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Publicação da Sandvik Coromant do Brasil
issn 1518-6091 rg bn 217-147
política industrial Entidades do setor reivindicam mudanças estruturais materiais compósitos Novas técnicas para a usinagem perfeita
FEIMAFE 2011
Economia estável reacende otimismo de expositores
sxc.hu
pAra começar...
Por Lavoisier soubemos que ‘na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma’ . E assim é, para que se possam cumprir distintos papéis ao longo de cada etapa desta eterna reciclagem física, química e biológica à qual todo o universo se submete. No entanto, de tudo que passa fica a lembrança e a saudade. Principalmente nas mentes daqueles que tiveram o privilégio de conviver com a beleza de quem cumpriu honrosamente o seu papel, fixando na memória de todos que o amaram seu inconfundível perfume. À Arnaldo Pereira da Silva, um dos grandes conhecedores do mundo da usinagem
O Mundo da Usinagem
78 Índice
Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISSN 1518-6091 RG. BN 217-147
Edição 06/ 2011
03 para começar... 04 ÍNDICE / Expediente
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Roberto Silva
0 6 de olho no mercado i: representantes do setor metalmecânico questionam política industrial 12 de olho no mercado ii: lançamentos e novas tecnologias SÃO DESTAQUE NA feimafe 2011 24 evolução: estande temático retrata SETE décadas de desenvolvimento das máquinas-ferramenta
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30 tendências e oportunidades: cresce a utilização de materiais compósitos no setor aeroespacial 40 Iinteressante saber: ESCOTEIROS E BANDEIRANTES DEFENDEM PRESERVAÇÃO DA NATUREZA Há MAIS DE 100 ANOS 44 NOSSA PARCELA DE RESPONSABILIDADE
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Divulgação Federação dos Bandeirantes
46 anunciantes / distribuidores / fale com eles
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O Mundo da Usinagem
O MUNDO DA USINAGEM é uma publicação da Sandvik Coromant do Brasil, com circulação de doze edições ao ano e distribuição gratuita para 15.000 leitores qualificados. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP. Conselho editorial: Aldeci Santos, Ancelmo Diniz, Aryoldo Machado, Edson Truszco, Edson Bernini, Eduardo Debone, Fernando de Oliveira, Francisco Marcondes, Heloisa Giraldes, Nivaldo Braz, Nivaldo Coppini, Nixon Malveira e Vera Natale. Editor-chefe: Francisco Marcondes Coordenação editorial, redação, edição de arte, produção gráfica e revisão: Equipe House Press Propaganda (Décio Colasanti, Sula Zaleski e Ronaldo Monfredo). Jornalista responsável: Francisco Marcondes - MTB 56.136/SP Propaganda: Gerente de contas - Thaís Viceconti / Tel: (11) 2335-7558 Cel: (11) 9909-8808 Projeto gráfico: House Press Impressão: Company
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Fotos: Divulgação AB Sandvik Coromant
Divulgação Reed Alcantara Machado
De olho no mercado I
É preciso
mudar logo
Na 13ª FEIMAFE, empresários e representantes de associações debateram sobre os rumos da produção nacional e das importações no setor metalmecânico
N
a busca por uma posição mais competitiva no mercado, fabricantes e distribuidores nacionais do segmento de máquinasferramenta têm feito a sua parte. Os altos investimentos em tecnologia e inovações, que marcaram a participação dessas empresas na 13ª Feira Internacional de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura (FEIMAFE) e na 11ª Feira Internacional do Controle da Qualidade (QUALIDADE), realizadas no Pavilhão
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de Exposições do Anhembi de 23 a 28 de maio deste ano, deixam claro os esforços do setor para driblar a concorrência internacional e manter o crescimento. Dinamizar a indústria nacional foi uma das necessidades apontadas durante a coletiva de imprensa, que reuniu empresários e representantes de associações do setor. De acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o segmento de má-
quinas-ferramenta fechou 2010 com um faturamento bruto 6,6% superior ao de 2009, totalizando R$ 1,5 bilhão. Já para 2011, a expectativa é que o consumo de máquinas-ferramenta atinja alta de 6%, desde que o Produto Interno Bruto (PIB) previsto de 3,5% seja alcançado. Apesar do crescimento alcançado e previsto, o grande problema é que o nível de exportações realizadas pelo setor de máquinas e equipamentos no País ainda
País, e também aos importadores de máquinas-ferramenta, é a importação de peças manufaturadas e de bens de consumo: “Este posicionamento que as empresas instaladas no Brasil estão tomando, inclusive as multinacionais, é um dos fatores que contribuem para a desindustrialização no País, e significa menos investimentos tanto em maquinário nacional quanto em importado”. O que também tem preocupado os representantes do setor é o fato de as commodities representarem o maior volume das exportações brasileiras. “É fundamental que o Brasil aumente as exportações de produtos do setor metalmecânico, porque é isso que dá força e base tecnológica a um País”, reflete Alfredo Ferrari, diretor de Vendas da Ergomat, vice-presidente da CSMF da Abimaq e coordenador da comissão organizadora da FEIMAFE. “Se continuarmos assim, o Brasil ficará muito distante de se tornar uma potência industrial e econômica”, completa. Divulgação Reed Alcantara Machado
é muito inferior ao de impor tações. Nos primeiros quatro meses desse ano, segundo informações do depar tamento de Economia e Estatística da Abimaq, o déficit comercial do setor de máquinas e equipamentos atingiu recorde de US$ 5,5 bilhões – o que representa um aumento de 33,3% em relação ao mesmo período de 2010, quando esse saldo negativo era de US$ 4,1 bilhões. “Em consequência de a taxa cambial estar favorável aos equipamentos importados, a tendência da balança comercial do setor é continuar deficitária”, explica André Luis Romi, gerente de Relações Institucionais da Romi e presidente da Câmara Setorial de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura (CSMF) da Abimaq. Ennio Crispino, presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (Abimei), indica que outra prática prejudicial aos fabricantes do
Representantes do setor e comissão organizadora do evento apontaram desafios da indústria metalmecânica durante coletiva de imprensa
Alfredo Ferrari, da Ergomat e da CSMF: “Produtos do setor metalmecânico dão força e base tecnológica a um País” Competitividade ameaçada Para atenuar os efeitos da crise econômica mundial – iniciada em 2008 nos Estados Unidos –, empresas estrangeiras adotaram a internacionalização como uma estratégia de recuperação; e o Brasil é um dos países que passaram a receber grande parte desses investimentos. Contudo, não é somente a maior oferta de máquinas e produtos estrangeiros no mercado brasileiro que tem causado a alta na importação e a queda na venda dos equipamentos nacionais. Devido à valorização do real frente ao dólar, como citou André Luis Romi, da CSMF, os produtos importados passaram a oferecer preços mais atraentes do que os brasileiros, o que causa a perda de competitividade nacional. “Não há país que aguente isso, não há indústria que consiga ser competitiva contra esse ‘derrame’ de importação que está ocorrendo no Brasil em todos os setores e, principalmente, no de máquinas-ferramenta”, argumenta Milton Rezende, presidente do Sindicato da Indústria de Artefatos de Ferro, Metais e Ferramentas em geral no Estado de São Paulo (Sinafer). O presidente do Sinafer sinaliza que, com o dólar nesse nível, não é possível competir de forma igualitária
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Revisão cambial, isonomia fiscal com empresas internacionais e reavaliação de impostos são reivindicações do setor com empresas norte-americanas, europeias ou japonesas. “Fabricantes estrangeiros estão importando equipamentos de 25% a 30% mais baratos do que os produzidos no Brasil”, conclui. Além de afetar as vendas no mercado interno, o câmbio valorizado também prejudica as empresas que desejam exportar. “Desvalorizado como está, o dólar afeta de forma significativa todas as empresas que, direta ou indiretamente, dependem da exportação”, observa Crispino, da
Abimei. “Se o câmbio estivesse em um patamar superior, em torno de R$ 2, mais empresas estariam investindo em bens de capital, tanto nacionais quanto importados”, completa. Outro fator que está por trás dessa diferença de preços entre as mercadorias nacionais e estrangeiras é o chamado custo Brasil (saiba mais no conteúdo online desta edição). Para Hermes Alberto Lago Filho, diretor do departamento de Comercialização de Máquinas da Romi, as variáveis envolvidas no custo Brasil causam à indústria nacional perda de produtividade e de poder competitivo. “A Abimaq realizou uma sondagem que aponta que os custos direta e indiretamente envolvidos no processo produtivo brasileiro são 40% mais altos do que na Europa,
Menos impostos Como resposta às reivindicações do setor metalmecânico, o governo aprovou na primeira semana de junho quatro medidas que desoneram a compra de máquinas e de equipamentos. Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, em reportagem publicada no dia 8 de junho de 2011, as iniciativas fazem parte de um programa federal chamado provisoriamente de Política de Desenvolvimento da Competitividade (PDC) – um pacote composto por 52 medidas, das quais essas quatro serão as primeiras a sair do papel. Além de aumentar a competitividade nacional, a nova política industrial também visa estimular a inovação, além de proteger e incentivar a indústria. A primeira medida acelera a depreciação das máquinas, reduzindo o período exigido de cinco anos para 12 meses, o que diminui o imposto de renda da empresa. A segunda dispõe sobre a recuperação imediata dos PIS/Cofins pagos na compra de máquinas, o que antes levava 12 meses. Outra iniciativa zera o IPI pago na aquisição de bens de capital. A medida, que já valia para o setor de máquinas, passa a englobar outros equipamentos utilizados pelas empresas. Já a quarta iniciativa cria um mecanismo denominado “drawback investimento” que permite aos fabricantes de máquinas a compra de insumos sem que tenham de pagar PIS/Cofins (confira a reportagem na íntegra em www.omundodausinagem.com.br).
O Mundo da Usinagem
Divulgação Sinafer
De olho no mercado I
Milton Rezende, do Sinafer: "Não há indústria que consiga se manter competitiva contra esse 'derrame' de importação" o que sem dúvida é um desafio para a nossa indústria”, opina Lago Filho. Para o diretor da Romi é preciso haver uma mudança estrutural, incluindo reformas na questão tributária.
Efeitos em cascata
Em meio aos problemas que têm sido gerados por esses ‘gargalos’ na economia nacional e especificamente no setor de máquinas-ferramenta, Milton Rezende, do Sinafer, adverte que se o cenário continuar o mesmo a tendência é que as indústrias nacionais deixem de produzir para somente importar máquinas e ferramentas. Com isso, haverá a necessidade imediata de reduzir a equipe de colaboradores para que os fabricantes se adaptem às menores demandas: “Nos últimos anos, vários fabricantes de ferramentas que contavam com cerca de 900 colaboradores reduziram o quadro para 300 e correm o risco de futuramente se resumirem a centros de distribuição”. Ou seja, neste caso
De olho no mercado I
André Luis Romi, da CSMF: "Tendência da balança comercial do setor é continuar deficitária" só conseguiriam manter sua marca no mercado às custas da importação. De acordo com dados divulgados pelo Sinafer, em 2008 a indústria de ferramentas empregava no Brasil 282 mil trabalhadores, enquanto em 2010 esse número caiu para 265 mil, o que corresponde a uma diminuição de 6%. O ritmo de produção do setor também está menor, fator diretamente relacionado ao aumento das importações. No primeiro trimestre de 2011 houve queda de 8,4% na produção em relação ao mesmo período de 2010. Já em uma comparação entre os meses de janeiro a março de 2011 com igual período de 2007, em um cenário pré-crise, a defasagem observada é ainda mais expressiva: 23%. Ao mesmo tempo, o índice das importações de ferramentas observado entre os três primeiros meses de 2010 e de 2011 indicam um crescimento de 57%, subindo de US$ 225,5 milhões para US$ 353,8 milhões.
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Para contornar o déficit e aumentar as vendas do segmento metalmecânico nos mercados interno e externo, ampliando deste modo a competitividade do País, empresários e representantes de associações defendem alterações imediatas na política industrial brasileira. Revisão cambial, isonomia fiscal em relação às empresas internacionais do mesmo setor e reavaliação de impostos que incidem sobre a cadeia produtiva são as principais reivindicações das entidades do setor metalmecânico. “Estamos lutando para que o governo preste atenção na taxa de juros extorsiva, no dólar desatualizado e na política industrial como um todo”, destaca o presidente do Sinafer. Crispino, da Abimei, também é favorável a mudanças políticas que incentivem investimentos em bens de capital, sejam eles nacionais ou importados. “Se uma política industrial contínua não for colocada em prática, cada vez mais estaremos nos queixando da desindustrialização”, justifica.
Próximos desafios Além de promover o debate entre importantes personalidades do setor metalmecânico, a última edição da FEIMAFE – que recebeu mais de 70 mil visitantes – também proporcionou às empresas expositoras a prospecção de novos clientes, a criação de novas parcerias e o fechamento de negócios. Estes resultados positivos apontam o potencial e a disposição dos fabricantes do setor para modificar o cenário atual e ampliar a competitividade das indústrias nacionais.
Divulgação Abimei
Divulgação ROMI
A favor de mudanças
Para Ennio Crispino, da Abimei, uma política industrial firme deve ser colocada em prática No artigo “Por uma indústria mais competitiva”, publicado na edição 75 da Revista O Mundo da Usinagem, Cláudio Camacho, diretor da Sandvik Coromant do Brasil, destaca que a maior parcela de responsabilidade para que a indústria brasileira ganhe competitividade está justamente no âmbito governamental, mais precisamente no custo Brasil e na necessidade de se fazer a revisão cambial. A outra parcela cabe às empresas no sentido de ajudarem a mudar esse cenário. “Temos um potencial enorme para minimizar este efeito destruidor, e isso será possível por meio de ações que aumentem a produtividade e, por conseguinte, a competitividade”, opina Camacho. “Estas ações só dependem do empenho e da determinação dos executivos e dos colaboradores de nossas empresas”, finaliza. Anna Ligia Machado Jornalista Veja mais maisinformações informaçõesem: em: www.omundodausinagem.com.br
Divulgação Reed Alcantara Machado
De olho no mercado II
Palco tecnológico para a nova usinagem
Em sua 13a edição, FEIMAFE 2011 apresentou ao público as mais recentes tendências do setor
A
lta tecnologia e prospecção de novos clientes. Nesta última edição da Feira Internacional de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura (FEIMAFE), mais de 1.300 empresas do setor expuseram suas novidades ao mercado. Considerada a mais importante feira do setor metalmecânico na América Latina, a FEIMAFE foi realizada entre os dias 23 e 28 de maio no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, juntamente à 11ª edição da
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Feira Internacional do Controle da Qualidade (QUALIDADE). Durante os seis dias do evento, fabricantes nacionais apresentaram inovações e discutiram os principais desafios por eles enfrentados para ganhar competitividade. Muitas empresas apontaram o custo Brasil como um dos principais fatores que dificultam a fabricação de equipamentos no País. “Enfrentar uma taxa de câmbio desfavorável e cargas tributárias elevadas é hoje o principal desafio de um
fabricante nacional”, avalia Augusto Mestre, diretor comercial da Heller – fabricante alemã de centros de usinagem que atua no mercado brasileiro desde 1974 (veja mais informações sobre o setor metalmecânico na seção De Olho no Mercado I). Em contrapartida, fabricantes internacionais e importadores de equipamentos destacaram a importância de trazer alta tecnologia de outros países para contribuir para o desenvolvimento nacional. Outros
Participar faz a diferença Apesar de possuírem posicionamentos distintos, as empresas concordam em relação à relevância de participar de um evento como a FEIMAFE. “Apresentar os lançamentos, divulgar a marca e efetivar negócios são três quesitos fundamentais para todos os expositores”, indica Alfredo Ferrari, diretor de Vendas da Ergomat – fabricante de tornos automáticos –, coordenador da co-
Fotos: Roberto Silva
apostaram ainda em um mix de produtos nacionais e internacionais. “A Deb’Maq oferece estes dois tipos de soluções e isso nos permite manter a competitividade no mercado”, explica Mauro Trevisan, gerente de Marketing da empresa que comercializa máquinas, peças e produtos para o setor metalmecânico.
Heller lançou família de centros de usinagem horizontal MC, composta por três modelos – MC 2000 (na foto), MC 4000 e MC 5000 missão organizadora da FEIMAFE e vice-presidente da Câmara Setorial de Máquinas-ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura (CSMF). “A Ergomat participa e colabora com a equipe de organização em todas as edições da FEIMAFE, e sempre obtém resultados excelentes”, completa.
Danilo Antonelli, gerente de Produto da DMG Brasil, ressalta a importância do Brasil no mercado internacional. “Atualmente, o País desponta como um dos principais consumidores de máquinas-ferramenta do mundo, posicionando-se à frente de muitos países desenvolvidos”, argumenta. Em consequência desta atratividade, a FEIMAFE tem recebido visitantes de todo o mundo. “Recebemos no estande muitos estrangeiros que vêm estudar novas estratégias de investimento local”, informa Marcos Bastos, presidente da Mitsui Motion – representante de fabricantes japoneses de máquinas e acessórios: Mori Seiki, Fanuc, Mitsubishi e Nikken.
Metas em foco
DMU 65 monoBLOCK, da DMG, realiza processos com auxílio de réguas ópticas, o que garante a alta precisão da usinagem
Segundo informações da organização do evento, participar da FEIMAFE é uma forma de as empresas ampliarem seus negócios em três aspectos: aumento de vendas, difusão da marca e fidelização de clientes. Para a Sandvik Coromant – líder mundial em ferramentas de corte e sistemas de fixação para a indústria
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Fotos: Roberto Silva
De olho no mercado II
Sandvik Coromant apresentou soluções com foco no mercado, na indústria e na produtividade
metalmecânica –, a prospecção de novos clientes é um dos principais benefícios trazidos por este evento. “Durante a FEIMAFE, além de novas tecnologias, como a inovadora linha de produtos para fresamento de dentes de engrenagem, que promove a otimização produtiva nos processos de usinagem, apresentamos aos atuais e futuros clientes principalmente propostas com foco no aumento da produtividade”, explica Fernando de Oliveira, gerente de Marketing e Treinamento Técnico da Sandvik Coromant do Brasil. “Assim, eles estarão melhor preparados para enfrentar os crescentes desafios da concorrência global”. Dácio Quibao, do Departamento de Vendas de Máquinas Laser & Marketing da Mazak Sulamericana – outro fornecedor de máquinas-ferramenta para o mercado brasileiro –, ressalta que é fundamental difundir e reforçar a marca. “A feira é sempre uma oportunidade de receber em
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nossa casa, representada pelo estande, parceiros que no dia-a-dia não temos a chance de conhecer”, conta. “Nossos clientes também têm a possibilidade de conhecer a nossa equipe de colaboradores”, acentua. Já para a Okuma – fabricante de máquinas-ferramenta –, o foco nesta última edição da feira esteve voltado para a venda de máquinas. “A FEIMAFE permite um aumento bastante interessante em nossos resultados de vendas”, aponta Alcino Bastos, presidente da empresa. “Muitos negócios são firmados durante o
Máquina multitarefa INTEGREX J foi um dos três lançamentos da Mazak
Okuma apresentou centro de usinagem vertical da série Genos
De olho no mercado II evento; somente nos dois primeiros dias de feira já havíamos vendido cinco máquinas”, comemora.
Segundo os expositores, fechar contratos em feiras de negócios é uma característica própria da cultura brasileira. “No Brasil, isto é uma tradição”, conta Ferrari. “O cliente vai até o estande, esclarece dúvidas, conversa e parece ter uma satisfação maior em fechar a compra”, justifica. Hermes Lago Filho, diretor de Comercialização de Máquinas da Romi – fabricante nacional de máquinas-ferramenta –, também comenta sobre esta singularidade dos clientes brasileiros. “Nas feiras internacionais, a participação das empresas tem um prod_nacional 202x133.pdf 1 4/11/2010 10:11:13 caráter mais institucional, diferente-
Roberto Silva
À moda brasileira
Centro de usinagem vertical de coluna móvel ROMI DCM 3000 foi um dos lançamentos deste fabricante na 13ª edição da FEIMAFE mente do que ocorre no Brasil, onde os clientes costumam comprar as máquinas expostas”, compara.
Palco de lançamentos Aproveitando esta particularidade das compras industriais no mercado brasileiro, a FEIMAFE é o palco ideal
para o lançamento de novos produtos e serviços. Praticamente todas as empresas expositoras reservaram algum lançamento para a ocasião. Segundo pesquisas feitas pela organização do evento, os tornos CNC e os centros de usinagem estão entre os produtos mais procurados.
Entre os nove lançamentos que a Romi preparou para a FEIMAFE 2011, destacaram-se as novidades da linha Romi GL – projetada para operar em ambientes de média e alta produção, com torque elevado e alta precisão dimensional; e o centro de usinagem vertical de coluna móvel ROMI DCM 3000, uma máquina flexível e de alta produtividade indicada para a usinagem de componentes destinados aos mercados aeroespacial e ferroviário, além de peças para estruturas e equipamentos de grande porte. “Temos a meta de que 40% dos produtos vendidos ao longo do ano deverão ter sido desenvolvidos há, no máximo, três anos”, conta Lago. “Essa prática garante um índice razoável de renovação TX611 C-4_202x133.pdf 1 2/5/2011 15:21:22 de produtos”.
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De olho no mercado II
Sistema pneumodráulico lançado pela Deb'Maq alcança mesma pressão que sistema hidráulico com a vantagem de utilizar menos óleo A DMG destacou o lançamento de seu centro de usinagem vertical de cinco eixos, o DMU 65 monoBLOCK. “Este conceito monobloco assegura a alta rigidez durante a usinagem, e o auxílio de réguas ópticas garantem a alta precisão do
processo”, assegura Antonelli. “Por este motivo, esta máquina-ferramenta é ideal para usinar peças de alta complexidade”, avalia. Também apostando na estrutura tipo monobloco, a Ergomat apresentou na feira o torno automático
Fotos: Roberto Silva
De olho no mercado II
Torno universal CNC TND 200 é solução para usinar peças complexas. No detalhe, 'conexão flangeada' usinada durante a feira universal CNC TND 200, dotado de ferramentas acionadas. “Esta é uma máquina de alta tecnologia desenvolvida para processos de usinagem que geram uma grande quantidade de cavacos”, assinala Ferrari. “Ela atende aos principais segmentos da indústria metalmecânica, como o automotivo, de autopeças, aeroespacial e de telecomunicações”, detalha.
Presença asiática Selecionar os produtos que serão expostos é uma tarefa que deve ser muito bem planejada. A Mazak, por exemplo, sabe bem o cuidado necessário na hora de escolher os produtos que estarão em destaque. Para esta FEIMAFE, a empresa decidiu expor três lançamentos: a máquina multitarefa INTEGREX J, a
ROBOCUT Série iE de eletroerosão a fio 5 eixos, da Fanuc, foi um dos principais lançamentos da Mitsui Motion
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Vertical Center Smart (VCS) e a Quickturn Smart M com ferramenta acionada. “A linha de máquinas Smart é inovadora no mercado por utilizar guias lineares com roletes ao invés de esferas”, informa Quibao. “Isto confere maior robustez e velocidade às máquinas”, justifica. Em relação à INTEGREX J, Quibao acredita que ela será, em pouco tempo, uma máquina de entrada para todas as empresas que realizam processos de usinagem, devido à sua flexibilidade, acessibilidade e facilidade de operação. Por sua vez, a Okuma apresentou os centros de usinagem horizontal MB 5000H e vertical da série Genos, lançados em novembro no Japão. “Estas máquinas-ferramenta são altamente precisas, velozes e confiáveis”, garante Alcino Bastos. “Elas também são compactas e apresentam alta estabilidade térmica, qualidades que asseguram a usinagem de alta precisão”. Em seu estande, a Mitsui Motion lançou a ROBOCUT Série iE de eletroerosão a fio 5 eixos, da marca Fanuc. “É uma máquina muito veloz e versátil, sem contar que está equipada com o que há de mais moderno em termos de controle numérico”, ressalta Marcos Bastos. Já a Mori Seiki apresentou pela primeira vez as máquinas da Classe X, uma linha de equipamentos bastante abrangente e capaz de atender diversas aplicações. “Algumas alterações foram feitas nos produtos para aumentar sua competitividade no mercado, mas nós mantivemos sua alta qualidade e tecnologia”, garante Bastos.
De olho no mercado II
O crescente índice de automação desponta como a principal tendência do setor metalmecânico, de modo que as máquinas-ferramenta se mostram cada vez mais independentes em relação a seu operador e são capazes de realizar várias operações sucessivas nas peças em curto espaço de tempo. Seguindo esta tendência, a INDEX TRAUB – fabricante de tornos automáticos – apresentou o Torno CNC A200 e o centro de torneamento e retífica C200. Este último incorpora em um único equipamento as tecnologias de torneamento, retífica e fresamento. Dividindo o estande com a INDEX TRAUB estava a também fabricante de máquinas-ferramenta Heller, que lançou mundialmente na FEIMAFE 2011 a família de centros de usinagem horizontal MC (composta por três modelos diferentes, MC 2000, MC 4000 e MC 5000) e a máquina de produção de próteses medicinais e dentárias Zenotec 1. Sobre a parceria entre Heller e INDEX TRAUB, o diretor comercial Augusto Mestre justifica: “Somos vizinhos tanto na Alemanha como no Brasil, e por isso surgiu a ideia dessa cooperação estratégica entre as empresas”, conta. “Como produzimos soluções complementares, resolvemos nos apresentar como uma comunidade de soluções em usinagem”, explica. A Deb’Maq apostou na novidade ao escolher como um de seus destaques o atuador pneumodráulico, lançado pela empresa nacional Nardini em parceria com a empresa suíça Nema Group. “Este novo sistema atinge a mesma pressão oferecida por um sistema hidráulico, mas com
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Parcerias de destaque
Mori Seiki apresentou pela primeira vez as máquinas da Classe X. Na foto: centro de usinagem horizontal NHX 4000
INDEX TRAUB apresentou centro C200, que incorpora tecnologias de torneamento, retífica e fresamento a vantagem de utilizar apenas um ou dois litros de óleo”, comemora Trevisan, gerente de Marketing. Entre os muitos expositores de máquinas e ferramentas, a Sandvik Coromant foi uma das empresas do setor que se destacou nesta edição da FEIMAFE oferecendo soluções para os diferentes segmentos da indústria nacional, como o automotivo, aeroespacial e de energia, entre outros. A empresa também divulgou em seu estande seu plano mundial de reciclagem de pastilhas e ferramentas de metal duro usadas. O serviço, oferecido gratuitamente pela empresa a seus
clientes, garante a destinação correta para o material, reduzindo o impacto destes produtos no meio ambiente. Thais Paiva Jornalista
Mais informações em: www.omundodausinagem.com.br Desenvolvimento simultâneo das máquinas e ferramentas Histórico da FEIMAFE Por que expor? Crescimento da FEIMAFE
Roberto Silva
evolução
Viagem pelo tempo Estande temático da FEIMAFE 2011 retratou sete décadas de desenvolvimento das máquinas-ferramenta e da educação profissional
E
m um ambiente com telhado de treliça e piso de taco de madeira, jovens trajando aventais e quepes escuros dividem-se entre as operações de uma plaina limadora, uma furadeira de bancada, um torno de correia e um torno paralelo – além do trabalho realizado em uma bancada com morsas. A presença de máquinas com funções mais simples e de operações realizadas manualmente, associadas às vestimentas e aos detalhes da mobília antiga, remetem ao passado da usinagem brasileira,
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especificamente às décadas de 1940 e 1950. Essa viagem no tempo é a primeira das três fases retratadas no estande temático da 13ª edição da Feira Internacional de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura (FEIMAFE) e da 11ª edição da Feira Internacional do Controle da Qualidade (QUALIDADE), realizadas de 23 a 28 de maio no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo. Com o tema “1942 > A evolução brasileira das máquinas-ferramenta
e da educação profissional > 2011”, o projeto nasceu da parceria entre a Reeds Exhibitions Alcantara Machado, o Senai-SP e a Câmara Setorial de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). “Quando fomos convidados a participar deste projeto, ”, explica Ricardo Figueiredo Terra, diretor técnico do Senai, “pensamos em dividir a história da educação técnica para a indústria e das máquinas-ferramenta em três
Hiçao Misawa, membro da comissão organizadora da FEIMAFE, o estande temático nasceu da ideia de mostrar a todos, principalmente àqueles que não são especialistas da área, que sem as máquinas-ferramenta não existiria o mundo tecnológico de hoje, com tudo que nos cerca. “Desde um simples lápis até eletrodomésticos, veículos, aparelhos eletrônicos e instrumentos de precisão, submarinos, robôs e espaçonaves; durante o processo de fabricação de qualquer um desses produtos, a utilização das Divulgação Reed Alcantara Machado
grandes períodos, que consideramos os mais marcantes para o setor durante o desenvolvimento no País: de 1942, ano de fundação do Senai-SP, até o ano de 1960; de 1961 a 1985; e de 1986 a 2011, inclusive com algumas visões de futuro”, detalha. Já em sua sexta edição, o estande temático da feira teve início em 2001, com o tema “Máquinas-ferramenta e a sua importância” (acesse o conteúdo online desta reportagem e conheça os temas das edições anteriores desse projeto). De acordo com
Estande temático da FEIMAFE 2011 mostrou a evolução das máquinasferramenta e do ensino profissional desde 1942 até os dias atuais. Acima, Richard Souza da Silva opera torno de correia. Abaixo, Bruno Yuji Otani Ramalho desenha projeto em prancheta com tecnígrafo
máquinas-ferramenta se fez sempre necessária”, justifica Misawa. Neste ano, a proposta do estande foi retratar a história do desenvolvimento da educação profissional oferecida pelo Senai, associada à evolução tecnológica das máquinas-ferramenta. Para recriar as épocas passadas, foram restauradas e reconstruídas máquinas antigas que marcaram cada etapa. A caracterização também foi fiel: as roupas usadas pelos alunos e professores no estande são os uniformes do Senai de cada período abordado. Segundo Misawa, de todo o maquinário exposto, cerca de 90% pertence ao Senai. Já as ferramentas de usinagem que equipam as máquinas foram todas cedidas pela Sandvik Coromant, por meio de uma parceria estabelecida entre a empresa e a comissão organizadora do estande. Uma das condições observadas na escolha das 25 máquinas e equipamentos que integraram o estande foi a de que todos deveriam ser modelos nacionais, regra que só teve como exceção um robô que aparece na terceira etapa da exposição.
Roberto Silva
Etapa de avanços Após a primeira fase histórica, que compreende o período de 1942 a 1960, os visitantes do estande caminham para os anos de 1961 a 1985. Para representar essa etapa, foram expostas uma furadeira de coluna, uma prensa excêntrica, uma eletroerosão, uma máquina de solda, um torno universal e um automático, uma fresadora universal, uma retificadora afiadora, uma prancheta com tecnígrafo e um torno de comando numérico (CN). Fabricada em 1970,
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esta máquina tinha a tecnologia mais avançada em comparação aos demais equipamentos da época. Apresentando máquinas de maior rotação, neste segundo período a indústria brasileira passou a contar também com sistemas automáticos de controle e, consequentemente, de maior precisão. Foi também no final da década de 1970 e no início da década de 1980 que começaram a ser desenvolvidos os primeiros sistemas computadorizados. Segundo Terra, do Senai, ao contrário da primeira fase – marcada pelo foco nos sistemas de produção taylorista e também pela construção de equipamentos que eram concebidos fora do País –, esse segundo período caracterizou-se pela customização da produção nacional e pela formação de profissionais aptos a gerenciar e supervisionar operações de produção. “Nesta época, começamos a passar por grandes processos de tropicalização e customização de produtos e, com isso, nossa engenharia pedagógica teve que desenvolver
Hiçao Misawa, membro da comissão FEIMAFE: “Mostramos que sem as máquinas-ferramenta não existiria o mundo tecnológico de hoje”
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Fotos: Roberto Silva
evolução
Alunos do Senai-SP no estande, Eduardo (à esquerda) e Elton usam os tablets Senai T novas soluções”, conta o diretor. “Foi um período em que o Senai avançou fortemente na oferta de técnicos de nível médio, voltados à média gerência e à supervisão, que começaram a apoiar as áreas de Engenharia na customização de novos produtos aqui no Brasil”.
Presente e futuro Ao seguir adiante, entra-se na etapa que representa os dias atuais, incluindo perspectivas para o futuro. Chamada de “O Estado da Arte 2011”, essa fase expõe o que há de mais moderno no setor e permite traçar uma análise do desenvolvimento tecnológico conquistado com o passar das décadas. O torno de comando numérico computadorizado (CNC) que se vê nessa fase, por exemplo, marca a evolução do torno CN da etapa anterior que, por sua vez, surgiu a partir do desenvolvimento dos sistemas de torno automático, torno universal e torno paralelo. O centro de usinagem também é um passo adiante da fresadora universal, mostrada na segunda fase, que teve como base a plaina limadora exposta no início.
“Nesse estande podemos ver que a interação da tecnologia com o ser humano tem trazido mais precisão e ganhos de produtividade”, analisa o visitante Hiury Cavalcante Martins, responsável pelo Controle de Qualidade da empresa Aço Cearense. Complementam o maquinário e os equipamentos da atualidade uma retificadora plana, uma máquina de medição tridimensional, um robô manipulador de peças, uma estação de programação CAD/CAM e uma mesa de estudos com tablets e lousa interativa. Em fase de implementação, os tablets fazem parte das novidades que o Senai irá utilizar para auxiliar o aprendizado de seus alunos. Chamado Senai T, o software desenvolvido inclui planos de aula, desenhos e planos de fabricação das peças. O dispositivo também permite acesso à internet e consultas ao acervo da biblioteca das escolas Senai. “O tablet está substituindo o desenho na prancheta. Para ver o desenho, basta abrir aqui e ampliá-lo ou alterá-lo”, destaca Eduardo da Silva Bonilho, 16, estudante do curso Técnico em Mecânica do Senai.
evolução
Passando para o cenário da educação técnica dessa fase atual, Terra acredita que, para driblar a carência de profissionais especializados, conhecida como “apagão da mão de obra”, as empresas devem aumentar seu relacionamento com os centros de formação profissional. Com 90 escolas fixas e 70 móveis no Estado de São Paulo, o Senai-SP conta com uma força de trabalho de cerca de nove mil pessoas que, segundo Terra, pode formar profissionais para suprir a demanda do mercado. “Nós temos certeza e convicção de que temos condições, sim, de enfrentar esse desafio e que vamos superá-lo ao lado do setor produtivo, principalmente com o setor de máquinas”, prevê. Aluno de Ferramentaria de corte, dobra e repuxo no Senai-SP, Elton Pegoraro Ramaldes, 16, é uma das pessoas que apresentaram o estande temático aos visitantes da FEIMAFE. Durante os dias da exposição, o estudante, que vive o presente da educação profissional, teve a chance
Ferramentas em evolução Um cabeçote para fresamento originalmente utilizado nas décadas de 1940 e 1950 foi uma das ferramentas cedidas pela Sandvik Coromant para o estande temático deste ano. Sobre os avanços observados entre os instrumentos de usinagem desta época até os atuais, Aldeci Santos, supervisor de Treinamento Técnico da Sandvik Coromant, analisa: “Hoje as ferramentas são muito mais precisas”. Segundo Aldeci, apesar de os cassetes ainda serem usados nos dias atuais, os alojamentos fixos passaram a ser mais usuais. Outra diferença é com relação às pastilhas que, na metade do século 20, eram soldadas ou de aço rápido, e hoje são intercambiáveis de metal duro. Evoluíram também os sistemas de regulagem para ajustar as alturas das pontas das ferramentas de corte. Se antes era necessário trabalhar com parafusos, atualmente o setor conta com sistemas de controles decimais e centesimais que conseguem ajustar as ferramentas com muito mais precisão e com melhores acabamentos. de conhecer um pouco do passado dessa história. “Mostramos o torno que o ex-presidente Lula usou quando foi aluno do Senai”, destaca Elton. “Também vimos máquinas sobre as quais meu pai e meu tio me falavam e que pude observar pela primeira vez em funcionamento”, diz o estudante. Sobre o desenvolvimento mostrado ao longo dessa viagem pelo tempo no
universo da metalmecânica, seu colega Eduardo conclui: “É muito interessante ver até onde o homem pode chegar. Nós não vamos parar por aqui, vamos evoluir cada vez mais e mais”. Anna Ligia Machado Jornalista Veja mais maisinformações informaçõesem: em: www.omundodausinagem.com.br
Roberto Silva
Profissionais qualificados
tendências e oportunidades
Compósito
o componente dos céus Investimentos na produção desses materiais cresce a cada ano, atendendo às necessidades da linha de produção de diferentes indústrias, sobretudo a aeroespacial
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oi a partir da década de 1960 que os compósitos – materiais constituídos por dois ou mais componentes com propriedades físicas e químicas distintas – começaram a ser utilizados na fabricação de peças. Porém, nessa época, alguns setores da indústria ainda impunham restrições quanto ao seu uso. Com
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o passar dos anos e evolução das tecnologias, os materiais compósitos ganharam seu espaço e passaram a ser aplicados na produção de peças estruturais para diferentes segmentos da indústria. Segundo informações divulgadas em 2010 pelo banco de investimentos Lehman Brothers, o setor aeroes-
pacial é o que mais utiliza compósitos reforçados com fibras de carbono em sua linha de produção, representando 21% das aplicações, seguido pelas indústrias em geral (15%), fabricantes de acessórios esportivos (14%), fabricantes de equipamentos para a geração eólica de energia elétrica (11%) e o setor automotivo (10%).
Fotos: Shutterstock
Entre as vantagens de se utilizar peças produzidas com esses materiais está a redução do peso, considerada um diferencial estratégico na fabricação de um automóvel, por exemplo, já que isso influencia diretamente o desempenho do veículo, permitindo maior velocidade e menor consumo durante a rodagem. Devido a esta e outras vantagens, a produção e utilização dos compósitos segue crescendo a cada dia. Inicialmente a indústria automobilística aplicava os compósitos apenas em parachoques e tetos de automóveis. Agora estes materiais podem ser encontrados também em capôs, reservatórios de óleo, colunas de direção, molas laminadas e em muitas outras partes do veículo. No segmento esportivo, os compósitos estão sendo utilizados no desenvolvimento de barcos a vela, skis e
bicicletas – geralmente equipamentos nos quais se busca ampliar qualidades como agilidade e resistência. Todavia, é mesmo no setor aeroespacial que a utilização dos materiais compósitos se mostra mais frequente. De acordo com o estudo Materiais Compósitos para Transporte Comercial – Questões e Futuros Direcionamentos de Pesquisas, desenvolvido por Patrick Sticker, do fabricante norte-americano Boeing, o uso de materiais compósitos no transporte comercial continua a aumentar com o desenvolvimento das novas tecnologias. Nos anos 90, foram utilizados compósitos na construção de aeronaves comerciais, como os Boeing 777 e 787. Nestes aviões de grande porte, cerca de 50% das estruturas são formadas por este tipo de material. Em entrevista concedida à Agência de Notícias da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (FAPESP), publicada em 5 de abril de 2011, Mirabel Rezende, pesquisadora titular da Divisão de Materiais do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (CTA), afirmou que os compósitos encontram-se entre os materiais mais importantes nos dias de hoje. Para a pesquisadora, o emprego dessa tecnologia deve crescer 12% nos próximos 15 anos.
Compatibilidade ideal
Utilização de materiais compósitos na indústria aeroespacial deve crescer 12% nos próximos 15 anos
Devido aos benefícios que os compósitos apresentam em relação a outros materiais (como o alumínio e o aço, também muito utilizados no setor aeroespacial), estas novas composições têm atraído cada vez
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tendências e oportunidades Linha Corodrill 452 foi desenvolvida para usinar diferentes tipos de materiais compósitos
Alterando os componentes Divulgação AB Sandvik Coromant
mais a atenção dos engenheiros responsáveis pelo projeto de aeronaves. Formados por dois ou mais componentes denominados reforço e matriz, os compósitos adquirem propriedades especiais que seriam impossíveis de obter se fossem aplicados de forma separada. Muitas vezes, os componentes de reforço – responsáveis por realçar as propriedades mecânicas, eletromagnéticas ou químicas do compósito – são constituídos por materiais como fibras e partículas. Quanto às matrizes, seus componentes podem ser classificados como poliméricos, metálicos ou cerâmicos; e suas propriedades atribuem estrutura ao material, geralmente cumprindo a missão de preencher espaços vazios. Com o objetivo de desenvolver peças mais leves, de maior resistência e menor custo, a indústria aeroespacial intensificou o investimento em pesquisas e também na produção de matrizes poliméricas (plásticos) – termoplásticos, termorrígidos e elastômeros –, como é o caso de um material denominado Carbon Fibre Reinforced Plastic (CFRP) – em
português, polímero reforçado com fibras de carbono. A redução do peso das aeronaves a partir da utilização destes materiais trouxe como consequências a capacidade de transportar maior número de passageiros e a economia no consumo de querosene de aviação, um combustível caro. Estudos do setor mostraram que é possível obter uma economia de US$ 372 ao ano para cada quilo reduzido em uma aeronave.
Mesmo com a presença de materiais compósitos crescendo ao ritmo de 5% por ano, segundo a pesquisa O Uso de Compósitos Estruturais na Indústria Aeroespacial – elaborada por Mirabel Rezende e Edson Botelho, ambos especialistas do IAE-CTA –, o emprego dos novos componentes não limita o uso de outros materiais na indústria aeroespacial. Peças produzidas com diferentes tipos de metal ainda são muito utilizadas. No entanto, materiais metálicos apresentam certas restrições quanto aos processos de fabricação e usinagem. “Durante a produção de peças em alumínio, há um alto consumo de energia elétrica, e o processo de usinagem é altamente complexo; por isso, substituí-lo por outros materiais é uma solução louvável”, esclarece Jefferson Gomes, professor da Divisão de Engenharia Mecânica do ITA. Como a substituição do alumínio na produção de peças ainda não é uma regra, segundo os especialistas é preciso continuar investindo
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Soluções integradas contribuem para a produção e automatização dos processos de usinagem. Na foto: software CATIA, da Dassault Systèmes fortemente no desenvolvimento de pesquisas. No setor aeroespacial, a decisão por um ou outro material é multicritério, já que a escolha irá depender da finalidade do compósito e de onde será aplicado. A densidade elevada das peças metálicas é outra restrição a observar. “O aço, por exemplo, possui densidade de 7,8 gramas por centímetro cúbico, enquanto os compósitos variam de 1,5 a 2 gramas”, revela João Ferreira, doutor em usinagem de compósitos e professor da Universidade Federal de Itajubá (MG). Frente ao posicionamento dos especialistas quanto ao uso dos metais, entende-se por que os compósitos vêm ganhando espaço no mercado. Entretanto, a tendência é decorrente da necessidade de substituição do alumínio e não do aumento das aplicações dos compósitos em si. “Apesar de necessário, este processo de substituição e adaptação ainda levará muitos anos”, acredita Gomes. 34 O Mundo da Usinagem
Tecnologia inovadora Lúcia Ribeiro, especialista na área de desenvolvimento de negócios no setor aeroespacial da Sandvik Coromant, afirma que no processo de usinagem de compósitos também há exigências rígidas quanto aos métodos de fabricação, escolha das ferramentas e das máquinas que serão empregadas no processo produtivo. “Dependendo do material, certas ferramentas ou máquinas podem ou não ter um bom desempenho”, explica. Para suprir esta demanda, a Sandvik Coromant vem investindo em inovações que atendam essa variedade de processos. Um exemplo é a linha Corodrill 452 – composta por brocas com diâmetros de 2,5 a 12,7 milímetros –, que é adequada para diferentes tipos de materiais compósitos. Recentemente, a empresa fez uma parceria com a Precorp – indústria norte-americana que desenvolve soluções de ferramentas para compósitos –, e passou a fornecer
tendências e oportunidades modelos exclusivamente projetados para este tipo de usinagem, que exige ferramentas com arestas mais vivas e positivas para facilitar o escoamento dos cavacos e proporcionar maior durabilidade à broca. Por serem altamente abrasivos, os compósitos podem lascar ou delaminar durante o processo de acabamento das peças. Outra característica da usinagem de compósitos é que muitas vezes é preciso aplicar um esforço extra no corte para vencer a resistência da área entre o reforço e a matriz. Isso pode ser feito com o uso de ferramentas revestidas com diamante policristalino (PCD). Além disso, a redução da velocidade de corte é outro cuidado que pode evitar que a peça seja danificada. Outra particularidade dos compósitos é o fato de o processo de corte gerar cavacos em forma de pó. Segundo adverte o professor Fer-
reira, esse pó é um material alérgico que exige cuidados, principalmente quando os compósitos são reforçados com fibra de carbono. “Nesse caso, os operadores precisam trabalhar com máquinas encapsuladas, equipadas com sistema de exaustão high speed, e devem ainda utilizar equipamentos de proteção como luvas, óculos, máscaras e roupas adequadas que garantam sua segurança”, aconselha o professor.
Usinagem virtual Apesar de todas essas peculiaridades, a usinagem de compósitos pode ser facilitada com a aplicação de softwares, que contribuem para elevar o índice de produtividade das peças fabricadas nesses materiais. As soluções integradas CATIA, para projetos 3D, e DELMIA, para fabricação digital, da Dassault Systèmes – companhia francesa especializada
Atmosfera saudável Opiniões controversas compõem o cenário da sustentabilidade dos materiais compósitos. Há especialistas que dizem que, devido à redução da emissão de combustível em consequência da redução do peso da aeronave, a utilização de materiais compósitos contribui para a diminuição dos impactos ambientais causados pelo transporte aéreo, por exemplo. Por outro lado, como defende Jefferson Gomes, professor da Divisão de Engenharia Mecânica do ITA, por terem vida prolongada, os compósitos podem representar no futuro uma nova questão a resolver, a do descarte ambientalmente correto desses materiais. Nesse sentido, a logística reversa é apontada como uma solução para essa destinação. Algumas iniciativas publicadas no documento oficial da Agência de Proteção Ambiental Americana para a indústria aeroespacial buscam a eliminação do desperdício, como também a reciclagem química ou regeneração das peças com a utilização de ácidos. A logística reversa reduz a quantidade de produtos compósitos descartados, reduzindo custos com matérias-primas e amenizando impactos ambientais. Acompanhe mais informações sobre esse assunto nas próximas edições.
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tendências e oportunidades no desenvolvimento de softwares 3D e soluções de gerenciamento do ciclo de vida dos produtos – fornecem recursos avançados para o design estrutural de compósitos, como moldes e contornos, que podem ser simulados e testados virtualmente por meio da utilização destes softwares. De acordo com Rémi Germain, gerente da solução CATIA para a América Latina, já no início do processo de design de compósitos os projetistas podem integrar requisitos estruturais, de montagem e fabricação e, com isso, antecipar possíveis defeitos da peça. São muitas as vantagens de se utilizar softwares de verificação de usinagem, já que eles possibilitam o aumento da qualidade na produção e uma melhora no gerenciamento dos fluxos de manufatura. Com estes
ganhos a produtividade é otimizada, custos administrativos são reduzidos e também é possível alcançar um alto nível de automatização e padronização, evitando repetições. O treinamento mínimo para se conhecer a infraestrutura comum destas soluções pode levar de dois a cinco dias, dependendo das tecnologias de usinagem escolhidas pelo usuário. Analisando o aumento de vendas de soluções integradas voltadas para a usinagem de compósitos, a Dassault consegue observar a tendência de uso deste material no mercado. “Estamos trabalhando em
projetos de criação de novos programas de monitoração da usinagem, para atender o aumento da demanda por compósitos”, completa Rémi. José Gamarra, gerente técnico da Sandvik Coromant, também ressalta essa tendência. “Há alguns anos, quando iniciamos o desenvolvimento de ferramentas de corte especiais para materiais compósitos, notávamos sua aplicação apenas na indústria aeroespacial. Atualmente o uso deste material atende a diversos segmentos e, nos próximos anos, sua difusão deverá ocorrer em muitas outras aplicações”, finaliza. Cynthia Terumi Jornalista Veja mais maisinformações informaçõesem: em: www.omundodausinagem.com.br
INTERESSANTE SABER
Pioneiros da Ecologia M
udanças climáticas e desastres naturais são resultados da ação humana na Terra e afetam o meio ambiente em escala global. O planeta já perdeu metade de sua extensão florestal original e essa devastação ocorreu principalmente nos últimos 100 anos. Segundo dados do IBGE, a cada seis meses uma área equivalente ao Estado do Acre é desmatada no mundo. E o Brasil, que já perdeu dois quintos de suas florestas, é o segundo país mais desmatado, perdendo apenas para a China. Diante deste cenário, nos últimos anos a preservação do meio ambiente passou a ser uma preocupação maior dos cidadãos e das organizações. Muitas vezes, a degradação de uma área verde é causada por escolhas particulares. Por outro lado, jovens de diferentes países, que já se interessavam por ecologia, começaram a se unir muito tempo atrás para defender essa causa. Por volta de 1900 foram criados os grupos de escoteiros e bandeirantes, que juntos representam na atualidade o maior movimento de jovens no mundo – segundo informações das associações representativas no Brasil.
Uma lei secular Com o objetivo inicial de formar melhores cidadãos para o Império Britânico, Robert Stephenson Smyth
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Escoteiros e bandeirantes se dedicam há mais de cem anos à preservação do meio ambiente
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Faça a sua parte! É possível ajudar o planeta a partir das diretrizes do projeto Nosso Clima, Nossa Alimentação, Nosso Mundo, realizado pelo movimento bandeirante. A seguir, saiba de que forma você pode fazer a sua parte: Compre e use papel reciclado Substitua sacolas plásticas por uma bolsa reutilizável Troque as lâmpadas comuns de sua casa por lâmpadas fluorescentes. Use luz natural sempre que possível Economize água e energia em todas as atividades cotidianas Use o mínimo de papel possível e imprima em ambos os lados rem cidadãos conscientes, de maneira alegre e sadia”, ressalta Rodrigo Robleño, fundador do Museu do Escoteiro.
Agentes da natureza “O fundador do escotismo era por natureza um ambientalista, observador curioso e defensor dos recursos naturais, por isso é possível afirmar que somos os pioneiros na defesa pela preservação do meio ambiente”, relata Lucia Tavares, diretora execu-
tiva nacional da Federação de Bandeirantes do Brasil. Fernando Neves, diretor de Comunicação da Região Escoteira de São Paulo, concorda e acrescenta que a relação dos escoteiros e bandeirantes com o meio ambiente existe desde a criação do primeiro grupo, há Divulgação
Baden-Powell, tenente-general do Exército Britânico, fundou o escotismo em 1907; este movimento foi disseminado pelo mundo e chegou ao Brasil em 1910. Originalmente o Grupo Escoteiro recebia somente meninos e, por isso, Agnes Baden-Powell, irmã de Baden-Powell, fundou em 1909 o Movimento Bandeirante para a formação de meninas. Dez anos depois de sua criação, o bandeirantismo também chegou ao Brasil. Por volta da década de 1970, os Movimentos Escoteiro e Bandeirante se tornaram mistos e passaram a dividir o mesmo objetivo: contribuir para a formação do caráter de todos os participantes. Só no Brasil, o escotismo e o bandeirantismo reúnem atualmente cerca de 60 mil e 10 mil integrantes, respectivamente. Compostos por crianças e jovens, os movimentos contam com a colaboração de profissionais contratados e adultos voluntários. Os escoteiros e os bandeirantes recebem um ensino não-formal, que busca complementar a educação que os jovens têm em casa e na escola. “O escotismo prepara os jovens para se-
Honra, lealdade, sinceridade, cortesia e obediência são condutas que regem a Lei Escoteira e o Código Bandeirante
Quando o escoteiro vai a campo, ele não deixa nada além de pegadas, não tira nada além de fotos e não mata nada além de tempo O Mundo da Usinagem 41
Fotos: Divulgação
INTERESSANTE SABER
Hoje há no Brasil aproximadamente 60 mil escoteiros e 10 mil bandeirantes. No foto: Região Escoteira de São Paulo 104 anos. “Na lei que guia o nosso movimento há um artigo que diz que o escoteiro é bom para os animais e para as plantas”, detalha Neves. Utilizar os recursos naturais com sabedoria, respeitando e protegendo o meio ambiente, é uma das premissas desses grupos. Para o diretor, os integrantes têm a oportunidade de vivenciar experiências inusitadas de contato com a natureza por meio de diversas atividades realizadas ao ar livre. “Quando o escoteiro vai a campo, ele não deixa nada além de pegadas, não tira nada além de fotos e não mata nada além de tempo”, revela Neves. Por esse motivo, escoteiros e bandeirantes realizam diversas ações e campanhas diretamente ligadas à preservação da natureza e conscientização ambiental dos cidadãos. A limpeza de córregos e de áreas públicas, a manutenção de nascentes, o plantio de mudas e a reciclagem são algumas dessas atitudes solidárias. Segundo
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Lucia, todas essas ações têm como objetivo deixar o local igual ou melhor do que estava. Robleño ressalta que uma característica nobre dos escoteiros é o respeito ao meio ambiente no dia a dia, ajudando a construir um mundo melhor a cada atividade. “Os escoteiros estão sempre realizando projetos ligados à comunidade, seja por iniciativa própria, seja abraçando ideias de outros grupos ou instituições”, comenta Robleño. A Hora do Planeta 2011 – ato simbólico para conscientizar a população sobre o aquecimento global – é um exemplo de ação que conta com o apoio desse movimento juvenil. O bandeirantismo também promove programas em conjunto com a sociedade, como a Semana Bandeirante, que no ano passado alcançou a meta de 1.500 mudas de árvores plantadas em todo o Brasil. Lucia também destaca a presença
da Federação dos Bandeirantes em eventos internacionais como a Conferência do Clima das Nações Unidas, realizada em 2009. Um dos maiores projetos dessa federação é o Nosso Clima, Nossa Alimentação, Nosso Mundo, promovido pela Associação Mundial dos Bandeirantes em parceria com a Organização para a Fome e Agricultura e a Aliança Global, ambas das Nações Unidas. Nesse programa, crianças e jovens são incentivados a participar de ações que combatem o aquecimento global, a degradação do meio ambiente e a fome no mundo. A conscientização e a educação são feitas por meio de manuais de atividades que sugerem o cumprimento de desafios. Essas atividades são divididas por classificação etária, e o bandeirante recebe um distintivo por cada tarefa concluída.
Escoteiros e bandeirantes realizam atividades para proteger a natureza. Na foto: Federação de Bandeirantes
Caráter em formação Ambos os movimentos são regidos por normas que norteiam a boa conduta dos integrantes. As diretrizes da Lei Escoteira e do Código Bandeirante apresentam valores como honra, lealdade, sinceridade, cortesia e obediência. “A obediência à lei passa pelo esforço do aprendizado permanente, busca da progressão pessoal e do agir coerente de acordo com os valores e princípios que seguimos”, relata Lucia, da Federação de Bandeirantes. Contribuir para que o jovem desenvolva o seu caráter é o principal propósito dos dois grupos. Segundo Lucia, durante a infância os movimentos auxiliam na formação de bons hábitos, estimulam a autonomia, a
responsabilidade e a liderança. Neves completa afirmando que as atividades realizadas ao ar livre contribuem para que a criança adquira estes bons hábitos e, consequentemente, aumente sua autoestima.
História escoteira Com o objetivo de propagar o movimento escoteiro e suas propostas ecológicas, Rodrigo Robleño, agente cultural e artista cênico, fundou o Museu Escoteiro com a ajuda de seu irmão, Fernando Robleño. “Sou escoteiro desde os 12 anos e queria encontrar uma forma de divulgar o movimento e seus ideais, pois acredito que ele pode ajudar os jovens e também o planeta”, justifica.
Escoteiros e bandeirantes Região Escoteira de São Paulo (União Escoteira do Brasil): Idade mínima de 7 anos Telefone: 3237-1588 Site: http://www.escotismo.org.br Federação dos Bandeirantes do Brasil: Idade mínima de 5 anos e-mail: fbb@bandeirantes.org.br Site: http://www.bandeirantes.org.br
Por esse motivo, Robleño começou a reunir brinquedos, livros, uniformes antigos e outros objetos para montar o acervo do museu. “Estamos em fase de criação, captação de acervo, organização e formação de parcerias”, detalha. Para ajudar a divulgar a ideia, o escoteiro criou o site do museu e, neste mês de março, inaugurou a primeira exposição itinerante, que aconteceu na Assembleia Regional de Minas Gerais. “Perto do que podemos fazer, a exposição foi pequena, mas ainda estamos buscando parcerias para que o sonho do Museu Escoteiro do Brasil se concretize”, acredita. “Em um futuro próximo desejamos fundar uma sede, mas quem se interessar pelo projeto do Museu do Escoteiro pode acessar o site www.semprealerta.org”, convida Robleño. A partir de iniciativas como a do Museu Escoteiro é que os movimentos de escotismo e bandeirantismo disseminam suas ideias e defendem práticas ambientalmente corretas há mais de 100 anos. “Apesar da concorrência com outras atividades como a internet, os movimentos dialogam com os jovens de forma divertida e interessante”, defende Robleño. “A cada nova ação buscamos incluir elementos interessantes que atraiam a atenção dos integrantes e contribuam para o desenvolvimento do caráter de nossos jovens”, conclui. Jenifer Carpani Jornalista Veja mais maisinformações informaçõesem: em: www.omundodausinagem.com.br
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nossa parcela de responsabilidade
Detalhes fazem
U
m dos sinais de prosperidade em um chão de fábrica é a chegada de uma nova máquina, fato que costuma gerar entusiasmo entre os profissionais designados a operá-la. Já para o empresário, sempre paira a dúvida de ter feito ou não um bom investimento, que só acaba quando a máquina começa a operar conforme as expectativas do empreendedor, proporcionando os resultados esperados em termos de desempenho, qualidade, redução de custos e produtividade. É comum que a aquisição de uma nova máquina gere tais preocupações, pois ela representa um novo estágio de desenvolvimento no chão de fábrica que precisa ser consolidado. Além disso, um equipamento moderno significa, muitas vezes, o desembolso de milhares de reais, resultado de horas de reflexão sobre a melhor estratégia para tornar a empresa mais competitiva em face da concorrência e da contínua demanda por flexibilidade de prazos. Este processo pode ser comparado à aquisição de um carro novo. Um
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zero quilômetro na garagem costuma ser resultado de muitas horas de trabalho de um proprietário, que há tempos se via ao volante do novo veículo. Ao se decidir pela marca e pelo modelo, o comprador costuma pensar no carro como um todo, e não nos detalhes de cada peça que o equipam. No entanto, como sabemos, o rendimento dos pneus é um dos fatores fundamentais para o bom desempenho dos automóveis. Como podemos notar, nas corridas da Fórmula 1 há uma preocupação muito grande por parte dos fabricantes de pneus para oferecerem produtos de máximo desempenho. Uma equipe que sonha vencer um grande prêmio não investe tanto em uma máquina para depois equipá-la com pneus recauchutados. Depois de tanto investir no aprimoramento da máquina, de tanto sonhar com a faixa de campeão no peito, não é coerente arriscar tudo com algo que pode significar tão pouco em relação ao valor total do equipamento. A esta altura, suponho que o leitor já tenha presumido aonde
Fernando Favoretto
a diferença desejo chegar. Ao equipar sua nova máquina com as ferramentas de corte necessárias, deve-se ter garantia que tal investimento seja feito em ferramentas fabricadas por empresas que investem em Pesquisa & Desenvolvimento, que tenham uma rede de distribuidores autorizados, que ofereçam serviços de pós-venda. Deve-se investir em um retorno rápido e na segurança que só as melhores empresas do segmento podem lhe oferecer. Tenho orgulho de trabalhar em uma empresa cuja razão de vida é o êxito de seus clientes, e onde “respiramos” usinagem. Unindo o seu talento à nossa experiência teremos as melhores chances de maximizarmos a produtividade e a lucratividade que só os apaixonados pelo que fazem alcançam. José Edson Bernini Gerente Nacional de Vendas Sandvik Coromant
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Cosa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3ª capa
Alfredo Ferrari (Ergomat): (11) 5633-5021 Alcino Junqueira Bastos (Okuma): (11) 3049-5600 André Luis Romi: (11) 5501-4655 Augusto Mestre (Heller): (15) 2103-3400 Dácio Quibao (Mazak): (19) 3464-9100 Danilo Antonelli (DMG): (11) 3742-5000 Ennio Crispino (Abimei): (11) 5506-6053 Fernando de Oliveira (Sandvik): (11) 5696-5594 Fernando Neves (Região Escoteira de SP): (11) 3237-1588 Hermes Lago Filho (Romi): (11) 5501-4655 Hiçao Misawa: (11)2589-0636 Index: (15) 2102-6017 Jefferson Gomes (ITA): (12) 3947-5814 João Ferreira (Unifei): (35) 3629-1293 José Gamarra (Sandvik): (11) 5696-5446 Lucia Ribeiro (Sandvik): (12) 8125-9204 Maria L. T. Ramos (Federação dos Bandeirantes): (21) 2240-9220 Marcos Bastos (Mitsui Motion): (11) 2095-7970 Mauro Trevisan (Deb’Maq): (35) 3433-8310 Milton Rezende (Sinafer): (11) 3251 5411 Eduardo Watanabe (Mori Seiki): (11) 5543-1762 Rèmi Germain (Dassault): (11) 3027-0214 Ricardo Terra (Senai): (11)3146-7201 Rodrigo Robleño (Museu do Escoteiro): (31) 9503-3229
Kone . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16/18 Machsystem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 Mitsui Motion. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 Mitutoyo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Mori Seiki . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Okuma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Romi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Rudloff. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 Sandvik. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4ª capa Selltis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2ª capa
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