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Publicação da Sandvik Coromant do Brasil

issn 1518-6091 rg bn 217-147

MANUFATURA CELULAR Imbatível na produção de pequenos e médios lotes Tecnologia SOBRE RODAS SAE Brasil discute futuro dos automóveis

corte e conformação

Quais os caminhos para a escolha da melhor prensa?



sxc.hu/Larrie Knights

pAra começar...

Hoje de manhã encontrei em dobro, no fundo do meu quintal, aquilo que sobrou na caixa de Pandora, ou seja, duas esperanças. Se pudesse também me transformar em dois, o primeiro iria para a reunião que me esperava logo às oito horas no outro lado da cidade, e o segundo ficaria ali mesmo, de plantão, a chocar ambas. Montaria guarda dia e noite só para ter certeza de que não seriam tomadas de assalto e só sairiam dali quando já tivessem asas suficientemente fortes para surfar o vento e deslizar sobre territórios naturalmente inacessíveis a todo aquele que não sabe voar ou sonhar.

O Mundo da Usinagem


79 Índice

Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISSN 1518-6091 RG. BN 217-147

Edição 07/ 2011

03 para começar... 04 ÍNDICE / Expediente

06

Sérgio Morita

0 6 machine investments: aumento do consumo aquece mercado de prensas e de usinagem pesada 14 gestão empresarial: layout celular traz benefícios a curto prazo e não demanda altos investimentos 22 de olho no mercado I: eletrificação dos automóveis caracteriza o futuro do setor automotivo

30

Fernando Favoretto

30 criatividade: estudantes de engenharia desenvolvem veículos aplicando teoria absorvida nas aulas 36 Ide olho no mercado II: feira emo hannover 2011 apresenta inovações do setor metalmecânico 40 NOSSA PARCELA DE RESPONSABILIDADE

36

Divulgação

42 anunciantes / distribuidores / fale com eles

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O Mundo da Usinagem

O MUNDO DA USINAGEM é uma publicação da Sandvik Coromant do Brasil, com circulação de doze edições ao ano e distribuição gratuita para 15.000 leitores qualificados. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP. Conselho editorial: Aldeci Santos, Ancelmo Diniz, Aryoldo Machado, Edson Truszco, Edson Bernini, Eduardo Debone, Fernando de Oliveira, Francisco Marcondes, Heloisa Giraldes, Nivaldo Braz, Nivaldo Coppini, Nixon Malveira e Vera Natale. Editor-chefe: Francisco Marcondes Coordenação editorial, redação, edição de arte, produção gráfica e revisão: Equipe House Press Propaganda (Décio Colasanti, Sula Zaleski e Ronaldo Monfredo). Jornalista responsável: Francisco Marcondes - MTB 56.136/SP Propaganda: Gerente de contas - Thaís Viceconti / Tel: (11) 2335-7558 Cel: (11) 9909-8808 Projeto gráfico: House Press Impressão: Company



Machine investments

Corte e conformação metálica

Uma questão de peso Etapa fundamental do processo produtivo em diversos segmentos da indústria, a transformação de materiais realizada pelas prensas é peça-chave para responder ao aquecimento da economia nacional

C

om o crescimento do mercado interno brasileiro, muitas empresas têm prospectado boas oportunidades de negócios. O consumo acelerou-se e, consequentemente, a produção também aumentou. Um exemplo dessa boa fase da indústria nacional é o setor de eletrodomésticos e eletroeletrônicos, que neste ano prevê expansão de 15% em relação a 2010, segundo dados da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros). “O número de bens de capital produzidos pode ser considerado um termômetro de mercado”, revela Francesco Isola, gerente nacional de vendas da Bener Presses – divisão do Grupo Bener que importa prensas

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de corte e conformação de chapas metálicas. “Quando muitas prensas são comercializadas, isso significa que diversos segmentos da indústria estão prevendo expansão em seus negócios”, explica. Em consequência de as prensas serem utilizadas para a fabricação de grande parte dos produtos manufaturados – em mercados como o da construção civil, alimentício, linha branca, utensílios domésticos, eletro­eletrônicos e principalmente o automotivo –, o aumento do consumo interno promove o aquecimento no mercado dessas máquinas-ferramenta, o que, por sua vez, reaquece também o setor de usinagem pesada, que produz o ferramental e o maquinário para a fabricação de prensas.


Foi na segunda metade do século XVIII, em meio à Revolução Industrial iniciada na Inglaterra, que a indústria sentiu a necessidade de aplicar forças de maior grandeza em processos destinados ao desenvolvimento de peças e produtos mecânicos mais complexos. Neste cenário, foram criadas as primeiras máquinas-ferramenta capazes de moldar materiais metálicos por meio da aplicação de força. Ao longo do tempo, essas máquinas evoluíram. “Os sistemas de freio e fricção, e também a estrutura mecânica desses equipamentos sofreram processos de modernização significativos nos últimos anos”, relata Arilson Brisolla, diretor da Meggaforming – divisão do Grupo Megga que atende ao mercado de corte e conformação de metais. Para realizar a conformação e o corte dos materiais, as duas matrizes – fixadas nas partes superior e inferior da prensa – são movidas de forma coordenada, com força suficiente para realizar algum tipo de transformação na chapa metálica. Brisolla explica que, além de transformar a chapa metálica a partir do corte, molde ou dobra, a evolução das prensas permitiu que atualmente também sejam realizados processos de repuxo (estiramento do material) e forjamento (operação que permite conferir uma forma tridimensional ao material por meio da aplicação de força). Esses processos podem ser executados a quente ou a frio.

Para todos os usos No mercado nacional há diversos modelos de prensas. Elas são indicadas para diferentes tipos de aplicação, conforme suas características de construção e capacidade. O tamanho dessas máquinas-ferramenta pode variar de acordo com o tipo e dimensão da chapa metálica ou peça que será conformada. No mercado nacional se comercializam prensas de cerca de 45 toneladas (t) a 8.000 t. Sobre a capacidade produtiva das prensas, o valor máximo pode variar de acordo com o sistema de alimentação e também com o tipo de material que está sendo produzido. No caso do Divulgação Bener Presses

Sérgio Morita

Prensagem em evolução

Importada de Taiwan, prensa SN1-160 Seyi é composta por sistema hidráulico de segurança contra sobrecarga, que protege a prensa de quebra e travamentos

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setor automotivo, algumas linhas de prensas são alimentadas por robôs e outras por operadores. Por produzir veículos em larga escala, as montadoras precisam organizar uma linha de produção composta por uma série de prensas na área de estamparia. Isso ocorre porque durante o processo de estamparia é necessário que cada uma das etapas de corte e conformação das chapas metálicas seja realizada por uma máquina. Brisolla aponta que os dois modelos de prensa mais utilizados são o mecânico e o hidráulico. Na prensa mecânica, o funcionamento do martelo se dá pela movimentação do eixo central. “A máquina é equipada com um volante mecânico dedicado ao armazenamento da energia, que por sua vez é transferida à matriz para que a peça seja conformada”, explica. Já na prensa hidráulica, a força de conformação é constante em todo o curso do martelo, e o acionamento deste componente é realizado por cilindros hidráulicos.

Independentemente do modelo, para ser considerada de qualidade uma prensa deve ser construída com materiais robustos. Ela também deve suportar e dissipar a força de reação criada no momento em que as matrizes conformam o material. “As partes móveis devem ser construídas com aço duro, material que oferece maior resistência às partes da prensa que sofrerão maior desgaste após um tempo mais prolongado de utilização”, salienta Brisolla. Entretanto, além da robustez do equipamento, outros fatores devem ser levados em conta quando a empresa decide investir em uma nova prensa. São eles: custo de manutenção, que deve ser baixo, existência de dispositivos de segurança contra sobrecarga e quebra de eixo, baixa possibilidade de travamento do eixo, equipamentos de segurança para os operadores da máquina e assistência técnica. (Conheça outras qualidades que as prensas devem apresentar no quadro ‘Alta produtividade com baixo custo’).

Alta produtividade com baixo custo Além de analisar aspectos como robustez, precisão de movimentos, acabamento e facilidade de manutenção, há outros fatores que se deve levar em conta antes de investir em uma prensa. Acompanhe alguns deles:  Constatar se a prensa contém dispositivos que minimizam a quebra  Verificar a capacidade elétrica da máquina  Comparar o layout da prensa em relação ao espaço físico da empresa  Orçar o custo de aquisição e prever o faturamento da empresa depois de adquirida a máquina  Avaliar se há disponibilidade de peças de reposição e serviços por parte do fornecedor  Treinar mão de obra especializada para operar o novo equipamento  Analisar quanto tempo vai levar o set up da prensa

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Divulgação Meggaforming

Machine investments

Prensa mecânica GTX-400 Chin Fong de 400 toneladas é uma das máquinas importadas pela Meggaforming

Devido à robustez conferida à estrutura do equipamento, as prensas costumam alcançar longa vida útil, entre 30 e 40 anos. De acordo com Francesco, da Bener Presses, operar a máquina de forma adequada é prática fundamental para prolongar sua durabilidade. “A utilização correta do equipamento significa fazer todos os ajustes de pressão corretamente, afiar a ferramenta e evitar que se empregue mais força do que o necessário durante as operações da prensa”, detalha. Para evitar o esfolamento e melhorar o acabamento das chapas prensadas, costuma-se aplicar óleos lubrificantes às engrenagens das prensas e também às matrizes. Essas práticas asseguram a qualidade do corte e da conformação há longo tempo.



Machine investments Uma prensa de qualidade deve suportar e dissipar a força de reação criada quando as matrizes conformam o material

Atualizações pela segurança Uma opção para aumentar a vida útil do maquinário após certo tempo de uso é a prática do retrofit, que consiste na modernização e atualização do equipamento. No entanto, apesar de essas atualizações elevarem o desempenho e a segurança da máquina, o rendimento permanece inferior se comparado ao de um equipamento novo. Para Francesco, a prática do retrofit é ineficiente no caso das prensas, pois o custo para substituir as peças de uma máquina que já está ultrapassada é alto em relação a outras disponíveis no mercado. Já Brisolla salienta que, apesar de ge-

ralmente não compensar, o retrofit é uma prática comum nas empresas, que preferem modernizar a máquina ao invés de sucateá-la, uma vez que a troca do equipamento por outro novo é geralmente mais custosa para uma indústria no curto prazo. Alguns exemplos de inovações tecnológicas recentemente inseridas na fabricação das prensas são o sistema link drive (controla a velocidade do martelo no curso de trabalho); o servo-acionamento (controla o tempo, a velocidade e a força do martelo); o sistema de leitura de força, os dispositivos hidráulicos contra sobrecargas, a embreagem hidráulica e os multidiscos operando em sistemas umedecidos a óleo. Segundo Brisolla, as novas normas de segurança em vigor contribuíram consideravelmente para a evolução tecnológica desses equipamentos: “Resumidamente, podemos afirmar que um dos principais fatores que diferencia as prensas contemporâneas daquelas mais

20 anos de história Próxima de completar sete anos de fundação, a Meggaforming faz parte de uma história que começou há 20 anos. A empresa integra o Grupo Megga, que neste ano completa seu vigésimo aniversário com a consolidação de sete empresas – Meggaforming, Meggatech, Meggaton, Meggaplástico, Meggalog, Meggadig e Meggamach. Com seis filiais, 200 colaboradores e cerca de 100 representantes comerciais, a empresa vem distribuindo seus equipamentos e sistemas em todo o território brasileiro. Segundo o CEO do grupo, Thomas Lee, atualmente a Meggaforming tem como principal objetivo continuar investindo na importação de bens de capital e trazendo novas tecnologias para o mercado nacional. “Fomos os primeiros a importar máquinas-ferramenta para o Brasil”, informa Lee. “Em 1991, o Grupo Megga trouxe uma parafusadeira elétrica, e em seguida importamos uma fresadora”, relembra.

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Divulgação Bener Presses

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Estrutura tri-partida, embreagem e proteção contra sobrecarga hidráulica são algumas das características da prensa SAG de 1.000 toneladas

antigas é a incorporação de novos dispositivos de segurança”. Nesse sentido, a legislação nacional do trabalho impõe Normas Regulamentadoras (NR) com o objetivo de proteger o operador de acidentes durante a prensagem. Adicionalmente, o Estado de São Paulo também estabeleceu suas regras, criando o Programa de Prevenção de Riscos de Prensas e Similares (PPRPS). (Saiba mais sobre o PPRPS no conteúdo online desta edição). Francesco conclui citando outros recursos já tradicionais que também ajudam a proteger o operador de eventuais acidentes, como o comando de operação bi-manual (dispositivo que obriga o operador a



Machine investments apertar dois botões simultaneamente, impedindo-o de entrar na zona de prensagem durante o processo) e o came de escorregamento do martelo (dispositivo que controla a parada da máquina para que ela não

ultrapasse um determinado limite). Aliando dispositivos de segurança às inovações tecnológicas, as prensas configur am-se no mercado nacional como máquinasferramenta de grande porte que

Menor set up, maior produtividade Um ponto que também deve ser considerado no processo de redução de custos e aumento da produtividade das prensas é a redução do set up. Dispositivos antitravamento e de automação do processo de alimentação da máquina podem evitar a parada do maquinário ou acelerar o set up. Arilson Brisolla, diretor da Meggaforming, ressalta que se a transição do ferramental for constante, um sistema de troca hidráulica pode ser uma solução eficiente para um set up mais rápido. “Com dispositivos hidráulicos para a movimentação das matrizes e fixação nas mesas da prensa, por exemplo, o set up pode ser realizado de forma ainda mais rápida”, explica. “Por contribuir para o aumento da produtividade, se houver mais de duas trocas ao dia, o uso desse sistema hidráulico é compensado financeiramente dentro de três meses”, conclui.

participam dos processos produtivos de bens de consumo duráveis para diversas finalidades. Jenifer Carpani Jornalista

Saiba mais sobre prensas:  PROVENZA, Francesco. Coleção Estampos (volumes I, II e III). São Paulo: Editora Protec, 1990.  ALTAN, Taylan. Conformação de Metais: fundamentos e aplicações. São Carlos: Ed. EESC – USP São Carlos, 1999.

Veja mais maisinformações informaçõesem: em: www.omundodausinagem.com.br



Divulgação Reed Alcantara Machado

gestão empresarial

Layout celular

Ideal para a produção de famílias de peças Indicadas para produção de pequenos e médios lotes, células de manufatura constituem interessante estratégia para maior produtividade

O

timizar processos e reduzir custos de produção são premissas básicas para que uma indústria se mantenha competitiva e aproveite ao máximo o crescimento econômico que o Brasil tem alcançado nos últimos anos. Nesse contexto, modificar ou implantar um novo layout de produção pode ser uma solução eficiente para dinamizar o chão de fábrica.

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Dentre as diversas estratégias que as indústrias podem adotar, está a implantação de um layout celular, também chamado de manufatura celular, que consiste no agrupamento de máquinas e equipamentos capazes de produzir uma família de peças ou componentes. Este tipo específico de layout traz benefícios em curto prazo para a empresa e não demanda investi-

mentos muito altos se comparados a outros tipos de layout.

Organização em células No layout celular – considerado uma das opções mais atrativas entre os sistemas de manufatura existentes –, as máquinas-ferramenta são organizadas em células de acordo com as necessidades de fabricação


Vagner dos Santos, técnico de Produção da Scania, opera máquina na célula de usinagem do virabrequim

Fotos: Divulgação Scania

Manufatura celular diminui desperdícios. Acima: Nilton Vaz, técnico de Produção da Scania

de um produto. De acordo com Antonio Batocchio, professor da Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), este layout é indicado para a produção de famílias de peças, tanto em pequenos como em médios lotes, com demanda repetitiva e de baixa variação.

Esse tipo de manufatura surgiu na Rússia em 1959, com base nos conceitos da Tecnologia de Grupo (TG) – que consiste em reunir em famílias as peças que apresentem geometria ou processo de fabricação similares, para que diferentes tipos de produtos sejam produzidos em lotes compactos. Em evolução a esse sistema nasceu o agrupamento de máquinas-ferramenta, que deu origem às células de manufatura, capazes de processar inteiramente essas famílias de peças. “As células de manufatura podem ser aplicadas a uma produção discreta, no caso de peças e componentes, e também à montagem de produtos, como máquinas agrícolas e caminhões”, comenta Batocchio.

Benefícios a curto prazo

Célula de usinagem do eixo comando de válvulas integra o layout celular implantado pela montadora Scania. Na foto: técnico Aloisio dos Santos

Segundo Cláudio Carnevalli Júnior, gerente de produção da montadora de ônibus e caminhões para transporte pesado e de motores industriais e marítimos Scania, a eficiência desse layout pode ser

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Divulgação Scania

gestão empresarial

Reunião de célula é base para melhoria contínua na Scania. Da esquerda para a direita, Marcio Cruzato (Produção) Carlos Alberti (Produção), Marco Faboci (Produção) e Donizete Rodrigues (Engenharia) comprovada pelos resultados satisfatórios relacionados à produtividade e diminuição de desperdícios. A partir da implantação da célula de manufatura é possível reduzir em 20% o número de máquinas em operação para produzir uma família de peças. Adicionalmente, há uma redução de 15% a 25% no ciclo de fabricação dos produtos (lead time), redução de 50% nas preparações do ferramental (set up), redução de 25% a 64% no número de itens em estoque e redução de 20% a 50% no número de operadores necessários para esta produção. Altos níveis de produtividade como esses foram alcançados pela Agrale – fabricante de tratores, caminhões, chassis e motores –, que implantou sua primeira célula de manufatura em 1998, devido à necessidade de produzir peças similares para um de seus clientes. Para Júlio César da Rosa, supervisor de Processos e Manutenção da Agrale, um dos diferenciais desse tipo de layout é o fluxo de fabricação simplificado: “Devido à

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operação desse layout ser sequencial e repetitiva, o processo torna-se mais eficiente e rápido”, justifica. Segundo Julio Cesar, outra vantagem das células de manufatura é a diminuição dos impactos ambientais. “As máquinas ficam dispostas em linha, o que permite uma movimentação dos produtos mais rápida e em trajetos menores”, explica o supervisor da Agrale. “Por essa característica, reduz-se o desperdício, o retrabalho, o tempo empregado no transporte e, consequentemente, tudo isso contribui para minimizar o impacto desta ativida-

Exemplo de layout tradicional

Exemplo de layout celular



Lúcio Nubile, da Cummins: "Células não são a melhor solução quando a quantidade de peças a ser produzida é elevada" de no meio ambiente”, completa. Quem concorda com essa avaliação é Batocchio, da Unicamp. Segundo o professor, a filosofia de gestão denominada Lean Manufacturing (manufatura enxuta) visa eliminar ao máximo os desperdícios no chão de fábrica por meio da adoção de processos mais inteligentes e eficientes. “Em um processo celular, a eliminação de desperdício é evidente, pois ele permite que a produção seja baseada no consumo de nossos clientes, o que também contribui para a diminuição da quantidade de peças em estoque”, salienta. (saiba mais detalhes sobre o sistema Lean nas edições anteriores da Revista, disponíveis em www.omundodausinagem.com.br).

Limitações do sistema Assim como todos os tipos de layouts, as células de manufatura apresentam algumas restrições. Segundo Batocchio, essas desvantagens estão relacionadas às limitações do sistema: “A manufatura celular é apropriada para processos específicos e, por esse

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motivo, quando é utilizada em condições diferentes das características típicas, esse modelo de layout poderá não responder adequadamente”. Algumas dessas limitações fizeram a Cummins, por exemplo, deixar de utilizar as células de manufatura em sua linha de produção. Segundo Lúcio Nubile, diretor de Operações da fabricante de motores diesel e tecnologias relacionadas, apesar das vantagens que a manufatura celular oferece, para a Cummins não foi interessante manter esse tipo de layout produtivo. “Anteriormente utilizávamos a manufatura celular para produzir miscelâneas (peças pequenas), pois esta solução permitia que aproveitássemos a estrutura das máquinas para fabricar diferentes tipos de peças”, relata Nubile. Como o fabricante deixou de produzir miscelâneas, a aplicação do layout celular não se fez mais necessária. Atualmente, a Cummins utiliza um layout denominado linhas dedicadas para a produção de blocos e cabeçotes. “São linhas de grande volume, destinadas à produção de peças que

consideramos críticas do ponto de vista da usinagem”, comenta Nubile. “Quando a quantidade de peças a ser produzida é muito elevada, o layout celular não é a melhor opção, pois estaríamos pagando por uma flexibilidade que não será aproveitada” (Leia mais sobre as linhas dedicadas no quadro ‘Outros tipos de layout’). Julio Cesar, da Agrale, considera que outra desvantagem das células de Arquivo Pessoal

Divulgação Cummins

gestão empresarial

Antonio Batocchio, da Unicamp: "Manufatura celular pode ser aplicada a uma produção discreta e também à montagem de produtos"

Como montar uma manufatura celular Confira os procedimentos básicos necessários para se implantar um sistema de manufatura celular:  Faça uma análise e um diagnóstico, visando identificar se as características dos produtos e da demanda estão em consonância com os princípios da manufatura celular  Defina as famílias de peças e componentes a serem processadas no layout  Monte um projeto de como as células serão distribuídas no chão de fábrica  Ofereça treinamento aos colaboradores que atuarão nas células, para que saibam operar todos os equipamentos  Compre os equipamentos necessários e implante o sistema celular



gestão empresarial manufatura é a redução do tempo de utilização das máquinas. “Neste tipo de layout, a todo momento o operador precisa transferir as peças de máquina para que o processo seja concluído e, com isso, inevitavelmente algumas máquinas ficam temporariamente fora de operação.

Por sua vez, Batocchio salienta que uma solução para otimizar a produção pode ser agregar os conceitos do Lean Manufacturing ao layout celular – prática adotada pela Scania. “Por

Divulgação Scania

Otimize e valorize seus processos Cláudio Carnevalli, da Scania: “Redução de desperdícios é evidente, pois produzimos a partir da demanda dos clientes”

Outros tipos de layout A manufatura celular é um dos tipos de layout aplicados em uma linha de produção. Veja outras formas de se estruturar o chão de fábrica:  Layout funcional – Geralmente utilizado quando há uma grande variedade de produtos. Esse tipo de produção pode ser também denominado layout tradicional. Os processos e equipamentos similares ficam disponibilizados juntos, e as peças são movimentadas buscando esses diferentes processos pela fábrica.  Linhas dedicadas – Nas linhas dedicadas, os processos e equipamentos estão disponibilizados na sequência específica que seja ideal para o tipo de produto que está sendo produzido. Geralmente é utilizado em produção de larga escala e quando não é necessária flexibilidade na linha de produção.

meio desses conceitos, será possível identificar os gargalos de produção e, assim, melhorar o processo produtivo como um todo”, explica. O professor também indica a filosofia Just in Time (JIT) para auxiliar no processo de melhoria da produtividade nas empresas que utilizam o layout celular, mas lembra que o JIT também pode ser aplicado a outros sistemas de produção. Essa filosofia de trabalho tem como princípio entregar a peça certa – geralmente padronizada ou de uma família de peças – no momento certo, no lugar certo, na quantidade certa e na qualidade adequada. Todas essas diretrizes são, segundo Batocchio, preceitos que vão de acordo com os objetivos da manufatura celular. “Dessa forma, utilizar a técnica JIT associada à manufatura celular também pode ser uma estratégia interessante, capaz de trazer ganhos de produtividade para o fabricante”, finaliza. Jenifer Carpani Jornalista Veja mais maisinformações informaçõesem: em: www.omundodausinagem.com.br



Divulgação SAE Brasil

de olho no mercado i

A nova cara da

indústria automotiva SAE Brasil discutiu as principais tendências e os desafios que deverão ser superados para manter a competitividade do mercado automobilístico brasileiro no mundo

U

m veículo seguro, sustentável e interativo. Este é o carro do futuro de acordo com os profissionais que participaram do Simpósio SAE Brasil de Novas Tecnologias na Indústria Automobilística: O Desafio de Reinventar o Automóvel Brasileiro, realizado no primeiro trimestre deste ano. Engenheiros, pesquisadores e empresários estiveram reunidos com o intuito de discutir soluções para a mobilidade urbana e as prin-

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cipais adaptações que os veículos brasileiros deverão receber nos próximos anos para acompanhar as “megatendências” mundiais que têm influenciado o setor automotivo. Segundo os especialistas, 60% da população mundial estará vivendo em áreas urbanas em 2030. Estes cidadãos serão responsáveis pelo consumo de 80% da energia produzida mundialmente e por 80% das emissões de dióxido de carbono na atmosfera.

“Diante desses dados, propor novas alternativas para a mobilidade urbana é imprescindível”, acredita Christopher Borroni-Bird, diretor de Conceitos Veiculares de Tecnologia Avançada da montadora General Motors dos Estados Unidos. “A poluição nas grandes metrópoles, o fluxo crescente de tráfego e os meios alternativos de transporte são questões que precisam ser reavaliadas agora”, alerta o diretor. 



de olho no mercado i 

Mas, por onde começar? O desenvolvimento de novos motores, mecanismos e sistemas eletrônicos começa com a formação de profissionais competentes. “Hoje um dos maiores gargalos da indústria automotiva é a falta de engenheiros qualificados”, admite Ilkka Palin, presidente da MSX – fabricante de soluções para a indústria automotiva. No Brasil, apenas 30.000 engenheiros se formam por ano, enquanto que no mesmo período a Índia dispõe de 500.000 novos profissionais. Além do baixo número de engenheiros formados, aqueles que saem das faculdades muitas vezes migram para o exterior ou para outras áreas de atuação em busca de melhores oportunidades. Com o objetivo de reverter esse quadro, a maioria das empresas vem investindo na capacitação de profissionais de acordo com suas próprias necessidades. “O grau de competitividade do Brasil no cenário internacional depende muito do investimento do País na engenharia nacional e em

Pedro Britto, da IBM: “Eletrônicos já respondem por 40% dos componentes de um veículo”

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Fotos: Divulgação SAE Brasil

Investindo na engenharia nacional

Marcelo Soares (à extrema direita), da CPFL: “Em 2020, 5% da frota nacional será elétrica” seu potencial de inovação”, acredita Rogélio Golfarb, diretor de assuntos corporativos da Ford América do Sul (Saiba mais sobre a escassez de engenheiros no Brasil na próxima edição desta Revista).

Carros “multitarefa” Estes altos investimentos direcionados à evolução veicular são cada vez mais necessários porque os automóveis deixaram de ser simples meios de transporte. Hoje, os carros são máquinas complexas com diversas funcionalidades que combinam informação, entretenimento e até automatização de tarefas repetitivas, como troca de marchas e sensor de estacionamento. Para Pedro Britto, gerente Rational da IBM Sofwares, nos últimos 30 anos os modelos foram instrumentalizados, interconectados e ficaram mais inteligentes. “Atualmente, os equipamentos eletrônicos já respondem por 40% dos componentes de um veículo”, ressalta. Não só consequência da evolução tecnológica, o aumento do número de acessórios embarcados de um automóvel também está ligado ao crescimento do poder aquisitivo dos consumidores brasileiros. “Se antes

o sistema de ar-condicionado era um artigo de luxo, hoje este item se tornou indispensável, equipando cerca de 70% dos veículos novos”, relata Martin Vollmer, presidente da Edag – grupo que desenvolve conceitos e soluções para mobilidade. Diante desses dados, é possível observar que o setor automotivo se vê cada vez mais dependente do expertise nas áreas de sistemas eletrônicos e softwares. “Esta tecnologia está sendo criada para agregar valor e qualidade aos veículos”, defende Britto. “Os softwares evitam falhas de comunicação, minimizam o risco da utilização de dados incorretos ou desatualizados e ainda previnem falhas decorrentes dos processos manuais de condução ou manutenção do automóvel”, acentua.

Rumo à eletrificação Além do esforço para formar mão de obra qualificada, o setor automotivo também tem buscado novas tecnologias que permitam o aproveitamento de fontes alternativas de energia para a propulsão veicular. A indústria começa agora a enfrentar de forma mais expressiva a escassez dos recursos naturais não-renováveis até



de olho no mercado i

Cidades densamente povoadas como Tóquio e São Paulo sofrem há décadas com problemas da mobilidade urbana. Confira algumas soluções que já estão em prática com o objetivo de melhorar o tráfego nas cidades.  Sistema BRT: Corredores expressos destinados apenas ao trânsito de ônibus, assemelhando-se aos modernos sistemas de transporte sobre trilhos, como o metrô  Bicicletas de aluguel: Em algumas capitais, como Paris e Rio de Janeiro, é possível alugar bicicletas em certas estações e devolvê-las em qualquer outro ponto da cidade hoje utilizados para alimentar motores a combustão. Segundo a previsão de especialistas, a disponibilidade de petróleo deverá desaparecer por volta do ano 2050. Esta situação, aliada à postura mais rígida que os órgãos nacionais de controle ambiental vêm assumindo com o decorrer dos anos, aponta para a eletrificação como solução mais viável para que os automóveis sigam rodando. O veículo híbrido, composto por um motor a combustão e outro elétrico, acaba de ser disponibilizado no Brasil e, em alguns mercados do mundo, como nos Estados Unidos e Europa, já é uma realidade consolidada. O próximo passo deverá ser a comercialização dos automóveis plug-in, que poderão ser recarregados em tomadas residenciais adaptadas, e dos veículos fuel cell, abastecidos exclusivamente com hidrogênio. Para que isso aconteça, duas mudanças serão necessárias: uma de caráter político e outra referente ao planejamento urbanístico das cidades. O governo precisará desenvolver políticas tributárias que incentivem a compra de modelos que apresentem

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maior eficiência energética e que emitam menor quantidade de CO2 na atmosfera. Em outras palavras, será preciso tornar as medidas próambientais financeiramente atraentes para os consumidores. Por sua vez, as cidades precisarão incorporar mudanças em sua infraestrutura a fim de comportar os futuros eletropostos. Nestes postos de abastecimento os motoristas poderão carregar seus veículos diretamente na rede elétrica, o que também gerará a necessidade de adaptação do sistema de distribuição de energia para atender esta nova demanda. “O consumo de energia no País cresce cerca de 5% ao ano”, infor-

Christopher Borroni-Bird, da GM: "Meios alternativos de transporte precisam ser considerados agora"

Fotos: Divulgação SAE Brasil

Há outras alternativas?

Rogélio Golfarb, da Ford: "Potencial de inovação é decisivo para competitividade do Brasil" ma Marcelo Soares, engenheiro do Projeto do Veículo Elétrico da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), empresa de distribuição de energia. “Atualmente a Itaipu Binacional, a CPFL e a Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG) são os órgãos que estão desenvolvendo os principais estudos sobre o impacto que os carros elétricos terão na rede de energia do País”, acrescenta o engenheiro, que acredita que 5% da frota de carros do Brasil já será composta por veículos elétricos por volta do ano 2020.

Tecnologias ecosustentáveis Mas, qual é o motor elétrico ideal? Apesar de não existir um consenso quanto ao tipo de bateria a ser utilizado, concorda-se que este componente deve apresentar alto desempenho e densidade energética, larga faixa de temperatura de operação, tempo de recarga reduzido e vida útil elevada. Além disso, a bateria deve ser comercializada por um preço razoável e também proporcionar segurança ao veículo e aos seus ocupantes. Como possíveis opções de baterias



de olho no mercado i

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Perfeição é uma soma de detalhes

Uma tendência é que os veículos adotem tanques Multifuel, para ser abastecidos com diferentes combustíveis ou com a mistura deles estão sendo estudados os tipos Pbácida, níquel, Lítion-íon e a bateria denominada Zebra, desenvolvida com materiais recicláveis não tóxicos. No Brasil, a existência de uma indústria já consolidada de bateria chumbo-ácida pode ser um fator determinante para sua escolha como componente dos novos automóveis. Outra alternativa de abastecimento que ganha força no setor é a substituição do combustível fóssil por outros gerados de fontes renováveis. É o caso do biodiesel que, além de ser renovável, é composto por carbono neutro, o que significa dizer que sua queima não contribui para o aumento de CO2 na atmosfera, já que a massa de gases por ele gerada contrabalança com a absorção destas substâncias pelas plantas. Acredita-se também que os veículos tendam a incorporar os tanques multifuel (multicombustível), que podem ser abastecidos com diferentes combustíveis ou com a mistura deles. “O sucesso do automóvel flex está no custo—benefício favorável para os usuários e para as montadoras”, explica Francisco Nigro, professor da Escola Politécnica da USP.

28 O Mundo da Usinagem

Competindo com o mundo O Brasil ocupa o 58º lugar no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial, e seu maior mercado no segmento automotivo refere-se às vendas de carros tipo B (populares). Para Jair Pasquini, diretor de Engenharia e Desenvolvimento de Produto da Robert Bosch, o Brasil corre o sério risco de ficar preso às limitações de seu mercado. “Para evitar que isso ocorra, os produ­ tos desenvolvidos precisam ter aplicação nacional e internacional”, explica. Com o mercado cada vez mais internacionalizado, o País precisa garantir sua competitividade também lá fora. “No setor automotivo, sempre se pensou em trazer o mais rápido possível a tecnologia produzida no exterior”, comenta Golfarb. “Agora é diferente, precisamos focar no que está sendo produzido aqui, em nosso País, e levar isso para o resto do mundo”, defende. Thais Paiva Jornalista



Fernando Favoretto

criatividade

Entre as salas de aula

e o volante

Universitários participam da 17ª Competição BAJA SAE Brasil pilotando veículos inovadores construídos no ambiente escolar

Q

uando se fala no estudo da Engenharia Mecânica, pensase logo em extensas equações e cálculos de física. Mas durante a graduação esses conhecimentos não precisam necessariamente ficar restritos à sala de aula. Com uma boa dose de adrenalina e criatividade, estudantes da área desenvolvem protótipos de veículos off-road para participar de competições universitárias nacionais e internacionais, eventos que têm crescido a cada ano. Esse tipo de campeonato teve início em 1976 na Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, e

30 O Mundo da Usinagem

em 2011 completa 35 anos de tradição. No País, é realizada anualmente a Competição Baja SAE Brasil, que este ano está na 17ª edição e contou com a participação de 68 equipes entre os dias 24 e 27 de março. Conhecidos como ‘carros baja’, estes monopostos são montados com estrutura tubular em aço, motor padrão de 10 cv e devem ser capazes de transportar pessoas com até 1,90 metro de altura e 113 quilos. Foi em 1995 que a Sociedade de Engenheiros Automotivos do Brasil (SAE Brasil) introduziu no País a competição para estimular os estu-

dantes de Engenharia a projetar e montar esses protótipos, e a cada ano a instituição vem ampliando a divulgação do evento na mídia, contando também com a participação de empresas patrocinadoras. “Considerando o cenário da Engenharia no Brasil, o número de equipes participantes é elevado e tem se mantido constante há aproximadamente cinco anos”, informa Rafael Serralvo Neto, organizador e juiz da prova. As cinco primeiras equipes colocadas tiveram a oportunidade de participar também da etapa internacional em junho, que foi realizada nos Estados Unidos (Conheça os ganhadores e saiba mais sobre a competição no exterior no quadro ‘No alto do pódio’).

Desafios do percurso Com o objetivo de aliar os conhecimentos teóricos à prática envolvida no planejamento e produção de um automóvel, o desafio da competição consiste em cada grupo de alunos projetar seu próprio baja, sob orientação de um professor-coordenador.


Divulgação FEI

Para a fabricação do baja, as tarefas são distribuídas no começo de cada temporada. Na foto: aluno da FEI solda a estrutura do veículo parte das equipes. Trata-se de uma corrida de quatro horas ininterruptas em circuito fechado com pista de terra e terreno acidentado, um duro teste a fim de medir a resistência dos carros.

Do rascunho à usinagem Para a montagem dos bajas, as tarefas são distribuídas no começo de cada temporada, aproximadamente oito meses antes da competição. A equipe deve eleger um responsável

Fernando Favoretto

“Este evento proporciona experiências diferenciadas da rotina vivenciada em sala de aula, o que sem dúvida contribui para o desenvolvimento profissional e pessoal do estudante”, aponta Rafael Neto. Projeto, características técnicas e desempenho no percurso são os aspectos avaliados pela comissão julgadora. Primeiro, os veículos são analisados estaticamente. “Nesta etapa os avaliadores investigam a segurança do carro, bem como o relatório de projeto produzido por cada equipe, que posteriormente é apresentado aos juízes”, detalha Luiz Guilherme Aun Fonseca, capitão da equipe da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP). “Para avaliar a dinâmica do baja, são promovidos testes de aceleração e velocidade, tração e suspensão, além da prova de enduro, que é a etapa mais esperada da competição”, relata Luiz Guilherme. Esta prova é também a fase da disputa que exige maior preparação por

Com quatro horas de duração, prova de enduro é a etapa que exige maior preparação por parte das equipes

para cada sistema do veículo. Em seguida são estabelecidos cronogramas, que devem ser seguidos rigidamente. Respeitando o orçamento disponível, os bajas devem ser projetados para aproveitar a máxima potência do motor, com peso reduzido e características sustentáveis, como a utilização de materiais reciclados e combustíveis menos poluentes. Finalizado o projeto, as equipes compram os materiais necessários e começam a construir as peças do modelo. Para isso os alunos utilizam as máquinasferramenta disponibilizadas pela própria faculdade ou pelas unidades fabris de empresas parceiras. Ao final da construção dos componentes, finalmente os veículos são montados para enfrentar os testes finais. A equipe da FEI – Fundação Educacional Inaciana ‘Pe. Sabóia de Medeiros’ –, de São Bernardo do Campo (SP), por exemplo, utilizou fibra de vidro para produzir o “chapéu” de seu modelo e fibra de carbono nas peças estruturais, como componentes da transmissão. Já o assoalho do protótipo foi laminado com um material denominado honeycomb,

O Mundo da Usinagem 31


normalmente empregado na indústria aeroespacial. “Para formar o chassi utilizamos tubos de aço SAE 4130, e diversas peças do carro, como manga de eixo, flange e caixa de transmissão, foram usinadas em alumínio 7075 e 6061”, conta Ariel Fortes, integrante da equipe da FEI. Já a equipe da Poli utilizou plástico reciclado como matéria-prima para construir a carenagem (estrutura aerodinâmica) do carro. Este componente foi produzido pelo processo de termoformagem a vácuo, mas materiais como aço e alumínio também foram bastante usados na composição do modelo. “Utilizamos o aço nos eixos da transmissão e engrenagens que, devido à complexidade, mandamos usinar em uma empresa especializada”, esclarece Luiz Fonseca.

Divulgação FEI

criatividade

Equipe da FEI utilizou fibra de carbono nas peças estruturais

Ultrapassando obstáculos Grandes desafios são encontrados pelas equipes durante a produção dos carros. As principais oportunidades de aprendizado envolvem trabalho em equipe, execução de atividades práticas – como o projeto e a fabricação de componentes, a montagem e o ajuste dos subsistemas do veículo – e também a busca por patrocínio.

Flávio Celso Trigo, professor-coordenador da equipe da Poli, salienta o empenho dos alunos para viabilizar a participação no campeonato: “O projeto tem caráter quase profissional pois, além de os estudantes participarem de reuniões semanais, são eles que devem sair em busca de patrocínios e parcerias, o que também lhes confere importantes noções de empreendedorismo”. 



criatividade 

Um exemplo das parcerias estabelecidas entre patrocinadores e estudantes foi a firmada entre a Poli e a Sandvik Coromant: “Para

produzir o nosso baja, usinamos algumas peças na unidade fabril da empresa, com o acompanhamento de um técnico, o que tornou o pro-

No alto do pódio Nesta 17ª edição da Competição Baja SAE Brasil, a equipe FEI Baja 2 ficou em primeiro lugar e sagrou-se heptacampeã na disputa. A equipe FEI Baja 1 foi a segunda colocada, seguida pela equipe Ciser Fênix, da Poli. A outra equipe da Poli, nomeada Ciser Titan, conquistou o quarto lugar, enquanto a equipe Mangue Baja 2, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ficou na quinta colocação entre as 68 participantes. Por terem conquistado as cinco primeiras posições do campeonato, as equipes se classificaram para a Baja International Cup, que neste ano aconteceu de 26 a 29 de maio, em Pittsburg, Kansas (EUA). O desempenho das equipes brasileiras se mostrou satisfatório no desafio global. Dentre as 100 equipes participantes, os alunos da FEI (tricampeã mundial) conquistaram o 6º lugar, os da Poli o 18º e os da UFPE o 33º da competição. A equipe vencedora da copa foi a da Universidade Laval, do Quebec (Canadá). TX611 C-4_202x133.pdf 1 2/5/2011 15:21:22

cesso muito mais fácil e produtivo”, conta Luiz. Sobre a relevância deste campeo­ nato para os estudantes brasileiros, o professor Trigo acredita que as universidades do País estão evoluindo muito, e isso é evidente devido à qualidade dos protótipos apresentados a cada ano. “As provas realizadas no Brasil ainda precisam de melhorias quanto aos critérios de avaliação, mas o real valor dessa competição é permitir que os alunos ultrapassem seus limites e se surpreendam com o que são capazes de fazer”, conclui. Vanessa Yazbek Jornalista Veja mais maisinformações informaçõesem: em: www.omundodausinagem.com.br



Feira de

oportunidades

Alta do mercado de máquinas-ferramenta traz expectativas positivas para Feira EMO Hannover 2011

N

os últimos meses a economia mundial vive um novo período de instabilidade. Apesar do reaquecimento do mercado internacional no primeiro trimestre de 2011, a indústria passa por um momento de cautela e de novas expectativas. Para o setor metalmecânico o cenário não é diferente mas, por meio do desenvolvimento de tecnologias que garantam maior competitividade aos fabricantes, espera-se fechar este ano com índices positivos. Atualmente, um dos países que se destaca nesse setor é a Alemanha, que responde por 20% das exportações mundiais de máquinasferramenta. “A indústria alemã deverá alcançar um crescimento de 30% em 2011, sendo a busca por novas tecnologias um dos fatores que contribuem para o desenvolvimento da produção”, acredita Constantino 36 O Mundo da Usinagem

Bäumle, diretor da Hannover Fairs do Brasil (empresa que representa a Deutsche Messe AG, promotora de feiras de negócios naquele país). A Alemanha é também o segundo maior exportador destes equipamentos para o Brasil, correspondendo a 17% das importações do País, ficando atrás apenas do Japão.

Oportunidades globais Diante deste cenário econômico que vem sendo traçado, a EMO Hannover 2011, uma das principais feiras do setor metalmecânico em todo o mundo, apresentará ao público internacional as novidades em máquinas-ferramentas, processos de usinagem, tecnologia industrial e serviços relacionados a este mercado. Entre os principais destaques do evento estarão máquinas e ferramentas de corte e modelagem, ferramentas de

precisão, máquinas automatizadas, tecnologia computadorizada, eletrônicos e acessórios industriais. A feira será realizada entre os dias 19 e 24 de setembro deste ano na cidade alemã de Hannover. Promovido pela Deutsche Messe, o evento conta com a participação de profissionais da indústria de todo o mundo interessados em discutir tendências e planejar suas próximas aquisições. “Com base em nossa última experiência, podemos dizer que aproximadamente 4/5 dos participantes têm poder de decisão dentro de suas empresas”, conta Miller. Com 500.000 m2 de área de exposição coberta (a maior do mundo em feiras) e 60.000 m2 de área aberta, a EMO 2011 já conta 1.500 empresas expositoras para este ano. Devido à relevância da feira para a economia do país, o próprio presi-

Divulgação

de olho no mercado ii



de olho no mercado ii dente da Alemanha, Christian Wulff, deverá comparecer à sua cerimônia de abertura. Ao todo, o governo alemão investiu 15 bilhões de euros na realização de grandes feiras. Além da EMO, outros eventos importantes do país são a CeBIT – Feira Internacional de Tecnologia da Informação, Telecomunicações, Software e Serviço –, e a CeMAT – Feira Internacional de Movimentação de Materiais e Logística –, que teve uma edição sulamericana em abril deste ano, em São Paulo.

Três mercados “Durante a última edição da EMO Hannover, em 2007, foram gerados negócios da ordem de 4 bilhões de euros”, informa Christoph Miller, diretor executivo da EMO Hannover e da Associação Alemã de Construtores de Máquinas-Ferramenta (German Machine Tool Builders’ Association - VDW). No total, foram 2.210 expositores e 166.500 visitantes de 81 países diferentes que participaram da feira. Em 2007, estiveram presentes sete empresas brasileiras, que participaram como expositores, levando seus lançamentos para o mercado internacional. Para este ano, já estão confirmadas as participações das empresas Romi e Ergomat, e são esperados cerca de 1.400 brasileiros, entre visitantes e expositores. De acordo com Miller, o evento discutirá as principais tendências principalmente para os setores automotivo, aeronáutico e médico, e deverá apresentar soluções para diversas questões relacionadas a estes mercados. Os fabricantes de automóveis estão especialmente interessados em tratar da questão

38 O Mundo da Usinagem

Participe da feira EMO! Para mais informações sobre o evento, como transporte e hospedagem na Alemanha, acesse o site www.emo-hannover.de do impacto ambiental de suas operações, da demanda por peças mais leves e da busca pela eficiência energética. Na área médica, a busca por soluções cada vez mais tecnológicas requer o desenvolvimento de peças de altíssima precisão, principalmente nos campos da miniaturização de equipamentos e fabricação de implantes de geometria complexa. Por fim, no setor aeroespacial a tendência é a busca por materiais leves e de alta precisão, que têm promovido a utilização de novas ligas de titânio e compostos de fibra. Paralelamente à feira, também serão realizadas conferências para discutir questões relacionadas a este setor. A palestra “Novas tecnologias do setor aeroespacial” promete abordar os materiais utilizados na produção de aeronaves, enquanto que “Marcos da produção econômica de componentes de titânio” oferecerá aos visitantes a oportunidade de aprender os detalhes da usinagem deste material.

Sustentabilidade em pauta Este ano, o tema central da feira EMO Hannover será a sustentabilidade ambiental – aspecto que tem se tornado, cada vez mais, uma exigência fundamental nos processos industriais. “As empresas irão mostrar no evento as novidades e alternati-

vas do setor que contribuem para a redução do consumo de energia e da emissão de poluentes, além de métodos que otimizam a eficiência dos recursos”, adianta Miller. Com o objetivo de aprofundar a discussão sobre esse tema, o evento sediará também a conferência “Manufatura sustentável”, que apresentará as tecnologias desenvolvidas por algumas empresas com o objetivo de atender os requisitos de sustentabilidade ambiental. Na ocasião, serão mostrados novos conceitos de produção e os benefícios da usinagem sem refrigeração. De acordo com Miller, a feira também pode ser uma boa oportunidade para acompanhar as tendências apresentadas pelas companhias concorrentes situadas em outros países. “Com o mercado cada vez mais globalizado, torna-se indispensável que a apresentação de um produto seja feita também em escala mundial”, afirma o diretor executivo. “Além disso, hoje é muito importante fazer negócios face to face; afinal, as decisões são tomadas por seres humanos, e não por máquinas”, conclui. Thais Paiva Jornalista

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nossa parcela de responsabilidade

As realidades do

G

ostaria de abrir este artigo pedindo licença aos caríssimos leitores para, desta vez, não focar um assunto técnico como é de minha competência e responsabilidade, e sim discorrer sobre um tema que já foi tratado em edições anteriores da Revista e que, sem dúvida, preocupa a todos nós: a desindustrialização brasileira. Os resultados satisfatórios obtidos pelo Brasil na área social e na balança comercial nos últimos anos esconderam o risco agudo da desindustrialização, o que comprometeu o futuro da produção nacional e gerou nos brasileiros a eufórica sensação de que a economia está crescendo. Embora as notícias divulgadas pela imprensa nacional apontem para a expansão econômica e social do Brasil, quando comparado aos demais países em desenvolvimento percebemos que o nosso País perdeu a oportunidade de crescer mais e de forma sustentável. Nos últimos oito anos o Brasil ficou em último lugar entre os BRICs (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China) em relação ao crescimento econômico. Enquanto a média do desenvolvimento chinês nesse período foi de 10,9%, seguido pela Índia (8,2%) e pela Rússia (4,8%), nós crescemos somente 4%. Em 2011, o Brasil continua segurando a lanterna de crescimento do grupo, só que agora divide esta posição com a Rússia. 40 O Mundo da Usinagem

A indústria vem perdendo espaço na economia nacional, já que há cinco anos a participação dos produtos manufaturados tem diminuído acentuadamente; e o resultado da balança comercial brasileira também tem sido reduzido desde 2007 – atual­ mente está na faixa de 20 bilhões de dólares. Esse índice tem sido sustentado pelas commodities, que já representam 71% de nossa pauta de exportações (incluindo produtos básicos e industrializados de pequeno valor agregado). Quando importamos produtos industrializados e exportamos commodities, estamos também “entregando” empregos que irão gerar renda e bem-estar em outros países. É na indústria que os empregos são gerados e a tecnologia é desenvolvida. Fortalecendo este setor, o Brasil pode deixar a posição colonial de exportador de recursos naturais para se tornar um fornecedor de conhecimento e inteligência ao resto do mundo. Para reverter esse quadro, a indústria depende do “casamento” de estratégias públicas e privadas. Estratégias públicas estas que já começaram a ser estruturadas pelo governo federal a partir do lançamento do Plano Brasil Maior. Novas ações ainda estão sendo aguardadas pelos segmentos da indústria, mas estratégias privadas são extremamente necessárias para tornar os produtos

Fernando Favoretto

novo milênio manufaturados muito mais competitivos, tanto no mercado nacional como no mercado internacional. E é justamente nessa busca por maior competitividade que nós da Sandvik Coromant atuamos na cadeia produtiva nacional. Não somente como um fornecedor, mas sim como um verdadeiro parceiro de nossos clientes, proporcionando-lhes serviços e produtos para usinagem de última geração. Um verdadeiro exército de engenheiros experientes em usinagem – equipados com o mais moderno assortment de ferramentas do planeta (mais de 30.000 produtos) – trabalham fortemente com foco na redução dos custos de produção de nossos parceiros. Como já citado anteriormente, tomamos como nossa a responsabilidade de tornar os nossos clientes e parceiros cada vez mais competitivos em seus mercados de atuação. Porém, mais do que isso, hoje as empresas e a sociedade necessitam adotar uma postura mais nacionalista, privilegiando principalmente os produtos nacionais, o verdadeiro “Made in Brazil”, e provendo a capacitação de seus colaboradores para juntos enfrentarmos os desafios da competitividade mundial.

José Gamarra Gerente Técnico Sandvik Coromant



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