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Iniciativas Combinadas Muitos são os caminhos que elevam a condição humana a

que ensinam e dos que aprendem, dos que se excedem aos

um patamar de maior conforto e a uma existência mais saudável tanto como indivíduo quanto parte de um todo social.

que se iniciam, dos acertos e dos erros que constroem caminhos. Este número de O M u n d o d a U s i n a g e m reflete muito

A usinagem faz parte da capacidade do homem em moldar,

claramente a necessidade de se combinar todas as iniciati-

transformar, criar peças e componentes que, combinados com outros e mais outros, disponibilizam o instrumental quotidi-

vas pois a ciência e a tecnologia são filhas de seu tempo mas também o alteram, pois elas criam vetores de

ano moderno. De motores de avião a brinquedos, de carros a

ensinamento que alimentam as redes de mudança. As par-

embalagens, é raro encontrar algum veículo, equipamento, aparelho doméstico, instrumento, ou utensílio que, em al-

cerias, entre escola e empresa, entre ciência e tecnologia, entre pesquisa aplicada e chão-de-fábrica nos indicam os

gum momento de seu desenvolvimento ou construção, não

caminhos da colaboração, da formação, da melhoria e do

se submeteu a algum processo dea usinagem. A usinagem, porém, depende de pesquisa, depende da participação dos

crescimento. E é exatamente isso que O M u n d o d a U s i n a g e m pretende: crescer, com seus leitores.

Índice.................................................................................................

TORNEAMENTO - Artigo Técnico Processo mais simples, mais barato, mais produtivo e mais flexível........................................................................................4

FUTURO - Reportagem Centro tecnológico de primeiro mundo. Em março, foi inaugurado na capital baiana o SENAI CIMATEC ......................................10

CIÊNCIA E TECNOLOGIA - Reportagem Três empresas, Três tecnologias um único objetivo: reduzir o tempo de produção de moldes e matrizes .............................16

PRODUTIVIDADE - Reportagem Eficácia gerencial, agilidade e produtividade geram aumento de usinagem em pelo menos 20% .................................................20

OTIMIZAÇÃO - Reportagem A introdução das pastilhas Wiper numa célula de produção reduziu o tempo de produção em 40% ....................................23

SEÇÕES Página do Diretor ............................................................................................03 ABEPRO..............................................................................................................09 Artigo - Titex ....................................................................................................14 Destaques - Novas fresas Coromill ............................................................27 Notas & Novas - Showroom Mazak .............................................................28 Entre em Contato............................................................................................30

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O Mundo da Usinagem


. . . O Mundo da Usinagem . Publicação trimestral da Divisão Coromant da . Sandvik do Brasil S.A. - ISSN 1518-6091 . RG. BN 217.147 . e-mail: . omundo.dausinagem@sandvik.com . EXPEDIENTE . . SANDVIK DO BRASIL Presidente: José Viudes Parra . DIVISÃO COROMANT . Diretor-Coromant: . Claudio José Camacho Gerente de Marketing e Treinamento: . Francisco Carlos Marcondes . Coordenadora de Marketing: . Heloisa Helena Pais Giraldes . Assistente de Marketing: Cibele Aparecida Rodrigues dos Santos . Conselho Editorial: . Nivaldo L. Coppini, Antonio Borges Netto, Francisco C. Marcondes, Marlene . Suanno, Heloisa H. Pais Giraldes, Tadeu . B. Lins, Fernando G. de Oliveira, . Aryoldo Machado e José Edson Bernini. . Coordenadora da publicação: . Vera Lúcia Natale Editoria: . Depto. de Marketing da Divisão Coromant. . Responsável: Francisco C. Marcondes . Reportagem: De Fato Comunicações Fotografias: Izilda França Moreira, . Inácio Teixeira / Coperphoto . Traduções: Vera Lúcia Natale Criação, Editoração Eletrônica: Arte Gráfica . Fotolito: Digigraphic . Gráfica: Fotoline Gráfica e Fotolito . Jornalista responsável: Heloisa Helena Pais Giraldes MTB 33846 . . CORPO TÉCNICO (DIVISÃO COROMANT) . Gerente do Departamento Técnico: . José Roberto Gamarra . Especialista em Fresamento: Marcos Antonio Oliveira . Especialista em Capto & CoroCut: . Francisco de Assis Cavichiolli . Especialista em Torneamento: Domenico Carmino Landi . Antonio José Giovanetti . Especialista em Furação: . Donival Aparecido da Silveira Especialista em Die & Mould: . Sílvio Antonio Bauco . SAC (Departamento Comercial): . (11) 5696-5604 Atendimento ao cliente: . 0800 55 9698 . . . . Av. Das Nações Unidas, 21.732 - Santo Amaro — São Paulo — SP — CEP 04795-914 . . .

Tecnologia, um diferencial competitivo Há muitos anos sabemos da importância da área de pesquisa e de desenvolvimento de produtos e tecnologia das empresas e organizações com relação ao sucesso das mesmas.Esta é certamente uma área que faz a diferença entre empresas de sucesso permanente em relação às outras empresas que apresentam resultados excepcionais durante um curto período e depois, como por um passe de mágica, desaparecem ou sucumbem devido à falta de continuidade de bons resultados. O investimento nesta área, sempre foi considerado fundamental para as empresas multinacionais de sucesso, o que certamente trouxe, e continua trazendo, muitos benefícios para nosso país. O mesmo, porém não era visto com tanta ênfase pelas empresas nacionais ou até mesmo por subsidiárias destas mesmas multinacionais presentes no Brasil. Felizmente, para nós brasileiros, esta é uma realidade do passado! Muitas empresas ou organizações nacionais, bem como as subsidiárias de empresas multinacionais, passaram a dar uma atenção especial às áreas de tecnologias e desenvolvimento também em nosso mercado, pois descobriram que aqui temos a mesma necessidade e também temos competência para tal. Esta é uma realidade que pode ser comprovada durante a leitura desta edição de “O Mundo da Usinagem”, pois aqui estão alguns exemplos de sucesso de organizações que investiram e continuam investindo em novas tecnologias. Nós, da Sandvik Coromant, nos orgulhamos muito de fazer parte deste seleto grupo de empresas que acreditam nesta política de investimento , pois, sem dúvida, esta é a razão de sermos uma empresa com mais de 140 anos de existência a nível mundial e mais de 52 anos de Brasil. Sempre acreditamos, e continuaremos a acreditar no potencial brasileiro nesta área, o que sem sombra de dúvidas, nos fará permanecer na liderança de nosso mercado por mais algumas décadas. Junte-se a nós na leitura destes excelentes exemplos, e considere que outros tantos estão presentes em nosso mercado embora, infelizmente, não nos seja possível tratar, nesta edição, mas que com certeza fazem parte das empresas que realmente fazem a diferença. Claudio José Camacho Claudio Camacho Diretor José - Coromant Diretor - Coromant

Sandvik Coromant do Brasil

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...................... Torneamento

Caracteriza-se como Torneamento Duro de Aços com Alta Velocidade de Corte o torneamento de peças de aço temperadas com dureza na faixa de 54 até 63 Rc em velocidades de corte que podem variar, normalmente, de 100 m/min até 250 m/min, obtendo-se rugosidades que podem atingir até 0,3 um Ra.

Vantagens Utilizado para produção de componentes nas indústrias automotiva e de engenharia em geral, este método é aplicado para desbaste e acabamento dos materiais Quando utilizado, o Torneamento Duro, pode substituir a operação de retífica, tornando o processo de produção mais simples, mais barato, mais produtivo e mais flexível. Suas vantagens dependerão, entre outras coisas, do tamanho e complexidade dos componentes em questão. Quanto maiores e mais complexos forem esses componentes, maiores serão as vantagens. Esse processo de usinagem gera altíssimas temperaturas na aresta de corte, exigindo materiais com boas propriedades mecânicas, elevada resistência ao desgaste e estabilidade química em altas temperaturas além de boa resistência às tensões induzidas termicamente. Eng. Domenico Landi Especialista em Torneamento da Sandvik do Brasil

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O Mundo da Usinagem

O Metal Duro tem dureza suficiente para ser aplicado neste processo, porém não é capaz de manter essa elevada dureza quando altas temperaturas são aplicadas à aresta de corte. Ferramentas de Metal Duro podem ser aplicadas para o torneamento de peças endurecidas até um limite de 40 Rc. O diamante é o mais duro material conhecido na natureza mas, por razões de difusão atômica, ele só é usado para usinagem de não ferrosos. A Cerâmica e o CBN (Nitreto Cúbico de Boro) são os materiais de corte mais indicados para o Torneamento Duro, e essas alternativas nos levam à seguinte questão: qual dos dois materias deve ser escolhido, tendo em vista a performance da ferramenta, produtividade, qualidade da peça usinada e custo final de usinagem ? Para responder a essa pergunta, a Sandvik do Brasil, em cooperação com a Escola de Engenharia Mauá, desenvolveu en-

saios, comparando os materiais Cerâmica e CBN sob os critérios de desgastes das arestas e qualidade superficial da peça usinada . Q u a n d o o s Engenheiros Rodrigo Gavino e Fábio Mensato Rebello da Silva cursavam, em 2001, o quinto ano de Engenharia Mecânica, desenvolveram, sob orientação do Prof. Dr. Marco Stipkovic Filho, chefe do Departamento de Mecânica e responsável pela disciplina de MáquinasFerramentas da Escola de Engenharia Mauá, ensaios nos laboratórios da escola, como tema de Trabalho de Graduação. Esses ensaios contaram, também, com a cooperação da Sandvik Coromant do Brasil que recomendou, para a Usinagem de Aços Endurecidos, as seguintes cerâmicas nas classes CC 650 (Cerâmica Mista, para cortes contínuos); CC670 (Cerâmica Reforçada, para cortes interrompidos); CBN nas classes CB 7020 para cortes contínuos e CB 7050 para cortes interrompidos.


Equipamento e Corpos de Prova Optamos por realizar um ensaio em corpos de prova com corte contínuo (Fig. 2), confeccionados pela Mauá , em um torno CNC Traub TND 360 ( Fig 1 ), disponível no laboratório da escola.

Pastilhas indicadas para o Ensaio Em função do corpo de prova (corte contínuo), indicamos para o ensaio as pastilhas CC650 (Cerâmica Mista) Fig 3 e CB 7020 (CBN) Fig. 4. As ferramentas de cerâmica

distinguem-se por sua elevada resistência ao desgaste, dureza em altas temperaturas e pela insensibilidade nos processos de oxidação. As pastilhas de cerâmica permitem elevadas temperaturas de corte, possibilitando a usinagem com altas velocidades de corte. Alguns materiais cerâmicos como, por exemplo, aqueles à base de óxido de alumínio, também conhecidos como cerâmica

pura de coloração branca (CC 620 da Sandvik), por serem muito duros e frágeis, não suportam variação de temperatura, que os leva a trincarem ou mesmo a quebrarem no processo de torne amento duro, daí a indicação das cerâmicas mistas (CC 650) e reforçadas (CC 670), para tal processo. Em geral, as cerâmicas apresentam elevada resistência ao desgaste e excelente estabilidade química, mas são mais frágeis Fig 3 - Cerâmica Mista: CC 650 CNGA 120408 T01020 650

Fig. 1 - Torno CNC utilizado no Ensaio Fig. 2 - Corpo de Prova, SAE 8640 Temperado, dureza de 58 a 62 Rc.

Fig 4 - CBN: CB 7020 CNGA 120408 S01020 7020

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que o CBN. Os CBNs, em contrapartida, têm elevada resistência à quebra (Tenacidade), sem, com isso, perder a resistência ao desgaste. Possuem, porém, baixa estabilidade química quando comparados com as cerâmicas. No entanto, quando esse material é usado para operações de corte onde a estabilidade química é importante, como no caso do torneamento duro, adiciona-se cerâmica ao seu respectivo elemento de liga melhorando assim tal característica. As classes CB 7020 e CB 7050 da Sandvik Coromant seguem esse príncípio e se apresentam para o mercado na forma de pastilhas multi-arestas, fabricadas pelo exclusivo processo de sinterização conjunta da pastilha de base, que é de metal duro, com as pontas de CBN que é o material cortante. As pastilhas podem conter até 8 arestas de

corte, no caso de uma pastilha quadrada negativa, o que significa considerável vantagem em relação às pastilhas soldadas de ponta única.

Porta–ferramenta indicado

Fig 5 – Porta – Pastilha de Fixação Rígida (RC ) Tipo DCLNR 2525 M12

O porta-ferramenta indicado foi o DCLNR 2525M 12 ( Fig 5 ) que utiliza o sistema de fixação rígida (RC) no qual, ao se apertar o parafuso do jogo de fixação, a pastilha será comprimida contra o calço e contra o encosto

ao mesmo tempo, o que garante maior estabilidade na fixação da mesma, ponto primordial no Torneamento Duro.

Procedimento do Ensaio Parâmetros pré-estabelecidos: - Profundidade de corte (ap)= ..0,2 mm; - Avanço: (fn)=0,1 mm/volta; - Diâmetro inicial do corpo de ..prova: (d) = 105 mm; - Sem fluido refrigerante; - Velocidades de corte de: . ..(V)=200 m/min e 250 m/min. As velocidades de corte na faixa de 200 a 250 m/min são consideradas como Alta Velocidade de Corte para o Processo de Torneamento Duro . A seguir são apresentados gráficos de rugosidade (Ra) e de desgaste nas pastilhas em intervalos de 50 mm de compri-

Gráficos de rugosidade (Ra) e de desgaste nas pastilhas

GRÁFICO 1 Desgaste X Comprimento: V= 200 m/min, fn = 0,1 mm/volta , ap=0,2 mm.

GRÁFICO 2 Rugosidade X Comprimento: V=250 m/min, fn=0,1 mm/volta , ap=0,2 mm

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O Mundo da Usinagem


GRÁFICO 3 Rugosidade X Comprimento: V=200 m/min, fn=0,1 mm/volta , ap=0,2 mm

mento para a velocidade de 200 m/min e da rugosidade (Ra) para a velocidade de 250 m/min. Normalmente, o critério mais observado para troca da aresta de corte é o desgaste frontal mas, em usinagem de peças endurecidas, a rugosidade superficial ou as tolerâncias dimensionais dos componentes são as variáveis mais importantes. Nossa análise neste trabalho se concentrou, portanto, no acabamento superficial, sem deixar de lado, no entanto, os fenômenos de desgaste nas arestas de corte que são detalhes importantes para a compreensão deste estudo.

Conclusões sobre o Ensaio

A perda de micro-partículas da aresta de corte é um fator crucial, que prejudica o acabamento da superfície usinada. O comportamento da pastilha de CBN foi bastante estável, ou seja, não houve ocorrência de micro lascas, o que leva à obtenção de acabamentos de qualidade superior. A Fig. 6 compara os desgastes das pastilhas após um mesmo tempo de usinagem, ou comprimento usinado. Podemos observar claramente a ocorrência dos fenômenos acima descritos. Analisando-se os gráficos 2 e 3, observa-se uma melhora na rugosidade nos primeiros milíme-

Fig 6 -

tros usinados, estabilizando-se posteriormente em um valor mínimo até um ponto em que a rugosidade começa a crescer em função dos desgastes da aresta de corte. Esse fenômeno de melhora da rugosidade nas primeiras peças poderia ser explicado como um polimento da aresta de corte, o qual elimina eventuais imperfeições microscópicas na aresta, deixando-a mais regular. Esse fenômeno é bem característico para a pastilha de cerâmica onde, nos gráficos, podemos observar uma rugosidade elevada para os primeiros milímetros usinados melhorando em seguida. Isso de certa forma pode ser pre-

Desgaste para as pastilhas de Cerâmica e CBN .

Analisando-se os desgastes das pastilhas (Gráf.1) e as rugosidades superficiais (Gráf. 2 e 3) obtidas nos corpos de prova, observa-se que a cerâmica apresentou ligeira vantagem com relação ao critério de desgaste frontal. No entanto, em relação ao acabamento superficial, nota-se que os valores de Ra foram até duas vezes melhores para as peças usinadas com o CBN. Também foi notado, durante a evolução dos ensaios, a ocorrência de microlascas na pastilha de cerâmica.

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judicial ao processo de usinagem, pois ao iniciarmos a produção de peças com uma aresta nova da pastilha, podemos correr o risco de obter peças com rugosidades elevadas ou mesmo acima da especificação. Ao contrário, com o CBN, nota-se que mesmo nos primeiros milímetros usinados, as rugosida-des obtidas já estão bem próximas dos valores mínimos. O fenômeno de polimento da aresta não é, portanto, tão acentuado neste caso, o que elimina possíveis refugos no inicio da produção de peças com uma aresta nova. Nos Gráficos 2 e 3 observa-se tanto para a pastilha de CBN como para a de Cerâmica, uma melhora nas rugosidades superficiais, com o aumento da velocidade de corte. Com as pastilhas de CBN, por exemplo, obtivemos com 250 m/min rugosidades abaixo de 0,3 um Ra, o que cobre a maioria das exigências de acabamento superficial de peças endurecidas, anteriormente obtidas só com processo de retificação. Apesar de não ter sido possível avaliar quantitativamente a vida útil das pastilhas em relação ao critério de acabamento superficial das peças, podemos observar que as rugosidades obtidas com o CBN ficaram entre 0,8 e 0,3 um Ra, o que normalmente é exigido no Torneamento de Peças Duras. Ao contrário, com a Cerâmica, obtivemos alguns valores acima de 0,8 um Ra, o que compromete a sua ampla utilização em processos de Torneamento de Peças Endurecidas de alta qualidade, ficando sua aplicação restrita às operações de desbaste e semiacabamento, ou para acabamentos de menor qualidade. As Pastilhas de CBN, embora com preços de compra superiores às de Cerâmica, compensam plenamente a diferença pelos custos de usinagem mais baixos e pela qualidade superior dos componentes usinados, o que as torna opção ideal para o Torneamento de Peças Endurecidas de alta qualidade.

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O Mundo da Usinagem

Professor Marco Stipkovik na orientação dos ensaios no laboratório de usinagem da escola.

Eureka! Descobri! É, de fato, muito apropriado o nome desta exposição, aberta a estudantes, indústrias e profissionais da área de engenharia e que se realiza anualmente no campus do Instituto Mauá de Tecnologia. Ao final de cada ano letivo,por três dias, alunos do 5º. ano da Escola de Engenharia apresentam seus trabalhos de graduação nessa feira. No início, era uma iniciativa apenas do Departamento de Engenharia Elétrica mas, a partir de 1999, acolhe participação de todo o Instituto. A Feira é organizada pelos próprios alunos e conta com o apoio da Superintendência de Planejamento e Desenvolvimento da Escola de Engenharia. Alguns dos trabalhos desenvolvidos partem de temas sugeridos por professores da Escola, enquanto que outros são indicados por indústrias, entidades, instituições ou centros de pesquisa com os quais o aluno tenha tido contato em seus estágios durante o curso ou que cheguem à Escola encaminhados diretamente por tais entidades.

Vista geral da feira.

Rodrigo Gavino e Fabio M. Rebello da Silva no Stand.

Os alunos, via de regra, levam cerca de dois semestres letivos preparando os trabalhos e discutindoos com os professores e profissionais das áreas envolvidas. No ano de 2001 foram apresentados 165 trabalhos e o de CBN foi um deles. Alguns desses trabalhos finais chegam a ser, inclusive, patenteados. Iniciativas como a Eureka são importantes para o desenvolvimento e divulgação de novas tecnologias e estreitam o relacionamento entre indústria e escola.



................................ Futuro

A Bahia ganhou um centro tecnológico de primeiro mundo. Em março, foi inaugurado na capital baiana o SENAI CIMATEC, resultado de um investimento de R$ 16,1 milhões, do qual participaram a Fieb, o Senai nacional e o estadual, o governo do Estado, a prefeitura de Salvador e a Finep.

mbrião do futuro Campus Integrado do SENAI da Bahia, o CIMATEC — Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia — está instalado em terreno de 52 mil m², sendo 6.800 m² de área construída. Ao todo, são 32 laboratórios, incluindo uma Planta de Fabricação Avançada em Ferramentaria; Planta Industrial Didática de Manufatura Integrada; Laboratório

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O Mundo da Usinagem

de Fabricação Robotizada; Laboratório de Fabricação Integrada CNC e Laboratório de Desenvolvimento de Produtos (Projeto e Design). Leone Peter Andrade, Coordenador do CIMATEC, conta que a idéia da criação do centro surgiu há cerca de 5 anos para dar suporte ao processo de industrialização do Estado. “A indústria na Bahia tinha e ainda tem - grande concentração nas áreas de química e petroquí-

mica. O governo do Estado pretendia diversificar, atraindo para cá montadoras de veículos, indústrias de transformação de plástico e eletroeletrônica”, diz o Coordenador. Segundo Andrade, nestes contatos, as empresas demonstravam interesse pelo programa de incentivos estadual, a qualidade de vida na Bahia, a infra-estrutura... Os obstáculos eram justamente a falta de mão-de-obra especializa-


da e de suporte tecnológico local. Diante deste quadro, a FIEB - Federação das Indústrias do Estado da Bahia - se empenhou na busca de uma solução, que se concretizou na criação do SENAI CIMATEC. Segundo a FIEB, o SENAI CIMATEC terá papel fundamental na modernização e no desenvolvimento de pequenas, médias e grandes empresas industriais que já operam na Bahia, além de vir a ser importante elemento de atração de novos empreendimentos industriais para o Estado.

Centro de Tecnologia O CIMATEC é um centro de tecnologia que atuará na área de manufatura integrada, com foco na formação profissional e no suporte tecnológico às indústrias instaladas no Estado. “Vamos manter a tradição do SENAI na área de educação profissional, com os cursos de curta e média duração de formação e qualificação. Vamos, porém, atuar também em níveis diferenciados, em parceria com universidades, na formação de engenheiros e em cursos de pós-graduação”, informa Andrade. Na área de serviços, o centro oferecerá serviços técnicos laboratoriais e de engenharia. Este último inclui serviços complexos, como projetos de molde de injeção de peças plásticas e, em alguns casos, a própria produção do molde. Outra área é a de consultoria, em especial para pequenas e médias indústrias, desde a parte de processo produtivo até a qualidade. Outra área é a de consultoria, em especial para pequenas e médias indústrias, desde a parte de processo produtivo até a qualidade, incluindo-se aí a disponibilização de informações tecnológicas. Outro diferencial do SENAI CIMATEC será a atuação na área

Vista do moderníssimo edifício do SENAI-CIMATEC de Salvador, Bahia.

de pesquisa aplicada. “Por pesquisa aplicada, entendemos aquelas diretamente demandadas pela indústria ou aquelas em que os resultados tenham impacto, ainda que indireto, na indústria, como na área de usinabilidade de aços, novas ligas, teste de novas ferramentas, estratégias de usinagem, ferramental”, explica Andrade. As parcerias já concretizadas pelo CIMATEC, por exemplo, com o ITA - Instituto Tecnológico da Aeronáutica – e com várias universidades brasileiras também são um ponto forte na área de usinagem. Além disso, o centro integra a rede de automação da manufatura nacional Manet - Manufacturing

Automation Network — e o IFM Instituto Fábrica do Milênio — dos quais participam a USP, UNICAMP, USP-São Carlos, UFSC, UFMG, UFRGS. “Estas parcerias nos darão suporte para tocar os projetos de pesquisa e atender as demandas da indústria baiana”, nos frisa Andrade. Quando o CIMATEC estiver operando com plena capacidade, terá condições de formar e qualificar cerca de 2.500 alunos/ano. Na área de formação, a capacidade é para 200 alunos/ano em cursos técnicos; 500 em engenharia; e 120 em pós-graduação lato sensu. Em qualificação, com cursos de curta e média duração (de 20 a 200 h), mais 1.600 alunos/ano.

Solano C. da Silveira, Analista de Processos Tecnológicos II, Paulo Sérgio Guedes, Analista de Processos Tecnológicos III, Agnaldo Costa, Técnico Operacional Especial - SENAI CIMATEC e Sinai da R. Memória, Diretor da Sinaferrmaq, distribuidor SANDVIK.

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Indústrias poderão confeccionar protótipos em tempo récorde e com custo bem mais baixo que o mercado.

Ferramentaria - Entre os cursos técnicos, destaque para o de ferramenteiro. Segundo Andrade, nos últimos anos, devido a vários problemas conjunturais, houve uma diminuição dos recursos do SENAI, apesar do aumento da demanda por formação profissional. Estes fatos provocaram algumas adequações. Uma delas foi a diminuição da carga horária dos cursos de formação, caso do curso de ferramentaria. “O SENAI, no passado, teve curso de ferramenteiro de 3.600 h. Hoje, existem cursos de 600 h. Com esse tempo não se forma um ferramenteiro com a qualidade profissional que a indústria requer”, pondera Andrade. Para atuar nesta área e driblar o problema, o CIMATEC criou uma estratégia. Os cursos serão modulares, com cerca de 600 h/cada. O curso todo constará de quatro módulos e só aqueles que completarem o quarto módulo é que receberão o certificado de Ferramenteiro Avançado. Os demais, o de Auxiliar de Ferramenteiro. O CIMATEC dispõe de uma míni-ferramentaria modelo. “Nosso objetivo aqui é criar um ambiente fabril, que reproduza uma indústria modelo. Nesta ferramentaria, vamos ministrar o último módulo, o de ferramenteiro avançado. Nosso ferramenteiro sairá daqui fabricando moldes reais, em

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máquinas industriais, com medições e velocidades reais, no mesmo material que é utilizado no mercado”, especifica Andrade. De acordo com o coordenador, esta é justamente a parte que encarece a formação profissional do ferramenteiro, devido aos custos dos materiais, como blocos de aço etc. Para custear este módulo, o CIMATEC vai produzir moldes para o mercado. “Não somos fábrica. Queremos produzir poucos moldes que vão auxiliar o processo de formação do ferramenteiro e, ao mesmo tempo, reduzir o custo de sua própria formação”, ressalta ele.

Robô ABB IRB 6400: Robô industrial de 6 eixos com alta flexibilidade. Indicado em processos de alta repetitividade, porem reprogramáveis, substituindo o homem em atividades de risco ou insalubres. Altíssima produtividade, especialmente em uso com pintura, acearia, soldagem e manipulação de materiais.

A míni-ferramentaria dá uma boa idéia do que é o SENAI CIMATEC em termos de recursos tecnológicos. Ao todo são sete máquinas, sendo quatro centros de usinagem - um deles HSC -, três tornos CNC, uma máquina de eletroerosão e duas máquinas CNC de pequeno porte, didáticas.


Planta Cim: planta piloto de fabricação automotizada. Integra diversas unidades de produção (medicação, inspeção, montagem, processos, etc.), utilizando robôs e um veículo guiado automaticamente. Utilizado em validação de processos e em treinamento de manufatura integrada, gestão da produção, sistemas supervisórios, automação, dentre outros.

Entre as convencionais, estão cinco tornos, duas fresadoras, duas retíficas, máquina de ajuste de molde, prensa hidráulica e excêntrica, guilhotina, furadeira, dobradeira e serra de fita. Em outros laboratórios e departamentos, apenas para exemplificar, o CIMATEC dispõe de oito robôs industrias, máquina de medição por coordenadas CNC, softwares de CAD/CAM, equipamento para prototipagem rápida etc. Andrade conta que grande parte do investimento de R$ 16 milhões lá investidos, foi realizada com o dólar a R$ 1,20. Além disso, a maioria dos equipamentos foi fornecida com desconto. “Sem os descontos e com o valor atual do dólar, este centro não sairia

por menos de 35 milhões”, avalia o Coordenador. O CIMATEC conta com 44 funcionários sendo 28 da área técnica: quatro doutores, nove mestres ou mestrandos, nove engenheiros especialistas e 6 técnicos laboratoristas. “Começamos com 30% de nossa capacidade total. Vamos sentir e estudar o mercado, que está mudando bastante desde a chegada da indústria automobilística. Nos próximos anos devemos aumentar o número de funcionários, a maioria para a área técnica”, conclui Andrade. Nesta notável preocupação da coordenação do SENAI Cimatec, em levar ao mercado um programa de qualificação de altíssimo

nível, percebe-se que o investimento é muito equilibrado, das instalações à contratação de especialistas acadêmicos e, também, de peritos com vasta experiência no campo industrial como, por exemplo, Analista de Processos Tecnológicos III, Paulo Sérgio Guedes, com muitos anos de experiência na indústria regional. Uma iniciativa de tal seriedade merece, sem dúvida, a atenção e o interesse de todos os que vêem, na qualificação do pessoal, um dos caminhos para aumentar-se a produtividade e seus benefícios sociais. A Sandvik apóia, portanto, com entusiasmo o novo centro tecnológico SENAI Cimatec, por meio da SINAFERRMAQ, seu distribuidor autorizado na Bahia. Sandvik Coromant do Brasil

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No mundo todo, há já algum tempo que o HSS vem sendo substituído pelo Metal Duro no segmento de ferramentas rotativas, especialmente na fabricação de brocas. E vale ressaltar que, no Brasil, isso não é diferente, sendo que alguns fatores têm influência direta nessa tendência.

ntre alguns dos principais fatores temos a necessidade de se produzir mais rápido e com maior precisão; a performance típica das ferramentas de metal duro e o parque de máquinas antigo que vem sendo gradativamente substituído por equipamentos modernos e com condições de utilizar ferramentas de alta performance feitas Peter Müller, Titex /Alemanha, com colaboração de Marcos Soto, Titex/Brasil.

Brocas VA Inox da Titex

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especialmente de metal duro. Todavia, ainda existem situações em que um material tão tenaz quanto o HSS é a única solução. Contudo, gostaríamos de nos deter, agora, apenas no caso da usinagem de Aços Inoxidáveis, os quais vem sendo cada vez mais utilizados pelas indústrias de alimentação, médica, petrolífera, de construção de navios e estruturas na região costeira. Nessas áreas, o tamanho típico dos lotes não é suficientemente

grande para um uso otimizado das brocas inteiriças de metal duro. Além disso, esses clientes, freqüentemente, não têm disponível as máquinas mais modernas e isso significa que, em geral, não é possível o uso de refrigeração interna. Mas são exatamente os clientes dessa área que estão desesperadamente procurando possibilidades de tornar a remoção de cavacos mais rápida e assim menos cara, pois as brocas de HSS-E convencionais só permitem baixas faixas de avanço gerando uma usinagem lenta e cara. Por essa razão é que a Titex lançou a Broca VA Inox que atende com precisão às necessidades dos clientes que usinam aço inoxidável. A VA Inox alcança 1,6 vezes a velocidade das brocas convencionais para aços e com uma faixa de avanço aumentada pelo fator 2,5. Isso resulta em 4 vezes a faixa de avanço e 4 vezes a produtividade ( vide gráfico). Ou, em outras palavras: a VA


Inox executa a mesma usinagem em 1/4 do tempo! E isso significa que se pode obter a tão desejada redução de custo, cada vez mais rara na produção dos dias de hoje. Outro ponto que merece destaque é que o uso da broca VA Inox não está exclusivamente limitado aos aços inoxidáveis. A VA Inox supera as expectativas com uma boa formação de cavacos em todos os materiais macios, porém pastosos, ou seja, materiais com as mesmas propriedades que os aços inoxidáveis. Exemplos típicos para esse grupo de materiais são os aços macios para construção, ligas macias de alumínio, cobre eletrolítico e ligas macias de cobre. A VA Inox produz cavacos curtos e compactos em todos esses materiais possibilitando uma usinagem sem problemas. Tudo isso torna a VA Inox não apenas universal, como, também, mais interessante principalmente aos clientes que trabalham com aços inoxidáveis, especialmente porque tais clientes raramente trabalham só com aços inoxidáveis. Normalmente, parte das peças por eles produzidas são feitas de outros materiais, fre-qüentemente aços macios para construção. Desse modo, os clientes com esse “mix” podem usinar todas as peças com a mesma broca, ainda com grandes vantagens em termos de custo e redução do estoque.

Geometria da VA Inox

(Vc)

(f)

(Vf)

As razões da qualidade da broca HSS-E A razão da performance da VA Inox ser tão boa é a combinação da cobertura TINAL Futura Top e um desenho de geometria completamente novo. O diferencial, em comparação às outras brocas, não está apenas na macro-geometria (alma com conicidade pesada, ponta com seis facetas) mas na micro-geometria. Os canais da broca são extremamente bem acabados (lisos) e possuem uma geometria especial. As arestas de corte, assim como toda a construção da broca, foram projetadas e são executadas com extrema precisão. Todos esses pontos exigem muito da fabricação da VA Inox que é mais similar à fabricação de uma broca inteiriça de metal duro do que uma broca de HSS convencional. O desenho da Va Inox foi desenvolvido e criado passo a passo durante três anos de trabalho intensivo. O objetivo não foi apenas aumentar claramente a velocidade de corte, mas o avanço e comparação às brocas convencionais, a fim de obter uma faixa de avanço absoluto mais elevada. O aumento do avanço foi extremamente difícil de se obter com o aço inoxidável. As brocas de HSS-E convencionais, com ou sem cobertura, não conseguem usinar com avanços altos. O problema reside no fato de haver uma forte tendência do aço inoxidável de se soldar à aresta da broca durante o processo de corte. À medida que o avanço aumenta, os cavacos fazem pressão contra a aresta da broca, de forma contínua e crescente, havendo formação de aresta postiça. Tais arestas postiças acabam, eventualmente, se soltando e levam pedaços da cobertura e do material da broca, causando pois danos à própria ferramenta e pondo em risco o acabamento superficial da peça. No caso da broca da Titex, isso não ocorre graças aos seus respectivos canais com baixa rugosidade, arestas de corte uniformes, além da cobertura TINAL FUTURA TOP como menor coeficiente de atrito do mercado. A broca, assim, apresenta menor chance de provocar aresta postiça. Pode-se, assim, aumentar os avanços o que é algo nada comum em se tratando da usinagem de aços inoxidaves, assim como outros de materiais muito macios.

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...................... CiĂŞncia e Tecnologia

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O Mundo da Usinagem


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ara este evento, as empresas Sandvik Coromant, Seacam/Delcam e Okuma Latino Americana resolveram se reunir para apresentar o estadoda-arte na tecnologia de HSM (High Speed Machining ou usinagem em alta velocidade) em suas respectivas áreas de atuação: ferramentas de corte, CAD/CAM e máquinas-ferramentas. “Ao reunir num mesmo evento novidades de três áreas que podem trazer competitividade para a indústria de moldes, estamos agregando valor ao tempo do cliente”, explicou Francisco Marcondes, Gerente de Marketing da Sandvik Coromant. A idéia parece ter agradado às ferramentarias, já que foram quase mil inscrições: 450 em São Paulo, 250 em Caxias do Sul e outras 150 em Joinville. Vale lembrar que esta indústria vive atualmente um processo de expansão e precisa investir para aumentar a produtividade e poder aproveitar as oportunidades surgidas com o aumento da nacionalização de moldes, um reflexo muito positivo do aumento do dólar.

Foram abordados pelas palestras os temas de conceituação de HSC e HSM, os pré-requisitos para o processo HSM, a definição de ferramenta de corte, as estratégias de usinagem para HSM, a simulação e otimização do processo e as características essenciais de uma máquina CNC para HSM. As palestras foram proferidas por Steve Hobbs, Diretor de Desenvolvimento CAM, da Del-

cam, Inglaterra; por Alexandre Magdalon, Diretor da Seacam e por Glauco Bremberger, Gerente de Engenharia da Okuma. Representando a Sandvik Coromant, falaram, em São Bernardo do Campo, Fernando G. Oliveira, Gerente Regional de Vendas OTS; em Joinville, Roberto Bellons, distribuidor local e, em Caxias do Sul, Marco Ornaghi, consultor técnico da Arwi, representante da Sandvik.

Redução de 51% De acordo com o gerente regional de OTS (Fabricantes de Máquinas) da Sandvik, Fernando G. Oliveira, o seminário procurou abordar de forma completa o tema da usinagem em alta velocidade. “A interação entre as três tecnologias - a ferramenta com o CAD e as estratégias de corte adequadas, numa máquina equi-

Mini-stand da Sandvik Coromant no Seminário.

pada com os recursos de HSM - é que vai permitir a redução de 51% no tempo de produção de moldes e matrizes”, explica.

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O público durante uma das palestras do Seminário, em São Bernardo do Campo.

“E esta porcentagem não foi aleatória. Nós temos um quadro comparativo dos tempos de fabricação de uma matriz pelo processo convencional de usinagem e os desta mesma matriz quando fabricada pelo processo HSM. A redução, neste caso, foi de 51%”, acrescenta Oliveira, ressaltando que este número pode variar para mais ou para menos, dependendo do caso. “Vale lembrar, também, que a usinagem em HSM é um processo novo, uma nova tecnologia que vem substituir com vantagens a usinagem convencional. Porém, em alguns casos, pode simplesmente ser empregada para complementar a usinagem convencional”, elucida Oliveira.

as que se complementam no processo de HSM”, avaliou. Supervisor da Ferramentaria da Soprano Eletrometalúrgica, de Farroupilha, Ademar Antonio Agostini, considera que o evento foi uma excelente oportunidade para inteirar-se das novidades, particularmente num momento em que a Soprano está investindo na modernização de sua produção. “Estamos no curso de um processo de implantação de novas tecnologias em nossa empresa e por isso vim com o intuito de conhecer as novidades em ferramentas, softwares e máquinas e tirar algumas dúvidas”, afirmou.

Agostini acrescentou q u e o evento foi muito produtivo e que transformou-se num ponto de encontro entre colegas da área de usinagem da região de Caxias do Sul. “No intervalo, trocamos idéias sobre o que foi apresentado nas palestras e conseguimos tirar algumas dúvidas que tínhamos”, concluiu o Supervisor da Ferramentaria da Soprano. O seminário também atendeu as expectativas de Clairton Roncarelli, Supervisor de Projetos e Matrizaria da Braslux Indústria de Autopeças, de Caxias de Sul. “Muito tem se falado sobre HSM e em eventos como este conseguimos clarear os conhecimentos e tomar contato com a evolução tecnológica”, aprecia. Roncarelli destaca, também, dois pontos que considerou muito importantes: os recursos para correção de erros que equipam as máquinas modernas e as ferramentas para HSM, que permitem, senão eliminar definitivamente, pelo menos diminuir bastante o processo de eletroerosão, “que é o mais demorado dentro de uma matrizaria e o que mais nos atrasa na produção de um molde”.

Evento produtivo Professor do Cetemp, Luiz Antonio Pereira Gonçalves, con t a que se inscreveu nesse seminário devido ao seu interesse em ferramentas e máquinas e em especial p o r q u e e s t á f a z e n d o mestrado na área de usinagem. “Eventos como este enriquecem nossos conhecimentos. O seminário foi bem planejado e bem montado. Foi ótima a idéia de juntar as tecnologias de três áre-

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Fernando G. Oliveira, Gerente Regional de Vendas OTS da Sandvik Coromant.


Ruy Altenfelder, Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo.

Da Forjasul Electric - empresa do grupo Tramontina que produz moldes para injeção de alumínio - inscreveram-se três funcionários. De acordo com um deles, Juliano Supptitz, En genheiro Mecânico, “são eventos como este que permitem aos profissionais da r e g i ã o t o marem contato com os desenvolvimentos que estão ocorrendo no mercado mundial e os discutam”. Enquanto que o Supervisor de Mecânica da Tramontina, Ricardo Breda, classificou o evento como muito bom, por ter oferecido a oportunidade de conhecer as novidades de três empresas ao mesmo tempo e, “em especial, o fato de estas três tecnologias estarem reunidas em função do produto final, que é o que realmente interessa para a fábrica”, nos explica. João Bender, da área de fresas da mesma Tramontina, também ficou satisfeito: “Fala-se muito em HSM e aqui aprendemos em detalhes que trabalhar em HSM não significa apenas alta RPM ou altos avanços... É preciso ter a ferramenta, a máquina e o software adequados”.

Homenagem devidamente usinada Para coroar a realização do seminário “Reduza em até 51% o tempo de fabricação de moldes e matrizes”, os organizadores prestaram homenagem ao S ecretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Ruy Martins Altenfelder Silva. A cerimônia se deu após o seminário de São Bernardo do Campo, realizado na Escola Senai Mário Amato.

A homenagem constou da entrega de uma placa, com o rosto do homenageado gravado no bronze com a utilização das tecnologias envolvidas no seminário. Uma foto do Secretário formada numa nuvem de pont o s pelo software ArtCAM e transferida para o PowerMill, que gerou o programa. A usinagem foi realizada numa máquina Okuma com ferramentas Sandvik. Além do Secretáriuo de Estado Ruy Altenfelder, a mesa da solenidade contou com a participação de Toshio Ikeda, Cônsul Geral adjunto do Consulado Geral do Japão em São Paulo; Secretário de Desenvolvimento e Turismo de São Bernardo do Campo, representando o prefeito Maur í c i o S o a r e s ; Milton Gava, Diretor da Escola Senai Mário Amato; José Humberto Albertin Macedo, José Viudes Parra, Presidente da Sandvik do Brasil; Alcino Junqueira Bastos, Gerente Geral da Okuma Latino Americana; Alexandre Magdalon, Diretor Comercial da Seacam; Francisco C. Marcondes, Gerente de Marketing da Sandvik Coromant.

José Viudes Parra, Presidente da Sandvik do Brasil; Milton Gava, Diretor do Senai Mário Amato e o Secretário Ruy Altenfelder.

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...................... Produtividade

A redação de O Mundo da Usinagem esteve em Caxias do Sul onde teve a oportunidade de conversar com o Engenheiro Rudimar José Demore, diretor geral da Aço Peças Demore Ltda, e pôde ver de perto um exemplo ímpar de sucesso sustentado pelos fatores: empreendimento, eficácia gerencial, agilidade e produtividade, muita produtividade, em usinagem.

A razão da ênfase é devida ao fato de esse redator, após tantos anos de visitas, entrevistas e reportagens, ter encontrado, pela primeira vez, alguém que otimiza os dados de corte a tal ponto que os vidros de proteção das máquinas CNC (Comando Numérico Computadorizado) começam a trincar e se romper, tão grande é a pancadaria gerada pelos pesados cavacos que os atingem em altíssima velocidade . Com parâmetros de corte ousados, algumas vezes até acima do recomendado pelos catálogos, e profundidades de corte em tor-

no de 6 mm, já era a segunda máquina naquela semana que tinha o vidro de proteção quebrado pelos cavacos. A princípio poderia parecer uma deficiência da máquina mas, após a primeira ocorrência, antes que o segundo vidro de segurança se partisse (são vidros duplos), o supervisor da usinagem, Rudimar Kloss, substituiu o vidro quebrado por uma placa de alumínio de 4 mm de espessura, que também foi literalmente corroída pelos cavacos. Poder-se-ía pensar que tal situação fosse uma ameaça ao in-

“...otimizar os processos produtivos é o elemento funda 20

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vés de uma vantagem, mas não é o que pensa Rudimar Demore, que não chegou a se abalar com as tantas crises pelas quais passou o país em 2001, ano no qual, inclusive, adquiriu 5 novas máquinas para dar conta do volume de usinagem que aumentou em pelo menos 20%. Especializada em conjuntos e subconjuntos para ônibus, fornecedora assídua da Marcopolo, para quem efetua até 4 entregas diárias em sistema just in time, a Demore já há algum tempo vem expandindo seus negócios para outras grandes empresas como John Deere, Parker, Randon, DHB, Comil entre outras regionais, e também começa a ser sondada por fabricantes de auto-peças de outros estados. Os fabricantes de São Paulo, por exemplo, vem sendo atraídos tanto pela competitividade dos preços quanto pela qualidade dos produtos Demore, certificados com o ISO 9002 em 1999. Ciente da necessidade de estar eletrônicamente equipada para poder servir seus clientes via Internet, a Demore tem seus documentos e informações técnicas disponíveis em meio computadorizado. Tendo iniciado suas atividades em 28 de Novembro de 1974, com um modesto, mas eficaz, torno mecânico ao qual Rudimar Demore ainda demonstra enorme carinho, a Aço Peças Demore Ltda, que em 1990 comprou o seu primeiro torno CNC, conta hoje com um moderno parque de máquinas entre as quais est ã o presentes 24 centros de

mental do sucesso.”

Vista geral da fábrica.

torneamento e 4 centros de usinagem, vários de grande versatilidade e última geração tecnológica, como no caso da máquina Integrex Mazak recentemente instalada. Equipadas com o sistema de fixação modular de troca rápida Coromant Capto, tais máquinas proporcionam eleva díssima produtividade e versatilidade, obtida não apenas com dados de corte otimizados, mas também com um mínimo tempo de parada de máquinas para substituição de ferramentas. Usinando principalmente os

aços SAE 1045, 8620 , 1020, 4340 e 6150, a Demore também obtém ótimos resultados na usinagem de ferros fundidos, com a perfeita adaptação máquina/ferramenta/peça garantindo a eficácia, embora a situação não tenha sido sempre essa. Rudimar Demore lembra-se da época em que seus operadores se referiam às geometrias das pastilhas falando sobre insertos “com florzinha” ou insertos “com bolinhas” quando queriam citar as diferentes vantagens de se utilizar um quebra ca-

Engenheiro Demore ao lado do seu 1º torno mecânico, de 1974.

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Rudimar Kloss, Supervisor de Usinagem da Demore e Júlio Onzi, Consultor Técnico da Arwi.

vacos médio para usinagens de pré-desbaste ou um outro para operações em desbaste. O treinamento proporcionado aos operadores, a partir do bom entrosamento da chefia de usinagem, por Rudimar Kloss e pelo consultor técnico de usinagem da Arwi, Júlio Cesar Onzi, proporcionou, ao longo do tempo, uma compreensão progressiva das necessidades da empresa. Tais necessidades foram transformadas em temas de palestras e treinamentos e, aos poucos, o potencial técnico do pessoal interno foi sendo aprimorado. Não há sequer um operador que não saiba encontrar uma ferramenta ou selecionar uma solução nos manuais, extremamente didáticos, de escolha de ferramentas e parâmetros de corte Corokey da Sandvik. Sensível às necessidades de seu cliente, a Arwi, representante autorizado Sandvik para a região, liderada por seu sócio diretor, Wilson D’Agostini, elaborou um plano de treinamento com cursos e palestras, muitas vezes realizados às sextas-feiras à noite ou em

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horários fora do expediente normal de trabalho.Todas essas iniciativas promoveram a somatória d e e x p e r i ê n c i a s e p o t e n c i alidades que, aliadas ao trabalho técnico cooperado entre as partes junto ao chão-de-fábrica, resultaram em um grande sucesso. Casos como os da Demore não são exceção na região, onde existem inúmeros exemplos de como esse tipo de cooperação levou à economia de milhares de dólares anuais nos

custos de usinagem. Devemos, contudo, ressaltar a paixão e a capacidade de empreendimento do Eng. Rudimar Demore que, ainda hoje, sente enorme prazer em, ele mesmo, saber e poder operar suas máquinas como fazia no começo de sua vida de empresário. A disposição de Demore para experiementar e implementar novas idéias, o levou a ser um dos pioneiros regionais na adoção de produtos como a família de fresas Coromill, e os sistemas Coroturn para torneamento e Corocut para sangrar e cortar. Para Demore, um dos pilares de seu sucesso é o foco na redução de custos e, por essa razão, não tem medido esforços para poder contar com máquinas, ferramentas, materiais e pessoal de qualidade acima da média Essa é mais uma prova de que o simples fornecimento de ferramentas não atende mais as necessidades atuais das empresas de usinagem: o trabalho de cooperação para otimizar os processos produtivos é o elemento fundamental do sucesso.

Engenheiro Demore e Wilson D´Agostini, Diretor da Arwi.


...................... Otimização

A introdução das pastilhas Wiper numa célula de produção da GKN de Charqueadas (RS) reduziu o tempo de produção em 40%, acabando com um gargalo na linha de eixos.

Sandvik Coromant sempre deu atenção especial à área de serviços. Atendimento ao cliente, assistência técnica, suporte técnico recebem da empresa o mesmo cuidado que o desenvolvimento das ferramentas. Isto por entender que produtos e serviços formam um conjunto: uma solução para o cliente. Líder mundial no segmento de ferramentas de corte, a Sandvik Coromant lança cerca de 1.500 produtos/ano. Se não tivesse técnicos bem treinados, preparados para levar as novidades aos clientes, dificilmente os usuários finais teriam condições de tirar o devido máxi-

mo proveito destas inovações. Este fato justifica os investimentos da empresa no treinamento de seus técnicos. Este treinamento,que logicamente se estende aos distribuidores Sandvik espalhados por todo o País, se reflete no trabalho realizado pela F.S. Representações, um dos distribuidores em Porto Alegre (RS), para acabar com um gargalo existente na produção de eixos na GKN do Brasil (antiga Albarus Transmissões Homocinéticas), em Charqueadas (RS). Um dos principais fabricantes mundiais de sistemas de transmissão homocinéticas - presentes em mais de 60% dos automóveis produzidos no Brasil - a GKN man-

tém duas plantas industriais no Brasil, no Rio Grande do Sul: uma em Porto Alegre e outra em Charqueadas. Inaugurada em 1995, a planta de Charqueadas fornece forjados de precisão e produz eixos interconectores que abastecem a produção de semi-eixos da fábrica de Porto Alegre. São quatro células para a produção de eixos, que vão abastecer todas as montadoras nacionais, uma delas recém-criada para atender ao novo Polo da Volkswagen. A planta conta com 150 máquinas, 17 delas para usinagem. Na célula A, específica para os eixos FIAT, a linha de tornos representava um gargalo.

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Andre Pinheiro, Analista de Processo de Manufatura, Gervazio Alexandre, Operador CNC; Leandro Müller, Supervisor de MTS - GKN e Luciano Matzembacher, Técnico da F.S. Representações .

Eficiência Global De acordo com um índice criado pela GKN para medir o grau de utilização das máquinas, o Índice de Eficiência Global, a linha de tornos estava em 53%. “Tínhamos aqui nesta célula um gargalo”, lembra Leandro Luiz Carret Müller, chefe do Departamento de Produção MTS, da GKN de Charqueadas. A introdução da Wiper elevou o índice para 71%. Além disso, em função do balanceamento com as demais máquinas da célula, foi possível a eliminação de um torno.

“Nós aprovamos os resultados dos testes com a Wiper, porque este inserto nos proporcionou ganhos de produtividade, mantendo a qualidade física do produto”, avalia Müller, acrescentando que a retirada de um torno da linha também atendeu as necessidades de expansão da empresa: novas máquinas podem ser introduzidas naquele espaço, gerando maior quantidade de peças. “Nossos desenvolvimentos, em geral, visam ampliar a qualidade e reduzir os custos de produção”, diz o chefe do Departamento de Produção. Sempre que vai intro-

Wiper Torneando.

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duzir um novo produto, iniciar um projeto ou otimizar algum processo, a GKN tem por norma convidar todos os fornecedores de ferramentas a participar de uma concorrência. “Notamos que a Sandvik está sempre presente nestes desenvolvimentos”, observa. Assim, não é por acaso que há vários anos a Sandvik é o principal fornecedor de ferramentas à GKN. Hoje, mais de 80% das ferramentas de corte lá utilizadas são da marca Sandvik. Müller considera o trabalho de assistência e suporte técnico de extrema importância para a GKN. “Muitos fornecedores simplesmente trazem a ferramenta e informam a velocidade e o avanço que devem ser empregados. Isto não basta. Aqueles dados podem até servir para um produto, mas temos aqui ‘n’ tipos de eixos, com perfis diferentes, materiais diferentes”, diz. “O suporte que a Sandvik nos oferece – por meio da F.S. – é, na verdade, uma divisão de esforços entre a nossa engenharia e a deles. Assim, realmente conseguimos tirar maior proveito das ferramentas”. De acordo com Müller, as novidades na área de ferramentas de corte são lançadas com grande velocidade, tornando quase impossível aos usuários finais acompanhá-las. “Sem este apoio do fornecedor, você acaba colocando o produto na máquina e se frustrando, porque não consegue obter o resultado previsto”. E continua: “Não basta dizer que tal produto vai dar determinado resultado. É preciso provar. E isto só se prova no chão-de-fábrica, passando o dia ao lado da máquina, acompanhando full-time os testes, analisando porque o inserto quebrou ou porque não atingiu a vida útil esperada. É preciso a constância do


técnico ao lado da máquina”, conclui Müller. Luciano Matzembacher, técnico da F.S. Representações, que acompanhou todo o processo de implantação da Wiper, sabe muito bem a que Müller se refere. Foram sete meses de desenvolvimento. “Recebemos a solicitação de reduzir o tempo de ciclo na célula A, onde havia um gargalo. Os refugos se constituíam em um outro problema, devido à trepidação da máquina e, ainda, constantes problemas de manutenção da esteira de transporte de cavaco”, detalha Matzembacher. Conforme o técnico, os próprios problemas apontados pareciam indicar, como solução, o emprego da Wiper, pastilha que se caracteriza empermitir o dobro do avanço mantendo o acabamento final, ou a manutenção do avanço para obter melhor acabamento do produto final. “Uma das formas de se eliminar a trepidação é o aumento do avanço. Além disso, o maior avanço também favorece uma melhor quebra do cavaco”, diz. “A Wiper se encaixou como uma luva”, frisa. A usinagem externa dos eixos

Evandro Saraiva, Analista de Processos da GKN e Walter Fontoura, Sócio Diretor da F.S. Representações.

é feita a partir de barras descascadas e polidas de vários materiais, desde aço 1050 a CrMo4. O longo período de testes foi necessário em função das características dos diferentes tipos de eixos. Para cada um deles era preciso alterar parâmetros, acompanhar a performance e a vida da ferramenta. “O objetivo não era apenas baixar o tempo, mas também alcançar a maior vida útil possível. Por isto ti-

vemos que fazer os testes em várias famílias de eixos, pois precisávamos encontrar a pastilha com a geometria mais adequada a todos os eixos”, conta Matzembacher. Os melhores resultados foram obtidos com a Wiper 4015 DNMX. O avanço, que era de 0,3 mm, passou para 0,7 mm (em alguns casos até 0,8 mm). Os cavacos passaram de helicoidal longo para helicoidal curto. Outro benefício foi a me-

DNMG WIPER e semi-eixos homocineticos.

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lhor rugosidade, de 3,2 ra, o que não se obtinha com regularidade no processo anterior. Os bons resultados levaram à adoção desta pastilha em todas as demais células. “Temos ainda melhorias a fazer em termos de processo de usinagem, mas, com referência ao tempo de

usinagem, estamos bastante satisfeitos”, diz Müller. O Chefe do Departamento de Produção destaca a importância do bom trabalho realizado pela engenharia da GKN, liderado pelo analista de processo Evandro Saraiva, em conjunto com a F.S. “Muitas vezes crucifi-

ca-se uma nova tecnologia em função de uma má avaliação. Colocamse custos em cima do produto e o rendimento final acaba não sendo o esperado. Por isso o tempo de sete meses, pois foi preciso adequar a nova tecnologia a toda nossa gama de eixos”, elucida Müller.

A meta é elevar as exportações Até recentemente a Albarus Transmissões Homocinéticas era uma parceria entre os grupos GKN Industries, da Inglaterra, e Dana Corp., dos EUA, esta última sendo majoritária. Nos últimos anos, devido a uma reorganização mundial dos dois grupos, a participação societária inverteu-se, até que em outubro de 2001 a GKN adquiriu 100% do controle acionário e a razão social passou-se a GKN do Brasil Ltda. Com duas plantas no país, em Porto Alegre e Charqueadas (RS), a GKN emprega mais de 1.300 funcionários e tem faturamento médio anual de R$ 195 milhões. Fornece semi-eixos homocinéticos e juntas deslizantes para todos as montadoras que atuam no Brasil,

detendo 70% do mercado de peças originais e 60% do mercado de reposição. É fornecedora exclusiva da Fiat, Ford, Honda e Audi, participa com 90% das juntas dos veículos Mercedes Benz, 74 % da Volkswagen e 22% da GM. A produção total é 900 mil car sets/ano. Segundo Wilson Gomes de Andrade, Presidente da GKN do Brasil, após a aquisição total do controle acionário pelo grupo inglês, a unidade brasileira foi integrada à rede global de negócios da GKN. Os reflexos deste fato foram o aporte de novas tecnologias e o aumento das exportações. “Esta aquisição abriu as portas de acesso a tecnologias de produto e processo, possibilitando-se trazer hoje, para o Brasil, o que há de

mais moderno em termos de desenvolvimento nos EUA, Europa e Japão”, ressalta Andrade. Em 2001, os negócios da GKN no Brasil registraram expansão de 15%. As vendas internas cresceram 10%; já as exportações aumentaram 38%. As vendas para os EUA foram 60% maiores; para a Austrália, 33% e para a Tailândia, 328%. Para este ano, o objetivo é aumentar ainda mais as exportações. “Somos de opinião que somente obteremos um crescimento contínuo, equilibrado e sustentado de nossas vendas se elas forem distribuídas de forma mais equilibradas entre os mercado doméstico e internacional”, informa Andrade. A curto prazo, a meta é elevar as exportações para 35% da produção.

é fabricado a partir de aço conformado para assumir o formato definitivo do eixo, sem passar por operações de solda e remoção de ma-

terial por meio de processos comuns de usinagem. Esta tecnologia permite chegar-se a um produto mais leve, ajudando a reduzir o peso das massas rotativas. “Este sistema permite diminuir o impacto direto no consumo do combustível dos veículos e no conforto para os passageiros, sem perda da capacidade de transmissão de torque”, explica o presidente da empresa, Wilson Gomes de Andrade

Unidade de Charqueadas.

Entre as novidades tecnológicas a GKN está produzindo uma linha completa de eixos tubulares do tipo “monobloco”. O equipamento

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Nova fresa toroidal CoroMill 300

A Sandvik Coromant introduziu a nova fresa CoroMill 790 Al, desenvolvida para atender às exigências extremas de manufatura de estruturas em alumínio para a indústria aeroespacial. Esta fresa também pode ser usada em muitas operações avançadas de usinagem com altas velocidades normalmente exigidas pelos fabricantes de moldes e matrizes. Por exemplo: usinagem de cavidades profundas, usinagem em

A nova fresa toroidal multifunção com pastilhas redondas, da Sandvik Coromant, a CoroMill 300, foi projetada para fresamento em multiei xos com a mais alta performance e segurança, sendo particularmente apropriada para usinagem de contornos e de cavidades estreitas e profundas. É ideal para HSM – usinagem com altos avanços – onde o avanço da mesa pode ser aumentado de 5-10 vezes, comparado às fresas convencionais. Isso se dá em virtu-

rampas acentuadas e interpolação circular em hélice. O desenho exclusivo das faces de apoio dos alojamentos de pastilhas asseguram uma fixação segura das mesmas, evitando possíveis danos causados por altas forças radiais geradas a altas velocidades. O corpo da fresa é endurecido, o que lhe garante uma precisão otimizada e segurança das pastilhas, inclusive no seu posicionamento.

de das baixas forças de corte e da baixa geração de calor. A fresa CoroMill 300 está disponível na faixa de diâmetro de 10-25 mm. E s t a fresa pode ser fornecida com uma chave torque de cabo ergonômico com função “clique” para segurança do valor do torque, função essa que evita apertos a mais ou a menos. As pastilhas para a CoroMill 300 estão disponíveis em quatro classes abrangendo a usinagem da maioria dos materiais.

A nova fresa CoroMill 790 da Sandvik Coromant

Junto com o acoplamernto Coromant Capto, essa nova fresa proporciona uma performance HSM altamente produtiva nas mais exigentes operações de usinagem com altas velocidades.

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Cerca de 400 pessoas, de 270 empresas diferentes, visitaram as instalações da Mazak Sulamericana, em Santa Bárbara d’Oeste (SP), durante a Open House realizada de 9 a 11 de abril para apresentar suas novidades tecnológicas em um showroom totalmente renovado. teúdo tecnológico, embora também tenhamos equipamentos mais simples”, completa.

Parceria

Centro de torneamento Mazak Integrex ll Sy300.

onforme Mike Tanaka, Presidente da Mazak Sulamericana, a empresa organizou o evento para mostrar a capacitação tecnológica aliada à estrutura que a empresa dispõe para promover o suporte total ao cliente. “Mais que máquinas, temos tecnologia de ponta, profissionais capacitados a dar todo o suporte técnico, além de estoque de peças de reposição”, afirma. Tanaka também acredita que o mercado brasileiro apresenta potencial elevado para soluções de alta tecnologia, que proporcionem ganhos de pro-

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dutividade e qualidade. “As empresas instaladas no Brasil devem tornar-se cada vez mais competitivas e aumentar as exportações”, analisa. Hiroshi Taniguchi, do departamento de Vendas da Yamazaki Mazak Trading Corporation, para a Europa e Américas do Norte e Sul, prevê que no mercado brasileiro o setor automotivo apresentará grande demanda em função dos investimentos das grandes montadoras americanas e européias aqui presentes. “Nossos objetivos estão focados, justamente, nas empresas que necessitam de máquinas de alto con-

Para ampliar a presença no mercado brasileiro, a Mazak investe cada vez mais nas parcerias estratégicas. Uma delas envolve a Sandvik Coromant e se espera que “com a união de forças das duas corporações, ampliaremos nossa participação no mercado”, afirma Tanaka. O dis curso estava ratificado no showroom: duas máquinas multitarefas, a Integrex-II SY 300 e a Variax 500, nas quais a Mazak deposita grandes expectativas, estavam totalmente ferramentadas pela Sandvik Coromant. De acordo com João Domingos Carboni, supervisor de Assistência Técnica da Mazak, processos de alta eficiência e eficácia são vistos em situações onde o cliente apresenta suas necessidades de produção, a Mazak define a máquina e a Sandvik as ferramentas para usinagem. Essa parceria, segundo Sandro Luiz Neves, engenheiro de aplicações da Mazak, permite oferecer soluções técnicas efetivas, “juntando o que temos de melhor em termos de máquinas e ferra-


e matrizes, utilizando o proces so high speed, o tempo de fabricação pode ser reduzido em mais de 50%. Sob o aspecto custo, sabe-se que se a vida útil da ferramenta for aumentada em 50%, o custo do processo de usinagem é reduzido em 1%. Por outro lado, com o aumento da velocidade de corte em 20%, observa-se a redução de 15% nos custos do processo. “O caminho é a produtividade”, enfatiza Gamarra.

Showroom

Luiz Antonio Pivetta, Engenheiro de Vendas da Mazak, palestrando durante o Seminário.

mentas”, em benefício do cliente. Seminário - Como parte da Open House foi realizado um seminário técnico, no qual se discutiram temas como: Máquinas Multitarefas, Máquinas HighSpeed, CPC-Cyber Production Center, Máquinas de Corte a Laser e Usinagem High Speed. O Engenheiro de Vendas da Mazak, Luiz Antonio Pivetta, proferiu palestra sobre máquinas multi-tarefas e HSM. Já José Roberto Gamarra, Gerente Regional do Departamento Técnico da Sandvik Coromant, falou sobre a usinagem high speed na fabricação de moldes e matrizes, tecnologia na qual a Sandvik (assim como a Mazak) aposta para responder às necessidades do mercado: agilidade, produtividade e qualidade a custos competitivos. Segundo Gamarra, o mercado exige lançamentos de novos produtos em prazos cada vez menores, nos mais diferentes segmentos, como a indústria automotiva, de eletrodomésticos e de brinquedos, entre ou-

tros. Outra exigência de mercado que leva à HSM é a de empresas do setor automotivo, que procuram reduzir ao máximo as operações de polimento manual em estampos. A resposta para este ambiente que exige agilidade e qualidade na produção, está na usinagem high speed, por seus ganhos de produtividade excepcionais. Na produção de moldes

No showroom da Mazak encontram-se atualmente as seguintes máquinas: centro de usinagem vertical VTC-200 B; centro de usinagem vertical FJV-200-2P/C, com trocador de pallets; torno horizontal multitarefas Integrex 300-II SY; centro usinagem horizontal FH 5800; centro de usinagem horizontal high speed FF660; centro de usinagem vertical multitarefa Variax 500; torno horizontal QT-200, com alimentador de barras; e a máquina de corte a laser NTX-48.

Ronaldo Ferreira, Vendedor Técnico da Sandvik Coromant, Mike Tanaka, Presidente da Mazak Sul Americana e José Roberto Gamarra, Gerente Técnico Regional da Sandvik Coromant.

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A caminho da redução do Ciclo de Desenvolvimento do Produto O evento deste ano, Inovações Tecnológicas no Desenvolvimento do Produto – 7° Seminário Internacional de Alta Tecnologia, estará trazendo renomados professores, pesquisadores e profissionais europeus e brasileiros especialmente convidados para abordarem os seguintes temas:

Aspectos inovadores no desenvolvimento do produto: Suporte para fases iniciais; Produtos de classe mundial; Aspectos ambientais; Gestão de informações e banco de da dos mundial; Conversão de dados geométricos ....normas STEP; Análise mecatrônica – fatores mecânicos,

....térmicos e eletrônicos; Digital mockup; advanced mockup; ...progress mockup; Integração e gestão da cadeia CAx; Gestão do ciclo de vida; Gestão do conhecimento; Sistemas de informação;

O leitor de O Mundo da Usinagem pode entrar em contato com a revista para apresentar sugestões e (ou) críticas, além de fazer consultas sobre eventuais problemas técnicos de usinagem que vem enfrentando em sua empresa para que eles sejam avaliados e, se for o caso, solucionados pelo Corpo Técnico da Sandvik Coromant. Para isso, basta recorrer a: omundo.dausinagem@sandvik.com Se preferir, o leitor também pode se comunicar com a Sandvik Coromant por telefone, entrando em contato com: Departamento Comercial (011)5696 5604 Atendimento ao Cliente (Ligação gratuita): 0800 55 9698

Os participantes receberão um Certificado de Participação expedido pela Universidade Metodista de Piracicaba – Faculdade de Engenharia Mecânica e de Produção.

Secretaria do Seminário UNIMEP – SCPM, Rod. Santa Bárbara-Iracemápolis, Km 113.450-000 Santa Bárbara d’Oeste, SP Tel. (0xx19) 3124-1792 – Fax (0xx19) 3124-1788 Email: labscpm@unimep.br

Taxa de participação A taxa do Seminário inclui os anais, pasta, coffee breaks, almoço e empréstimo de receptores para tradução simultânea. A inscrição será confirmada via fax ou email, quando enviaremos um mapa de acesso ao local do Seminário. As vagas são limitadas e só serão confirmadas mediante o pagamento da inscrição. Os valores das taxas para pagamento são: até 8 de Setembro de 2002 – R$ 200,00 a partir de 9 de Setembro de 2002 – R$ 250,00

AÇO PEÇAS DEMORE BR-116, nº. 20.446 - Km 151 97070-070, Caxias do Sul - RS Tel.:/Fax: (54) 225.5153 ESCOLA de ENGENHARIA MAUÁ IMT (Instituto Mauá de Tecnologia) Praça Mauá, 109580-900, São Caetano do Sul - SP Tel.: (11) 4239-3000 / 0800-193100 Fax: (11) 4239-3131 ESCOLA SENAI “MÁRIO AMATO” Av. José Odorizzi, 1555 09861-000, São Bernardo do Campo - SP Tel. : (11) 4109-9499 - Fax: (11) 4351-6985

Desconto de 5% para 5 ou mais inscrições de uma mesma empresa. Até 08.09.02. Desconto de 15% para professores e de 30% para estudantes de pós-graduação. A ficha de inscrição, informações sobre forma de pagamento, resumo das palestras e o programa estão disponíveis em: http://www.unimep.br/scpm/seminario

GKN DO BRASIL Avenida Albarus 11 96745-000, Charqueadas - RS Tel.: (51) 3349-9113 - Fax: (51) 3349-9120

10 de Outubro de 2002 Teatro Unimep Unimep Campus Taquaral Rod. do Açucar, Km 156, Piracicaba, SP

MAZAK SULAMERICANA Av. Juscelino Kubistchek de Oliveira, 1350 13456-401, Santa Bárbara d’Oeste - SP Tel.: (19) 3463 7614 - Fax: (19) 3455 3145

Realização

Patrocínio

Apoio

OKUMA LATINO AMERICANA COM ÉRCIO AV. Vicente Pinzon, 173 - cj. 101a 04547-130, São Paulo - SP Tel.: (11) 3846 6645 - Fax: (11) 3846 8303 SEACAM COMÉRCIO E SERVIÇOS R. Uruana, 154 04019-070, São Paulo - SP Tel.: (11) 5575-5737 - Fax: (11) 5574-6909 SENAI CIMATEC Av. Orlando Gomes, 1845 41650-010, Salvador - BA Tel.: (71) 462-9500 - Fax: (71) 462-9599

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Para mais informções entre em contato com nossos representantes ou acesse o site www.cimm.com.br

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