O Mundo da Usinagem nº 93

Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISS nº 1518-6091 RGBN 217-147

Furação Profunda: ferramentas adequadas garantem qualidade e produtividade

Sustentabilidade: a economia do futuro

SEW-EURODRIVE: produção de engrenagens ganha força com CoroMill 176

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edição 93

Índice

06/2013

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Re c i c

Fresa CoroMill 176 Vivian Camargo

u t i l z ar

4

Re

zir

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du

zir

22 Soluções de Usinagem II

Reciclar

4 Soluções de Usinagem I

14 Negócios da Indústria

32 Educação e Tecnologia

28 Conhecendo um Pouco Mais

Soluções de Usinagem I SEW: redução de custos e ganho de produtividade

12 Produtividade O sistema Lean e a inovação 14 Negócios da Indústria Sustentabilidade: a tecnologia da responsabilidade social 22 Soluções de Usinagem II Superando desafios em furação profunda

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28 Conhecendo um Pouco Mais Turismo social e turismo ambiental: o respeito ao mundo a seu alcance 32 Educação e Tecnologia Inovação em energia eólica: velas ao vento 36 Nossa Parcela de Responsabilidade A velocidade do (nosso) conhecimento EXPEDIENTE: O MUNDO DA USINAGEM é uma publicação da Sandvik Coromant do Brasil, com circulação de seis edições ao ano e distribuição gratuita para 15.000 leitores qualificados.

Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP Editor-chefe: Fernando Oliveira; Co-editora: Vera Natale; Coordenação editorial, redação e revisão: Teorema Imagem e Texto (Fernando Sacco, João M. S. B. Meneses, Thais Kuperman, Vivian Camargo); Jornalista responsável: Fernando Sacco - MTB 49007/SP; Projeto gráfico e Editoração Eletrônica: Pedro Degelo e Leticia Chieregati; Impressão: Promograf

soluções de usinagem I

SEWEURODRIVE: Arquivo SEW-EURODRIVE

redução de custos e ganhos de produtividade

Empresa adota CoroMill 176 e reduz em 70% o tempo de fresamento de engrenagens

necessário manter um estoque circulante de ferramentas, gerando custos extras e afetando a dinâmica do processo produtivo. A identificação desse problema foi o primeiro passo para que representantes da Sandvik

Inovação, tecnologia e aprimora-

na sigla em inglês. Tais ferramen-

Coromant e da SEW-EURODRIVE

mento contínuo sempre nortearam os

tas, além de terem menor vida útil

procurassem uma solução conjun-

rumos da SEW-EURODRIVE, mul-

quando comparadas às de metal

ta, que otimizasse a gestão de ferra-

tinacional alemã especializada na fa-

duro, necessitam de constantes ope-

mentas, mantendo a qualidade do

bricação de motoredutores, produtos

rações de reafiação e recobertura.

produto final e, ao mesmo tempo,

eletrônicos e redutores industriais.

A empresa chegou ao Brasil em

Trata-se sobretudo de uma dificuldade logística, à medida em que é

trazendo ganhos em produtividade.

A resposta estava na inovação.

1978 e desde então conta com a parceria da Sandvik Coromant na provisão de soluções para os processos de usinagem, com foco na redução de custos e ganhos de produtividade. Estas premissas guiaram um trabalho que resultou em consideráveis ganhos no processo de fresamento de engrenagens de aço ligado.

Vivian Camargo

Para isso foi preciso romper uma barreira nos processos de usinagem, pois o mercado de abertura de dentes de engrenagens emprega há muitos anos ferramentas de aço rápido, ou High Speed Steel (HSS) 4

o mundo da usinagem

Planta da SEW-EURODRIVE em Indaiatuba, interior de São Paulo: primeira fase da construção soma 40 mil m² junho.2013/93

Fresamento rápido

O engenheiro de manufatura da SEW-EURODRIVE, Abel Tito Bra-

A fresa CoroMill 176, ou fresa ca-

ga de Oliveira, explica que “Estáva-

racol com pastilhas intercambiáveis,

mos procurando o equilíbrio entre

foi lançada pela Sandvik Coromant

custo, qualidade e produtividade”,

em 2011. “Nesta época identificamos

complementando: “Com essa so-

a SEW-EURODRIVE como um dos

lução não precisaremos empregar

nossos parceiros que poderia obter

um novo turno para responder ao

grandes ganhos de produtividade

aumento de demanda, muito menos

com essa solução” recorda Francisco

comprar novas máquinas”.

Cavichiolli, especialista Sandvik Co-

Em termos práticos, a adoção da

romant em fresamento de engrena-

CoroMill 176 no fresamento das en-

gens e sistemas de fixação, que parti-

grenagens reduziu, em média, 70% o

cipou do processo de implementação

tempo gasto no processo de dentea-

da ferramenta na empresa.

mento de engrenagens de módulo 6.

Após uma série de estudos pre-

“Em alguns casos reduzimos de 80

liminares, em março de 2012 foram

para 9 minutos o tempo de fresa-

iniciados os primeiros ensaios com o

mento”, informa o engenheiro Abel.

uso da fresa CoroMill 176 e os resul-

Para o professor Anselmo Diniz,

tados surpreenderam. O aumento

da Faculdade de Engenharia Mecâ-

nos dados de corte possibilitado pela

nica da Unicamp, trata-se da escolha

adoção da nova ferramenta se refle-

correta quando for preciso usar altas

tiu em produtividade. Além disso, a

velocidades de corte: “Ferramentas

eliminação do estoque circulante de

de metal duro e de metal duro com

ferramentas de aço rápido (e conse-

cobertura possuem dureza a quente,

quentemente do processo de reafia-

resistência ao desgaste e estabilida-

ção e recobertura das ferramentas)

de química muito maiores que fer-

reduziu custos consideráveis de lo-

ramentas de aço rápido e, por isso,

gística, tendo também diminuído o

podem ser utilizadas em condições

tempo de máquina parada.

de corte muito mais agressivas”.

junho.2013/93

Vivian Camargo

Francisco Cavichiolli, especialista Sandvik Coromant em fresamento de engrenagens, Abel Tito Braga de Oliveira, engenheiro de manufatura da SEW-EURODRIVE e Valteli Mattos, vendedor técnico da Sandvik Coromant, ajustam a Fresa CoroMill 176 cujo uso diminuiu em média 70% o tempo gasto no processo de denteamento de engrenagens de módulo 6 o mundo da usinagem

5

soluções de usinagem I

Por conta disso, novos processos devem adotar a ferramenta. De acordo com Valteli Mattos, vendedor técnico da Sandvik Coromant, que atende a SEW-EURODRIVE, está sendo estudada a implantação de novas faixas de módulos para outros processos da empresa. “A ideia é estender esta solução não só com a CoroMill 176, mas também com outras ferramentas da nossa oferta para fresamento de

Vivian Camargo

Vivian Camargo

engrenagens, reduzindo ainda mais os custos”.

A sequência de fotos mostra engrenagens de módulo 6 durante processo de usinagem e já usinadas: qualidade final e produtividade garantidas 6

o mundo da usinagem

junho.2013/93

Mercado promissor

O investimento em inovação e produtivida-

de é uma das estratégias da SEW-EURODRIVE para acompanhar a demanda por produtos ligados à tecnologia em acionamentos, com especial atenção aos redutores de médio e grande porte.

O equipamento é estratégico para esses segmentos, pois redireciona a energia gerada pelos Vivian Camargo

motores elétricos para outros componentes de menor rotação, resultando na elevação de torque, como, por exemplo, em esteiras rolantes e transportadores. “Estamos diante de muitas oportunidades, principalmente nos segmentos de mineração, sucroalcooleiro, automobilístico e de alimentos e bebidas. Posso dizer que as perspectivas são muito positivas”, explica Alberto Lemes da Silva, supervisor de Produção

Abel Tito Braga de Oliveira, engenheiro de manufatura e Alberto Lemes da Silva, supervisor de produção da SEW EURODRIVE (sentados à esquerda), debatem com Francisco Cavichiolli e Valteli Mattos, ambos da Sandvik Coromant: parceria produtiva

da empresa.

Atualmente a empresa é líder mundial na tecnologia e produção de acionamentos. A produção de modelos maiores começou em 2007 e a experiência da unidade brasileira já soma pontos para o Grupo SEW-EURODRIVE: “A usinagem de peças de grande porte é relativamente nova dentro do grupo e o Brasil já é referência”, explica Lemes.

Redutores produzidos pela SEW-EURODRIVE A importância do mercado nacional fez com que a empresa reforçasse os investiVivian Camargo

mentos em infraestrutura com a construção de uma moderna fábrica na cidade de Indaiatuba, interior de São Paulo (ver box).

Além disso, a SEW-EURODRIVE marca presença em grandes eventos do setor, entre os quais a FEIMAFE, 14ª Feira Internacional de Máquinas Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura.

junho.2013/93

o mundo da usinagem

7

“Estamos prontos para um aumento de demanda, investindo com inteligência em novas tecnologias”, avalia Alberto Lemes da Silva, supervisor de Produção da SEW-EURODRIVE 8

o mundo da usinagem

Vivian Camargo

Marcelo Moller, coordenador de usinagem, Abel Tito Braga de Oliveira, engenheiro de manufatura, Edenilson Mendes, operador CNC, Thauan de Arruda Paes e Silva, estagiário de usinagem

Vivian Camargo

soluções de usinagem I

O compromentimento de ambas as empresas foi fundamental para o sucesso da operação com fresas caracol

junho.2013/93

O mote da empresa, “busca e fornecimento de soluções em acionamentos”, prova que o grupo não permanece alheio às mudanças.

Ao contrário, reforça o pioneirismo e investe cada dia mais em soluções que beneficiem qualidade, logística e produtividade.

Para isso, conta com a ajuda de parceiros que desde 1978 a ajudam cada dia mais a conquistar um mercado com muito espaço para crescer.

Fernando Sacco Jornalista

SEW-EURODRIVE: Uma história de pioneirismo Fundada em 1931 na Alemanha, a SEW-EURODRIVE hoje conta com representação em 45 países, dos quais 15 possuem fábricas instaladas. Ao todo, a empresa familiar e com certificação ISO 9001 emprega 15 mil colaboradores no mundo todo e soma um faturamento global de 2.5 bilhões de euros.

A sigla SEW é a abreviação de Süddeutsche-Elektromotoren-Werke, que traduzido do alemão, significa Fábrica de Motores Elétricos do Sul da Alemanha. Ao longo dos anos a empresa construiu uma história de pioneirismo e tecnologia, com o desenvolvimento do primeiro motor de contratorque e do sistema modular de montagem para motoredutores.

Instalada no Brasil desde o fim da década de 1970, a empresa opera em duas unidades: Guarulhos e Indaiatuba, ambas em São Paulo, além de 15 filiais regionais de venda, 15 centros de serviço e uma rede de representantes autorizados, somando ao todo 1.500 colaboradores.

A unidade de Indaiatuba, instalada em um terreno de 300 mil m², iniciou suas atividades em agosto de 2010. Atualmente ela é responsável pela fabricação e montagem de acionamentos de grande porte e nos próximos meses deve absorver outras operações realizadas na unidade de Guarulhos. “Até meados de 2013 os processos de fabricação dos redutores menores, atualmente produzidos em Guarulhos, serão transferidos para a unidade de Indaiatuba”, explica Alberto Lemes da Silva, supervisor de Produção da empresa.

A previsão é de que 100% dos processos de usinagem de aço e ferro fundido sejam realizados na unidade de Indaiatuba até o mês de julho.

junho.2013/93

o mundo da usinagem

9

soluções de usinagem I

Uma palavra sobre fresamento de engrenagens Quase tudo que se move meca-

tão ganhando espaço no mercado

Na verdade, tudo isso só com-

nicamente tem engrenagens em sua

convencionalmente ocupado por

prova que inovação não se trata

composição, a fim de transmitir o

ferramentas de aço rápido que ne-

apenas de desenvolver uma nova

movimento entre as partes. As en-

cessitam de serviços adicionais de

ferramenta, trazendo vantagens

grenagens existem há centenas de

reafiação e revestimento.

econômicas e ambientais, mas vai além, mudando paradigmas.

anos, mas foi a partir da revolução

Hoje a oferta disponível atende

industrial, no início do século XIX,

a outros segmentos industriais e

Vale por fim ressaltar que essa

que elas começaram a ser utilizadas

inclui, além da CoroMill 170, fre-

nova tecnologia pode também ser

mais

Engrenagens

sa disco para acabamento, fresa

aplicada nas fresadoras de dentes

existem em tamanhos e formatos

caracol com pastilhas tangenciais

convencionais. Isso não é exclu-

variados, dependendo do tipo de

denominada CoroMill 177 e a ex-

sividade de modernas máquinas

transmissão de movimento reque-

clusiva fresa caracol com pastilhas

CNC. É nesse ponto que temos os

rida e do setor da indústria ao qual

de perfil completo denominada

maiores paradigmas a serem que-

se destinam. Dessa forma, há engre-

CoroMill 176.

brados, aliás, os clientes que acre-

nagens retas, helicoidais, cônicas,

A gama total atualmente dispo-

engrenagens sem-fim, entre outras.

nível vai desde o módulo 3 até o

O crescimento do setor energé-

módulo 50, dependendo do tipo

tico e de transmissões de grande

de ferramenta e aplicação. As van-

porte influenciou, obviamente, na

tagens e benefícios de se substituir

busca de projetos e fabricação oti-

um caracol em HSS por um com

mizados de engrenagens, que le-

pastilhas

vassem em conta a redução do cus-

exemplo, são muitas: maior pro-

to agregado do produto, mantendo

dutividade devido aos dados de

qualidade e desempenho.

corte, maior vida útil da ferramen-

intercambiáveis,

ta, drásticas reduções de lead time,

manda, a Sandvik Coromant lançou

eliminação de operações de reafia-

no mercado a fresa CoroMill 170. Tra-

ção e recobertura, eliminação do

ta-se de uma fresa disco com pasti-

estoque circulante e consequente

lhas intercambiáveis com a finalida-

custos com logística, usinagem

de de abrir dentes de engrenagens

sem refrigeração, que além de re-

externas e internas em operações

duzir os custos, seja com aquisi-

de desbaste e semiacabamento, nos

ção ou reposição de óleo de corte,

tamanhos de módulos 12 a 22. O

também protegem o meio ambien-

conceito inovador vem desde en-

te, entre outras.

o mundo da usinagem

colhendo os frutos.

por

Em 2010, não indiferente a essa de-

10

ditaram nessa mudança já estão

Vivian Camargo

amplamente.

Francisco Cavichiolli – especialista em fresamento, fresamento de engrenagens e sistemas de fixação da Sandvik Coromant junho.2013/93

junho.2013/93

o mundo da usinagem

11

produtividade

O Sistema Lean e a Inovação

As inovações continuarão a ter papel central nos negócios e o Sistema Lean é fundamental para obtê-las Na evolução do pensamento econômico, foi o economista austro-húngaro Joseph Schumpeter (18831950) quem, pela primeira vez de forma sistemática, detalhou o que é e qual a importância da inovação no desenvolvimento econômico. Para ele, inovação é uma atividade feita por uma pessoa que assume o papel de empresário, para a geração de novos produtos e o desenvolvimento de novos processos, novas fontes de matérias-primas, novas formas de distribuição.

Arquivo Lean Institute Brasil

É nessa visão que se encaixa a gestão lean, sistema cada vez mais usado, e que tem o poder de alterar radicalmente o desempenho operacional das empresas, dos mais diversos setores, que o adotam.

A gestão lean gera resultados significativos na melhoria da satisfação dos clientes, no aumento do fatura-

Mas o que muita gente ainda desconhece é que o lean

José Roberto Ferro, presidente do Lean Institute Brasil, entidade sem fins lucrativos criada há quinze anos para aqui disseminar o Sistema Lean, palestrando em São Paulo

também é uma ferramenta poderosa para gerar inova-

de inovações advém da capacidade de entender as ne-

ções, capacidade fundamental para as empresas no atual

cessidades do negócio e dos clientes.

mento, na ampliação da produção sem investimentos, na redução de custos, na diminuição do lead time, no aumento da produtividade, etc.

cenário de competição globalizada: isso ocorre porque o

Há um número crescente de empresas que, mais do

sistema considera a inovação como parte integrante e na-

que querer, “precisam” ser inovadoras. De outra forma,

tural da gestão, e não algo que dependa da iniciativa de

não sobreviveriam. Por isso, buscam, cada vez mais, en-

um executivo ou líder brilhante.

tender e aprofundar o lean como uma visão de gestão

Ao contrário, o lean visa que todo colaborador seja,

para gerar inovação contínua. São empresas que neces-

também, um inovador, atuando para que todos os pro-

sitam da “rotina da inovação”, pois boa parte de seu fa-

cessos, produtos e serviços sejam melhorados constan-

turamento vem da comercialização de novos e inovado-

temente, sempre em prol de quem interessa: o cliente.

res produtos, como Embraer, 3M, Medtronic, Pixar (do

Isso cria um ambiente propício à realização de melho-

grupo Disney), Boeing, Apple, entre outras.

rias e estimula o aprendizado permanente, permitindo, inclusive, inovações mais radicais.

A própria Toyota, de onde muitos dos conceitos e técnicas lean se originam, é um exemplo do poder de

As bases da inovação estão na busca pela estabilida-

gerar inovações. A empresa é uma das mais ativas do

de e pela padronização dos processos. Essas, por sua

mundo no registro de patentes e uma de suas inova-

vez, devem estar em constante melhoria. A necessidade

ções mais importantes dos últimos anos no setor auto-

12

o mundo da usinagem

junho.2013/93

motivo foi o híbrido Prius, movido

do para aumentar taxas de sucessos

balha com a criação de novas em-

tanto à gasolina quanto à eletricida-

em “start ups” ou novos negócios de

presas de forma científica, evitan-

de. A empresa decidiu desenvolver

base tecnológica. Ou seja, buscam-se

do cometer erros tradicionais. Isso

um automóvel que fosse uma op-

hoje formas alternativas de empre-

é mais poderoso do que a sorte ou

ção ecológica de veículo, com enor-

endimentos eficazes desde o início,

o acaso, pois dá previsibilidade e

me sucesso comercial e tecnológico,

para evitar a elevada mortalidade

estabilidade ao processo de criação

já copiado por diversas empresas.

desses novos empreendimentos.

de novos negócios.

Mas esses desenvolvimentos

Esse “empreendedorismo lean”

Muitos podem reclamar da ne-

surgem prioritariamente de pro-

tem preceitos básicos. O primeiro

cessidade de elevadas quantidades

cessos sólidos que envolvem ouvir

é o desafio de uma nova empresa,

de recursos para começar um em-

e entender os clientes através do

particularmente as inovadoras, com

preendimento. Mas o “empreende-

“vá ver diretamente com seus pró-

produtos e processos ainda não

dorismo lean” considera que a ine-

prios olhos” e de processos claros

existentes, em conseguir, desde a

xistência de grandes recursos não

e precisos para traduzir demandas

concepção, capturar o que os clien-

é um empecilho à criação de novas

sistematicamente em novos pro-

tes, quase sempre ainda potenciais,

empresas inovadoras. Ao contrário,

dutos e serviços.

realmente querem – situação ainda

evita que se percam milhões em

Assim, um “colaborador lean” é o que continuamente pensa em como fazer melhor seu trabalho, seu processo, eliminando desperdícios, economizando

tempo,

recursos,

aumentando produtividade e qualidade. Com isso, a inovação torna-se algo natural e recorrente. Isso é

“o lean também é uma ferramenta poderosa para gerar inovações, capacidade fundamental para as empresas no atual cenário de competição globalizada”

importante porque já se provou que

mais fundamental em ambientes de

produtos inovadores não sobrevi-

incerteza como nos casos menciona-

Esses conceitos estão revolucio-

vem sem eficiência operacional que

dos. O segundo passo é manter esse

nando os métodos tradicionais de

gere custos baixos e preços justos.

espírito ao longo da vida da empre-

empreendedorismo, acelerando o

Monopólios e oligopólios duram

sa – que exigirá o contínuo desapa-

aprendizado do que funciona melhor

cada vez menos.

recimento de produtos ao mesmo

e o descarte do que não funciona.

projetos malsucedidos.

Outro elemento importante do

tempo em que novos serão criados.

É por tudo isso que a filosofia de

lean, o estímulo a “expor e resolver

Além disso, no empreendedo-

gestão lean tem se mostrado tão efi-

problemas” de maneira científi-

rismo lean, a formulação e a imple-

caz no sentido de inovar, revigorar

ca, também estimula a capacidade

mentação de estratégias devem ser

e fortalecer negócios existentes. E

criadora na busca pelas soluções.

baseadas em cenários e hipóteses

pode ter o mesmo impacto na cria-

Isso cria uma “cultura de aprendi-

sólidas, mais do que na intuição ou

ção de novos e inovadores negócios

zado” poderosa que, certamente,

fé. O empreendedorismo lean tra-

de base tecnológica.

gera tanto processos como produtos novos e inovadores.

Além de revigorar negócios existentes, o lean também tem contribuíjunho.2013/93

José Roberto Ferro Fundador e Presidente do Lean Institute Brasil Senior Advisor do Lean Enterprise Institute dos EUA Membro do Comitê Executivo da Lean Global Network o mundo da usinagem

13

negócios da indústria

Sustentabilidade:

a tecnologia da responsabilidade social

Na última década ficou bastante aparente, sobretudo aos tomadores de decisão, que o ritmo de desenvolvimento que consumia os recursos naturais não seria sustentável por muito tempo mais. Até mesmo os mais otimistas já apontavam cifras de duas ou três décadas para o término de certos recursos. Ou seja, a Terra não consegue mais se regenerar no mesmo ritmo em que é dilapidada. A reversão desse ritmo, sobretudo com combate ao desperdício e tecnologias limpas na produção, passou a definir “sustentabilidade” e a impulsionar a busca de sua prática.

A sustentabilidade, portanto, tem o enfoque básico de puxar o freio de mão e rever processos, procedimentos e até mesmo necessidades. O

modelo de revisão abarcou todos os setores de produção e distribuição.

Algumas das mudanças se espalharam pelo mundo, como o sistema de homeworking, o trabalho feito em casa, que apresenta notável economia de combustível, tempo, energia elétrica, custos de alimentação e até mesmo de vestimentas.

A exemplo dessa tendência, várias outras entraram em vigor, como técnicas avançadas de logística, logística reversa, produção enxuta, para citar apenas as principais. Todas elas, contudo, têm suas raízes na necessidade de aumento da produção – e vendas – para que o negócio seja economicamente rendoso e sustentável do ponto de vista do capital investido.

Assim, ao longo da última década, tornaram-se familiares conceitos como a pegada de carbono, a pegada da água, e indivíduos e empresas começaram a procurar diminuir o próprio impacto negativo sobre o meio ambiente.

Neste sentido, muito tem sido feito, ao redor do mundo, pela busca da sustentabilidade. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, onde o consenso da necessidade de mudanças foi unânime, é um bom exemplo dessa mobilização.

14

o mundo da usinagem

junho.2013/93

limpa universal (aumentar o aces-

nos quatro cantos do globo, e se

so universal à energia limpa, mini-

cumpridos de maneira efetiva e

mizando a poluição e o impacto à

homogênea, serão eliminados sub-

De acordo com a ONU, os pi-

saúde, além de reduzir o impacto

sídios que dão suporte a explo-

lares da sustentabilidade são seis:

do aquecimento global); Ecossiste-

rações predadoras, à agricultura

Vida próspera e formas de assegu-

mas produtivos e saudáveis (asse-

insustentável e à sobrepesca, a ati-

rar a subsistência humana (fim da

gurar os serviços ecossistêmicos e

vidade pesqueira, que não permite

pobreza, acesso à educação, em-

da biodiversidade com uma melhor

a continuidade das espécies pes-

prego, saúde e informação); Segu-

gestão, restauro e conservação do

cadas. A contribuição de ações co-

rança alimentar sustentável (fim

meio ambiente); Governança para

ordenadas como estas, associadas

da fome, segurança na produção

sociedades sustentáveis (transfor-

a um movimento cada vez maior

de alimentos, com consumo e dis-

mar e adaptar instituições e políti-

de reciclagem e reutilização de

tribuição sustentáveis); Segurança

cas públicas para aplicar as outras

matéria-prima, são a aposta da co-

sustentável da água (acesso uni-

cinco metas já apresentadas).

munidade internacional para que

Objetivos da Sustentabilidade

versal à água potável e saneamen-

Desta maneira, até 2030, os Ob-

to básico; eficiência na gestão dos

jetivos de Desenvolvimento Sus-

recursos hidrominerais); Energia

tentável permearão as sociedades

Economia Local Consumo Sustentável Consumo dos Produtos de Localidade Comércio Ético Manejo de Recursos Empresas Ecológicas Minimização do Lixo

res para o futuro.

No entanto, enquanto os go-

Segurança Alimentar Restauração da Terra e dos solos danificados Sementes de polinização aberta Florestas de alimentos orgânicos Segurança alimentar, saúde e nutrição Distribuição equitativa dos alimentos

tir exceden tes par Re

Cultura da Sustentabilidade oas ess sp

Cui da

junho.2013/93

a

A chamada “flor da sustentabilidade” mostra como se entrelaçam todas as necessidades que tornam viável a continuidade da vida humana sobre a Terra

Espécies e Ecossistemas Manutenção da Diversidade de Plantas e Animais Respeito a Todas as Formas de Vida Reflorestamento Resposabilidade Individual por Todas as Criaturas

Água Acesso à Água Limpa para Todos Oceanos Vivos Bacias Hidrográficas Saudáveis Conservação

d Cuida o com

a terra com do

Flor da Sustentabilidade

possamos ter perspectivas melho-

Interação Humana Partilha do Conhecimento Cooperação, Não Competição Dar Poder aos Indivíduos Troca de opiniões Consenso Direitos Humanos

Energia e Tecnologia Reciclar, Reduzir, Reparar, Reusar e Repensar Uso Ético dos Recursos Naturais Consumo Justo de Energia Acesso Equitativos às Tecnologias Fontes Renováveis de Energia

o mundo da usinagem

15

negócios da indústria

vernos têm se mostrado prolífi-

contudo, exige que façamos mais

tros de quantidade em benefício

cos em normas mas não em ações

com menos. A pluralidade das

da qualidade, durabilidade e pro-

concretas, a iniciativa privada deu

ações conjuntas que se deve alme-

dução limpa, que não prejudique

enormes passos em direção à sus-

jar para nossas nações deve tam-

o trabalhador, o consumidor e o

tentabilidade. São inumeráveis os

bém permear o estilo de vida e as

ambiente. Em menos de uma dé-

projetos que buscam resolver situ-

premissas em que elas se baseiam.

cada tornou-se consenso que a fa-

ações específicas em suas áreas de

A sustentabilidade parte de um

bricação de produtos com melhor

produção e atuação. Além de tor-

núcleo em que o cuidado com a

desempenho e com custo competi-

nar limpa a produção, milhares

Terra (e seus recursos), deve existir

tivo se mostra fundamental para a

de toneladas de sucata, de todo

aliado ao cuidado com as pessoas e

permanência das indústrias manu-

gênero, são embarcadas do mun-

a busca da distribuição equilibrada

fatureiras no mercado global.

do ocidental para o Oriente, onde

de recursos vitais para todos.

O consumidor, por sua vez, está

são reprocessadas como materiais

A hoje chamada “flor da susten-

tomando com firmeza as rédeas do

de construção e de pavimentação.

tabilidade” mostra como, de tal nú-

juízo sobre os bens que adquire e

Na Europa, alguns países impor-

cleo, partem e se entrelaçam todas

a produção de características sus-

tam lixo de países vizinhos, para

as necessidades que tornam viável

tentáveis passou a ter apelo maior

ser usado como combustível de

a continuidade da vida humana so-

para ele. Tal consciência, contudo,

aquecimento urbano. Empresá-

bre a Terra. Uma vida sustentável

pode transformar a verdadeira sus-

rios empreendedores que sabem

requer, antes de tudo, uma produ-

tentabilidade em uma “sustentabi-

do uso de óleos na fabricação de

ção sustentável, e a tecnologia – e a

lidade” de fachada, mero elemento

fraldas, já começaram a coletá-

administração da tecnologia – têm

de marketing para competir no mer-

-las para uso como combustível.

aí papel de grande destaque.

cado que a demanda.

Bilhões de dólares já giram a má-

Nesse novo contexto, as empre-

A verdadeira sustentabilidade

quina da indústria da reciclagem

sas começaram a rever a própria

nasce na escolha dos materiais e seu

em todo o planeta.

estrutura de seu funcionamento,

modo de produção, meios de trans-

alterando-se os antigos parâme-

porte utilizados, relacionamento

A gravidade da situação global,

socioeconômico com os produtores,

Arquivo Teorema Imagem e Texto

Poderes públicos e população contribuindo: unidade de coleta seletiva de lixo na Praça Buenos Aires, S. Paulo, SP

16

o mundo da usinagem

correta especificação dos materiais, produção enxuta, com eliminação de desperdícios, reciclagem, logística reversa, fair play com fornecedores, clientes e colaboradores.

A produção sustentável, portanto, permeia uma série de ações coordenadas e pode ser mensurada não só pelo ganho financeiro, mas também pela diminuição de gastos operacionais de todos os gêneros e o necessário equilíbrio para que tais ações não pesem de maneira negativa sobre os colaboradores.

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o mundo da usinagem

17

negócios da indústria

Contribuição das empresas Em muitas situações as empresas vêm optando por elas próprias responsabilizarem-se pelo destino final de seus produtos, investindo na reciclagem.

O Conceito de Reciclagem Coromant – CRC – é uma realidade que caminha em sua segunda década de vida.

Criado em 1996, além de garantir reutilização de parte do metal duro das pastilhas e ferramentas inteiriças de metal duro, assim contribuindo para que se extraiam menos minérios da natureza, o projeto oferece um destino ambientalmente correto para a sucata não reutilizável.

mant

ndvik Coro

AB Sandvik Coromant

os da Sa ia os parceir

Kenji Takeuti, Supervisor de Serviços ao Cliente e Controlador de Estoque da Sandvik Coromant, e atual responsável pelo projeto, responde a algumas perguntas fundamentais sobre:

il projeto aux Como esse palesniversidades, descarte? u e e d o as n ic e rr cn té te no s e escolas que seu os aos cliente al duro, para et m e d as Nós oferecem lh eto das pasti de cada bre o uso corr rodutividade p so e d as ic al ci cn té en ot tras nce todo o p erdícios e alca p es d e it ev uso usadas, ta de pastilhas le . co ta a en os am am rr fe iros. Efetu empresas os com sucate ntes e demais ie cl e d , ca Não negociam ar a fábrica ossa própria m ssadas em um ão sejam de n ce n e ro p qu re o o m sã es e m de cerâa a Índia, ond emos pastilhas enviamos par lh as co e re s, ão ea n ôn ó id a tal fim. S construída par te en lm ia ec p es pido. al duro. sucata de met entas de aço rá a am el p rr o fe st e a ju ic m a um preço clusivo oromant pag um sistema ex ar u et ef a A Sandvik C ar p tica e coleta rviço de logís se m u ce re fe O mundial. de reciclagem

Como é a reci clagem? É pos sível o reaproveitamento de pastilhas?

Como?

A fábrica na Ín dia, em Chiplun , a 200 km ao sul de Mombai, foi certificada pe la ISO 14000 e OHSAS 18001 em Janeiro de 20 07. O processo consiste na moa gem e separação do s elementos que compõem as past ilhas, até voltar ao es tado de matéria prima origin al. O pó obtido é re cl assificado por qualidade e dest inado à fabricaç ão de produtos de acordo com seu grau de pureza e qualidade.

18

o mundo da usinagem

Como uma empresa pode aderir ao programa?

Para nós, ajudar a reduzir

o impacto ambienajudar a aumentar a produtividade. A empresa pode aderir: - acessando o nosso site www.s andvik.coromant. com/br na seção de Serviços / Reciclagem, com e-mail para reciclagem.coromant@sa ndvik.com; - falando diretamente com nosso pessoal ou distribuidores autorizados ; - por meio de nossa linha dir eta 0800 55 96 98. tal é tão importante quanto

junho.2013/93

AB Sandvik Coromant AB Sandvik Coromant

Baldes e caixas fornecidos pela Sandvik Coromant para coleta de ferramentas usadas junho.2013/93

o mundo da usinagem

19

negócios da indústria

Sustentabilidade econômica x Sustentabilidade socioambiental A solução está no equilíbrio entre a sustentabilida-

Dimensionar a sustentabilidade socioambiental

zir du

ar

sem travar o desenvolvimento, com esse, na realida-

Re

cilho ao crescimento econômico.

liz

u t i l z ar

bilidade socioambiental não pode se tornar um empe-

uti

Re

como a produção não deve continuar danificando o ambiente e, com isso, a própria sociedade, a sustenta-

Re

de da produção e a saúde ambiental e social. Assim

de, tornando-se parte integrante de medidas sustentáveis, parte de uma relação saudável entre o que poderia ser produzido e o que deve ser produzido. Nesse sentido, as parcerias entre empresas, evitando formação de estoques desnecessários, é um dos princípios salutares já bastante presente entre nós.

Reciclar

A Gestão da Sustentabilidade Levaremos ainda algum tempo

Nacional de Unidades de Conser-

ternacionais como a ONU, que o

para que os princípios da sustenta-

vação da Natureza (SUNC), Lei de

País pode ou não seguir. Ações

bilidade se estruturem de maneira

Crimes Ambientais, Política Na-

de órgãos públicos como o Insti-

orgânica e deixem de ser “bandei-

cional do Meio Ambiente, Código

tuto Brasileiro do Meio Ambiente

ra” para se tornar, efetivamente, o

Florestal Brasileiro, Lei de Biosse-

e dos Recursos Naturais Renová-

próprio tecido da sociedade.

gurança, entre outras. Tratam-se,

veis (IBAMA), Agência Nacional

No Brasil, por exemplo, ainda

porém, apenas de limites entre o

de Águas (ANA) entre outros, não

não existe nenhum órgão regula-

legal e o ilegal, sem que haja um

têm na sustentabilidade seu obje-

dor para dar parâmetros de sus-

órgão regulador que estabeleça

tivo maior.

tentabilidade. Somos regidos por

critérios e padrões de conduta,

Não basta sermos “ecologica-

uma série de leis, como o Sistema

a não ser aqueles de órgãos in-

mente corretos” e termos empresas trabalhando segundo princípios sustentáveis, já que a sustentabilidade é, na verdade, a síntese de um esforço conjunto, algo que só será efetivo se todos participarem.

A sustentabilidade, portanto,

AB Sandvik Coromant

é uma verdadeira cultura da ne-

Planta de reciclagem da Sandvik Coromant em Chiplun, Índia 20

o mundo da usinagem

cessidade da humanidade programar-se para continuar.... humana.

Você faz a sua parte?

João Manoel S. Bezerra de Meneses Gestor Ambiental e Jornalista junho.2013/93

junho.2013/93

o mundo da usinagem

21

soluções de usinagem II

AB Sandvik Coromant

Sistema Ejector: Conectores rotativos e estacionários garantem adaptabilidade da ferramenta e não demandam vedação entre a peça e a bucha-guia

Arquivo Sandvik Coromant

Superando desafios em Furação Profunda

Dorival Silveira Especialista de produto e produtividade em furação da Sandvik Coromant do Brasil 22

o mundo da usinagem

Atenção aos detalhes e uso de ferramentas adequadas garantem ganhos em qualidade e redução de custos

junho.2013/93

Na edição 87/2012 desta revista

Mesmo havendo tolerâncias mais

escrevemos sobre o processo de fu-

abertas quando comparamos o pro-

ração curta. Desta vez, iremos falar

cesso de furação curta à furação pro-

um pouco sobre a furação profunda

funda, é preciso buscar um equilíbrio

(DHD — Deep Hole Drilling — na si-

entre retilineidade, ovalização, rugo-

gla em inglês).

sidade, circularidade e cilindricidade

Em termos práticos, podemos

a fim de não comprometer o resulta-

definir um processo de furação pro-

do final. Nesses casos, muitos fatores

funda quando a relação diâmetro/

devem ser considerados:

comprimento da ferramenta excede 5xD. A partir desses casos, já é preciso tomar alguns cuidados especiais, embora os maiores desafios surjam quando essa relação é superior a 10xD. Teoricamente, não há um limite exato para realizar furações, mas sabemos que a relação diâmetro/comprimento pode ultrapassar os 150xD. A forma mais comum de realizar esse tipo de processo é através da chamada “furação em cheio”, quando o furo é realizado em um material sólido por meio de apenas uma operação. Esse processo tem crescido nos últimos anos, principalmente nos setores de Oil & Gas, Energia e Aeroespacial. Nestes mercados em especial não se admitem falhas, uma vez que os produtos, normalmente

• potência e tipo de máquina que será utilizada • alinhamento da máquina • tipo de material • saída de cavacos • diâmetro e comprimento do furo • velocidade de corte • custo • número de operações • tolerância requerida • presença ou não de um pré-furo • segurança do operador • ferramentas que serão empregadas

em materiais de difícil usinabilidade, são de altíssimo valor agregado e qualquer problema pode gerar prejuízos enormes.

junho.2013/93

A seguir, trataremos da importância de se fazer a escolha adequada da

Sabemos também que a fura-

máquina, ferramentas e fluidos, bem

ção profunda é, na grande maioria

como o impacto dessas variantes nos

das vezes, uma das últimas etapas

resultados desejados, sobretudo no

de usinagem, o que confere ainda

que diz respeito à qualidade e tole-

mais responsabilidade e importância

rância final do furo, produtividade,

ao processo.

custos e confiabilidade do processo.

o mundo da usinagem

23

soluções de usinagem II

Ferramentas Máquinas e fluidos

As tecnologias para furos longos não sofreram mudanças drásticas nos últimos anos, mas vale frisar que novos recursos foram incorporados, principalmente no caso das ferramentas.

Brocas de cabeça soldada abriram espaço para brocas com pastilhas intercambiáveis com quebra-cavacos. O mercado também adotou pastilhas com novas coberturas e ferramentas com materiais mais adequados para resistir às altas temperaturas, tensões e durezas deste processo.

O número de soluções em ferramentas é grande e, por isso, neste artigo vamos nos ater aos principais recursos que podem auxiliar na busca de ganhos no binômio produtividade/redução de custo.

Furos profundos requerem máquinas rígidas e robustas, com altas velocidades de corte e, consequentemente, maior potência. A escolha da máquina irá variar conforme as dimensões e comprimentos das peças a serem usinadas, mas, em todos os casos, é importante tomar alguns cuidados, como eliminar as folgas dos rolamentos do fuso.

Outro ponto especialmente importante no caso de furos profundos é a escolha de um fluido de corte adequado. Neste caso, recomendamos fluidos com viscosidade de 1.7°E à 50°C e 3.5°E à 20°C. Adicionar óleo integral com aditivos EP com enxofre e cloro é outra prática aconselhável, pois garante maior vida útil à ferramenta, além de uma quebra de cavacos mais uniforme.

As emulsões, no caso de furações profundas, não devem ser a primeira escolha, já que não atingem a mesma qualidade na quebra de cavacos e podem gerar mais desgaste nas guias.

Sistema Ejector O sistema Ejector quebrou o paradigma de que a furação profunda só pode ser realizada em máquinas especiais ou dedicadas. Atualmente, a broca Ejector é empregada em máquinas CNC, centros de usinagem, mandriladoras horizontais e tornos modificados, sendo inclusive mais fácil e econômico de ser aplicado nestes sistemas.

Dentre os pontos positivos do sistema Ejector está sua adaptabilidade, pois a ferramenta conta com conectores rotativos e estacionários

AB Sandvik Coromant

e não demanda vedação entre a

Ilustração mostra o funcionamento do Sistema Ejector 24

o mundo da usinagem

peça e a bucha-guia. Quando utilizado em tornos, também dispensa a instalação de cabeça de pressão de óleo, surgindo como opção para este tipo de caso. junho.2013/93

A broca tem diâmetro padrão (ø) de 18,4 até 130 mm e trabalha com um sistema de tubos duplos, com fluxo de refrigeração em tubos interno e externo. Todavia, a diminuição da área dos tubos requer um controle mais rigoroso dos cavacos, pois AB Sandvik Coromant

eles podem obstruir o sistema.

Sistema STS O sistema de tubo único STS (Single Tube System) é opção para uso em máquinas especiais para produção

Sistema STS: opção para uso em máquinas especiais para produção em massa

em massa. A broca tem diâmetros (ø) de 15,6 que podem se estender conforme a necessidade da peça a ser usinada.

Por apresentar maior espaço para saída de cavacos, o sistema não requer tanto controle nesse quesito, sendo ideal para furos em materiais que apresentam difícil quebra de cavacos como aços baixo-carbono e aços inoxidáveis, assim como peças

Em relação ao Ejector, o sistema STS apresenta melhores resultados na furação de peças longas e com diâmetros grandes do furo.

grandes com diâmetro elevado.

CoroDrill 805 A broca intercambiável para furos profundos CoroDrill 805 é outro destaque, pois pode ser aplicada em diâmetros (ø) de 25 até 65 mm, sendo largamente utilizada quando se buscam altas taxas de produtividade.

A ferramenta, que possui corpo de aço, não requer grandes quantidades de óleo lubrificante e dispensa AB Sandvik Coromant

uma vazão elevada. Outro ponto positivo é sua adaptação, podendo ser aplicada em CNCs e máquinas convencionais com menores velocidades de corte e bom avanço. junho.2013/93

Brocas CoroDrill 805: Sinônimo de produtividade

o mundo da usinagem

25

soluções de usinagem II

AB Sandvik Coromant

CoroDrill 801 e 818

AB Sandvik Coromant

CoroDrill 801: produtividade, flexibilidade e segurança do processo em uma só ferramenta

Perfil de geometria e classe aprimorados fizeram da CoroDrill 818 uma ferramenta muito flexível

26

o mundo da usinagem

Cabe ainda destacar dois lançamentos que também foram bem recebidos pelo mercado.

Um deles é a broca CoroDrill 801 para furação em cheio, com faixas de diâmetro (ø) entre 65 – 165,1 mm.

A broca oferece segurança no processo de furação e flexibilidade devido à maior capacidade de ajuste radial. As novas tecnologias da pastilha e da guia apresentam excelente desempenho durante a vida útil da ferramenta, além de possibilitar o ajuste sem necessidade do serviço da sala de ferramentas.

Outro ponto de destaque dessa ferramenta é o desenho da boca de cavacos para maior escoamento dos mesmos. Como dito acima, trata-se de um aspecto importante a ser observado, pois o entupimento de cavacos pode comprometer o processo de usinagem e danificar a ferramenta.

A ferramenta, portanto, é capaz de aliar produtividade, flexibilidade e segurança do processo.

Já a CoroDrill 818 para alargamento teve seu perfil de geometria e classe aprimorados, tornando-a uma ferramenta muito mais flexível. Com faixas de diâmetro entre (ø) 40,00 – 301,75 mm, a ferramenta emprega a nova pastilha e interface iLock do tip-seat, com reflexos positivos no quesito segurança. Sua maior capacidade de ajuste do raio também é um ponto fundamental quando falamos de furação profunda.

Tanto a CoroDrill 805 e a CoroDrill 801 quanto os sistemas Ejector junho.2013/93

e STS trabalham com um conjunto de pastilhas periférica, intermediária e central. Dessa forma, ao ser retirado, o cavaco se divide em três, o que torna o processo mais confiável.

Fatores importantes A escolha correta de máquinas e ferramentas depende de uma série de análises, entre as quais a aplicação, o tipo de peça a ser usinado, o tipo de furo, entre outros já citados.

Trata-se de um processo delicado, que exige expertise na área, já que as boas práticas em furação reduzem o tempo de preparação e o consumo de ferramentas, além de garantirem a qualidade do produto final mesmo em condições severas.

AB Sandvik Coromant

Nesse campo não há espaço

Broca canhão (GunDrill): domínio perfeito em tolerâncias estreitas.

para dúvidas, por isso, conte sempre com o trabalho de especialistas para indicar as melhores soluções para o seu processo.

Brocas Canhão (GunDrill) No caso da manufatura de furos pequenos, surge como opção a GunDrill, ou broca canhão. Indicada para furos longos, com diâmetro pequeno

Principais recomendações para uma furação profunda bem sucedida

(até 25mm) e quando tolerâncias estreitas forem essenciais, a broca tem diâmetros (ø) de 0,98 até 40,5 mm, podendo chegar a 100xD. O tubo da broca possui um canal externo com formato em “V”, o que possibilita que a pressão do fluido empurre os cavacos para fora através desse canal ao longo da parte externa da broca.

As brocas canhão podem ser em-

• realizar o controle de cavacos • fazer um pré-furo • observar a potência da máquina • escolher adequadamente o tipo de refrigeração e atenção a seu fluxo • garantir bom alinhamento

pregadas em tornos horizontais, tornos modificados e centro de usinagem, em todos os tipos de materiais. junho.2013/93

o mundo da usinagem

27

Arquivo SESC

conhecendo um pouco mais

Pôr do Sol no Pantanal-MS

Turismo Social e Turismo Ambiental: o respeito ao mundo a seu alcance 0 turismo social e o turismo de natureza vêm modificando a maneira de se viajar no Brasil.

28

o mundo da usinagem

Às vésperas da Copa do Mundo

Os ricos turistas enviavam car-

de 2014 e a um salto da Olimpíada

tões postais às suas cidades natais,

de 2016, o Brasil é um grande mer-

uma lembrança extremamente bem

cado turístico, agora para todos os

recebida por centenas de milhares

bolsos e gostos. Trata-se da demo-

de pessoas que jamais veriam pesso-

cratização do turismo, o chamado

almente os locais retratados. No Bra-

turismo social, que ganhou merca-

sil, as metas, até por volta de 1970,

do nos últimos anos e vem se profis-

eram o Rio de Janeiro, Petrópolis,

sionalizando no mesmo ritmo.

Caxambu, Poços de Caldas, Águas

O turismo, palavra derivada do

de Lindóia e, em menor escala, Ouro

francês “tour”, que significa “girar,

Preto, Recife e Olinda. A hoje po-

voltar-se para”, é filho do apareci-

pularíssima Paraty – RJ, era, até a

mento dos transportes de massa do

década de 1960, um vilarejo pobre e

século XIX. Os trens sobre trilhos de

abandonado, com ruas de areia e de

ferro e os navios a vapor logo passa-

difícil acesso.

ram do transporte de carga para o de

O turismo popular inicia-se en-

pessoas. Já os aviões, nas primeiras

tre 1925-1935, mas apenas em paí-

décadas do século XX, serviram pri-

ses como Itália, União Soviética e

meiro para o transporte de pessoas,

Alemanha, cujos governos criaram

bem menos pesadas do que cargas.

infraestruturas e incentivos para

Foi o navio a vapor que deu início ao

que os trabalhadores tivessem aces-

turismo dos americanos, enriqueci-

so ao turismo em grupo. Eram as

dos com o açúcar, algodão e miné-

ferrovias desses países, todas esta-

rios no final do século XIX, em dire-

tais, que ofereciam a rede para os

ção à Europa de seus avós.

deslocamentos e, muitas vezes, as junho.2013/93

chamadas “colônias de férias”.

mundo do ponto de vista participa-

Pelo fato do descanso do traba-

tivo, comunitário, e não predador. O

lhador ser visto como um direito

turismo social é um dos principais

social, o turismo garantido pelos

auxiliares na formação do conceito

empregadores passou a ser objeto

da sustentabilidade, tão fundamen-

de manipulações e contestações po-

tal nos dias de hoje e para o futuro.

líticas. Críticos viam nele clara in-

Para o Ministério do Turismo

tenção de controle do tempo livre e

brasileiro (MTur), o “turismo social

de férias das massas, com objetivos

é a forma de conduzir e praticar a

políticos e partidários de assegurar

atividade turística promovendo a

a gratidão do trabalhador.

igualdade de oportunidades, a equi-

Mas à medida que as empresas

dade, a solidariedade e o exercício

Os números do SESC são real-

estatais perdem força no cotidiano

da cidadania na perspectiva da in-

mente impressionantes: capacidade

social, sobretudo depois da Segun-

clusão”. Consiste em criar condições

para 20.165 hóspedes-dia em 42 uni-

da Guerra Mundial, o turismo so-

econômicas para que um grupo de

dades de hospedagem funcionando

cial floresce, com o surgimento de

pessoas, geralmente ligadas a algu-

em 18 estados e no Distrito Federal.

inúmeras empresas especializadas

ma instituição ou entidade, possam

Mais de 180 mil pessoas foram aten-

em viagens de grupo a preços aces-

fazer turismo hospedando-se em lo-

didas em 2012, em 4.104 excursões

síveis.

empresas

cais confortáveis e bem equipados,

e 2.504 passeios de um dia. O SESC

e instituições privadas fazem uso

que possibilitem novas oportunida-

mantém, inclusive, uma Estância

desse modelo de turismo, agra-

des de lazer, enriquecimento cultu-

Ecológica no Pantanal, onde se si-

ciando seus funcionários com um

ral e integração pessoal.

tua a maior reserva particular de

Paralelamente,

evento socializador.

Neste contexto, o turismo so-

patrimônio natural do país, a RPPN

O Bureau Internacional do Turis-

cial no Brasil tem um nome que se

mo Social (BITS), criado em 1963 em

sobressai imediatamente: o SESC.

Há também um novo gênero de

Bruxelas, hoje com quase 170 países

Sendo o principal operador dessa

turismo social em ascendência no

associados, define o turismo social

modalidade no Brasil, o SESC atua

Brasil, o chamado turismo social

como o “conjunto de relações e fe-

favorecendo a incorporação ao mo-

sustentável, ou apenas turismo co-

nômenos resultantes da participação

vimento turístico, em especial dos

munitário. Esse gênero consiste ba-

no turismo das camadas sociais me-

trabalhadores do comércio de bens

sicamente na capacitação de comu-

nos favorecidas, participação que se

e serviços e seus dependentes. Por

nidades ribeirinhas, pesqueiras,

torna possível ou facilitada por bem

ser atuante em todos os Estados da

caboclas e indígenas para acolhi-

definidas medidas de caráter social,

União, o SESC é um trampolim, mui-

mento de turistas em suas residên-

mas que implicam um predomínio

tas vezes, para a primeira viagem de

cias. Com o intuito de vivenciar a

da ideia de serviço e não de lucro”.

milhares de trabalhadores para fora

realidade local, os turistas partici-

A concepção da ausência de lucro

de suas cidades. Tanto seus associa-

pam de atividades da comunidade,

deixa claro os benefícios do turismo

dos como dependentes e usuários

como pesca, preparo de alimentos

social não apenas no Brasil.

não ligados à entidade têm à dispo-

e interação social. Os turistas pas-

De fato, a própria ideia de ser

sição uma enorme gama de viagens

sam a integrar a comunidade local

esse turismo o mecanismo facilita-

para todas as capitais do Brasil e

em todas as suas esferas, possibili-

dor de acesso e conhecimento do

para dezenas de pontos turísticos,

tando uma vivência que não pode-

mundo implica na apreciação desse

em áreas rurais e junto ao mar.

ria acontecer senão desta maneira.

junho.2013/93

SESC Pantanal.

o mundo da usinagem

29

Nilton Silva/Arquivo SESC

conhecendo um pouco mais

Uma saudável alternativa já está bem implantada entre nós: é o turismo de natureza. Sem caracte-

SESC Bertioga-SP (acima) e SESC Pousada Rural em Lajes –SC (abaixo): nada a dever aos grandes empreendimentos privados

rísticas de turismo social, mas contribuindo enormemente para a sociedade, em termos, justamente, de formação de consciência da sustentabilidade, os destinos de natureza merecem atenção. Voltado para nichos ecológicos, que no Brasil representam também nosso patrimônio nacional e da humanidade, o turismo de natureza tem recebido cada vez mais adeptos. Entre nós, merece destaque a atuação da Ambiental Turismo, que há 25 anos vem associando conceitos de turismo comunitário e social, por sua inegável contribuição à sustentabiArquivo SESC

lidade da atividade turística.

Com sede em São Paulo, a Ambiental Turismo possui parceiros 30

o mundo da usinagem

junho.2013/93

em todo o Brasil e em destinos no exterior, onde também opera. O objetivo é não apenas a experiência positiva do turista como, também, o desenvolvimento socioeconômiArquivo SESC

co e a preservação ambiental nos locais e comunidades que os recebem. Atendendo segmentos de lazer, viagens de incentivo e de

SESC Pantanal: estrutura acolhedora e de grande qualidade

estudo do meio para estudantes, a empresa é exemplo de atuação privada em prol da sustentabilidade.

Dentre seus roteiros, aqueles que contemplam as Expedições, como Paisagens Amazônicas, Três Ecos-

PARA SABER MAIS: www.sesc.com.br www.ambiental.tur.br http://www.bits-int.org

sistemas (Pantanal Norte, Chapada dos Guimarães e Alta Floresta) e a Rota das Emoções, por exemplo, atraem turistas nacionais e internacionais e seguramente fomentam a devida atenção de proteção de recursos naturais e das comunidades locais.

Assim sendo, das floradas das macieiras em Santa Catarina, em um dos inúmeros destinos oferecidos pelo SESC, à observação de girafas na natureza, em um dos passeios da Ambiental Turismo, a um belo nado horizontal (a apenas 50 cm de profundidade) em Bonito-MS (oferecido por ambas), faça as malas e conheça a natureza e as obras humanas.

Boa viagem! Aproprie-se de nosso espaço e de nossa história!

E ajudemos a preservá-los para as

junho.2013/93

Pedro D

João Manoel S.Bezerra de Meneses Gestor Ambiental/Jornalista

egelo

futuras gerações!

Mergulho nas límpidas águas em Bonito-MS o mundo da usinagem

31

educação e tecnologia

Arquivo ENERCON

Inovação em energia eólica:

velas ao vento Uma das primeiras energias propulsoras da humanidade foi a força dos ventos, que movia embarcações e moinhos. Nunca abandonada de todo, embora suplantada pela combustão do carvão, eletricidade e combustíveis de última geração, a energia eólica voltou para ficar. De fato, hoje se encontram grandes aglomerados de geradores espalhados por todo o mundo, nas chamadas “fazendas de energia eólica” ou “campos de energia eólica”, implantadas na busca de energia não poluidora e sustentável.

A produção da energia eólica, porém, não é fácil. O mastro da unidade aerogeradora deve fincar-se profunda e solidamente no terreno.

Os aerogeradores mais usuais, de eixo horizontal com três pás, podem chegar a mais de 100 metros de altura e 300 toneladas de peso. O custo desse tipo de mecanismo pode chegar perto de 10 milhões de reais e gerar até 3 MW de energia, mas já há projetos visando 6 MW. A tendência de unidades cada vez maiores encontrou recentemente seu contraponto no conceito de geradores de pequeno porte, para instalação junto ao local de consumo, com potências de 1 a 100 KW ao invés de MW.

Protótipo com seis velas, em teste em Limeira, SP 32

o mundo da usinagem

junho.2013/93

O projeto e o protótipo A escolha centrou-se no desenvolvimento do conceito de um gerador eólico de porte médio, na faixa de 10 a 50 KW, de eixo vertical, solução que tradicionalmente apresenta rendimento menor do que os Arquivo EDF

de eixo horizontal, mas que, com o

EDF Wind Farm, Texas, EUA

Experiência veterana em Inovação moderna

uso de velas (superfícies flexíveis) da mesma forma que em um veleiro, poderiam eliminar as desvantagens inerentes aos sistemas conhecidos.

O objetivo é o de funcionar com ventos de menor intensidade, ser

Um grupo de engenheiros me-

por poucas horas, no início da noite.

transportável mesmo para locais

cânicos formados na Escola de En-

Mas o transporte do diesel e a manu-

de difícil acesso e ter custo compa-

genharia Mauá, todos já aposenta-

tenção dos geradores tornam a solu-

tível. Tendo sido feitas simulações

dos e membros da Associação de

ção complicada. O uso de energias

com o programa Flow Simulation,

Ex-Alunos da Escola, formaram

alternativas (principalmente biomas-

do Solid Works, solicitou-se a pa-

uma ONG, chamada GPS – Grupo

sa e solar) ainda está em estudo e em

tente do conceito.

Projeto Somar – tendo como um

fase inicial de implantação.

Suas vantagens são muitas: bai-

dos objetivos atuar na capacitação

Complementar as necessidades

xa pegada de carbono, simplicida-

e gestão de projetos de pesquisa,

de energia dessas comunidades

de conceitual e construtiva, baixo

ciência e tecnologia, com foco em

isoladas com a energia eólica até

impacto ambiental (menor ruído

energias renováveis. Assim, a cres-

agora quase não se considerava,

e baixa vibração, sem matança de

cente necessidade de energia no

porque a energia eólica só é eco-

pássaros). Entre as dificuldades,

mundo, com a preferência pelas

nomicamente viável em regiões de

destacavam-se os riscos inerentes

energias limpas, levou o grupo a

muito vento e a maioria dos aero-

ao pioneirismo e a pouca experiên-

lançar-se por esse caminho, por vê-

geradores possui ou capacidade

cia com tecidos técnicos.

-lo como um novo espaço em um

muito limitada (1 a 5 KW, para resi-

Graças ao Subsídio à Inovação

mercado em expansão.

dências unifamiliares) ou de capa-

do SENAI-SP, foi inicialmente cons-

De fato, programas como “Luz

cidade excessiva, em MW, operan-

truído um modelo em escala 1:14

para Todos”, do Governo Federal,

do apenas com ventos a partir de

para testes no túnel de vento do

esbarram no tamanho do país e na

5m/s, condição pouco comum na

IPT-SP. Os testes permitiram con-

distância entre incontáveis comuni-

maior parte do território nacional.

firmar a viabilidade conceitual do projeto e ajudaram no dimensiona-

dades isoladas e os centros maiores.

Existem, ainda, outras aplicações

Levar a rede de energia para esses lo-

para a energia eólica, como bombea-

cais é quase sempre inviável econo-

mento de água e geração de frio, sem

Fundamental para o desenvol-

micamente e a solução mais fácil, ali,

nem ser necessário gerar energia elé-

vimento de tecido apropriado e o

é o uso de geradores a diesel, usados

trica como fase intermediária.

estudo de sua fixação foi o apoio re-

junho.2013/93

mento das proporções das velas.

o mundo da usinagem

33

educação e tecnologia

cebido do programa PIPE (Pesquisa

feira AGROTINS, em maio de 2011

Um protótipo na escala 1:2 en-

Inovativa em Pequenas Empresas)

e novamente em maio de 2012. A

contra-se, atualmente, em fase de

da FAPESP (Fundação de Amparo à

parceria com o SENAI-SP também

provas em Limeira-SP. Após o de-

Pesquisa do Estado de São Paulo),

levou à exposição do modelo em vá-

senvolvimento da fase de funciona-

pelo qual foi possível, além da aju-

rios eventos: a feira All About Ener-

mento das velas e seu sistema de fi-

da financeira, contar com a partici-

gy, em Fortaleza (junho de 2011), o

xação, terá início a da geração eólica

pação de dois bolsistas, sendo um

Encontro Empresarial Brasil-Ale-

propriamente dita. Até o momento,

professor especialista em têxteis e

manha, no Rio de Janeiro (setembro

tem-se a comprovação que as ve-

outro um estudante de engenharia

de 2011), a USPiTec (exposição de

las de tecido desse projeto de eixo

de controle e automação.

tecnologias da USP no campus Les-

vertical conseguem movimentar-se

Nessa fase, a Subsecretaria de

te) em agosto e a Semana de Tecno-

com ventos quase imperceptíveis,

Energias Limpas da Secretaria de

logia do Senai em Outubro de 2012.

o que deverá torná-lo economica-

Agricultura do Estado de Tocantins

Houve até o convite para uma

mente viável para situações de ven-

solicitou a apresentação do projeto

palestra na “tenda antinuclear”

tos menos fortes, além de permitir o

no setor de energias renováveis da

durante a Rio+20.

aproveitamento da energia contida em ventos inconstantes.

Sua dimensão compacta o torna opção viável e convidativa para as necessidades comunitárias de energia, em vilarejos ou fazendas, além de poder funcionar como complemento ou substitutivo, por pequenos períodos, nas indústrias de pequeno e médio porte.

A complementação com geradores de energia com placas fotovoltaicas irá ampliar a versatilidade do sistema, permitindo gerar energia tanto em dias calmos e ensolarados como em dias nublados e de ventos fortes.

A nos incentivar, o pensamento de Geoff Nicholson, da 3M: “Pesquisa é transformar recursos em

Marcelo Martins

conhecimento; inovação é transformar conhecimento em recursos”.

Eng. Salvator Licco Haim Balloon Eólica

Protótipo sendo testado como bomba d’agua para substituir, de forma mais eficiente, os cata-ventos. Construído com uma bomba de pistão – diâmetro 3” – para bombear água de uma profundidade – 20m – na vazão de 600 l / h com ventos de 3 m/s chegando a 2000 l/h com 10 m/s.

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nossa parcela de responsabilidade

Viviane Camargo

A velocidade do (nosso) conhecimento “O desenvolvimento científico e tecnológico da indústria aumentou em escala considerável e, nas duas últimas décadas, diminuímos distâncias entre clientes e fornecedores” Quando a Sandvik chegou ao Brasil em 1949, o País ainda criava suas bases industriais, fomentando as primeiras atividades de metalurgia e siderurgia.

De lá para cá inúmeros conceitos e técnicas emergiram no cotidiano das empresas, tais como as análises de cadeia de valores, o Kanban, o 6Sigma e uma infinidade de outras práticas e metodologias.

Entretanto, nenhuma delas foi tão marcante para o processo produtivo quanto o desenvolvimento das novas tecnologias de informação e a velocidade com que isso chega até nós. Não se trata só da Internet, mas dos subprodutos gerados por ela.

Numa enxurrada de novas tecnologias (tablets, smartphones, cloud computing...) estamos, cada dia mais, alterando a forma como nos relacionamos uns com os outros e com o mercado à nossa volta.

O desenvolvimento científico e tecnológico da indústria aumentou em escala considerável e nas duas últimas décadas diminuímos distâncias entre clientes e fornecedores, aceleramos transações comerciais, prospectamos oportunidades e atingimos públicos cada vez maiores e mais diversos, com agilidade e rapidez.

Essa nova dinâmica é o caminho para a construção de processos mais eficientes, mas carrega consigo uma grande carga de responsabilidade, pois acompanhar a velocidade dessas mudanças não é fácil. Um

volume crescente de informações surge a cada dia, o que demanda mais e mais tempo.

Entretanto, vale lembrar, “informação não é conhecimento”. De nada adianta estarmos conectados uns aos outros, 24 horas por dia, 7 dias por semana, se não produzimos conhecimento, trocamos experiências e participamos integralmente dos processos.

Essa postura é a nova quebra de paradigmas para pessoas e empresas.

Há uma década o indivíduo conectado era aquele que tinha um computador ligado na Internet. A empresa conectada possuía um website, intranet, serviços de assistência e atendimento online.

Hoje muita coisa mudou, muita coisa está mudando. Atualmente, tecnologia, aprendizado e participação são indissociáveis. Por isso, a Sandvik Coromant desenvolveu novas plataformas de relacionamento para seus parceiros, clientes e fornecedores, como a New Web, abrindo espaços para diálogos, oferta de serviços e interação de processos entre todos aqueles que estão envolvidos com o dia a dia da usinagem.

Trata-se de uma área estratégica para nós e contamos com você para compartilhar ideias, identificar novos desafios e propor soluções. Afinal, na era da informação não somos apenas mais uma peça, somos as engrenagens.

Fernando Oliveira Gerente de Engenharia Sandvik Coromant /América do Sul

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O leitor de O Mundo da Usinagem pode entrar em contato com os editores pelo e-mail: faleconosco@ omundodausinagem.com.br ou ligue: 0800 770 5700

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