115 Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISS nº 1518-6091 RGBN 217-147
CT300 AB Sanndvik Coromant
Agora mais completo Essa fantástica ferramenta está ainda mais inovadora com a expansão do programa
entrevista
Paulo Skaf avalia as perspectivas para a indústria daqui para frente
produtividade
A nova geração de robôs colaborativos chega ao chão de fábrica
negócios da indústria
Pesquisa avalia maturidade digital nas empresas brasileiras
sumário
4
soluções de usinagem 1
Conheça os novos benefícios que a ferramenta CT 300 ganhou com a expansão do programa
18 produtividade
expediente:
Conheça a nova geração de COBOTS, os robôs colaborativos
22 negócios da indústria
Como as corporações usam as tecnologias digitais na condução do negócio
O MUNDO DA USINAGEM é uma publicação da Sandvik Coromant do Brasil, com circulação de seis edições ao ano e distribuição gratuita para 14.000 leitores qualificados. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP. As fotos sem menção de créditos foram captadas no banco de imagem Shutterstock.
Fabio Ferracioli (Gerente de Marketing da Sandvik Coromant, América Latina) é responsável pela publicação da revista “O Mundo da Usinagem” Editora: Vera Natale (Sandvik Coromant)
Revisão: Luiz Carlos Oliveira (S/A LLORENTE & CUENCA) Colaboraram nesta edição: Inês Pereira (coordenação editorial e reportagem); Samuel Cabral (edição de arte)
Jornalista responsável: Anatricia Borges - MTB 21 955/RJ Tiragem: 7.000 exemplares; Impressão: Pigma Gráfica Editora Ltda.
fevereiro.2017/115
Acompanhe a REVISTA O MUNDO DA USINAGEM digital em: www.omundodausinagem.com.br Contato da Revista OMU Você pode enviar suas sugestões de reportagens, críticas, reclamações ou dúvidas para o e-mail da revista O Mundo da Usinagem: faleconosco@ omundodausinagem.com.br ou ligue para: 0800 777 7500
edição 115 • fevereiro/2017
10 soluções de usinagem 2 Saber entrar no corte e sair da peça interfere no resultado final
13 entrevista
As opiniões de Paulo Skaf sobre a conjuntura e o futuro da indústria
28
educação e tecnologia
34
conhecendo um pouco mais
36
nossa parcela de responsabilidade
O projeto que leva a leitura e a prática da escrita para os cursos técnicos
Graças à química, o dia a dia se torna cada vez mais confortável
A mensagem de Claudio Camacho, vice-presidente de vendas da Sandvik Coromant para América do Sul e Central
o mundo da usinagem
3
soluções de usinagem 1
CoroTurn 300 AB Sanndvik Coromant
Torneamento com pastilhas de 80° e 8 arestas está mais competitivo e versátil com expansão do programa Por Domenico Landi, supervisor técnico de produtos da Sandvik Coromant e Vera Natale, editora da revista OMU.
L
ançar um novo produto/
conceito que realmente faça a diferença e atenda as neces-
sidades do mercado em geral, ou a uma demanda específica, é uma tarefa complexa. Todavia, quando
o lançamento acontece, as ações de desenvolvimento daquele produ-
to/conceito prosseguem, acompanhando o próprio movimento do
mercado e suas transformações. Os
trabalhos de P&D operam em moto
contínuo para melhorar cada vez
mais o que acabou de ser criado/ desenvolvido. As ampliações ou
extensões de programas são uma
das melhores expressões desse apri-
moramento constante. Esse é o caso do CoroTurn 300, um novo conceito para torneamento longitudinal
e faceamento, fora da norma ISO convencional e lançado em 2016, que agora está ainda mais versátil e competitivo, com os novos acréscimos de geometrias e porta-pastilhas, realizados recentemente. 4
o mundo da usinagem
fevereiro.2017/115
mais inovador do que nunca Características revisitadas Vale lembrar as principais ca-
racterísticas dessa ferramenta inovadora que sem dúvida nenhuma é uma alternativa mais econômica
e eficiente com relação às tradicionais pastilhas de formato C e W de
4 e 6 arestas, amplamente usadas no mercado nas operações de torneamento longitudinal e de face.
O CT 300, como ficou conheci-
do no chão de fábrica, apresenta
na verdade, muitas tecnologias
devido ao maior número de ares-
o que resulta em muitas vanta-
desempenho superior, sobretudo tas por pastilha — 8 arestas de corte — e ângulo de ponta de 80º.
Oito arestas significam menos metal duro por aresta e menos material para comprar, reciclar e
desperdiçar. Mas o destaque não fica apenas por conta dessas oito arestas. O novo conceito reúne,
de ponta num mesmo produto, gens para o usuário. O desenho exclusivo das pastilhas CoroTurn 300, por exemplo, garante uma
boa dissipação do calor para de-
sempenho e desgaste previsíveis.
Em seguida reapresentamos uma
breve descrição de cada uma dessas tecnologias e seus benefícios.
Detalhes da pastilha CT300 com 8 arestas e ângulo de ponta de 80º para torneamento longitudinal e de face
Tecnologias de ponta • CT 300 e a tecnologia Inveio™
As classes de pastilhas Coro-
Turn 300 para usinagem de aço,
GC4325 e GC4315, são produzi-
das com tecnologia Inveio™ , que consiste na orientação unilateral
atômica dos cristais da cobertura, aumentando a resistência contra craterizações e desgaste de flan-
co, e proporcionando maior vida útil da ferramenta. fevereiro.2017/115
Cobertura Inveio o mundo da usinagem
5
soluções de usinagem 1 • Geometrias de quebra-cavacos
As geometrias –L4 e –M5 fo-
ram especialmente desenvolvi-
das para o torneamento de aços. A geometria L4 para aplicações
de acabamento ao desbaste mé-
dio e a geometria M5 para operações mais severas e com avanços superiores. Recentemente,
foi adicionada ao programa de
Raio de ponta Wiper
pastilhas do CT300 a geometria
M5W alisadora, ou Wiper, que
permite o emprego de avanços elevados inclusive nas operações de acabamento, garantindo a qualidade superficial da peça.
A pastilha Wiper entrega o mesmo acabamento superficial com o dobro do avanço ou o acabamento superficial duas vezes melhor com o mesmo Raio de ponta convencional
avanço, se comparada com a pastilha convencional
• L4
• M5
• M5W
Comparação das áreas de aplicação das geometrias L4 , M5 e M5W 6
o mundo da usinagem
fevereiro.2017/115
• Fixação iLock
O sistema iLock™ com inter-
face intertravada entre o suporte
e a pastilha, foi projetado para evitar os micromovimentos du-
rante as mudanças de direção dos esforços de corte. Essa solu-
ção de fixação tangencial da pas-
tilha, com uma alavanca e cunha combinada ao assento da pastilha sobre o calço, resulta numa
fixação fácil e rígida da mesma, garantindo estabilidade da ferramenta e previsibilidade da
vida útil. Além disso, a fixação iLock™ garante um acabamento superficial de alta qualidade dos componentes usinados .
Indexação rápida e fácil da pastilha e pontos de apoio na fixação ILock
• Porta-pastilhas
Na época do lançamento,
para troca rápida e fácil da ferramenta e maximização do tempo
de produção, estavam disponíveis porta-pastilhas Coromant
Capto® ou com hastes QS™ qua-
dradas. Recentemente, foi adicio-
nado ao programa de porta-pastilhas uma versão para utilização
em máquinas multitarefas, bas-
tante utilizadas nos setores de
Oil&Gas, automotivo, médico e engenharia geral. Porta-pastilhas com interface Coromant Capto, incluindo versão para máquinas multitarefas e com haste quadrada.
fevereiro.2017/115
• Refrigeração de precisão
Um dos principais recursos
do CT300 é a refrigeração de precisão superior e inferior. A refri-
geração de alta precisão superior controla a quebra de cavacos, o mundo da usinagem
7
soluções de usinagem 1 para uma usinagem segura. Já a
conforme mostra a figura .
fícios das oito arestas, da fixação
temperatura para vida útil mais
precisão, não é obrigatória quan-
No entanto, ressaltamos que a re-
também tem efeito positivo no
CT300. Mesmo não utilizando tal
refrigeração inferior, controla a longa e previsível. A refrigeração
acabamento superficial. Sempre que possível, devemos fazer uso
A utilização da refrigeração de
do se estiver usando a ferramenta
recurso você ainda terá os bene-
iLock e da tecnologia Inveio™ .
frigeração de precisão irá maximizar os benefícios desse conceito.
máximo desse fantástico recurso, a fim de extrair o beneficio total desse conceito.
Para as máquinas que pos-
suem torre com refrigeração interna e equipadas com interface Coromant Capto, basta montar
o porta-pastilhas na torre para usufruir do benefício; porém, mesmo para as máquinas que
não possuem esse recurso, ainda
Refrigeração de precisão inferior
é possível utilizar a refrigeração
e superior e kit para adaptação
interna do porta-pastilhas por
da refrigeração de precisão em
meio de de um kit de adaptação,
torres convencionais
Confira os benefícios Desde o seu lançamento, o CoroTurn 300 tem provado sua eficiência e inúmeros benefícios, sendo
perfeito para aplicações de torneamento externo e agora mais ainda em diversos setores da indústria, graças à extensão do programa.
• Pastilhas com 8 arestas desenvolvidas exclusi-
• Fixação rígida da pastilha com sistema
vamente para torneamento de face e longitudinal .
iLock™, possibilitando autotravamento da mes-
cessárias, o que consiste em melhor controle de
petibilidade de indexação em ±0,05 mm.
• Mais arestas significam menos pastilhas ne-
estoque.
• Geometrias -M5 e -L4 e agora com a nova ge-
ometria alisadora M5W , para torneamento médio
ma, e tolerâncias estreitas para alta precisão e re• Calço posicionado para proteger o porta-
ferramentas contra quebras.
• Interface ILock entre o suporte e a pastilha
e acabamento para excelente quebra de cavacos.
permite trocas fáceis da pastilha.
te com tecnologia Inveio GC 4315 e 4325 para
rápida, incluindo agora uma opção para máqui-
• Classes de alta resistência ao desgas-
vida útil mais longa e previsível da ferramenta.
• Porta-pastilhas Coromant Capto para troca
nas multi-tarefas e porta-pastilhas com hastes quadradas, para torres convencionais.
Veja mais sobre o CoroTurn 300 em: www.sandvik.coromant.com
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o mundo da usinagem
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Quando o fluido refrigerante torna-se ferramenta líquida. When the coolantuma becomes a liquid tool.
Melhores resultados de usinagem
Menores custos de produção Maiores taxas de remoção de material
Fluidos de usinagem para otimizar a produtividade, a eficiência econômica e a qualidade da usinagem. Nossos especialistas auxiliam você a aproveitar ao máximo suas máquinas e ferramentas, com a ferramenta líquida.
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soluções de usinagem 2
O início e o fim
Saber entrar em corte e sair da peça é fundamental para a qualidade da usinagem e do produto final Por Francisco Cavichiolli | Ilustrações: Sandvik Coromant (Suécia)
E
m qualquer campo de ati-
cionada ao sair do corte também
já definida para aquela aplicação
começa errado dificilmente
dade do produto final, ou seja, a
Esse é o método mais fácil de
vidade, um processo que
vai acabar certo. A usinagem não
influi em sua vida útil e na quali-
(VF = 100%).
peça que está sendo usinada.
programação e, de tão comum
dedicar atenção na programação
Entrada na peça
mos a certeza de que é o método
são detalhes que farão toda a di-
clássico de programação para iní-
e no resultado final. Sabe-se que
menta direto na peça, ou seja, em
é exceção. Preparar a ferramenta e para iniciar o corte, por exemplo, ferença no decorrer das operações
uma das preocupações comuns
aos programadores e processis-
Na figura 1, vemos o método
que é observá-lo na prática, tecorreto, mas não é!
Essa programação de entrada
cio do corte. A entrada da ferra-
direta sobre a peça gera uma con-
linha reta e com a taxa de avanço
ou seja, irá fazer com que os cava-
dição similar ao corte discordante,
tas é o tempo de corte da opera-
ção de fresamento que, em geral,
é a operação que consome maior tempo de usinagem de moldes e matrizes. Porém, uma coisa que muitos não se dão conta, ou não
dão a devida importância, é como atacar ou entrar na peça de forma eficiente e como sair dela.
O que isso significa na prática? A forma como a ferramenta
entra em corte tem influência di-
reta na seleção dos parâmetros de corte, principalmente na taxa de avanço a ser aplicada e também interfere na sua vida útil.
De que maneira a aresta de
Figura 1: entrada em linha reta na peça: método tradicional de programação
corte da ferramenta está posi10
o mundo da usinagem
fevereiro.2017/115
presentada pela letra “X”.
Além da redução na possibili-
dade de ocorrência de vibrações na entrada do corte, essa técnica aumenta consideravelmente a vida útil das pastilhas. Saída da peça A situação mais crítica, no en-
tanto, é quando a pastilha sai da
peça. As pastilhas de metal duro têm excepcional resistência para
suportar forças de compressão, que ocorrem quando a ferramenta entra em corte. Quando a pas-
tilha sai do corte, é afetada por tensões de tração prejudiciais às pastilhas, devido ao metal duro ter baixa resistência a esse tipo
de esforço. Isso resulta em baixa vida útil da ferramenta.
Figura 2: entrada por rolagem
Evitar programações em que a
ferramenta fique constantemente cos tenham uma espessura grande
a peça, no início do corte, e faz
entrando e saindo da peça tam-
Enquanto a fresa não estiver
espessura fina na saída da aresta
lizar as forças de corte e alcançar
melha ao corte concordante, que é
Percursos em espiral permitem
no ponto de saída do corte.
com 50% ou mais de seu diâmetro engajado na peça, essa pro-
gramação de entrada pode causar vibrações na entrada do corte
e, normalmente, os operadores
com que os cavacos tenham uma
bém é fundamental para estabi-
do corte do material. Isso se asse-
maior vida útil.
a condição preferível para opera-
que a taxa de avanço seja mantida
ções de fresamento.
Atualmente, muitos sistemas
reduzem o avanço da ferramen-
CAM já têm incorporadas funções
comando da máquina. Isso torna
ma, se for necessária, a programa-
ta por meio do potenciômetro do
quase que constante, sem paradas para mudanças de trajetórias.
para essa técnica. De qualquer for-
Desafios
ção manual é bastante simples.
considerando todos os fatores
mar um arco de entrada na peça,
ção é definido pelo raio da fresa
vida um grande desafio. E você
técnica, damos o nome de entra-
da ferramenta à peça, que é defi-
te, se programar de forma mais
No exemplo da figura 3, essa
jetivo de atingir a maior vida útil
o processo improdutivo.
A solução para isso é progra-
ao invés da entrada direta. A essa da por rolagem. (Veja a figura 2)
Esse arco de entrada gera me-
nos esforço da ferramenta sobre fevereiro.2017/115
Saber atacar e sair da peça,
O valor do raio de programa-
que acabamos de falar, é sem dú-
mais a distância de aproximação
pode resolvê-lo, em grande par-
nida pelo programador.
eficiente, tendo em mente o ob-
distância de aproximação está re-
possível das ferramentas e tamo mundo da usinagem
11
soluções de usinagem 2 bém garantir a qualidade. Isso,
além de reduzir custos, diminuirá o número de paradas de má-
x
Arco de PGRM
quina para troca de ferramentas.
Nos casos específicos de se
trabalhar com moldes ou ma-
trizes grandes, em que as ferramentas ficam muito tempo em
Arco de PGRM =
contato com a peça devido à
Diâmetro fresa
grande quantidade de material a
ser removida, uma programação
2
+x
eficiente fará ainda mais diferença e minimizará as variações de
sobremetal remanescente para as operações de acabamento. Nossas dicas
Figura 3: cálculo do arco de programação
• Posicione a fresa de forma
do se trabalha com montagens de
da operação a que se destina a
• Use o menor diâmetro de fre-
• Use pastilhas com geome-
nhar em produtividade, o uso
que não fique centralizada na peça.
longos comprimentos.
sa possível. Isso facilita seu corre-
trias positivas.
associado ao passo diferencial, é
o menor comprimento possí-
to posicionamento sobre a peça e, particularmente importante quan-
• Use fixações estáveis e com
vel para atender à necessidade
ferramenta. Justamente para ga-
de sistemas modulares de fixa-
ção de ferramentas são os mais indicados em virtude da flexibilidade oferecida.
Artigo originalmente publicado pela revista Ferramental, edição 68, e adaptado para a OMU Renato Pizzutto
Figura 4: O método de programação em espiral é preferível ao método tradicional 12
o mundo da usinagem
Francisco Cavichiolli é Especialista de fresamento, fresamento de engrenagens e sistemas de fixação da Sandvik Coromant do Brasil fevereiro.2017/115
entrevista
Alf Ribeiro / Shutterstock, Inc.
Grandes desafios, boas perspectivas O presidente da Fiesp avalia a recessão do país e aponta possíveis soluções para a retomada
fevereiro.2017/115
o mundo da usinagem
13
entrevista Por Inês Pereira
O
Everton Amaro/Fiesp
imenso painel eletrôni-
co na fachada do Edifício Luís Eulálio Bueno
Vidigal Filho, conhecido como “Prédio da Fiesp”, testemunhou
a mais recente história do país sendo construída. À sua frente, em plena Avenida Paulista, a po-
pulação da cidade de São Paulo
— à exemplo das grandes capitais do país — demonstrou seus
desejos de mudança. 2016 foi um ano de acontecimentos impor-
tantes. O governo desenhou um
novo traçado para o país, em que o empresariado brasileiro terá participação de peso.
À frente da Federação das In-
dústrias do Estado de São Paulo,
que ocupa 16 andares do edifíciosede, Paulo Skaf tem o desafio de lançar uma nova luz sobre o difícil
caminho a ser trilhado pelos 131
sindicatos patronais que represen-
Paulo Skaf representa a voz de 131 sindicatos patronais de indústrias de todos os portes e setores
ta, distribuídos em cerca de 130
mil indústrias de diversos setores
Desde 2007, é presidente da
Sobre o momento em que vi-
de todos os portes e das mais dife-
Fiesp, do Centro das Indústrias
vemos, Skaf é realista, conside-
Paulistano da gema, Paulo An-
do Serviço Social da Indústria
anos 1930. Mas acredita em dias
rentes cadeias produtivas.
tônio Skaf começou sua vida profissional trabalhando com o pai,
tocando as empresas da família, no ramo da tecelagem. Empresário, adquiriu desde cedo a habilida-
de da negociação. Não por acaso,
tem vasta experiência em ser a voz de um setor. Entre os anos 1980 e 1990, foi presidente do SindiTêxtil
e da Associação Brasileira da Indústria Têxtil, Abit, da qual foi reeleito para um segundo mandato. 14
o mundo da usinagem
do Estado de São Paulo (Ciesp), (Sesi-SP), do Serviço Nacional de
Aprendizagem
Industrial
(Senai--SP), do Serviço Brasilei-
ro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do Instituto
Roberto Simonsen (IRS) — um centro de estudos avançados mantido pela indústria e voltado
para a análise dos grandes temas
nacionais. É também 2º vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
ra esta a pior recessão desde os melhores: “Somos um povo em-
preendedor, esperançoso, que
não tem medo de batalhas. Podemos contribuir para fortalecer e
muito a economia, mas depende-
mos das ações governamentais a serem tomadas”. O presidente da Fiesp aceitou o convite da revista
OMU para conceder a Entrevista à seguir. Entre outras reflexões, ele conta o que a Fiesp espera para o futuro que já começou.
fevereiro.2017/115
OMU: Qual o ônus e o bônus do desaquecimento da
2016, marcando dois anos consecutivos de que-
SKAF: A indústria de transformação vem so-
1930-31. Vale destacar que a queda acumulada
tativa é de um recuo de 6% do PIB da indústria
superior ao observado no intervalo 1930-31, que
ano de contração. Para se ter uma ideia da gra-
tes. Apesar dos indicadores estarem muito aquém
nível do início de 2003. Segundo a Pesquisa do
destacando-se a redução da inflação e o início da
a indústria paulista demitiu 235,5 mil trabalha-
Comitê de Política Monetária (Copom) de janeiro
indústria da manufatura no país nesses últimos anos?
da, algo que não ocorria no Brasil desde o biênio
frendo bastante nos últimos anos. Nossa expec-
do PIB entre 2015 e 2016, da ordem de 7%, será
de transformação em 2016, registrando o terceiro
foi de 5,3%. Vivemos uma recessão sem preceden-
vidade, o PIB do setor retrocedeu para o mesmo
do que gostaríamos, alguns sinais são positivos,
Nível de Emprego realizada pela Fiesp, em 2015
queda dos juros, já intensificada na reunião do
dores. Em 2016, foram fechadas 152,5 mil vagas
de 2017.
mil vagas fechadas, das quais 518 mil foram en-
OMU: Como construir, a partir do atual contexto,
namismo da economia brasileira. Não há exem-
SKAF: O governo já vem ampliando a agenda
tenha se desenvolvido sem ter uma indústria de
ineficiente sistema tributário, a excessiva burocra-
uma vez que o problema vem de fora para den-
infraestrutura. Sobre a infraestrutura, é necessário
so, que não tem medo de batalhas. Podemos con-
investimentos no setor. Enfim, essas reformas são
dependemos das ações governamentais a serem
ambiente econômico mais eficiente.
do setor no Estado. De 2011 até 2016 foram 609
tre 2014 e 2016. Temos como ônus a perda de di-
uma agenda positiva, sustentável e de longo prazo?
plo de país, com as características do Brasil, que
de reformas para equacionar o problema fiscal, o
transformação forte. Difícil falar sobre bônus,
cia, a elevada taxa de juros, e a precariedade da
tro. Somos um povo empreendedor, esperanço-
que o governo acelere as concessões para ativar os
tribuir para fortalecer e muito a economia, mas
de extrema importância para que se consolide um
tomadas.
OMU: Na sua opinião, quais os setores
da economia que apresentam me-
OMU: A equipe de pesquisa da Fiesp projetou um crescimento de 0,8% do PIB, um impulso maior da indústria geral, de 1%, e 2% para a indústria de transformação. Qual a base para essas projeções? Podemos concluir que há uma perspectiva otimista para o país? SKAF: Acreditamos que a re-
cuperação da atividade econômi-
A aceleração da queda da taxa de juros e a taxa de câmbio em níveis mais competitivos são fundamentais para inverter o quadro recessivo
ca será bastante lenta. A expectativa de
lhores condições de crescimento em 2017? Por quais razões? SKAF: Com a taxa de câmbio
se mantendo em um nível
de desvalorização, os setores
mais voltados ao setor exter-
no têm potencial para que o
ano de 2017 seja mais positivo.
Um bom exemplo é o agronegó-
cio. Depois de um 2016 em que se
verificou quebra de safra de importantes
crescimento do PIB de 0,8% pode ser considerada
culturas, as perspectivas se mostram mais ani-
nos dois anos anteriores. Depois de recuar 3,8%
levantamentos da companhia Nacional de Abas-
modesta diante do quadro da economia brasileira
madoras para 2017, como sinalizam os recentes
em 2015, esperamos queda do PIB de 3,5% em
tecimento (Conab).
fevereiro.2017/115
o mundo da usinagem
15
entrevista OMU: Além da luta contra o aumento de impostos
A Fiesp é atuante em todos os governos e vem par-
para a indústria brasileira nos próximos anos?
ca comercial do atual governo, mantendo diálogo
e altas taxas de juros, quais os principais desafios
ticipando ativamente das tratativas sobre a políti-
SKAF: A aceleração da queda da taxa de juros,
não apenas com os ministros José Serra e Marcos
competitivos e um direcionamento sustentável
do Itamaraty e do MDIC. Em dezembro último,
tais para que a indústria e a economia, como um
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
a manutenção da taxa de câmbio em níveis mais
Pereira, como também com todo o corpo técnico
do problema dos gastos públicos são fundamen-
a Fiesp recebeu representantes do Ministério do
todo, invertam o quadro recessivo no qual se encontram. Porém, é fundamental a implementação de reformas
(MDIC) e da Receita Federal para o lançamen-
to de uma nova etapa do Portal Úni-
co de Comércio Exterior, que tem
como finalidade reduzir o tempo
que melhorem o ambiente de negócios, devolva a confiança aos empresários e acelere o crescimento do país. A luta continuará contra o aumento
dos impostos, os juros eleva-
dos, a precária infraestrutura,
a excessiva burocracia, enfim,
contra o elevado Custo Brasil,
A Indústria 4.0 demanda estratégia para implementar a tecnologia embarcada no chão de fábrica e formar capital humano preparado para essa nova realidade
que impede a indústria nacional de
ter condições de encarar a concorrência externa de maneira igualitária.
OMU: Pode resumir o diálogo estabelecido entre a Fiesp e o governo atual, do ponto de vista de importação e exportação? É possível destacar pontos de incentivo e aspectos que ainda precisam ser negociados?
de entrada e saída de bens nos portos. Isto pode representar
uma economia de US$ 15 bilhões por ano. A Fiesp também apoia a ampliação das
negociações comerciais com os
países da América do Sul e com
a União Europeia. O governo
brasileiro foi bem-sucedido em con-
cluir um acordo comercial inédito com o
Peru, que contempla o comércio de serviços e as
compras governamentais. Há também uma evolução bastante positiva com os europeus, apesar da complexidade que toda negociação exige.
OMU: De que forma a Fiesp pode contribuir para a
modernização do parque fabril nacional e a consoli-
SKAF: O fato de o presidente Michel Temer ter
dação da Indústria 4.0? O que faz e quais os proje-
reunião do Conselho de Ministros da Câmara de
SKAF: A Fiesp tem muito a contribuir para a elabo-
clara da centralidade do comércio exterior para a
para a Indústria 4.0. O cenário de crise torna essa
tes públicos e privados envolvidos nos processos
inércia, e podemos contribuir com a proposição de
sucesso da política comercial. O governo está atu-
a gestão estratégica de informações, cujos pilares
de acesso a mercados, promoção comercial, facili-
os principais stakeholders, além de aperfeiçoar
aperfeiçoamento dos regimes tributários.
ambiente de negócios. A chegada da Indústria 4.0
presidido, pela primeira vez em uma geração, uma
tos? Qual o papel do SENAI nesse sentido?
Comércio Exterior (Camex) foi uma demonstração
ração e a implementação de uma agenda estratégica
sua gestão. A coordenação firme de todos os en-
tarefa ainda mais desafiadora, mas é preciso sair da
de exportação e importação é fundamental para o
políticas públicas que promovam o investimento e
ando de forma proativa e ordenada nas questões
são estudos e análises que ajudam a dialogar com
tação de comércio, financiamento às exportações e
marcos regulatórios, que resultam na melhoria do
16
o mundo da usinagem
fevereiro.2017/115
assume caráter estratégico em duas frentes impor-
seus objetivos a implementação de tecnologia e
fábrica e a formação de capital humano responsá-
empresas de qualquer porte ou setor industrial no
tantes: a tecnologia embarcada nesse novo chão de vel por operar e gerenciar essa infraestrutura. Por
isso, o SENAI já está priorizando investimentos em
inovação para Indústria 4.0, seja ela destinada a Estado de São Paulo.
laboratórios e equipamentos nos seus centros de ex-
OMU: Qual o impacto do pacote de medidas traba-
informação, robótica e segurança da informação,
da indústria, bem como para as futuras gerações?
tano do Sul, além da adequação de seus currículos,
das relações de trabalho, cujas regras são da dé-
celência, com ênfase em automação, tecnologia da
lhistas recém-anunciado para os atuais profissionais
como em sua Escola de Mecatrônica, em São Cae-
SKAF: As medidas são o início da modernização
principalmente na área da Metalmecânica.
cada de 1950. Há maturidade dos representantes
Também se dá ênfase às pequenas e micro em-
presas para que acompanhem o cenário mundial quanto à competitividade e capacidade de exportação com o devido suporte em tecnologias de
transição para adequar gradativamente suas instalações, máquinas, equipamentos e pessoal técnico.
No Senai já são ofertados cursos de pós-graduação em Internet das Coisas (IoT) e Indústria 4.0. Por
fim, destaco que para 2017 a rede Senai, em ação conjunta com os demais departamentos da Fiesp,
as entidades e as instituições, terá como um de
dos trabalhadores e das empresas, o que permite
fazer bons acordos sem perda de direitos. As pes-
soas precisam ser mais valorizadas. Outro exemplo envolve os novos negócios, nos quais o traba-
lho não é feito necessariamente em um escritório,
pois atualmente temos dispositivos eletrônicos que nos permitem trabalhar remotamente com a
mesma eficiência, criando novas formas de orga-
nização no trabalho. É uma quebra de paradigma
de forma positiva, que ajuda a inserir o Brasil no contexto mundial.
A Fiesp em números • Representa cerca de 130 mil indústrias de diversos
• Em todo o Estado de São Paulo, é re-
produtivas, distribuídas em 131 sindicatos patronais.
• Para garantir crescimento harmôni-
setores, de todos os portes e das mais diferentes cadeias • Conta com 12 Conselhos Superiores Temáticos, co-
ordenados pelo Instituto Roberto Simonsen (IRS), que
traçam diretrizes para os trabalhos dos departamentos: Competitividade e Tecnologia (Decomtec), Infraestrutura (Deinfra), Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon), Relações Internacionais e Comércio Exterior
(Derex), Meio Ambiente (DMA), Jurídico (Dejur), Agronegócio (Deagro), Ação Regional (Depar), Segurança
(Deseg), Indústria da Construção (Deconcic), Indústria
de Defesa (Comdefesa), Micro, Pequena e Média Indústria (Dempi) e, ainda, o Departamento Sindical (Desin) e a Central de Serviços (Cser).
fevereiro.2017/115
presentada por 53 diretorias regionais.
co das diferentes cadeias produtivas, foram criados Comitês para 7 setores:
cadeia produtiva da Bioindústria (Bio-
Brasil), do Desporto (Code), Couro, Calçados e Artefatos (Comcouro), Mineração (Comin), Papel, Gráfica e Embalagem (Copagrem), Pesca e Aquicultura (Compesca) e Indústria Têxtil, Confecção e Vestuário (Comtextil).
• Há ainda os Comitês de Jovens Empreendedores, Ação Cultural, Responsabilidade Social e Acelera Fiesp.
o mundo da usinagem
17
produtividade
Reforço
superinteligente O chão de fábrica recebe a nova geração de robôs colaborativos, que traz mais inovação no seu DNA
Da ABB, o robô YuMi foi projetado para montagem de pequenas peças ao lado do homem. O próprio nome já revela Divulgação
a essência de um futuro
18
automatizado em conjunto: You (você) Me (eu)
o mundo da usinagem
fevereiro.2017/115
Por Rogério Vitalli*
P
ela primeira vez o homem
50 países no mundo. Isso seria
antecipam a uma eventual colisão,
tarefas altamente sensíveis
ao tamanho de todo o setor robó-
locamento ou interrompendo to-
e o robô podem realizar
em estreita colaboração. Grades
de proteção são suprimidas, no-
vas áreas de trabalho surgem e o caminho está livre para uma
maior rentabilidade e máxima eficiência nas empresas da indústria
4.0. Os COBOTS, como são conhe-
cidos os robôs colaborativos, chegam revolucionando o mercado por criar inúmeras novas opor-
tunidades de aplicação devido a
aproximadamente o equivalente
tico hoje. “Até 2020 isso será um divisor de águas”, disse o líder da divisão de produtos robóticos
da alemã Kuka, Stefen Lampa, durante um painel de discussões
organizado pela Federação Internacional de Robótica (IFR, em in-
glês), na “Automatica 2016 - Feira Internacional de Automação e Mecatrônica”, em Munique.
suas características inovadoras.
Como funcionam
de os COBOTS serem desenvol-
desenvolvidos para fácil utiliza-
com humanos de forma segura.
para trabalho lado a lado, com
Uma das principais é que o fato
vidos para trabalhar lado a lado Com isso, sua instalação nas fá-
bricas se dá de uma forma muito mais simples e rápida do que no
caso de robôs industriais convencionais. Estes, ao contrário, preci-
sam ser completamente isolados do convívio com humanos por meio de um aparato enorme de
normas e dispositivos de segurança. Isso requer uma instalação
mais complexa e cara, além da
necessidade de mais espaço físico no chão de fábrica, muitas vezes indisponível.
O mercado global de CO-
BOTS deve crescer ante os 116
milhões de dólares do ano passa-
do de 2015, para 11,5 bilhões de dólares até 2025, estimam analistas de bens de capital do Barclays — uma instituição financeira in-
glesa com presença em mais de fevereiro.2017/115
Os robôs colaborativos foram
ção por pessoas não especialistas
reduzindo a velocidade de destalmente a trajetória ao se atingir
uma distância mínima do colaborador ou objeto que possibilite ris-
co de colisão. Apresentam design
arredondado para minimizar da-
nos mesmo diante de sensíveis toques em pessoas e ainda podem possuir película de revestimento macia e sensitiva ao toque. Flexi-
bilidade e simplicidade são tam-
bém características importantes
e permitem programação teach-in
por orientação manual da trajetória de deslocamento e das demais funções auxiliares.
Os COBOTS podem ser insta-
mínimos riscos de acidentes. Em
lados em linhas de montagem de
tram sensores de força e torque
como eletrônicos e componentes
cada junta/eixo rotativo se enconque detectam até o mais sensível impacto ou toque durante a exe-
cução contínua da programação
realizada. Os COBOTS são equipados com sistemas de visão e
sensores de proximidade, que se
equipamentos de pequeno porte, automotivos, ou auxiliar no controle da qualidade de produtos manufaturados. Pequenos e se-
guros, podem ser implementa-
dos em linhas de montagem já
construídas, sem necessidade de
3 conceitos fundamentais • COBOTS: São robôs desenvolvidos para interação direta com
humanos dentro de uma área de trabalho colaborativa definida.
• ÁREA DE TRABALHO COLABORATIVA: É um espaço segu-
ro onde o robô e um humano desenvolvem tarefas simultâneas isoladas e conjuntas durante o ciclo produtivo.
• OPERAÇÃO COLABORATIVA: Evento nos quais robôs pro-
positadamente desenvolvidos para trabalhar em direta cooperação/ interação com humanos dentro de uma área de trabalho definida.
o mundo da usinagem
19
produtividade grandes modificações. Eles ten-
COBOTS no Brasil
e seguros. Outra facilidade é que
da automação industrial brasi-
para novas tarefas, tornando-os
sembarcaram para ficar e dar um
dem a ser baratos, fáceis de usar
podem ser facilmente adaptados
bem adequados à produção de pequenas séries.
Uma observação importante
é que, no caso do Brasil, ainda
não existe marco regulatório e nenhuma norma de segurança para esse tipo de tecnologia. Portanto, recomenda-se sempre rea-
lizar análise de riscos e acidentes
conforme normas internacionais ISO/TS 15066 e ISO 10218-1, an-
tes da implementação da célula robótica colaborativa.
2014 é um marco no cenário
leira. Nesse ano, os COBOTS deimpulso imprescindível à entrada do país na Indústria 4.0. A fabri-
cante de eletrodomésticos Whirlpool foi pioneira. Na busca por
inovação, instalou nesse mesmo ano o primeiro robô colaborati-
vo do país em sua linha de pro-
dução, em Joinville. “Os nossos produtos têm trazido mais tecnologia e temos levado também
mais tecnologia para o processo”, diz Helder Santos, gerente de ma-
nufatura da fábrica. O dispositivo
da Pollux (empresa integradora de COBOTS no Brasil) é utilizado para fazer testes de qualidade das
geladeiras para cervejas da marca. “Trabalha” em dois turnos, de
segunda a sábado e pode reduzir custos de produção até em 40%. No dia da visita à fábrica, uma
operadora atua ao lado do robô, posicionando os equipamentos
que devem ser avaliados por ele. “É uma maneira de evitar a fadiga
do operador e falhas no processo”, afirma. Ele ressalta que não houve demissões em razão da
novidade: os trabalhadores foram redirecionados para outras áreas da produção.
Divulgação
O LBR iiwa, fabricado pela KUKA, é um robô colaborativo e sensitivo, capaz de realizar as atividades de forma totalmente segura devido a sua sensibilidade. Desenvolvido exclusivamente para trabalhar junto ao homem
20
o mundo da usinagem
fevereiro.2017/115
O futuro é agora
garras devem ser obrigatoria-
mente colaborativas para não
O projeto do robô colaborativo “Justin Robot” foi desenvolvido
acarretar riscos de acidentes com
com a fabricante alemã Kuka, com o objetivo de conquistar novas
robô esteja parado ou totalmen-
LBR (braço de construção leve) e o conceito de robótica sensitiva
Por exemplo, a linha de garras
tema de controle automático por impedância e sistema de visão
fabricante alemão Schunk aten-
sibilidades da robótica industrial. Para o futuro a agência espacial
a garra nunca causa ferimentos
adaptado de “Justin” para “Toro Robot” e contará com a substitui-
peça; e sempre detecta o contato
adores e servomotores — por duas pernas biônicas, dando origem
é baseado na limitação da força de
pelo Centro Espacial de Pesquisas Alemão (DLR), em colaboração
os seres humanos, mesmo que o
aplicações colaborativas complexas. Com a junção de dois braços
te desligado dentro da célula.
IIWA que significa Intelligent Industrial Work Assistant, além de sis-
colaborativas para COBOTS do
com inteligência artificial, o COBOT Justin Robot redefine as pos-
de a três requisitos importantes:
americana (NASA) já demostrou interesse pelo projeto que será
durante a operação; nunca solta a
ção da plataforma móvel — atualmente constituída de rodas, atu-
humano. O sistema de segurança
a robótica bípede espacial.
agarre em situações de risco, com
A expectativa no país é de que
A chave é entender que esta
o uso de robôs colaborativos cres-
tecnologia não é sobre a substitui-
mos anos, em todos os segmentos
os pontos fortes de seres humanos
ça de forma exponencial nos próxiindustriais e em fábricas de todos os portes. Embora estejamos em 81º lugar no Ranking Mundial de Competitividade, a indústria local
tem mostrado um promissor interesse, cada vez mais elevado, nesse tipo de tecnologia em um momen-
to em que precisamos aumentar de forma radical a produtividade de nossa manufatura e a competi-
tividade das empresas brasileiras
para garantir a inserção do Brasil na Indústria 4.0.
Entre os principais fabrican-
tes de COBOTS se destacam ABB (Suíça), Kuka (Alemanha), Fanuc
ção de pessoas, e sim aproveitar e robôs para alcançar novos níveis
de eficiência e produtividade que ambos não conseguem atingir iso-
ladamente. Os operadores mais experientes nos processos fabris serão
os profissionais que vislumbrarão
novas aplicações para os COBOTS
risco de lesões em caso de contato
humano, equipado com controlador de segurança, software HRC e
sistemas de sensores, que possibilitam identificar se o agarre foi efetivamente feito na peça, de maneira confiável e ininterrupta.
Divulgação I.A.R.
laborativa irá recriar os empregos. Ela nos proporciona a oportunidade de pensar sobre como projetar
novos tipos de fábricas e novos tipos de processos que incorporam essa nova tecnologia inteligente.
sal Robots (Dinamarca) — compra-
tais de COBOTS, durante o proje-
Teradyne, por US$ 285 milhões.
também se deve observar que as
fevereiro.2017/115
robô colaborativo) que elimina o
rio do que se imagina, a robótica co-
Garras colaborativas
da em 2015 pela norte-americana
Collaboration - tarefas humano-
dentro da indústria 4.0. Ao contrá-
(Japão), Motoman (Japão), Comau (Itália) e a líder no mercado Univer-
um design HRC (Human Robot
Após os conceitos fundamen-
to da célula robótica colaborativa,
*Rogério Vitalli é diretor executivo do Instituto Avançado de Robótica – I.A.R. e Examinador Titular do Comitê da Banca de Mecatrônica da Câmara BrasilAlemanha (AHK) o mundo da usinagem
21
negócios da indústria 1
Transformação
digital
Metade das empresas brasileiras já está investindo em tecnologias na web, mas há muito que se aperfeiçoar
Por Equipe Capgemini
U
m novo estudo que avalia o nível de maturidade digital revelou que metade
dos executivos brasileiros já está
investindo em transformação di-
gital apesar de seus grandes desafios. Conduzida pela Capgemini, um dos líderes globais em ser-
viços de consultoria, tecnologia e terceirização, em parceira com a Pegasystems, empresa de softwa-
re que capacita o engajamento do cliente nas principais empresas
do mundo, a pesquisa sobre a maturidade digital no Brasil revela que ainda há muito espaço
para investimentos adicionais, assim como para um maior envolvimento dos funcionários das
empresas com os programas de transformação digital.
“Com base em entrevistas re-
alizadas com 150 executivos de alto nível (C-level) de empresas
brasileiras de uma ampla gama de setores, incluindo varejo, bens 22
o mundo da usinagem
fevereiro.2017/115
de consumo, bancos e companhias de seguros, a pesquisa iden-
Uso de tecnologias digitais
tificou que a pressão de novos
Prover consistência
entrantes no mercado, bem como
42%
entre canais
os níveis de maturidade digital já
existentes, afeta a velocidade da
transformação digital dentro das organizações. Contudo, aqueles que superarem estes obstáculos,
Realizar ações de marketing
baseadas em localização
tornando-se mais maduros di-
gitalmente, colherão resultados
Disponibilizar
relevantes”, afirma Rodrigo Co-
autoatendimento
rumba, vice-presidente da Capgemini Brasil.
Personalizar a
Números reveladores
experiência de venda
De acordo com a pesquisa,
as tecnologias digitais estão sen-
do usadas por essas corporações para entender melhor o mercado
aplicação como ferramenta de
vistados, 63% afirmaram usar a
como canal de vendas (35%) tem
e seus clientes. Dentre os entreinternet de forma geral ou signi-
ficativa para esse fim, 57% as re-
indicam que, em 2020, criaremos
A pesquisa também desco-
de dados de forma significativa:
No que diz respeito aos canais
de acesso móvel, 39% dos entrevistados afirmaram empregá-los
para promover bens e serviços,
enquanto apenas 29% os utilizam para vender os seus produtos
e serviços. Especificamente nas
mídias sociais, 46% responderam que estão fazendo uso de canais
sociais para promover produtos e serviços, 41% para prestar ser-
viços ao cliente e 37% para monitorar a reputação da marca. Sua fevereiro.2017/115
Estamos imersos em um oce-
grande potencial de crescimento.
de uma abordagem omnichannel tratégias de negócios.
29% ano de dados e ainda fazemos
briu que menos da metade das
tem sido importante para as es-
33%
engajamento de clientes (38%) e
des sociais e 53% os serviços mó-
veis, o que indica que a adoção
32%
empresas empregam a análise 46% a adotaram para orientar o
marketing de forma mais eficien-
te e 44% para otimizar os preços. Embora a tecnologia digital seja usada,
principalmente,
como
uma ferramenta de comunica-
ção com o cliente, ela ainda não é explorada em todo seu poten-
cial de segmentação de clientes
e personalização de conteúdo. A análise é aplicada por 36% dos
entrevistados para personalizar
as comunicações, enquanto por
35% deles para qualificar potenciais perspectivas de vendas.
pouco uso deles. As estimativas
73,5 zetabytes de dados ou 73 seguido de 21 zeros. Os resultados da aplicação de algoritmos mos-
tra que se conseguem bons resultados em praticamente qualquer
situação, quando adotados pelas
áreas operacionais. Por exemplo,
um estudo da American Psychological Association efetuado nos EUA, analisando 17 casos de es-
tudo de práticas de contratação por grandes empresas, mostrou
que o uso de algoritmos supe-
rava as melhores práticas (geralmente baseadas na intuição)
em 25%, quando considerado o sucesso da contratação, ou seja, o acerto da contratação do novo funcionário na empresa.
o mundo da usinagem
23
negócios da indústria 1 “Está claro, a partir desta pes-
tes compartilham características
são as formas inovadoras de enga-
têm oportunidades significativas
um impacto significativo em seus
lidade e mídias sociais potenciali-
quisa, que as empresas no Brasil
para alavancar compromissos mais significativos e duradouros
com o cliente por meio de um melhor aproveitamento de suas capacidades digitais”, analisou
Rob Spencer, vice-presidente e
gerente geral da Pegasystems para a América Latina.
Principais conclusões • A velocidade de reação à
transformação digital varia signi-
ficativamente conforme o setor e a cultura da própria empresa. Va-
similares como a expectativa de modelos de negócio. Um exemplo
é setor bancário, que possui para-
doxos interessantes. É inovador na incorporação de novas tecnologias, como aqui no Brasil, com
a introdução do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e do cartão
em duas dimensões, uma envol-
ve suas capacidades digitais (sua base tecnológica) e a outra, as
capacidades organizacionais e a liderança do processo. A liderança deve ser da alta gerência, para
toda organização estar contextualizada na mesma página.
• As empresas brasileiras se
encontram em diferentes estágios de transformação digital, com al-
guns setores mais avançados que outros. As estratégias de transformação digital são específicas das
organizações e setores nas quais
lo de negócios bem resiliente, que
praticamente se sustenta com poucas mudanças desde sua criação.
• O estudo mostrou claramen-
uso de tecnologias móveis e mí-
temente uma ferramenta unidire-
cional. Alguns dos mais visíveis aspectos da transformação digital
que se encontram as iniciativas
digitais dos diversos setores, es24
o mundo da usinagem
demonstra um amplo espaço para futuros desenvolvimentos.
• Da mesma forma, as ferra-
utilizadas, principalmente, para
dos clientes, mas ainda não estão enraizadas nas áreas operacionais. Também mostram um potencial bastante amplo de desen-
volvimento futuro. Aliás, o uso de analytics e algoritmos devem
ser considerados uma aplicação de missão crítica nas empresas e não uma iniciativa periférica.
• Embora os pontos de vista
Uso das tecnologias para conhecimento do mercado e dos clientes Promover produtos
e serviços
Prestar atendimento ao cliente
Construir comunidade de clientes
Monitorar a reputação
competem. Entretanto, apesar dos diferentes graus de evolução em
serem basicamente unidirecionais
entender melhor as necessidades
dias sociais ainda é predominan-
digital bem sucedida é baseada
fato de essas tecnologias ainda
gócio. É um setor com um mode-
adoção de novos modelos de ne-
startups e o nível de amadureci-
da mudança. Uma transformação
e mais intuitivos e amigáveis. O
mentas de analytics estão sendo
te que, para todos os setores, o
mento digital afetam a velocidade
zam meios de engajamento novos
com chip; mas é conservador na
riáveis como nível de competição,
pressão de novos entrantes como
jamento com os clientes, e a mobi-
Vender produtos
e serviços
47% 40% 38% 38% 36% fevereiro.2017/115
• A jornada da transformação
Uso de Analytics Qualificar as potenciais
leads de vendas
Direcionar o marketing
de forma mais eficaz
digital requer uma nova mentali-
dade, um modelo mental digital.
35%
Implantar uma cultura digital
passa inclusive pela contratação de executivos e funcionários que pensam digital. Os nativos di-
45%
gitais ou mesmo “naturalizados
digitais” atuam no mundo digital de forma muito mais natural que
os migrantes digitais, receosos de Otimizar preços
Personalizar comunicação de marketing
sobre a transformação digital pare-
44% 36% • Apesar de concordarem que
a transformação digital é essen-
promoção de um entendimento co-
tégico do negócio, as empresas,
mum, tanto horizontal como verti-
cal, em toda a organização, mostra
ser um grande desafio. A comunicação e o envolvimento dos funcionários, em vez de serem encarados
como alavancas da transformação digital, parecem ser vistos como fa-
tores limitantes para muitas organizações. Isso é interessante, pois
mostra um conflito com a proposta de adoção de tecnologias digitais para promover colaboração interna. Apenas quando os principais
componentes de uma organização,
ou seja, sua cultura, pessoas, estrutura organizacional e processos, es-
tiverem alinhados com os mesmos objetivos, é que a transformação digital ocorrerá com sucesso. fevereiro.2017/115
ção digital. Afinal, não é o mundo
onde se formaram e se prepara-
ram profissionalmente. Existe a
çam estar bem definidos em muitas
empresas, o compartilhamento e a
mergulhar fundo na transforma-
cial para o posicionamento estra-
em sua maioria, ainda precisam
melhorar a maneira como a estão implantando. A introdução de no-
vas tecnologias, por si só, não será
suficiente. O importante não são as tecnologias em si, mas como
usar as tecnologias digitais. As tecnologias são um meio e não
objetivos em si, mas a maneira
como elas são utilizadas para redesenhar processos e criar novos
e mais consistentes modelos de engajamento com os clientes é que fará a diferença. É necessá-
rio haver uma visão comum, que permeie toda a organização e que
tendência natural de se sentirem inseguros neste novo contexto.
• Segundo a pesquisa realiza-
da pela Capgemini, no final de 2015, nos EUA, com o MIT Center
for Digital Business, as empresas que investem numa cultura di-
gital apresentam um desempenho financeiro superior ao das
que não investem. Os números mostram que as empresas digitais
superam a média do mercado em 9 % no faturamento e em 26% na
47%
lucratividade. Apesar disso, entre
as grandes empresas do mundo, a estrutura que possibilita ao negócio pensar digital ainda é peque-
na. Apenas 20% dos conselhos de administração possuem um membro responsável pela estratégia digital e apenas 10% das
empresas contam com diretores responsáveis por esta estratégia.
• Poucas empresas poderão
demonstre de forma inequívoca,
se transformar em uma pure play
uma opção; é imperativa.
Uber. Portanto, deverão adotar a
que a transformação digital não é
digital como a Google, Spotify e
o mundo da usinagem
25
negócios da indústria 1 digitalização de forma integrada
com o mundo atual. Para isso, é
Tecnologias digitais e colaboração
necessário haver uma estratégia
As tecnologias digitais
digital que permita incluir capaci-
melhoram a comunicação
dades digitais relevantes em seus
entre executivos e funcionários
nibalizando muitos deles. Entre-
Nossos funcionários podem
produtos e serviços, talvez até catanto, pensar e agir digital não é
colaborar digitalmente com
apenas questão de adotar tecnolo-
neira de pensar e agir, que envolve
mudanças nas estruturas organi-
Nossos funcionários compartilham
conhecimento com comunidades colaborativas
zacionais, nos seus talentos, indi-
cadores de desempenho, modelos
37%
Nossos funcionários
de governança e na sua relação
podem exercer as suas
com seus clientes e ecossistemas.
funcões de qualquer local
Aprender com as empresas nati-
vas digitais é um bom caminho.
39%
outros funcionários
gias de forma massiva e espalhá-
-las pela organização. É uma ma-
39%
36%
Não que sejam necessariamente
transformadas pela inundação
processos e modelos de negócio
neiras de pensar e agir deverão ser
gias, que até recentemente pare-
dor. Mas, é imperativo, não uma
iguais, mas muitas das suas maincorporadas para que a transformação digital realmente aconteça.
• Nos próximos dez anos, in-
dústrias, economias e provavelmente sociedades inteiras serão
de novas e disruptivas tecnolociam existir apenas nos filmes de ficção científica. Agora já estão
• Nos últimos dois anos, devi-
do à crise econômica, as empresas
por inteiro. Fazer a transição dos
na redução de custos e negligen-
redesenhando setores de negócio
Com mais de 180 mil profissionais em 40 países, a Capgemi-
ni é uma multinacional francesa que está entre os maiores forne-
cedores de serviços de consultoria, tecnologia e outsourcing do
mundo. Recentemente anunciou a criação de um novo Centro de Excelência (CoE) no Brasil para dar apoio a estratégia de cres-
cimento da empresa no segmento de Produtos de Consumo & Varejo (da sigla em inglês CPR - Consumer Products & Retail). O objetivo do novo Centro é expandir as competências do Grupo
nessa vertical de Produtos de Consumo e Varejo e reproduzir as melhores práticas locais e globais. Atualmente, 29 dos 30 maiores varejistas do mundo são clientes da Capgemini.
o mundo da usinagem
questão de opção.
se disseminando rapidamente e
Quem é a Capgemini
26
para o mundo digital é desafia-
brasileiras se concentraram muito
ciaram os investimentos em estra-
tégias digitais. Como a competição é global, qualquer tempo perdi-
do pode se tornar um entrave ao crescimento da empresa. Portanto, apesar de os orçamentos para
2017 ainda estarem longe do ideal, as estratégias de transformação
digital devem ser priorizadas. O estudo indicou que as empresas brasileiras precisam evoluir muito nesse contexto, e a hora é agora.
Fonte: Pesquisa Maturidade digital no Brasil. Para acessar o estudo completo, acesse https://www.br.capgemini.com/pesquisasobre-a-maturidade-digital-no-brasil fevereiro.2017/115
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Filiada à
o mundo da usinagem
27
educação e tecnologia 1
Letra também é
ferramenta Projeto do SENAI inclui escrita à mão e leitura nas aulas dos cursos técnicos
Divulgação
O projeto que valoriza a escrita à mão e a leitura foi realizado pela primeira vez na instituição 28
o mundo da usinagem
fevereiro.2017/115
Por Inês Pereira
À
primeira vista, o que te-
cidade, com o acesso democrático
projeto específico, os ganhos, para
com livros, papel e caneta?
é muita vantagem em relação à ge-
dos nos testemunhos de nossos
ria o chão de fábrica a ver
A resposta é da professora Stella
de Mello Silva, que foi responsável pela disciplina de Comunicação Oral e Escrita (COE), na Escola e
Faculdade de Tecnologia SENAI “Roberto Mange”. Stella criou
o projeto “Na contra (à mão) da Web” justamente para trazer à luz
essa reflexão. Uma ideia tão sim-
e global da informação. E isso tudo
ração da década de 1980, que tinha
que ir à biblioteca municipal para
ler a enciclopédia Barsa. Entretanto, pode ser que estejamos for-
mando, concomitantemente a esse cenário, alunos de leitura superficial, leitores de links, escritores de posts”, avalia a professora.
diagnóstica, realizada no come-
ço de cada semestre –— que eles não viam utilidade na disciplina
de COE, porque Português não combinava com Fabricação Mecâ-
nica. Então, me desafiei a pensar
num caminho que provasse a relevância da COMUNICAÇÃO para
esse curso e não, necessariamente, o PORTUGUÊS-GRAMÁTICA”,
mos uma pessoalidade diferente (não necessariamente melhor!)
à conversa. Ler a letra do outro
é ler o outro. Há história nisso. Muita subjetividade. E para uma geração que vive na correria,
respondendo mensagens aqui e
ali, sem muito tempo pra refletir
sobre si e sobre o que escreveu, acreditei ser interessante um pro-
jeto que aguçasse esse aspecto lúdico da escrita”, acrescenta.
chia, coordenador pedagógico da
-se que a maioria, para não dizer
que o trabalho acadêmico na Es-
todos os aprendizes, pertence à geração da Idade Mídia, ou dos cha-
mados Nativos Digitais, forjada na internet. “A Idade Mídia não
é algo para se aceitar ou não. Ela está aí, posta, dita, acontecendo. Ela é avassaladora e inquestionável. Para a formação desses alu-
nos, essa era contribui com a velofevereiro.2017/115
o ato da escrita manuscrita pen-
sada, passada a limpo”, afirma. (veja box à pág. 31)
A Escola e Faculdade de Tecno-
então, não havia vivenciado alguconta de conceitos como Indústria 4.0, Inovação, Tecnologia de ponta,
observa o coordenador, processos de escrita manuscrita perderam
um pouco de terreno. “A despeito disso, o projeto contribui – pedagogicamente falando – para a melhoria da própria escrita on-line.
Os alunos, agora, refletem mais antes de responder imediatamente a um post na rede. Elaboram e
reelaboram seus textos com maior Divulgação
Por outro lado, Leandro Rec-
conta a professora.
Desafio e tanto, considerando-
tem pressa – o que contrapõe com
ma experiência nesse sentido. Por
Acredito que com ela imprimi-
cursos técnicos — na avaliação
das ideias, visto que a internet
cação: a carta pessoal manuscrita.
zer pela leitura e escrita manuscri-
que ouvia dos meus alunos dos
leitura; tempo para a organização
logia SENAI “Roberto Mange”, até
tar a eles outra forma de comuni-
ta. “Sentia uma inquietude sempre
alunos: o fomento do hábito da
“Achei interessante apresen-
ples quanto genial: estimular nos
alunos dos cursos técnicos o pra-
estes jovens, podem ser observa-
unidade de Campinas, destaca cola e Faculdade de Tecnologia SENAI “Roberto Mange” é prioritariamente voltado às tecnolo-
gias, às redes sociais, ao mundo on-line. A própria professora Stella
já liderou projetos relacionados ao Instagram e ao Facebook, aos blo-
gs, à foto-narrativas, a jornais impressos etc. “Mas referente a esse
Recchia: Leitura faz do aluno um profissional diferenciado o mundo da usinagem
29
educação e tecnologia 1 critério; encaram o processo de co-
biblioteca da escola, observava
propriedade”, diz.
e atualizadas para os alunos, e se
municação com maior seriedade e Para Recchia, o “Na Contra (à
mão) da Web” trouxe a compreensão não só da relevância indiscutí-
vel da linguagem, como também o exercício da práxis social da disci-
plina. “Eles viram utilidade no do-
mínio da comunicação – na interação com o outro, na importância
de organizar as ideias, no assimilar informações novas e filtrá-las”.
Acervo pessoal
suas estantes tão bem organizadas
perguntava se havia interesse por
este material tão rico e adequado às demandas da área da Fabricação. “Foi então que os sondei sobre
o uso das revistas especializadas e
minha surpresa foi constatar, pelo
depoimento deles, que a utilização beirava o zero. Sugeri, assim, que
iniciassem o projeto com a revista
A profa. Stella monitorou os
OMU e outras duas que tratavam
alunos durante seis meses
lho”, descreve.
escrever ou falar. É preciso apre-
ples: frequentar, durante seis me-
um tempo remoto, o tempo era
época, contrapondo os prós e os
revistas especializadas — nas áre-
para lidar com o outro e o mais pa-
A proposta do projeto A missão dos alunos era sim-
ses, a biblioteca, pesquisar e ler
as de metalmecânica, fabricação mecânica e segurança no traba-
lho — se identificar com alguma das reportagens/artigos e estabelecer contato com o autor via carta convencional.
Stella lembra que ao passar pela
de segurança e mercado de traba“Gostaria de mostrar que, em
valorizado. Precisamos de tempo
radoxal dessa Idade Mídia é que ofereceram a eles instrumentos
para ‘ganhar tempo’; mas parece
sentar o que acontecia em outra
contras, oferecendo TEMPO de qualidade para que eles pensem,
reflitam, decidam, escolham”, enfatiza a professora.
Sua escolha para integrar o “Na
que só o perdem. Nesse contexto,
contra (à mão) da Web” foi a turma
que é possível a melhor admi-
Segundo ela, os alunos chegam às
o papel do educador é mostrar
nistração do tempo, seja para ler,
do curso de Fabricação Mecânica. primeiras aulas querendo conhe-
Divulgação
A turma do curso Fabricação Mecânica, que participou do projeto Na contra(à mão) da web 30
o mundo da usinagem
fevereiro.2017/115
cer e vivenciar o chão de fábrica. Dificilmente enxergam a comuni-
cação como um dos instrumentos para o sucesso nesse ambiente.
Eles querem pôr a mão na massa,
usinar peças, mexer no torno. “A princípio, houve resistência. Mas
depois da primeira resposta recebida, a sala se inflamou”, conta.
Ao longo dos seis meses, até
concluir o projeto e seu trabalho na instituição, Stella monitorou se houve aumento de procura pelos
periódicos na biblioteca da escola;
se as cartas escritas eram claras e tratavam de temas mercadológicos; se o olhar desses alunos para
si mesmos – enquanto cidadãos, discentes e candidatos ao mer-
cado de trabalho – fortalecia-se. “Notou-se que muitos dos alu-
A opinião dos alunos “No começo do Projeto “Na contra (à mão) da Web” eu tinha a certeza de que não receberia um retorno da editora; mas, com o passar do tempo, percebi que o projeto ia além de somente receber respostas das editoras. Todo o processo foi algo que agregou muito conhecimento, não só a mim, mas a todos os envolvidos. Frequentar a biblioteca da escola para estudar por meio das revistas passou a ser rotineiro e fundamental, assim como ler a “O Mundo da Usinagem” me ensinou muito sobre minha área.” Thiago Henrique de Melo
Aluno da 1FMN (Fabricação Mecânica - 1º termo)
tra a leitura. Com ela, se abre um
“Sempre fui uma pessoa de poucas palavras... Tenho dificuldade para fazer um discurso, a voz começa a falhar, começo a gaguejar e os pensamentos vêm uns por cima dos outros e acabo atropelando as palavras. Agora imaginem eu tendo que escrever um conteúdo em um formato de comunicação formal, respeitando toda a estrutura de uma carta, com alguém de um nível de instrução muito maior que o meu e sobre a qual eu pouco sei. Foi por isso que participar deste projeto foi um desafio e tanto e o prazer maior foi tê-lo concluído com sucesso. Se eu pudesse dar uma dica, ela seria: leia para pensar; mas escreva, para pensar melhor ainda.”
traz de casa, de suas vivências.
Kleber Fernando Wesley da Silveira
nos apresentavam dificuldade em concentrar-se e organizar ideias de maneira lógica. Portanto, é
bem provável que, por conta do
sucesso do “Na contra (à mão) da Web”, este tenha uma nova edição no próximo ano”, comenta o coordenador pedagógico.
Ele ressalta que o profissional
da indústria – assim como qual-
quer outro, em qualquer área
– é um indivíduo, um cidadão social: “Não basta chegar à in-
dústria e querer ‘saber-fazer’ no
chão de fábrica. Precisa-se, antes de tudo, ‘saber-ser’. É aí que en-
mundo paralelo ao que o aluno Isso agrega ao funcionário, o faz
Aluno da 1FMN (Fabricação Mecânica - 1º termo)
um profissional diferenciado”. fevereiro.2017/115
o mundo da usinagem
31
educação e tecnologia 2
Correio do
saber
Acompanhe as cartas escritas pelos alunos do projeto “Na contra (à mão) da Web”, do SENAI Roberto Mange, e suas respostas Prezado Sr. Fernando Sacco, Meu nome é Thiago Henrique de Melo e
faço parte do projeto “Na contra (à mão) da web”, no SENAI Roberto Mange/Campinas, onde estudo. A proposta consiste em ler revistas especializadas na fabricação mecânica,
identificar-me com uma de suas reportagens ou artigos e estabelecer contato com seu
RESPOSTA 1: Oi Thiago, como está? Em primeiro lugar, fiquei muito feliz em receber sua
carta. Para nós que trabalhamos na geração e produção
de conteúdo, é sempre um prazer vermos a repercussão do trabalho, principalmente com os jovens. Já estou em contato com a Siemens para esclarecer suas dúvidas. Um abraço, Fernando Sacco | Jornalista
autor via carta convencional. Portanto, gos-
taria de conversar com o sr. à respeito da matéria “Energias renovadas”, de 2011, edição 02.
RESPOSTA 2:
empresa vem conseguindo manter seus inves-
Primeiramente, foi ótimo receber sua carta.
Com essa crise que vem assolando o Brasil, a
Olá, Thiago! Tudo bem?
timentos e projetos? E de acordo com tudo
Respondendo aos seus questionamentos, sim, nós
isso que vem acontecendo em nossa econo-
mia, o que a empresa enxerga para o futuro da mesma, com relação a novos investimentos e projetos?
Desde já agradeço pela atenção dispensada. Atenciosamente,
Thiago H. de Melo
conseguimos manter nossos investimentos e projetos nos últimos anos. Temos de pensar nas necessidades do
Brasil a médio e longo prazo, principalmente nos projetos de energia. Estamos envolvidos em projetos que estão começando, como grandes linhas de transmissão no país.
O Brasil tem fontes de energia abundantes distantes dos
maiores centros consumidores, o que reforça a necessidade de investimentos em sistemas de transmissão. Para
gerar mais energia limpa construímos o 1º parque eólico
em meio às dunas de Trairi. De lá, as turbinas são operadas remotamente e podem ser sempre ajustadas para
tirar o máximo proveito das correntes de vento. Isso contribui para tornar o sistema de energia do Brasil mais
confiável e previsível. Iniciativas como a sua fazem parte do nosso DNA e nos motivam a fazer o que fazemos. Até logo, Equipe Siemens 32
o mundo da usinagem
fevereiro.2017/115
Prezado Sr. Mauro Andreassa, Meu nome é Igor Henrique e faço parte
do projeto “Na contra(à mão) da web”, no SE-
NAI Roberto Mange/Campinas, onde estudo. A proposta consiste em ler revistas especia-
lizadas na fabricação mecânica, identificar-me
com uma de suas reportagens ou artigos e
estabelecer contato com seu autor via carta convencional. Portanto, gostaria de conversar
com o sr. à respeito da matéria “O gap entre a educação e a indústria”, de outubro de 2012, edição 89. Se os jovens estão perdendo
o interesse nas áreas de exatas, o que o sr.
acha das escolas públicas, que na maioria das vezes não têm professores especializados em determinada matéria e os alunos perdem conhecimento e entram numa defasagem muito
grande, por isso ocorre o desânimo. Não falta um incentivo mais firme nesta educação?
Desde já agradeço pela atenção dispensada. Atenciosamente,
Igor Henrique Lima Lopes
RESPOSTA: Igor, Fiquei muito feliz em ler sua carta e saber que agora eu
também faço parte do projeto “Na Contra Mão da Web”.
Vou te contar uma história: eu tinha cinco anos quan-
do o homem chegou à Lua. Isto foi em 20 de julho de 1969
e até hoje as imagens estão vivas em minha mente. Depois
disto, eu ia toda noite ao quintal e ficava olhando a Lua e
tentando, em vão, enxergar um pontinho preto que fosse,
que pudesse me dar uma evidência do homem no nosso satélite natural. Como hoje não temos mais viagens es-
paciais transmitidas pela TV, os professores deveriam de-
monstrar mais claramente que a ciência e a tecnologia são o nosso futuro de forma inexorável. Não conseguimos vi-
ver sem computadores, smartphones, carros, aviões, saté-
lites etc. Em muito breve, estaremos vivendo com drones
entregando pizzas, carros sem motoristas, colonização de Marte, etc. Isso não é especulação. São fatos. Então vejo
que o ensino fundamental e médio deve mostrar claramente esse futuro e porque a ciência e a tecnologia são tão
apaixonantes e geram imensas oportunidade de futuros empregos. Quantos prêmios Nobel de Física existem den-
tro de um smartphone? Quantos cientistas dedicaram vidas inteiras para explicar o mundo que vivemos?
E agora vou falar dos alunos. De você, por exemplo. Ja-
mais desista da ciência e da tecnologia se você entende que
seus olhos brilham quando conseguem enxergar essa visão de futuro. Um futuro que, entre outras coisas, nos levará a cura de inúmeras doenças. Graças à nanotecnologia estamos
fazendo ataques diretos às células cancerígenas diminuindo
bastante os efeitos colaterais. Com o conhecimento profundo
das proteínas, podemos criar vacinas cada vez mais eficazes. Essas fronteiras do conhecimento são o combustível para vencer os desafios que você descreve como defasagem tec-
nológica, falta de professores especializados e coisas assim. Acredite: tudo isso é insignificante. Termino com Fernando Pessoa, “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. Grande abraço e boa sorte! Mauro C. Andreassa, responsável pelo Comitê
Educação de Engenharia do Congresso SAE BRASIL e Prof. no Instituto Mauá de Tecnologia fevereiro.2017/115
o mundo da usinagem
33
conhecendo um pouco mais
A química do futuro
Graças a esta ciência invisível aos olhos, grandes desafios da humanidade estão sendo vencidos em diversos campos Por Antonio Lacerda* e Equipe BASF
E
m um mundo com recur-
Além disso, alimentar a cres-
produtos que, em 2015, represen-
porcionando uma oferta sustentá-
da BASF. (veja box ao final da
sos naturais cada vez mais
cente população mundial, pro-
cente (em 2050, seremos mais de
vel de alimentos, também figura
escassos e população cres-
9 bilhões de seres humanos), a
busca por inovações que garantam a oferta de soluções mais sustentáveis é essencial.
A química tem desempenhado
um papel fundamental nos pro-
cessos de fabricação de diversos produtos presentes em nosso dia a
entre os grandes desafios para as
taram 26,6% das vendas globais matéria)
próximas décadas. Portanto, a
Presença cotidiana
desperdício de alimentos, ofere-
coisas que utilizamos no nosso
e melhorar a eficiência da produ-
nhecemos.
busca de soluções para evitar o cer e garantir produtos nutritivos ção e processamento é essencial.
As grandes empresas estão
Sem a Química, muitas das
dia-a-dia não existiriam como co• Brinquedos:
A química faz parte das brin-
dia, e, com seu avanço, tem possi-
atentas à importância da inova-
cadeiras de crianças de todo
da população, do ambiente e clima.
crescentes do mundo atual, e in-
quedos seguros, a indústria quí-
bilitado melhores condições à vida
Com as inovações do setor químico, já é possível, por exemplo, retirar o sal da água do mar e torná-la
potável através de membranas de
dessalinização, instalar pisos dre-
nantes para reaproveitamento de
água da chuva e também produzir
sacolas plásticas compostáveis e biodegradáveis, que se convertem
em adubo após sua utilização e destinação correta. 34
o mundo da usinagem
ção para atender às necessidades
vestem pesado em PD&I. Uma tinta imobiliária que reduz 99% das bactérias da parede por até
dois anos, a matéria-prima que
torna detergentes e produtos de limpeza mais rapidamente bio-
degradáveis e a produção de vitaminas que contribuem para o
enriquecimento nutricional de
alimentos básicos a preços acessíveis são alguns exemplos desses
mundo. Para desenvolver brinmica criou uma série de soluções, entre elas o poliestireno e o
plastificante. O poliestireno está
presente no planejamento e concepção de diversos brinquedos. Já os plastificantes, responsáveis pela flexibilização dos plásticos, podem ser encontrados em brinquedos mais macios e dobráveis. • Cerveja e vinho:
Responsáveis pela filtração e fevereiro.2017/115
estabilização das cervejas e vi-
nhos, os polímeros de PVP mantêm a qualidade das bebidas por mais tempo.
• Calça Jeans:
Para colorir as calças mais fa-
mosas do mundo, a Basf desenvolveu corantes de anilina, alizarina e índigo para a indústria têxtil. Com
o pigmento Índigo Blue, a compa-
nhia foi a primeira fornecedora da tonalidade azulada pela qual as
calças jeans são tão famosas, além dos efeitos e inúmeras possibilidades de aplicações. • Fraldas:
Com o intuito de melhorar a
qualidade das fraldas desenvolvi-
das nos anos 50, a indústria química
• Calçados:
Desde uma delicada sapatilha
investiu em pesquisas para encon-
até uma bota de alpinismo, uma
que o algodão. A resposta foram os
de segurança ou um tênis de últi-
trar alternativas mais absorventes
polímeros superabsorventes. Co-
nhecidos como SAPs, eles podem absorver várias vezes seu próprio peso em fluido e retê-lo, mesmo
sob pressão, ou seja, não há retorno do líquido absorvido.
chuteira de futebol, um sapato
ma geração, sem os poliuretanos os calçados não seriam tão leves ou confortáveis. Presentes em todas as partes, do solado às peças decorativas, esses componentes dão mais desempenho e propor-
cionam muito mais durabilida-
de para todos os tipos de calçados. Patins do tipo roller blading
e rodas de skate só se tornaram econômicas e resistentes graças à introdução de peças de poliuretano, fortes e resistentes à abrasão.
*Antonio Lacerda é vice-presidente sênior de Químicos, Produtos de Performance e Sustentabilidade da BASF para América do Sul
O valor das inovações A BASF tem um portfólio organizado em 5 segmentos: Químicos, Produtos de Performance, Mate-
riais e Soluções Funcionais, Soluções para Agricultura e Petróleo e Gás. A empresa alemã faz da inova-
ção sustentável um dos pilares de sua estratégia de negócios. Como resultado, 60% dos investimentos em Pesquisa & Desenvolvimento estão sendo destinados ao desenvolvimento de produtos e soluções
que contribuem significativamente para a sustentabilidade, conhecidos como Accelerators. Até 2020, a
BASF tem como meta alcançar o patamar de 28% de vendas advindas dos Accelerators.
Para mostrar ao mercado o quanto valoriza a inovação, a companhia promove há 19 anos o Prêmio
BASF de Excelência. Os principais objetivos são reconhecer o trabalho de seus colaboradores, incentivar a inovação e estimular o desenvolvimento sustentável. Entre cinco temas premiados, destacam-se Inovação em Produto e Inovação em Processo.
fevereiro.2017/115
o mundo da usinagem
35
nossa parcela de responsabilidade
Agir é mais
Por Claudio Camacho*
C
omeçamos o ano de 2017! Quantas notícias boas já recebemos?
É realmente incrível o bombar-
deio de más notícias que recebemos
diuturnamente. Não que sejam notícias criadas ou inventadas, mas
Quem perde e quem ganha
para avaliarmos o que realmente
Quem ganha, não sei. Mas,
ras gerações que vão nos seguir.
com isso?
certamente somos os perdedores.
queremos para nós e para as futu-
Como reerguer uma nação,
Como cidadãos, como profissio-
diante de tantas atrocidades e
Difícil conversarmos com al-
nário mais positivo e sustentável
nais, como empresas etc.
desmandos, criando um novo ce-
será que não está acontecendo algo
guém de fora do país, que não se-
Alguma empresa investiu em
massacres nas penitenciarias, ou
dos e propagados diariamente
rupção desenfreada de vários polí-
massa, só podem ser efetivamente
de bom no Brasil nesse momento?
alguma nova linha? Algum estudante ganhou prêmio internacional? A agricultura melhorou sua produtividade?
As boas notícias estão raras,
e quando as temos, não divulgamos com a mesma intensidade que divulgamos as ruins.
jamos questionados a respeito dos da operação Lava Jato, ou da corticos. Como explicar tudo isso para alguém que quer investir no Brasil,
e busca informações sobre nossa economia e tendências do futuro?
Talvez seja esse nosso melhor
momento de reflexão como país,
em longo prazo.
Os maus exemplos, divulga-
pelos veículos de comunicação de combatidos com bons exemplos e
atitudes de cada um de nós, todos os dias.
A mudança individual, os
bons exemplos, as atitudes positivas de cada cidadão de bem certamente servirão de norte
para os mais jovens, criando assim um círculo virtuoso.
É o não comprar um DVD pi-
rata, uma ferramenta contraban-
deada, uma peça de automóvel roubado; o não ultrapassar pela faixa da direita, deixar espaços
para idosos liberados para eles etc. Ações simples, mas que executadas da forma correta, certa-
mente serão seguidas pelos jo-
vens. Precisamos despertar para um novo ciclo! Necessitamos de um choque de realidade! 36
o mundo da usinagem
fevereiro.2017/115
do que preciso Até quando vamos criticar os
desenvolvimento e evolução.
cioná-los, mas temos que começar
tar pagar uma caixinha para pas-
tas. Ponto!
las e começar com nós mesmos.
receber uma multa de trânsito ou
com este tema, pois temos mui-
más notícias!
gem perante um outro cidadão
que possamos criar um país me-
tência de nossos profissionais,
Temos que nos preocupar
tindo em novos processos e ga-
políticos corruptos, e vamos aceisar à frente de uma fila, para não para ter alguma pequena vantahonesto?
Se não tomarmos atitudes ra-
As pessoas devem ser honesNão devemos nos preocupar
to a evoluir em outras áreas para lhor no futuro.
dicais no sentido de agir correta-
com o planejamento, a eficiên-
dar o comportamento de outras
Caso contrário, como vamos
mente, dificilmente vamos mu-
cia, a educação, a produtividade.
pessoas ou de outros grupos que
alcançar os países que por déca-
Temos exemplos positivos a
suas crianças e hoje têm uma le-
estão agindo de má fé.
ser seguidos, e estamos vendo isso diariamente. São pessoas, profissionais, empresas que prezam pela
moral e os bons costumes, que nos
provam que sim, vale a pena lutar
médicos, professores excepciocar gerações futuras?
Temos um longo caminho a
mais frentes de empregos, mais
Ser honesto é a condição bá-
sica para que possamos focar em fevereiro.2017/115
Mais do que falar, vamos dar
ações, pois assim mudaremos o
Renato Pizzutto
O aumento de nossa produ-
Eles precisam de nosso apoio,
lado façam o mesmo.
educar nossas crianças.
ciar esta caminhada urgentemen-
tividade vai gerar novos investi-
gindo que os que estão ao nosso
fessores que realmente focam em
nalmente preparados para edu-
Por que não acreditarmos
agindo de forma correta e exi-
nhando produtividade, dos pro-
que necessita ser mudado.
te, e de uma forma correta!
e a melhor forma de apoiá-los é
das empresas que estão inves-
gião de engenheiros, cientistas,
um único objetivo: passar o Bra-
também?
Vamos falar sobre a compe-
o exemplo por meio de nossas
percorrer, mas precisamos reini-
sil a limpo.
Chega de promovermos as
das investiram na educação de
por um país melhor.
Dá certo! Jovens imbuídos de
de alguma forma; e a melhor de-
mentos, que por sua vez abrirão arrecadação, mais verbas para educação e saúde etc., criando um ambiente mais positivo.
Ninguém pode ignorar o ta-
manho dos problemas que temos
e o grau de dificuldade para solu-
Claudio Camacho, vice-presidente de vendas da Sandvik Coromant para América do Sul e Central o mundo da usinagem
37
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o mundo da usinagem
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