-

Outra característica que pode reduzir o

râncias formadas no choque térmico.

ruí­do é a modificação nos flancos dos dentes,

Na linha de flancos, a modificação tem

feita no perfil evolvente e/ou na linha de flan-

por objetivo minimizar os efeitos provoca-

cos (linha que passa sobre o flanco, de uma la-

dos pelos erros na direção da hélice (pro-

teral à outra do dente no sentido da hélice).

veniente da fabricação), de paralelismo ou cruzamento dos eixos (provenientes das

mais rápido na cabeça do dente porque há

posições dos mancais e da elasticidade de-

menos massa nessa região, e esse fenôme-

sigual da caixa), de flexão dos eixos, sobre-

Arquivo Norberto Mazzo

No tratamento térmico, o resfriamento é

Figura 2: Modificação do perfil evolvente 34

o mundo da usinagem

outubro.2014/101


tudo nas rodas posicionadas em balanço,

po de usinagem e nas ferramentas de corte.

entre outros. O principal benefício dessa

Por outro lado, pode-se elevar o custo ope-

modificação é uma melhor distribuição da

racional para a retificação ou o honing (ope-

carga ao longo da largura do dente.

rações utilizadas para o acabamento nos

A modificação mais utilizada nas engre-

flancos dos dentes, após o tratamento térmi-

nagens automotivas para a linha de flancos é

co), além do maior investimento com equi-

o abaulamento (crowning – ver figura 3). Sua

pamentos e ferramental.

altura (flecha), também muito pequena (or-

Enfim, a fórmula para a tão desejada ma-

dem centesimal), geralmente é determinada

temática de se fazer mais com menos conti-

em função da largura do dentado.

nua sendo o maior desafio na fabricação de engrenagens, incluindo as automotivas.

Custo – desafio maior? vez mais reduzir as dimensões das engrenagens e, consequentemente, seu custo e peso, por meio de melhoria da qualidade, o que significa respeitar tanto tolerâncias mais rigorosas quanto exigências de acabamentos superiores, mantendo-se a capacidade de carga. Isso, porém, constitui um grande desafio para as engenharias, tanto a de produtos quanto a de processos, pois melhorar a qualidade implica, sem dúvida, economizar

Para saber mais: Mazzo, N., Engrenagens cilíndricas – da concepção à fabricação. 2ª edição. São Paulo: Blucher, 2013. Arquivo Norberto Mazzo

no material, no tratamento térmico, no tem-

Norberto Mazzo Consultor em engrenagens

Companhia de Imprensa Assessoria

A indústria automotiva tem buscado cada

Figura 3: Modificação na linha de flancos outubro.2014/101

o mundo da usinagem

35


engenharia

Centros de Competência de Engenharia: suporte para competitividade A indústria automotiva instalada no Brasil já olha para o biênio 2015/2016. Esse período é visto por executivos como o mais promissor desde o início da produção de veículos em grande escala no país, embora ainda haja grande preocupação com os desdobramentos das políticas de incentivo à produção local. Combinadas à alta do dólar, as mudanças nas regras de importação nos últimos dois anos afetaram fortemente as principais empresas importadoras e levaram a uma onda de anúncios de novas fábricas. Marcas que planejavam produzir localmente tiveram de acelerar seus planos e antecipar anúncios, para obter cotas que viabilizassem a manutenção das operações no país. Uma das motivações do governo para criar o Inovar-Auto foi a possibilidade de promover um salto tecnológico no setor, pois a produção de automóveis é vista como uma espécie de termômetro da economia brasileira. Obviamente o programa causou impacto nos grandes fabricantes, que precisaram se adaptar às normas do programa, modificando alguns de seus produtos e revendo projetos de futuros lançamentos. 36

o mundo da usinagem

Trata-se do regime automotivo aprovado em 2012, que estará em vigor até 2017. De um lado, ele dá incentivos para empresas que cumprem metas relativas a investimentos em engenharia, pesquisa e desenvolvimento e eficiência energética. Por outro, eleva para mais de 30% o IPI de veículos importados que ultrapasam uma quota de 4,8 mil unidades. Na década passada, quando o PIB crescia em ritmo acelerado e suas vendas subiam mais de 10% ao ano, as montadoras ativavam o terceiro turno das linhas de montagem e anunciavam novos investimentos e contratações. Nos últimos anos, porém, os pátios cheios se tornaram a imagem símbolo do desaquecimento econômico. Segundo a ANFAVEA, no intervalo de janeiro a agosto, foram 2,12 milhões de veículos leves emplacados, volume que representa retração de 9,5% em relação a igual perío­do do ano passado. Já no segmento de pesados, o acumulado do ano foi de 108,5 mil caminhões e ônibus lacrados, volume 13,8% menor do que o emplacado em 2013, de pouco mais de 126 mil unidades. As previsões tímidas para os resultados de 2014, sempre justifica-

das pelos eventos que deverão prejudicar as vendas, mostram que a indústria automotiva vive um pe­ río­do de “arrumação”. Executivos esperam que acordos internacionais e políticas de incentivo às exportações sejam anun­ ciados até o fim deste ano. Aí virá 2015, com um novo ciclo de crescimento, o que afetará positivamente nosso segmento. Como já é notório, a Sandvik Coromant sempre esteve envolvida com desenvolvimento industrial global, e por isso mesmo se renova constantemente para poder atender com excelência às demandas do mercado. Além dos centros de produtividade e aplicação já existentes, desde meados de 2014 conta com os Centros de Competência de Engenharia (ECC - Engineering Competence Centers) que darão suporte a projetos de clientes de diferentes segmentos industriais, o que inclui: projeto, aplicação/ processos, programação, Machine Investment, turnkey e suporte comercial. De modo geral, os Centros de Competência irão trabalhar fortemente no desenvolvimento de processos de usinagem, desde a otimização das mais diversas operações de usinagem, o que abrange procesoutubro.2014/101


Mickey hoo / Dollar Photo Club

outubro.2014/101

petitivas na esfera global. Grande parte das importantes soluções téc­ nicas passa por processos de usinagem inovadores com aplicações de ferramentas especiais na maioria das soluções. Assim, tomamos como nossa a responsabilidade de sempre propiciar aos nossos clientes e parceiros um melhor aproveitamento técnico e econômico, tornando-os cada vez mais competitivos em seus mercados de atuação. Para nós, o sucesso de nossos clientes continua sendo o principal foco.

José Gamarra Gerente do ECC Sandvik Coromant do Brasil o mundo da usinagem

Vivian Camargo

sos altamente elaborados com soluções de engenharia de aplicação da mais alta tecnologia, até o teste em máquinas-ferramentas existentes em nossas instalações para confirmação de resultados, e posteriormente, a implementação efetiva de soluções técnicas realmente completas na linha de produção de nossos clientes. Os Centros de Competência de Engenharia, por intermédio de seu departamento ACES (Advanced Centre for Engineering Solution – Centro Avançado de Soluções de Engenharia), têm também como uma de suas principais atividades desenvolver ferramentas especiais que são muito importantes, sobretudo para a indústria automotiva, sem dúvida uma das mais com-

37


101 Anunciantes nesta edição

Sandvik Coromant Distribuidores

Blaser...................................................11

AM - Manaus NIARTHEC Tel.: 92 3236-2057

RJ - Rio de Janeiro MACHFER Tel: 21 3882-9600

SP - Bauru PS Tel: 14 3312-3312

BA - Lauro de Freitas SINAFERRMAQ Tel: 71 3379-5653

RJ - Rio de Janeiro TOOLSET Tel: 21 2290-6397

SP - Campinas CUTTING TOOLS Tel: 19 3243-0422

CE - Fortaleza FERRAMETAL Tel: 85 3226-5400

RJ - Rio de Janeiro TRIGONAL Tel: 21 2270-4835

SP - Guarulhos COMED Tel: 11 2442-7780

ES - Vila Velha HAILTOOLS Tel: 27 3320-6047

RS - Caxias do Sul ARWI Tel: 54 3026-8888

SP - Piracicaba PÉRSICO Tel: 19 3421-2182

MG - Belo Horizonte ESCÂNDIA Tel: 31 3295-7297

RS - Novo Hamburgo NEOPAQ Tel: 51 3527-1111

SP - Santo André COFAST Tel: 11 4997-1255

MG - Belo Horizonte SANDI Tel: 31 3295-5438

RS - Porto Alegre CONSULTEC Tel: 51 3321-6666

SP - São José dos Campos MAXVALE Tel: 12 3941-2902

MG - Belo Horizonte TECNITOOLS Tel: 31 3295-2951

RS - Porto Alegre COROFERGS Tel: 51 3337-1515

SP - São Paulo ATUATIVA Tel: 11 2738 0808

MG - Ipatinga TUNGSFER Tel: 31 3825-3637

SC - Joaçaba GC Tel: 49 3522-0955

SP - São Paulo DIRETHA Tel: 11 2063-0004

MG - Uberlândia UBERTECH Tel: 34 3083-2063

SC - Criciúma REPATRI Tel: 48 3433-4415

SP - Sorocaba PRODUS Tel: 15 3225-4144

PR - Curitiba GALE Tel: 41 3339-2831

SC - Joinville THIJAN Tel: 47 3433-3939

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O leitor de O Mundo da Usinagem pode entrar em contato com os editores pelo e-mail: faleconosco@omundodausinagem.com.br ou ligue: 0800 777 7500

Okis Bigelli (Sandvik Coromant): (11) 5696-5676 Ricardo Bacellar (KPMG no Brasil): (21) 3515-9415 Ricardo Pazzianotto (PwC): (11) 3674-2000

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o mundo da usinagem

Este impresso foi produzido na PREMIER - uma empresa certificada FSC, comprometida com o meio ambiente e com a sociedade, fornecendo produtos com papel proveniente de florestas certificadas FSC e outras fontes conroladas.

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