OMU 112

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112 Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISS nº 1518-6091 RGBN 217-147

Ferramental certo O planejamento do processo é um grande aliado da eficiência de produção

Pastilha GC1130

negócios da indústria

Setor de ferramentarias debate em encontro nacional

entrevista Executivo da Siemens fala sobre a entrada do país na era da indústria 4.0

produtividade IPDMAQ detecta e viabiliza oportunidades de inovação para empresas


6 OUT 2016

PRODUTOS INTELIGENTES E MANUFATURA INTELIGENTE

INVESTIMENTO Até 4/9 R$ 510,00 A partir de 5/9 R$ 600,00

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VAGAS LIMITADAS

» Os desafios do programa “Industrie 4.0” para o produto e produção » Produtos Inteligentes e Manufatura Inteligente » Produtos e componentes físico-cibernéticos » Sistemas de produção físico-cibernéticos » Abordagem multi-criterial para o desenvolvimento de produtos » Estratégias inovadoras de produção e de logística

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Realização

Desconto de 5% para cinco ou mais inscrições de uma mesma empresa. Até 4/9/2016 é oferecido desconto de 30% para professores universitários e 40% para estudantes de pós-graduação. Informações 19 3124 1792 unimep.edu.br/scpm/seminario labscpm@scpm.unimep.br @labscpm

Apoio

ozonio

Renomados pesquisadores, especialistas e profissionais TEATRO UNIMEP abordarão as tecnologias e Campus Taquaral · Piracicaba · SP processos mais atuais na manufatura.


sumário

soluções de usinagem

edição 112 • setembro/2016

4

Investir no planejamento e na escolha das ferramentas certas é metade do caminho para melhorar o processo produtivo

entrevista

expediente:

Colaboraram nesta edição: Inês Pereira (coordenação editorial e reportagem); Samuel Cabral (edição de arte)

Jornalista responsável: Anatricia Borges - MTB 21 955/RJ Tiragem: 7.000 exemplares; Impressão: Pigma Gráfica Editora Ltda.

setembro.2016/112

produtividade

A expertise do IPDMAQ em identificar oportunidades de inovação para a indústria

28

Acompanhe a REVISTA O MUNDO DA USINAGEM digital em: www.omundodausinagem.com.br

30

conhecendo um pouco mais

Contato da Revista OMU Você pode enviar suas sugestões de reportagens, críticas, reclamações ou dúvidas para o e-mail da revista O Mundo da Usinagem: faleconosco@ omundodausinagem.com.br ou ligue para: 0800 777 7500

34

negócios da indústria 2

O MUNDO DA USINAGEM é uma publicação da Sandvik Coromant do Brasil, com circulação de seis edições ao ano e distribuição gratuita para 15.000 leitores qualificados. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP.

Editoras: Anatricia Borges (S/A LLORENTE & CUENCA); e Vera Natale (Sandvik Coromant); revisão: Luiz Carlos Oliveira (S/A LLORENTE & CUENCA)

10

educação e tecnologia 2

As ferramentarias se reúnem para discutir estratégias e resultados em feira do setor

Fabio Ferracioli (Gerente de Marketing da Sandvik Coromant, América Latina) é responsável pela publicação da revista “O Mundo da Usinagem”

Os fatores relevantes para a melhor compra de pastilhas impacta o resultado final do produto usinado

26

negócios da indústria 1

As fotos sem menção de créditos foram captadas no banco de imagem Shutterstock.

soluções de usinagem 2

educação e tecnologia 1

20 16

José Borges Frias Jr., da Siemens, fala porque é tão importante entrar na era da indústria 4.0

7

Os veículos elétricos começam a aparecer nas ruas das grandes cidades brasileiras

Alunos de Matemática conhecem as demandas do mercado de trabalho visitando empresas

As ações nacionais e internacionais para viabilizar mercados mais alinhados à sustentabilidade

As transmissões automotivas estão entre os maiores desafios da indústria mundial o mundo da usinagem

3


soluções de usinagem 1

Planejar

para não errar

O entendimento do processo e sua adoção correta permitem um elevado ganho de produtividade e de resultados Por Francisco Cavichiolli | Ilustrações: Sandvik Coromant (Suécia)

F

azer um bom planejamen-

ou fora do país, etc.; qual o tipo

cesso de qualquer ação.

tel, camping, albergue ou casa

to influencia muito no su-

Vamos fazer uma comparação: se você quiser ter um ótimo pe-

ríodo de férias, gastar seu tempo antes planejando cada etapa

diminui em muito as chances de

dar algo errado e ainda aumenta, como consequência, o seu bem-estar e tranquilidade durante esse período. Como assim? Pen-

sar qual o local onde deseja tirar

suas férias - praia, campo, dentro 4

o mundo da usinagem

de hospedagem - pousada, hode amigos; quanto pretende gas-

sair usinando. Assim a garantia de sucesso é certa!

O que isso significa no dia a

tar; qual a melhor rota/caminho;

dia de uma ferramentaria?

porte; os melhores lugares para

de produção deve abranger a

- desde roupas até remédios, etc.

de material; as características

quais serão os meios de transrefeição; o que levar na bagagem

Isso também vale para o seu ambiente de trabalho - quando você

vai usinar um molde ou matriz,

você também deveria analisar e planejar todo o processo antes de

O processo de planejamento

análise do tipo de peça; o tipo

do perfil da peça; qual operação, método, processo e estraté-

gia são os mais adequados; que quantidade de material é preciso

remover; em qual máquina deve setembro.2016/112


ser usinado; que ferramentas

devem ser escolhidas e como aplicá-las – que dados de corte

utilizar, quais métodos aplicar; qual a melhor fixação, etc. Claro

que imprevistos acontecem, mas o objetivo aqui é tentar diminuí-

-los ao máximo. Assim você terá maiores chances de ser bem su-

cedido, o que na prática signifi-

ca - fazer mais peças em menos tempo; usar todo o potencial de

sua máquina-ferramenta; evitar gargalos; ter mais tempo para

Figura 1 -

é um artigo com dicas sobre

com fresa a

produzir mais e por aí vai. Esse

Usinagem

usinagem de moldes e matrizes

90º e a 45º

para que você seja mais produtivo e competitivo no mercado em que você atua. Falo sobre a escolha das ferramentas de corte. Escolha do ferramental Por que escolher o ferramen-

tal é tão importante? A escolha correta da ferramenta está dire-

tamente ligada, tanto do ponto de vista técnico quanto econô-

mico, ao seu desempenho e,

que uma fresa a 90° com mesmo

Operações

cortes efetivos (figura 1). Além

normalmente mais severas e/ou

menos potência da máquina, o

ses de pastilhas com coberturas

diâmetro e mesmo número de disso, a fresa a 45° consumirá

que preserva o equipamento e o ferramental.

por consequência, aos resulta-

Características

exemplo abaixo citado: em uma

ferramental? Para a escolha cor-

ou seja, em que basicamente não

lisar primeiramente quais são as

dos que serão obtidos, como no operação de faceamento livre,

há obstáculos para o corpo da

fresa como paredes ou cantos a

90°, grampos do dispositivo de fixação que possam obstruir ou limitar a passagem da fresa, entre outros, a escolha de uma fresa com ângulo de posição a 45°

é em geral 40% mais produtiva setembro.2016/112

No que consiste a escolha do

reta do ferramental deve-se anacaracterísticas básicas da peça

a ser usinada como: dimensões, geometria da peça (formato), material a ser usinado, dureza, estado em que o material se en-

contra, ou seja, já pré-usinado ou não, etc. Dois pontos básicos para se pensar:

Para operações de desbaste,

instáveis, deve-se preferir clas-

CVD, que são mais indicadas para quando houver longos tempos de contato entre a ferramenta

e a peça, ou seja, muita geração de calor. O uso de fresas de diâ-

metro médio a grande (acima de 80 mm) também pode demandar

o uso de pastilhas com classes CVD. Já para operações de aca-

bamento, que em geral têm pouco sobremetal a ser removido, ou

em operações onde a área de contato entre a ferramenta e a peça

é pequena e, portanto, há pouca geração de calor na ação de corte,

normalmente, é requerido o uso o mundo da usinagem

5


soluções de usinagem 1 de pastilhas com classes PVD,

que possuem as arestas de corte mais afiadas que as classes CVD. O uso de fresas de diâmetros pe-

quenos, em muitos casos, tam-

bém demanda o uso de classes PVD (figura 2)

A peça, depois de pronta, pre-

cisa ter um determinado grau de

acabamento e tolerâncias específicas. Quanto de material deve-se

remover e que ferramenta usar? Para graus de acabamento mui-

Figura 2 - Da esquerda para direita: pastilha na classe CVD e PVD

fazer uso de pastilhas Wiper,

capacidade e limitações, assuntos

po” no planejamento e escolha

ma edição.

dutivo. Com essas etapas iniciais

to finos, geralmente precisamos também chamadas de alisadoras

(figura 3). Para tolerâncias muito estreitas precisamos lançar mão

do uso de pastilhas com arestas retificadas, pois isso garante maior precisão.

Como segundo passo, após

termos as respostas para as ques-

tões anteriores, também precisamos conhecer a máquina em que

se pretende usinar a peça e ter-

mos, também, informações de sua

esses que abordaremos na próxi-

Desafios Quais as principais dificulda-

des desse setor e no que diz res-

peito à escolha do ferramental?

Falando de modo mais amplo, o principal desafio é a obtenção

do produto acabado, no caso o molde ou matriz, no menor prazo, com a melhor qualidade e no

menor custo possível. Esses são os pilares fundamentais de qual-

das ferramentas e processo pro-

bem feitas o resultado será um processo mais eficaz, sem sur-

presas de última hora; com mais

eficiência em custos e qualidade e sem atrasos. Pontos esses que,

sem dúvida, serão primordiais para a conquista e/ou fidelização do cliente final.

Artigo originalmente publicado pela revista Ferramental, edição 65 e adapatado para a OMU. Renato Pizzutto

quer processo produtivo, ou seja, aquilo que todos buscam para

serem competitivos e lucrativos. Começar pela análise e escolha mais adequada do ferramental já é um bom passo para se atingir resultados de sucesso. Nossas dicas Analise o processo detalha-

damente desde o início, tendo

em mente as perguntas acima e Figura 3 - Pastilha Wiper 6

o mundo da usinagem

suas respostas. “Perca mais tem-

Francisco Cavichiolli é Especialista de fresamento, fresamento de engrenagens e sistemas de fixação da Sandvik Coromant do Brasil setembro.2016/112


soluções de usinagem 2

O real custo

de uma $ pastilha

Os fatores que realmente importam na decisão da compra de ferramentas de corte e que podem gerar mais economia ao processo de fabricação Por Ismael Atilio Rombaldi, consultor técnico de usinagem da ARWI, distribuidor autorizado Sandvik Coromant Editado por Anatricia Borges e Vera Natale, editoras da revista OMU e Francisco Cavichiolli, especialista em fresamento da Sandvik Coromant

E

specialmente num cená-

A decisão de compra basea-

do, as companhias acabam tendo

ferramenta nunca foi a melhor

ou fornecedor de ferramentas/

rio de retração econômi-

da unicamente no preço de uma

ferramenta ou pastilha com base

alternativa para as companhias.

ca, decidir comprar uma

apenas no seu respectivo preço

pode parecer, num primeiro momento, a escolha mais adequada. No entanto, o que se vê na prática é que a decisão por preço é uma

economia equivocada. O real custo benefício está em um conjunto

de fatores para a geração de soluções que reduzem o tempo de má-

quinas paradas, aumentam a vida útil das ferramentas e otimizam o

processo como um todo, estabelecendo uma real situação ganha-ganha entre fornecedor e cliente. setembro.2016/112

Sobretudo num cenário de cri-

se, como o que estamos vivendo

dúvidas em optar pelo fabricante pastilhas mais adequado. A importância do

atualmente, calcular o real custo

foco no processo

siderando fatores como o uso do

processo, percebe inúmeras van-

téria prima e as mãos de obra

po do ciclo da peça e o aumento

benefício de sua usinagem, conequipamento, a energia, a madireta e indireta, entre tantos outros, torna-se fundamental para

a competitividade dos negócios. Mesmo com o preço da ferramenta ou pastilha representando uma

parcela muito pequena diante do

custo final do componente usina-

Quando a empresa foca no

tagens, como a redução de tem-

de produtividade, comprovando que o valor agregado é muito maior. Isto porque esta economia

é realmente relevante, pois incide diretamente no custo total do

componente usinado, reduzindo as paradas da máquina para troo mundo da usinagem

7


soluções de usinagem 2 O custo com ferramentas é variável e representa, em média, 3% do custo total de produção. Custos fixos como mão de obra, máquinasferramentas, administração predial significam cerca de 80% dos custos de manufatura. Assim, investir em ferramentas mais produtivas gera maior impacto na redução de custos.

ca ou substituição de pastilhas,

a maior fatia, permanecem inal-

bras, setups, entre tantos outros.

usinagem for otimizado e houver

por ajuste de parâmetros, que-

O gráfico ao lado representa

as reduções de custo total quando baixamos o preço da ferramenta e quando interferimos no processo.

Os custos de produção são

divididos, basicamente, em dois

terados, porém se o processo de uma redução de 20% no tempo de ciclo, por exemplo, sem alte-

rar o valor das ferramentas, os custos fixos serão diretamente impactados e reduzidos em 15%.

Em resumo podemos falar que

Muito além de um fornecedor

grupos: os custos fixos, represen-

o importante passa a ser o custo

de ferramentas

mão-de-obra e maquinário e os

cutará. Empresas que priorizam o

custos no processo, torna-se im-

um fornecedor parceiro que, jun-

de pastilhas seja muito mais do

tados pelas instalações prediais, custos variáveis, representados pela matéria-prima e ferramental.

As ferramentas representam,

em média, 3% do custo total do

produto e o fato de simplesmente reduzir seu preço, tem um impacto muito pequeno na com-

posição dos custos. Se o preço da

ferramenta for reduzido em 30%, por exemplo, há uma redução do

custo total em apenas 1% pois,

os custos fixos, que representam 8

o mundo da usinagem

do furo e não a broca que o exe-

foco no processo, sempre buscam to à companhia, compre a sua bri-

ga, para aumentar sua eficiência.

No entanto, não é qualquer fornecedor de ferramenta que está apto

para este desafio, muito menos

os que tem foco em vender apenas por preço e não pelos serviços aportados, fundamentais para au-

xiliar o cliente nesta tarefa. Mas quais são estes serviços então?

Na busca pela redução de

prescindível que o fornecedor que apenas um vendedor e seja

um parceiro e prestador de serviços ao cliente. Como requisito

indispensável, o vendedor ne-

cessita ser técnico e altamente

preparado, para atender as áreas

de processos das companhias, que, cada vez, têm mais atribuições, ajudando-as a identificar as possíveis melhorias e ganhos de setembro.2016/112


Aplicativos auxiliam a produtividade A fim de garantir a correta utilização das ferramentas e a defi-

nição precisa de parâmetros de corte, atualmente existem diversos

aplicativos em smartphones e websites, que disponibilizam calculadoras de usinagem para calcular os corretos dados de corte,

pesquisá-los e até mesmo comparar duas opções de processo, antes mesmo de colocá-las em pratica na máquina.

processo. Este fornecedor deve ir

ressuprimento das pastilhas em

dadeiro parceiro do cliente, com

dos maiores desafios das compa-

além, precisa atuar como um vergrande capacidade técnica para

treinar seus operadores a atuarem da maneira mais correta com as ferramentas, principalmente

na manutenção de calços a parafusos, por exemplo.

Em processos mais complexos,

o fornecedor pode contribuir com Arquivo pessoal

texto, o fornecedor precisa estar

estruturado para atender o mais rápido possível ao cliente.

Como forma de apoio a pro-

bém os aplicativos disponíveis para a otimização dos processos.

Para finalizar, nos dias de hoje

agrega e justifica o valor da pasti-

e principalmente diante desta

unicamente no preço perdem, por

portante citar a transparência e a

modelo de serviço. É importante ressaltar também a relevância do

pós-venda, ou seja, do acompanhamento do processo após sua implantação, garantindo sua me-

lhoria continua, com atualizações

de novas tecnologias de pastilhas à medida que forem lançadas.

Além disso, o fornecedor que

atua como este parceiro em soluções para a companhia garante o setembro.2016/112

níveis de estoque. Neste con-

no mercado, que contribuem

não terem a sua disposição este

fundamental

de redução ao máximo de seus

além dos de planejamento de ferra-

otimização, como o CAD e CAM,

lha, pois as companhias que focam

custo benefício da usinagem é

cenário de retração econômica,

dutividade, podemos citar tam-

Este modelo de parceria sempre

Rombaldi, calcular o real

nhias hoje, e especialmente num

a utilização de softwares para sua

mentas e processos, como o TDM.

Para o consultor Ismael

tempo hábil, atendendo a um

crise política e econômica, é imética. Cobramos de nossos governantes, mas não podemos esquecer que nas relações entre empre-

sas, temos que tratar estes temas com a mesma importância, e não

aceitar favorecimentos de forne-

cedores aos clientes, da mesma maneira que o cliente necessita ser transparente com o fornecedor. Assim se constrói uma par-

ceria saudável e duradoura entre as partes.

o mundo da usinagem

9


produtividade

Radar da

inovação

10

o mundo da usinagem

setembro.2016/112


Um dos papeis do IPDMAQ é identificar oportunidades para a indústria e facilitar a realização de projetos Por Inês Pereira

O

Instituto de Pesquisa e

e as próprias empresas. Temos

nológico da Indústria de

nesse sentido, atuamos como se

Desenvolvimento

Tec-

Máquinas e Equipamentos (IPD-

MAQ) está longe dos refletores da grande mídia ou dos auditó-

rios dos congressos. A discrição de sua atuação, entretanto, não

o torna menos importante. Ao contrário, parte da diretoria de

Tecnologia da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o ins-

tituto capta as tendências e os movimentos da indústria 4.0 no

mundo. Na linha de frente da pequena equipe, atua a secretária-

executiva Anita Dedding. “Meu

papel é perceber quais são as oportunidades em termos de tec-

nologia e inovação que passam

condições de cobrar a unidade e,

gia e inovação, exporta mais,

fôssemos uma instituição politéc-

mais gente, faz a economia girar.

nica”, resume Anita. O IPDMAQ traduz este ambiente para a Abi-

maq e seus associados. “Conhecemos a realidade da empresa;

por isso, conseguimos apoiá-la”. E às vezes, ajudar é coisa simples:

é fazer acontecer “casamentos”. Quando participa de reuniões de governo, é um braço da indústria. Ao mesmo tempo, é a própria in-

dústria ao representá-la junto aos órgãos de fomento. E, quando

pensa e acompanha o desenvolvi-

mento de projetos, é um instituto

de PD&I. “Somos um elemento neutro, não comercial”.

pela Abimaq, ou pelo próprio

O que é inovação

te possamos apoiar”.

portantes do IPDMAQ é a disse-

biente que não faz parte da rotina

acordo com práticas reconheci-

IPDMAQ, para que nós realmen-

O instituto transita em um am-

das empresas. “Articulamos com órgãos de governo e agências de

fomento — o Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e

Social (BNDES), a Financiadora

de Estudos e Projetos (Finep), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp),

o Conselho Nacional de Desen-

volvimento Científico e Tecnológico (CNPq) as universidades setembro.2016/112

“Quem investe em tecnolo-

paga melhores salários, contrata Quando temos oportunidade de discutir tecnologia e inovação,

especialmente em tempos de crise, dizemos que este é um ótimo

momento para fazer esses inves-

timentos. E, se não for possível, então que seja hora de arrumar, limpar, pensar em tecnologia. Preparar o ambiente, em vez de

pensar só em redução e cortes”. Anita conta queempresas no Brasil estão fazendo o retrofit de suas

máquinas, já adaptando para a

chegada da indústria 4.0. “Não se trata apenas de adquirir uma máquina nova: ela necessariamente precisa conversar com as outras”.

A empresa nunca tem uma só

Um dos trabalhos mais im-

demanda; e sim diversas. Iden-

minação do que é inovação, de

os primeiros passos para realizá-

das internacionalmente, como o

Manual de Oslo e o Manual de Frascati, entre outros, e adotadas por várias agências de fomento.

Esse trabalho vem sendo feito

há vários anos. As agências de

fomento querem promover a tecnologia e a inovação, mas preci-

sam de critérios para saber se o material apresentado é mesmo um projeto inovador ou não.

tificar e organizar cada uma são

-las. “Temos que separar e agru-

par os projetos em curto, médio e longo prazos. Essa é a maior

dificuldade das empresas. Tra-

dicionalmente, elas estão mui-

to acostumadas aos projetos de curto ou, quando muito, médio prazo”. O papel do IPDMAQ é ajudá-las a incluir um projeto principalmente de longo prazo,

para que todas as demandas sejam atendidas.

o mundo da usinagem

11


produtividade ção específico para seu produto:

Divulgação

“O dono é um egresso do Insti-

apresentação e viabilidade dos

(ITA), tem o perfil de pesquisa-

fala um dialeto diferente — go-

tuto Tecnológico de Aeronáutica dor. Foram feitos ajustes necessá-

rios no projeto e apoiamos para a subvenção pela Fapesp. A empre-

sa, apesar de esperar cinco anos para a chegada dos recursos da

Fapesp, suportou (e bem), e hoje tem uma representação dos seus negócios nos Estados Unidos”.

Essa é uma das histórias, ou cases de sucesso, que transbordam Anita capta as oportunidades em inovação para a indústria

e viram exemplo de boas práticas

para outras empresas associadas à Abimaq.

O instituto já teve apoio

“Às vezes, não adianta falar

do CNPq na apresentação de

que ela está fazendo uma ativida-

timular a realização de inves-

para a empresa simplesmente

de de P&D. Traduzimos tudo na

prática — por exemplo, os gastos em engenharia — de forma que

ela possa associar a informação à realidade do seu negócio”.

Embora exista uma grande

dificuldade no país para fazer acontecer projetos de desenvol-

vimento, as grandes empresas caminham

sozinhas.

“Temos

uma aproximação maior com as médias, que podem fazer a di-

ferença. Mas, também para as pequenas empresas, buscamos a solução compatível, porque pre-

cisamos mostrar caminhos. É difícil falar que não há solução para quem nos procura. Sempre há”.

Anita cita uma empresa de

pequeno porte que queria desenvolver um sistema de refrigera12

o mundo da usinagem

Nas negociações que visam a

workshops itinerantes para estimentos em inovação. Com o mesmo intuito, vem promoven-

do a manufatura avançada: “Mas agimos com cautela. Se uma in-

dústria fala que quer ser 4.0, na

projetos de inovação, cada parte verno, agências de fomento, uni-

versidades — e o instituto pro-

move a comunicação. A história de integração entre universidade e a empresa, por exemplo, é di-

fícil. “A universidade tem outro linguajar, outro objetivo, outro propósito. Ela está convencida de

que precisa ajudar, e ajuda. Mas nem sempre com o ritmo neces-

sário para a indústria; o que é fundamental. Sem entender a necessidade imediata, o lado práti-

co, ou mesmo sem se situar, tanto

a indústria como a universidade e o centro de pesquisa se perdem.

Apoiamos, também, no sentido de definir papeis para que atuem

de forma conjunta, para que res-

pondam à sociedade e atendam as suas necessidades”.

O melhor exemplo prático

verdade, isso não existe. O que

dessa articulação é o projeto Ma-

projetos de inovação. Qualquer

do durante a Feira Internacional

existe são conceitos como o dos

iniciativa precisa ser avaliada. Buscamos referência na literatura

ou em políticas, principalmente à política industrial alemã, que faz

recomendações e cujo foco prin-

cipal é a manufatura avançada”. O IPDMAQ identifica pequenas iniciativas e projetos para conse-

guir êxitos e, assim, ir repercu-

tindo e se estruturando também.

“No mundo todo ainda não se

sabe para onde isso vai, onde começa e termina”.

nufatura Avançada, apresenta-

de Máquinas e Equipamentos (Feimec 2016). “A partir de uma

ideia, definimos e estruturamos o projeto, o produto, e associamos a um cronograma. Cada empre-

sa assumiu sua equipe com seus equipamentos, sua infraestrutu-

ra, e nós fomos buscar apoios”. No dia a dia com as empresas funciona da mesma forma: a equipe do IPDMAQ tem uma ideia, estrutura o projeto, apre-

senta para o BNDES, Desenvolve setembro.2016/112


SP, Agência Brasileira de Desen-

A linha de montagem, que se-

nar. Segundo ela, ainda não é

foi toda montada no espaço de

tretanto, no nosso projeto, já vi-

volvimento Industrial (ABDI) ao

ria inicialmente testada na Mauá,

qual recurso é preciso, quais os

uma das indústrias participan-

CNPq, mostra um cronograma, resultados esperados.

Manufatura avançada Orquestrado pelo IPDMAQ,

o projeto Manufatura Avançada causou sensação. O público que

visitou a Feimec pôde ter uma

ideia de como será a indústria do futuro. “Usamos como referência

um projeto apresentado na Feira

de Hannover, na Alemanha. Mas o nosso foi mais ousado, porque

eles tiveram dificuldade de co-

tes. “Imagine todas as empresas

mandando material para uma concorrente”. Uma situação normalmente

insólita

funcionou

muito bem. “É o talento do bra-

sileiro que, frente a um desafio,

responde (...) e uma das conclusões mais importantes dessa experiência é que a soma dos es-

forços resultou numa realização

muito maior do que se estivéssemos isolados”.

Anita destaca o papel do inte-

valorizado como deveria. “En-

mos que os integradores vão ser

muito importantes daqui para frente”. E exemplifica: “se a empresa adquire máquinas com di-

ferentes sistemas, como fará com que trabalhem juntas? É o que faz o integrador. Constatamos

que ele atende melhor, com mais rapidez, às necessidades do dia a

dia da indústria do que somente a universidade. A academia tem grande importância; mas, a inovação acontece na empresa”.

A partir da realização da Ma-

municação entre os concorrentes.

grador na construção do projeto

nufatura Avançada, o IPDMAQ

Obviamente, cada empresa tem

nhecimento sobre sensores, pla-

“Funcionou. Mas, em termos de

Questão que aqui superamos. seu produto, serviço e espaço;

mas, naquele momento, todos se

uniram em nome de um propó-

— o profissional que detém cocas de comunicação e realmente faz a linha de montagem funcio-

considera as lições aprendidas. conceito, precisamos aprimorar. E nada impede que, a partir da

sito maior. Por isso, sugerimos que todos usassem um avental, incluindo empresas concorrentes

entre si, para criar uma identidade. Uma força-tarefa, cuja contribuição e talento envolvidos foi o maior valor”, lembra.

O projeto contou com mais de

150 profissionais de 22 empresas, e a presença do Instituto Mauá

de Tecnologia, com professores e técnicos. “Tudo foi construído de novembro do ano passado a maio — a partir da ideia inicial

de montar uma célula de manu-

fatura completa, passando por

todos os processos de planejamento, definição do produto, até a finalização”, resume. setembro.2016/112

o mundo da usinagem

13


produtividade identificação de novas oportuni-

a produto, processos e serviços.

projeto de oferecer um MBA

delo. O importante é continuar

ria qualificar pessoas, precisava

em andamento. “Nosso objeti-

dades, vislumbremos outro morespondendo às demandas. E nessa indústria do futuro, mos-

trar o nosso talento, a nossa criatividade, a nossa flexibilidade, é fundamental”.

Os recursos humanos Em 2012, o IPDMAQ recebeu

a demanda de uma empresa que

queria evoluir em tecnologia

e entrar na era da indústria do futuro. Sua dificuldade não era

o maquinário, e sim a falta de

recursos humanos qualificados.

“Em geral, associamos inovação

No entanto, essa empresa que-

de talentos. Ela estava certa”, diz Anita. “Entretanto, quando monitoramos

indicadores

talentos, encostamos em países

como França e Reino Unido. Então qual é o problema do Brasil?

Falta investimento, falta desafio e encomendas principalmente para mostrar que temos o back-

ground para responder. Dessa

demanda foi criado o Laboratório de Comissionamento Virtual

vo é desenvolver um trabalho

para que as empresas apostem nos seus talentos. E descartem

o velho pensamento “Puxa, vou

investir no meu funcionário e

depois o meu concorrente ainda vai levá-lo. O empresário preci-

sa cuidar desse talento, deixá-lo atualizado para que ele possa

participar, de fato, da transição para a indústria 4.0”.

O instituto também oferece

na Mauá”.

cursos rápidos, de oito ou 16 ho-

treinamento e capacitação. O

temas mais diversos — entre eles,

O IPDMAQ atua na área de

Oportunidades no foco A vivência de Anita Dedding no Instituto de Pesquisas Tec-

nológicas (IPT) e na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), antes de chegar ao IPDMAQ, permitiu a ela o

olhar 360º. “Toda a vida trabalhei na área de engenharia, incial-

ras, de forma horizontal sobre os cursos de gestão da inovação. “Com o apoio da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),

nós criamos um curso de Ensino à distância (EAD), buscando sair do polo de são Paulo, já que somos uma associação nacional”.

Anita comenta a questão do

mente traduzindo projetos e textos técnicos do alemão para o

parque obsoleto como justificati-

da engenharia. Daí que vem a minha formação nos onze anos de

ra em relação a outros países. “Só

português”, conta. “Lidava com normas técnicas, que é a base trabalho no IPT”. Embora sua formação inicial fosse Psicologia,

a paixão pelas Ciências Exatas levou Anita a cursar o mestrado em Engenharia Mecânica. Sempre envolvida com a acade-

mia, atualmente ela leciona a disciplina Estratégias de Negócios Voltadas para Tecnologia, no curso de Desenho Industrial, em

várias instituições de ensino. Convidada para trabalhar no departamento de Tecnologia da Federação das Indústrias do Es-

tado de São Paulo (Fiesp), estruturou e conduziu projetos junto a várias agências de fomento. “Meu apelido era “projeteira”,

porque eu enxergava qual era a ideia e sabia desenvolver tudo

na prática”. Como atual secretária-executiva do IPDMAQ, Anita tem um lema: “Dê a oportunidade para ver o que a gente faz!”.

14

de

aos associados da Abimaq está

o mundo da usinagem

va ao atraso da indústria brasileié obsoleto porque falta o desafio,

a oportunidade, começando pelo

governo, que é um grande comprador na área de energia, óleo &

gás etc. Os Estados Unidos, por exemplo, usam esse poder de compra para estimular a própria

indústria, de modo que ela possa se atualizar com esses desafios. É preciso entender quem está dentro da empresa, a sua engenharia.

Se for desafiada com um projeto, ela responde”.

setembro.2016/112


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Precision Tool Makers Since 1942 o mundo da usinagem

15


entrevista

Passaporte para

o futuro

O executivo da Siemens aponta caminhos viáveis para a entrada do país na quarta era da revolução industrial Por Inês Pereira

U

m dos principais desafios de José Borges Frias Jr. na Siemens,

Divulgação Siemens

como diretor de Estratégia, Inteligência de Mercado e Business

Excellence para as divisões Digital Factory e Process Industries

and Drives no Brasil, é promover os conceitos de Digitalização (Indus-

try 4.0) no mercado brasileiro. Formado em Engenharia Mecânica e em Administração de Empresas pela Universidade de São Paulo (USP),

Borges está na companhia desde 1987. Lapidou sua carreira passando por diversas áreas como Engenharia Industrial, Qualidade, Process

Management, Service, CRM-atendimento ao cliente, Marketing & Comunicação e Marketing Estratégico. Sua bagagem enriquecida entre

os segmentos industrial e de telecomunicações ganhou valor extra ao

trabalhar um ano no headquarters da Siemens, na Alemanha, com um projeto de transferência de tecnologia na área industrial para o Brasil.

Borges atua na disseminação da Indústria 4.0 no país

“Fazer parte da nova era industrial é um fator de extrema importância

para o desenvolvimento sustentável do Brasil e para colocá-lo em uma posição relevante na cadeia global de valor”, diz. Acompanhe, a seguir, a entrevista concedida pelo diretor à revista O Mundo da Usinagem.

16

o mundo da usinagem

setembro.2016/112


OMU: A Siemens saiu na frente na indústria 4.0, in-

brasileiros a vontade de inovar e empreender. É im-

to mundialmente. Pode resumir os momentos mais

para que as empresas possam usufruir melhor da

clusive tem o compromisso de difundir esse concei-

importantes dessa trajetória? E os motivos de terem assumido esse compromisso?

portante um trabalho de esclarecimento e orientação vantagem competitiva que a digitalização traz. Entre nossos planos, incluímos a realização e a participa-

BORGES: O conceito da Indústria 4.0 surgiu na Ale-

ção em fóruns de discussão promovidos por entida-

mentar ainda mais a produtividade de sua indústria.

ABDI, MDIC, MCTI, Câmara de Comercio Brasil-

movimento em prol de produtividade e competiti-

Avançada, coordenada pela Abimaq/IPDMaq com

cessos produtivos, ultrapassou as fronteiras da Ale-

escala real de uma linha de produção da fábrica digi-

está presente em mais de 190 países E tem participa-

outros que são utilizadas como material de discussão

diversos países. Estamos junto com o governo e a in-

disso, disseminamos o conceito por meio de nossa

Assim como nos Estados Unidos, com a renascença

soluções e softwares da Siemens que contemplam os

manha como forma de usar a tecnologia para au-

des, associações de classe e Governo (CNI, Abimaq,

A Siemens participou ativamente desse processo. O

-Alemanha); participação na iniciativa Manufatura

vidade, por meio da transformação digital dos pro-

o objetivo de criar/construir um demonstrador em

manha, estendendo-se para vários países. A Siemens

tal; realização de pesquisas sobre Digitalização, entre

do em iniciativas para modernização da indústria em

em painéis com clientes, governo e mercado. Além

dústria na Alemanha, com a iniciativa Indústria 4.0.

atuação no mercado, com nossos clientes, trazendo

da Indústria, e também na China, onde o governo lo-

princípios da Indústria 4.0.

agregado e inovação. Na Europa em geral, no Cana-

OMU: Em sua opinião, em que ponto o mundo se

tem ocorrido e a Siemens tem participado, seja para

dustrial? E o Brasil?

nefícios da digitalização, seja para implementá-lo e

íses do mundo são as mais diversas, e com graus

eficientes no mercado global.

adoção. Destacam-se, aqui, os Estados Unidos em

OMU: De que forma pretendem disseminar os pre-

com o programa “Made in China 2025”. Para o Bra-

BORGES: No ano passado, realizamos uma pesqui-

em tornarem suas operações cada vez mais produ-

lização na indústria e infraestrutura brasileira. Esta

bora ainda falte uma compreensão maior sobre os

tados, entre CEOs, CIOs e especialistas em Tecnolo-

gerar. Mas o que se pode observar é que o sucesso

tos estratégicos da nossa economia, acreditam que

fortemente vinculado à atuação sinérgica de vários

no Brasil, tanto na produtividade industrial, como

to industrial, o Governo, as associações, as univer-

quanto aos benefícios imediatos, e excessivo foco

alinhadas para aproveitar o melhor desta onda e as

cal investe bilhões para trazer mais tecnologia, valor

dá, e em dezenas de outros países esse movimento

encontra com relação à quarta era da revolução in-

alertar e ajudar no processo de conhecimento dos be-

BORGES: As iniciativas neste sentido em vários pa-

tornar seus setores produtivos mais competitivos e

bastante diferentes de maturidade e rapidez de

ceitos da indústria 4.0?

busca do “Renascimento da Manufatura” e a China

sil, nós observamos grande interesse das indústrias

sa de percepção sobre as oportunidades da digita-

tivas por meio de uma transformação digital, em-

pesquisa mostrou que mais de 85% dos 250 entrevis-

benefícios que a adoção dessas tecnologias possam

gia das principais empresas brasileiras de segmen-

de tais iniciativas ou plataformas Indústria 4.0 está

a digitalização pode aumentar a competitividade

stakeholders, ou seja, é fundamental que o segmen-

na eficiência energética. Apesar da falta de clareza

sidades e, por que não entidades sindicais estejam

em controle e infraestrutura, vemos nos executivos

janelas de oportunidade que ela trará.

setembro.2016/112

o mundo da usinagem

17


entrevista OMU: Olhando o cenário global, quais seriam os princi-

lificação como ela é hoje para um maior número de

volvidos e os emergentes? E as possíveis alternativas?

ficação de modo a obter os perfis de profissionais para

pais desafios dessa “revolução”, para os países desen-

profissionais. É necessário mudar a forma dessa quali-

BORGES: Entre outros desafios, precisamos inves-

fazerem frente aos desafios da digitalização.

Brasil, a idade média de máquinas e equipamentos

OMU: Em abril, na palestra da Câmara Brasil-Ale-

e cinco, na Alemanha. É necessário um maior in-

princípio, não é uma tarefa tão difícil. Considerando

tir na modernização de nosso parque industrial. No é de 17 anos, ante sete anos nos Estados Unidos

manha, o Sr. afirmou que digitalizar uma fábrica, em

vestimento em modernização, especialmente nas

que o Brasil tem o seu parque industrial defasado,

empresas de médio porte. Uma questão desafiadora é a qualificação não só

essa afirmativa é válida para o nosso país? BORGES: Não é tão difícil, no sentido

em que toda a tecnologia necessária

da mão de obra produtiva, mas também dos engenheiros e outros profissionais que ainda estão por surgir como decorrência do desenvolvimento destas tecnologias. O perfil do

profissional de digitalização

passa a ter um apelo holístico

para poder enxergar as oportuni-

dades e novos modelos de negócio.

para a implementação da Indústria

Hoje, já vemos indústrias de ponta no Brasil utilizando a digitalização para aumentar a produtividade e flexibilidade

Outro desafio que se apresenta é a re-

gulamentação, já que ainda não é capaz de se

4.0 já está disponível e, hoje, nós já vemos indústrias de ponta no Brasil (aeroespacial, automotiva) utilizando a digitalização para

aumentar a produtividade e fle-

xibilidade. Mas ainda temos um

longo caminho para que esta rea-

lidade prolifere e chegue às médias e

pequenas indústrias, podendo gerar um

impacto real não apenas na produtividade in-

adequar aos novos modelos de negócio na mesma

dustrial, como em toda a economia do país. Já que o

modelos de negócio sejam gerados. Para citar um

go, há que se fazer de forma mais rápida. Para isso, as

o caso do Uber. Claramente, aqui a tecnologia foi

colocados à disposição para a agilização do processo.

puderam se adaptar.

OMU: Um dos grandes destaques da primeira edi-

OMU: Há alguma estratégia para resolver a questão

nufatura Avançada. Qual foi a participação da Sie-

entrave no desenvolvimento tecnológico, sobretudo

BORGES: As soluções e os softwares da Siemens foram

velocidade que a tecnologia permite com que estes

caminho para o Brasil parece ser um pouco mais lon-

exemplo muito atual e do nosso dia-a-dia, temos

políticas públicas e os incentivos adequados devem ser

muito mais rápida que os modelos regulatórios

da baixa qualificação dos profissionais, que é outro nos países emergentes?

ção da Feimec foi a apresentação ao público da Mamens nesse projeto?

essenciais para garantir que tudo funcionasse correta-

BORGES: É necessário que o país passe a olhar a di-

mente, conforme alguns preceitos básicos da Indústria

trial, ofereça políticas necessárias para o incentivo e a

a flexibilidade da produção para viabilizar a customi-

de nossa cadeia produtiva. E coloque o país no rumo

a ser produzida “conversa” com os meios de produ-

disse anteriormente, não basta apenas oferecer a qua-

com design da peça utilizando o NX CAD, o Process

gitalização como a nova etapa da revolução indus-

4.0, como a junção do mundo real e do virtual/digital,

adoção dessas novas tecnologias por diversos setores

zação em massa, o sistema ciber-físico no qual a peça

da competitividade industrial internacional. Como já

ção e viabiliza o uso eficiente de recursos. Começando

18

o mundo da usinagem

setembro.2016/112


Simulate foi capaz de simular digitalmente toda a linha

empregos, altamente qualificados. Customização em

MES, responsável pelo gerenciamento das ordens de

gera novas oportunidades e cria novos modelos de ne-

de produção com todos os seus componentes. O PLM produção dos produtos personalizados, acompanhou todas as operações executadas ao longo da linha e ga-

rantiu o correto carregamento do programa de usinagem personalizado para o Sinumerik - CNC (Comando

Numérico Computadorizado) que equipou o centro de usinagens de 5 eixos, da ROMI. Tudo isso tendo como

base o Teamcenter, nossa plataforma em que todos esses softwares trabalharam de forma coordenada, garantindo a troca constante de informação. Já na parte de auto-

mação, o TIA Portal desempenhou o papel semelhante

para o mundo físico. A comunicação entre os robôs foi monitorada através dos PLCs, que reportavam o com-

massa é uma das demandas para a nova Indústria. Isso gócios. Num cenário holístico como este, há a necessi-

dade do estabelecimento de parcerias de forma a aproveitar as complementaridades entre os mundos: digital e o real. Portanto, combinações inusitadas de empresas

e competências que antes pareciam não fazer sentido

passam a ser uma necessidade nesta nova economia.

Daí deriva, por exemplo, os novos serviços de manutenção preditiva, oferecidos baseados em big data e

analitycs com a base de dados em cloud computing. A manufatura aditiva, ou impressão 3D, é, sem dúvida, outro tópico de destaque neste quesito.

portamento das máquinas em tempo real. Além disso,

OMU: Pensando no contexto da indústria do futuro,

que era reportado para o software através de etiquetas

veis? E o que os laboratórios de P&D devem apre-

com as informações que as personalizavam. Em resu-

BORGES: O que temos de mais avançado e que evo-

lá exposta, foi equipado com tecnologia Siemens.

que temos na junção do virtual com o real. Além das

o SIMATIC IT realizou o monitoramento da produção

quais são as tecnologias mais avançadas disponí-

RFID. Estas foram colocadas em cada peça e gravadas

sentar ao mundo nos próximos anos?

mo, todo o cérebro da linha de produção Indústria 4.0,

luirá ainda mais é a exploração do enorme potencial

OMU: Para viabilizar o projeto Manufa-

potencialidades que já mencionamos, como as simulações de protótipos digitais,

os comissionamentos virtuais, há

tura Avançada, a Abimaq/IPDMAQ e o Instituto Mauá contaram com a presença e a cooperação de mais de 20 empresas, que trocaram experiências e know-how, ainda que fossem concorrentes. O Sr. acredita que a chegada da indústria 4.0 pressupõe o surgimento de um novo modelo de negócios?

Customização em massa é uma das demandas para a nova Indústria. Isso gera novas oportunidades e cria novos modelos de negócios

BORGES: Como comentamos, o mun-

do vive uma nova revolução industrial. Ba-

seada na integração entre sistemas digitais, mecânicos e de automação.

A chamada Quarta Revolução Industrial estabelece novos paradigmas de produção. As fábricas passam a ser

mais flexíveis e eficientes, unindo rapidez, baixo custo e

processos de manufatura hibrida (aditiva + tradicional), modelos

logísticos baseados em manufatura aditiva, que independem

de estoques ou mesmo de trans-

porte de peças etc. A cada dia,

surgem novas aplicações de si-

mulação da realidade poderosíssi-

mas não só para a indústria, mas para

a aplicação em outros segmentos como o

da saúde, entretenimento, entre outros. A ino-

vação colaborativa dentro deste cenário se torna um grande viabilizador deste desenvolvimento.

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níveis mais elevados de qualidade, promovendo novos setembro.2016/112

o mundo da usinagem

19


negócios da indústria 1 Max Schwoelk

Por mais

representatividade

Evento nacional de ferramentarias levanta os desafios do segmento e discute possíveis caminhos Por Inês Pereira (jornalista) e Vera Natale (editora)

O

mês de julho foi encer-

trocínio de mais de 40 empresas,

empresário e do profissional,

tivas para o segmento

a Villares Metals, e o apoio de en-

internacional, a legislação. Isso é

rado com boas perspec-

ferramenteiro. Sediado no SENAI

Mário Amato, em São Bernardo do Campo, em São Paulo, o 9º

entre elas a Sandvik Coromant e

tidades como a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e

nem refletíamos sobre o mercado estratégico”, analisa.

Um dos grandes esforços de

Equipamentos (ABIMAQ).

Dihlmann e da associação é forta-

tarias (ENAFER) reuniu cerca de

dadeiros fóruns de discussões.

— itinerantes, com realização al-

sionais, que acompanharam um

Dihlmann, presidente da ABIN-

Encontro Nacional de Ferramen300 empresários, gestores e profis-

dia inteiro de programação com palestras, rodadas de perguntas

e troca de experiências. Realizado pela Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais (ABIN-

FER), o evento contou com o pa20

o mundo da usinagem

“Nas palestras, temos ver-

Essa é a ideia”, resume Christian FER e idealizador do ENAFER. “Fizemos muitos eventos técni-

cos para falar de aço, tratamen-

to térmico, câmara quente etc.

Mas nunca discutíamos a nossa sobrevivência, a capacitação do

lecer cada vez mais os encontros ternada entre Santa Catarina, Rio

Grande do Sul e São Paulo. “Nos primeiros, tivemos de 70 a 100 participantes, e a partir de 2014, em

Caxias do Sul, rompemos a barreira

dos 200. Em Joinville, no ano passado, tivemos 235. Agora, superamos os 300”, anima-se Dihlmann.

setembro.2016/112


Programação A programação do evento

incluiu temas importantes, to-

dos seguidos por colocações e

perguntas dos participantes: “A inovação frente à inércia das empresas”, apresentada pelo Profes-

sor-doutor em Administração da Fundação Getúlio Vargas (FGV),

Eduardo Maróstica; “Visão do momento econômico e os desa-

fios para as ferramentarias”, por Paulo Braga de Melo, gerente de

Otimização de Custos do Pro-

duto da Volkswagen do Brasil;

seu mindset. Ou isso, ou morreremos”, afirmou Paulo Braga

de Melo, da Volkswagen. “Uma visita recente a um parque in-

dustrial, no leste europeu, deu a exata medida do quanto o Brasil ficou para trás em termos de mo-

dernização e, consequentemente,

produtividade. É fundamental

buscar a modernização das máquinas e a otimização de custos”.

O executivo reforçou a necessi-

dade de conhecer as boas práticas de outros mercados.

A palestra de Erlan de Olivei-

“Regime automotivo – Fase 2”,

ra, gerente de ferramentaria da

do Departamento das Indústrias

tos destacados por Paulo Braga.

por Margarete Gandini, diretora para a Mobilidade e Logística do Ministério da Indústria, Comér-

cio Exterior e Serviços (MDIC);

“Formatando a ferramentaria do futuro”, case apresentado por Er-

lan de Oliveira, da Stamp Molde, e o painel “Memórias da ferra-

mentaria no Brasil e a visão dos próximos anos”, com ferramenteiros experientes.

Eduardo Maróstica, professor

do MBA em Administração da FGV, cuja palestra entusiasmou a

plateia, destacou diversos pontos importantes como o investimen-

to em tecnologia, o papel do líder e o exemplo do empresário para o mercado e os funcionários; a

necessidade de agregar serviços ao produto; a tendência da eco-

nomia compartilhada e o caminho da inovação para sobreviver à crise e fazer frente ao mercado.

“O Brasil precisa mudar o

setembro.2016/112

Divulgação

Stamp Molde, corroborou ponPara o executivo da empreendedora ferramentaria, a automação

pode gerar ganhos exponenciais – na casa de 250% - uma vez que

a fábrica pode rodar 24/7. O au-

mento da competitividade é indiscutível.

Representando

o

Governo

Federal, Margarete Gandini, do

MDIC, destacou, por um lado, a necessidade de o setor avançar mais em pesquisas, especialmente frente aos grandes desafios tecnológicos que se colocam para a indústria na próxima década. E por outro, o déficit entre a capa-

cidade tecnológica disponível e a

ociosidade da capacidade produtiva instalada.

Sobre a atual fase do Inovar-

-Auto, ainda por ser estabeleci-

da, Margarete comentou que um dos principais pontos que norteia

as atuais discussões é justamen-

Ao criar a Abinfer, Dihlmann organizou o segmento das ferramentarias no país

te decidir de que forma o Brasil irá participar da cadeia global de suprimentos no futuro – fabricar

peças automotivas de alto valor agregado, se inserindo na trajetó-

ria tecnológica e de negócios globais, e assim se tornar um polo

global de desenvolvimento e

produção de veículos; ou apenas montar tais peças e fabricar outras que exijam menos tecnologia

e recursos para atender, sobretudo, a demanda local?

A maior certeza é de que a es-

timativa de 2015 de 4,8 habitantes por veículo - patamar ainda

alto em relação a economias desenvolvidas e mesmo em relação a algumas economias emergen-

tes, como México e Argentina – deve ser melhorada.

Em suma, a necessidade de

maior organização do segmento

ferramenteiro e o aprimorameno mundo da usinagem

21


negócios da indústria 1 to do diálogo com governo e ou-

existe uma política nacional”.

foram recorrentes nas colocações

mais próximo entre o segmento

tros setores da cadeia produtiva, de praticamente todos os palestrantes e da plateia.

Conduzida

por

Preocupações como o diálogo

mover eventos e reuniões em Ca-

das ferramentarias e o setor auto-

e a participar de feiras e exposi-

motivo estão no radar na ABINFER. “Participamos ativamente

Ações e metas Christian

Dihlmann, uma sessão especialmente voltada para a prestação

de contas aos associados expôs

as ações mais recentes da ABINFER, bem como os próximos passos. Entre os aspectos mencionados, Dihlmann destacou a

necessidade de fortalecer o segmento aumentando a presença

A associação se dedica a pro-

do Programa Inovar-Auto. Ajudamos, inclusive, a montá-lo na sua primeira fase. Agora atuare-

mos também na segunda. Criaremos um grupo de trabalho para

discutir com as montadoras as

questões do setor e alinhar propostas”, conta Dihlmann.

xias do Sul, Joinville e São Paulo, ções, seja no Brasil ou no exte-

rior. “No próximo ano realizare-

mos em Joinville a Conferência Mundial de Ferramentaria, da

ISTMA - Associação Mundial de

Ferramentarias, da qual somos associados e atuo como vice-presidente”. A última conferência,

em 2014, foi na Cidade do Cabo, na África do Sul.

A jovem ABINFER

de empresas na entidade: “Falta

representatividade do segmento das ferramentarias junto aos go-

vernos federal, estaduais e municipais”.

A ABINFER vem desenvol-

vendo ações, fazendo correções

de rumo, conforme informa o presidente.

Diversas

medidas

foram mencionadas - desde a certificação das ferramentarias,

passando pela aproximação ao

Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico -

BNDES e outras instituições em

busca de recursos financeiros,

a capacitação profissional por meio da Rede SENAI de Ferra-

mentarias, as reuniões de inte-

gração do mercado até a criação do selo ABINFER.

“A ferramentaria ainda pre-

cisa ser conhecida, debater suas próprias dificuldades, pensar em planejamento estratégico. Não 22

o mundo da usinagem

A Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais (ABIN-

FER) completa cinco anos de existência esse ano. Nascida em 16/09/2011, a partir da necessidade de defender os interesses da indústria e promover o seu desenvolvimento sustentável, a ideia

de criar uma associação foi ganhando corpo depois de inúmeras reuniões com um grupo de empresários, liderado por Dihlmann.

“Quando iniciamos nossas atividades, em 2011, éramos 36 associados. Em 2016, somos 106. Nossa meta é fechar este ano com

200 integrantes. É um meio de atuarmos mais fortemente junto ao Governo Federal”. Entre os desafios permanentes da ABIN-

FER estão o aumento da capacitação profissional; respaldar os associados para uma atuação mais oportuna no mercado nacional e externo; criar e organizar mecanismos de relacionamento

ganha-ganha com fornecedores e clientes; incentivar parcerias com instituições de ensino e pesquisa, entidades governamentais

e de classe do Brasil e do exterior, viabilizar projetos de interesse do setor e promover o desenvolvimento tecnológico e a inovação.

setembro.2016/112


setembro.2016/112

o mundo da usinagem

23


educação e tecnologia 1

Mobilidade

elétrica

O mercado brasileiro de veículos elétricos começa se formar. E os resultados apontam para o crescimento Por Inês Pereira

O

futuro desenhado com veículos

emissões

elétricos zero,

de

trafe-

ladas os gases poluentes prove-

meçou em 2011, com o MoU (Acor-

As montadoras se movimen-

sinado entre a Nissan, a cidade de

nientes de veículos e indústrias.

gando pelas grandes cidades do

tam com foco no mercado consu-

Mundo afora, os países se empe-

de carbono é o maior responsável

mundo, já se tornou presente. nham em fazer a lição de casa e cumprir a agenda universal, que contempla, entre os 17 Objetivos

de Desenvolvimento Sustentá-

vel, a redução drástica dos gases de efeito estufa. A Alemanha, por

exemplo, vislumbra a circulação

total de veículos sem emissão de CO2, em 2030. Para reverter os

índices assustadores do céu cinzento chinês, o governo do país está investindo fortemente na tec-

nologia dos motores movidos a energia elétrica. Quer ter em suas

ruas e avenidas, pelo menos, 500 mil carros de mais de 20 modelos. Uma medida que, até 2020, visa

reduzir em até 3 milhões de tone24

o mundo da usinagem

midor consciente de que o dióxido

pelo aquecimento global. A Audi projeta números: a partir de 2025,

um quarto de suas vendas virá

dos modelos elétricos (Veja box “Pelo Mundo” à pág. 26). No Brasil, a realidade dos veículos que

trocam combustíveis fósseis por cargas elétricas começa a se delinear. Depois de investir quatro

anos na realização do Programa

do de Intenções, em português) asSão Paulo e parceiros, tornando a

capital paulista a primeira cidade da América do Sul a ter um acordo

deste tipo. Em 2012, a capital passou a contar com 10 LEAF na sua frota de táxis. Em 2013, foi a vez do

Rio de Janeiro assinar acordo semelhante com a Nissan e receber, no mesmo ano, 15 modelos Nissan

LEAF 100% elétricos —cedidos

pela marca em forma de comodato e sem custos para os parceiros.

A partir de parcerias com as

de Táxis Elétricos nas cidades

prefeituras das duas cidades, as

Nissan contabiliza a redução das

portes, a Petrobras Distribuido-

do Rio de Janeiro e São Paulo, a emissões de gases poluentes num total de 340 toneladas de CO2.

Idealizado para avaliar a via-

bilidade de EVs (do inglês, eletric

vehicles) no Brasil, o programa co-

Secretarias Estaduais de Trans-

ra, a AES Eletropaulo, a Light e a

Adetax (Associação das Empresas de Táxi de Frota do Município de

São Paulo), 25 unidades do 100% elétrico Nissan LEAF rodaram setembro.2016/112


mais de 2,2 milhões de quilôme-

urbano, a economia de cada LEAF

Assim, se comparado a um carro

rede elétrica, ultrapassa os R$ 10

tros sem emissões de poluentes. de porte médio com motor a gaso-

lina rodando a mesma distância, cada táxi elétrico evitou que fos-

sem despejadas na atmosfera, por exemplo, 13,6 toneladas de CO2.

De acordo com a avaliação do

táxi, sendo recarregado usando a

positivos obtidos durante os anos

mil por ano. Além disso, não há

frotas de táxis nas duas maiores

necessidade de manutenção de

componentes como filtro de óleo,

óleo do motor e outros pelo fato de o motor não ser a combustão.

Ainda na capital fluminense, os

programa, em relação a um carro

modelos LEAF já foram usados em

gasolina, levando-se em conside-

lhamento de pontos turísticos da

do mesmo porte abastecido com

ração uma média anual de 30 mil

quilômetros rodados em ambiente setembro.2016/112

“Com os resultados bastante

testes pela Polícia Militar no patru-

cidade, e pelo Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro.

de testes com o Nissan LEAF em cidades do Brasil, comprovamos

a eficiência dos veículos elétricos no dia a dia em nosso país.

Atingimos nosso objetivo. O Nissan LEAF é o carro elétrico mais

vendido do mundo e mostrou que é capaz de enfrentar as mais diferentes situações de trânsito

nas ruas brasileiras, com o diferencial de ter emissões zero”, afiro mundo da usinagem

25


educação e tecnologia 1 ma François Dossa, presidente da

marca chinesa BYD (Build Your

pode rodar o dia todo até que a

uma experiência única de rodar

carregáveis e de ônibus elétricos,

horas. Na segunda fase dos testes,

Nissan do Brasil. “Acumulamos diariamente com veículos elétri-

cos e lidar com usuários e suas necessidades no Rio e em São Pau-

lo. É um conhecimento que será

fundamental para darmos nossos próximos passos”, completa. Ônibus em teste No ano passado, a prefeitura

Dream), fabricante de baterias redecidiu antecipar a produção de

sua mais nova tecnologia de ônibus elétricos, o K11 – o maior veículo articulado elétrico do mundo,

com 18,9 metros, desenvolvido especialmente para projetos de BRT (Bus Rapid Transit, ou Transporte

Rápido por Ônibus) de piso baixo

bateria seja recarregada, em duas

a BYD USA produziu um segundo ônibus elétrico articulado, es-

pecialmente desenvolvido para o mercado brasileiro, que cumpre

todas as especificações técnicas do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e da SPTrans.

Em setembro, a marca inau-

nos EUA e na América Latina.

gurou sua primeira planta indus-

ria Municipal de Transportes e da

não emite poluentes locais e re-

São Paulo, para produzir chassis

de ônibus do todo o mundo que

de gases responsáveis pelo efei-

de São Paulo, por meio da SecretaSPTrans, solicitou aos fabricantes viabilizassem testes de desempe-

nho e a fabricação local de ônibus mais limpos com o objetivo de

melhorar a qualidade dos ônibus

para a nova licitação de concessão

Por ser 100% elétrico, o K11

duz significativamente a emissão to estufa (GEE), além de reduzir

ruídos e permitir a acessibilidade universal em função de sua configuração de piso baixo.

A primeira etapa de testes

do sistema de transportes públi-

foi concluída, e a segunda está

final de 2015. A decisão foi toma-

operação simulada por rotas pré-

cos de São Paulo, prevista para o da por conta da lei municipal n° 14.933/2009, que institui a Políti-

ca de Mudança do Clima no Município de São Paulo.

Com o desafio lançado, a

em pleno andamento. Posto em

-estabelecidas pela SPTRANS, o

modelo acomoda até 120 passageiros, à exemplo dos ônibus arti-

culados convencionais; tem auto-

nomia média de 260 km, ou seja,

trial em Campinas, interior de de ônibus urbanos padron (12m

e 12,5m) e futuramente, outros

modelos de chassis de ônibus

urbanos e rodoviários. Com in-

vestimento de US$ 400 milhões, em três novas fábricas no Brasil,

entre 2015-2017, a BYD entrou com força no mercado brasileiro. Essa unidade inclui o centro de Pesquisa e Desenvolvimento e

protótipos, fabricação de chassis de ônibus elétricos urbanos e articulados, bem como montagem de baterias recarregáveis e painéis solares fotovoltaicos.

Pelo mundo O movimento mundial rumo a emissões zero

elétrico, que deverá concorrer com o Tesla Model

uma fatia consistente no mercado. A norte-ame-

dades vendidas em todo o mundo, ganhou um

de CO2 impulsiona a corrida das montadoras por ricana Tesla corre entre os líderes, com a meta de vender 500 mil carros elétricos por ano. Na estra-

tégia do Grupo Volkswagen está o lançamento

de 30 modelos nos próximos 10 anos. Quebran-

do a tradição dos veículos movidos a gasolina, a Mercedez-Bens entrará na disputa com um sedan 26

o mundo da usinagem

S. O Nissan LEAF, que já tem mais de 200 mil uni-

novo módulo de baterias de íon-lítio de 30kWh,

que pode ser recarregado nos mesmos carregado-

res caseiros em até quatro horas — ou em apenas

30 minutos, com os ‘Quick Chargers’ (carregadores rápidos) iguais aos utilizados para abastecer os táxis dos programas do Rio e de São Paulo.

setembro.2016/112


A segunda e terceira unidades

serão iniciadas entre 2016 e 2017 para fabricação local de todos os

modelos de chassis de ônibus elétricos, bem como uma uni-

dade para as células de baterias recarregáveis. Outros produtos e

equipamentos movidos a energia limpa também devem ser adicio-

nados ao portfólio de fabricação

local no futuro próximo, como sistemas de armazenamento de

energia e empilhadeiras elétricas. Fortaleza plugada A tecnologia dos veículos elé-

tricos também trafega fora do eixo

Rio-São Paulo. Na capital cearense,

os testes com carros compartilha-

dos avançam para a concussão, em setembro, quando estarão disponí-

veis 20 veículos em 12 estações na cidade. Estão sendo testados dois modelos chineses — um Zhidou EEC L7e-80, compacto, para duas pessoas com compartimento para

Estrada eletrificada Até 2030, o governo sueco almeja tornar o setor de transportes livre

de combustíveis fósseis como gasolina e diesel. Deu um passo impor-

tante com a inauguração, em junho, da primeira autoestrada elétrica do planeta. Ainda em fase de testes, o trecho ao Norte da capital, Es-

tocolmo, é o início de um projeto para reduzir as emissões de gases estufa de caminhões. Funcionando inicialmente em um trajeto de dois quilômetros, a tecnologia condutora foi desenvolvida pela Siemens

com a Scania, fornecendo os caminhões G 360 4×2 movidos a eletricidade, que irão operar em condições reais de tráfego. Para circular na via elétrica, os veículos Scania receberam um pantógrafo e um coletor

de energia na parte posterior da cabine. Assim que os caminhões saem do trecho eletrificado, o pantógrafo é desligado e a energia passa a

ser fornecida pelo propulsor de 9.0 litros de 364 cv movido a biodiesel que trabalha ligado ao motor elétrico de 130KW e 107,1 kgfm de torque movido à bateria. Enquanto está conectado à rede, o caminhão

não pode passar de 90km/h. Caso precise fazer uma ultrapassagem, o

motorista pode sair de sua pista, desconectando-se dos fios de eletricidade e voltando a se movimentar por diesel, e retornar à rede mais à frente. Nils-Gunnar Vågstedt, que é responsável pela pesquisa da

Scania para a eletrificação, afirma: “O potencial de economia de com-

bustível por meio de eletrificação é considerável e a tecnologia pode tornar-se uma pedra angular para os serviços de transporte rodoviário livre de fósseis.”

pequena bagagem, e um BYD e6,

que comporta o condutor e quatro passageiros.

O projeto cearense, apresen-

tado desde janeiro por meio de

edital, foi criado para chamar a atenção da população para a possibilidade de redução da poluição

e também para que os futuros usu-

ários se familiarizem com os modelos elétricos e com a forma de

funcionamento do sistema, cujo

integração e diversificação dos

de transporte na pegada sustentá-

vo. O engenheiro da Prefeitura de

principais objetivos do sistema de

carro como para quem pretende

cadastro é feito por um aplicati-

Fortaleza, e responsável pelo pro-

jeto, Sued Lacerda, explica que a setembro.2016/112

modais de transporte é um dos carros elétricos compartilhados.

“A ideia é ofertar um novo modo

vel, tanto para quem não tem um se desprender da necessidade do carro próprio.”

o mundo da usinagem

27


educação e tecnologia 2

Lições na Visitas didáticas preparam universitários para os desafios do mercado de trabalho

prática Divulgação

Por Henrique Fontes*

O

que a linha de produção

de uma fábrica, uma escola indígena e o centro

de inovação de uma empresa

têm em comum? Esses são exemplos de locais em que é possível

Com diferentes exemplos, os alunos entendem as demandas para o futuro

profissional, preparar-se para en-

conta Guilherme Ferreira, ex-alu-

de tecnologias da informação. “É

trabalho e onde vocações podem

ICMC. O depoimento foi dado

os alunos conseguem enxergar

descobrir novas áreas de atuação frentar os desafios do mercado de

ser despertadas. É isso que acontece durante as visitas didáticas realizadas pelos alunos do Insti-

tuto de Ciências Matemáticas e

de Computação (ICMC) da Uni-

versidade de São Paulo (USP), em

no de Sistemas de Informação do

após visita realizada na sede da

Unilever, em São Paulo, no ano passado, junto com cerca de ou-

tros 30 estudantes do Instituto. As visitas à empresa são realiza-

das anualmente por meio do pro-

uma visita muito motivante, pois que não precisam atuar apenas na

área de desenvolvimento de siste-

mas, mas também na melhoria do

processo de negócio de uma companhia”, explica Simone.

A docente cita ainda algumas

grama Unileversitário.

visitas já realizadas pelo Instituto

descobrir um sonho que nem ao

mento da disciplina Introdução a

à HP, empresa de tecnologia de

sar estratégico e a resolução de

da pela professora Simone Souza.

São Carlos, no interior paulista.

“Visitar a Unilever foi como

menos sabia que existia. O pen-

problemas são os maiores atra-

tivos. Com certeza, é uma empresa na qual eu quero trabalhar

e onde me vejo daqui 10 anos”, 28

o mundo da usinagem

A viagem serve como comple-

Sistemas de Informação, ministraOs alunos conhecem o Customer Insight and Inovation Center

(CiiC), setor da empresa destinado

a gerar inovações por meio do uso

como a data centers em São Paulo, informação, e à Usina Hidrelétri-

ca de Itaipu. Anualmente, alunos dos cursos de Sistemas de Infor-

mação e Ciências de Computação têm a oportunidade de conhecer a hidrelétrica, localizada na setembro.2016/112


fronteira entre Brasil e Paraguai.

de processo, promovendo uma

corrigir algum problema que ve-

a palestras ministradas por pro-

sionais do setor produtivo. “Eles

de desenvolvimento”.

Nessa visita, os alunos assistem fissionais da usina, conhecem o processo de produção e distribuição de energia, a sustentabilida-

de da matriz energética, o desenvolvimento de sistemas abertos para o gerenciamento de recur-

sos hídricos, além de questões relacionadas à segurança física e dos sistemas computacionais. A estatística vai à indústria

primeira interação com os profis-

conseguem visualizar onde aplicar aquilo que estão aprendendo

Outras culturas

iniciativa deve ser feita de forma

dantes dos cursos de licenciatura

sos, pois acredito que os outros

cenários que terão que enfrentar

na Universidade. Esse tipo de

permanente e em todos os cur-

estudantes também tenham essa

necessidade”, diz Francisco Lou-

zada, professor do ICMC e responsável pela visita à Faber.

“Essas visitas nos trazem uma

A Faber Castell é outra em-

experiência que pode ser utiliza-

alunos do ICMC, dessa vez dos

emprego, pois vou ter uma visão

presa que recebeu a visita dos graduandos do curso de Estatís-

tica. Como complemento da disciplina Gestão de Qualidade, os estudantes conheceram, em maio deste ano, a Seção de Controle de

Qualidade da Fábrica e as etapas

de produção dos materiais desenvolvidos pela multinacional, que possui sede em São Carlos.

O objetivo foi mostrar aos alu-

nos uma noção prática das me-

todologias de controle estatístico

nha a surgir durante seu processo

da até mesmo numa entrevista de

melhor de como funciona uma fábrica e clarear minhas ideias”,

conta a aluna Denise Rezende, que nunca havia visitado uma

empresa. A estudante Natália Poles afirma que é muito importan-

te, para um estatístico, conhecer

todas as etapas de produção do

Pensando em preparar os estu-

do ICMC para os mais diversos quando se tornarem professores,

as docentes Miriam Utsumi e Esther Prado levaram, em junho

deste ano, 38 alunos para conhecerem a escola indígena da Aldeia Ekeruá, localizada em Avaí, inte-

rior de São Paulo. “Desde o ano passado, pensamos na questão

da inclusão das minorias e decidimos dar uma atenção especial

à educação indígena. Muitos professores ainda não estão preparados para atender o aluno índio e

é importante que conheçam outra cultura”, explica Miriam.

A professora conta que, nos

produto que será disponibilizado

cursos de licenciatura, não é pos-

dados, o estatístico pode melhorar

todos os desafios que são enfren-

no mercado: “Além de analisar os o resultado final de um produto e

Divulgação

sível ter disciplinas mostrando tados dentro de uma escola. Ao proporcionar esse tipo de visita, os licenciados podem ter um olhar di-

ferenciado para lidar com algumas situações. “Nós fazemos várias viagens para complementar o cur-

rículo dos alunos de licenciatura. Visitamos escolas técnicas, mate-

motecas, para que eles conheçam os diversos ambientes de trabalho

e vejam a construção de materiais didáticos diferenciados”. A diversidade também é tema nas visitas setembro.2016/112

*Henrique Fontes integra a Assessoria de Comunicação ICMC/USP o mundo da usinagem

29


conhecendo um pouco mais

Baixo

carbono Quanto dinheiro existe hoje para viabilizar a economia verde? Por Fernanda Macedo

S

em mobilizar o capital

rigar uma economia poluente e

haverá impulso suficien-

naturais não renováveis.

financeiro,

dificilmente

te no movimento de transição

com uso intensivo de recursos

ceiro ainda não estar preparado

As regras e incentivos vigentes

vel, algumas ações nacionais e

para uma economia de baixo

que regem mercados financeiros

Sustentáveis coloca-se, portanto,

riscos ambientais a longo prazo, e

carbono. O campo das Finanças como uma alavanca de transfor-

mação. Tem como objeto enten-

der os sistemas financeiros e

Apesar de o sistema finan-

geralmente não consideram os as oportunidades de novos negó-

cios e de setores verdes não têm

para tornar essa transição viá-

internacionais têm se dedicado a encontrar formas de viabilizar

mercados mais alinhados à ideia da sustentabilidade.

sido suficientemente valorizadas.

Sistema financeiro verde

para um novo tipo de desenvol-

a uma má alocação de capital,

va “Inquiry: Design of a Sustai-

finanças funciona como uma

dança rumo à Economia Verde

em janeiro de 2014, tem explora-

como este é capaz de contribuir

vimento. Além disso, o setor de peça-chave para a estabilidade

monetária, pois carrega tanto

o potencial de gerar como o de evitar crises sistêmicas.

No entanto, ainda é pouco o

recurso que tem sido destinado

a apoiar mudanças mais alinha-

das à ideia de sustentabilidade

– seja ela social, ambiental, seja econômica, financeira –, pois a

maior parte do dinheiro circu-

lante em forma de investimento e financiamento continua a ir30

o mundo da usinagem

Essas distorções podem levar

criando obstáculos para a mu(EV) – definida pelo Pnuma, o

Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep,

em inglês), como uma econo-

mia com melhora do bem-estar da humanidade e igualdade social, ao mesmo tempo em que

reduz significativamente riscos ambientais e escassez ecológica.

O Unep, por meio da iniciati-

nable Financial System”, lançada

do maneiras mais eficazes de imprimir mudanças nos processos

de tomada de decisão do sistema

financeiro, com o objetivo de estimular a EV.

Por meio de um Conselho

Consultivo internacional – composto, entre outras instituições,

A EV representa também uma economia de baixa emissão de carbono, com o uso eficiente dos recursos e inclusão social.

setembro.2016/112


pela Federação Brasileira de Ban-

inovações políticas, vivenciadas

com representação da Associação

o Brasil –, a iniciativa tem reali-

desenvolvimento, que demons-

cados Financeiro e de Capitais

cos (Febraban), representando

zado debates em torno de experiências em diversos países e a

produção de mais de 50 artigos sobre o tema.

O projeto busca promover

a ideia de que o financiamento

em países desenvolvidos ou em trem como o sistema financeiro

pode estar mais bem alinhado com o desenvolvimento sustentável (ver mais abaixo em “Avanços Regulatórios”).

Além disso, ações nacionais

para o desenvolvimento susten-

complementadas por cooperação

sistema financeiro e da economia

to a um sistema financeiro verde.

tável pode ser feito por meio do real. Para isso, são necessárias

internacional podem dar forma-

Brasileira das Entidades dos Mer-

(Anbima), BM&FBovespa, Con-

federação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg) e As-

sociação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp).

Mas quais seriam os resulta-

Por meio das melhores práticas

dos já alcançados até o momento

reunido princípios e sugestões

da EV no País? Como parte de

atuais de gestão, a Inquiry tem

para avançar rumo a um sistema financeiro verde.

Em 2014, como parte da ini-

ciativa, a Febraban estabeleceu

uma agenda para analisar os possíveis caminhos para fomentar a

transição para a Economia Verde no Brasil, por meio

do Sistema Finan-

ceiro Nacional (SFN).

A instituição tem participa-

do de discussões internacionais

sobre a alocação de capital para

riscos socioambientais, no âmbito do conselho consultivo, e criou nacionalmente uma comis-

são intrassetorial para promover

pelas iniciativas de valorização um processo para padronização

e monitoramento dos recursos

alocados para a economia verde no Brasil, a Febraban e o FGVces

apresentaram o estudo “O Sistema Financeiro Nacional e a

Economia Verde: Mensurando recursos financeiros alocados na

economia verde”, em outubro de 2015. Este estudo busca mapear

os recursos do SFN mobilizados para a EV, apresentando o volu-

me alocado em empréstimos e financiamentos, investimentos e

seguros desembolsados para este fim nos anos de 2013 e 2014.

o diálogo entre associações de

Resultados no Brasil

ao desenvolvimento sustentável,

destinados foi apresentada em

classe sobre temas relacionados

A quantificação dos recursos

dois níveis. O primeiro (nível A) engloba financiamentos para atividades potencialmente causadoras de impacto ambiental, por exemplo para as indústrias meta-

lúrgica, mecânica, de madeira, de papel e celulose, química, têxtil, setembro.2016/112

o mundo da usinagem

31


conhecendo um pouco mais de produtos alimentares e bebi-

em recursos financeiros desem-

parência à governança de temas

lidade, de transporte, de turismo,

garam a R$ 110 bilhões em 2013

gestão de riscos e um plano de

das, de fumo, de serviços de uti-

de atividades agropecuárias, uso de recursos naturais, entre outras.

Os montantes de recursos fi-

nanceiros desembolsados para esses setores foram de R$ 408 bi-

lhões em 2013 e R$ 365 bilhões

em 2014. Tais valores representam 33,5% e 33,2% do total dos

financiamentos a pessoas jurí-

bolsados em setores da EV chee a R$ 107 bilhões em 2014, re-

presentando 8,8% e 9,6% do to-

tal dos financiamentos a pessoas

jurídicas e empresas nesses anos.

Não foram apontadas variações relevantes, apesar da pequena queda de cerca de 3% em relação a 2013.

O mapeamento desses recur-

dicas e empresas naqueles anos,

sos pode ajudar no desenvolvi-

cerca de 10,5% em montantes

investimento e na identificação de

indicando uma diminuição de desembolsados para os setores no período.

O segundo nível mapeado no

estudo (nível B) abarca os recur-

sos destinados à EV. Esse con-

ceito compreende setores como energias renováveis, eficiência energética, construção sustentá-

sociais e ambientais, fortalecer a

ação para implementação. Ela representou um importante passo

à frente pela regulação do setor financeiro no País, ao sinalizar

que questões de riscos socioambientais estarão cada vez mais

presentes no dia a dia de bancos

e outras instituições financeiras reguladas pelo Bacen.

Apesar de os bancos brasilei-

mento de estratégias de risco de

ros, em sua maioria, já possuírem

novas oportunidades de negócios

tabilidade à época do lançamen-

para as instituições financeiras.

Mas, mesmo assim, a alocação de financiamentos alinhada aos princípios da EV precisará convi-

ver com os conceitos da prudência e resiliência que orientam as

tomadas de decisão pelos agentes

políticas transversais de susten-

to da Resolução, o regulamento

representa um marco do qual

não será mais possível retroceder

e que estará no futuro de todas as instituições financeiras brasileiras daqui para frente.

Bancos centrais em vários

financeiros e reguladores.

países estão assumindo um pa-

floresta, agricultura sustentável,

Avanços regulatórios

centivar a incorporação da sus-

são produtiva e desenvolvimen-

ficados no estudo “O Sistema Fi-

Também são incluídos no ní-

Verde: Mensurando recursos fi-

vel, transporte sustentável, turismo sustentável, água, pesca,

resíduos, educação, saúde, incluto local e regional.

vel B os volumes referentes a

produtos financeiros temáticos, desenvolvidos para auxiliar a

transição para a EV, e que possuem seus recursos devidamente monitorados, como o Fundo Amazônia, Fundo Clima, PSI –

Os recursos financeiros identi-

nanceiro Nacional e a Economia nanceiros alocados na economia

verde” são influenciados por di-

versos contextos, como foi o caso do lançamento da Resolução nº 4.327, de abril de 2014, pelo Banco Central do Brasil (Bacen).

Essa resolução exige a im-

Inovação, entre outros.

plantação de uma política de

o nível B indicam que os valores

pelas instituições para dar trans-

Os resultados do estudo para

responsabilidade socioambiental

pel mais ativo ao regrar ou in-

tentabilidade em seus sistemas financeiros. Na China, a Política

do Crédito Verde restringe a concessão de crédito para empre-

sas indicadas pelo Ministério de Proteção Ambiental. Em Bangladesh, o Banco Central apresenta

um guia de risco de crédito que aborda questões socioambien-

tais. São evidências de que tem havido cada vez mais uma convergência entre a alocação de re-

cursos da economia e os princípios da sustentabilidade.

Texto publicado originalmente no P22_ON, produto digital da Revista Página22, do Centro de Estudos de Sustentabilidade (EAESP / FGV)

32

o mundo da usinagem

setembro.2016/112


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o mundo da usinagem

33


negócios da indústria 2

Realidade e

futuro

Tendências e questionamento sobre as tecnologias que direcionam o mundo das transmissões automotivas Por Mauro Moraes de Souza

U

m dos maiores desafios

econômico, ao lançar programas

Forças são arregimentadas, vi-

de atual é oferecer veícu-

de Incentivo à Inovação Tecno-

social, tecnológica e econômica,

da indústria da mobilida-

los integrados às necessidades de preservação do meio ambiente e dos recursos finitos de produção.

Nesta última década, nunca se fa-

lou tanto em eficiência energética e na consequente necessidade de

soluções leves e eficientes para os veículos. O Brasil busca nos

últimos anos responder a esses

imperativos, aliando-os às neces-

sidades internas de crescimento 34

o mundo da usinagem

como o Inovar-Auto (Programa

lógica e Adensamento da Cadeia

Produtiva de Veículos Automotores, criado pelo Governo Federal em 2012), para promover uma mudança radical no panorama da

mobilidade. No entanto, todo o esforço despendido e o desenvolvimento alcançados têm sido pre-

judicados face ao atual momento de crise econômica do país.

Vivemos à era da inovação.

sando a um mundo de ventura aproveitamento inteligente dos recursos naturais e entrega de

novos valores com alto grau de aplicação para a sociedade. Ulti-

mamente, a queda do preço mundial do barril de petróleo impul-

sionou o consumo mundial desta commodity. Particularmente, nos

Estados Unidos, observa-se uma tendência de aumento do uso de

veículos maiores enquanto as leis setembro.2016/112


que regulam a emissão de po-

do os motores trabalharem em

tecnológica como caminho de su-

na maioria dos países.

zindo o número destas relações,

texto é o seguinte: para que as

luentes tornam-se mais severas Surge um dilema a ser venci-

do pelos fabricantes de veículos: atender as normas de emissões em tempos de combustível ba-

rato e a expectativa do prazer ao dirigir sem limitações. Diversas tecnologias disponíveis trazem contribuições inovadoras inesti-

máveis, porém permanecem as perguntas: conseguiremos gerenciar ideias e resultados disrupti-

vos ou permaneceremos muito

próximos do comum? Inovar significa otimizar ou expandir as

faixas mais eficientes ou redu-

para propiciar a redução do ta-

manho das caixas de transmissão automotivas? Há necessidade ou não de caixas de transmissão automotivas para veículos 100% elétricos? Qual o papel das trans-

missões no contexto de veículos

híbridos? Como os novos mate-

sistemas de powertrain têm contribuído significativamente pa-

ra o alcance dos objetivos e das metas globais para a redução da emissão de poluentes e particu-

larmente com o grande impulso dado pelo desenvolvimento de motores mais leves, menores e

mais eficientes. Semelhante de-

aumento de eficiência energética de um veículo?

Tendências parecem indicar

dos componentes das transmiscomunização, modularidade, flexibilidade e escalabilidade. Entretanto, o mercado ainda busca fór-

mulas para responder perguntas

como estas e solucionar as contradições impostas por tais requi-

sitos à inovação dos sistemas de transmissões. Não é tarefa fácil, mesmo para as empresas envol-

vidas, saber ao certo qual será o futuro das transmissões.

derável para o mercado absorver

Atualmente, é comum nos de-

porém a barreira atual que preci-

pararmos com perguntas contra-

ditórias, mas nem sempre há uma

resposta certa. Ao contrário, ainda são muitas as dúvidas. Qual

o melhor caminho? Aumentar o número de relações de transmis-

são para propiciar ganhos, fazensetembro.2016/112

ca inovar, de como fazê-lo de forma sustentável e qual o retorno esperado com as inovações.

Reconhecer tendências, en-

gias e identificar quais soluções te brasileiro e como adaptá-las

é fundamental para que as em-

presas invistam e modifiquem positivamente esse cenário de competitividade do setor auto-

motivo brasileiro. Nesse sentido,

o espaço para debate e troca de experiências é o primeiro passo para que todos os elos da cadeia automotiva — fornecedores, montadoras e universidade — se

preparem para os desafios que

estão lançados e já apontam para as necessidades do futuro. Divulgação

No Brasil, há um espaço consi-

safio se impõe também aos sistemas de transmissão.

seu entendimento do que signifi-

atuais fazem sentido no ambien-

sões, hibridização, eletrificação,

cia ou, como são mais conhecidos,

indústria automotiva aprofunde

missão podem contribuir para o

dos componentes de uma trans-

logias futuras a serem desenvolOs sistemas de trem de potên-

vidas no Brasil, é preciso que a

tender para onde vão as tecnolo-

palavras-chave como a melhoria

vidas hoje?

inovações sejam bem desenvol-

riais e processos para a fabricação

fronteiras do negócio? Quais ten-

dências podem indicar as tecno-

cesso. O que fica claro neste con-

a chegada de novas tecnologias,

samos vencer é da credibilidade. Não obstante, ainda que num

cenário mais pessimista do que

otimista, as empresas da mobilidade brasileira fazem o trabalho de casa, redefinem seu ambiente

de negócios e buscam a inovação

Mauro Moraes de Souza é diretor regional da Seção Campinas da SAE BRASIL o mundo da usinagem

35


nossa parcela de responsabilidade

É necessário aprender a A Por Marcos Tahara

retração econômica acirrou

pelo menos, acabamos tendo essa

e do reaproveitamento deste recur-

nossos processos. Na socie-

texto julgar responsabilidades, mas

Não quero que entendam que

a necessidade de olharmos

dade, temos mudado nossa cultura com a conscientização do uso da

água, da adesão e engajamento às campanhas de mobilização para er-

radicar doenças, entre tantas outras.

Na indústria, o gerenciamento das

ferramentas e o recondicionamento

têm sido aliados para melhorar o

triste impressão. Não cabe a esse comentar o que nós podemos fazer

sou contra isso, sou extremamen-

te nós, mas todos em nossa socieda-

vidas mudam após esses direcio-

para cooperar para que não somende possam ter uma vida um pouco melhor e, o mais importante, para

que existam recursos e conforto às futuras gerações.

Estamos preparados para reagir

desempenho e vencer a crise

às campanhas em massa, as quais

mento é “fazer mais com menos”.

tarem às margens de uma grande

Seguramente a frase do mo-

E ela nunca foi tão verdadeira. Neste momento, sentimos na pele

mais uma crise, muito mais evidente nas pessoas que têm mais

décadas de vida do que nas mais

jovens, que já vivenciaram a subi-

da escalar dos preços, o desaparecimento de produtos das pra-

teleiras, a dificuldade de crédito e muitas outras circunstâncias desfavoráveis para quem recebe arduamente seu suado salário.

Nossa responsabilidade não

so tão precioso.

normalmente acontecem por esproblemática, como a campanha de combate ao mosquito transmissor

da dengue e do chikungunya, que a sociedade se mobilizou para eli-

minar os focos existentes; a campanha da economia de energia, com

a consciência da população pela troca por lâmpadas ecoeficientes

em suas casas; e bem recentemente tivemos a campanha da água, onde

fomos obrigados a entender a im-

portância da redução do consumo

te a favor, mesmo porque nossas namentos e acabamos lidando e

nos adaptando melhor a essas situações. O que quero colocar em

questão é se alguma vez, nós mes-

mos, buscamos criar nossa campanha de melhoria e estendê-la aos

que nos cercam? Por exemplo, al-

guém já pensou na quantidade de shampoo que usamos para lavar

a cabeça no nosso banho diário? Tente imaginar não só o shampoo que você utiliza, mas também o

que desce pelo ralo e o que acontece com aquele produto depois? Não se iluda, ele vai igualmente

parar nos nossos recursos naturais, e, portanto, estará afetando de

alguma maneira algo ou alguém. E

se usássemos sempre uma quanti-

dade menor, ou se escolhêssemos

deve se limitar às nossas ações nos nossos locais de trabalho, so-

bre o qual falaremos um pouco mais à frente, mas ela deveria ser

tratada amplamente em tudo que nos cerca e onde quer que possamos influenciar.

Constantemente somos levados

a crer que tudo que acontece de er-

rado acaba sendo nossa culpa, ou, 36

o mundo da usinagem

setembro.2016/112


fazer mais com menos um produto biodegradável? Com

departamentos e fornecedores in-

tunidade que tem sido oferecida

ganho para todos.

de uma produção, minimizando

as ferramentas inteiriças de metal

certeza estaríamos gerando um Agora, como podemos trazer

isso para o nosso ambiente de trabalho, já que temos menos recursos

formados das reais necessidades paradas ou faltas de elementos importantes no processo.

Outro fator a ser considerado é

a cada dia? Uma grande tendência

a redução ou eliminação das com-

mais com menos”. Nesse cenário,

a desaparecer com esse tipo de

das corporações tem sido “fazer o primeiro ponto para comparti-

lhar nessa nossa conversa é sobre o gerenciamento das ferramentas

que fará o melhor uso do que já temos, até o que está guardado no

fundo das gavetas dos armários

pras emergenciais, que tendem controle, até mesmo para aqueles itens que sofrem retrabalhos ex-

ternos, e que, ao final, quando não

informados, acarretam em pedidos de compra desnecessários.

O segundo ponto que gostaria

dos operadores. Para isso, se faz

de abordar nesse contexto é algo

eletrônicas que diminuam a inter-

externos, ou seja, ao recondicio-

necessário o uso de ferramentas ferência humana e as quais pos-

sam administrar com segurança as entradas e saídas dos estoques,

disponibilizando, simultaneamente, informações estratégicas que

devem ser usadas em prol do aumento de produtividade, da redução de estoques, a eliminação de

material obsoleto, o treinamento

de pessoal e até um melhor trabalho com os fornecedores.

Hoje existem diversos sof-

twares especialistas, como o Au-

relacionado a esses retrabalhos

setembro.2016/112

comparadas às ferramentas de aço

rápido, porém sua performance e

durabilidade, aliados agora a essa

renovação de aresta, tornam essas ferramentas altamente atrativas

aos processos. Isso é importante,

pois se conseguirmos o maior uso dessas ferramentas no lugar de ferramentas mais conservadoras, estaremos seguramente nos tornando mais competitivos.

Bem, ao final desse texto mi-

essas palavras é: “Use somente o

e para isso surge a necessidade de tentarmos retirar mais das ferramentas existentes. Isso é bem pos-

dedicando seu tempo para ler necessário”. Renato Pizzutto

sível, principalmente com a oferta

de serviços de recondicionamento de qualidade assegurada, onde se

pode atingir resultados similares e, em alguns casos, até superiores aos de ferramentas novas.

Uma pergunta pode existir

bretudo para as ferramentas que

dentro de uma fábrica e mantêm

lor inicial é relativamente alto, se

tando o “usar mais o que já temos”,

mais com menos”, estamos ado-

leitura e até interfaces com siste-

o potencial de uso do que já existe

sas e alargadores, em que seu va-

nha mensagem à você, que está

nesse processo: será que vale a

mas ERP. Todos eles maximizam

duro, como brocas e algumas fre-

namento. Hoje, além de se “fazer

toTAS da Sandvik, máquinas

automáticas, sensores, chips de

ao mercado, principalmente para

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