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Publicação da Sandvik Coromant do Brasil

issn 1518-6091 rg bn 217-147

Usiminas mecânica Racionalização de custos na usinagem pesada Eficiência energética Uma fonte de economia para as indústrias

gigantes da indústria

Conheça as particularidades das grandes mandriladoras



Jonathon Isaac

pAra começar...

No universo tudo tem uma causa e um efeito, um princípio e um fim, um propósito. Ainda que ninguém saiba ou não creia. Muito antes de Newton, a toda ação já correspondia uma reação de igual intensidade, com mesma direção, porém, em sentido contrário. Assim foi, assim é, assim sempre será. Tratam-se de princípios da física. Estaria o homem acima disso?

O Mundo da Usinagem


74 Índice

Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISSN 1518-6091 RG. BN 217-147

Edição 02 / 2011

03 para começar...

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Fernando Favoretto

04 ÍNDICE / Expediente 0 6 machine investments: aplicação de mandriladoras na usinagem de peças de grandes dimensões 16 estratégia: interação com fornecedor otimiza tempos e custos 20 G estão Empresarial: veja como reduzir custos com energia em plantas industriais

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Francisco Marcondes

26 de olho no mercado I: comitê normaliza a fabricação de ferramentas de corte no brasil 32 de olho no mercado II: siemens investe no setor de energia e projeta inauguração de três fábricas 34 ideias e pensamentos: livros digitais dinamizam

leitura e ganham espaço no mercado 40 Nossa parcela de responsabilidade

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Divulgação Siemens

42 anunciantes / distribuidores / fale com eles Acompanhe os conteúdos exclusivos da Revista O Mundo da Usinagem Digital em: www.omundodausinagem.com.br EXPEDIENTE

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O Mundo da Usinagem

O MUNDO DA USINAGEM é uma publicação da Sandvik Coromant do Brasil, com circulação de doze edições ao ano e distribuição gratuita para 15.000 leitores qualificados. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP. Conselho editorial: Aldeci Santos, Ancelmo Diniz, Aryoldo Machado, Edson Truzsco, Edson Bernini, Eduardo Debone, Fernando de Oliveira, Francisco Marcondes, Heloisa Giraldes, Nivaldo Braz, Nivaldo Coppini, Nixon Malveira e Vera Natale. Editor-chefe: Francisco Marcondes Coordenação editorial, redação, edição de arte, produção gráfica e revisão: Equipe House Press Propaganda (Thaís Tüchumantel, Fernanda Feres, Ronaldo Monfredo e Décio Colasanti). Jornalista responsável: Francisco Marcondes - MTB 56.136/SP Propaganda: Gerente de contas - Thaís Viceconti / Tel: (11) 2335-7558 Cel: (11) 9909-8808 Projeto gráfico: House Press Gráfica: Company



Machine Investments

Produtividade ideal na usinagem de Prensas Schuler utiliza grandes mandriladoras para otimizar o tempo de produção de peças de grande porte

C

om o aquecimento da economia, o consequente crescimento das atividades industriais e o aumento da demanda por energia, surge uma nova tendência no setor metalmecânico. Equipamentos destinados à fabricação de peças de grande porte, comuns na produção dos setores naval, siderúrgico, de energia, de petróleo e de mineração, passam a ser mais requisitados pelo mercado. Atenta a esta tendência do mercado, a Revista O Mundo da Usinagem publicará nesta e nas próximas edições uma reportagem sobre equipamentos de grande porte. Aprenda com as empresas que trabalham com estas máquinas quais são as principais características e os cuidados necessários que este tipo de equipamento requer.

O Mundo da Usinagem

– Parte I Fernando Favoretto

grande porte


Fernando Favoretto

Equipamentos destinados à fabricação de peças de grande porte são comuns na produção dos setores naval, siderúrgico, de energia, de petróleo e mineração

Grandes mandriladoras Em produções que usinam peças de grandes dimensões, um dos processos comumente utilizados são as operações de mandrilamento, geralmente realizadas com o auxílio de equipamentos pesados. Algumas das peças produzidas com este tipo de operação são partes de turbinas eólicas e hidrelétricas, estruturas de máquinas para mineração e componentes para o setor de óleo e gás, entre outros produtos. Destinado principalmente à obtenção de superfícies internas de revolução – geradas pelo movimento de uma linha qualquer em torno de um eixo –, o mandrilamento, de maneira geral, é feito com o auxílio de uma ou mais ferramentas de corte que são fixadas a uma barra de mandrilar. Esta operação pode ser cilíndrica, cônica, radial ou esférica. Independentemente das dimensões da peça e da máquina, as mandriladoras permitem a adaptação de diferentes tipos de ferramentas. Com o acoplamento de acessórios específicos, estes equipamentos também podem ser utilizados para operações de furação, fresamento

Na Prensas Schuler, produtos usinados em grandes mandriladoras chegam a medir oito metros de comprimento por cinco metros de largura e três ou quatro metros de profundidade

e rosqueamento, tornando-se assim máquinas universais.

Usinagem de peso Na Prensas Schuler – fornecedor de máquinas para corte e conformação de metais presente no

Brasil há 45 anos -, as mandriladoras de grande porte são utilizadas para usinar parte de prensas mecânicas e hidráulicas e produtos para a indústria em geral. “Possuímos quatro mandriladoras floor type, com fuso na horizontal, e uma fresadora portal,

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todas de grande porte e destinadas ao processo de mandrilamento”, relata Fábio Machado Ávila, chefe do departamento de Usinagem da Prensas Schuler. “Além de utilizar estas máquinas para a usinagem de peças que irão integrar as prensas, disponibilizamos estes equipamentos para outras empresas do mercado, que as utilizam para a usinagem de peças destinadas a turbinas hidrelétricas e eólicas, além de peças para o setor de óleo e gás”, complementa. De acordo com Ávila, os produtos que são usinados nestas mandriladoras chegam a medir oito metros de comprimento por cinco metros de largura e três ou quatro metros de pro-

Fernando Favoretto

Prensas Schuler dispõe de quatro mandriladoras floor type e uma fresadora portal, todas de grande porte, destinadas ao processo de mandrilamento

Ferramentas para equipamentos pesados chegam a pesar entre cinco e dez quilos fundidade, o que torna impossível a usinagem destas peças em máquinas de pequeno ou médio porte. “Nossa maior mandriladora tem 19 metros no eixo X (comprimento), cinco metros no eixo Y (altura) e dois metros no eixo Z ou W (profundidade)”, detalha o chefe do departamento

de Usinagem. Com estas dimensões, esta máquina pode suportar o peso das peças que precisam produzir, realizando com excelência as operações de usinagem. Outro fator que deve ser considerado na produção de peças de grande porte é a movimentação



Machine Investments interna dos produtos. A solução encontrada pela Prensas Schuler foi a instalação de uma ponte rolante no chão de fábrica com capacidade para movimentar cargas de até 140 toneladas.

Ponte rolante com capacidade para movimentar cargas de até 140 toneladas foi instalada no chão de fábrica da empresa

Características das gigantes Entre as particularidades das grandes mandriladoras estão as colunas maiores e mais reforçadas e as réguas lineares de grandes dimensões. Devido às suas proporções, estes equipamentos demandam mais tempo para serem montados, pois as peças devem ser trazidas separadamente pelo fabricante para serem montadas na própria fábrica. Além destes detalhes de montagem, há a necessidade de se fazer uma fundação sólida e profunda na planta, de forma a

assegurar a boa sustentação deste equipamento. “Também os barramentos são diferentes nas grandes mandriladoras, pois eles chegam à fábrica divididos em partes e, depois da montagem, ainda devem ser alinhados”, lembra Ávila.

Preparação planejada Devido a estes detalhes, a preparação de grandes mandriladoras também requer cuidados específicos. Segundo Ávila, o departamento de Métodos e Processos prepara

Forte presença brasileira Presente há 45 anos no mercado, a Prensas Schuler é fornecedora de máquinas para conformação de metais e fabrica, sob encomenda, equipamentos especiais para a indústria em geral. Entre seus principais clientes estão siderúrgicas e empresas do mercado de Energia e de Óleo e Gás. Sua planta brasileira de produção, localizada em Diadema (SP), é a segunda maior do grupo fora da Alemanha e a principal fábrica da Schuler para as linhas de prensas mecânicas. Esta unidade é responsável por atender o mercado da América do Sul e dispõe de know-how e profissionais treinados para oferecer assessoria técnica a seus clientes. Alguns dos serviços oferecidos por estes profissionais são gerenciamento de projetos e controle de qualidade, principalmente para a área de estamparia – na qual a equipe Schuler é responsável pela manutenção preventiva e corretiva destes equipamentos. Especificamente para esta área de estamparia, a Prensas Schuler oferece diversos serviços complementares – como peças de reposição, modernização e recolocação de prensas, programas de manutenção e inspeções de segurança –, para garantir que os processos de seus clientes estejam de acordo com as normas brasileiras de segurança e com o Programa de Prevenção de Riscos em Prensas e Similares (PPRPS).

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Um dos desafios da utilização de equipamentos de grande porte é o tempo de set up que estas máquinas demandam, devido a sua dimensão e ao tamanho das ferramentas

uma lista de ferramentas que deverão ser utilizadas na operação e encaminha esta relação aos montadores. Na linha de produção, o trabalho de montagem é feito manualmente. “As ferramentas destes equipamentos pesam de cinco a dez quilos, portanto podem ser anuncio_usinagem_202x133.pdf 1 4/11/2010 10:12:57 manuseadas pelos montadores”,

afirma o chefe do departamento de Usinagem. Um dos desafios da utilização de mandriladoras de grande porte é o tempo de set up que estas máquinas demandam, devido à sua dimensão e ao tamanho de suas ferramentas. “Para resolver esta questão, temos operadores que atuam nas pontes rolantes, ajudando no transporte das ferramentas e garantindo que este processo seja executado no menor tempo possível”, conta. Outro ponto impor tante em fábricas que utilizam máquinas de grande porte é a necessidade de utilizar sempre mão de obra especializada. Na Prensas Schuler, assim como em outras empresas do setor, o treinamento é realizado por etapas. Geralmente, o operador começa

Fernando Favoretto

Machine Investments

Para garantir operações seguras e eficientes com mandriladoras de grande porte é importante trabalhar com profissionais bem treinados


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Local


Machine Investments trabalhando com equipamentos convencionais e, depois de algum tempo de prática e experiência com programação CNC, passa a operar em equipamentos de maior porte, que possuem características específicas de funcionamento.

Ferramentas de interpolação circulares podem facilitar a usinagem neste tipo de equipamentos, aumentando a taxa de remoção do material

Tecnologias facilitadoras Segundo Ávila, mandriladoras de grande porte convencionais podem ser utilizadas para as mesmas aplicações de uma máquina CNC, mas existem certas limitações, como a realização de interpolações circulares (possibilidade de conjugar o movimento de dois eixos simultaneamente). Esta limitação poderia representar uma desvantagem para prod_nacional 202x133.pdf 1 4/11/2010 10:11:13 a empresa, já que as ferramentas de

interpolação circular podem facilitar a usinagem nestes equipamentos. Isto ocorre porque este processo permite aumentar a taxa de remoção do material, garantindo assim maior qualidade e agilidade durante o processo de usinagem. “Como há uma perda de produtividade de uma mandriladora convencional em relação a uma com comando numérico computadorizado, a tendência é que

estas máquinas sejam retiradas de circulação, ou então, passem pelo processo de retrofitting, mesmo as de grande porte”, observa. Quanto ao ferramental, a empresa busca constantemente soluções que ofereçam diferenciais competitivos. “Procuramos utilizar ferramentas que possam reduzir o tempo de corte ou que proporcionem melhor taxa de remoção de cavaco”, acrescenta Ávila. Fernanda Feres Jornalista

Acompanhe nas próximas edições da Revista O Mundo da Usinagem a segunda parte da reportagem sobre equipamentos de grande porte.



Francisco Marcondes

estratĂŠgia

Por dentro da

Usiminas Mecânica

Unidade da empresa em Ipatinga (MG) alcançou economia significativa com estudo detalhado dos processos e melhor aproveitamento das ferramentas

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N

Francisco Marcondes

o dia 25 de abril de 1956, em um cenário brasileiro de euforia e otimismo econômico gerado pelo Plano de Metas, fundavase a Usiminas – Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais. Dois anos depois, era cravada a estaca inicial da Usina Intendente Câmara, o pilar inicial do que seria uma das maiores empresas siderúrgicas do País. Em 1958, a Usiminas torna-se uma joint venture, com a participação de capital estatal em parceria com acionistas japoneses, permitindo um novo estilo de gestão compartilhada. No local, também foram construídas oficinas de Usinagem, Caldeiraria, Fundição e Forjaria, todas ainda em operação. Alguns anos depois, em 1970, foi fundada a Usiminas Mecânica, com o objetivo de promover a utilização do aço na construção civil e no setor de mecânica. No primeiro semestre de 2009, a administração das oficinas foi transferida para a Usiminas Mecânica, nas unidades de Ipatinga e Cubatão (SP). Nesta época, a estrutura organizacional da planta de Ipatinga sofreu alterações significativas e teve que

passar por grandes reestruturações. Hoje, depois de adaptada ao novo modelo, a unidade de Usinagem de Ipatinga está com suas operações consolidadas e mantém 190 funcionários para gerenciar e realizar suas operações.

Produção abrangente Com 230.000 metros quadrados, sendo 159.000 m² de área construída, a unidade da Usiminas Mecânica de Ipatinga fabrica equipamentos e estruturas metálicas para os mais diversos segmentos. Só nesta planta estão instaladas diversas unidades de negócio da empresa: Equipamentos Industriais, Pontes e Estruturas Industriais, Blanks e Estampagens, Montagem Industrial, Fundidos e Forjados e Vagões. “Segmentando desta forma, procuramos oferecer um atendimento personalizado para cada um dos setores industriais atendidos”, justifica Leonardo Augusto de Oliveira Martins, coordenador da Unidade de Usinagem de Ipatinga. Entre os principais produtos fabricados na planta estão ventaneiras para

Com 230.000 m2 e 190 funcionários, Usiminas Mecânica de Ipatinga fabrica equipamentos e estruturas metálicas para os mais diversos segmentos alto fornos, placas de moldes, eixos e mancais, redutores, bicos de lanças para injeção de oxigênio nos fornos LD – que utilizam gusa líquido e sopro de oxigênio –, sapatas de bronze e liners. Para produzir estas peças com qualidade e no tempo ideal, a fábrica conta com uma diversificada gama de equipamentos que possibilitam a fabricação e a recuperação de peças de diferentes dimensões. Em sua linha de produção, destacam-se quatro centros de usinagem, sete tornos horizontais CNC, 14 tornos horizontais convencionais, um torno vertical CNC, uma plaina de mesa CNC, duas plainas de mesa convencionais e quatro mandriladoras, além de furadeiras, plainas verticais, retificadoras e serras de fita. Outras operações da Usiminas Mecânica são as soluções em soldagem, inclusive de materiais não ferrosos, e também usinagem de campo, feita com máquinas específicas para cada situação.

Por trabalhar sob regime não seriado, set up de máquina e movimentação de peças são processos que demandam bastante tempo na planta O Mundo da Usinagem 17


Soluções para usinagem

ção de ferramentas para operações pesadas, trabalha há 11 anos em parceria com a empresa. Marcos Alexsandro Reis, analista industrial do departamento de Oficinas de Usinagem da Usiminas Mecânica, afirma que a presença constante dos profissionais da Tungsfer e dos especialistas da Sandvik Coromant foi essencial para o sucesso da parceria. “Por meio de visitas semanais, Cota e sua equipe estudam, ao lado dos técnicos da nossa empresa, as operações mais críticas, procurando sempre alcançar melhorias nos processos produtivos”, declara Reis. Além da otimização dos processos, outros frutos também foram gerados por meio da parceria com a Tungsfer. Atualmente, o fornecedor de ferramentas oferece à Usiminas Mecânica treinamentos específicos para seus operadores. Algumas das

Francisco Marcondes

Martins explica que a unidade de Ipatinga trabalha sob um regime de produção não seriada. Com isto, a preparação de máquina e a movimentação de peças são operações que demandam bastante tempo e, por este motivo, devem ser bem gerenciadas para não comprometer a produtividade da planta. “Para otimizar os processos, buscamos continuamente soluções que possam aumentar o tempo efetivo de corte de nossas operações de usinagem e reduzir os tempos de set up”, completa o coordenador da área. Uma das estratégias encontradas pela empresa para alcançar melhorias na usinagem foi firmar uma parceria com o fornecedor de ferramentas de corte Tungsfer – distribuidor autorizado Sandvik Coromant –, empresa que atende a região de Ipatinga, e com a equipe de especialistas da Sandvik Coromant. Geraldo Cota, diretor da Tungsfer e especialista em usinagem e aplica-

Na foto, Geraldo Cota, Wanderley José de Souza e Ederson Aquiles estudam operação

Usiminas conta com oficinas de Usinagem, Caldeiraria, Fundição e Forjaria, instaladas na década de 1960 e ainda em operação 18 O Mundo da Usinagem

Francisco Marcondes

estratégia

palestras técnicas realizadas apresentaram aos profissionais técnicas básicas de usinagem e de escolha e aplicação de ferramentas de tornear e de fresamento. Entre as soluções oferecidas pela Tungsfer para a Usiminas Mecânica de Ipatinga destacam-se as melhorias alcançadas nas operações de fresamento, torneamento, furação curta e furação profunda.

Economia comprovada Um dos projetos mais significa­ tivos sugerido pela equipe Tungsfer e Sandvik Coromant foi com o objetivo de garantir um melhor aproveitamento das ferramentas que faziam a usinagem de aços e aços inoxidáveis. Neste processo, as ferramentas utilizadas eram as fresas de facear modelo Coromill 245, na versão direita. A partir de alguns estudos, a equipe envolvida neste projeto (Fernando Pacelli Cândido, supervisor de Ferramentaria; Éderson Aquiles da Silva, assistente técnico; Fabiano Westphal da Silva, supervisor de máquinas CNC; Rubens José dos Reis, supervisor de Tornearia; e Wanderley José de Souza, operador de Centro de Usinagem) detectou a possibilidade de reaproveitar as pastilhas utilizadas nas ferramentas Coromill 245 na versão esquerda deste modelo. A diferença entre as fresas é o sentido de corte. Invertendo o sentido de rotação do fuso e utilizando as fresas esquerdas, a parte das arestas


Francisco Marcondes

não utilizadas na fresa direita entram em uso e permitem que a pastilha renda praticamente o dobro. Este projeto apresentou resultados significativos, pois as arestas das pastilhas não chegavam a ser inteiramente aproveitadas na fresa direita. “A partir de um levantamento, notamos que 70% das pastilhas utilizadas no primeiro modelo poderiam realizar também as operações nas fresas de versão esquerda”, declara Cota. “Com isso, conseguimos um melhor aproveitamento destes produtos e alcançamos uma economia de R$ 8.185 até o momento”, completa. As operações de fresamento pesado também foram foco de melhorias no chão de fábrica. Uma experiência foi feita com um lote de 28 peças de aço forjado que passaram por uma operação de desbaste tipo cremalhei-

Geraldo Cota, Leonardo Augusto O. Martins e Fernando Pacelli Cândido desenvolveram projeto para aproveitar melhor as pastilhas ra. Nesta aplicação, foram utilizadas as fresas Coromill 360 – fresas para facear para usinagem pesada. “Com o bom desempenho desta ferramenta, conseguimos trabalhar com cortes de profundidade de até 13 mm, com média de 10 mm, e avanços de 0,23 mm por dente”, relata Martins, coordenador da unidade de Usinagem. Desde que o novo ferramental foi aplicado, a empresa detectou um

Estrutura completa para trabalhar o aço A Usiminas atua em diversos segmentos da cadeia do aço e, para acompanhar todas as fases de transformação deste material, possui 11 empresas distribuídas em oito estados do País: Usiminas, da área de siderurgia; Automotiva Usiminas, que industrializa e comercializa peças estampadas de aço para a indústria automobilística; Usiminas Mecânica, que oferece produtos para a construção civil e indústria de bens de capital; Soluções Usiminas, com atuação em serviços e distribuição de aços planos; Rios Unidos Usiminas, responsável pelo transporte rodoviário de aços planos; Unigal Usiminas, responsável pela galvanização do aço por imersão a quente; Usiroll Usiminas, que trabalha a texturização e cromagem de cilindros utilizados nas laminações a frio da Usiminas; e a Mineração Usiminas, que mantém três minas localizadas no quadrilátero ferrífero de Minas Gerais. Para atender com excelência seus colaboradores, a Usiminas mantém empresas específicas para esta finalidade, mas que atendem também as comunidades em que está inserida: Instituto Cultural Usiminas, que investe em toda a cadeia de formação da cultura; Previdência Usiminas, que representa os fundos de pensão dos empregados da Usiminas; e Saúde Usiminas, que trata dos planos da saúde para os funcionários da empresa e das comunidades em que atua.

aumento de produtividade de 85% e uma economia de 30 horas na produção deste lote. Já na produção dos blocos manifold – conjunto de válvulas hidráulicas fabricadas com aço forjado – foi necessário contar com um acompanhamento mais próximo de especialistas para otimizar o processo de usinagem. Esta complexa operação gera dois furos com diâmetro de 31 mm, quatro furos de 63,5 mm e um furo de 133,5 mm, todos com profundidade de 2.000 mm. Para vencer este desafio, a Usiminas montou uma equipe destinada a acompanhar detalhadamente o processo de usinagem dos blocos. A integração técnica entre as equipes de trabalho da Usiminas Mecânica e do fornecedor Tungsfer tem contribuído para a manutenção de um bom nível de produtividade. Atuando juntos e somando experiências fica mais fácil enxergar novas alternativas em soluções para os desafios impostos pela usinagem pesada não seriada. Francisco Marcondes Editor-chefe da Revista O Mundo da Usinagem Thaís Tüchumantel Jornalista

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Gestão empresarial

Combata o desperdício com eficiência energética

Utilização racional da energia elétrica, manutenção adequada de equipamentos e conscientização dos funcionários ajudam a reduzir custos e aumentar a produtividade das indústrias

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evido à concorrência cada vez mais acirrada dos mercados nacional e internacional, é fundamental que as indústrias desenvolvam mecanismos e utilizem novas soluções e tecnologias para garantir sua competitividade. Uma das formas de otimizar o desempenho da empresa é a busca da eficiência energética que, segundo Fernando Bacellar, coordenador do setor Usos Finais de Energia da concessionária AES Eletropaulo,

20 O Mundo da Usinagem

significa gerenciar de forma racional todos os equipamentos e sistemas que consomem energia elétrica, sem reduzir a produtividade, a eficácia das operações e o conforto dos usuários. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Conservação de Energia (ABESCO), todo ano são desperdiçados R$ 11 bilhões devido a perdas no consumo de energia elétrica no Brasil. Estimativas da Confederação Nacional das Indústrias

(CNI) mostram’ que, se as fábricas do País implantassem medidas efetivas de eficiência, poderiam economizar em 20 anos cerca de R$ 85 bilhões somente com a redução da conta de energia elétrica.

Implantando uma política Com um planejamento energético adequado é possível reduzir os custos de produção, modernizar a estrutura da fábrica e ainda ganhar


reconhecimento no mercado como uma empresa sustentável. Para isso, não é necessário aumentar os gastos com a aquisição de equipamentos mais eficientes, pois a modernização do chão de fábrica pode ser financiada por meio da economia obtida com a implantação de um projeto de eficiência energética. Paulo Barreto, vice-presidente de Atividades Técnicas da Associação Brasileira de Engenharia de Sistemas Prediais (ABRASIP), adverte que a eficiência não deve ser encarada apenas como a redução da conta de energia da empresa. “Podemos considerar este projeto mais como uma política que deve ser seguida pela empresa como um todo, em todos os departamentos e durante todos os processos”, esclarece Barreto. “Encarando desta forma, todos os profissionais devem estar envolvidos e empenhados em seguir esta diretriz”, acrescenta. Por isso, o vice-presidente ressalta que a busca por este tipo de melhoria não deve se limitar a soluções pontuais, mas deve ser constante e atualizada com frequência. “Com o passar do tempo surgem novas soluções e descobertas que possibilitam o aumento da eficiência de um determinado equipamento ou sistema, por isso a empresa nunca

deve se contentar com uma solução definitiva”, aconselha Barreto. Outro conselho é levar em consideração a necessidade de racionalização de recursos como energia, água ou gás já na fase de projeto de uma indústria, escolhendo empresas de engenharia que saibam aplicar este princípio na montagem de uma fábrica.

Ações concretas Segundo Fernando Bacellar, da AES Eletropaulo, é comum em muitas indústrias que os projetos de eficiência energética sejam organizados por meio de uma Comissão Interna de Conservação de Energia (CICE). Ele destaca que o objetivo principal desse grupo é descobrir quais são os principais gastos com eletricidade dentro da fábrica. “Estas informações são simples de serem obtidas; uma ferramenta que pode servir como ponto de partida para esta avaliação

é o histórico da conta de energia elétrica”, aponta. O primeiro passo é realizar um levantamento dos gastos com eletricidade nos últimos 24 meses. E, para que os indicadores sejam mais precisos, é necessário que os encarregados do projeto comparem as informações obtidas com o volume de produção da indústria do mês correspondente. Desta forma, a empresa poderá obter uma excelente ferramenta de gestão: um indicador mensal de consumo específico, que aponta a quantidade de energia gasta para a produção de um determinado volume de produtos ou serviços. Com estas informações em mãos, a próxima etapa é identificar quais setores da fábrica consomem mais energia elétrica, mas que por algum motivo não apresentam índices elevados de produção. A partir daí, os gestores do CICE poderão implantar ações pontuais de redução do conShutterstock

De acordo com a CNI, indústria nacional pode economizar R$ 85 bilhões em 20 anos se adotar medidas de eficiência energética

Aproveitamento da luz natural dispensa uso de iluminação elétrica durante o dia O Mundo da Usinagem 21


Gestão empresarial sumo energético, como a conscientização dos operadores quanto ao uso e a manutenção adequada das máquinas. Desta forma, é possível avaliar a necessidade de substituição de equipamentos antigos por outros mais modernos e eficientes.

Entre os equipamentos e sistemas que costumam apresentar maior desperdício energético, especialmente nas indústrias do setor metalmecânico, destacam-se os equipamentos que utilizam força motriz e a iluminação. O consumo excessivo de energia com estes recursos costuma ocorrer por diversas razões, como utilização incorreta, manutenção inadequada e até mesmo pela ineficiência do

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Principais focos Para evitar o desperdício deve-se observar se os equipamentos estão operando com o nível de tensão adequado equipamento. Bacellar assegura que as medidas necessárias para corrigir estas falhas geralmente demandam poucos investimentos. Quanto aos equipamentos movidos a energia, tais como retíficas, fresas, furadeiras, lixadeiras e tornos,

Fontes de desperdício Um estudo realizado por Sidnei Luciano Raduenz, Eduardo Deschamps e Adriano Péres, profissionais do departamento de Engenharia Elétrica e de Telecomunicações da Universidade Regional de Blumenau (SC), aponta os principais focos de desperdício de energia nas indústrias do setor metalmecânico. A pesquisa foi feita com base nas indústrias deste setor localizadas na região do Alto Vale do Itajaí, em Santa Catarina. Veja quais são estes itens e como aproveitar melhor a energia em cada um deles.  Motores elétricos: devem ser dimensionados corretamente para a operação a que serão destinados  Iluminação: luz natural deve ser explorada sempre que possível  Sistemas de bombeamento: estes sistemas possuem pontos ideais de operação para uma determinada vazão, altura e rotação. Encontrar este ponto pode fazer com que as perdas sejam reduzidas devido ao melhor escoamento  Caldeiras e fornos industriais: vazamentos e desperdícios podem ser controlados por meio da conscientização dos operadores  Sistemas pneumáticos: evitar vazamentos e utilização de pressão superior à necessária Fonte: Análise de Conservação de Energia Elétrica nas Indústrias do Setor Metal-Mecânico do Alto Vale do Itajaí, disponível em www.labplan.ufsc.br/congressos/CBQEE_VIII_2009/web/docs/154.pdf

22 O Mundo da Usinagem

uma forma de evitar o desperdício de energia é aproveitar a carga máxima permitida pelo fabricante. Outra maneira é observar regularmente se estes equipamentos estão operando com o nível de tensão adequado. Além disso, como as redes internas das indústrias costumam ser trifásicas, é importante observar se todas as fases estão sendo utilizadas igualmente, para que não ocorra uma queda de tensão e, com isso, o desperdício de energia elétrica. Já a iluminação pode ser responsável por um consumo que varia de 3 a 5% do total da conta de energia elétrica. Indústrias que procuram economizar neste quesito devem dividir o circuito de iluminação em compartimentos, para que estes sejam utilizados apenas nos locais em que há necessidade de luz. Outra maneira de otimizar este recurso é explorar sistemas que utilizem a luz natural da melhor forma, fazendo com que as luminárias sejam dispensadas nos períodos em que a luz solar é suficiente para atender as necessidades de iluminação da fábrica. Também neste sentido, os


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Gestão empresarial sistemas de automação, como sensores de presença e claridade, são ferramentas eficazes para garantir que a luz elétrica seja utilizada apenas quando realmente for necessária.

Maximizando as possibilidades De acordo com especialistas, para assegurar a eficiência energética em uma indústria é essencial respeitar os requisitos normativos de todos os circuitos elétricos instalados na fábrica, pois eles irão garantir a utilização correta e o aproveitamento responsável da energia elétrica. O passo seguinte para potencializar a economia nas indústrias é avaliar a possibilidade de substituir equipamentos antigos por outros mais modernos e econômicos. Bacellar lembra que com investimentos relativamente baixos essa medida pode trazer em média uma redução de até 30% na conta de energia elétrica. José Starosta, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (ABESCO), informa que é possível investir na modernização

do chão de fábrica por meio de financiamentos especiais para esta finalidade. “As indústrias podem viabilizar essas novas aquisições por meio de um financiamento que poderá ser pago com a própria economia energética obtida por elas”, detalha Starosta. O presidente da ABESCO prevê que em aproximadamente três ou quatro anos a empresa poderá estar com as despesas quitadas e a fábrica modernizada. Starosta também ressalta que a

economia de energia elétrica não é a única vantagem obtida com um projeto de eficiência energética. “A renovação de equipamentos do chão de fábrica e a consequente redução de paradas e quebras aumentam a confiabilidade do fabricante e otimizam a capacidade de produção da indústria”, conclui. Rodrigo Hora e Thaís Tüchumantel Jornalistas

Mais informações  Consulte a Associação Brasileira das Empresas de Conservação de Energia (ABESCO) e saiba mais sobre:  Empresas que desenvolvem projetos de eficiência energética  Financiamentos para a compra de equipamentos mais eficientes Site: www.abesco.com.br  Entre em contato com a concessionária de energia de sua região para saber mais sobre:  Projetos de eficiência energética  Contratos especiais de consumo energético com tarifas menores para empresas que utilizam energia fora dos horários de pico * Reportagem originalmente publicada no Jornal Sinafer em Dia edição 16

Veja mais maisinformações informaçõesem: em: www.omundodausinagem.com.br



Francisco Marcondes

De olho no mercado I

Novas normas

melhoram padrões na usinagem nacional Comitê CB-60 reúne fabricantes, consumidores e técnicos acadêmicos para revisar normas que orientam a fabricação de ferramentas de usinagem

C

omo é possível assegurar a qualidade de uma ferramenta desde seu processo de fabricação? É esta questão que o ABNT/CB-60 - Comitê Brasileiro de Ferramentas Manuais e de Usinagem procura esclarecer ao mercado traduzindo, revisando e padronizando normas para o setor. Estas normas têm como finalidade orientar os fabricantes de

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ferramentas apontando os requisitos técnicos mínimos que devem ser observados durante a produção destes itens. Desta forma, é possível garantir a durabilidade ideal e o excelente desempenho das ferramentas, assim como proporcionar segurança e eficiência aos processos. “Os fabricantes podem aderir a estas normas espontaneamente, baseando-se nelas para desenvolver produtos de qualidade”,

esclarece Carlos Martins, gestor do Comitê Brasileiro de Ferramentas Manuais e de Usinagem e gerente executivo do SINAFER – Sindicato da Indústria de Artefatos de Ferro, Metais e Ferramentas em Geral no Estado de São Paulo. Atualmente, existem 169 normas, sendo 112 delas referentes às ferramentas para usinagem e 57 sobre ferramentas manuais. “Ao publicar



De olho no mercado i

Francisco Marcondes

estas normas, procuramos manter a indústria nacional em sintonia com a normalização e as práticas internacionais do setor, que são regidas pelas normas ISO (International Organization for Standardization)”, explica Martins.

Sinergia entre os setores Com sede no SINAFER, o comitê reúne mensalmente profissionais do setor que se dividem em duas comissões de estudo: a Comissão de Estudo de Ferramentas Manuais e Dispositivos (CE-60: 000.01) e a Comissão de Estudo de Usinagem (CE-60: 000.02). Seguindo o requisito básico da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT sobre comissões de estudos, o grupo é formado por representantes de três segmentos do mercado: fabricantes de ferramentas, consumidores e profissionais que são considerados neutros (órgãos do governo e técnicos acadêmicos). Aldeci Santos, integr ante do

comitê e supervisor de Marketing e Treinamento Técnico da Sandvik Coromant, acredita que a presença de profissionais de várias áreas do mercado colabora para o fortalecimento da comissão. “Os professores, por exemplo, são fundamentais em nosso grupo, pois estão em contato constante com as necessidades dos alunos”, afirma Aldeci. Segundo o supervisor, os comentários dos professores nas discussões são valiosos, pois muitos dos tópicos discutidos estão relacionados às suas áreas de atuação. “Eles são responsáveis por mostrar os padrões aos alunos, pois o que está nas normas será utilizado em todos os projetos de pesquisa; desta forma teremos a padronização já em sala de aula”, conclui.

Arquivo AB Sandvik Coromant

Renovando o acervo

Grupos de estudo revisaram 67 normas em dois anos

28 O Mundo da Usinagem

Desde a instauração das comissões de estudo do CB-60, em novembro de 2008, o comitê vem desenvolvendo um trabalho intenso de atualização do acervo e inclusão de novas normas que regulamentam a produção de ferramentas de metal duro. “Muitas dessas normas haviam

sido revisadas há 20 ou 30 anos”, comenta Aldeci. “Por isso, temos trabalhado nos grupos de estudo para torná-las mais atuais, para que possam servir como documentos de consulta para o mercado nacional”, justifica. Ao todo, os grupos de estudo revisaram 67 normas em dois anos. Entre as normas revisadas, Carlos Martins, do SINAFER, destaca as normas de escareadores, rebaixadores, alargadores e machos para roscar. “Estas normas, principalmente aquelas que são baseadas em normas técnicas internacionais (ISO), evitam a obsolescência técnica dos produtos, proporcionando ao consumidor o que há de mais moderno e seguro em termos de requisitos técnicos”, conclui o gestor do comitê. Aldeci também acredita que o trabalho de revisão é muito útil para as empresas que adquirem ferramentas de usinagem, além de ser uma boa referência para os fabricantes. “As ferramentas produzidas de acordo com as normas de padronização têm maior confiabilidade no mercado e servem como parâmetro para as empresas que querem se certificar das dimensões ideais do produto a ser adquirido”, afirma. Para as indústrias brasileiras, o



De olho no mercado i supervisor considera que os benefícios das normas em âmbito internacional também são muito positivos, já que elas seguem padrões mundiais de fabricação e possibilitariam o desenvolvimento de ferramentas em conformidade com os requisitos internacionais. Com a normalização dos produtos, a indústria nacional também fica protegida de ferramentas produzidas com baixa qualidade e que entram ilegalmente no País. Assim, as normas podem ser consideradas uma barreira não-tarifária, que ajuda a alertar a indústria, por meio do estabelecimento de requisitos técnicos de fabricação, sobre os riscos de adquirir produtos que não sejam confiáveis e que por isso geralmente não apresentam bom desempenho.

Requisitos fundamentais Um dos primeiros quesitos avaliados pelas normas é a nomenclatura ou os termos e definições das ferramentas. “Procuramos sempre manter um padrão no vocabulário, para que os alunos que estudam este assunto em uma escola técnica ou universidade possam aprender os termos de forma padronizada e consigam identificar estes itens no mercado”, justifica o supervisor de Marketing da Sandvik Coromant. A segunda característica observada pelas normas são os requisitos

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técnicos na fabricação de ferramentas, como o tratamento térmico que deve ser utilizado, o tipo e a dureza do aço, entre outros elementos. Outro aspecto a ser avaliado são os métodos de ensaio, que são regras estabelecidas para que o fabricante se certifique de que os requisitos técnicos foram seguidos corretamente. Este procedimento garantirá uma utilização mais segura do produto, evitando acidentes. Por fim, é definido também o dimensional e as formas que cada fer ramenta deve atender. Depois de revisadas, as normas ficam, no mínimo, um mês sob avaliação, disponíveis para que qualquer profissional do mercado possa conhecê-la antes de sua efetiva validade como norma técnica. Caso não seja contestada, a norma finalmente passa a valer como documento oficial para consulta. Thaís Tüchumantel Jornalista

Consulte Todos os projetos de normas desenvolvidos pelas comissões de estudo ficam disponíveis para consulta pública no site da ABNT, no item ABNT/CB-60FerramentasManuais e de Usinagem. Para acessar, basta preencher o cadastro no site w w w. a b n t o n l i n e . c o m . b r / consultanacional



Energias renovadas Siemens aposta em divisão de energia para duplicar seu faturamento e prevê a construção de três novas fábricas no Brasil

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umento no número de pedidos, faturamento de R$ 4,2 bilhões e incremento no quadro de funcionários. Para a Siemens – empresa de engenharia elétrica e eletrônica –, 2010 foi um ano de muitas conquistas e, principalmente, de retomada de novos e ambiciosos projetos. A empresa, que pretende duplicar seu faturamento até 2015, foi uma das companhias que apresentou o maior crescimento de operações entre todos os países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). Em 2010, o aumento de pedidos cresceu 23% em comparação a 2009, enquanto que o aumento do

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faturamento líquido foi de 10%. “Os resultados só não foram melhores por conta de alguns fatores macroeconômicos, como o câmbio e aumento do protecionismo externo, que diminuíram a cota de exportações brasileiras”, afirma Adilson Primo, presidente da Siemens Brasil. O executivo alerta que, se o País apresentar um crescimento de acordo com os índices projetados pelos economistas, será preciso um aporte anual de 6 mil megawatts de energia para atender a demanda. Ciente desta oportunidade, a Siemens irá direcionar seus investimentos do próximo ano para a divisão de energia,

hoje responsável por 45% da receita da filial brasileira. Outro indicador que favorece os empreendimentos futuros da empresa são os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que mostram que até 2019 a participação da geração eólica de energia elétrica na matriz nacional deverá ser quatro vezes maior do que o nível atual.

Novas unidades Entre os planos da Siemens para o próximo ano destaca-se a construção de três fábricas no Brasil. Uma delas será destinada à produção de aerogeradores e contará com um

Shutterstock

Divulgação Siemens

De olho no mercado ii


Divulgação Siemens

Adilson Primo: "Um dos maiores gaps do País é a infraestrutura; nós vemos isso como uma oportunidade de negócios"

Pás que serão fabricadas na nova unidade da Siemens terão 107 metros de diâmetro, torres de 80 ou 100 metros de altura e naceles de 8 metros de comprimento

Divulgação Siemens

aporte estimado em R$ 20 milhões. Neste empreendimento serão fabricadas as pás dos geradores e as naceles – equipamentos fechados no qual estão instalados todos os componentes de uma turbina eólica. Apesar de ainda não ter local definido, acredita-se que esta nova fábrica será instalada no Nordeste, região onde está localizada a maior parte das usinas eólicas brasileiras. A previsão é de que este empreendimento entre em operação já no segundo semestre de 2011. As pás que serão fabricadas nesta unidade terão 107 metros de diâmetro, as torres terão 80 ou 100 metros de altura e as naceles, 8 metros de comprimento. Cada conjunto deverá gerar, em média, 2,3 megawatts de potência, apesar de já existirem protótipos de 3 megawatts. Já o índice de nacionalização das turbinas deverá ser de aproximadamente 60% – mas Newton Duarte, diretor de energia da Siemens, garante que chegará a 70%. Este nível é considerado suficiente para obtenção do Finame, linha de crédito do Banco

Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Crescimento contínuo Ainda para o setor de energia, os planos do grupo alemão preveem a construção de uma fábrica de motores de baixa e média tensão para a área de óleo e gás, que deverá ser concluída até o primeiro semestre de 2012. Outro projeto, ainda em fase de estudos, é a instalação de uma fábrica de drives mecânicos – peças para a indústria de energia. Na estratégia da empresa, o setor de transporte ferroviário (trens de alta velocidade e de transporte metropolitano) também deverá ganhar força, assim como os projetos nos segmentos de siderurgia e mineração, que ainda não foram especificados. Ao todo, os investimentos da Siemens em ampliação, modernização e participação em novos empreendimentos em 2011 somarão R$ 150 milhões. Vale lembrar que desde 2008 já foram inauguradas três fábricas da Siemens, todas localizadas em Jundiaí (SP): uma de capacitores de alta tensão, outra de inversores de frequência e a terceira voltada para a produção de reguladores de tensão. A empresa também instalou

na cidade a primeira balanceadora de alta velocidade para testes de rotores na América Latina e, em Cabreúva (SP), um centro de modernização e montagem de trens. Para Adilson Primo, a Copa do Mundo FIFA - 2014 e os Jogos Olímpicos - 2016 representam grandes oportunidades de crescimento e renovação da estrutura para os setores de distribuição de energia, transportes e comunicação, entre muitos outros. Contudo, o presidente acredita que a implantação dos projetos que irão atender a demanda deste período deve ser agilizada. “Um dos maiores gaps do País é a infraestrutura; mas, enquanto alguns enxergam nisso um entrave para o crescimento, nós vemos uma oportunidade de negócios. Apesar de toda burocracia, tributação e rigidez, nós acreditamos que 2011 será um ano excelente” finaliza Primo. Fernando Sacco Jornalista

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ideias e pensamentos

Livros de

ouvir e clicar Audiolivros e e-books são formatos alternativos para leitura de clássicos da literatura e têm conquistado um público crescente

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uitos daqueles que folheiam com gosto as páginas de um clássico da literatura ou que sentem prazer em acomodar-se em uma poltrona para desfrutar de um bom livro ainda podem sentir certa resistência quando se deparam com tecnologias alternativas de leitura, como os audiolivros ou os e-books (abreviação de electronic books). No entanto, estes formatos têm ganhado mais espaço no mercado editorial na última década e conquistado um público específico. Segundo estimativas da Distribuidora de Livros Digitais (DLD), grupo que reúne sete editoras brasileiras, nos próximos anos cerca de 6,3 milhões de livros deverão estar

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Cerca de 6,3 milhões de livros deverão estar disponíveis em formato digital no mercado brasileiro nos próximos anos

Divulgação Editora Universidade Falada

disponíveis em formato digital no mercado brasileiro. No mercado de audiolivros, o cenário é semelhante. Claudio Wulkan, fundador e diretor da Editora Universidade Falada – empresa que publica conteúdos literários em áudio – afirma que nos últimos quatro anos o crescimento do mercado têm sido significativo.

Claudio Wulkan, da Editora Universidade Falada: “Começamos com o objetivo de difundir a cultura por preços simbólicos e hoje já temos aproximadamente 350 produtos disponíveis”

“Nossas vendas têm aumentado a cada mês e acredito que isso tenha ocorrido porque as pessoas começaram a entender pouco a pouco o que é exatamente este formato”, analisa Wulkan.

Alternativo, não substituto Gino Murta, diretor de Planejamento da Editora Autêntica – empresa que também publica obras literárias para iPod, iPad e iTouch –, considera que estes formatos de livros são complementares aos livros impressos. “Estas tecnologias estão sendo mais difundidas ultimamente, principalmente os e-books, mas acredito que sejam apenas diferentes formas de disseminar o mesmo conhecimento, ou seja, apenas outros canais pelo qual estes produtos também podem ser consumidos”, opina Murta. Para o diretor de Planejamento, o avanço destas tecnologias pode ser comparado ao processo pelo qual a

indústria do cinema passou quando os videocassetes, e posteriormente os DVDs, colaboraram para a disseminação dos filmes. “Mesmo com estes novos suportes as pessoas não deixaram de ir ao cinema, já que a experiência é diferente entre assistir os filmes em casa e no cinema”, compara Murta.

Livro falado Para as pessoas que têm uma rotina intensa de atividades, muitas vezes fica difícil encontrar tempo para apreciar uma boa leitura impressa. Nos anos 1990, Wulkan, fundador da Editora Universidade Falada, enfrentava esta mesma dificuldade. Trabalhava como médico dermatologista e ainda buscava tempo para se dedicar à família, e o resultado era que restava pouco tempo para estudar assuntos que lhe interessavam como astronomia, filosofia e mitologia. Para possibilitar este estudo, Wulkan recorreu aos audiolivros durante os intervalos das consultas.

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ideias e pensamentos

Divulgação Editora M. Books

Mas foi só em 2006 que o médico decidiu transformar seu hobby em profissão. Montou um estúdio profissional e trouxe locutores e professores para gravar livros em formato de áudio. “Começamos este projeto com o objetivo de difundir a cultura por preços simbólicos e hoje já temos aproximadamente 350 produtos disponíveis no Portal da Universidade Falada”, comemora. Wulkan reuniu diversas empresas que produziam audiolivros e disponibilizou as obras, em formato de CD e em MP3, para serem comercializadas. O diretor da editora ressalta que os audiolivros são uma boa solução para pessoas que não encontram tempo para ler o livro impresso e assim podem ouvir as histórias enquanto realizam outras atividades. “Os usuários podem usufruir desta tecnologia enquanto praticam esportes ou no caminho para o trabalho e principalmente no carro, tempo que

Obras seguras na Internet Uma das questões essenciais ao se tratar de livros digitais são os direitos autorais. Todos os livros que são comercializados em sites de venda de ebooks devem ser protegidos pelas leis dos direitos autorais, que dão o devido crédito ao autor da obra e à editora responsável por sua publicação impressa. Essa proteção evita que os livros sejam alterados, plagiados ou comercializados sem a autorização necessária. No entanto, a pirataria deste tipo de produto é muito comum e pode acabar dificultando o desenvolvimento do mercado. Ednei Procópio, Coordenador Geral do Cadastro Nacional de Livro e editor especialista em livros digitais, afirma que esta é uma questão que ainda deve ser resolvida no mercado editorial. “Acredito que a tendência para os livros digitais no futuro é uma solução mista: enquanto algumas obras serão disponibilizadas sem custo e sem segurança, outras podem apresentar restrições e serem disponibilizadas a partir de um pagamento”, prevê o coordenador.

pode ser bem aproveitado com um audiolivro”, sugere. Mas não é apenas como atividade paralela que os audiolivros podem ser utilizados. Para aqueles que não têm a possibilidade de ler um livro impresso, este formato pode ser uma solução. A Fundação Dorina Nowill para Cegos, entidade que se dedica à inclusão social das pessoas com deficiência visual, disponibiliza gratuitamente ao público obras de sua Biblioteca Circulante do Livro Falado, que conta com mais de 860 títulos. O acervo dispõe de opções variadas como as revistas Veja e Cláudia, clássicos da literatura brasileira e até best-sellers internacionais.

Digitalizando a cultura Milton Assumpção, da M. Books: "No caso dos livros digitais, é preciso conseguir licença dos autores e arcar com custos relacionados aos direitos autorais"

36 O Mundo da Usinagem

Para Murta, da Editora Autêntica, os e-books não são apenas formatos práticos, mas apresentam em termos de tecnologia possibilidades inovadoras de leitura. “Principalmente para publicações técnicas, como para en-

genheiros, médicos ou advogados, os livros digitalizados tornam a busca de um determinado termo mais ágil, pois possuem mecanismos que facilitam este processo”, justifica o diretor. Além de sua propriedade enciclopédica, os e-books possibilitam uma leitura mais dinâmica também nas publicações destinadas ao público infantil. “Estamos preparando histórias em quadrinhos para o ePub, que oferece a possibilidade de aumentar o tamanho dos quadros e movimentálos de acordo com a leitura”, adianta o diretor de Planejamento da Editora Autêntica. O formato ePub é um arquivo digital utilizado para leituras de livros e periódicos em dispositivos móveis como smartphones, PDAs, tablets, computadores ultraportáteis e leitores digitais como Kindle, Nook, Sony Reader, entre outros. Milton Assumpção, fundador e diretor executivo da M.Books, indica que os formatos digitais não



ideias e pensamentos exigem investimentos muito altos, por isso são mais viáveis em termos de produção. “Para este suporte, é preciso conseguir licença dos autores, caso necessário, e arcar com custos relacionados aos direitos autorais”, explica Assumpção.

Estes meios alternativos para leitura apresentam algumas particularidades quanto ao público que atingem. Ednei Procópio, Coordenador Geral do Cadastro Nacional de Livros e autor do livro O Livro na Era Digital, aponta que o maior número de leitores de livros impressos e de livros digitais estão localizados nas regiões Sul e Sudeste do País, entre as classes A e B; mas que, mesmo assim, têm perfis diferentes.

Divulgação Giz Editorial

Outros leitores

Ednei Procópio, autor do livro "O Livro na Era Digital": "Base instalada de suportes para os livros digitais ainda não é favorável no Brasil" “Geralmente, os leitores de e-books são internautas e têm um perfil específico; são pessoas que preferem o meio digital ao formato impresso”, observa Procópio, que também é

Para “ler” ouvindo ou clicando Confira os sites que disponibilizam versões digitais e de audiolivros para que você também possa aproveitar as tecnologias alternativas de leitura, seja no carro, enquanto pratica esportes ou espera na fila do banco.  www.universidadefalada.com.br – O portal disponibiliza atualmente cerca de 350 audiolivros entre CDs e livros em formato MP3. Os produtos mais vendidos são livros de mitologia, filosofia e a série de Sherlock Holmes  www.meuebook.com.br – Portal lançado em parceria com a Universidade Falada que tem como objetivo difundir a cultura pelo Brasil, na forma de e-books. As obras neste portal podem ser gratuitas (de domínio público ou não) ou pagas (pertencentes a editoras nacionais)  www.autenticaeditora.com.br/livros_digitais – Editora disponibiliza livros que estão esgotados em formato impresso e que podem ser acessados na versão digital gratuitamente. Além disso, também oferece livros infantis neste formato  www.brasiliana.usp.br – Portal mantém cerca de 3.000 volumes, incluindo obras raras. Digitaliza algumas das obras cedidas pela família Mindlin à Universidade de São Paulo (USP)  www.dominiopublico.gov.br – Biblioteca digital do Ministério da Educação que dispõe obras de domínio público da língua portuguesa nos formatos de texto digitalizado, som, vídeo e imagem

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leitor assíduo de e-books. O editor enfatiza que, apesar de a tecnologia ter apresentado crescimento, a base instalada de suportes para os livros digitais ainda não apresenta uma situação favorável. “Hoje, no Brasil, a maior base instalada é a de celulares, e depois a de computadores”, relata. “No entanto, a tela do celular é muito pequena para a leitura de livros e os computadores são muito pesados. Os smartphones, que têm a tela um pouco maior e facilitam a leitura, representam atualmente apenas 3% do total de celulares no Brasil”, informa Procópio. Segundo o editor, outra opção seriam os tablets, suporte que no momento tem base instalada muito pequena no País. “Temos ainda um longo caminho pela frente para que esta tecnologia possa ser difundida”, opina Procópio. Thaís Tüchumantel Jornalista Veja mais maisinformações informaçõesem: em: www.omundodausinagem.com.br



nossa parcela de responsabilidade

Ousadia para

T

odo início de ano, todos nós temos a esperança da prosperidade que o novo período pode nos trazer. Mas, de fato, podemos esperar por um ano melhor? O “próspero ano novo” sem dúvidas virá, mas devemos ter em mente que tornar este novo ano próspero depende da forma e da velocidade com que nos transformamos para nos adaptar a ele. Isto é válido tanto para a nossa vida pessoal quanto para a profissional, e também para as empresas. A prosperidade vai depender única e exclusivamente da forma com que nos propomos a crescer. Sim, pois crescimento é a condição essencial para a perenidade das nossas instituições. Se deixarmos de crescer, seremos sufocados pela sociedade, pelo mercado, pelo mundo que segue em constante desenvolvimento. Neste contexto, o fator que vai nos diferenciar dos nossos concor-

40 O Mundo da Usinagem

rentes será a velocidade com que crescemos e a nossa predisposição para mudar. Isso quer dizer que, se quisermos crescer de forma mais rápida, precisamos mudar alguns processos dentro de nossas empresas. Temos que deixar a zona de conforto e sermos mais ágeis – esse princípio vale tanto para os profissionais quanto para as organizações. O próspero ano novo virá para as pessoas empreendedoras e que estimulam este empreendedorismo; para aqueles que sabem delegar decisões junto aos profissionais com que trabalham e aos seus subordinados; para aqueles que ousam assumir os riscos e expandir as suas bases de atuação. As empresas estão cada vez mais globais e as fronteiras estão desaparecendo. Portanto, nós também precisamos nos tornar mais globais e aprender a trabalhar de forma global, desenvolvendo nossas capacidades de comunicação

Fernando Favoretto

criar o novo e de adaptação às outras culturas. Não podemos mais ser vistos como organização ou como profissionais de um único país. Vale lembrar que, atualmente, o nosso principal concorrente não é mais o nosso vizinho, nem a empresa do outro bairro. O nosso principal concorrente é simplesmente o mundo todo e, dessa forma, precisamos investir tempo e recursos no nosso desenvolvimento, bem como no desenvolvimento de novas soluções, produtos e serviços que estejam cada vez mais adequados às necessidades de um mercado que se torna cada vez mais global. Por isso, prepare-se mais, ouse mais, assuma mais riscos, mude e, enfim, tenha “um próspero ano novo”.

Fernando Garcia de Oliveira Gerente de Marketing e Treinamento Sandvik Coromant do Brasil



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Adilson Primo (Siemens): 0800-119484 Aldeci Santos (Sandvik Coromant): (11) 5696-5594 Carlos Martins (SINAFER): (11) 3251-5411 Claudio Wulkan (Editora Universidade Falada): (11) 3884-1043 Ednei Procópio (Cadastro Nacional de Livros): (11) 3333-3059 Fábio Machado Ávila (Prensas Schuler): (11) 4075-8599 Fernando Bacellar (AES Eletropaulo): 0800-7272-120 Geraldo Cota (Tungsfer): (31) 3825-3637 Gino Murta (Editora Autêntica): (11) 3034-4468 José Starosta (ABESCO): (11) 3549- 4525 Leonardo Augusto de O. Martins (Usiminas): (31) 3829-3484 Marcos Alexsandro Reis (Usiminas): (31) 3829-2826 Milton Assumpção (M.Books): (11) 3645-0409 Newton Duarte (Siemens): 0800-119484 Paulo Barreto (ABRASIP): (11) 4112-5773

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