OMU_83

Page 1

83

Publicação da Sandvik Coromant do Brasil

issn 1518-6091 rg bn 217-147

integração organizacional Suprimentos é área estratégica para a competitividade Filtros e separadores Gestão de fluidos leva sustentabilidade às fábricas

usinagem pesada

Desenvolvimento da economia nacional reaquece atividade


Shutterstock

pAra começar...

A impressão que se tem é que o mundo todo está ao alcance de um clique. Contudo, no mundo industrial, o mais rudimentar de todos os inventos segue incólume, viabilizando movimentos de toda sorte na metalurgia, na aeronáutica, na prospecção de petróleo, na geração de energia e em quase todo tipo de transporte. Isso nos permite afirmar que nenhum invento moderno, por mais que esteja na moda, superará algum dia todo o bem que nos traz uma simples roda.

O Mundo da Usinagem


83 Índice

Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISSN 1518-6091 RG. BN 217-147

Edição 11/ 2011

03 para começar...

06

Divulgação AB Sandvik Coromant

04 ÍNDICE / Expediente 0 6 gestão empresarial: cresce a demanda por usinagem pesada nos setores de energia e petróleo e gás 12 chão de fábrica: alcance resultados satisfatórios com uso de sistemas de filtração e qualificação 20 suprimentos: integração das áreas gera vantagem

competitiva para as empresas

12

Shutterstock

28 de olho no mercado: cresce a utilização do e-commerce no processos de compra industrial 36 interessante saber: qual a melhor forma de criar um portfólio de ti? 40 nossa parcela de responsabilidade

28

Shutterstock

42 anunciantes / distribuidores / fale com eles

Acompanhe os conteúdos exclusivos da Revista O Mundo da Usinagem Digital em: www.omundodausinagem.com.br EXPEDIENTE

Contato DA REVISTA OMU

Você pode enviar suas dicas e sugestões de reportagens, críticas, reclamações ou dúvidas para o e-mail da Revista O Mundo da Usinagem: faleconosco@omundodausinagem.com.br ou ligue para: NOVO NÚMERO  0800 777 7500 Para anunciar na revista, envie e-mail para: anuncie@omundodausinagem.com.br

O Mundo da Usinagem

O MUNDO DA USINAGEM é uma publicação da Sandvik Coromant do Brasil, com circulação de doze edições ao ano e distribuição gratuita para 15.000 leitores qualificados. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP. Conselho editorial: Aldeci Santos, Ancelmo Diniz, Aryoldo Machado, Edson Truszco, Edson Bernini, Eduardo Debone, Fernando de Oliveira, Francisco Marcondes, Heloisa Giraldes, Nivaldo Braz, Nivaldo Coppini, Nixon Malveira e Vera Natale. Editor-chefe: Francisco Marcondes Coordenação editorial, redação, edição de arte, produção gráfica e revisão: Equipe House Press Propaganda (Décio Colasanti, Sula Zaleski e Ronaldo Monfredo). Jornalista responsável: Francisco Marcondes - MTB 56.136/SP Propaganda: Gerente de contas - Thaís Viceconti / Tel: (11) 2335-7558 Cel: (11) 9909-8808 Projeto gráfico: House Press Impressão: Gráfica Eskenazi


GESTÃO EMPRESARIAL

Usinagem pesada sob novas perspectivas Aquecimento dos setores de energia e petróleo e gás no Brasil aumenta a procura por operações de torneamento pesado, processo caracterizado por condições extremas de usinagem e pela produção de componentes de grandes dimensões

A

descoberta de gás e óleo ao longo de 800 quilômetros do litoral brasileiro, desde Santa Catarina até o Espírito Santo, mudou a conjuntura do mercado energético do País. A possibilidade de exploração deste recurso situado na camada pré-sal do oceano Atlântico abriu novas perspectivas para o Brasil, projetando-o como uma das principais potências petrolíferas do mundo nas próximas décadas. Mesmo com esta garantia, o País vem investindo no desenvolvimento de novas alternativas energéticas, de preferência vindas de fontes renováveis, como é o caso dos biocombustíveis. O Brasil é pioneiro na produção de etanol, gerado a partir da cana-de-açúcar, que se tornou uma aposta estratégica para o mercado internacional e hoje um dos fatores responsáveis pela expansão do setor sucroenergético nacional. Além desses setores, outro que está em constante crescimento é o de energia elétrica, que vem regis-

O Mundo da Usinagem

Cavaco gerado durante operação de torneamento pesado


Divulgação AB Sandvik Coromant

trando crescimento de cerca de 5% ao ano em seu consumo. Segundo o estudo Projeção da demanda de energia elétrica para os próximos 10 anos, divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o consumo de energia que em 2010 era de 456,5 mil gigawatts-hora (GWh) deverá crescer para 730,1 mil GWh em 2020.

Demanda em alta

Torneamento de desbaste permite usinar liga de titânio com a utilização de pastilha redonda

Divulgação AB Sandvik Coromant

O aquecimento destes mercados vem se refletindo na demanda por torneamento pesado, mais especificamente por usinagem pesada. Por meio

desta operação, fabricam-se peças de grande porte e de peso elevado (em torno de 10 toneladas) comumente aplicadas nestas indústrias. Tratam-se de componentes como eixos, rotores, pás de turbinas, cilindros de laminação, mandris, conectores e engrenagens de largo diâmetro. Além das empresas que integram o setor de energia, petróleo e gás e sucroenergético, companhias siderúrgicas e fabricantes de máquinas para a indústria de celulose também costumam realizar com frequência este tipo de operação, dedicada à usinagem de materiais de elevada rigidez – como o aço inoxidável fundido e o ferro fundido. A usinagem pesada é realizada geralmente por meio da aplicação de altas taxas de avanço e profundidade de corte. Neste tipo de operação, as taxas de avanço podem variar de 0,5 a 2,5 mm/volta, e as profundidades de corte podem alcançar até 12 mm nas aplicações comuns e 30 mm se forem utilizados porta-ferramentas

O Mundo da Usinagem


GESTÃO EMPRESARIAL especiais que permitem a sobreposição de várias pastilhas.

Para atender com excelência estas condições especiais de trabalho, o torneamento pesado exige geometrias otimizadas e classes de pastilhas e sistemas de fixação bem rígidos. Domenico Landi, supervisor técnico de produtos da Sandvik Coromant, aconselha: “Deve-se escolher a geometria da pastilha e o material da ferramenta de corte (classe) mais apropriados conforme cada aplicação, a fim de se obter os melhores resultados possíveis”. Como neste processo há um tempo de contato prolongado entre a ferramenta e a peça, além de elevados avanços e profundidades de corte, como resultado da usinagem uma quantidade significativa de calor costuma ser gerada. Por este motivo, nas operações de usinagem pesada é comum encontrar classes de metal duro altamente resistentes e quebracavacos especificamente projetados para esta aplicação. “Em operações de torneamento pesado com corte interrompido que apresentam velocidade de corte mais baixa e que, portanto, geram menos calor, aconselha-se a utilização de

Crescimento dos setores de energia, petróleo e gás e sucroenergético vêm movimentando o mercado de torneamento pesado, caracterizado pela produção de peças grandes e pesadas O Mundo da Usinagem

Divulgação AB Sandvik Coromant

Qual a classe ideal?

Por meio do processo de usinagem denominado torneamento pesado é possível produzir o eixo da turbina que compõe um aerogerador classes de ferramentas de metal duro mais tenazes, como a P30”, detalha Domenico. “Já nas operações de corte contínuo ou de corte interrompido com intensa geração de calor deve-se utilizar classes mais resistentes ao desgaste, como a P15”, completa. Neste último caso, como pode ocorrer deformação plástica ou desgaste frontal em consequência das altas temperaturas e elevados esforços mecânicos gerados durante o processo de corte, deve-se compensar de alguma forma a falta de tenacidade da P15. “Uma alternativa é utilizá-la em combinação com geometrias de corte reforçadas com chanfros ou fases planas na aresta”, aconselha Domenico.

Aspectos da pastilha Outra opção para proteger as ferramentas das altas temperaturas

é utilizar pastilhas de metal duro revestido (HC). Este material consiste na combinação do metal duro com alguma cobertura, formando uma classe personalizada. “O revestimento do metal duro com coberturas à base de óxido de alumínio, por exemplo, age como uma barreira térmica protegendo o substrato da pastilha e melhorando sua resistência ao desgaste”, conta Antonio Giovanetti, especialista em torneamento da Sandvik Coromant. Também o formato e a espessura da pastilha são características importantes que influenciam diretamente a usinagem nesse tipo de operação. “O mais adequado é utilizar pastilhas negativas de espessura elevada ou então pastilhas negativas com face única de corte, garantindo maior área de apoio no porta-ferramenta”, indica Giovanetti.


GESTÃO EMPRESARIAL Os formatos mais comuns são negativas tipo C (romboidal ou losango) e tipo S (quadrada) com arestas 19 (iC 19,05 mm) e 25 (iC 25,4 mm), tipo L (retangular) com arestas de 50,8 mm e tipo R (redonda) com arestas 25 (iC 25,4 mm), 32 mm ou 50 mm. Já as espessuras mais utilizadas são 06 (6,35 mm), 07 (7,94 mm), 09 (9,52 mm), 11 (11,13 mm) e 12 (12 mm) com raios de ponta de 1,6 mm, 2,4 mm ou 3,2 mm.

Garantindo uma usinagem estável Após escolher a pastilha ideal, o cuidado passa a ser fixá-la firmemente nos suportes. Os mecanismos de fixação de pastilhas mais populares para operações de usinagem pesada

Torneamento pesado exige geometrias otimizadas e classes de pastilhas rígidas. Para este processo, são indicadas pastilhas negativas de espessura elevada ou com face única de corte são os tipos alavanca e cunha-grampo. Além de oferecer estes dois modelos como parte de sua linha T-Max P, a Sandvik Coromant desenvolveu um terceiro mecanismo chamado fixação rígida, no qual um grampo de fixação pressiona simultaneamente a pastilha contra o calço do porta-ferramenta e contra os encostos laterais. Para fixar o porta-ferramenta no

torno é fundamental observar alguns detalhes. “O comprimento de fixação deve ser no mínimo duas vezes maior que a dimensão da haste para a ferramenta externa e três a quatro vezes maior que o diâmetro da barra para ferramentas internas”, orienta Domenico. Na instalação de um porta-ferramenta em torre convencional, devese utilizar pelo menos dois parafusos em sua fixação. Os modelos mais utilizados são os ISO (com hastes 32 x 32 mm, 40 x 40 mm e 50 x 50 mm) e os modulares, como o Coromant Capto tamanhos C6, C8 e C10. Outra recomendação é evitar o uso de calços ou buchas na fixação de ferramentas. “Caso estes itens sejam indispensáveis, é importante


Na usinagem pesada, taxas de avanço podem variar entre 0,5 e 2,5 mm/volta e as profundidades de corte podem alcançar até 12 mm

de um torno pesado já é dimensiode cavacos longos. As geometrias de quebra-cavaco apresentam uma nado levando-se em consideração o tamanho e o peso máximos que a distância significativa entre a aresta peça pode apresentar, somados aos de corte e o formador de cavaco, além de chanfros ou fase plana para esforços de corte na potência líquida máxima da máquina. reforço da aresta. A Sandvik Coromant recoMesmo assim, o rpm (rotações por menda as geometrias PR, MR, KR, HM, HR e minuto) pode ser garantir que estejam perfeitamente limitante caso a MR para torneamento pesado. planos, precisos e com bom acabapeça tenha um É impor tante mento superficial”, alerta o supervisor. peso elevado lembrar que estas e seu diâmegeometrias devem Como lidar com peças tro não seja ser sempre escogigantes muito granlhidas conforme as Como as peças usinadas por de. “Neste particularidades da torneamento pesado costumam ser caso, o desvolumosas, cintas especiais de poliaplicação. balanceamento éster são utilizadas para envolvê-las Outro cuidado válido pode provocar fordurante seu manuseio e transporte. é evitar a quebra ou o ças excessivas que desgaste da pastilha duDesta forma é possível garantir poderiam comprorante o passe de acabamaior segurança e evitar as marcas meter a operação geralmente deixadas quando são ou mesmo colocar Na instalação de porta- mento; caso contrário, a pastilha provocará marcas utilizados cabos de aço para sua em risco a seguferramenta em torre suspenção e movimentação. Por sua rança do operador”, convencional, deve-se no cilindro, o que exigirá repasse para eliminá-las vez, a fixação da peça pode ser feita alerta Giovanetti. utilizar pelo menos dois parafusos em – ou seja, retrabalho. por meio de placas de fixação com sua fixação. Na foto, O ideal é que todo o castanhas independentes, método Cuidados Coromant Capto passe de acabamento mais aconselhado para materiais necessários seja realizado com uma forjados ou fundidos, pois permite Com o objetivo só aresta. centrar com precisão qualquer ponto de evitar o “enrolamento” do cavaco da peça. Uma vez que neste processo são na ferramenta e diminuir o tempo de Para que não ocorram problemas geradas altas temperaturas, o óleo contato entre ambos, o quebra-cavacom excesso de peso, o contrapontas refrigerante é preferível ao lubrificanco tem a função de reduzir o tamanho te, pois o primeiro ajuda a reduzir as temperaturas. No entanto, em alguns casos não se utiliza este óleo em O manual técnico do fornecedor pode oferecer informações importantes função de as máquinas não estarem para a seleção e utilização correta de ferramentas, pastilhas, classes de equipadas com unidades de refrigerametal duro e parâmetros de corte para um processista iniciante. ção adequadas ou mesmo por serem Mesmo assim, a experiência de um técnico ou especialista do fornecedor máquinas abertas, sem proteção.

Manual técnico X experiência

continua sendo indispensável para que o usuário tire o melhor proveito possível da ferramenta e mesmo do processo de corte, a fim de garantir a maior produtividade para as operações de usinagem pesada.

Thais Paiva Jornalista

O Mundo da Usinagem 11


Shutterstock

CHÃO DE FÁBRICA

Retenção de impurezas para gestão de fluidos mais sustentável Sistemas de filtração e qualificação de soluções oleosas apresentam resultados duplamente vantajosos para as empresas

N

os últimos anos tem crescido a adoção de sistemas que primam pela sustentabilidade. Além de buscar o alto desempenho dos processos fabris, cada vez mais as indústrias têm de se adaptar a regulamentações que preveem a minimização dos impactos ambientais gerados pela cadeia produtiva.

12 O Mundo da Usinagem

Nesse caminho rumo a um futuro mais verde, muitas companhias têm identificado a possibilidade de aliar o aspecto ambiental com o aumento de sua produtividade e a otimização de resultados. Uma forma de alcançar a proteção ambiental com redução nos custos é a utilização de equipamentos

como filtros, coletores de óleo e fluidos de corte, além de separadores de partículas. Além de possibilitar a reutilização da água e a maior vida útil do óleo, essas soluções podem resultar no aumento do ciclo de vida das máquinas, na redução dos custos com consumíveis (como água e óleo) e na melhora do desempenho


dos sistemas envolvidos. A maior disponibilidade dos equipamentos, assim como a redução do tempo de paradas para conserto, manutenção e troca de óleo são outros benefícios dessas práticas. “Uma máquina em total equilíbrio chega a produzir com níveis de 95% a 98% de disponibilidade”, ressalta Adalberto Moraes, diretor comercial da fabricante MachSystem. “Já um equipamento que não tem essas características tem dificuldade para chegar a 50% de disponibilidade”, compara.

Soluções sustentáveis

ser acima de 30 micra (0,03 mm), pode-se utilizar os separadores de partículas”, orienta. “Já quando o ideal é a purificação abaixo de 30 micra o recomendável é optar pelos filtros”.

Líquido qualificado

equipamentos novos quanto em equipamentos já instalados, acoplados ou adquiridos separadamente, esses sistemas apresentam retorno sobre o investimento entre 12 e 18 meses após sua aquisição. “A MachSystem desenvolveu soluções de monitoramento para que o próprio cliente possa calcular o tempo de retorno dos seus investimentos”, explica o profissional. O que vai determinar se o ideal é a utilização de um elemento filtrante ou de um separador de partículas, segundo Moraes, é o nível de qualificação que se deseja obter. “Nos casos em que a qualificação do fluido deve Divulgação MachSystem

Para Moraes, a demanda por soluções sustentáveis deste tipo é alta, mas esbarra em alguns obstáculos. “A falta de conhecimento por parte dos usuários sobre a importância destes sistemas ainda é comum”, constata. “Algumas empresas também têm receio de investir em máquinas mais antigas”. Podendo ser utilizados tanto em

Sistemas filtrantes promovem o aumento do ciclo de vida das máquinas, a redução dos custos com consumíveis e a melhora do desempenho dos sistemas envolvidos

Filtros autolimpantes mantêm a pureza das soluções e evitam a interrupção das máquinas. Na foto, Wesley Rafael de Lima Carvalho realiza montagem do painel de interface do filtro SFU-E

O diretor comercial da MachSystem conta que a necessidade de purificar o fluido de refrigeração sempre existiu, desde os primeiros equipamentos para usinagem. “O óleo que não conta com qualificação causa agressões à máquina e também contribui para o seu desgaste prematuro”, orienta Moraes. O modelo mais usado para este propósito no passado era o filtro com papel. “Este sistema foi muito utilizado nos últimos 30 anos em função da facilidade de introdução no sistema de um elemento de filtragem descartável”, revela. Porém, com o tempo as desvantagens desta solução impulsionaram o crescimento de outras maneiras de se realizar o processo. “O sistema de filtragem com papel envolve altos custos com a reposição dos consumíveis e exige um tempo elevado para a manutenção e para a recolocação de ajustes”, observa Moraes. O alto nível de descarte de papel envolvido nesse procedimento também o torna pouco sustentável. Entre as soluções alternativas, destaca-se o sistema de centrifugação com hidrociclones – uma técnica conhecida há mais de 500 anos que foi reabilitada pela MachSystem. Chamado de Sistema Ecológico Universal de Qualificação do Líquido Refrigerante (SFU-E), este equipamento é fabricado em aço

O Mundo da Usinagem 13


CHÃO DE FÁBRICA – material escolhido por não apresentar desgaste e por não precisar ser substituído ou descartado. Composta por um filtro hidrociclone e por um filtro lâmina com recurso de limpeza automática, a solução pode ser utilizada em retíficas, afiadoras, brochadeiras, centros de usinagem e tornos. Em comparação a sistemas semelhantes, entre os seus benefícios destaca-se o baixo índice de manutenção e o padrão constante de pureza do líquido. “Essa tecnologia é autossuficiente, e por isso dispensa a intervenção de operadores e profissionais de manutenção”, destaca Moraes. Essa independência em relação

Usinagem limpa Composto normalmente por uma solução de óleo e água, o fluido de corte é vital para o bom andamento das operações de usinagem. Entre os seus benefícios de seu emprego, destaca-se a refrigeração, a lubrificação e a proteção das ferramentas e das peças contra o processo oxidante. Por outro lado, o descarte incorreto desse fluido pode acarretar diversos problemas ambientais. Tanto que ele foi classificado pela Norma Técnica NBR 10.004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), entre os resíduos da classe I, composta pelos dejetos perigosos e tóxicos. Os riscos de seu descarte incorreto incluem tanto a degradação do solo e a contaminação dos recursos hídricos quanto os efeitos nocivos à atmosfera. Dessa forma, para garantir uma usinagem limpa e ecorresponsável é importante que as empresas invistam em equipamentos que promovam a separação e a purificação desses líquidos, reduzindo o consumo da empresa e priorizando a preservação do meio ambiente.

Sistema Ecológico Universal de Qualificação do Líquido Refrigerante (SFU-E)

Entenda o funcionamento de um sistema autolimpante com filtros hidrociclone e lâmina Saído do processo de retificadora, o líquido entra no tanque sujo. Então, acionado por uma bomba, ele passa pelo filtro hidrociclone, que retira seus particulados acima de 30 mícra, e depois segue para o tanque limpo. Se houver necessidade de uma qualificação mais apurada, no tanque limpo o líquido passa pelo filtro lâmina e volta para o processo de alimentação da máquina. Já o resíduo separado pelo hidrociclone é armazenado em uma caixa de decantação e removido por meio de uma rosca transportadora.

14 O Mundo da Usinagem

aos serviços de manutenção e à atuação dos operadores é a característica principal dos filtros autolimpantes, dos quais o SFU-E é um exemplo. A autolimpeza desses equipamentos é realizada por meio da sucção das impurezas, que são coletadas e posteriormente descartadas, sem a necessidade de interromper o fluxo da linha de produção. Outros exemplos de elementos filtrantes são os filtros cartucho, que apresentam um meio poroso. Realizando uma filtragem de fora para dentro, sua aplicação inclui processos das indústrias alimentícia, farmacêutica, química e petroquímica. Os do tipo bolsa também permitem ampla aplicação industrial. Compostos por uma bolsa filtrante, que permite a saída da solução pura e mantém apenas as impurezas, esses filtros são ideais para remover particulados sólidos em processos que exigem a pureza do líquido.


CHÃO DE FÁBRICA

Perfeição é uma soma de detalhes Atenção aos detalhes e precisão nos resultados são fundamentais. É com esta dedicação que a Eroma atende seus clientes, oferecendo os melhores serviços e produtos do mercado. Queremos surpreender suas expectativas. Conte conosco. FIOS PARA ELETROEROSÃO RESINAS E FILTROS ACESSÓRIOS TUBOS CAPILARES PEÇAS DE REPOSIÇÃO

MATERIAIS PARA ELETROEROSÃO

47 3249.2500 WWW.EROMA.COM.BR vendas@eroma.com.br

Ecológico de Purificação e Monitoramento do Óleo de Corte (SMOC)

Passo a passo de um separador de água e óleo móvel Um flutuador com uma conexão rápida é instalado no tanque de refrigeração. Movido por uma bomba pneumática, o sistema faz a sucção do líquido presente no tanque de refrigeração da máquina, encaminhando-o para um pré-filtro, onde são eliminados elementos estranhos que estavam depositados no tanque. Então, por meio do processo de decantação, o óleo contaminado é separado em um recipiente e o líquido limpo e oxigenado retorna para o tanque da máquina. Há também os filtros do tipo cesto, que podem ser lavados e reutilizados. Com um sistema de abertura e fechamento facilitado, podem ser reutilizados e são adequados para diferentes cadeias produtivas, como nas indústrias química, alimentícia e naval, bem como usinas hidrelétricas, siderúrgicas e petrolíferas.

Desperdício mínimo Outro recurso importante para garantir o maior ciclo de vida do líquido refrigerante, assim como o melhor desempenho das máquinas, é a utilização de separadores de água e óleo. Entre os benefícios dos sistemas deste tipo, destaca-se

16 O Mundo da Usinagem

a purificação da água que compõe o fluido, permitindo que este líquido seja reutilizado e evitando o surgimento de problemas relacionados à contaminação da água de refrigeração. Esses separadores podem ser aplicados tanto nas empresas do setor metalmecânico quanto nas de segmentos que trabalham com óleos – como refinarias, oficinas mecânicas e indústrias química, plástica, alimentícia e de vidro. Na MachSystem, uma das soluções com esta finalidade é o Sistema Ecológico de Purificação e Monitoramento do Óleo de Corte (SMOC). Fixo ou móvel, o equipamento elimina o óleo sobrenadante e permite controlar o nível


CHÃO DE FÁBRICA de água no tanque de refrigeração, além de sua temperatura e acidez (pH). Segundo Moraes, os custos de manutenção e assistência técnica são reduzidos. “A utilização desses sistemas não reduz o consumo de óleo, mas o torna mais inteligente”, analisa. Para escolher o sistema de filtração mais adequado para cada

Empresas têm identificado a possibilidade de aliar o aspecto ambiental com o aumento de sua produtividade e a otimização de resultados

Sobre a MachSystem Sediada no município paulista de Indaiatuba, a MachSystem conta com representantes e técnicos alocados em outros estados do País, como Amazonas, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O ponto de partida de suas atividades foi em 2003, quando ainda fazia parte da companhia Scanner Machines. Entre as soluções da MachSystem, especializada na área de sustentabilidade fabril, encontram-se sistemas de qualificação e monitoramento de líquidos refrigerantes e de fluidos de corte, além de coletores de óleo e de névoa. TX611 C-4_202x133.pdf 1 2/5/2011 15:21:22

máquina, o diretor explica que é impor tante verificar se ele está enquadrado à legislação ambiental relacionada ao seu segmento específico. O correto manuseio do equipamento também é um fator decisivo para garantir a longevidade do seu ciclo de vida e a efetividade das operações realizadas. “Além de optar por máquinas de boa qualidade, é essencial que as empresas estejam atentas aos sistemas que contribuemtrabalham para o seu correto funcionamento, de modo a preservar tanto os investimentos realizados quanto o meio ambiente e a saúde dos operadores”, aconselha Moraes. Anna Ligia Machado Jornalista


Shutterstock

suprimentos

Equipe integrada compras competitivas Profissionais do departamento de Suprimentos realizam funções estratégicas e trabalham em parceria com outras áreas, a fim de elevar a competitividade da empresa

D

esenvolver estratégias inteligentes e eficientes na compra de matérias-primas e equipamentos, garantindo assim o bom desempenho da empresa nos mercados em que atua. Essa é a principal missão de um departamento de Suprimentos. A função dos profissionais dessa área

20 O Mundo da Usinagem

ganha ainda mais relevância quando se verifica que de 40% a 70% dos gastos de uma indústria são referentes à compra de materiais, sejam eles para produção ou manutenção de máquinas. É o que afirma Artur Bullio, supervisor de compras da Caterpillar – multinacional norte-americana líder

no fornecimento de máquinas e veículos pesados para os setores da construção civil e mineração. A dinâmica desse departamento caminha de acordo com a das demais áreas da empresa. A cada pedido inserido no sistema interno, a equipe de Suprimentos é acionada e assim dá-se


distribuição e venda comprometidos. Confira a seguir as funções e os perfis profissionais dos colaboradores que integram essa área estratégica.

Orquestra em harmonia A figura do maestro é essencial para que um grupo de músicos toque em perfeita harmonia. Geralmente o regente não costuma ser o músico com maior habilidade para tocar todos os instrumentos, mas é o único capaz de fazer com que todos sejam executados em consonância. É assim que Carlos Francisco Simões Gomes, professor adjunto do IBMEC-RJ e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Pesquisa Operacional (SOBRAPO), entende a função de um gerente de Suprimentos, cargo geralmente ocupado pelo gerente ou supervisor de compras. Apesar de ter uma equipe com profissionais especializados para cada Sérgio Morita

início ao processo de cotação para a aquisição de bens. Primeiramente, analisa-se a demanda e, em seguida, o colaborador encarregado busca fornecedores e negocia preços e cotações, visando à criação de soluções que tragam o melhor custo—benefício à empresa. “Qualquer real economizado durante um processo de compra proporciona ganhos finais significativos”, revela Bullio. “Nós, profissionais de Suprimentos, devemos ter sempre em mente que a função que exercemos tem influência direta nos lucros da empresa”, completa. Planejamento e organização são duas premissas do departamento de Suprimentos que busca a excelência. É preciso que os profissionais envolvidos avaliem as necessidades de produção, relacionando fatores como qualidade, quantidade, custo, prazo e logística. Caso contrário, a empresa pode ter os processos de

Nas microempresas brasileiras, que hoje representam 80% dos cenário nacional, o departamento de Suprimentos é geralmente estruturado com quatro cargos básicos além do gestor uma das funções, é o gestor quem irá reger as ações e direcioná-las a um objetivo comum, que é o ganho de competitividade. De acordo com o site de recrutamento Catho, o gerente de Suprimentos acumula as funções de planejar, dirigir e controlar o fornecimento de materiais produtivos e improdutivos da empresa, além de participar do planejamento, programação e controle da produção. Cabe também a este profissional buscar novos fornecedores e fontes alternativas de materiais e insumos, objetivando a diminuição do custo dos processos realizados pela empresa e, consequentemente, também de seus produtos finais. Em meio a todas essas responsabilidades, Gomes ressalta ainda que uma das principais qualidades que um gestor deve ter, seja ele de Suprimentos ou não, é a capacidade de liderança.

Cargos básicos

Na Sandvik Tooling Supply planejamento de compras é compatilhado com outras áreas da empresa. Da esquerda para a direita, Danilo Angeli (gerente do Centro de Distribuição), Washington Lima (comprador técnico), Sabrina Suplicy (coordenadora) e Agatha Santos (estagiária)

Segundo o professor Gomes, a estrutura organizacional do departamento de Suprimentos – principalmente das microempresas, que hoje representam 80% do total de empresas brasileiras – pode ser estabelecida listando outros quatro cargos

O Mundo da Usinagem 21


básicos além do gestor: comprador de materiais diversos, comprador técnico, especialista em matériaprima e auxiliar de compras. Dentre as tarefas realizadas pelo comprador de materiais diversos destaca-se o acompanhamento das compras, atividade que consiste em classificar os tipos de aquisição de cada setor da empresa e identificar em seu banco de dados quais são os fornecedores que podem ser contatados. Já o comprador técnico é aquele que detém conhecimentos aprofundados sobre determinada área ou mercado, e isso o capacita a encontrar o melhor item para determinada necessidade. O especialista em matéria-prima é responsável pela elaboração de pesquisas que indiquem onde encontrar os melhores materiais para a produção, considerando os preços e a qualidade de cada fornecedor como fatores determinantes. Para os assuntos administrativos, o departamento pode contar com o auxiliar

Divulgação Caterpillar

suprimentos

Arthur Bullio (ao centro) destaca que uma das funções da área é tornar a empresa mais competitiva. Da esquerda para a direita, Gustavo Loterio e Tatiana Cequinel (compradores), Nadyege Fedatto (analista de compras) e Marcelo Arietti Jr. (engenheiro de controle de processos) de compras, que faz as negociações, cuida do fluxo de caixa e analisa as cotações das moedas e das commodities durante o fechamento de um negócio.

Profissionais estratégicos

Nas empresas de grande porte, no entanto, a necessidade de realizar

Profissão x profissional Para Carlos Francisco Simões Gomes, professor adjunto do IBMEC-RJ e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Pesquisa Operacional (SOBRAPO), o conhecimento técnico e as experiências profissionais são importantes para que um colaborador esteja apto a integrar o departamento de Suprimentos de uma indústria. Sabrina Suplicy, coordenadora da Sandvik Tooling Supply, completa ressaltando que a visão de negócio é outro ponto que pode valorizar o profissional que busca oportunidades nessa área. “É preciso que o candidato tenha habilidades específicas e demonstre a capacidade de propor soluções criativas e inovadoras, para suprir necessidades emergenciais da empresa”, justifica. Para a coordenadora, conhecimento em logística e em comércio exterior são outros diferenciais valiosos para este profissional. Isso porque parte significativa das atividades do departamento de Suprimentos está relacionada a essas áreas de negócio (saiba mais sobre recrutamento na reportagem “Comprador: um profissional estratégico”, publicada na edição desta da Revista).

22 O Mundo da Usinagem

compras de matérias-primas e equipamentos em maior quantidade pode levar o departamento de Suprimentos a ter uma estrutura com maior número de colaboradores. Na Caterpillar, por exemplo, a equipe também dispõem de um grupo de engenheiros que trabalham juntos na qualificação e desenvolvimento dos materiais. Os gerentes de compras, por sua vez, são chamados de black belts – nomeação dada a profissionais que têm conhecimentos teóricos e práticos do conceito Seis Sigma, um sistema de gestão que busca compreender as necessidades dos clientes por meio do uso disciplinado de fatos, dados e análise estatística, a fim de melhorar e reinventar os processos do negócio. Com o objetivo de aprimorar a qualidade dos produtos, serviços ou processos da companhia, os black belts também costumam aplicar em suas atividades a metodologia DMAIC. A sigla em inglês (Define, Measure, Analyse, Improve e Control) representa as atividades de definir o projeto,


suprimentos Empresas de grande porte necessitam comprar de matériasprimas e equipamentos em maior quantidade e, nelas, o departamento de Suprimentos costuma ter estrutura diferente da convencional

Obstáculos a serem evitados

Shutterstock

levantar e analisar dados, investir em melhorias e controlar os resultados obtidos. Outro cargo presente na estrutura organizacional da Caterpillar é o líder de Planejamento Avançado da Qualidade do Produto (APQP), uma estratégia originalmente elaborada pelas montadoras Daimler Chrysler, Ford e General Motors com o objetivo de definir as atividades básicas para a confecção de um plano de qualidade. A produção em um sistema APQP acontece por meio de cinco fases: planejamento e definição do programa, projeto e desenvolvimento do produto, projeto e desenvolvimento do processo, validação do produto e processo e, finalmente, realimen-

Integração da equipe com outras áreas gera melhores resultados

24 O Mundo da Usinagem

Veja abaixo os principais desafios enfrentados pelos departamentos de Suprimentos das indústrias, na avaliação de Carlos Francisco Simões Gomes, professor adjunto do IBMEC-RJ e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Pesquisa Operacional (SOBRAPO): - Falta de planejamento logístico: “Esse é um erros mais comuns e mais prejudiciais para a empresa. A produção não pode parar, por isso é responsabilidade da área garantir que todos os insumos necessários estarão à disposição assim que solicitados”. - Estoque em excesso: “É fundamental calcular corretamente a quantidade de materiais que deve ser comprada. Se o cálculo for preciso, não haverá excesso ou carência de produtos no estoque”. - Gestão de crises: “Durante momentos de instabilidade, é essencial repensar as estratégias em curso. Para isso, é fundamental que os profissionais fiquem atentos a todas as oscilações do mercado”. tação e ações corretivas. O líder de APQP deve trabalhar com o time de Engenharia no desenvolvimento de novos produtos.

Áreas colaborativas No caso da Sandvik Tooling Supply – divisão do grupo Sandvik responsável pelos suprimentos da Sandvik Coromant –, além das atividades convencionais, o departamento também investe no treinamento de jovens trainees. De acordo com Sabrina Suplicy, coordenadora da Sandvik Tooling Supply, as principais atividades desenvolvidas pelos trainees envolvem o acompanhamento das cotações e outros serviços ligados diretamente aos fornecedores, como o controle de documentação e follow up da entrega de pedidos (estabelecer contatos para dar continuidade a um relacionamento). Sabrina detalha que o planejamento das compras é dividido em matérias-primas, itens indiretos e itens de revenda, e compartilha-

do com outras áreas da empresa. “O planejamento de matéria-prima fica sob responsabilidade da equipe de Engenharia, que verifica semanalmente a demanda de produção”, explica a coordenadora. Já o planejamento de itens indiretos (peças para manutenção de máquinas e demais itens que dão suporte à produção) é realizado pelo departamento de Manutenção. São esses profissionais que controlam os itens indiretos que deverão constar nos pedidos. Por fim, o planejamento de compras de itens de revenda fica sob responsabilidade da área de Vendas. Há um profissional dedicado ao gerenciamento do que está sendo vendido.

Definindo estratégias Além de equipes bem estruturadas e capacitadas, os departamentos de Suprimentos também podem lançar mão de soluções criativas capazes de contribuir para a gestão estratégica


suprimentos da área. Uma delas é chamada de clusters, termo que pode ser definido como ‘grupos distintos com atividades semelhantes que efetuam compras em conjunto’. Criado pelo economista norte-

americano Michael Porter durante a década de 1990, este conceito se refere à união de empresas ou departamentos, concorrentes ou não, em busca de novas oportunidades de negócio. A vantagem dessa estratégia

Upgrade profissional Logística, sustentabilidade, responsabilidade social e tecnologia da informação (TI) são alguns dos campos do conhecimentos abordados nos cursos de especialização relacionados ao departamento de Suprimentos. Confira abaixo alguns dos cursos disponibilizados nesta área:  CM – Engenheiro de Suprimento – Centro de Tecnologia e Geociências – Universidade Federal de Pernambuco – Informações: migre.me/66X9D  CBA Logística – IBMEC (RJ) – Informações: migre.me/66Xzl  Gestão de Operações e Logística – Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) – Informações em: migre.me/66QDI  Especialização em Gestão da Cadeia de Suprimentos e Logística – Faculdade de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), São Paulo – Informações: migre.me/66OSR

é o compartilhamento dos gastos com fretes, exportação e manutenção de matéria-prima. Desta forma, é possível reduzir custos, garantindo a aquisição de insumos, materiais ou máquinas com melhor custo—benefício. Inspirado nesse conceito, o Grupo Sandvik criou um comitê de compras para otimizar a aquisição de materiais indiretos comuns adquiridos frequentemente por suas unidades localizadas em diferentes países. “Assim, a negociação se torna mais produtiva, pois compramos grandes lotes com preços mais acessíveis”, finaliza Sabrina. Cynthia Terumi Sula Zaleski Jornalista Veja mais maisinformações informaçõesem: em: www.omundodausinagem.com.br


Shutterstock

de olho no mercado

E-commerce

Movimenta o setor industrial Tendência em diversos segmentos de mercado, comércio eletrônico dinamiza negociações entre indústrias mas exige atenção redobrada

A

penas no primeiro semestre de 2011, quatro milhões de brasileiros se tornaram adeptos do comércio online, ou e-commerce. Com essa parcela representativa de novos usuários, estima-se que o País conte atualmente com cerca de 27 milhões de e-consumers (consumidores eletrônicos). Segundo o relatório WebShoppers, publicado em agosto de 2011 pela e-bit (empresa especializada em informações do comércio eletrônico) em parceria com a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-

28 O Mundo da Usinagem

e.net), esta modalidade de comércio foi responsável pela movimentação de R$ 8,4 bilhões nos primeiros seis meses do ano. No cenário mundial, um estudo elaborado em junho pela empresa norte-americana Cisco Systems Inc Economics & Research Practice estima que em 2015 o lucro mundial do e-commerce poderá atingir a faixa de US$ 1,4 trilhão, com avanço anual de 13,5%. Mas o crescimento do e-commerce não se refere apenas ao mercado business-to-consumer (B2C) – em português, negócio orientado ao

consumidor. Esta modalidade de vendas também alcança o setor industrial. É o que mostra a 13ª edição da pesquisa Comércio Eletrônico no Mercado Brasileiro, realizada com 470 empresas, nacionais e multinacionais de diversos segmentos, que dis ponibilizam seus produtos para compra no ambiente digital. Divulgado em abril deste ano pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP), o estudo revelou que o comércio eletrônico nacional já representa 65,25% das


transações business-to-business (B2B) – em português, negócio entre empresas ou pessoas jurídicas –, enquanto 33,02% das vendas online são voltadas ao consumidor individual, pessoa física (B2C). Dentre as transações B2B podem ser destacadas a aquisição de materiais realizada pelos departamentos de Suprimentos, que em 11 anos cresceu nada menos que 45.000%. As atividades de logística interna referentes à estocagem de matériaprima também registraram evolução espantosa no mesmo período, ou seja, aproximadamente 78.000%. Acompanhe a seguir as particularidades do e-commerce e conheça as vantagens e desvantagens desta modalidade de comércio para os diferentes tipos de produtos comercializados.

Desvendando o e-commerce

Assim como o comércio tradicional, o e-commerce está presente em diferentes segmentos de mercado. Além dos já citados B2C e B2B, as facilidades que surgiram com o advento da internet propiciaram o surgimento de outros tipos de transações:  C2C (consumer-to-consumer) – em português, consumidor para consumidor: Atividades comerciais entre consumidores geralmente

Pesquisa da FGV-EAESP indica que pedidos solicitados via web pelos departamentos de Suprimentos cresceu cerca de 45.000% em 11 anos 30 O Mundo da Usinagem

Shutterstock

de olho no mercado

Comércio eletrônico nacional já representa 65,25% das transações business-to-business (B2B) intermediadas por uma empresa, como o site de leilões eBay ou o portal Mercado Livre;  B2G (business-to-government) – em português, atividades comerciais entre empresas e governo: Transações econômicas, como ocorre nas licitações para a seleção de fornecedores e contratação de serviços pelo poder público; Existem ainda siglas como B2E (business-to-employee) – em português, atividades comerciais para funcionários – relacionada a portais intranet; siglas invertidas, como G2B e C2B, que se revelam a inversão de papéis entre quem vende e quem compra; e ainda variações como E2E (employee-to-employee) e G2G (government-to-government) – em português, de funcionário para funcionário e de governo para governo, respectivamente – que completam os relacionamentos possíveis. No entanto, algumas dessas siglas podem não estar diretamente relacionadas ao e-commerce, mas sim ao e-business, uma forma de interação na web que não pressupõe relações comerciais (conheça este e outros tipos de

transações online no conteúdo online desta edição). Independentemente do tipo de transação realizada, o comércio eletrônico pode se dar por meio de compra direta, leilões virtuais, leilões reversos, clube de compras ou compras coletivas. Veja a seguir a definição dessas formas de negociação online:  Compra direta: Comprador acessa o portal do vendedor para adquirir os produtos do fabricante.  Leilão virtual: Fabricante, vendedor ou dono do produto oferece o material que deseja vender em um portal próprio ou dedicado a esta atividade, enquanto os interessados dão lances.  Leilão reverso: Plataforma de negócios online originária da necessidade de compra por parte do comprador, pessoa jurídica, que tem em seu poder a tomada de decisão quanto à aquisição de um determinado produto ou serviço.  Clube de compras: Pessoas ou empresas com necessidades em comum se unem para obter vantagem competitiva na compra de um produto ou serviço.


de olho no mercado Por meio das compras coletivas é possível ampliar o poder de barganha e adquirir produtos em grandes quantidades  Compras coletivas: Consumidores ou empresas se reúnem para adquirir um mesmo produto ou serviço em maior quantidade a fim de alcançar preço mais competitivo.

Atenção nas compras coletivas É fato que nas compras eletrônicas o comprador não tem contato prévio com o produto. Por isso, avaliar quais itens devem ou não ser negociados com este distanciamento é o primeiro passo para que o departamento de Compras utilize o e-commerce de forma segura. Nesse sentido, especialistas do setor industrial advertem que, caso o produto não seja uma commodity (bens com base de qualidade quase uniforme, como ferro, aço e produtos agrícolas), adquirí-lo por meio de um portal de compras coletivas pode ser um risco. Mas, afinal, por que os empresários muitas vezes optam por comprar em conjunto? Uma das razões mais comuns é que por meio das compras coletivas é possível apliar o poder de barganha e adquirir produtos em grandes quantidades a preços reduzidos. “A princípio, essa categoria de compra pode representar melhor custo—benefício, possibilitando uma vantagem competitiva de 15% a

32 O Mundo da Usinagem

20%”, avalia Francisco Marcondes, editor-chefe da Revista O Mundo da Usinagem e sócio-diretor da empresa Merithus Consultoria e Marketing de Engenharia. Porém, no longo prazo a empresa pode ter prejuízo de até 25% caso o material adquirido não seja o ideal para o processo a ser realizado. Diretor da PS Ferramentas, empresa paranaense revendedora autorizada dos produtos Sandvik Coromant, Paulo Sidinani acredita que pode ser vantajoso negociar gás, chapas de aço e outros produtos classificados como commodities por meio de portais de compras coletivas. No entanto, ele explica que, se certos produtos forem utilizados de forma genérica, a empresa pode não conseguir aproveitar o máximo desempenho do material adquirido. “A compra de pastilhas para usinagem é um bom exemplo desta condição”, ensina Sidinani. “É fundamental que um vendedor especializado visite

o chão de fábrica e indique qual é a pastilha ideal para determinado processo”, continua. “Caso contrário o resultado final não será satisfatório, pois cada operação necessita receber um tipo específico de pastilha para alcançar maior produtividade”, explica. Marcondes observa que há profissionais que tendem a olhar para as ferramentas dedicadas à usinagem como commodities. “No processo de usinagem existem peças específicas para cada tipo de trabalho”, justifica. Sidinani, da PS Ferramentas, completa afirmando que, se uma máquina trabalha com pastilhas inadequadas, a fabricação da peça pode demorar o dobro do tempo que levaria normalmente.

Qualidade agregada Uma compra industrial não se restringe à aquisição de um produto. Atendimento pré-venda e assistência técnica durante e após a compra também são essenciais para que o

Negociações online Além do comércio eletrônico, existem outras transações que podem ser realizados no ambiente virtual: e-business (electronic business) – em português, negócio efetuado por meios eletrônicos, geralmente na internet, mas que não pressupõem a compra de algum produto ou serviço. Um exemplo são os sistemas intranet de relacionamento com clientes ou funcionários. m-commerce (mobile commerce) – em português, comércio móvel: transação comercial realizada por meio de um dispositivo móvel, como celulares ou tablets. s-commerce (social commerce) – em português, comércio social: aquele que utiliza as redes sociais como mecanismo para atrair clientes ou para melhorar a comunicação entre empresa e consumidor. t-commerce (television commerce) – em português, comércio televisivo: venda de produtos realizada graças à interatividade da nova TV digital. Nela os telespectadores podem comprar programas ou outros produtos.


de olho no mercado bem adquirido alcance bom desempenho. Por isso, é importante checar se a qualidade do atendimento será mantida ao adquirir um produto por meio da compra coletiva. “A busca por preços mais competitivos e prazos de entrega menores pode levar os fornecedores a oferecer produtos medianos”, analisa Marcondes. “Esta situação pode chagar ao ponto em que os próprios consumidores, em busca de benefícios, serão os principais prejudicados”, conclui. Por este motivo, Sidinani lembra que os elevados descontos praticados nestas modalidades de negócio podem fazer com que os fornecedores não se sintam estimulados a prestar um atendimento frequente e personalizado. “Existem casos em que o acompanhamento é feito uma vez ao mês e não há qualquer análise das condições do produto ou mesmo da capacidade do equipamento”, justifica. Para que a qualidade dos produtos e dos serviços agregados não seja afetada, é aconselhável que o fornecedor online invista na construção de uma rede de distribuição ampla, capaz de oferecer atendimento individualizado e assistência técnica continuada. Por outro lado, as empresas compradoras devem buscar o ponto de equilíbrio entre qualidade e custo competitivo.

Atendimento pré-venda e assistência técnica durante e após a compra também garantem o bom desempenho do material adquirido 34 O Mundo da Usinagem

Arrependimento tem volta Você sabia que as compras online podem ser canceladas no caso de arrependimento? De acordo com o artigo 49 do Código de Defesa do Consumidor, no prazo de até sete dias, a contar da assinatura do contrato ou do recebimento do produto ou do serviço, é possível desistir da aquisição, sem a exigência de alegar um motivo e com garantia de devolução total do valor pago – monetariamente atualizado. Aplicável a quaisquer compras remotas (realizadas fora do estabelecimento comercial), como nas transações por telefone, televisão, catálogos ou a domicílio, esse artigo também vale para as aquisições realizadas por empresas, já que o Código de Defesa do Consumidor é aplicado a toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Para efetuar o cancelamento, o consumidor deve informar a empresa sobre a devolução por e-mail ou fax, dentro do prazo estabelecido pelo artigo 49. Caso haja algum problema nesse procedimento, o cliente pode cadastrar uma reclamação no Procon.

Soluções corporativas Seguindo as tendências do mercado e obedecendo as peculiaridades do e-commerce no segmento B2B, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com federações e sindicatos do setor, lançou em maio de 2011 sua alternativa para o e-commerce: o Clube Indústria de Benefícios (www.clubeindustria.com.br). A iniciativa tem o objetivo de atrair as indústrias de grande porte para que divulguem seus produtos e serviços no portal. Em troca, a administração do clube solicita benefícios de compra, como descontos ou pagamento facilitado, principalmente para pequenas e médias empresas compradoras. No portal, o usuário obtém os benefícios em forma de cupons, mas o contrato é fechado diretamente com o vendedor. Como o processo

de negociação não é totalmente concluído no portal, a CNI define o Clube como uma ferramenta de intenção de compra –, ou seja, um espaço virtual que fomenta os negócios e o relacionamento entre as empresas, criando um ambiente online para que os profissionais do setor negociem. Ainda no início de suas atividades, o Clube Indústria de Benefícios tem a proposta de estreitar a comunicação entre as 600 mil indústrias do Brasil, reaquecendo a economia nacional e desenvolvendo uma solução na internet para elevar a competitividade do setor. Cynthia Terumi Anna Ligia Machado Sula Zaleski Jornalistas Veja mais maisinformações informaçõesem: em: www.omundodausinagem.com.br


Shutterstock

interessante saber

Projetos de Tecnologia da Informação:

Como selecionar?

Departamento de TI deve trabalhar integrado às demais áreas da empresa, visando desenvolver portfólio inteligente

É

essencial que os investimentos em tecnologia da informação (TI) sejam direcionados a ganhos estratégicos e integrados a processos organizacionais. Nesse sentido, observa-se que a TI está por trás dos esforços a partir dos quais é possível compreender o mercado e vislumbrar novas oportunidades inovadoras, que podem inclusive trazer vantagens competitivas a uma organização. O sucesso ou não destas realiza-

36 O Mundo da Usinagem

ções depende de decisões tomadas pelos executivos acerca de quais projetos devem ser priorizados e levados adiante. Não é de se estranhar que este tema tenha sido alvo de inúmeras pesquisas, tanto no âmbito acadêmico como no profissional. A área de TI recebe constantemente diversas solicitações de distintas áreas usuárias. Adicionalmente, ela própria sugere novos projetos de TI – como novas aplicações, manutenção de aplicações existentes ou

ainda atualizações tecnológicas. Este conjunto de demandas constitui a carteira de projetos a desenvolver (ou backlog); por outro lado as propostas selecionadas formam o portfólio de projetos de TI. Existem diversas formas de selecionar projetos de TI para construir este portfólio. Segundo uma pesquisa desenvolvida por Theo J. W. Renkema, pesquisador da Universidade de Groningen (Holanda), existem mais de 60 métodos descritos na literatura


interessante saber do que ao alinhamento estratégico. É muito comum, por exemplo, que se adote a prática de incluir no portfólio de implementação um projeto de cada área usuária. Isto garante ao gestor da TI (ou eventualmente a gestores de diferentes níveis na hierarquia) uma relativa paz diante dos demais executivos da empresa. Sob o ponto de vista das relações internas da empresa, esta lógica parece muito razoável por ser entendida como uma prática justa. Além disso, por favorecer a manutenção de um ambiente “amistoso” entre o departamento de TI e as áreas usuárias, com esta prática haveria uma tendência de facilitar o alinhamento estratégico. No entanto, uma análise mais cuidadosa e isenta, levando em consideração os objetivos da empresa e não dos executivos de TI, mostra que somente por sorte a adoção deste critério levará à criação de um portfólio que atenda plenamente aos objetivos estratégicos estabelecidos. Mas, para que se adotem outros critérios e métodos na seleção de projetos de TI, não basta que somente os executivos de TI mudem de conduta. É também

necessário que se crie um comprometimento geral na empresa focado na busca por resultados em benefício da organização como um todo. Havendo esta mudança de postura, pode-se trabalhar visando o desenvolvimento de métodos que selecionem melhor os projetos de TI e que promova o tão almejado alinhamento estratégico entre TI e os negócios de uma empresa. Divulgação

para avaliar projetos de TI, e este número continua crescendo. Devido ao extenso número de métodos, Renkema agrupou as diferentes propostas em quatro grupos para uma melhor avaliação. São eles: abordagem financeira, abordagem multicritério, abordagem de indicadores e abordagem de portfólio. Sobre o último grupo, como há diversas formas de se construir um portfólio de projetos de TI, os possíveis critérios de avaliação costumam incluir aspectos tecnológicos, econômicos e comportamentais. Sendo assim, para montar um portfólio de projetos devem ser considerados os seguintes aspectos-chave: estratégia de negócios, alocação de recursos e seleção de projetos alinhados com a estratégia de negócios escolhida pela empresa. Desta forma verifica-se que, além de os projetos estarem em sintonia com a estratégia de negócios da empresa, é fundamental que eles sejam também compatíveis entre si. Entretanto, no cotidiano dos gestores de TI muitas vezes são levados em consideração aspectos mais relacionados à atividade de gestão

Artigo produzido pelo professor doutor Fernando José Barbin Laurindo, docente na Fundação Vanzolini (entidade gerida por professores do Departamento de Engenharia de Produção POLI/USP). Mais informações: www.vanzolini. org.br ou fjblau@usp.br


Palavra do editor

Responsabilidade partilhada:

E

m um ambiente reservado, um líder decide sozinho ou com a participação de um número restrito de conselheiros o futuro econômico e social de um grupo. Esta cena pode representar a prática política de um governo autoritário, mas também a dinâmica de uma organização que centraliza a tomada de decisão apenas nos profissionais de maior nível hierárquico. A evolução das práticas organizacionais mostrou que dividir poder e responsabilidade entre os colaboradores com diferentes cargos aumenta o envolvimento desses profissionais com a visão, a missão e os valores da empresa. Conhecido como Empowerment (termo ainda sem tradução para o português), este tipo de gestão estratégica é um conceito inspirado nas pesquisas de Rosabeth Moss Kanter, professora da Universidade de Harvard (EUA) e ex-editora da Harvard Business Review, e consiste em proporcionar mais autonomia aos colaboradores de uma empresa. Você, que é líder, tem dado autonomia à sua equipe? O Empowerment não restringe o papel dos líderes, e sim disponibiliza mais um recurso para desenvolver e motivar os colaboradores, ampliando o espaço para discussões e debates. Assim, as opiniões

40 O Mundo da Usinagem

vindas da equipe passam também a influenciar as decisões que impactam os resultados da corporação. No artigo ‘O que é Empowerment e como ele funciona?’, o economista Carlos Hilsdorf aponta três fatores essenciais para que esta gestão estratégica seja aplicada em uma empresa. Primeiramente, é preciso que haja um profundo compartilhamento das informações com todos os envolvidos, pois esta prática destrói a incerteza e permite que os colaboradores entendam melhor sobre os negócios da empresa e o cenário mercadológico da atualidade. Construir um ambiente que propicie uma real autonomia é o segundo passo. Dar apoio e mostrar confiança são duas formas de incentivá-los a liderar os processos em que estão envolvidos. Reduzir burocracias e polarizar os níveis hierárquicos são as ações que completam os pré-requisitos básicos para a implantação do Empowerment, já que sem estas práticas os procedimentos se tornam lentos e a estrutura organizacional, rígida. Segundo o economista, a adoção do Empowerment demonstra um amadurecimento da cultura organizacional, favorece a autorrealização das pessoas e é um dos grandes atrativos para se reter talentos. Em

Fernando Favoretto

a prática do Empowerment empresas que não compartilham o poder, o comprometimento nunca será máximo, as equipes jamais atingirão alta performance e as lideranças jamais serão efetivas. Mas não pense que todas as mudanças devem vir de cima para baixo. Esta abordagem também exige que os funcionários tenham alto grau de maturidade e responsabilidade para administrar a autonomia recebida. Surgem então algumas reflexões: Eu me responsabilizo pela autonomia de atuação que tenho na empresa? Qual o meu nível de consciência quanto a essa responsabilidade? Como posso contribuir para que o cenário organizacional da minha empresa mude para melhor e traga benefícios para todos? Sem vitimismo, responsabilizese pelos seus resultados, pelo seu desenvolvimento, pela sua carreira e entre em ação. Não espere que as coisas aconteçam ou que alguém faça isso por você. Tire o máximo de proveito da autonomia que tem. Ter foco no que se quer alcançar e assumir a responsabilidade significa mais da metade do caminho percorrido. Harumi Nomura Gerente de Recursos Humanos Sandvik Coromant do Brasil


S A N DVIK COROMA NT

DISTRIBUIDORES ARWI Tel: 54 3026-8888 Caxias do Sul - RS

MAXVALE Tel: 12 3941-2902 São José dos Campos - SP

ATALANTA TOOLS Tel: 11 3837-9106 São Paulo - SP

MSC Tel: 92 3237-4949 Manaus - AM

COFAST Tel: 11 4997-1255 Santo André - SP

NEOPAQ Tel: 51 3527-1111 Novo Hamburgo - RS

COFECORT Tel: 16 3333-7700 Araraquara - SP

PÉRSICO Tel: 19 3421-2182

COMED Tel: 11 2442-7780 Guarulhos - SP

PRODUS Tel: 15 3225-3496 Sorocaba - SP

Piracicaba - SP

CONSULTEC Tel: 51 3321-6666 Porto Alegre - RS COROFERGS Tel: 51 3337-1515 Porto Alegre - RS CUTTING TOOLS Tel: 19 3243-0422 Campinas – SP DIRETHA Tel: 11 2063-0004 São Paulo - SP

FERRAMETAL Tel: 85 3226-5400 Fortaleza - CE

GC Tel: 49 3522-0955 Joaçaba - SC HAILTOOLS Tel: 27 3320-6047 Vila Velha - ES KAYMÃ Tel: 67 3321-3593 Campo Grande - MS MACHFER Tel: 21 3882-9600 Rio de Janeiro - RJ

PS Tel: 44 3265-1600 Maringá - PR REPATRI Tel: 48 3433-4415 Criciúma - SC SANDI Tel: 31 3295-5438 Belo Horizonte - MG

ESCÂNDIA Tel: 31 3295-7297 Belo Horizonte - MG

GALE Tel: 41 3339-2831 Curitiba - PR

PS Tel: 14 3312-3312 Bauru - SP

SINAFERRMAQ Tel: 71 3379-5653 Lauro de Freitas - BA

anunciantes nesta edição O Mundo da Usinagem 83

Agie-Charmilles. . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Blaser. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 Bucci. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Cosa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3ª capa Deb´Maq. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Dynamach. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 Ergomat . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Eroma. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 Grob. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Haas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

TECNITOOLS Tel: 31 3295-2951 Belo Horizonte - MG

Heller . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

THIJAN Tel: 47 3433-3939 Joinville - SC

Index . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

TOOLSET Tel: 21 2290-6397 Rio de Janeiro - RJ

Intertech . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

TRIGONAL Tel: 21 2270-4835 Rio de Janeiro - RJ

Kone . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

TUNGSFER Tel: 31 3825-3637 Ipatinga - MG

MG Indústria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Mitutoyo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

Movimento - Cursos

Okuma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

Durante todo o ano, a Sandvik Coromant oferece cursos específicos para os profissionais do mundo da usinagem. Acesse www.sandvik.coromant.com/br, na barra principal, clique em 'treinamento' e confira o Programa de Treinamento 2011. Você poderá participar de palestras e também de cursos in plant, ministrados dentro de sua empresa!

Romi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

FALE COM ELES Adalberto Moraes (MachSystem): (19) 3936 1646 Antônio Giovanetti (Sandvik Coromant): (11) 5696-5594 Arthur Bullio (Caterpillar): (41) 3375-5522

Rudloff. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 Sandvik. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4ª capa Selltis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2ª capa Tupy. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Villares. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

Carlos Francisco Simões Gomes (Ibmec-RJ): cgomes@ibmecrj.br Domenico Landi (Sandvik Coromant): (11) 5696-5594 O leitor de O Mundo da Usinagem pode entrar em contato com os editores pelo e-mail: faleconosco@ omundodausinagem.com.br

ou ligue: 0800 770 5700

SANDVIK COROMANT Atendimento ao cliente 0800 559698

42 O Mundo da Usinagem

Francisco Marcondes (Merithus): (11) 8339-9077 Luis Gustavo Cestari (Vai Comer o Quê?): (11) 2376-1722 Paulo Sidinani (PS Ferramentas): (14) 8125-0762 Sabrina Suplicy (Sandvik Tooling Supply): (11) 5696-5537

# Correção Ao contrário do que foi veiculado na reportagem “Metalurgia do pó – Desperdício mínimo na produção de peças”, publicada na Revista O Mundo da Usinagem edição nº 81, por meio do processo de sinterização é possível obter, em alguns casos, 100% de densificação, e não 100% de porosidade. Aproveitamos ainda para acrescentar um dado à reportagem. Segundo informações encaminhadas pelo Grupo Setorial de Metalurgia do Pó, atualmente cada automóvel nacional incorpora em média 5 kg de peças sinterizadas, enquanto que em um automóvel norte-americano este número sobe para 19 kg.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.