O Mundo da Usinagem nº 94

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94 Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISS nº 1518-6091 RGBN 217-147

DanPower:

soluções em furação garantem salto de produtividade Fresamento de moldes com CNC 5 Eixos Engenharia Mauá e a formação extracurricular


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edição 94

Índice

08/2013

12 Produtividade

4 CoroDrill 880 AB Sandvik Coromant

4  Soluções de Usinagem

18  Negócios da Indústria I

22  Educação e Tecnologia

30  Conhecendo um Pouco Mais

Soluções de Usinagem DanPower: aposta em tecnologia garante diferenciais competi- tivos e destaque no mercado

12 Produtividade Análise da inserção de centros de usinagem 5 eixos no pro- cesso de fresamento de moldes 18 Negócios da Indústria I Remanufatura: vida longa aos componentes 22 Educação e Tecnologia Instituto Mauá de Tecnologia: fazendo a engenharia no Brasil

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30 Conhecendo um Pouco Mais A transposição do Rio São Francisco 34 Negócios da Indústria II Competição entre cadeias de suprimentos: o papel do domínio da tecnologia para melhores práticas 36 Nossa Parcela de Responsabilidade Sua exigência é o que nos move EXPEDIENTE: O MUNDO DA USINAGEM é uma publicação da Sandvik Coromant do Brasil, com circulação de seis edições ao ano e distribuição gratuita para 15.000 leitores qualificados. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP. As fotos sem menção de créditos foram captadas na Internet sob licença do GNU Free Documentation Licence e/ou Creative Commons Attribution-Share Alike Generic License. Editor-chefe: Fernando Oliveira; Co-editora: Vera Natale; Coordenação editorial, redação e revisão: Teorema Imagem e Texto (Fernando Sacco, João M. S. B. Meneses, Thais Kuperman, Vivian Camargo); Jornalista responsável: Fernando Sacco - MTB 49007/SP; Projeto gráfico e Editoração Eletrônica: Pedro Degelo e Leticia Chieregati; Impressão: Promograf


Vivian Camargo

soluções de usinagem

DanPower:

aposta em tecnologia garante diferenciais competitivos e destaque no mercado Empresa especializada na fabricação de caldeiras reduz em até 90% o tempo de furação com a adoção de novas ferramentas

4

o mundo da usinagem

agosto.2013/94


Funcionários da DanPower inspecionam interior da caldeira: conteúdo 100% nacional

Somando forças

Fundada em 2001 na cidade de

palmente porque éramos uma em-

Como parte de seu plano de mo-

Piracicaba - SP, a DanPower nas-

presa muito jovem. Alguns clientes

dernização, em setembro de 2012

ceu como um escritório de enge-

passaram por dificuldade finan-

a empresa adquiriu uma máquina

nharia e projetos especializado no

ceiras e outros arquivaram seus

especial CNC para o processo de fu-

ramo de caldeiras.

projetos; o financiamento na época

ração na fabricação dos espelhos das

Apesar de jovem, a empresa

cessou, normalmente as empresas

caldeiras [uma placa de aço, montada

atravessou momentos econômicos

de bens de capital são as primeiras

no interior das caldeiras, que sustenta

distintos. “Em 2006 e 2007 o merca-

a entrar na crise e as últimas a sair.

e distribui os tubos por onde fluem os

do de bens de capital, especialmen-

Entretanto, desde 2011 mantemos

líquidos e gases do sistema].

te o de máquinas para o mercado

um ciclo de crescimento positivo e

Trata-se de um processo estraté-

sucroalcooleiro, passou por uma

sustentado”, reforça Erick Gomes.

gico, já que o espelho pode conter

expansão muito alta e como vínha-

Hoje a fábrica tem quatro vezes seu

até 2 mil furos, o que representa 90%

mos de uma época onde os inves-

tamanho original e emprega 130

da usinagem total da peça. “Quando

timentos em bens de produção fo-

funcionários. O sucesso teve qua-

adquirimos a máquina utilizamos

ram realmente baixos, as empresas

tro ingredientes fundamentais: a

várias ferramentas cujos resultados

que tinham capacidade produtiva e

tecnologia dos produtos, inovação

em termos de tempo e qualidade

que sobreviveram às décadas de 90

no processo produtivo, qualidade e

estavam muito aquém das nossas

e início do ano 2000 se viram rapi-

confiança no mercado.

expectativas”, recorda Erick Gomes.

damente com sua capacidade pro-

Mesmo se recuperando de um pe-

Diante dos problemas, a empre-

dutiva tomada, o que nos levou à

ríodo de retração econômica, a Dan-

sa chegou a cogitar a devolução da

decisão de colocarmos em prática o

Power manteve investimentos, com

máquina e a compra de um equipa-

projeto de construção de nosso par-

intuito de modernizar e trazer qua-

mento importado, o que iria gerar

que fabril”, relembra Erick Gomes,

lidade à sua cadeia produtiva. Toda-

um gasto extra de R$ 2,5 milhões.

gerente de operações da DanPower.

via, novos desafios estavam por vir.

Foi neste momento que a empresa

Por conta deste momento econômico do País, a DanPower deixou de ser apenas um escritório de engenharia e passou a fabricar os produtos por ela desenvolvidos, agregando ao seu ramo de negócio a área de produção. Foi quando a DanPower passou de um escritório de engenharia para uma fabricante de caldeiras de alta tecnologia. No mesmo ano de 2006 a empresa realizou a primeijetada e fabricada por ela. Porém, pouco tempo depois, em 2008, o mercado entrou em recessão por conta da crise norte-americana. “Foi um período turbulento, princiagosto.2013/94

Vivian Camargo

ra venda de uma caldeira 100% pro-

Espelho da caldeira: tempo de usinagem passou de dois meses para duas semanas com adoção de ferramenta especial Sandvik Coromant o mundo da usinagem

5


soluções de usinagem

contou com o auxílio da Pérsico Fer-

CoroDrill 880 da Sandvik Coromant: ferramenta foi base para construção de broca especial utilizada no processo de furação. Abaixo, detalhe da cabeça da broca

ramentas, distribuidor autorizado Sandvik Coromant. “O processo em questão exigia a abertura de furos com grandes dimensões e a potência da máquina era um fator limitante”, explica Antonio Carlos, diretor da Ao analisar o processo de usinagem e as características da máquina, Antonio Carlos e Maurício Godoy, diretor e vendedor técnico da Pérsico Ferramentas respectivamente, ao lado de Sérgio Serafim, engenheiro da em-

Arquivo AB Sandvik Coromant

Pérsico Ferramentas.

presa, optaram pela adoção de brocas especiais que tiveram como base de construção a Step Technology, própria da CoroDrill 880. “No primeiro teste já nos surpreendemos com o resultado”, relembra Maurício Godoy, vendedor técnico da Pérsico Ferramentas. A broca especial exige poucas tência disponível da máquina e aos diâmetros que a DanPower necessi-

A qualidade dos furos em um dos coletores sendo analisada por Maurício Godoy, vendedor técnico da Pérsico Ferramentas, e Sérgio Serafim, engenheiro da DanPower

6

o mundo da usinagem

Vivian Camargo

tava. Com isso, o tempo de usina-

Vivian Camargo

forças de corte e se adequou à po-

Maurício Godoy e Antonio Carlos, vendedor técnico e diretor da Pérsico Ferramentas, respectivamente, analisam o processo de furação na fabricação dos espelhos das caldeiras

agosto.2013/94


Vivian Camargo

Coletor - peça da caldeira responsável pela distribuição da água no sistema cujo tempo médio de produção passou de duas semanas para poucas horas

gem dos espelhos passou de dois

CoroDrill 880 com exclusiva ge-

também excelente acabamento e

meses para duas semanas. “Obtive-

ometria no posicionamento das

precisão dos furos, resultando na

mos ganhos de produção, financei-

pastilhas, conferindo estabilida-

eliminação de operações posterio-

ros e de qualidade com essa econo-

de ao corpo da broca, o que pro-

res como o alargamento dos furos.

mia”, avalia Erick Gomes.

porcionou maior equilíbrio nas

Antonio Carlos, da Pérsico Fer-

A parceria iniciada na produção

forças de corte e maior desempe-

ramentas, destaca: “Sabíamos que

dos espelhos se estendeu também

nho ao processo. Com a adoção

ao empregar estas ferramentas te-

para a usinagem dos coletores [peça

das brocas foi possível alcançar o

ríamos um bom retorno em produ-

da caldeira responsável pela dis-

acabamento e precisão determina-

tividade e qualidade, pois estamos

tribuição da água no sistema], cujo

dos pela engenharia da DanPower.

falando de brocas que permitem,

tempo médio de produção passou

Outra ferramenta que apre-

além do alto desempenho, tolerân-

de duas semanas para poucas horas.

sentou grandes resultados foi

cias mais estreitas e melhor acaba-

Nesse processo a equipe da

a CoroDrill 870, uma broca com

mento superficial”.

Ferramentas

apostou

ponta intercambiável altamente

Já Erick Gomes avalia: “Reduzi-

na adoção das brocas standard

segura e produtiva, que garante

mos os tempos de fabricação e o nú-

Maurício Godoy, capa amarela, discute novos processos de otimização de ferramental com equipe da DanPower, a partir da esquerda: o supervisor de produção Antonio Silveira, o gerente de operações Erick Gomes e o engenheiro Sérgio Serafim

agosto.2013/94

Vivian Camargo

Pérsico

o mundo da usinagem

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Vivian Camargo

soluções de usinagem

Estrutura de caldeiras em processo de montagem na planta da DanPower em Piracibaca - SP

mos adotando também ferramentas

mentas, pois sabemos que contamos

Sandvik Coromant na área de tor-

com uma empresa comprometida

neamento e os resultados têm sido

não só com o processo, mas com a

excelentes”, pontua Erick Gomes,

qualidade” comenta Erick Gomes.

que ressalta: “Hoje temos uma ca-

Maurício Godoy, que atende a

pacidade de produção muito maior,

DanPower desde setembro de 2012, se

o que nos abre novas possibilidades

orgulha: “Conseguimos estabelecer

de mercado e confere agilidade aos

um bom relacionamento e demons-

nossos serviços”.

trar o nosso interesse na produtivi-

No rumo certo A base para o sucesso não foi

dade e lucratividade da DanPower, aliado ao espírito de equipe do pessoal da produção onde todos se empenham neste mesmo objetivo”.

apenas a atitude em prol da ino-

A DanPower, com a certeza de

vação que resultou na adoção de

que a excelência é um objetivo mú-

ferramentas de alta tecnologia,

tuo, traça planos ousados para os

mas sobretudo a confiança em sua

próximos meses: “Temos intenção

mero de ferramentas, o que nos ge-

própria equipe e nos parceiros. De

de adquirir novas máquinas de usi-

rou um ganho muito positivo”, com-

um lado, uma empresa que apesar

nagem e queremos que todos os

plementando: “Pensamos em devol-

de poucos anos de existência bus-

processos sejam conduzidos inter-

ver a máquina e hoje ela é essencial

ca constantemente a excelência de

namente, sob a nossa supervisão,

para o nosso processo produtivo”.

seus processos. Do outro, uma em-

pois assim temos a certeza de cum-

Após a adoção das brocas CoroDrill

presa que acredita no potencial e na

prir prazos, mantendo sempre a

já foram fabricados mais de 40 cole-

capacidade de seus colaboradores e

qualidade do nosso produto final”,

tores no período de nove meses com

nas soluções da Sandvik Coromant.

prevê Erick Gomes.

resultados excelentes, fazendo com

“Hoje existe uma confiança mui-

Agilidade, tecnologia e qualida-

que a empresa estenda esta parce-

to grande junto à Pérsico. Em pou-

de, são as metas da DanPower, uma

ria com a Pérsico Ferramentas para

cos meses eles se tornaram nosso

empresa que apesar de jovem, já de-

outros pontos da produção. “Esta-

fornecedor número um em ferra-

tém grandes conquistas.

Vivian Camargo

Adoção de ferramentas Sandvik Coromant em outros processos da empresa tem gerado resultados excelentes: no destaque, ferramenta TMAX P, para torneamento longitudinal e operações de cópias, torneando um eixo para dispositivo de solda 8

o mundo da usinagem

agosto.2013/94


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A fórmula para o s u c e s s o A DanPower é uma empresa especializada no

gerente de operações da DanPower.

projeto e fabricação de caldeiras de alta tecnologia

Além da agilidade, a empresa possui uma área

para geração e cogeração de vapor, além de caldeiras

de engenharia extremamente avançada. As caldeiras

de recuperação de calor para processos em geral.

apresentam baixo consumo seja qual for o tipo de com-

Atualmente, os principais clientes da empresa estão nos ramos de alimentos, fertilizantes e bioenergia, entre os quais se destacam Vale, Cargill, Coca-Cola, Incopa, entre outras.

bustível, além de possuírem maior eficiência de troca de calor, dando mais rentabilidade para o cliente. Por fim, a busca constante pela qualidade. A empresa possui certificações ISO 9001:2008 e ASME

Em sua área de atuação, a empresa de Piracicaba

categorias S e U (para caldeiras e vasos de pressão).

concorre com grandes companhias multinacionais.

Tal busca tem suas razões, como explica Erick Gomes:

Mas o que pode ser considerado uma desvantagem

“A caldeira não é uma peça isolada, ela faz parte

competitiva é visto como potencial de mercado. “So-

de um processo maior, de modo que se o produto

mos pequenos em relação aos nossos concorrentes, o

apresentar algum problema, todo processo envolvi-

que nos confere mais agilidade. Podemos manter um

do é prejudicado”.

estoque de matéria-prima maior nos momentos de vo-

Outro ponto de destaque é o conteúdo 100% nacio-

latilidade de preço de chapas de aço, minimizando as-

nal de todos os produtos fabricados pela DanPower,

sim as especulações de mercado. Além disso, e o mais

o que possibilita a opção pelo Finame, a linha de

importante, é que por sermos uma empresa pequena

crédito do BNDES para produção e aquisição de má-

conseguimos manter uma cultura de equipe de traba-

quinas e equipamentos novos de fabricação nacional.

lho onde todos são responsáveis por tudo, garantindo assim a empregabilidade de cada indivíduo”, explica o 10

o mundo da usinagem

Fernando Sacco Jornalista agosto.2013/94


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produtividade

Análise da Inserção de Centros de Usinagem 5 eixos no Processo de Fresamento de Moldes

processos de fabricação sejam modernizados e aprimorados. Essa modernização relaciona-se direta-

A indústria de moldes tem grande impacto no cenário de manufa-

colocam em desvantagem compe-

mente com o aumento do nível tec-

titiva em um mercado globalizado.

nológico das máquinas-ferramenta que são utilizadas no processo.

tura atual em função de sua forte

Conforme pode ser observado

influência em diversos segmentos

na Figura 1, a indústria nacional de

Neste sentido, a inserção de cen-

produtivos, como: eletrodoméstico,

moldes não se destaca entre os prin-

tros de usinagem 5 eixos no proces-

automobilístico, indústria civil, en-

cipais fabricantes de moldes mun-

so de usinagem de moldes é um im-

tre outros.

diais. Até o ano 2000, destacavam-se

portante fator. Comparando esses

No entanto, apesar desse cená-

os EUA, a Alemanha, a Itália e o Ja-

centros de usinagem com os de 3 ei-

rio, a indústria nacional de moldes

pão e, mais recentemente, a Coreia

xos, já amplamente utilizados pela

encontra dificuldades, como falta

do Sul e a China.

indústria nacional, têm-se, além de

de mão de obra especializada, altos

Para o mercado nacional de

movimentos no plano cartesiano

custos dos recursos e o elevado tem-

moldes tornar-se competitivo mun-

XYZ, os movimentos rotacionais so-

po de produção dos moldes, que a

dialmente é preciso que os seus

bre os eixos X (eixo B) e Y (eixo A).

Importação de moldes para injeção de plástico 70

US$ Milhões (FOB)

60 50 40 30 20 10 0 Itália

Alemanha

França

Portugal

Figura 1: Importação segundo o país de origem 12

o mundo da usinagem

Canadá

EUA

2000-2002

Japão 2003-2005

Coreia do Sul

China

2006-2008 agosto.2013/94


ção, aumentando o custo do produto final e processo mais dependente do operador de máquina para reposicionamento e operação da mesma. No fresamento em centros de usinagem 5 eixos, primeiramente, existe a vantagem da acessibilidade da ferramenta em determinados ângulos negativos e faces da peça, nos quais a máquina convencional não tem acesso. Isso permite, na maio-

a)

ria das vezes, usinar peças com uma única fixação, o que reduz consideravelmente o tempo e o custo de usinagem. Além disso, é possível utilizar ferramentas mais curtas, que proporcionam uma maior rigidez do processo e, consequentemente, melhor acabamento da superfície usinada. A tecnologia de usinagem por 5 eixos na fabricação de moldes exige alta capacitação técnica dos envolvidos, em função da complexidade das programações e da operação de tais centros de usinagem.

Desenvolvimento dos Ensaios de Usinagem

b) Figura 2: Ilustração dos Centros de Usinagem: (a) 3 eixos; (b) 5 eixos

A análise do uso de centros de usinagem 5 eixos no processo de

O uso de centros de usinagem

No processo de usinagem con-

fresamento de moldes baseia-se na

5 eixos no processo de fresamento

vencional de peças que possuem

comparação de um processo de usi-

permite aumentar a taxa de remo-

múltiplas faces, muitas vezes são

nagem de um molde em um centro

ção de material e melhorar a quali-

necessários vários posicionamen-

de usinagem 5 eixos e um processo

dade dimensional das peças usina-

tos e fixações da peça na mesa da

de usinagem do mesmo molde em

das. Além disso, o fresamento em

máquina para a usinagem, o que

um centro de usinagem 3 eixos. A

5 eixos permite maior liberdade de

ocasiona diversos problemas, como

Figura 2 e a Tabela 1 ilustram res-

orientação da ferramenta em rela-

mais erros geométricos do produto

pectivamente os centros de usina-

ção ao fresamento em 3 eixos, o que

final, devido ao reposicionamento

gem da Indústrias Romi S.A. utili-

possibilita inúmeras vantagens com

das outras faces a serem usinadas;

zados no processo de usinagem e

relação ao processo convencional.

necessidade de dispositivos de fixa-

suas informações técnicas.

agosto.2013/94

o mundo da usinagem

13


produtividade

Máquinas-Ferramenta ROMI Modelo Curso

ROMI DCM 620 5X V1.0

ROMI D 1000 AP-DD V4.0

X= 620 mm

X= 1020 mm

Y= 520 mm

Y= 610 mm

Z= 460 mm

Y= 640 mm

Eixo B

-50 - + 110 Graus

-

Eixo C

360 Graus

-

Trasmissão Eixo Árvore

Direta

Direta

Cone

NBT 40

NBT 40

Rotação

12000 rpm

15000 rpm

Trocador de Ferramenta

32 Ferramentas

30 Ferramentas

Potência Spindle

12,5 KW

18,5 KW

X= 36000 mm/min

X= 40000 mm/min

Y= 36000 mm/min

Y= 40000 mm/min

Z= 36000 mm/min

Z= 40000 mm/min

Avanço Máximo

B=25 rpm

-

C=25 rpm

-

Tabela 1: Máquinas-Ferramenta ROMI utilizadas no experimento

O corpo de prova utilizado nos ensaios de usinagem, conforme ilustrado na Figura 3, é um molde real de uma empresa fabricante de moldes e matrizes para o setor calçadista, com dimensões de 380 x 180 x 60mm. Este molde é representado por geometrias complexas que necessitam de usinagem negativa que resultam em um alto tempo de fabricação. A fim de simular as condições da manufatura de moldes e matrizes, os ensaios de usinagem foram realizados em alumino aeronáutico 7075. Este material é bastante estável e possui alta dureza e resistência, características necessárias para Figura 3: Molde de indústria calçadista.

14

o mundo da usinagem

agosto.2013/94


grandes produções. Além disso, o alumino 7075 oferece benefícios de usinabilidade, admite tratamentos de superfície, além de ser resistente à corrosão, soldável e reciclável. Do ponto de vista prático, o alumino 7075 é um referencial para a fabricação de moldes para uma infinidade de produtos plásticos, atendendo desde componentes para a indústria automobilística até elementos para computadores, pet, robótica, matrizaria, automação, brinquedos, entre outros. O trabalho experimental foi realizado nas dependências da Indústria Romi S.A., com a participação de

representantes das empresas de software CAD/CAM, responsáveis pela programação e geração do programa NC. Para a programação do centro de usinagem 5 eixos utilizou-se o Sistema VISI Machining, e o Sistema EDGECAM para a programação do centro de usinagem 3 eixos. Na comparação entre os centros de usinagem utilizou-se o tempo de usinagem do corpo de prova e o retorno de investimento (custo do processo). As Tabelas 2 e 3 ilustram, respectivamente, as características dos processos de usinagem com 5 e 3 eixos.

Parâmetros de usinagem do corpo de prova em 5 eixos Ferramenta [mm]

RPM

F [mm/min]

Operação

Estratégia de Corte

Fresa Topo Diâmetro 50mm

70000

4500

Desbaste

Traçar.

Fresa Topo Diâmetro 25mm

10000

4000

Desbaste

Desbaste em espiral para fora.

Desbaste em espiral para fora. Fresa Topo Diâmetro 16mm

11000

3000

Desbaste

Desbaste em espiral para fora.

Fresa Esférica Diâmetro 10mm

12000

3600

Desbaste

Desbaste em espiral para fora.

Fresa Esférica Diâmetro 6mm

12000

3600

Redesbaste

Helicoidal

Fresa Esférica Diâmetro 5mm

12000

2000

Redesbaste

Helicoidal

Fresa Esférica Diâmetro 4mm

12000

2400

Acabamento

Raster

Tabela 2: Características dos processos de usinagem com 5 eixos.

Parâmetros de usinagem do corpo de prova em 3 eixos Ferramenta [mm]

RPM

F [mm/min]

Operação

Estratégia de Corte

Fresa Topo Diâmetro 50mm

70000

4500

Desbaste

Traçar.

Fresa Topo Diâmetro 25mm

10000

4000

Desbaste

Desbaste em espiral para fora.

Desbaste em espiral para fora. Fresa Topo Diâmetro 16mm

11000

3000

Desbaste

Desbaste em espiral para fora.

Fresa Esférica Diâmetro 10mm

12000

3600

Desbaste

Desbaste em espiral para fora.

Fresa Esférica Diâmetro 6mm

12000

3600

Redesbaste

Helicoidal

Fresa Esférica Diâmetro 5mm

12000

2000

Redesbaste

Helicoidal

Fresa Esférica Diâmetro 4mm

12000

2400

Acabamento

Raster

Tabela 3: Características dos processos de usinagem com 3 eixos. agosto.2013/94

o mundo da usinagem

15


produtividade

Resultados e Discussão Os tempos de usinagem dos moldes nos centros de usinagem 3 e 5 eixos são apresentados na Tabela 4.

Tempo de usinagem do corpo de prova em 3 e 5 eixos

Operação

Ferramenta [mm]

Estratégia de Corte

Tempo fresamento corpo de prova em 3 eixos [hrs]

Tempo fresamento corpo de prova em 5 eixos [hrs]

0:29:26

0:05:25

Fresa Topo Diâmetro 50mm

Desbaste (Esquadrejar)

Traçar.

Fresa Topo Diâmetro 25mm

Desbaste SWARF 90º

Desbaste em espiral para fora.

-

0:08:50

Fresa Topo Diâmetro 16mm

Desbaste

Desbaste em espiral para fora.

0:49:08

0:08:00

Fresa Esférica Diâmetro 10mm

Desbaste Pré-Acabamento

Desbaste em espiral para fora.

0:41:17

0:47:50

Fresa Esférica Diâmetro 6mm

Redesbaste

Helicoidal

0:46:41

0:42:50

Fresa Esférica Diâmetro 5mm

Redesbaste

Helicoidal

2:18:57

0:29:00

Desbaste em espiral para fora.

Fresa Esférica Diâmetro 4mm

Acabamento

Raster

1:22:40

1:52:00

Fresa Esférica Diâmetro 6mm

Bico 45º (Set up Dispositivo)

Desbaste em espiral para fora.

0:45:00

-

Fresa Esférica Diâmetro 5mm

Calcanhar 45º (Set up Dispositivo)

Desbaste em espiral para fora.

0:45:00

-

Fresa Esférica Diâmetro 5mm

Lateral Interna 45º (Set up Dispositivo)

Desbaste em espiral para fora.

1:20:00

-

Fresa Esférica Diâmetro 5mm

Lateral Externa 45º (Set up Dispositivo)

Desbaste em espiral para fora.

1:20:00

-

Total:

10:38:09

4:13:55

Tabela 4: Tempo de usinagem corpo de prova em 3 e 5 eixos

Observou-se um ganho significativo no tempo de fresamento do corpo de prova em 5 eixos devido à não necessidade de set ups e dispositivos nas usinagens negativas, além da possibilidade de liberdade

de estratégias que ganham tempo devido aos graus de liberdade que proporcionam os eixos rotativos no centro de usinagem 5 eixos. O custo de fabricação para ambos os métodos foram calculados

multiplicando-se o tempo total de cada etapa do processo pelo seu respectivo custo por hora, adicionado ao custo da matéria-prima e dos dispositivos usados, conforme mostra a Tabela 5.

Custos fresamento corpo de prova Corpo de Prova

Molde Solado

Custo Hora (R$)

Tempo fresamento corpo de prova em 3 eixos [hrs]

Tempo fresamento corpo de prova em 5 eixos [hrs]

Custo fresamento corpo de prova em 3 eixos [hrs]

Custo fresamento corpo de prova em 5 eixos [hrs]

10:38:09

4:13:55

R$

850,78

R$

332,00

Custo Matéria-Prima

-

-

-

R$

600,00

R$

600,00

Dispositivo

-

-

-

R$ 8.000,00

R$ 2.000,00

Total:

R$ 9.450,78

R$ 2.932,00

R$ 80,00

Tabela 5: Custo de Fabricação da usinagem com ambos os métodos: 3 e 5 eixos 16

o mundo da usinagem

agosto.2013/94


O custo do fresamento do corpo de prova em 5 eixos é 322 % menor que o fresamento em 3 eixos.

A Tabela 6 apresenta o retorno de investimento estimado para cada processo de usinagem 3 e 5 eixos na fabricação do corpo de prova. Foi analisado o retorno de investimento para a implementação de cada processo de usinagem 3 e 5 eixos em função dos custos de aquisição, lucro e depreciação da tecnologia aplicada na fabricação do corpo de prova.

Tabela da análise de Payback (amortização) para a inserção de centro de usinagem de 5 Eixos em relação a 3 Eixos Centro usinagem ROMI D1000 AP DD (3 eixos) Tempo em anos para a amortização do investimento (Custo investimento/ total financeiro gerado)

4,25

Centro usinagem DCM 620 (5 eixos) 1,21

Tabela 6: Análise de Payback para cada processo de usinagem

Conclusões Com a fabricação do corpo de prova em um centro de usinagem 5 eixos pode ser obtida uma redução de 2,5 vezes no tempo de fabricação do corpo de prova em relação ao fabricado em um centro de usinagem 3 eixos. O processo 5 eixos mostra-se eficaz na aplicação da fabricação de moldes complexos onde há a necessidade de implementação de dispositivos, fixações em várias posições e acessos difíceis à cavidade do molde. O processo de usinagem 5 eixos na fabricação do corpo de prova não necessita de nenhuma interven-

ção humana durante o processo de usinagem, o que difere da usinagem em 3 eixos, em que foi necessária a intervenção para o reposicionamento do corpo de prova. Observou-se que o tempo total de disponibilização do corpo de prova para o cliente final é menor no fresamento 5 eixos, devido à não necessidade de se desenvolver dispositivos complexos para a fixação do molde quando utilizado o processo de fresamento 3 eixos. Para a fabricação do corpo de prova proposto, o fresamento 5 eixos possibilitou uma redução geral de custos na ordem de 322% em

relação à fabricação utilizando o processo em 3 eixos. Ou seja, embora a aquisição de um centro de usinagem 5 eixos possa ter um custo 50% maior que a de um centro de usinagem 3 eixos, o retorno de investimento de um centro de usinagem 5 eixos na fabricação do corpo de prova mostrou-se mais eficiente, conforme apresenta a tabela 6. Finalmente, com base no estudo aqui referido, a implementação do fresamento 5 eixos na fabricação do corpo de prova possibilita um retorno do investimento em aproximadamente um ano, contra cinco anos para o fresamento em 3 eixos.

Fernando Brito de Lacerda André Luis Helleno Maria Célia de Oliveira Papa Os autores pertencem ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Metodista de Piracicaba - UNIMEP agosto.2013/94

o mundo da usinagem

17


negócios da indústria I

Remanufatura: vida longa aos componentes Tendência mundial, o processo de remanufatura é cada vez mais utilizado no Brasil e deve ocupar 20% do mercado brasileiro de reposição produção com uma vida útil pré-determinada. O desgaste natural, apesar das devidas manutenções periódicas, poderá tornar sua vida mais longa, porém o dia da substituição acabará chegando. O fim, apesar de certo, não é definitivo. Isso porque essa mesma peça, se remanufaturada, pode e, cada vez

Divulgação / Knorr-Bremse

Quando uma peça é fabricada, ela sai da linha de

Montagem, aplicação das partes novas e testes de qualidade

mais, deve voltar ao mercado com garantia de procedência. Trata-se da remanufatura, uma operação de reindustrialização feita pelo fabricante original da peça, pela qual todas as características genuínas são restauradas. Tudo começa quando o cliente entrega ao fabricante um componente que não está mais em condições de uso. Ele será desmontado, limpo e inspecionado. Depois, com base no modelo original, é verificado o que deve ser feito com cada peça para que o componente volte a ter as características de um produto novo. das diversas técnicas, em uma linha de produção bastante similar à da fabricação de uma peça nova. Durante o processo, também pode ocorrer a adição de peças novas, originais. A penúltima etapa é a de montagem do equipamento e, por último, uma série de testes que vão assegurar suas especificações e qualidade. Após todo esse processo, o

Divulgação / Knorr-Bremse

Na recuperação de subcomponentes são emprega-

Desmontagem, avaliação e inspeção das partes

componente sai da fábrica com a garantia original e com 18

o mundo da usinagem

agosto.2013/94


redução de até 40% em relação ao preço de um novo. No âmbito de autopeças, as mais remanufaturadas no Brasil são motores, embreagens, compressores e pinças de freio, além de alternadores, motores de partida, turbinas, caixas de direção e câmbios.

Logística reversa Quem ocupa a dianteira desse procedimento é a Associação Nacional dos Remanufaturadores de Autopeças (ANRAP), sediada em Campinas - SP. A entidade surgiu há vinte anos, para difundir o conceito de remanufatura. Havia, também, naquele momento, a necessidade de combater o mercado paralelo. Embora hoje remanufatura seja sinônimo de sustentabilidade, no princípio, a preocupação com meio ambiente estava longe de ser prioridade. É preciso, também, esclarecer a diferença entre proDivulgação / Knorr-Bremse

duto remanufaturado e recondicionado. “O primeiro é realizado pelo fabricante original, que reconstitui a peça dentro dos padrões tecnológicos de produção, deixando-a ‘nova de novo’. Já no recondicionamento, o produto é consertado sem seguir quaisquer normas

Lavagem, jateamento e salvamento das partes a serem reutilizadas

ou processos tecnológicos de fabricação dos produtos originais”, explica Jefferson Germano, atual presidente da ANRAP e executivo da Knorr-Bremse. Atualmente, os produtos remanufaturados são comercializados pelos distribuidores e redes de serviço de cada associado da ANRAP, incluindo as concessionárias.

Perspectivas De acordo com estudo da Carlisle & Company, os produtos remanufaturados respondem hoje por 6% do mercado brasileiro de pós-venda. No mundo, o percenDivulgação / Knorr-Bremse

tual chega a 16%. Já na América do Norte, respondem por 20%, e na Europa e Oriente Médio, por 11%. Para o Brasil, as perspectivas são boas. De acordo com a ANRAP, nos próximos cinco anos os produtos

Montagem, aplicação das partes novas e testes de qualidade

remanufaturados devem ocupar 20% do mercado brasileiro de reposição. Nesse período, a associação espera dobrar seu número de associados, que hoje são nove. Prova desse crescimento é o investimento da multi-

agosto.2013/94

o mundo da usinagem

19


negócios da indústria I

Normas e selos

nacional americana Caterpillar de R$

resíduos, consumo de energia e

20 milhões em uma nova fábrica de

água, além de diminuir a atuação

remanufatura na cidade de Piracica-

dos piratas e sonegações fiscais”,

A ANRAP participa da norma-

ba - SP, prevista para começar a ope-

comenta Germano, completando

tização dos produtos remanufatu-

rar em agosto do corrente ano. A uni-

ainda que dentre as vantagens, a

rados junto ao Governo e pretende

dade, a primeira do tipo na América

remanufatura de produtos gera

acompanhar de perto as leis dos re-

do Sul, promete aplicar uma nova

mais reciclagem, empregos e lucra-

síduos sólidos. A tendência é que os

tecnologia desenvolvida pela com-

tividade sustentável da indústria.

fabricantes e as montadoras sejam responsáveis pela destinação dos

panhia para remanufaturar algumas

Isso atende à modernização da

peças, entre as quais cabeçotes e con-

frota brasileira e segurança dos usu-

juntos montados de camisas, bombas

ários, o que resultou em um setor

O setor automotivo já segue a

de água, bielas, pistões e anéis.

de manutenção muito mais profis-

norma ABNT 15296 que preconiza

sionalizado nos últimos anos. Para

que somente o fabricante de origem

a ANRAP, o grande benefício gera-

pode realizar um processo de rema-

do é a segurança de ter um produto

nufatura. Além disso, os membros

recuperado através dos processos e

da ANRAP possuem certificações,

normas de quem detém a tecnolo-

seguindo os mesmos padrões de

gia de fabricação.

qualidade de um processo de fa-

Negócio lucrativo e sustentável O reaproveitamento de peças usadas, antes visto como um negó-

resíduos que geram.

cio de segunda linha, hoje é apre-

Os produtos remanufaturados

bricação de um item novo. “Desse

ciado não só pela economia com

pelo fabricante original, além de

modo, o Selo da ANRAP é a garan-

o custo de produção. Mais do que

passarem pelos mesmos processos

tia dessa procedência e originalida-

competitividade, a remanufatura

de produção de uma peça nova,

de”, conclui Germano.

no Brasil atende a um novo seg-

trazem todas as atualizações tec-

A ANRAP discutiu de público

mento de clientes, devido à criação

nológicas dos que estão em linha

os encaminhamentos do setor, em

de valor que um produto sustentá-

de produção. “Um produto que

seu evento “Remanufaturados, A

vel traz embutido.

equipa um veículo de dez anos

Vez do Brasil”, que teve sua quarta

Hoje, os valores de sustentabi-

de idade, quando sofre o proces-

edição em 2012. À medida em que

lidade estão muito mais presentes

so de remanufatura, passa a ter as

a premência por sustentabilidade

na nova geração de produtos. “São

melhorias tecnológicas atuais. Por

cresce, sem dúvida crescerá o mer-

itens produzidos com ciclo de vida

isso, a peça passa a ser igual ou

cado da remanufatura, e vale a pena

cada vez mais curtos. Também é

melhor que o produto original”,

acompanhar os esforços da ANRAP

menor a idade média do veículo.

informa Germano.

para a criação de legislação para o

Nos últimos anos, houve muitas

setor, fundamental para produtores

mudanças tecnológicas, como os

e usuários finais.

módulos eletrônicos e as manutenções cada vez mais complicadas, enfatiza Germano. “Ao internalizar os processos, os fabricantes passaram a contribuir para a preservação ambiental, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa, consumo de matéria-prima, geração de 20

o mundo da usinagem

Selo ANRAP certifica garantia de procedência e originalidade agosto.2013/94


Formada por nove grandes fabricantes de autopeças do Brasil, a ANRAP trabalha em três frentes: Disseminação do conceito do produto remanufaturado no mercado: qualifica frotistas e aplicadores na reparação de veículos para reduzir o tempo de manutenção e entregar o veículo nas mesmas condições de uso, atendendo às normas de segurança e durabilidade do produto. Conta com a parceria da Maxxi Traning que, em 2012, promoveu uma série de treinamentos por todo o país e capacitou mais de 11 mil mecânicos. Em 2013 devem ser capacitados cerca de 20 mil aplicadores. Legislação e Governo: a ANRAP representa os fabricantes na formatação das normas do setor e nas questões de tributações, procurando interagir com o Governo, outras associações e sindicatos. A associação busca ainda a troca de conhecimento para atender às constantes mudanças de mercado e exigências legais. Logística Reversa: A matéria-prima do remanufaturado é o casco, que têm resíduos de óleo e precisa ser transportado por empresas especializadas. Os resíduos e materiais não mais utilizáveis devem ser descartados no meio ambiente de maneira correta e a ANRAP tem forte posição junto a seus membros quanto a tais procedimentos.

Associados ANRAP: R. BorgWarner, Cummins,

Garrett, Delco Remy, Eaton, Knorr-Bremse, ZF (com a linha de embreagem SACHS), TRW Automotive e Schaeffler Brasil (Divisão LuK).

Guilherme Baroli Jornalista agosto.2013/94

o mundo da usinagem

21


Arquivo IMT

educação e tecnologia

Instituto Mauá de Tecnologia: fazendo a engenharia no Brasil

Muito se tem falado sobre a engenharia no Brasil nos últimos anos e a falta de engenheiros parece afligir a sociedade

profissionais muito mais bem preparados para enfrentar situações re-

ais. A vivência da teoria na prática cria um elo que possibilita ao futuro engenheiro aprender a aplicar seus conhecimentos, facilitando a entrada deste profissional no mercado e a melhor compreensão e desempe-

Além da discussão sobre a quali-

vil, computação, controle e automa-

dade dos cursos superiores em nos-

ção (Mecatrônica), elétrica, eletrôni-

Entendendo a importância des-

so país, o número de engenheiros

ca, mecânica, produção e química.

se encaminhamento, o Instituto

formado anualmente parece estar

O que chama a atenção não é a gran-

Mauá de Tecnologia (IMT) é um

abaixo das necessidades da socie-

de gama de cursos, muito menos o

dos sérios praticantes dessa orien-

dade. Mas a qualidade da formação

número de engenheiros formados,

tação educacional no Brasil, à qual

de nossos engenheiros é, felizmen-

mas sim o encaminhamento desses

associou, ao longo do tempo, uma

te, grande preocupação de boa par-

novos profissionais para inúmeras

rede de atividades extracurricu-

te de nossas escolas de engenharia.

necessidades do mercado e a ma-

lares para o complemento de suas

Nesse sentido, o Instituto Mauá

neira como o IMT instrumentaliza a

atividades acadêmicas. Em vários

formação de seus alunos.

fronts de trabalho o IMT participa

de Tecnologia (IMT) vem qualifi-

nho de suas atribuições.

cando muito mais que engenheiros,

Neste tocante, a necessidade de

das mais diversas competições, tan-

empenhando-se em educar com

atividades extracurriculares e o en-

to eventos internos como eventos

qualidade, para o mercado e para a

gajamento dos educandos em pro-

de caráter nacional e internacional.

sociedade. Dos onze cursos minis-

jetos correlacionados à sua área de

Além disso, há parcerias com

trados pela instituição, nove são da

interesse solidificam a formação

empresas no desenvolvimento de la-

Escola de Engenharia: alimentos, ci-

dos engenheiros e vêm formando

boratórios conjuntos para pesquisa

22

o mundo da usinagem

agosto.2013/94


aplicada. Tais atividades se iniciam

trabalho é feito na unidade didática

já na graduação: pesquisa tecnoló-

da escola, dentro da grade curricular

gica, pesquisa voltada para a indús-

da engenharia mecânica, benefician-

tria, pesquisa associada à prestação

do, assim, todos os alunos do curso.

de serviços tecnológicos e pesquisas aplicadas. Em todas as pesquisas há participação de alunos.

O corpo docente A combinação de professores

tro de seu campus em colaboração

com perfil mais acadêmico e pro-

com indústrias de diversas áreas

fessores especialistas ou empre-

com benefícios mútuos. Um bom

endedores, com conhecimento de

exemplo dessas parcerias está na Di-

atuação direta no mercado, traz um

visão de Motores e Veículos do Cen-

grande diferencial para os educan-

tro de Pesquisas do IMT, que tem a

dos que, além das aulas teóricas,

acreditação INMETRO para ensaios

têm contato com situações de proje-

de motores de combustão interna,

tos e cases que os aproximam da rea-

onde são feitos testes para várias

lidade. Outro fator de qualidade da

montadoras do Brasil. Seu chefe, o

Engenharia Mauá e que se correla-

engenheiro Renato Romio, explica

ciona com as parcerias empresarias,

que os ensaios avaliam a durabili-

são as disciplinas eletivas, elucida o

dade dos componentes, consumo de

professor Marcello Nitz, diretor dos

combustível e aspectos de desempe-

cursos de Engenharia. Por meio de

nho, como potência e torque do mo-

convênios, contratos ou outras fi-

tor. Os alunos podem estagiar nesse

guras jurídicas, com empresas que

Recentemente foi implantado na

setor e em outros similares encontra-

tenham alguma carência de profis-

Escola o programa “Educação para

dos no Centro de Pesquisas, como

sionais específicos, pode ser criada

o Trabalho”, que se configura como

se estivessem estagiando em uma

uma disciplina eletiva para formar

um conjunto de ações paralelas à

empresa fora do campus, com a fa-

expertises específicas.

graduação (palestras, workshops, trei-

Arquivo IMT

O IMT desenvolve pesquisa den-

Evento do programa “Educação para o Trabalho”, (2012)

Um bom exemplo é a parceria

namento, etc.) que visa preparar o

suas salas de aula. O mesmo tipo de

com a Rede Globo de Comunica-

estudante para o ambiente corpora-

ções, que precisava capacitar profis-

tivo. O programa possibilita atuar

sionais na área de TV digital. Con-

nos subsegmentos das áreas pelas

siderada a relevância acadêmica

quais o jovem tem interesse e serve,

e técnica envolvida e os benefícios

inclusive, para verificar a adequa-

trazidos aos alunos, foi elaborada

ção do perfil do estudante e aprimo-

uma disciplina para contemplar

rar sua formação.

Arquivo Teorema

cilidade de estar a poucos passos de

Oficina de motores e, ao fundo, bancas de testes de motores agosto.2013/94

esta carência de mercado. O contro-

Esse desenvolvimento de múlti-

le acadêmico, contudo, como expli-

plas competências, associado a um

cita o professor Nitz, jamais sai das

aporte conceitual e prático, faz do

mãos da Escola, de quem depende

Instituto Mauá de Tecnologia uma

tanto a implantação quanto o fun-

das referências da formação em en-

cionamento de todas as disciplinas.

genharia no Brasil. o mundo da usinagem

23


educação e tecnologia

Programas Extracurriculares Entre os vários eventos aos quais se dedica a Escola de Engenharia, alguns merecem destaque, tanto pelo enorme interesse dos alunos como, sobretudo, pela importância dos mesmos na formação do engenheiro.

BAJA O projeto com mais repercussão, sem dúvida, é o campeonato BAJA, organizado pelo SAE Brasil. Esta competição teve início na Universidade da Carolina do Sul, EUA, em 1976, e tomou seu nome da tradicional competição nos desertos da Baja California, ou Califórnia do Sul, chamada Baja 1000. A competição estudantil internacional estimula o design e construção de veículos off-road e sua submissão às ásperas condições de terreno de pistas especialmente preparadas para testá-los. Com orientação do professor Renato Romio, as duas equipes do IMT (Baja Mauá 1 e Baja Mauá 2) competem anualmente na edição nacional realizada em Piracicaba, que conta com equipes de cerca de 65 ins-

Baja 2012 SAE Brasil

tituições de ensino diferentes. O envolvimento de alunos de vários semestres neste projeto tem relevante importância, já que os mais novos começam a absorver conteúdo teórico e vivência prática desde o co-

são. Além disso, a equipe é formada por alunos de engenharia mecânica, de pro-

Arquivo IM

curriculares às funções práticas da profis-

T

meço, podendo relacionar seus conteúdos

dução, elétrica e de controle e automação, o que lhes propicia uma visão interdisciplinar mais abrangente da relação entre as graduações em engenharia.

24

o mundo da usinagem

agosto.2013/94


Eureka Mauá

Robótica Mauá Outro projeto de grande repercussão e adesão na Mauá é a Robótica Mauá. Pela coordenação de Wanderson de Oliveira Assis e

Os trabalhos de final de curso dos alunos

com orientação de Alessandra Dutra Coelho,

dos cursos de graduação de Administração,

Anderson Harayashiki Moreira, Arnaldo Me-

Design, Engenharia, Gestão da Tecnologia da

grich e Marcelo Marques Gomes, esse projeto

Informação e Gestão Ambiental são expostos

tem como objetivo não só a participação das

anualmente em outubro, no campus do IMT. A

equipes nas competições como, também, im-

Eureka expõe os trabalhos com novidades em

pulsionar pesquisas nas áreas de robótica, au-

várias áreas, como robótica, alimentos, infra-

tomação, inteligência artificial, computação e

estrutura e planos de negócios, que surgiram

proporcionar aos alunos uma forma de com-

de ideias dos alunos dos cursos de Adminis-

plementação de suas expertises.

tração, Design, Engenharia, Gestão Ambiental e Gestão da Tecnologia da Informação.

Suas duas equipes Kimauánisso Robotics Team e MauaBots participam de diversas catego-

“O evento proporciona ao aluno a oportu-

rias das competições nacionais e internacionais,

nidade de lidar com um grande desafio prá-

com simulações de resgate, combate, futebol de

tico com prazos e metas a serem cumpridos,

robôs, sumô, robô trecking e hockey, entre outras.

semelhante aos que ele encontrará na sua carreira profissional”, explica a professora Alessandra Dutra Coelho, coordenadora do evento em 2012.

EcoMauá O EcoMauá, coordenado pelos professo-

A exposição é aberta ao público, que sem-

res Éd Cláudio Bordinassi e Sérgio Ribeiro

pre aflui com muito interesse. O maior papel

Augusto, envolve carros desenvolvidos em

de tal iniciativa para a vida profissional dos

três modalidades (elétrica, gasolina e etanol)

alunos do IMT é fazer com que empresas de

e coloca os futuros engenheiros e designers

vários segmentos do mercado contratem e in-

diante dos desafios de criar um veículo mais

centivem esses alunos a desenvolver e refinar

econômico e ecológico. Os estudantes traba-

suas ideias no ambiente profissional. Dessa

lham desde a fase inicial, da concepção do

maneira a Eureka cumpre seu papel de apro-

protótipo, até o desenvolvimento do proje-

ximar o meio acadêmico do empresarial.

to, construção e participação na competição de âmbito nacional, chamada de Maratona Universitária da Eficiência Energética. Temas como impactos ambientais, segurança do piloto, inovações tecnológicas e eficiência energética fazem parte das expertises desenvolvidas ao longo do processo do projeto. A Mauá tem conseguido se destacar ao longo

EcoMauá 2012 agosto.2013/94

Arquivo IMT

dos anos nesta competição, e na última edição, seu protótipo a gasolina fez a marca de 267,9 km/l de combustível. o mundo da usinagem

25


educação e tecnologia

Mauá Racing

AeroDesign Mauá

com os materiais e técnicas construtivas do aeromodelismo e aprender

O Mauá Racing é a participa-

O projeto AeroDesign Mauá

conceitos importantes do aerodesign,

ção do IMT no Fórmula SAE (pro-

ocupa também um espaço de des-

como o efeito do posicionamento do

movido pelo SAE Brasil), em que

taque dentro das atividades extra-

centro de gravidade no voo, influên-

estudantes de engenharia da gra-

curriculares do IMT. Coordenado

cia do tamanho da hélice, volume de

duação e da pós-graduação pro-

por Joseph Y. Saab Jr, o AeroDe-

cauda, entre outros.

jetam e constroem um veículo do

sign Mauá tem por objetivo proje-

tipo fórmula. Seguindo algumas

tar e construir uma aeronave rádio-

especificações e regras da institui-

-controlada capaz de transportar

ção, as equipes realizam provas

em voo a maior massa e que apre-

Além dos projetos já citados, o

estáticas (inspeção técnica, avalia-

sente a maior eficiência estrutural

Instituto Mauá de Tecnologia pro-

ção de custos e manufatura, apre-

possível. Durante o projeto são

move três grandes eventos anuais

sentação e projeto) e dinâmicas

construídos protótipos para testes

em seu campus, com grande papel

(aceleração, frenagem, enduro, di-

e, ao final do projeto, é construído

na formação de seus alunos.

rigibilidade), e o primeiro coloca-

o modelo para a competição de voo

A Semana de Engenharia Mauá

do representa o Brasil na Fórmula

“Competição SAE AeroDesign”,

é sem dúvida o maior deles. Por ser

SAE Internacional. O objetivo da

que é organizada pelo SAE Brasil.

aberta a alunos do ensino médio e

Eventos e Workshops

competição é oferecer oportuni-

A atividade interna Mini Aero

a outras instituições universitárias,

dades para os estudantes de enge-

permite aos alunos ingressantes a

ela tem grande caráter informativo,

nharia na área automobilística.

oportunidade de se familiarizarem

expondo novas tendências e tecno-

Mauá Racing 2011

logias aplicadas a diferentes áreas de atuação da engenharia, promovendo a integração do meio acadêmico com o segmento empresarial, além de propiciar o intercâmbio de conhecimentos e experiências. Já a Semana do Empreendedor Mauá é um evento anual promovido pela Escola de Administração Mauá, com o objetivo de ampliar o debate sobre temas atuais e fazer com que profissionais que atuam no mercado compartilhem experiências com os estudantes. Durante o evento são promovidos cursos e palestras. E por fim a Semana de Design, que visa ampliar e atualizar os conhecimentos dos alunos sobre as tendências

Arquivo IMT

e novas tecnologias desenvolvidas na área e promover o relacionamento entre profissionais e estudantes. 26

o mundo da usinagem

agosto.2013/94



educação e tecnologia

A formação do engenheiro no Instituto de Tecnologia Mauá procura, além da formação curricular básica exigida por lei, o desenvolvimento de uma série de habilidades importantes, como acompanhamento do ciclo completo de vida de um produto, trabalho em grupo, liderança, motivação, logística associada a um projeto, cumprimento de cronograma e prazos e observação rígida de regulamentos. Os educandos têm Arquivo IMT

assim a oportunidade de vivenciar uma experiência profissional que

Semana de Engenharia Mauá (2012)

será determinante para seu futuro e sua contribuição para a sociedade.

O INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA

C

Já com meio século de vida, o Instituto Mauá de Tec-

O campus de São Paulo, próximo ao Parque do Ibira-

M

nologia – IMT, fundado em 11 de dezembro de 1961, é

puera, aloja a Escola de Administração Mauá, biblioteca

Y

uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos e

especializada, laboratórios de informática, centro de es-

CM

de utilidade pública, dedicada ao ensino e à pesquisa

tágios e centro de vivência.

científica e tecnológica na área das engenharias.

O campus de São Caetano do Sul, com quase 10 mil m²

O IMT é gerido administrativamente por uma Su-

de área, é um espaço universitário de grande porte,

perintendência Executiva, formada por superintenden-

com vagas para o estacionamento de até 1400 veículos.

tes geral, financeiro, administrativo e de planejamento

Especificamente dedicado à engenharia, seu centro é

e desenvolvimento. Esse corpo administrativo é resul-

ocupado pelo edifício da biblioteca, com aproximada-

tado do processamento de várias instâncias de gestão

mente 75 mil títulos. Salas de aula, salas para estudo

da entidade, cujo órgão maior é a Assembleia Geral,

em grupo, 19 laboratórios de informática, 102 labora-

da qual fazem parte membros associados Fundadores,

tórios e centro esportivo completam as instalações de

Beneméritos, Ex-Alunos, Professores, Pesquisadores e

tão ampla estrutura de ensino. Como parte da forma-

Cooperadores. A Assembleia elege um Conselho Fiscal

ção, os alunos têm à disposição a Mauá Jr, empresa

e um Conselho Diretor, que além de membros da ins-

gerida pelos próprios alunos da Escola de Engenharia

tituição, comporta representantes de entidades ligadas

Mauá, para prestar serviços científicos e técnicos à so-

à pesquisa e à indústria. Esse Conselho Diretor elege a

ciedade, assim aprimorando-se profissionalmente. E,

Diretoria e, esta, a Superintendência Executiva.

na outra ponta, a Associação dos Ex-Alunos, constitu-

O sistema administrativo permite grande controle

ída por engenheiros ali formados, muitos deles já apo-

orçamentário e de práticas acadêmicas. De seu pequeno

sentados, mas que continuam a todo vapor em termos

prédio no centro de São Paulo, no início de suas ativida-

de inventividade e empreendedorismo.

des há 50 anos, “a Mauá”, como é chamada a Escola de

João Manoel S. Bezerra de Meneses Gestor Ambiental/Jornalista

Engenharia Mauá, é parte do IMT, que hoje desenvolve suas atividades em duas unidades, o campus na cidade de São Paulo e o campus de São Caetano do Sul-SP. 28

o mundo da usinagem

Mais informações em

www.maua.br

agosto.2013/94

MY

CY

CMY

K



conhecendo um pouco mais

A transposição do Rio São Francisco O projeto que altera o maior rio inteiramente brasileiro vem despertando atenção e muita polêmica

30

o mundo da usinagem

agosto.2013/94


Projeto de Integração do Rio São Francisco com bacias hidrográficas do Nordeste Setentrional

Com nascente na Serra da Ca-

remanso e sertão). Foi no primei-

nastra, em Minas Gerais, e foz

ro governo Lula que a ideia foi

em Piaçabuçu, Alagoas, o rio São

desenvolvida de maneira prática,

Francisco, também chamado de

com a estruturação do projeto e

Velho Chico, tem 2863 km, débito

prosseguimento dos estudos am-

médio de 2943 m³ por segundo e

bientais para licenciamento junto

bacia de 641 mil m².

ao IBAMA.

O termo transposição significa

Assim foi que, em 2004, com a

transpor as águas do rio de um lo-

aprovação do Estudo de Impac-

cal para outro, não propriamente

to Ambiental (EIA) e do Relatório

desviando seu curso, mas captan-

de Impacto Ambiental (RIMA), o

do parte de sua água em canais

Projeto de Integração do Rio São

artificiais e levando-a para regiões

Francisco com as Bacias Hidro-

secas. Recentemente, os técnicos

gráficas do Nordeste Setentrional

do Ministério da Integração Na-

foi oficialmente iniciado. Inúme-

cional adotaram o termo “inte-

ras disputas judiciais quanto a

gração de bacia”, por julgarem-no

interpretações das leis e conflitos

mais adequado.

de competências governamentais,

Mas a chamada transposição

contudo, adiaram seu início efeti-

do Rio São Francisco não é uma

vo até 2007. Desde então as obras

ideia recente. Ainda no século

foram tocadas de maneira intermi-

XIX, durante o reinado de Dom

tente e, atualmente, encontram-se

Pedro II, já circulava a sugestão

totalmente paradas.

da construção de canais como a

Basicamente, o projeto consis-

única solução para a seca do nor-

te na construção de aproximada-

deste. Essa ideia foi retomada no

mente 600 km de canais de concre-

governo de Getúlio Vargas em

to em dois grandes eixos. O eixo

1943, ressuscitada entre 1979 e

leste, com 220 km, levaria água

1983, no governo do general João

para os estados de Paraíba e Per-

Baptista Figueiredo. No governo

nambuco. O eixo norte, com quase

de Fernando Henrique Cardoso,

400 km, atravessaria quatro esta-

em 2001, foi assinado o documen-

dos – Pernambuco, Paraíba, Ceará

to “Compromisso pela vida do

e Rio Grande do Norte – e levaria

São Francisco”, que propunha a

águas do rio São Francisco para

revitalização do rio e a construção

regiões castigadas pela seca. Só o

de canais para a transposição de

eixo norte beneficiaria 390 municí-

suas águas (eixo norte, eixo leste,

pios da Região Nordeste.

Esquema indicando pontos de captação das águas e sua transposição para os eixos Norte e Leste (Arquivo Ministério da Integração Nacional - 2009) agosto.2013/94

o mundo da usinagem

31


conhecendo um pouco mais

Aspectos técnicos

a transposição poderia gerar. Um

capacidade máxima de vazão de

dos mais respeitados geógrafos

99m³/s e 28m³/s respectivamente,

Segundo dados governamen-

brasileiros, Aziz Ab’Saber, afirmou

sendo que trabalhariam com uma

tais, de 1 a 3% do volume de água

que esta obra beneficiará mais os

vazão contínua de 16,4m³/s no eixo

do rio serão desviados para abaste-

grandes latifundiários e pecuaris-

norte e 10m³/s no eixo leste. Ora,

cer açudes e rios intermitentes ao

tas. A geração de empregos diretos

segundo especialistas essa vazão

longo do ano, beneficiando mais

e indiretos não trouxe benefício

não só comprometeria o volume de

de 12 milhões de habitantes do

duradouro à região, pela sua in-

água do próprio Rio São Francisco

semiárido nordestino e ajudando

termitência. Pelo contrário, empre-

como, também, afetaria perigosa-

o desenvolvimento econômico da

endedores locais endividaram-se

mente a fauna e flora da região.

região. No entanto, a obra, inicial-

contando com a bonança das levas

Mas, além dos danos ambien-

mente avaliada em R$ 4,8 bilhões,

de trabalhadores-compradores, o

tais, o volume de água desviado

já alcança o teto de R$ 8,2 bilhões e

que não ocorreu.

não supriria as necessidades da po-

teve a previsão de data de seu en-

O meio ambiente é o tema mais

pulação, já que o grande problema

cerramento reformulada para 2015.

incerto que a comunidade cientí-

não é a falta de recursos hídricos

Independentemente de seu cus-

fica vem debatendo nos últimos

e sim a má administração dos re-

to, as opiniões estão muito dividi-

anos, sobretudo as várias falhas

cursos já existentes. A transposição

das a respeito de seu real benefício.

conceituais que não foram devi-

do Rio São Francisco já vem sendo

Do ponto de vista social, o projeto é

damente mensuradas ou sequer

chamada pela comunidade cientí-

altamente criticado, já que contem-

consideradas. A principal delas é

fica de “transamazônica hídrica”,

plará não mais que 350 mil pessoas

a questão do volume de água a ser

em comparação à estrada Transa-

da região, bem menos do que os

desviado do Rio São Francisco, já

mazônica, ou BR 230, obra gran-

12 milhões de habitantes mencio-

que este está fragilizado e com um

diosa da década de 1970, que ras-

nados no projeto inicial. Há muito

volume de água bem inferior ao

gou a floresta em mais de 4500 km

ceticismo da comunidade científica

seu nível de tempos passados. Am-

e que, como previam os cientistas,

quanto aos benefícios sociais que

bos os eixos (norte e leste) previam

serviu como cunha de destruição

Divulgação Ministério da Integração Nacional Adalberto Marques (outubro 2009)

Obras no lote 1 do eixo norte do Projeto São Francisco, em Cabrobó, Pernambuco

32

o mundo da usinagem

agosto.2013/94


Fábio Braga, Folha Press (2011)

Trecho concluído, sem uso e erodido no eixo Norte (2011) ambiental e quase nenhuma ser-

que os críticos apontam para a logísti-

ventia socioeconômica.

ca falha e o andamento a passos curtos

O futuro do projeto

Devemos ter presente que o

como geradores de outros problemas

É difícil dizer o que efetivamen-

nordeste possui, hoje, mais de 70

de cunho técnico que só serão percebi-

te acontecerá a esse projeto. A des-

mil açudes, que armazenam atual-

dos na parte final do projeto, quando

tinação de recursos é forte indica-

mente 37 bilhões de m³ de água.

parte da estrutura já estiver compro-

dor de desequilíbrio: 991 milhões

Se concluídas, as 23 obras de dis-

metida para uso geral do sistema.

em 2009, 1,1 bilhão em 2010, 692

tribuição distintas, que estão paradas há anos (e que são anteriores ao projeto de transposição), o pro-

Aspectos jurídicos

milhões em 2011, 723 milhões em 2012 e 150 milhões até abril de 2013, metade do orçamento previsto, em

blema do abastecimento de água

Vários organismos da sociedade

5 anos de trabalhos. A desacelera-

da região seria enfrentado de ma-

movimentaram-se para denunciar o

ção é clara e a deterioração dos tre-

neira bem mais prática e menos

projeto e tentam impedir sua finali-

chos já construídos e o abandono

prejudicial ao ambiente.

zação. Quatorze ações estão em cur-

de canteiros de obras vem provo-

O próprio clima seco que se pre-

so no Supremo Tribunal Federal,

cando gritos de alarme dos órgãos

tende combater configura-se como

contestando sobretudo o uso de ter-

de imprensa. A animosidade entre

o maior obstáculo ao projeto, já que

ras indígenas, da nação Truká, sem

as populações locais, antes inexis-

os canais já construídos, ou em cons-

o devido aval do Congresso Nacio-

tente, dividindo estados “doado-

trução, estão se deteriorando com

nal, conforme determina a Consti-

res” de água e os “receptores” do

o calor e sol extremos, devido aos

tuição. Outras ações apontam da-

benefício, também merece atenção,

grandes atrasos da obra. Não ten-

nos ambientais irreversíveis à fauna

uma vez que pode constituir-se em

do recebido água no tempo devido,

e à flora da bacia do São Francisco e

forte impedimento para a continu-

muitas das estruturas estão rachadas

revistas jurídicas estão publicando

ação dos trabalhos.

e impróprias para o uso previsto.

muitas matérias apontando as ile-

Esses são dados de fato, enquanto

Fontes:

galidades cometidas.

• www.ambientebrasil.com.br • www.integracao.gov.br • Jornal O Estado de São Paulo de 27-05-2013 • http://www.fundaj.gov.br

agosto.2013/94

Vale a pena acompanhar os rumos dessa história. João Manoel S. Bezerra de Meneses Gestor Ambiental/Jornalista

o mundo da usinagem

33


negócios da indústria II

Competição entre cadeias de suprimentos: o papel do domínio da tecnologia para melhores práticas É muito difícil copiar a estratégia e os processos de uma cadeia de suprimentos. Em tempos quando a competição se dá entre cadeias e não mais entre empresas, essa afirmação, retirada do livro ‘O mundo é plano’, se torna cada vez mais uma realidade para diversos segmentos da indústria e do varejo. Dois dos principais alicerces para gerar um diferencial no posicionamento de uma cadeia de suprimento residem na forma como estão estruturados os processos logísticos e de planejamento. O racional para essa afirmação é simples: as funções ção e materiais) e gerenciamento dos fluxos logísticos (suprimentos e distribuição) ditam como e quando boa parte dos recursos de uma cadeia produtiva é alocada para satisfazer uma demanda, qual será o

Cleiton Thiele

de planejamento (demanda, produ-

Em debate durante o Simpósio SAE BRASIL de Manufatura e Logística, realizado em junho último na sede da Fiergs em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, o tema merece o interesse que desperta

tempo de resposta da cadeia e que

menos espaço para faltas ou ruptu-

do mundo, tornando sua cadeia de

riscos existem para o negócio.

ras; (2) o ciclo de vida dos produtos

suprimentos cada vez mais disper-

Para contextualizar a discussão,

tem se tornado cada vez menor em

sa geograficamente e com longos

serão enumeradas algumas tendên-

diversos setores, seja pelo efeito da

leadtimes de ressuprimento. Por

cias pesadas que têm se intensifica-

competição, seja por efeitos regula-

fim, (4) a crescente complexidade e

do nos últimos anos sobre o desafio

tórios ou por inovações tecnológi-

a diversidade de portfólios de pro-

de gerir cadeias de suprimentos:

cas; e (3) muitas empresas com ou

dutos estão se tornando um fator

(1) a competição nos canais de ven-

sem presença global têm seleciona-

de competitividade para algumas

da tem se tornado mais dura e com

do fornecedores em várias partes

empresas (que fazem projetos mo-

34

o mundo da usinagem

agosto.2013/94


dulares) e ou pesadelo para outras

aprisionado ao perímetro contábil

(que fazem projetos de engenharia

da portaria e expedição das uni-

específicos com pouca comunali-

dades fabris ou filiais. O potencial

dade entre produtos).

de inovação e aplicação de melho-

As implicações da combinação

res práticas em gestão de cadeia de

desses fatos remetem à pergunta:

suprimentos reside na combinação

como é possível imaginar, gerir

adequada de tecnologias de inte-

e coordenar esses fluxos de valor

gração disponíveis como ferramen-

apenas com os recursos de planeja-

tas de ‘middleware’, webservice, XML

mento que costumam ser denomi-

e sistemas especialistas desenvolvi-

nados de MRP ou MRP II? Como

dos para suportar processos logísti-

garantir que os profissionais que

cos de planejamento e de execução.

atuam nessas funções estejam pre-

Podem soar um pouco “ciência

parados para entender as implica-

de foguetes” essas expressões e si-

ções e as soluções que suportam

glas, mas o que elas podem trazer

excelência operacional e vantagem

de resultados é bem conhecido no

competitiva? O hiato não está na

mundo dos negócios: melhorar o

tecnologia, essa já avançou muito

tempo de resposta da cadeia, pro-

nos últimos 20 anos. Ele está no

ver agilidade e flexibilidade, redu-

entendimento de como utilizar os

zir rupturas de estoque, alavancar

avanços tecnológicos disponíveis

o giro de estoques, mitigar riscos

para habilitar melhores práticas

de fretes especiais e aumentar o

como planejamento colaborativo

ROIC de uma empresa.

na cadeia, VMI, entregas sequenciadas, postergação, etc.

Oferecer visibilidade e planejar de forma colaborativa, diferenciar o pro-

Se no passado empresas usavam

duto somente quando a demanda é

apenas o MRP para planejar maté-

realmente conhecida são práticas de

rias e enviavam programações (ou

negócio que potencializam essas di-

ordens de compra) para o próximo

mensões de competição. Tecnologia

elo da cadeia, hoje é possível com-

não é uma solução se não for devida-

partilhar estoques em tempo real

mente adaptada para habilitar o mo-

entre canais de venda e fabricantes,

delo de negócio que se quer. Enten-

entre linhas de produção, seus for-

der como utilizar essas tecnologias

necedores e operadores logísticos.

disponíveis e adaptá-las para criar

Sistemas de ERP estão hoje mui-

um diferencial no posicionamento da

to mais adaptados para conversar

cadeia de suprimentos, sim.

com sistemas especialistas e outros legados para criar uma verdadeira estrutura para planejamento e coordenação. O gerenciamento do logístico de uma empresa não está mais agosto.2013/94

Carlos E. Panitz Chairman do Simpósio de Logística Membro da mesa Diretora da SAE BRASIL Seção Porto Alegre.

o mundo da usinagem

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nossa parcela de responsabilidade

Vivian Camargo

Sua exigência é o que nos move

Junho de 2013 foi marcado pela 14ª FEIMAFE, evento que sempre movimenta os negócios do setor metalmecânico. A Feira, nesse ano, reuniu 1.466 marcas expositoras e nos deu a chance de fortalecer ainda mais as parcerias, conquistar novos clientes, conhecer tendências de mercado e dividir conhecimento. A Sandvik Coromant recebeu muitas consultas tanto dos nossos tradicionais clientes, como daqueles em prospecção sobre inovações em ferramentas e processos para máquinas de alta tecnologia. Esse interesse também foi percebido pelos amigos e parceiros do segmento de máquinas-ferramenta. Sabemos que para nossa cadeia produtiva é muito importante melhorar a competitividade, aumentando a produtividade, que se dá principalmente pela introdução de novas tecnologias. Porém é bom também termos em mente e em nossas ações que essa não é a única forma. Em tempos onde investimentos 36

o mundo da usinagem

são postergados ou no mínimo analisados com maior prudência, a excelência nos processos e serviços passa a ser vital para a manutenção ou crescimento dos nossos negócios. Nesse contexto, nosso objetivo de contatar novos clientes e fortalecer parcerias foi bastante facilitado durante a Feira, já que o mercado de modo geral estava em busca não só da nossa tecnologia, mas também da nossa especialização em desenvolver junto com os clientes soluções customizadas para os processos de usinagem em geral. Dentre as várias soluções expostas, destacaram-se aquelas voltadas para a área automotiva, onde a experiência acumulada pelos nossos profissionais, aliada às inovações, têm resultado em ganhos expressivos aos nossos clientes. Do mesmo modo, as soluções de produtos para as áreas médica, aeroespacial, energia, óleo e gás, também despertaram bastante interesse no público em geral, pois são áreas em que o Brasil também está se tornando um centro de competência devido à alta demanda no momento. Os visitantes ficaram surpresos com os vários lançamentos da área de ferramentas rotativas (furação, alargamento e rosqueamento) para

a qual o mercado gostaria de experimentar nossos serviços. Merece também destaque o sistema Silent Tools, que não se aplica somente para eliminação de vibrações, mas também em casos onde há necessidade de aumento da produtividade, podendo gerar resultados expressivos pela possibilidade de se trabalhar com dados de corte elevados. Além disso, realizamos uma ação de marketing inédita, o Live Demonstration, que consistia em transmissões, diretamente de nosso Centro de Produtividade em São Paulo, de testes práticos de usinagem com possibilidade de interação entre o público e os especialistas da Sandvik Coromant. Mais do que apresentar produtos, pudemos assim compartilhar conhecimento, experiências e mostrar que podemos oferecer soluções para todos os clientes interessados em aplicar o que há de mais moderno e eficaz em sua produção, de maneira inovadora e comprometida. Afinal estamos aqui para isso! Lembrem-se de que o desafio de vocês também é o nosso. Contem sempre conosco e agradecemos a sua exigência! José Edson Bernini Gerente Nacional de Vendas da Sandvik Coromant agosto.2013/94



Anunciantes nesta edição O Mundo da Usinagem 94

Sandvik Coromant

Distribuidores ARWI Tel: 54 3026-8888 Caxias do Sul - RS

MAXVALE Tel: 12 3941-2902 São José dos Campos - SP

ATALANTA TOOLS Tel: 11 3837-9106 São Paulo - SP

NEOPAQ Tel: 51 3527-1111 Novo Hamburgo - RS

COFAST Tel: 11 4997-1255 Santo André - SP

NIARTHEC Tel.: 92 3236-2057 Manáus - AM

COFECORT Tel: 16 3333-7700 Araraquara - SP

PÉRSICO Tel: 19 3421-2182 Piracicaba - SP

COMED Tel: 11 2442-7780 Guarulhos - SP

PRODUS Tel: 15 3225-3496 Sorocaba - SP

CONSULTEC Tel: 51 3321-6666 Porto Alegre - RS

PS Tel: 14 3312-3312 Bauru - SP

Romi 29

COROFERGS Tel: 51 3337-1515 Porto Alegre - RS

PS Tel: 44 3265-1600 Maringá - PR

Sandvik Coromant 4a capa

CUTTING TOOLS Tel: 19 3243-0422 Campinas – SP

REPATRI Tel: 48 3433-4415 Criciúma - SC

WM Tools

DIRETHA Tel: 11 2063-0004 São Paulo - SP

SANDI Tel: 31 3295-5438 Belo Horizonte - MG

ESCÂNDIA Tel: 31 3295-7297 Belo Horizonte - MG

SINAFERRMAQ Tel: 71 3379-5653 Lauro de Freitas - BA

FERRAMETAL Tel: 85 3226-5400 Fortaleza - CE

TECNITOOLS Tel: 31 3295-2951 Belo Horizonte - MG

GALE Tel: 41 3339-2831 Curitiba - PR

THIJAN Tel: 47 3433-3939 Joinville - SC

GC Tel: 49 3522-0955 Joaçaba - SC

TOOLSET Tel: 21 2290-6397 Rio de Janeiro - RJ

HAILTOOLS Tel: 27 3320-6047 Vila Velha - ES

TRIGONAL Tel: 21 2270-4835 Rio de Janeiro - RJ

KAYMÃ Tel: 67 3321-3593 Campo Grande - MS

TUNGSFER Tel: 31 3825-3637 Ipatinga - MG

Blaser 9 Deb‘Maq 11 Ergomat 27 Mitutoyo 2a capa Okuma 37

39

O leitor de O Mundo da Usinagem pode entrar em contato com os editores pelo e-mail: faleconosco@omundodausinagem.com.br ou ligue: 0800 770 5700

MACHFER Tel: 21 3882-9600 Rio de Janeiro - RJ

Movimento - Cursos Durante todo o ano, a Sandvik Coromant oferece cursos específicos para os profissionais do mundo da usinagem. Acesse www.sandvik.coromant.com.br, na barra principal, clique em ‘treinamento’ e confira o Programa de Treinamento 2013.

Você poderá participar de palestras e também de cursos in plant, ministrados dentro de sua empresa!

FALE COM ELES ANRAP: (11) 6951-5538

38

Antonio Carlos (Pérsico Ferramentas): (19) 3421-2182

Instituto Mauá de Tecnologia (IMT): 0800 019 3100

Carlos E. Panitz (SAE BRASIL): (11) 3287-2033

Jefferson Germano (Knorr-Bremse): (11) 5681-1100

Edson Bernini (Sandvik Coromant): (11) 5696-5581

Maurício Godoy (Pérsico Ferramentas): (19) 3421-2182

Erick Gomes (DanPower): (19) 2106-6969

Universidade Metodista de Piracicaba: (19) 3124-1777

o mundo da usinagem

agosto.2013/94



Suas peças estavam esperando por isso

UM NOVO PADRÃO DE TECNOLOGIA EM SETEMBRO, 2013

CLIENTES REAIS. RESULTADOS REAIS. “Eu me surpreendi com os resultados” Clientes ao redor do mundo já estão testando – e opinando. Acompanhe essas histórias até o lançamento oficial em 17 de setembro. Novos vídeos estarão disponíveis nos dias 15 de julho, 12 de agosto e 4 de setembro. Faça seu registro online para se atualizar e para assistir ao lançamento oficial.

www.sandvik.coromant.com/pt/machiningchallenges

Assista ao Vídeo


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