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À medida que esta revista cristaliza seus objetivos de trazer aos leitores um sistema estruturado de maté-

alternativas, enxugando custos, capacitando o pessoal, à revelia do que poderia se considerar adequado pelos mais cautelosos.

rias – Usinabilidade, Empreendedores, Artigos Cientí-

Essa tem sido a principal razão de encontrarmos organizações fa-

ficos, Fluidos de Corte, Suprimentos, Ponto de Vista –

zendo muito sucesso e elevando seus resultados operacionais, mesmo

os editores têm atestado a profunda influência do am-

quando o cenário econômico se apresenta pouco promissor. Isso ocorre

biente externo sobre os resultados das empresas.

porque tais organizações não confiam seu futuro a prognósticos que

As oscilações do mercado, da política financeira e a

outros forjaram mas, pelo contrário, constroem com o próprio suor re-

mobilidade social promovem percalços na macro-eco-

sultados que nem os mais otimistas dos prognósticos poderiam supor.

nomia que atingem toda a comunidade industrial. O

Ao apresentar, neste número, soluções dentro de tal perspecti-

que temos verificado, no entanto, é que existem em-

va, nos sentimos participantes efetivos do esforço de se propagar o

presas que, independentemente dos prognósticos ge-

sentimento de que tudo é possível desde que estejamos convictos de

rais e dos temores localizados, continuam seu cami-

que somos o resultado de nossas próprias crenças, sendo portanto

nho, investindo, pesquisando, apresentando soluções

oportuno pensarmos sempre positivamente.

Índice................................................................................................. Reportagem A BOSCH Freios do Brasil concretizou recentemente um grande fornecimento de discos de freios para a ..............................................................................4 Ford dos Estados Unidos.

Artigo Científico Apressar as etapas de desenvolvimento de produtos moldados por injeção, em particular as etapas de projeto e manufatura de moldes e matrizes. ........................................12

Suprimentos Desde julho de 2002, a Sandvik é responsável pelo gerenciamento de quase todas as ferramentas de corte Intercambiáveis (Coromant) e Rotativas (Hurth Infer Safety) utilizadas na unidade da DaimlerChrysler de São Bernardo do Campo. ..........................................................................18

SEÇÕES Usinabilidade .......................................................................................................08 Empreendedores ................................................................................................22 Página ABEPRO .....................................................................................................26 Artigo ABEPRO......................................................................................................27 Fluidos de Corte ..................................................................................................32 Artigo - Titex ........................................................................................................34 Ponto de Vista......................................................................................................37 Notas & Novas ......................................................................................................38 Movimento ............................................................................................................42 Distribuidores ......................................................................................................43

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O Mundo da Usinagem


O Mundo da Usinagem Publicação trimestral da Divisão Coromant da Sandvik do Brasil S.A. ISSN 1518-6091 RG.BN 217.147 e-mail: omundo.dausinagem@sandvik.com

SANDVIK DO BRASIL Presidente: José Viudes Parra

DIVISÃO COROMANT Diretor-Coromant: Cláudio José Camacho Gerente de Marketing e Treinamento: Francisco Carlos Marcondes Coordenadora de Marketing: Heloísa Helena Pais Giraldes Assistente de Marketing: Cibele Aparecida Rodrigues dos Santos Conselho Editorial: Nivaldo L. Coppini, Adriano Ventura, José Carlos Maciel, Roberto Saruls, Francisco C. Marcondes , Antonio Borges Netto, Marlene Suanno, Tadeu B. Lins, Heloisa H. P. Giraldes, Aryoldo Machado, José Edson Bernini e Fernando G. de Oliveira Coordenadora da publicação: Vera Lúcia Natale Editoria: Depto. de Marketing da Divisão Coromant Responsável: Francisco C. Marcondes Reportagem: De Fato Comunicações; Vera Lúcia Natale. Fotógrafos: Mike Amat; Sérgio Mekler, Marcos Magaldi; Izilda F.Moreira;Studio Malagrine. Criação, Editoração: Arte Gráfica Revisor: Fernando Sacco Fotolito: Digigraphic Gráfica: GraphBox-Caran Tiragem: 7.600 exemplares Jornalista responsável: Heloísa Helena Pais Giraldes MTB 33846

CORPO TÉCNICO (DIVISÃO COROMANT) Gerente do Departamento Técnico: José Roberto Gamarra Especialista em Fresamento: Marcos Antonio Oliveira Especialista em Capto & CoroCut: Francisco de Assis Cavichiolli Especialista em Torneamento: Domenico Carmino Landi Antonio José Giovanetti Especialista em Furação: Dorival Silveira Especialista em Die & Mould: Sílvio Antonio Bauco SAC (Departamento Comercial): (11) 5696-5604 Atendimento ao cliente: 0800 55 9698

Av. das Nações Unidas, 21.732 Santo Amaro - São Paulo - SP CEP 04795-914

Página do Diretor

Nas últimas semanas, realizamos vários encontros importantes com nossos clientes com o objetivo de transferir novas tecnologias de serviços e produtos para o aumento da produtividade e, conseqüentemente, da lucratividade de cada empresa. Um desses encontros foi o já tradicional CoroPak, onde nossos especialistas apresentaram os mais recentes lançamentos de produtos para um grupo de cerca de 600 clientes. Nessa ocasião também apresentamos os mais novos conceitos de gestão e administração, convidando especialistas externos, pois nosso objetivo é dar cada vez mais subsídios a nossos clientes, além de ferramentas, para a tão almejada redução de custos. Importante também a 1a. Jornada da Produtividade Industrial Sandvik-FEI, cujo propósito foi contribuir para maior aproximação entre universidades e empresas. Estiveram presentes coordenadores de cursos de graduação e pós-graduação em Engenharia de Produção de universidades e faculdades de inúmeros estados e representantes de importantes empresas de manufatura, que também acreditam que a iniciativa privada pode ajudar a construir um país melhor, pelo trabalho partilhado de gestão, voltado para o bem comum. Gostaria, no entanto, de enfatizar aquele que talvez venha a ser o evento mais importante na nossa área de atuação, que é a FEIMAFE. Entre 12 a 17 de maio, recebemos em nosso stand a visita de mais de 12 000 pessoas, entre clientes e novos contatos. Esta é uma oportunidade ímpar de reencontrarmos em um mesmo local tantos amigos, para falarmos de novos lançamentos de produtos e serviços, bem como de outros assuntos que não temos oportunidade de tratar no dia-a-dia. Ter recebido um número record de visitantes em nosso stand, nos enche de satisfação e orgulho, pois comprova nossa indiscutível liderança de mercado, além de atestar que estamos no caminho certo. Devo admitir, porém, que com tão grande numero de amigos no stand, eventualmente não conseguimos dar o mesmo padrão de atendimento já tradicional em nossa empresa e, por este fato, peço desculpas e a compreensão do todos, pois estamos buscando sempre aprimorar nossa atuação nesse evento. Quero ainda reafirmar que continuamos sempre disponíveis para recebê-los, com prazer e satisfação, em nossa unidade produtiva. Como já escrevi nos últimos editais, o Brasil é mesmo um país maravilhoso, pois apesar de todas as dificuldades pelas quais temos passado, continuamos nossa trajetória de crescimento e aprendizado, e a enorme quantidade de clientes que já passou pelos nossos cursos e palestras, durante este ano, é prova disto. Este fato em si mostra Cláudio José Camacho que além do crescimento atual, estamos nos preparando para o Diretor - Coromant crescimento futuro!

“...pois nosso objetivo é dar cada vez mais subsídios a nossos clientes, além de ferramentas, para a tão almejada redução de custos.”

Boa leitura. Sandvik Coromant do Brasil

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sto é um record na Ford. “Nunca um fornecedor havia conseguido uma marca como esta”, afirma Wagner dos Santos, gerente da WEP - Wheel End Products, Divisão da BOSCH Freios do Brasil, fabricante de tambores e discos de freios. De acordo com o gerente, este é apenas um dos excelentes resultados alcançados pela parceria entre BOSCH e Sandvik Coromant, iniciada há cerca de três anos. Neste período, o tempo de produção de um disco caiu de 0,83 segundos para 0,39 segundos. “É o menor tempo de produção de discos de freio do mercado mundial. Nosso custo de fabricação, hoje, também é o menor do mundo, o trabalho feito aqui é benchmark. Não há ninguém no mundo produzindo discos como a BOSCH Freios, a Sandvik e a Luk (fundição)”, frisa Wagner dos Santos. Instalada em Campinas, a cerca de 100 km de São Paulo, a WEP 4

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A BOSCH Freios do Brasil concretizou recentemente um grande fornecimento de discos de freios para a Ford dos Estados Unidos. De um lote de 4 milhões de unidades, nenhuma peça foi devolvida. Destes, 2,5 milhões eram de um mesmo modelo. iniciou suas operações em 1997. Os 12 tornos verticais já chegaram à fábrica ferramentados por um concorrente da Sandvik Coromant, que até o final de 1997 fornecia 100% das ferramentas consumidas na WEP. No início de 1998, porém, um problema de performance de insertos obrigou a WEP a realizar uma consulta aberta a todos os fornecedores de ferramentas que operam no mercado brasileiro. “Foi uma verdadeira corrida entre os fabricantes de ferramentas para ver quem conseguia solucionar o nosso problema”, lembra o engenheiro industrial da Bosch Stéfano Satin. Produzidos em ferro fundido cinzento GG25, com dureza entre 180 e 240 HB, os discos e tambores eram então usinados com pastilhas de cerâmica. O problema, segundo Satin, é que não se conseguia atingir o índice de rugosidade das pistas frenantes exigido pelo cliente. “Isto estava gerando um alto volume de re-

fugos, que impedia a manutenção de um estoque de peças acabadas na warehouse do cliente”. Foram vários meses de testes, com ferramentas de diversos fornecedores. O melhor acabamento foi oferecido pela pastilha de CBN (Nitreto Cúbico de Boro) da Sandvik Coromant.

P ARCERIA Teve início então o proveitoso relacionamento para ambas as partes. A Sandvik conquistou um novo cliente e a BOSCH viu seus custos de produção caírem continuamente. “Hoje, nosso custo por peça caiu 90%”, ressalta Wagner dos Santos. Na análise do gerente, esta redução de custos se deve em parte à atuação dos vendedores técnicos da Sandvik Coromant, Lúcio Barbieri e Donisete Alves Baptista, que diariamente prestam assistência à BOSCH Freios. “A Sandvik parece até mais interessada do que nós em reduzir os tempos de


ciclo e os custos com ferramentas. Foram eles que nos sugeriram substituir as pastilhas de CBN pelas Wiper de metal duro e, depois, pelas Wiper de cerâmica”, informa. De fato, cada uma destas substituições significou economia para a BOSCH. Lúcio Barbieri lembra que, embora a princípio o CBN tenha resolvido o problema de acabamento dos discos, o inserto apresentava baixa vida útil, provavelmente devido ao teor de ferrita presente no ferro fundido. “Quando foram lançadas as pastilhas alisadoras Wiper, vislumbramos uma solução para este problema”, lembra o vendedor técnico da Sandvik. Os testes com a Wiper mostraram um ganho de performance. “A velocidade de corte, em relação ao CBN, precisou ser reduzida, porém ganhamos no avanço e em termos de vida útil da pastilha”, explica Domenico Landi, especialista em Torneamento da Sandvik Coromant, que assessorou os técnicos nesta implantação. “Depois, com a Wiper de cerâmica, conseguimos manter o avanço e aumentamos a velocidade de corte, ganhando ainda mais produtividade”, conclui Landi Wagner dos Santos faz questão de ressaltar que pastilha alisadora não era novidade para a engenharia da BOSCH, que já havia, inclusive, testado algumas marcas, mas sem bons resultados. “O diferencial da Wiper da Sandvik está na geometria”, diz, e Landi aproveita para nos explicar: “Realmente, o perfil da Wiper é diferente. Trata-se de um perfil de concordância com

Da esquerda para a direita, Lúcio Barbieri, Domenico Landi, Ayrton C. de Jesus Jr., Donisete Baptista, Stéfano Satin e Wagner dos Santos.

três raios que, aliás, é patenteado pela Sandvik”. Ayrton Cardoso de Jesus Jr., engenheiro de Processos da BOSCH, enumera os pontos que considera como destaques da parceria com a Sandvik. “Em primeiro lugar, a transição de pastilhas de CBN para Wiper de metal duro proporcionou uma importante

Carrinho com ferramentas ajustadas aguardando inserção na máquina.

redução de custos, além de manter os níveis de produtividade, pois foi possível trabalhar com velocidades entre 350 e 400 metros por minuto e avanços entre 0,35 a 0,40 mm/rotação. O grande sucesso dessa implementação nos levou a experimentos com a Wiper cerâmica, que também deu ótimos resultados, pois pudemos elevar os avanços para 0,45mm/rotação”, precisa. “Dois outros fatores importantes são a qualidade e o prazo de entrega das ferramentas especiais. Em nossa produção utilizamos muito este tipo de ferramenta, que atualmente significa cerca de 99% do total de nosso ferramental e a Sandvik nos auxiliou, com o desenvolvimento de ferramentas conjugadas, que permitiram racionalizar os processos dentro do tempo que desejávamos”, elucida ele. “Na verdade, a Sandvik alterou totalmente a sua estrutura de projetos especiais para atender à urgência dos projetos da BOSCH”, acrescenta Wagner dos Santos. “Hoje, enquanto a média de mercado para desenvolver ferramentais completos é de cinquenta dias, nós conseguimos desenvolvê-los em quinze dias, e com uma margem de erro muito pequena”, completa. Unanimidade entre os engenheiros da BOSCH é a importância da qualidade do suporte técnico da Sandvik. Ayrton Cardoso de Jesus Jr. enfatiza que “ o pós-venda da Sandvik nos dá muita tranqüilidade e seus técnicos conhecem o processo tanto quanto nós. Com eles, podemos sentar e trocar idéias. Este é outro diferencial da Sandvik”. Sandvik Coromant do Brasil

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Tambores de freios preparados para exportação na planta de Campinas, SP.

A BAIXO BAIXO

DE UM MINUTO MINUTO

Tais laços da parceria foram estreitados quando a BOSCH apresentou metas aos fornecedores. “Convocamos todos os fabricantes e apresentamos nossa meta: queríamos, dentro de um determinado prazo, projetos para a produção dos discos abaixo de um minuto. Todos os processos foram testados, mas o único que realmente ficou abaixo de um minuto e sem problemas de qualidade foi o da Sandvik”, diz o gerente da WEP. Este momento marcou também a entrada do sistema de fixação Coromant Capto na BOSCH: “Quando colocamos o Capto, percebemos que a vida útil dos alojamentos era três vezes maior que a do antigo, de um concorrente. Fomos pesquisar os motivos e encontramos uma deficiência de tratamento térmico nos alojamentos. Desde então, passamos a substituir o sistema de fixação das máquinas e, hoje, quase 90% delas usam Capto”, informa o gerente. 6

O Mundo da Usinagem

Com uma ponta de orgulho, Wagner dos Santos diz que a unidade brasileira tem se caracterizado por um certo pioneirismo dentro da organização BOSCH. Foi, por exemplo, a primeira a utilizar a Wiper de cerâmica, sendo posteriormente seguida pelas demais unidades. Ele acredita que o mesmo deve ocorrer no caso do Capto. “Até mesmo a Emag, na Alemanha (fornecedor das máquinas que equipam o departamento WEP), passou a orçar suas máquinas também com o Capto”, informa o gerente, em cuja opinião os dois pontos de destaque do sistema de fixação são a rigidez e a alta repetibilidade de troca. Em agosto de 2001, nova concorrência e nova vitória da Sandvik, desta vez para o gerenciamento do consumo de ferramentas da planta. “A proposta apresentada pela Sandvik não era a mais barata, mas era a que mais se encaixava naquilo que queríamos”, frisa Santos. O contrato inclui o preset de ferramentas. Na

célula-piloto para este serviço foram apurados resultados muito positivos: 25% de redução de consumo e queda de 70% no índice de refugos decorrentes de troca de insertos. “O downtime da célula também caiu. Estendemos o serviço para as demais células e, no futuro, será estendido às demais unidades da BOSCH aqui em Campinas”, prevê. A parceria entre as empresas envolve metas anuais de ganhos de produtividade consideradas agressivas. Em 2001, o índice foi fixado em 12%, mas chegou-se a uma economia de 27%. Em 2002, o objetivo era reduzir os custos de produção em 15%, o que foi atingido com folga. Para 2003, o objetivo de redução dos custos é de 8% e aumento de produtividade de 5%.

L ABORATÓRIO ABORATÓRIO Wagner dos Santos tem uma teoria sobre o sucesso alcançado pela parceria BOSCH e Sandvik: as duas empresas ofereceram todas as condições para transformar a unidade de Campinas em um laboratório. “E esta fábrica estava preparada para isto: tínhamos as melhores máquinas do mercado, os melhores conceitos de fixação, realizamos um intenso trabalho de pesquisa, daí estes resultados. Chegamos até a calcular o gradiente de transferência de calor numa pastilha da Sandvik e comparar com a do concorrente”, revela. Em sua opinião, estes resultados só foram possíveis porque as duas empresas têm o perfil de líder. “Damos muito valor à pesquisa e desenvolvimento. Os


dois lados estão amplamente abertos para novas tecnologias, inclusive mobilizando seu corpo técnico para buscar onde for preciso as soluções para mantermos uma condição de custo competitivo”. E acrescenta: “Afinal, o negócio de produção de freios não é só nosso. É também dos nossos fornecedores, como a Sandvik e a Luk”. Conforme o gerente, estas afirmações estão sendo comprovadas neste momento, quando a WEP se prepara para iniciar nova linha de tambores e discos em liga de alto carbono. A adoção desta liga, reconhecida no mercado mundial como de difícil usinagem, é uma exigência do cliente norte-americano. Nos primeiros protótipos, o processo testado ainda não é o ideal. “Mas a Sandvik já se posicionou e técnicos seus e da BOSCH vão viajar à Europa e EUA em busca de uma solução de corte ideal para esta liga”, diz Wagner dos Santos, seguro de que os bons resultados da parceria tendem a se

manter. “Existe um compromisso da Sandvik com os objetivos da BOSCH, mais um diferencial desta parceria”, completa. Finalizando, o gerente lembra um fator de grande tranqüilidade nesta parceria: o extremo sigilo com que os técnicos da Sandvik, acompanham os processos da BOSCH, servindo apenas a ela. De fato, desta maneira, o stress de

se eqüilibrar entre concorrentes, respeitando a ambos, é anulado inteiramente e a Sandvik pode, efetivamente, se aplicar individualmente a cada cliente. Parceria com respeito e confiança mútuas não são o “segredo” do trabalho que tem unido BOSCH e Sandvik: trata-se, simplesmente, da verdadeira ética da produtividade.

Ajuste de ferramentas na sala de preset na planta da Bosh, Campinas,SP.

BOSCH dobrará a produção até 2005 A Robert BOSCH produz tambores e discos de freios em cinco plantas: no México, na Turquia, no Brasil e em duas nos EUA. A unidade brasileira é uma das mais recentes, tendo sido criada em 1997, a princípio para atender ao mercado de reposição. No ano seguinte, começou a produção para o mercado externo e o objetivo era o de produzir 1 milhão de peças/ano. Hoje, a produção já está em 2,5 milhões/ano e deve dobrar até o final de 2005, com um plano de investimento de US$ 8 milhões para ampliar a capacidade produtiva. Atualmente, 90% da produção é destinada à exportação e apenas 10% fica no mer-

cado interno, onde fornece para plantas da GM e Ford. Nos EUA, atende Chrysler e Ford e, a médio prazo, deve passar a fornecer também para clientes na Europa. Com cerca de 80 funcionários, a WEP adota o sistema de manufatura Lean Production e conta com 12 tornos verticais. São seis Emag, de dois fusos suspensos, e seis Hessap (empresa que pertence ao grupo ThyssenKrupp) de um fuso suspenso e um fixo. Para atingir os objetivos de crescimento, a BOSCH pretende ampliar seu parque industrial, conservando o conceito instituído até o momento, que foi o que a levou à liderança em seu segmento.

Sandvik Coromant do Brasil

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o mesmo modo que nos aços para construção mecânica, existem inúmeros métodos para a melhoria da usinabilidade de aços inoxidáveis. O método mais conhecido e utilizado é a adição de enxofre ao aço, que conduz à formação de sulfetos de manganês na matriz. Essas inclusões possuem baixo ponto de fusão e alta deformabilidade, tendo um efeito positivo na usinabilidade, pois causam um efeito lubrificante na aresta de corte e facilitam a quebra do cavaco na zona de cisalhamento. Outros métodos utilizam a adição de elementos como selênio, chumbo, telúrio e bismuto. Entretanto, na maioria das vezes, a melhoria da usinabilidade é acompanhada da queda de outras propriedades. Em particular, podem ser prejudicadas as propriedades de resistência à corrosão, ductilidade e tenacidade na direção transver-

Alexandre Sokolowski, Eng.Químico, Mestre em Engenharia Metalúrgica e Materiais, Pesquisador da Villares Metals S. A., Sumaré, SP, Brasil. Celso A. Barbosa, Eng. Metalurgista, Gerente de Tecnologia da Villares Metals S. A., Sumaré - SP, Brasil.

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O Mundo da Usinagem


Os aços inoxidáveis austeníticos são tradicionalmente conhecidos como de baixa usinabilidade e, nesta linha, foram desenvolvidos os aços de qualidade USIFAC ® (USInagem FACilitada). As técnicas utilizadas para a produção desses aços, envolvendo cuidados especiais na elaboração do metal líquido, como a modificação das inclusões, permitem expressiva melhoria na usinabilidade, diminuindo sensivelmente o desgaste das ferramentas.

sal, plasticidade a quente e a frio, e soldabilidade. Nos últimos anos, tem-se utilizado a técnica de controle das inclusões óxidas para melhorar a usinabilidade, sem deterioração de outras propriedades. Isto é alcançado por meio de tratamento especial durante a fabricação do aço liquido.

A LINHA USIFAC ® O uso do aço ressulfurado como solução para a melhoria da usinabilidade nos aços inoxidáveis tem o inconveniente de comprometer as outras propriedades, como a resistência à corrosão. Por exemplo, muitas vezes é desejada maior usinabilidade dos aços AISI 304 e AISI 316. Mas, não se pode usar o AISI 303 devido à sua baixa resistência à corrosão ou quando as especificações não permitem o seu uso, como nos equipamentos para as indústria de bebidas ou alimentos. Neste contexto, em 1992, a Villares desenvolveu aços inoxidáveis com usinabilidade melhorada sem comprometimento das

outras propriedades e designou a linha de USIFAC®(USInagem FACilitada). A usinabilidade melhorada é conseguida por meio do controle da composição química e da técnica de desoxidação na fabricação do aço. A linha USIFAC ® é resultado de desenvolvimento do processo de fabricação do aço que possibilita a obtenção de inclusões com características específicas: redução da quantidade de inclusões duras e abrasivas, o controle de distribuição e morfologia das inclusões do sulfeto de manganês e formação de oxissulfetos mistos com baixo ponto de fusão. Com isto obtém-se um efeito lubrificante na ferramenta e uma quebra de cavacos favorecida, que ocorre durante o processo de usinagem, devido às elevadas temperaturas desenvolvidas nas pontas das ferramentas, especialmente quando se empregam pastilhas de metal duro em altas velocidades de corte. A partir das determinações das melhores técnicas de elaboração e conformação a quente, foram produzidas corridas industriais,

na linha de produtos USIFAC, cujos resultados apresentamos a seguir aplicados aos aços V304 e V316, AISI 304 e 316 respectivamente. É também apresentada a me-lhoria da usinabilidade no aço inoxidável endurecível por precipitação, V630, AISI 630. Os materiais produzidos foram submetidos a ensaios mecânicos e de usinabilidade por torneamento. Para o V304 , foram realizados testes de furação e de resistência à corrosão. O ensaio de usinabilidade em torneamento consiste em acompanhar a evolução do desgaste do flanco da ferramenta de corte, durante uma operação de torneamento em condição padronizada. O ensaio de usinabilidade em furação foi realizado na seção transversal de barras laminadas. Foram feitos furos em pedaços de espessura igual a 15 mm e o critério utilizado foi o comprimento furado até a falha da ferramenta. O ensaio de corrosão foi conduzido no aço V304, segundo a norma ASTM G48, que avalia a reSandvik Coromant do Brasil

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sistência à corrosão por pite. No ensaio mede-se a perda de massa das amostras após imersão, por 72h, numa solução de cloreto férrico. A Figura 1 mostra as curvas de desgaste da ferramenta no torneamento dos aços V304 UF e 304 convencional. O desgaste no aço 304 UF é sempre inferior. Além disto, observou-se que no torneamento do V304 UF ocorre menos vibração, menor aquecimento e o acabamento superficial da peça usinada é melhor. Obteve-se o mesmo resultado para o aço V316 UF, Figura 2, e para o V630 UF, Figura 3. Os cavacos dos aços 304 convencional e V304UF, após o torneamento, são mostrados na Figura 4. No caso do V304 UF, os cavacos são menores e menos oxidados. Na usinagem do aço V304 UF, o atrito com a ferramenta é minimizado e, assim, ocorre diminuição da temperatura na ponta da ferramenta com conseqüente redução do desgaste. A Figura 5 compara o comprimento furado no aço V304 UF e no aço 304 convencional. O comprimento furado no caso USIFAC é mais de três vezes superior. Estes resultados de usinabilidade ocorrem tanto na usinagem com metal duro como nas operações com aço rápido. Os resultados do ensaio de corrosão por pite são mostrados na Figura 6. O aço V304 UF tem comportamento idêntico ao do aço 304 convencional. O aço 303, por sua vez, tem baixa resistência à corrosão por pite. A grande quantidade de sulfetos no aço 303 ga-

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Figura 1 – Curva de desgaste da ferramenta no torneamento de barras V304 UF e 304 convencional. Pastilha de metal duro P30, velocidade igual a 150 m/ min., avanço igual a 0,25 mm/rev. e profundidade de corte igual a 1 mm (1) .

Figura 2 – Curvas de desgaste da ferramenta no torneamento de barras V316 UF e 316 convencional. Pastilhas de metal duro P30, velocidade igual a 150 m/ min., avanço igual a 0,25 mm/rev. e profundidade de corte igual a 1 mm (1) .

Figura 3 – Curvas de desgaste da ferramenta no torneamento de barras V630 UF e 630 convencional. Pastilhas de metal duro P30, velocidade igual a 120 m/ min., avanço igual a 0,25 mm/rev. e profundidade de corte igual a 1mm.


rante uma boa usinabilidade mas, CONCLUSÕES por outro lado, reduz sensivelmente a resistência à corrosão. Isto ocorre porque, dentre as inclusões, os sulfetos são os que mais comprometem a resistência à corrosão, funcionando inclusive como sítio de nucleação de pites.

Figura 4 – Cavacos após o ensaio de torneamento (a) 304 convencional e (b) V304 UF.

Figura 5 – Resultados do ensaio de usinabilidade em furação dos aços V304 UF e 304 convencional. Broca de aço DIN 1.3343, velocidade de 18 m/ min., avanço de 0,15 mm/rev. Figura 6 – Resultados do ensaio de corrosão por pite nos aços 303, 304 e V304 UF.

CONCLUSÕES Os aços inoxidáveis austeníticos são inerentemente mais difíceis de usinar do que os aços comuns. As diversas técnicas utilizadas para melhorar a usinabilidade desses aços trazem, em geral, queda das outras propriedades, em particular a resistência à corrosão. O aço AISI 303 é um exemplo típico. O controle de inclusões apresenta-se, assim, como uma alternativa viável para o aumento da usinabilidade desses aços sem diminuição da resistência à corrosão.

Respondendo à necessidade do mercado, a Villares desenvolveu a linha USIFAC de aços inoxidáveis com usinabilidade melhorada. Os aços desenvolvidos, V304 UF e V316 UF, diferem do aço ressulfurado tradicional pelo fato de que o aumento da usinabilidade não é acompanhado de perda na resistência à corrosão e alteração na resistência mecânica. Para o V630 UF, a usinabilidade é sensivelmente superior ao aço 630 convencional. A utilização da tecnologia de desoxidação com cálcio, para melhoria da usinabilidade, cujo principal mecanismo atuante é a

modificação das inclusões duras e abrasivas para inclusões complexas, permite a formação de uma camada protetora na superfície da ferramenta de corte. Os resultados apresentados para a linha USIFAC mostram que esses aços possuem usinabilidade muito superior aos aços convencionais. Tais materiais apresentamse assim como importantes alternativas para a indústria de manufatura de produtos de aços inoxidáveis, promovendo ganhos de tempo e redução do desgaste de ferramentas e, por fim, reduzindo os custos de manufatura. Sandvik Coromant do Brasil

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A redução do ciclo de vida dos produtos, o aumento da variedade e complexidade geométrica de seus componentes e o crescimento da pressão competitiva internacional são os principais motivos para apressar as etapas de desenvolvimento de produtos moldados por injeção, em particular as etapas de projeto e manufatura de moldes e matrizes

USINAGEM A ALTAS VELOCIDADES (HSM) Neste cenário, o fresamento a altas velocidades (HSM) oferece uma oportunidade das mais apropriadas para redução dos tempos de operação, pois as altas velocidades de corte e de avanço envolvidas permitem reduzir os tempos de produção e minimizar o retrabalho, em virtude da obtenção de menor espaçamento entre trajetórias (Oliveira, 2002). De acordo com Schulz (1996), com o aumento da velocidade de corte ocorre uma redução nas forças de usinagem, maior taxa de remoção de cavacos, melhoria na qualidade superficial das superfícies usinadas e redução da vida das

ferramentas de corte (figura1). A utilização de altíssimas velocidades de corte oferece um conjunto de vantagens técnicas e econômicas em vários campos de aplicação. A faixa de utilização considerada para HSM depende sobretudo do material da peça, tipo de operação de corte e da ferramenta de usinagem, sendo geralmente de 5 a 10 vezes mais

elevada que na usinagem convencional (Oliveira, 2002, Schulz, 1996, Schulz 1997). Atualmente, a tecnologia HSM vem sendo desenvolvida principalmente para as operações de fresamento, atendendo a duas áreas da manufatura: operações de desbaste e acabamento de materiais não-ferrosos e o pré-acabamento e acabamento final para

Alan Costa de Oliveira Mestre em Engenheria do Núcleo de Plásticos do Senai Cimatec. Dr.Carlos Henrique Ahrens Dr.Rolf Bertrand Schroeter CIMJECT – Lab. de Projeto e Fabricação de Componentes de Plástico Injetados.LMP – Laboratório de Mecânica de Precisão, Depto.Eng. Mecânica,U.F.S.Catarina, Florianópolis,SC. Os autores agradecem aos órgãos de fomento à pesquisa, Capes, CNPq e Finep pelo financiamento das pesquisas realizadas e pelo apoio recebidoi do curso de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica.

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O Mundo da Usinagem

Figura 1: Características ocorridas com o aumento da velocidade de corte (Schulz, 1996).


os materiais ferrosos e ligas de difícil usinabilidade. Assim, as principais áreas de aplicação para HSM são: cavidades e insertos em geral (moldes de injeção, moldes para fundição e matrizes para forjamento), eletrodos de grafite e cobre, componentes de paredes finas, indústria óptica e usinagem de alta precisão, modelagem e fabricação de protótipos, peças automotivas, etc., sendo que as cinco últimas são áreas específicas para a HSM.

Figura 2: Eletrodo de grafite em forma de colméia obtido por HSM (Lima e Camargo, 2001).

De acordo com Choi et al. (1997), os principais problemas que ainda dificultam o uso da usinagem HSM na indústria de moldes e matrizes estão relacionados com o material para as ferramentas de corte e a geração de trajetórias por CAD/CAM para superfícies complexas. Os métodos convencionais para geração de trajetórias possuem limitações frente às exigências impostas pelo ambiente HSM, que são: Usinagem livre de interferência e colisão; Carga sobre a ferramenta de corte constante (pelo ajuste da velocidade de avanço); Geração de trajetórias de corte suaves (raios na mudança de direção);

Mecanismos de verificação; Planejamento das trajetórias baseado em características da usinagem. É importante enfatizar que estas exigências também são importantes na usinagem convencional, porém assumem maior importância nas aplicações a altas velocidades pelo fato de haver pouco tempo para uma possível intervenção humana sobre o processo de usinagem (devido à velocidade e complexidade das trajetórias envolvidas). Adicionalmente, tem-se verificado grandes desenvolvimentos em ferramentas de corte pela utilização de diferentes materiais, revestimentos, etc. Na usinagem de moldes e matrizes, uma das principais metas da utilização de HSM é reduzir os custos de produção por meio de uma produtividade mais alta, principalmente em operações de acabamento e freqüentemente em aços-ferramenta endurecidos/ temperados. Outra meta é aumentar a competitividade geral por meio de prazos de execução e entrega mais curtos, onde os principais fatores que possibilitam isto são (Sandvik, 2000): Produção de moldes ou matrizes em poucos, ou em um único set up; Melhoria da precisão geométrica do molde ou matriz por meio da usinagem, o que, por sua vez, reduz o trabalho manual; Aumento da eficácia de utilização das máquinas-ferramentas e da fábrica, por meio do planejamento de processos, com o auxílio de sistemas CAM e uma programação orientada para a fábrica. Adicionalmente, por meio da

usinagem a altas velocidades na produção de moldes e matrizes, processos intermediários como tratamento térmico, fresamento de eletrodos e EDM (eletroerosão) podem ser minimizados, o que resulta em custos de investimento mais baixos, além de simplificar a logística do processo.

SISTEMAS CAM A partir do advento dos sistemas CAD/CAM, aliado a máquinas-ferramentas de três eixos, com movimentos simultâneos e controladas numericamente por computador (CNC), verificaram-se grandes evoluções na área de moldes e matrizes. Não se precisava mais dispor do modelo do produto para fabricar a cavidade; podia-se, então, fabricar moldes com as mais variadas geometrias. Os limites para criatividade passaram a ser mais amplos e como conseqüência verificou-se um aumento do número de variáveis envolvidas no processo. Neste instante, começaram as pesquisas para aperfeiçoar o processo e os sistemas (Oliveira, 2002). Com o auxílio de sistemas CAD/ CAM, as informações geométricas desejadas da peça são calculadas em forma de descrições matemáticas de área ou de volume. Essas informações matemáticas são convertidas em linguagem de máquina e são geradas as trajetórias da ferramenta de corte com velocidades de avanço adequadas aos contornos, o que aumenta a precisão e reprodutibilidade. O programador ainda tem liberdade para a geração das estratégias de usinagem e flexibilidade para eventuais modificações (Gomes, 2001, Ahrens, 1994). Sandvik Coromant do Brasil

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Informações detalhadas sobre a classificação dos softwares de CAM estão disponíveis em Oliveira(2002) e Cavalheiro ( 2000).

CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS NO CAM PARA APLICAÇÕES HSM Em se tratando de aplicações de HSM, é necessário que as indústrias de moldes e matrizes façam uso de tecnologias CAD/CAM para atuarem de maneira competitiva neste setor. Neste contexto, é de grande importância usar os softwares de CAM de forma eficaz, fazendo com que se evidencie a necessidade do conhecimento dos requisitos e características importantes por parte do sistema CAM para atender às exigências impostas por um processo de usinagem efetivo [Sandvik, 2000]. Para gerar estratégias de corte eficientes e alcançar os melhores resultados possíveis numa usinagem HSM, algumas funções ou características devem ser procuradas pelos fabricantes de moldes no momento da escolha por um sistema CAD/CAM mais adequado a suas necessidades. Oliveira (2002) selecionou alguns recursos ou facilidades desejáveis em um software CAD/CAM voltados à área de HSM que dizem respeito à: Obtenção de dados precisos da superfície modelada: o software deve ser capaz de detectar e reparar alguns erros ou defeitos superficiais tais como folgas (gaps), sobreposições (overlaps) e superfícies não-tangenciais no modelo geométrico a ser usinado, pois isto afetará a qualidade superficial final aumentando, por exemplo, a etapa de polimento manual. 14

O Mundo da Usinagem

Precisão do corte (accurate cutting): o software de CAM deve ser capaz de calcular as trajetórias da ferramenta diretamente dos dados da superfície. Alguns CAM utilizam uma aproximação ou triangularização/STL para gerar as trajetórias. Apesar de melhorar a velocidade de processamento do software, entre outros benefícios, o formato STL tem suas limitações, como a dificuldade de manipulação e edição da geometria e a necessidade de um maior espaço para armazenamento do arquivo (Silva, 2000, Cavalheiro, 1998). Atualmente, devido ao grande desenvolvimento dos modeladores CAD para sólidos e do CAM, pode-se usinar diretamente a partir de um modelo sólido, sendo esta tarefa mais simples do que os outros métodos (superfícies, STL e wireframe), além de oferecer a oportunidade para geração automatizada de trajetórias e usinagem baseada no Knowledge Based Machining, onde o sistema permite aos usuários definirem seus métodos de usinagem preferidos e o software aplicará para um modelo sólido determinando um processo de usinagem específico e gerando o programa NC final (Oliveira, 2002). Análise da superfície: o CAM deve possuir recursos que analisem a curvatura de arredondamentos para determinar o diâmetro de corte requerido, além de determinar os requisitos necessários do comprimento de corte para ter certeza que não ocorrerão interferências entre o suporte da ferramenta e a peça a ser usinada. Interferências de usinagem: (avoidance gouge): o sistema CAM

não deve apresentar limitação em usar os tipos de geometria de ferramenta de corte disponíveis e deve evitar qualquer tipo de interferência de usinagem ao usar algum tipo. Cada ferramenta possui vantagens na usinagem de diversas formas geométricas e um software de CAM adequado não deve limitar o usuário na escolha de algum tipo que seja mais apropriado para o desenvolvimento de um trabalho.

Figura 3: Interferência local numa região(Oliveira, 2002).

Limite de trajetória: (toolpath bounding): o CAM deve possuir recursos que permitam ao usuário limitar uma certa extenção da trajetória arbitrariamente para que só uma parte ou região do modelo seja usinada. Associatividade entre trajetória e geometria: é desejável que o software apresente trajetórias da ferramenta que sejam fáceis de editar para atender a possíveis mudanças na fabricação. Deve existir, também, uma associatividade entre as trajetórias e a geometria para permitir que mudanças no modelo ou estratégia de usinagem sejam imediatamente atualizadas


na trajetória da ferramenta (updated toolpath) sem a necessidade de reentrar com os dados. Corte concordante: o CAM deve ser capaz de fresar no sentido concordande, sempre que o usuário necessitar, para alcançar um melhor acabamento superficial. Muitos softwares permitem fresamento concordante somente quando cortando uma cavidade macho (core) ou uma cavidade fêmea (cavity). Pode-se realizar um teste dispondo-se de uma cavidade com uma protuberância em seu interior e verificar se o software cortará sempre a superfície final no sentido concordante durante a usinagem. Usinagem em 4 e 5 eixos e diferentes tipos de estratégias: o software de CAM deve permitir a usinagem em 4 e 5 eixos além de possuir um número considerável de estratégias de desbaste e acabamento. Adicionalmente, o software deve apresentar as funções mais relevantes, desenvolvidas ou em desenvolvimento, em termos de estratégias de usinagem. Por exemplo, dispor da estratégia que possibilite o desbaste em mergulho ou plunge roughing (figura 4), já que, segundo Oliveira (2002), este novo estilo de desbaste proporciona uma maior taxa de remoção de material para uma mesma taxa de avanço quando comparada a estratégias de desbaste convencionais (com movimento de corte nas direções X e/ou Y), minimiza a deflexão e forças radiais sobre a ferramenta (a principal carga ocorre na direção do eixo Z, que é a direção mais rígida para a maioria dos centros de usinagem), minimiza vibrações e

Figura 4: Vista do processo de desbaste em mergulho (Oliveira, 2002).

Figura 5: Ajuste das taxas de avanço (Oliveira, 2002).

permite maior vida à ferramenta. Por outro lado, as condições de corte neste processo despertam demanda por ferramentas de corte especiais, aptas a lidar com as altas velocidades com cortes interrompidos e uma distribuição de material não-simétrica. Banco de dados para usinagem: o software de CAM deve possuir um banco de dados para ferramentas e materiais (conhecido como biblioteca de usinagem), disponível no sistema, que automaticamente calcule as velocidades de avanço e rotação. Alguns softwares permitem ao usuário customizar os dados de corte em arquivo Access, criando seu próprio arquivo de dados com posterior inserção no software. O software selecionará automaticamente as velocidades de rotação da árvore, avanço e penetração passiva, com base no tipo de

ferramenta e material da peça definidos pelo usuário. Atualmente, existem softwares de CAM com banco de usinagem que permitem 1,7 milhões de combinações de avanço/rotação associadas a mais de 1100 tipos de materiais; Otimização das taxas de avanço: é desejável que o software de CAM seja capaz de monitorar o volume de material sendo removido pela ferramenta de corte durante o processo de usinagem HSM para se ter uma taxa de remoção constante (figura 5). Alguns podem reduzir as velocidades de avanço usando um processo de otimização depois que a trajetória é gerada. A otimização das taxas de avanço, além de permitir uma redução de até 50% do tempo de usinagem, resultando numa maior produtividade e menor praSandvik Coromant do Brasil

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zo de entrega do produto, leva a outros benefícios, como a redução do desgaste da ferramenta de corte (a ferramenta é protegida pela redução automática da taxa de avanço na entrada e saída da área de trabalho) e máquina-ferramenta (reduzem-se as forças variáveis sobre o eixo árvore, o que conduz a uma menor manutenção da máquina), melhoria da qualidade superficial (uma pressão de corte constante causa pequena ou nenhuma variação de deflexão na ferramenta) e menor necessidade do operador no processo, liberando-o para outras atividades (Oliveira, 2002). Re-usinagem: o software de CAM deve possuir a habilidade para realizar uma segunda operação de desbaste conhecida como de re-usinagem ou desbaste residual, executando-a de maneira precisa com uma ferramenta de menor diâmetro de corte. O sistema CAM deve possuir o conhecimento do volume residual para assim eliminar os movimentos em vazio da ferramenta e manter a taxa de remoção de material tão constante quanto possível. Entradas e saídas da ferramenta (lead-in and lead-out moves): o software de CAM deve dispor de uma variedade de recursos para movimentação de entrada e saída da ferramenta de corte na área de usinagem, principalmente para ferramentas com balanço para evitar sua quebra. Adicionalmente, é necessário que o sistema CAM gere estas trajetórias de movimentação, assegurando que nenhuma interferência venha a ocorrer. A figura 6 ilustra no CAM um movimento de aproximação em arcos verticais da 16

O Mundo da Usinagem

ferramenta na área de trabalho, sendo esta uma condição adequada para HSM. Controle do incremento lateral e altura de crista (stepover and scallop height): o software de CAM deve permitir que o usuário especifique uma distância fixada entre cada passe ou ainda a máxima altura de crista e a máxima tolerância superficial. Deste modo o CAM gera o incremento lateral apropriado para desenvolver um programa NC menor e um ciclo de usinagem tão rápido quanto possível. Interpolação por NURBS: é desejável que o software de CAM apresente suporte para NURBS, método eficiente para representar matematicamente curvas ou superfícies e que está rapidamente tornando-se um padrão na indústria. Os controladores NURBS podem processar informações de maneira mais rápida, o que é mais adequado para aplicação à alta velocidade. Portanto, os sistemas CAM que sustentam NURBS na

geração de programas NC fornecem ao usuário trajetórias de ferramenta mais precisas. Interface amigável: o CAM deve possuir uma interface de fácil comunicação com o usuário e esta ainda é uma das características de maior influência no momento da escolha por um software de CAM. Além disso, o software deve possuir uma curva de aprendizado que facilite a evolução de conhecimento por parte do usuário. Suporte técnico: os fornecedores do software devem estar facilmente disponíveis para prestar quaisquer tipos de serviços técnicos aos seus usuários e aptos a solucionar imediatamente os possíveis problemas que venham a ocorrer. Outros aspectos importantes no momento de selecionar um software de CAM, diz respeito a questões como local e freqüência de treinamento adequados do fornecedor, versão educacional do software em uso em universidades, tempo significativo de teste no

Figura 6: Movimentos em arcos verticais na aproximação da área de trabalho (Oliveira, 2002).


mercado e possibilidade do usuário modificar seu pós-processador sem pagar pela mudança.

CONCLUSÕES Percebemos, assim, que a tecnologia CAM está se desenvolvendo atualmente para ir de encontro às exigências impostas pelo processo de fresamento a altas velocidades com recursos mais adequados a este processo que, se conhecidos e aplicados de maneira eficiente, possibilitarão uma usinagem HSM efetiva. Assim, é importante buscar um método de

programação avançado por meio do conhecimento e uso dos recursos importantes desenvolvidos e disponibilizados pelos fabricantes de CAM para aplicações a altas velocidades. O programador não deve ficar ligado a antigas técnicas de programação tradicionais, devido ao fato que o processo HSM possui uma faixa de atuação econômica restrita, quando comparada ao processo convencional CNC, devendo-se racionalizar todos os recursos tecnológicos envolvidos neste processo.

Pela análise geral do conteúdo de algumas características necessárias aos softwares de CAM para HSM descritos neste artigo, nota-se a presença de grande variedade de funções e recursos oferecidos pelos fabricantes desta área que merecem atenção delicada durante a análise, sendo que o envolvido no processo de decisão/escolha deve possuir um bom grau de conhecimento das funções mais relevantes, adequando os recursos que sejam mais eficazes à área de atuação em questão.

R EFERÊNCIAS B IBLIOGRÁFICAS OLIVEIRA, A. C., 2002, “Programação de Estratégias de Fresamento a Altas Velocidades (HSM) na Manufatura de Moldes e Matrizes através de Sistemas CAM”, Dissertação de Mestrado em Engenharia Mecânica – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil. SCHULZ, H., 1996, High Speed Machining, Seminário de Usinagem com Altíssima Velocidade de Corte: Fresamento, Torneamento, Furação. Universidade Metodista de Piracicaba ,SP, Brasil(UNIMEP). SCHULZ, H., 1997, State of The Art and Trends of High Speed Machining, Seminário de Usinagem com Altíssima Velocidade de Corte e Alta Precisão. Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP). CHOI, B. K.; KIM, D. H.; JERARD, R.B., 1997, “C-Space Approach to Tool-Path Generation For Die and Mould Machining”, Computer-Aided Design, v. 29, n. 09, pp. 657-669. SANDVIK., 2000, “Usinagem com Altas Velocidades de Corte e Usinagem Convencional de Moldes e Matrizes”, Coletânea com sete artigos, Sandvik Coromant, pp. 1-24. GOMES, J. O., 2001, Fabricação de Superfícies de Forma Livre por Fresamento na Aço Temperado DIN 1.2083, na Liga de Alumínio (AMP8000) e na Liga de Cobre (Cu-Be), Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil. AHRENS, C. H., 1994, Características Desejáveis Para a Implantação e o Emprego de Sistemas CAE/CAD/CAM no Setor de Moldes de Injeção de Plásticos, Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil. SILVA, M. S., 2000, Fresamento por Regiões Como uma Alternativa na Usinagem de Cavidades Para Moldes de Injeção Através de Sistema CAD/CAM, Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil. CAVALHEIRO, A. Z., 1998, Sistematização do Planejamento da Programação via CAM do Fresamento de Cavidades de Moldes Para Peças Injetadas, Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil. LIMA, C. B.; CAMARGO, R., 2001, Usinagem em Alta Velocidade de Corte – Estratégias de Usinagem Utilizando Software CAM, Universidade Estadual de Campinas ,Faculdade de Engenharia Mecânica, SP, Brasil. Sandvik Coromant do Brasil

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Desde julho de 2002, a Sandvik é responsável pelo gerenciamento de quase todas as ferramentas de corte Intercambiáveis (Coromant) e Rotativas (Hurth Infer Safety) utilizadas na unidade da DaimlerChrysler de São Bernardo do Campo.

T

endência mundial, o outsourcing está se integrando cada vez mais à paisagem industrial brasileira. Isto se explica porque - no Brasil como no mundo - as corporações passaram a entender que, para serem competitivas, é preciso concentrarem-se no seu negócio principal ( core business), terceirizando atividades nas quais empresas parceiras possam apresentar melhor desempenho. Um exemplo recente está em curso na unidade da Daimler Chrysler de São Bernardo do Campo-SP. A empresa decidiu concentrar o foco em sua atividade principal: a produção de caminhões e ônibus. Mesmo operações de grande relevância no processo produtivo, como o gerenciamento de ferramentas, abrasivos e serviços de afiação e manutenção de

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O Mundo da Usinagem

máquinas manuais - para ficarmos apenas numa área - estão sendo transferidas para terceiros. “Há dois anos, iniciamos um programa de redução do custo fixo da empresa para fazer frente à nossa concorrência”, lembra Cláudio Drumond Frazão, gerente de Planejamento da Fábrica, “listando-se os projetos que pudessem contribuir para alcançar este objetivo”. No Departamento de Compras, Frazão diz ter encontrado o projeto de criação de lojas, que se enquadrava nos objetivos. Lojas, na DaimlerChrysler, são almoxarifados no interior da fábrica gerenciados por terceiros. O projeto da área de Compras combinava perfeitamente com as necessidades da área Técnica. “Este projeto vinha sendo desenvolvido desde 1998, buscando reduzir o número de fornecedores, o cus-

to fixo e agregar maior valor ao produto final”, explica Edson Di Dario, supervisor de Compras. “A idéia era substituir o sistema de compras tradicional – faz-se o pedido, a programação e o fornecedor entrega nas datas programadas – , transferindo este processo para o próprio fornecedor”. Segundo Di Dario, o projeto das lojas já era bastante abrangente. No caso de ferramentas de corte intercambiáveis e rotativas, previa-se que o gerenciador passasse a responder por todos os itens deste segmento utilizados na planta, inclusive aqueles fabricados por seus concorrentes. Para definir o projeto, as duas áreas - Técnica e Compras - criaram um documento, o Caderno de Encargos, que estabeleceu os atributos e os deveres deste gerenciador, do ponto de vista da


DaimlerChrysler. Alcançado um “Antigamente, éramos os res- tão ocorrendo no mercado levam consenso, convocaram-se todos os ponsáveis por comprar todos os as empresas à necessidade de coofornecedores para reunião na itens. Agora, como que ficamos perar entre si. A Daimler centrou o qual foi apresentado o Caderno de assistindo a um filme pela televi- foco em seu core business e, como FerEncargos e fixada uma data para a são e torcendo pelo mocinho”, ramentas é um setor muito imporentrega de propostas. observa Angelo Rodrigues tante para o seu processo de fabriDas cinco Lojas objeto de con- Goldoni, supervisor de Adminis- cação, foi buscar no mercado a parcorrência, a Sandvik venceu a de tração de Ferramentas. Frazão ceria com um fornecedor, visando ferramentas de corte inter- lembra que, no princípio, à me- maior eficiência”, completa. Embora exista uma estratégia cambiáveis (Coromant) e a de dida que os estoques baixavam, ferramentas rotativas (Hurth havia um certo temor do pessoal mundial da DaimlerChrysler Infer Safety), “por ter se mostra- da DaimlerChrysler. “Mas tem fun- para reduzir o custo fixo e o número de fornecedores, “não exisdo a melhor opção técnica e co- cionado muito bem”, garante. mercial”, resume Di Dario. Goldoni define o projeto das te uma estratégia mundial uniTodo este processo de estru- Lojas como uma passagem do mo- ficada de adoção do sistema de turação e seleção ocorreu em nove delo tradicional de fornecimento gerenciamento de ferramentas”, meses. A seguir, de março a julho para um modelo evoluído, que en- frisa Carlos Alberto Paias, gerende 2002, deu-se o período de im- volve comprometimento, contra- te senior de Materiais Indiretos plantação, um prazo considerado to de longo prazo, transparência e Serviços. Segundo Paias, as curto pela empresa. “Foi um gran- e parceria. “As mudanças que es- filiais têm liberdade de adotar alternativas para o de desafio e acho alcance das metas que a Sandvik fez juz propostas, as Lojas à nossa escolha, tansendo uma iniciatito na implantação va local para necesquanto no período sidades locais. inicial e o Caderno de “A Daimler opEncargos sem dúvida tou por concentrarfacilitou o processo”, se no seu negócio afirma Di Dario. principal, que é faImplantado o zer caminhões, e novo sistema, a contar com parceiSandvik incumbiu-se ros especialistas em de todo o fornecisuas respectivas mento de ferramenáreas. Por exemtas intercambiáveis e plo, a Sandvik que rotativas, e acompaé especialista e denha todo o procestentora de knowhow so produtivo da em tecnologia de DaimlerChrysler, usinagem e manuverificando as neseio de ferramencessidades de abastas”, afirma Paias. tecimento e proviEm sua opinião, a denciando a reposifase atual ainda é ção do estoque, inde aprendizagem, clusive negociando Em sentido horário, Angelo Goldoni, Cláudio Frazão, Edson Di Dario, Cláudio inclusive de aprenpreços com fornece- Camacho, Marcelo Mello, J.Roberto Marcantonio, Vagner Agostinho Jr., Andreia Simas e J.Edson Bernini. der a confiar no dores concorrentes. Sandvik Coromant do Brasil

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Carlos Paias, Gerente senior de Materiais Indiretos e Serviços quando da reportagem, hoje Assessor do Diretor da Powertrain, DaimlerChryslerAlemanha.

fornecedor. “Devemos evoluir ainda mais. Estamos trabalhando e nos preparando para, nos próximos anos, dar mais um passo no sentido de melhorar este processo”, completa.

VANTAGENS BÁSICAS Di Dario lembra as vantagens básicas do novo sistema: o estoque destas ferramentas (intercambiáveis e rotativas), que antes totalizava cerca de 5 mil itens, de diferentes fornecedores, deverá chegar a zero após o processo de transição; os 37 fornecedores desta área teoricamente passaram a ser apenas dois, Sandvik e Hurth Infer Safety; o número de empregados também foi reduzido, concentrados na função de coordenação do processo. Andreia Simas Correa, do Departamento de Compras, salienta que os demais fabricantes de ferramentas não deixaram de trabalhar com a Daimler. “Apenas passaram a se relacionar diretamente com a Sandvik, são agora fornecedores da Sandvik. De nosso lado, só nos relacionamos com estes dois e isto provo20

O Mundo da Usinagem

cou grande redução no volume de trabalho de relacionamento com os fornecedores”, informa. Andreia Simas lembra ainda outro aspecto vantajoso do acordo de gerenciamento de ferramentas. “No Caderno de Encargos nós pedimos um plano de redução de custos anual, assim como melhorias técnicas, racionalização, etc., demonstrados por relatórios trimestrais, embora não tenhamos imposto um índice de redução de custos, o que deveria fazer parte da proposta do gerenciador”. “As duas lojas são responsáveis por 60% do que consumimos em ferramentas hoje”, acrescenta Angelo Goldoni. O supervisor salienta ainda que a adoção do sistema de gerenciamento de ferramentas levou a outras economias importantes, como a redução de área para estoque e a própria redução de estoque, o que está causando uma economia estimada de 12% do valor anual de estoque, pois “não tendo estoque parado, obviamente elimina-se o custo de sua manutenção”, conclui Goldoni. Di Dario avalia ainda que, além deste benefício direto, outros vem ocorrendo, embora não mensuráveis, como a redução de atividade administrativa, redução do número de fornecedores, faturamento decendial ao invés de diário - obtido a partir de regime fiscal especial - e, portanto, menor emissão de notas fiscais. “Mas o principal é que foi um bom negócio tanto para a DaimlerChrysler quanto para a Sandvik, o que fortaleceu os laços de parceria e os resultados obtidos já estão servindo como um

exemplo de sucesso para o mercado”, lembra ele.

M OTORES Goldoni observa que, embora ainda em fase de amadurecimento, o novo sistema já passou por uma prova de fogo durante o período de implantação, quando a DaimlerChrysler do Brasil precisou dobrar a capacidade de produção de motores pesados para atender à Freightline, empresa do grupo, com sede nos EUA. “Com a participação da Sandvik, por sua flexibilidade e seu comprometimento com a nossa produção e qualidade, conseguimos cumprir metas desafiadoras, pois ferramentas especiais, que antes exigiam 45 dias para serem fabricadas, chegaram a ser produzidas pela Sandvik em uma semana”, frisa, lembrando que a produção dobrou em seis meses, com o fornecimento de 160 blocos de motores pesados diários. Andreia Simas considera que, embora o sistema seja uma novidade para as partes envolvidas, já tem registrado grandes acertos, sobretudo porque: “O serviço é rápido e eficiente e nós sentimos que o pessoal da fábrica confia nos técnicos da Sandvik”. Paias acrescenta que “o contrato é pioneiro para este porte de Loja, foi muito bem preparado e deve ainda apresentar muitas evoluções”. Em sua opinião, o contrato é bom porque foi bom para ambas as partes, ambas saem ganhando: “Foi um bom contrato para a Daimler e, para a Sandvik, vai ser uma referência para negócios futuros”.


GERENCIAMENTO: TENDÊNCIA MUNDIAL Todos os almoxarifados da DaimlerChrysler, em São Bernardo, estão passando por um processo de outsourcing. “Esta é uma tendência mundial. Todos os segmentos internos passarão por este processo. E os externos também, tanto que nosso sistema já virou benchmark, com várias empresas querendo visitar nossa fábrica para conhecê-lo”, informa o gerente de Planejamento da Fábrica, Cláudio Drumond Frazão. “Existem problemas, algumas ressalvas, lição de casa para fazer, ainda temos muito que aprender”, salienta. Porém, em sua opinião, o próprio processo tem ajudado a empresa a refletir e a buscar soluções para problemas internos que antes ficavam encobertos. Para exemplificar, faz uma parábola: “Sabemos que existem pedras no fundo do lago (o estoque). Com o lago cheio, o barquinho está distante das pedras (problemas) e flutua tranqüilamente. Com a diminuição dos estoques, as pedras vêm à tona e o barquinho passa a bater nelas. Para sobreviver, então, é preciso retirar as pedras”. Em sua avaliação, “o importante é ressaltar que este é um trabalho de parceria, de longo prazo, fixado em cinco anos. Justamente por isso, escolhemos parceiros de porte, em condições de enfrentar os obstáculos junto conosco daqui para a frente”. Implantação - Vagner Agostinho Jr., coordenador do Almoxarifado de Ferramentas, foi um dos responsáveis pela implantação do sistema. O almoxarifado, com sete funcionários, é atualmente o elo de ligação entre a produção e os gerenciadores. Diante de qualquer dificuldade na área de ferramentas, a produção

UM

contata o almoxarifado em busca de uma solução. Com apenas 21 anos, cursando o 4° ano de engenharia mecânica na FEI, Agostinho considera que está tendo uma rica oportunidade profissional ao participar da implantação do sistema de gerenciamento. “Apesar do pioneirismo do projeto da DaimlerChrysler, conseguimos implantá-lo num prazo bem curto e com bons resultados”, diz. Entre estes bons resultados, muitos deles não-mensuráveis, o coordenador destaca a agilização do atendimento à produção e credita parte do sucesso do projeto à Sandvik. “Temos aqui um ótimo parceiro. A gente percebe um grande empenho deles e sente que a Sandvik veste a camisa do cliente”, afirma.

FORTE ALIADO

Todo o esforço e empenho das áreas de Planejamento e Compras da DaimlerChrysler na preparação e implantação do projeto de Lojas contou com um forte aliado: a larga experiência da Sandvik Coromant em gerenciamento de ferramentas. No Brasil, a empresa conta com projetos similares em sete plantas de clientes, além de centenas de outras no mundo. Conforme José Edson Bernini, Gerente Regional de Vendas, esta experiência acumulada contribuiu em parte para o sucesso do projeto da DaimlerChrysler. “A Sandvik mantém Lojas em outros clientes. O diferencial neste projeto é a nossa condição de sole supplier (fornecedor único), inclusive tendo que negociar com nossos concorrentes”. De acordo com Bernini, este é um

dos fatores que tem provocado maior curiosidade do mercado em relação ao projeto da DaimlerChrysler. “Muitos não acreditavam que isto fosse possível”. Para o vendedor técnico, Eng. Marcelo Souza de Melo, que trabalhou no processo de implantação do projeto, a experiência da Sandvik foi decisiva na opção da DaimlerChrysler. “Nossa proposta foi escolhida não pelo preço, mas pelo pacote de benefícios que apresentamos, que inclui nossa assistência técnica, nossa logística, e o fato de estarmos há mais de 50 anos no Brasil e de contarmos aqui com uma fábrica, que hoje é uma das unidades de produção com melhor qualidade entre todas as unidades da Sandvik no mundo, todos fatores que dão segurança ao cliente”, avalia.

Sandvik Coromant do Brasil

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Nada pode ser justificativa para deixar de atender o cliente. Se não houver equipamento adequado, a ordem é investir. Com essa filosofia, a Difran vem aumentando sua participação no mercado. Hoje trabalha com 90% de capacidade ocupada. Ao final da rua de terra batida, protegida por um portão de ferro, um jardim bem cuidado, com roseiras floridas, saúda os visitantes. Uma recepcionista sorridente nos leva a uma sala de recepção com paredes pintadas de verde claro. O ambiente convida a equipe do Mundo da Usinagem a ficar à vontade. Estamos na Difran, uma empresa de usinagem que surpreende pelos detalhes. Sediada em Sorocaba, interior de São Paulo, desde 1985, a companhia ocupa área total de 6.000 m2, 1.200 m2 de construção, emprega 80 pessoas e produz 200 mil peças mensais. São 500 itens cadastrados, 250 de produção contínua. Até o final do ano, serão 300 mil peças ao mês, conforme os negócios fechados e engatilhados permitem projetar. O crescimento médio em faturamento, a partir de 1998, tem sido de 30% ano. Nos dois últimos anos, a capacidade de produção ocupada tem chegado perto de 90%. Mesmo ao longo de 2002, com a economia pouco favorável, conseguiu manter a taxa de ocupação. O faturamento foi da ordem de US$ 1 milhão. 22

O Mundo da Usinagem

Quem fornece estes dados é o diretor-presidente e proprietário da empresa, Dimas Francisco Zanon, pai de três filhos e avô de um neto de três anos. Aos 43 anos, faculdade de engenharia abandonada antes da conclusão, Dimas parece ser um empresário

com a agenda bem resolvida. Fato raro hoje em dia, seu telefone celular não tocou em momento algum durante nossa conversa, que se estendeu por cerca de duas horas, incluindo o almoço. Diz ter sido workaholic. “Trabalhava 16 horas por dia”, con-

ta. Mas nos últimos anos tem até tirado férias regulares. Quem o vê tranqüilo, falando amenidades como se tivesse todo o tempo do mundo, não imagina que Zanon é um empresário capaz de tomar decisões ousadas, que os mais tímidos classificariam como temerárias. É verdade que já teve experiências amargas. “Na época do Plano Collor, cheguei a ficar com um único funcionário. Não o demiti porque não tinha dinheiro para a rescisão”, confidencia. Não fosse a ousadia, ou a capacidade de agarrar as oportunidades surgidas na crise, a companhia talvez tivesse tido outra sorte. Um exemplo, em 2001, durante o “apagão”, quando grande parte das empresas pisava no freio, a Difran acelerava. “Instalei um gerador para poder trabalhar e atender os clientes”, informa. Poderia se dizer que a decisão só foi tomada porque a empresa estava em crescimento. A julgar por outros atos, não parece. Quando estava à beira do naufrágio, em 1993, uma oportunidade lhe surgiu por meio da ZF, que lhe fez


pediente, energia para carreuma oferta. Zanon não tinha gar um filho no colo”, diz. como atendê-los. Os tornos mecânicos que possuía não E VOLUÇÃO eram tecnicamente suficienEm 1985 três jovens, um tes. Não teve dúvidas: deciengenheiro químico, um técdiu comprar um torno CNC nico em usinagem e um téce, a partir daí, os negócios nico eletrônico decidiram começaram a deslanchar. No juntar as parcas economias ano seguinte comprou o see montar um negócio. “Pogundo torno CNC. deria ter sido um bar, mas o Zanon parece ser um emsócio que conhecia usinagem presário sempre disposto a nos convenceu a entrar no investir em tecnologia: foramo. O mercado se abria ram cerca de R$ 2 milhões para a terceirização e podíanos últimos cinco anos. As mos prestar serviços para a máquinas (15 tornos CNC, A partir da esquerda, Antonio Alexandre Marcuz e Dimas Zenon, da Difran, e Carlos Eduardo Pereira, empresa na qual trabalhávatrês centros de usinagem, da Mega Tools. mos”, diz Zanon, que é o técretificadoras centerless e oudade, a Difran já exibia a nico eletrônico da história. tras) são de causar inveja a muita A casa que Zanon havia certificação ISO 9002. A seguir, empresa de porte maior. Aproxifez inserções publicitárias na rá- construído estava ociosa, porque madamente 90% dos equipamendio local alardeando a conquista: tinha adquirido outra do BNH. tos têm menos de cinco anos e os No quarto da casa vazia foi instaconseguiu mais clientes. 10% restantes, menos de oito. As paredes verdes claras, que lado o primeiro torno, “um O que faz Zanon investir em tecnologia não é simplesmente o pouco lembram uma fábrica, Joinville”, comprado em cinco também não são fruto do acaso, prestações, uma furadeira e um gosto pelo novo: é a satisfação do tendo sido pintadas com base na esmeril. Os sócios trabalhavam cliente. Sua lógica para fazer nopsicodinâmica das cores. A idéia em seus empregos durante o dia vas aquisições é impecável: “Se eu foi do diretor Industrial, Anto- e, à noite, na Difran. “A nossa emnão investir numa máquina para nio Alexandre Marcuz, contra- presa também funcionava de dia, atender a um bom cliente, corro tado em 2000, e prontamente porque o tio de um dos sócios era o risco de perdê-lo e ter duas ou aceita por Zanon. “As pessoas aposentado e decidiu colaborar”. três máquinas paradas”, raciocina. Neste esquema, não conseguitrabalham melhor num ambienA mesma lógica tem feito com ram pagar a primeira prestação do te agradável”, avalia. que a Difran se torne o principal À troca de cores das paredes torno. Fizeram um empréstimo fornecedor para a base de cliensucederam-se outras práticas bancário. A situação só foi melhotes, que vem aumentando, chepouco comuns entre as empresas rar com a ajuda da Silvistrini gando hoje a 10 ativos e 25 evendo mesmo porte ou até maiores: Correa, na época uma das poucas tuais. “Estamos crescendo porque um jardim, um quadro com pei- empresas de usinagem de a concorrência abre brechas para xes e pássaros pendurado na pa- Sorocaba. “Um dos sócios tinha nós”, avalia Zanon. rede da fábrica em contraste com relações de parentesco com o pesA verdade, porém, é que a as máquinas, a contratação de soal da Silvistrini Correa e eles nos Difran, no seu segmento específiserviços profissionais para ofere- repassaram um serviço”. co de atuação, tem procurado Em 1986, com o Plano Crumanter-se na vanguarda. Por cer ginástica laboral três vezes por semana para todos os funcio- zado, houve aquecimento da exemplo, em 1998 quando pounários... “As pessoas precisam ter economia e o volume de servicas empresas do ramo buscavam uma razão de viver depois do ex- ços aumentou. A Difran decidiu a certificação do sistema da qualiSandvik Coromant do Brasil

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Cubos de roda para máquinas agrícolas.

adquirir dois tornos mecânicos da Nardini para dar conta do serviço. “Foi o nosso primeiro Finame”, recorda Zanon. “Tínhamos uma conta-salário no banco e o gerente, por amizade, resolveu nos conceder o financiamento.” Veio o Plano Collor, que quase levou a Difran à bancarrota. Em 1991, a empresa já não comportava dois sócios. O terceiro já havia deixado a sociedade. “Acabei adquirindo a parte do meu sócio. Acertamos que o pagaria em 24 parcelas”, explica Zanon. “Meu objetivo era encontrar uma forma de pagar a dívida e, no 25° mês, vender o que sobrou para obter recursos para começar alguma coisa”. O objetivo estava quase sendo atingido. Zanon havia pago a 23ª parcela ao sócio, quando surgiu ZF propondo lhe o negócio, que resultou na compra do primeiro torno CNC. Era o final de 1993. A compra do CNC exigiu também que houvesse um melhor direcionamento nos negócios. “Decidi partir para a usinagem, para a produção. Antes fazíamos um pouco de tudo”, afirma Zanon. “De um barracão de 80 m2 parti para uma área de 200 m2. Investi na linha de produção seriada. 24

O Mundo da Usinagem

Quando tinha somente tornos mecânicos, achava que produzir 200 peças mensais era um volume astronômico. Com o torno CNC cheguei às mil peças mensais e, na seqüência, em 1994, comprei o segundo torno CNC”. A empresa entrou num ciclo virtuoso que se mantém até hoje, especialmente depois de 2000, com a contratação do diretor Industrial e, para o biênio 20032004, Zanon planeja pagar os investimentos. “Serão dois anos pesadíssimos”, comenta, “mas é lógico que ainda farei outros investimentos”, completa.

Terminais de direção (cachimbos), um dos principais produtos da Difran, usinados com pastilhas U-Lock.

MEGA TOOLS Um parceiro importante para a trajetória da Difran é a Mega Tools, distribuidor autorizado da Sandvik Coromant. “O Carlos Eduardo Pereira nos atende desde que instalamos o primeiro torno CNC”, conta Zanon, referindo-se ao diretor da Mega Tools. “Ele sempre trouxe ferramentas e importantes inovações tecnológicas”. Marcuz, por outro lado, revela que cerca de 80% das ferra-

mentas utilizadas pela sua empresa são Sandvik. “Estou somando as da Hurth Infer, que pertence ao grupo”, esclarece, acrescentando que numa escala de zero a dez, daria nove ao atendimento. “Para dar uma margem de evolução”. Conforme Marcuz, a Sandvik, por conta da desvalorização cambial de 2002, teve de aumentar os preços em reais. “Porém, toda vez que questionávamos os reajustes, a Mega Tools foi procurar soluções técnicas para reduzir os custos do processo de usinagem, nos ajudando a absorver os repasses”, elogia. Durante a entrevista, Marcuz deu sugestões sobre oportunidades de melhoria no suprimento de porta-ferramentas e componentes, onde acredita que a Sandvik tem espaço para ampliar sua participação na Difran. Um dos pontos altos do relacionamento Difran – Mega Tools – Sandvik tem sido a franqueza e objetividade na maneira de conduzir os negócios entre as partes, uma prática que vem se consolidando no mútuo profissionalismo ao longo do tempo.

Porta-ferramentas e pastilhas U-Lock para rosqueamento.


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XXIII Encontro Nacional de Engenharia de Produção e IX International Conference on Industrial Engineering and Operations Management De 21 a 24 de outubro de 2003, acontece em Ouro Preto o ENEGEP 2003. Em sua XXIII edição, neste ano o encontro terá como tema principal as “redes produtivas para o desenvolvimento regional”. A abordagem central dos debates visa identificar os arranjos produtivos que impulsionam a criação de vantagens competitivas em determinadas regiões, permitindo, assim, não somente uma análise dos resultados de experiências já conhecidas no Brasil e no mundo mas, também, novos arranjos que permitam o desenvolvimento regional. Se r ã o a b o r d a d o s o s a s pectos estratégicos, econômicos, operacionais e político-sociais, destacando-se o papel da economia informal e/ou solidária no cenário atual do nosso país, melhor distribuição geográfica da industrialização, bem como a criação de alternativas de geração de empregos e distribuição de renda, com foco no desenvolvimento sustentável. Para tornar esse evento ainda mais interessante, já está confirmada a presença do professor John Humprey, da

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Universidade de Sussex, Institute of Development Studies, na Inglaterra, que estará divulgando os resultados de suas pesquisas em sua conferência e participando de mesas-redondas para discussões de assuntos relacionados a novas estratégias que as empresas deverão adotar para tirar proveito das mudanças que estão ocorrendo no mercado e no mundo da produção. Uma das grandes novidades deste ano é a criação das SD’s – Sessões Dirigidas–, destinadas a dar oportunidades a grupos que tenham interesses em assuntos comuns relacionados à Engenharia de Produção, em discutir temas, debaterem e trocarem idéias e experiências de uma forma mais estruturada e aprofundada do que em outras sessões do evento. Estamos esperando, para este ano, de 1000 a 1200 artigos dos quais cerca de 50% serão aceitos para as sessões temáticas ou sessões poster, e a participação de cerca de 1500 congressistas. Seguindo a tradição de ser

organizado cada ano por uma instituição de Engenharia de Produção do país, o ENEGEP em 2003 está sob responsabilidade da UFOP – Universidade Federal de Ouro Preto, em parceria com a ABEPRO e apoio das seguintes instituições: UNIMEP – Universidade Metodista de Piracicaba, UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFV – Universidade Federal de Viçosa, UNIMINAS – União Educacional Minas Gerais–, UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora e EFEI – Universidade Federal de Itajubá. Além dos destaques acima mencionados, não podemos deixar de lembrar os atrativos da bela cidade de Ouro Preto, patrimônio cultural da humanidade, com sua arquitetura barroca, grandes belezas naturais e marco de nossa história colonial, que os participantes deste evento não podem deixar de conferir. Para maiores informações, entrar em contato por meio do site http://www.abepro.org.br/ enegep/principal/index.asp

ABEPRO - Associação Brasileira de Engenharia de Produção - Universidade Metodista de Piracicaba-Faculdade de Engenharia e de Produção - Programa de Pós Graduação Rod. Santa Bárbara-Iracemápolis - Km 1 - Cep: 13450-000 Santa Bárbara d´Oeste - SP O Mundosite: da Usinagem www.abepro.org.br e-mail: abepro@unimep.br Tel: (0xx19) 3124-17676, 3124-1770


A Internet há alguns anos tem mudado a vida das pessoas em todo o mundo, sendo que uma das principais características da mesma é a efetiva eliminação das distâncias para a troca de informações. Conseqüentemente, ela tem contribuído significativamente para a globalização. Algumas das atividades que têm sido efetuadas por meio da Internet são: compra e venda de produtos (Nissan 2003), ensino (Cyberlearning Universe, 2003), busca de informações em geral (Yahoo, 2003), fabricação remota de peças (Cybercut, 2003). Além da disponibilização mais rápida de informações para os clientes, e também da aproximação do cliente à empresa, os preços de produtos vendidos através do comércio eletrônico são em geral mais reduzidos, devido à eliminação de despesas com aluguel de pontos comerciais e com a quantidade de funcionários. A Internet já tem dado uma grande contribuição à manufatura, pois permite que haja uma interligação entre diferentes departamentos de uma mesma empresa visando a troca de informações tais como: operações a serem efetuadas num produto; João Carlos Espíndola Ferreira Gabriel Fernando Andriolli Departamento de Engenharia Mecânica,Universidade Federal de Santa Catarina, GRIMA/GRUCON.

a comunicação sobre os requisitos de materiais numa determinada estação; possíveis realimentações para o departamento de projeto sobre modificações no projeto do produto que serão necessárias para a redução dos custos de fabricação do mesmo (e estes departamentos poderão não estar localizados na mesma cidade, e nem no mesmo país). Podese também considerar que um ou mais fornecedores estejam interligados nesta cadeia via Internet. Além desta aplicabilidade corporativa da Internet, pode-se considerar o seu uso para a programação e monitoramento de equipamentos de manufatura à distância. Por exemplo, pela Internet podese executar um programa de simulação de robô para ter-se um aprendizado didático da cinemática e dinâmica do mesmo (Robosim Project, 2003). Além disso, pode-se enviar informações para um robô real localizado bem distante para que ele efetue determinadas atividades (Telerobot Project, 1998). Uma outra aplicação importante no âmbito da manufatura é a disponibilização de um software

de CAD/CAM para um cliente remoto, o qual introduz através do módulo CAD uma peça que deverá ser fabricada a milhares de quilômetros de distância num centro de usinagem CNC (Cybercut, 2003). Ciente da importância da tecnologia da Internet, os autores desenvolveram programas na linguagem Java para a solução de problemas tradicionais que ocorrem em ambientes de manufatura. Tais programas estão disponíveis na Internet para a comunidade de manufatura que necessite solucionar estes problemas. Eles também podem ser utilizados por educadores para a execução rápida destes problemas. Os respectivos links destes sites serão fornecidos ao longo do texto do artigo.

A LINGUAGEM JAVA Um fator importante que tem contribuído para a disseminação da Internet é a linguagem Java, desenvolvida pela Sun Microsystems (2003). Ela é uma Sandvik Coromant do Brasil

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linguagem de programação de alto nível com as seguintes características: simples, de arquitetura neutra, orientada a objetos, distribuída, de alto desempenho, interpretada, robusta, dinâmica e segura (Gosling e McGilton, 1995). Java é uma linguagem que é tanto compilada quanto interpretada. Com um compilador, traduz-se um programa em Java para uma linguagem intermediária chamada “Java bytecodes” (código em bytes de Java), que são códigos independentes da plataforma, que são interpretados pelo interpretador do Java. Com um interpretador, cada instrução do código em bytes do Java é analisado e executado no computador. A compilação ocorre somente uma vez, enquanto a interpretação ocorre cada vez que o programa é executado. Como exemplos de interpretadores de Java tem-se os browsers Netscape e o Internet Explorer. Esses bytecodes de Java permitem que um programa seja escrito somente uma vez, e executado em qualquer lugar. Pode-se compilar um programa em Java em bytecodes em qualquer plataforma que possua um compilador Java. Os bytecodes podem então ser executados em qualquer hardware. A filosofia da linguagem Java a torna extremamente popular para aplicações relacionadas à Internet. Os programas desenvolvidos nesta linguagem são denominados applets. No presente artigo são apresentadas duas applets que foram desenvolvidas para a solução de dois problemas de manufatura, que são os seguintes: (1) cálculo do tamanho de lote ótimo para um mix de produtos; e (2) balanceamento de atividades numa linha. A seguir serão descritos cada um destes 28

O Mundo da Usinagem

problemas, e posteriormente as applets e os seus resultados serão mostrados.

CÁLCULO DO TAMANHO DE LOTE ÓTIMO A formulação para definir a quantidade econômica Qe para os lotes consiste em efetuar-se uma análise sobre as variações de estoque, considerando-se taxas de produção e de consumo, com a conseqüente determinação do estoque médio (Lorini, 1993). As principais variáveis consideradas na formulação são definidas através de uma representação gráfica, mostrada na Figura 1.

Figura 1: Evolução da produção com o tempo.

onde B = rp /rc. Diferenciando-se o custo total em relação à quantidade produzida Qp, obtém-se o valor Qe, que corresponde ao tamanho de lote que resulta num custo mínimo. Este valor é dado por:

O tempo ótimo para o ciclo de produção Tc* é dado pela equação (3).

Considerando-se que vários produtos estejam sendo produzidos num mesmo ciclo, nas mesmas máquinas, uma outra conotação é dada ao problema, ou seja, devese determinar o ciclo de produção para o lote dos n produtos, ou lote multiproduto. Definindo-se cada produto como um elemento j, tem-se o tempo do ciclo dado pela equação (4).

As variáveis envolvidas são as seguintes:

O tamanho de lote de cada um dos produtos pode ser calculado através da equação 5.

O custo total CT é dado pela seguinte equação:

Uma applet para a solução deste problema foi desenvolvida, e a mesma se encontra no site www.grucon.ufsc.br/grima/Lote/Lote.html.

Utilizou-se o Java Foundation Clas-


ses (JFC, denominado de Swing) para a implementação da interface gráfica (Sun Microsystems, 2003). Na figura 2, ilustra-se a interface gráfica da applet, e em sua parte superior são mostrados os dados que foram introduzidos para o cálculo do tamanho de lote ótimo. Na parte inferior mostramse os resultados obtidos.

BALANCEAMENTO DE LINHA O problema de balanceamento de linha consiste em combinar as tarefas individuais de processamento e montagem para que o tempo total exigido em cada estação de trabalho seja aproximadamente o mesmo (Groover, 1987). Se os elementos de trabalho podem ser agrupados de modo a que todos os tempos em cada estação sejam exatamente iguais, ter-se-á o caso de um balanceamento perfeito da linha e, consequentemente, a produção será suave. Entretanto, na maioria das situações práticas é muito difícil alcançar um balanceamento perfeito. Quando os tempos das estações de trabalho são diferentes, a estação mais lenta determina a taxa de produção global da linha (ver Figura 2). Os elementos que compõem este problema são os seguintes: Mínimo elemento de trabalho: é a menor tarefa possível, isto é, uma tarefa que não pode ser subdividida em outras tarefas. Por exemplo, a execução de um furo com uma broca, ou a fixação de um parafuso. O tempo necessário para efetuar esse elemento mínimo de trabalho é representado por Tej, onde j é usado para identificar um elemento dentre os ne elementos que constituem a tare-

fa total. No presente trabalho, o tempo de duração de um elemento de trabalho é considerado constante em vez de variável. Tempo Total de Trabalho: este é a soma dos tempos de todos os elementos de trabalho a serem efetuados. Chamando de Ttt o tempo total de trabalho, tem-se:

O atraso de balanceamento não deve ser confundido com a proporção de tempo de parada de uma linha automatizada, que é a medida da ineficiência que resulta em paradas na linha.

MÉTODOS DE

BALANCEAMENTO DE LINHA O agrupamento dos elementos de trabalho em estações é feito em dois passos: (1) colocam-se os elementos de trabalho numa determinada ordem segundo um critério preestabelecido, e (2) atribuemse os elementos de trabalho às estações, levando em consideração

Tempo do Ciclo: é o tempo do ciclo ideal ou teórico da linha, que corresponde ao intervalo de tempo entre as peças saindo da linha. O valor de projeto de Tc deve ser especificado de acordo com a taxa de produção desejada. Restrições de Precedência: em quase todas as tarefas de processamento e montagem existem restrições de precedência, que restringem a seqüência para a execução da tarefa. Um exemplo disto é a necessidade de executar-se um furo antes da usinagem da rosca. Atraso de Balan- Figura 2. Applet para o cálculo do tamanho ceamento: esta é uma de lote para um mix de produtos medida da ineficiência da linha as precedências e o tempo do cique resulta em tempo improduti- clo desejado. vo devido à alocação imperfeita de Neste item serão descritos três trabalho para as estações. É sim- métodos de balanceamento de libolizado como d e é calculado nha, que basicamente correspondem aos critérios para a orcomo se segue na equação: denação dos elementos de trabalho. Estes três métodos foram implementados na applet. Nenhum desses métodos garante uma solução ótima, porém eles onde n é o número de estações. resultam em boas soluções. Sandvik Coromant do Brasil

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MÉTODO DO MAIOR CANDIDATO Nesse método, os elementos de trabalho são colocados em ordem decrescente de acordo com os seus valores de Te. Posteriormente atribuem-se os elementos de trabalho às estações.

MÉTODO DE KILBRIDGE E W ESTER Nesse procedimento, selecionam-se os elementos de trabalho para atribuição às estações de acordo com a sua posição nos diferentes níveis de precedências do problema. Por exemplo, para o problema ilustrado na tabela 1, os elementos 1 e 2 não têm precedência e, portanto, são localizados no nível 1. O método de Kilbridge e Wester os colocaria no topo da seqüência. Por sua vez, os elementos 3, 4 e 5 possuem como precedências os elementos 1 e 2, e consequentemente estes elementos são alocados após os elementos 1 e 2 (isto é, no nível 2). Esta mesma lógica é aplicada até que todos os elementos sejam considerados.

MÉTODO DOS PESOS POSICIONAIS (“RPW”) Nesse procedimento, o valor do peso posicional (RPW - Ranked Positional Weight) é calculado para cada elemento. O RPW de um elemento j é calculado somando-se o Te desse elemento com os Tej de cada elemento que deverá ser executado posteriormente a ele. Por exemplo, para o elemento de trabalho 5 na tabela 1, o seu RPW corresponde à soma do seu próprio Te (isto é, 0,3 minutos) com o Te dos seguintes elementos: 10, 11 e 12. O resultado desta soma é igual a 1,3 minutos. Os elementos são atri30

O Mundo da Usinagem

Tabela 1. Elementos de trabalho para a manufatura de um aparelho elétrico (Groover, 1987).

buídos às estações na ordem decrescente dos valores de RPW. Os dados mostrados na tabela 1 foram utilizados para a execução da applet, e eles foram introduzidos como ilustrado na figura 3(a). Após a introdução dos dados, aplicam-se os métodos, e os resultados são visualizados clicando-se no topo das fichas, onde são mostrados os nomes dos métodos de balanceamento. Os resultados obtidos estão nas figuras 3(b-d), e o link para este programa é: www.grucon.ufsc.br/ grima/ Balance/Balance.html. A solução resultante do método RPW representa uma atribuição mais eficiente dos elementos de trabalho às estações, comparando o atraso d deste método com o atraso dos outros dois métodos. Isto porque o agrupamento dos elementos de trabalho resultou num tempo de ciclo igual a 0,92 minutos. Entretanto, deve-se notar que se fosse introduzido o valor de 0,92 minutos inicialmente para os primeiros dois métodos, poder-se-ia atingir a mesma eficiência do método RPW.

CONCLUSÕES Nesse artigo foram descritos dois programas desenvolvidos na

linguagem Java para a solução de problemas tradicionais que ocorrem em sistemas de manufatura. Estas applets estão disponíveis para serem executadas através da Internet. Estes programas podem ajudar estas pessoas a solucionar problemas de lotes ou balanceamento em suas empresas, ou então para facilitar o acesso de estudantes a estas soluções, por exemplo, para uma análise de sensibilidade aos dados. Uma das vantagens do uso da linguagem Java está no fato de que programas podem ser executados remotamente, independente do hardware ou sistema operacional do computador cliente. Entretanto, deve-se mencionar que, para executar-se applets no computador cliente, é necessário que o cliente possua o JVM, que pode ser obtido gratuitamente, junto ao site da Sun Microsystems (2003). Dentre os programas de auxílio à manufatura a serem desenvolvidos no futuro incluem-se: um módulo para a modelagem de peças através de elementos como furos e cavidades; geração de planos de processo contendo alternativas; geração de programas NC para a usinagem de peças.


Figura3. (a) Entrada de dados na applet de balanceamento de linha, e (b-d) resultados obtidos.

(a) Entrada dos dados.

(c) Kilbridge e Wester. Wester

Candidato. (b) Maior Candidato

(RPW). (d) Pesos Posicionais (RPW)

Referências Altavista, 2001, Altavista - Welcome, http://www.altavista.com Cybercut, 2000, Cybercut Project, http://cybercut.berkeley.edu/html/design/webcad_user.htm Cyberlearning Universe, 2003, Free Online Computer Training, Free Online IT Training, http://www.cyberlearning.org Gosling, J. e McGilton, H., 1995, The Java Language Environment, White Paper, Sun Microsystems Groover, M.P., 1987, Automation, Production Systems and Computer-Integrated Manufacturing, Prentice-Hall Lorini, F.J., 1993, Tecnologia de Grupo e Organização da Manufatura, Editora da UFSC, SC. Nissan, 2001, California Nissan Dealers, http://www.enissan.com Robosim Project, 1999, Robosim, http://www.ee.uwa.edu.au/~braunl/robosim/java Saturn, 2003, Saturn Cars, http://www.saturncars.com Sun Microsystems, 2003, The Source for Java™ Technology,, http://java.sun.com Telerobot Project, 2003, Australia’s Telerobot on the Web, http://telerobot.mech.uwa.edu.au Yahoo, 2003, “Yahoo!”, http://www.yahoo.com

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N

as últimas décadas, o vocabulário industrial foi acrescido de inúmeros novos termos. Alguns, simples modismos, não criaram raízes. Outros, ao contrário, por apresentarem melhorias substanciais e refletir positivamente no custo de produção, conquistaram espaço e tendem a crescer .. cada vez mais.

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O Mundo da Usinagem

Desde sua inauguração, em 1999, a Tritec Motors adota o sistema de gerenciamento em algumas áreas, como manutenção e fluidos.

É o caso do gerenciamento (ou outsourcing), pelo qual as indústrias terceirizam a administração de áreas dentro de sua própria planta e que, a princípio, vinha sendo implantado em áreas não-produtivas mas que, a seguir, alcançou as atividades de manutenção, afiação, eletricidade e energia, etc. Mais recentemente, o sistema passou a ganhar corpo em setores com impacto direto na produção, como ferramentas de corte e fluidos. O sistema de gerenciamento atrai as empresas contratantes pela especialização da contratada. Em geral, os principais oferecedores desse serviço são fabricantes dos produtos ou equipamentos que serão gerenciados. A Sandvik Coromant, por exemplo, é uma das principais prestadoras mundiais deste serviço na área de ferramentas de corte. No caso de fluidos, temos a Castrol. No Brasil, a Castrol gerencia a área de fluidos de grandes empresas, como a Tritec Motors, de Campo

Largo (PR). Joint venture entre a BMW e a DaimlerChrysler, a Tritec fabrica motores de 1.4 e 1.6 litro, 16 válvulas, que equipam os veículos PT Cruiser, da DaimlerChrysler; o Mini, da BMW, produzido na Inglaterra; e o Neon, fabricado nos EUA, também da DaimlerChrysler. A Tritec nasceu em 1997 e começou a operar em Campo Largo em janeiro de 1999, em área de 1,27 milhão de m², onde foram investidos US$ 500 milhões em cotas iguais de participação das duas parceiras. A capacidade de produção da planta hoje é de 350 mil motores/ano. De acordo com o gerente de Engenharia de Fábrica, Laércio Luiz da Silva, desde o início das atividades a Tritec adotou o gerenciamento na área de manutenção de utilidades (ar comprimido, energia e infra-estrutura) e fluidos. “Como uma nova empresa nascida de dois grupos que já atuavam desta maneira, não poderia ser diferente. Iniciamos as operações utilizando a mesma estratégia de negócios aplicada pelo grupo”, explica. O gerente não tem dúvidas sobre o acerto dessa estratégia. Considera, inclusive, que todas as empresas, independentemente de seu porte, deveriam ava-


liar esta possibilidade. Para ele, o gerenciamento apresenta várias vantagens, sendo a principal delas a profissionalização. “O gerenciador conta com pessoas altamente qualificadas para a execução do serviço. Afinal, esse é o core business (atividade principal) dele, assim como o nosso é a produção de motores”, informa. Outros destaques apontados por Laércio Silva são a reorganização da área gerenciada e o ataque a pontos-chave. “No caso de fluidos, por exemplo, existem pontos que aqueles que não têm essa como sua atividade principal não conseguem enxergar”, justifica.

fábricas onde o sistema está em operação, para verificar o andamento do trabalho, é outro ponto importante. “Observados estes pontos, o contratante deve voltar ao escopo inicial de seu projeto e ajustá-lo de acordo

C RITÉRIOS

Gerente de Engenharia de Fábrica da Tritec, Laércio Luiz da Silva.

Laércio Silva lembra, porém, que para a seleção de um gerenciador, a observação de alguns pontos é fundamental: consistência, credibilidade, competência, flexibilidade, custo, velocidade de atendimento e acesso. Para o gerente, um dos primeiros passos ao se iniciar o processo de contratação de um gerenciador deve ser o levantamento das necessidades - com a participação das áreas internas da planta que utilizarão o serviço para o estabelecimento do plano de objetivos e metas que será apresentado ao fornecedor. Como o critério decisivo será técnico-econômico, o responsável deve procurar munir-se de informações de benchmarking. O processo de seleção deve incluir também convites às empresas que atuam naquele segmento para que apresentem sua experiência. Visitas às

“Os bons serviços de um gerenciador podem contribuir bastante para uma planta atingir suas metas”. com o que as empresas oferecerem, para a realização da proposta final”. Um fator que influência fortemente o sucesso da implantação de um sistema de gerenciamento está na rápida adequação das culturas das duas empresas envolvidas (gerenciador e gerenciado). Para o gerente, como o prestador de serviço tende a ser visto como um corpo estranho dentro de uma outra empresa, o melhor a

fazer é buscar uma relação extremamente transparente. Laércio Silva considera que os bons serviços de um gerenciador podem contribuir bastante para que determinada planta atinja suas metas. “No nosso caso, uma empresa que trabalha com pilares de objetivos e metas - segurança, qualidade, entrega, custo e moral - a participação do gerenciador nesses pilares é de extrema importância”, afirma. Os pilares oferecem várias oportunidades de ganhos para ambas as partes. “Por exemplo, a minimização de vazamentos tem impacto em vários dos pilares de objetivos e metas: na segurança, pois reduz risco de quedas e contaminações; na entrega, já que permite maior disponibilidade dos equipamentos para produção; no custo, ao reduzir a perda monetária”, explica, acrescentando que “quando bem feito, o trabalho alinha vários quesitos que são objetivos e metas das empresas contratantes”. O modelo de gerenciamento adotado pelaTritec foi desenvolvido pelo Departamento de Engenharia de Fábrica, em Campo Largo, a partir de um pré-modelo do Centro Técnico de Detroit, nos EUA. Hoje, o modelo nacional está sendo exportado para plantas dos grupos BMW e DaimlerChrysler nos EUA e Europa. Os bons resultados alcançados com o gerenciamento na Tritec levaram a empresa a cogitar a expansão do sistema para outros setores, informa Laércio Silva, ressaltando “que boas experiências abrem novas possibilidades em áreas que não estão dentro de seu core business”. Sandvik Coromant do Brasil

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Furação representa 40 % de todas as operações de usinagem e, desse percetual, 80 % dos furos medem de 1 a 5 x Diâmetro (L x D) e, nessas profundidades, existem muitas alternativas de ferramentas com geometrias para todos os tipos de materiais e máquinas. Mas, a partir já de 7 x D, a situação começa a mudar, sobretudo para materiais de difícil quebra de cavaco.

M

esmo os materiais de cavacos curtos apresentam desafios para os diferentes tipos de brocas quando se trata de furação mais profunda. É sabido que as operações de furação são, normalmente, as mais difíceis das áreas de usinagem (torneamento, fresamento e furação), já que a ferramenta que produz furos (seja qual for o método ou o tipo de broca) deve, ao mesmo tempo, quebrar e extrair os cavacos o mais rápido possível para evitar entupimento, aquecimento e danos às paredes do furo; deixar penetrar a refrigeração externa ou conduzi-la internamente até a região próxima à aresta de corte; produzir furos alinhados, concêntricos, cilíndricos, com bom acabamento superficial e adaptar-se à máquina em que está sendo aplicada. Além do mais, devem ser de materiais, geometrias e coberturas que permitam velocidades de corte e avanços compatíveis com as necessidades de alta produtividade e redução de custos. Se não bastasse, imagine todas essas exigências agravadas por uma relação acima de 7 x D, Marcos Soto Gerente de Vendas, Titex Plus,Brasil.

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O Mundo da Usinagem

Figura 1 – Faixa de aplicação.

quando já estaremos falando de furação profunda.

TIPOS DE BROCAS E MÉTODOS PARA FURAÇÃO PROFUNDA Vários são os métodos disponíveis e podemos citar alguns deles, separando-os em dois grupos: 1. Métodos para furos muito profundos, até 150 x D, e que só podem ser obtidos em máquinas especialmente preparadas para líquidos refrigerantes injetados internamente pela broca a altas pressões. Tais brocas tem o Metal Duro como característica principal e os sistemas são conhecidos como: Canhão ( Diam. 0,98 a 35 mm) Ejector ( Diam. 18,40 a 180mm)

STS ( Single tube System – Diam. 15,60 a diâmetros acima de 300 mm), todos sistemas para furos profundos dependendo de máquina até 250 XD. Os tipos Ejector e STS não são muito comuns, sendo utilizados para produção de peças da indústria petrolífera, bélica, moldes e matrizes, trocadores de calor, etc. Já a broca canhão é mais comum, embora necessite de máquinas preparadas para o sistema. 2. Grupo de ferramentas inteiriças, tanto em Metal Duro como em Aço Rápido, aplicáveis àqueles furos profundos que podem ser produzidos em máquinas convencionais ou CNC, com refrigeração externa ou interna, pressões medias a altas.


Brocas em HSS tipo UFL c/ refrig. ext. ( Diam. de 2 a 30 mm - entre 20 e 80 x D) Standard ou especial; Brocas em MD canal helicoidal tipo UFL Alpha 22 c/ refrig. ext. e Alpha 44 c/ refrig. Interna ( Diam. de 3 a 16 mm – até 15 x D Standard e especial); Brocas em MD canal reto tipo Alphajet c/ refrig. Inter. ( Diam. de 4 a 20 mm - até 25 x D ); Esses tipos de brocas têm possibilidades maiores de aplicação pois, além de não necessitarem de máquinas especiais, usinam a maioria dos materiais encontrados na indústria, podendo também trabalhar a profundidades além de 5 x D sem refrigeração (vide catálogos) e mesmo assim extrair cavacos. Nessa edição, abordaremos as brocas em HSS, assunto a ser complementado nas próximas.

Figura 2: Processo de furação com ciclo intermitente UFL x N (Gráfico de torque).

BROCAS EM HSS PARA FUROS PROFUNDOS O maior problema num furo que excede 7 x D é a remoção dos cavacos, sobretudo quando não há refrigeração interna . A alternativa para as brocas convencionais geometria ‘’N’’ é o avanço intermitente (chamado Pica-Pau) uma enorme perda de tempo e aumento de custos. A solução foi alterar completamente a geometria da broca.

Figura 3: Gráfico comparativo entre geom. N e UFL. (Ciclo Intermitente ou Pica–Pau).

GEOMETRIA OTIMIZADA A otimização da geometria foi desenvolvida pela Titex Plus para produzir furos mais profundos com um número menor de paradas (Pica–Pau) para remoção de cavacos e também minimizar os efeitos da falta de refrigeração interna. A geometria UFL baseia-se em três pontos principais:

Figura 4: Brocas em HSS-E com geometria UFL.

Sandvik Coromant do Brasil

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1. Geometria de ponta tipo ‘’U’’ ou ‘’UV’’ (Figura 5) forma cavacos bem menores o que, além de facilitar sua remoção, faz com que a maior parte do calor gerado na usinagem vá embora com eles. Essa geometria também proporciona uma diminuição no esforço axial da broca que é muito influenciado pela aresta transversal (Figura 6, Força axial). 2. Remoção da quina traseira do canal helicoidal - permite maior espaço para os cavacos enquanto são transportados para fora do furo. 3. Ângulo de hélice com 40° que facilita a remoção dos mesmos em grandes profundidades . A geometria UFL tem uma outra característica importante: o aumento da seção da aresta transversal da broca ( Alma ). Enquanto na tipo ‘’N’’ isso significa entre 12 a 20% do diâmentro da broca, na UFL é de 25 a 33 %(Figura 7, Perfil “N” x UFL) .

Esse reforço na alma dá mais rigidez à broca, fazendo com que seja possível atingir profundidades além de 70 x D ainda com eficiência satisfatória tanto no alinhamento dos furos como na remoção dos cavacos.

Figura 7: Perfil da broca helicoidal.

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O Mundo da Usinagem

Figura 5: Geometria de ponta tipo ‘’U’’ ou ‘’UV.

Esse aumento na espessura da Alma é compensado pela geometria tipo ‘’U’’ ou UV, cujas vantagens foram mencionadas acima. Mesmo com as otimizações da UFL, o ciclo intermitente (Pica– Pau) é inevitável quando se trata de usinagem sem refrigeração interna, a partir de uma certa profundidade (ver Figura 3). Caso o material a ser usinado seja de fácil formação de cavacos, a necessidade do avanço intermitente se dá por volta da 15 x D; caso contrário, deve se iniciar com 10 x D ou menos. O número de paradas daí em diante também depende disso, mas no comparativo N x UFL a

Figura 6: Força Axial.

vantagem da geometria otimizada é acentuada. Vale lembrar, ainda, que os efeitos do calor gerado durante a usinagem aumentam proporcionalmente à profundidade do furo, devido à dificuldade do líquido refrigerante externo em atingir a região do corte (Figura 8, Temperatura na aresta).

Podemos concluir então que furos profundos devem ser tratados de maneira especial dentro da área de usinagem Furação, pois só assim o custo pode ser diminuido ao máximo. Nota: O texto acima abordou as questões de maneira breve; para mais informações, consulte-nos.

Figura 8: Temperatura na região da aresta de corte.


N

em tão doce é a lembrança do tempo das transparências, do material fotocopiado e até mesmo dos velhos projetores! Estar preparado para uma apresentação exigia nada menos do que meio dia de duro trabalho e capricho, quase nunca um dom, do conhecedor do assunto. A perfeição era quase um sonho, alcançada apenas pelo conhecido Silk Screen. A apresentação de filmes então, quando levávamos todo o pequeno conjunto de vídeo-cassete, televisor e aquela fita que de maneira alguma podia sofrer calor ou passar próxima de campos magnéticos. Tudo aquilo pesava cerca de 20 quilos, que se transformavam facilmente em 200 ao chegar às distantes salas de apresentação. A informática desponta nesse momento, mostrando ser algo mais do que um organizador de informações ou uma calculadora avançada, pois nos trouxe também a grande chance de estar criando, de colocar a arte junto do conhecimento, dando agilidade ao conjunto. O tempo de preparação passou de horas a minutos e o medo deu lugar a passos sistemáticos e previsíveis que nos permitiram dar muito mais vida a nossos cursos e palestras. O Departamento de treinamento da Sandvik conta hoje com ferramentas que auxiliam seus instrutores de maneira simples e ágil,

Marco Antonio Tahara Especialista em softwares de marketing da Sandvik Coromant.

permitindo alterações locais em questão de minutos. Mais pessoas podem agora ter a chance de adquirir conhecimento, receber informações mais precisas e atualizadas por meio de seus “E-mails” (correios eletrônicos) ou até mesmo em disquinhos poderosos que

chegam a armazenar até longos filmes com excelente qualidade visual. Acreditem, isso até nos tornou mais ecológicos, pois reduzimos o uso de papéis, deixamos de passar horas diante da copiadora, preparando materiais para serem entregues nas apresentações, deixamos de brigar com aquela máquina em que, a todo momento, se enroscavam os papéis nos lugares mais difíceis de serem recuperados. Dentre as várias novas ferramentas, as equipes de vendas, assistência técnica, treinamento, entre outras, contam com catálogos eletrônicos, softwares de geren-

ciamento que permitem um melhor relacionamento com os clientes. Aumentamos a nossa agilidade e nos tornamos mais comunicativos, e somos, sem dúvida, mais eficazes atualmente. O advento da internet é mais uma ferramenta mágica que surge para encurtar distâncias e transformar hipóteses em fatos consumados, com sites e portais que consolidaram a ficção em algo real e palpável. Com inacreditável facilidade, o aprendizado tornou-se virtual, com crianças sendo capazes de apresentar realizações incríveis em seus trabalhos escolares, idosos aposentados recuperando a memória de suas terras natais, puxando pela Internet as doces recordações. A vida moderna foi invadida por uma série de neologismos como printar (imprimir), becapar (cópias de segurança), deletar (apagar) e nosso vocabulário enriquecido com termos ingleses como hyperlink, download, bugs, reply, forward, file, e muitos outros, que algum desavisado poderá pensar tratar-se de um novo dialeto, mas na dúvida é só falar com algum jovem internauta entre 10 e 12 anos e a tradução será espontaneamente feita. A informática tornou-se estratégica para todas as áreas administrativas, exatas, humanas ou biológicas, não havendo segmento onde essa ferramenta não possa agregar competitividade. Cuide-se, portanto, se este texto foi uma surpresa para você. Sandvik Coromant do Brasil

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Tool Services: Melhor Fornecedora em Serviços à Visteon do Brasil

A

empresa norte-americana Visteon, no Brasil há 30 anos (Guarulhos-SP), fabricante de chassis, interiores, sistemas eletrônicos entre outros, homenageou, em 6 de maio último, seus fornecedores de serviços. De dezoito fornecedores, apenas quatro receberam a premiação pelo relacionamento comercial e a qualidade de serviços. Essa categoria já era aplicada a fornecedores de materiais diretos, e esta é a primeira vez em que foram envolvidos os prestadores de serviços. A Tool Services, Jundial-SP, empresa do Grupo Sandvik, cujo core business é o gerenciamento e recondicionamento de ferramentas, ganhou o prêmio pelo trabalho que vem realizando há dois anos no setor de Juntas Hemocinéticas. A intenção básica da Visteon em contratar a Tool

Services foi promover o paradoxo de enxugar os custos melhorando, ao mesmo tempo, a qualidade do atendimento às necessidades dos setores produtivos. A Tool Services implantou, então, o software gerenciador da Sandvik Coromant, o AutoTAS. Onorival dos Santos, gerente de operações da Tool Services, comenta que : “O software é a principal ferramenta do trabalho de gerenciamento, pois nos dá condições de ter precisão e agilidade nos relatórios que identificam oportunidades de melhoria e, assim, aumentamos a eficácia em produtividade e custos, o que contribuiu para estabelecer excelente nível de confiança e estreitar ainda mais o relacionamento com este cliente”, explica. O software foi implantado em agosto de 2002 em sua plenitude, ou seja, todos os onze

módulos vem sendo aplicados e com sucesso. A Tool Services, graças à experiência que adquiriu atuando nesse mercado, entendeu bem as necessidades específicas da Visteon e, assim, os resultados logo foram aparecendo, a ponto de ser eleita por ela como o “melhor fornecedor em serviços”. A Tool Services possui em Jundiaí equipamentos de alta tecnologia e pessoal qualificado, resultando em ferramentas recondicionadas de alto desempenho, que minimizam a necessidade de compra de novas ferramentas, gerando importante economia nos custos de usinagem. Com a consolidada filosofia da Lean Manufacturing, a terceirização desse tipo de serviço passou a ser prática comum no mercado e a Tool Services soube fazer disso uma oportunidade de sucesso.

1ª. Jornada da Produtividade Industrial Sandvik-FEI

Francisco Marcondes, Gerente de Marketing e Treinamento e Cláudio Camacho, Diretor, ambos da Sandvik Coromant, e Nivaldo Coppini, Professor da UNIMEP.

38

O Mundo da Usinagem

A revista O Mundo da Usinagem , em parceria com a FEI e o patrocínio da Sandvik do Brasil promoveu, no dia 30 de maio último, a 1ª. Jornada da Produtividade Sandvik-FEI. A jornada, que se realizou junto ao 9º. ENCEP Encontro Nacional de Coordenadores de Engenharia de Produção -,

apresentou o resultado de recentes trabalhos no campo da produtividade industrial e debateu o papel do engenheiro como diferencial de competitividade nas organizações. Claudio Camacho, Diretor da Sandvik Coromant, lembrou a importância das empresas contribuirem com as Universidades, berço tecnológico para nossos jovens. Participaram dos debates representantes da ThyssenKrupp, Visteon, Romi, Voith, DaimlerChrysler, entre outros.


R

ealizou-se em São Paulo, no Anhembi, de 12 a 18 de Maio passado, a 9ª. FEIMAFE, Feira Internacional de Máquinas e Ferramentas. Nesta ocasião, o stand da Sandvik Coromant buscou refletir sobre tradição e inovação, partindo da sólida crença que a tecnologia de ponta, que tem ajudado a construir o mundo do futuro, não pode ignorar a tradição. Os valores tradicionais .

são incorporados, fazem parte de nosso dia-a-dia e nos acompanham futuro afora. O stand , que reproduziu uma Casa Bandeirista dos séculos XVII e XVIII, de onde partiam as Bandeiras e os Bandeirantes que conquistaram nossos sertões, alojou por 7 dias nossas mais novas ferramentas, apresentadas ao público por personagens da tradição nacional:

Saci, Yara, Boitatá, Currupira, Boto, etc. O stand foi visitado por cerca de 12 mil pessoas e muitas puderam participar do lançamento do livro História da Usinagem, da Editora Erica, SP.

Nortegubisian: Consultoria Como Rede de Conhecimento Criada há menos de um ano, a Nortegubisian é uma empresa de consultoria e treinamento capacitada a atuar em diversas áreas relacionadas à engenharia de fabricação. Seu diferencial está no fato de ser gerida por profissionais que possuem estreito relacionamento com grupos de pesquisa de instituições de ponta, como a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). A empresa, apesar de nova, já chama a atenção da concorrência pela proposta de trabalho diferenciada: a Nortegubisian funciona como uma rede de cooperação para a consultoria, inspirada no modelo de rede de troca de conhecimento, envolvendo universidades e centros de pesquisas. De acordo com Gustavo

Nucci Franco, sócio-diretor, a Nortegubisian atua nas áreas de administração estratégica, análise de investimentos, automação de processos, gestão da produção, gestão da cadeia de suprimentos, gestão de custos, manufatura enxuta, simulação em computador, sistemas de informação e teoria das restrições (TOC). A empresa já desenvolve trabalhos para a Siderúrgica Barra Mansa (da Votorantim Metais) e atualmente está em

fase de negociações para desenvolver trabalhos em diversos Estados, como Rio de Janeiro, Goiás e Minas Gerais. O primeiro evento com a finalidade de apresentar a empresa na região de Campinas e São Paulo foi realizado em 10 de abril e reuniu cerca de 30 pessoas, de mais de 25 empresas.

Bruno V.Bigatto, Antonio Carlos da Silva e Gustavo Nucci Franco, sóciosdiretores da Nortegubisian.

Sandvik Coromant do Brasil

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Nossos especialistas apresentaram os mais recentes lançamentos de produtos para um grupo de aproximadamente 600 clientes

R

ealizou-se dia 26 de abril o primeiro encontro CoroPak da Sandvik Coromant do Brasil, que contou com o patrocínio da revista O Mundo da Usinagem. A exemplo dos últimos eventos seus congêneres, o encontro se deu no Rancho Silvestre, EmbuSP, preparado para eventos. Dessa maneira, os clientes presentes puderam assistir, na parte da manhã, às apresentações dos especialistas da Coromant. A primeira palestra foi de Antonio Giovanetti, especialista da Sandvik Coromant em Torneamento, que discorreu sobre ferramentas para torneamento, dando ênfase à apresentação do CoroTurn novas classes GC 2025M25 (para aços inoxidáveis), GC 4005(para desbaste, usinagem média e high speed) e a Nova Classe Cermet CT 5005/CT 5015 e GC 1525 sem níquel, que foi substituído por cobalto (para usinagem de acabamento de alta qualidade em materiais pastosos). O especialista em Torneamento da Sandvik Coromant, Francisco Cavicchioli, apresentou a CoroTurn RC, Capto C6

40

O Mundo da Usinagem

(para máquinas multi-tarefas) e CoroTurn 107, com pastilhas para usinagem de alumínio, além da pastilha para corte na geometria CS, que gera cortes sem pips ou rebarbas. O especialista em furação da Sandvik Coromant, Dorival Silveira, comparou a performance da CoroDrill Delta C R415.5 com a nova R840, agora já testada no Brasil. O especialista em Die & Mould (Moldes e Matrizes) da Sandvik Coromant, Silvio Bauco, apresentou a CoroMill Plura (GC 1610,

1620, 1630) e a CoroMill 390/ Long Edge(Abacaxi). A visão de parceria da Sandvik levou-a a trazer especialistas em assuntos que agregam valor ao tempo que seus clientes investem em prestigiá-la com suas presenças. Convidou-se, assim, o Sr. Armando Matiolli, ex-professor da FGV e consultor da empresa de consultoria Gentia, que apresentou os conceitos administartivos do método de gestão Balanced Score Card, uma ferramenta de gestão que organiza os procedi-


mentos, em forma de placar, dando medida de desempenho à gestão estratégica da empresa. Essa ferramenta já está sendo usada pela Motorola, Telefônica, Volvo, McDonalds, Vivo, Nutrin e muitas outras empresas de grande e médio porte A palestra final coube ao Gerente de marketing e Treinamento da Divisão Coromant, Eng. Francisco Marcondes, que discorreu sobre as crenças e valores de um tipo de educação que nos prepara a dar respostas padrão e nos afasta dos caminhos da criatividade e, conseqüentemente, da competitividade. O Diretor da Sandvik Coromant, Cláudio Camacho, reiterou a posição da empresa em contribuir para a formação e treinamento contínuos de seus funcionários e de seus clientes. Os valores que a Sandvik sempre veicula, de colaboração e solidariedade, desta feita encontrou a pronta resposta de mais de 300 convidados, que trouxe-

ram latas de leite para a Associação Viva e Deixe Viver, que atende crianças soropositivas, filhas de pais aidéticos, sediada e trabalhando junto ao Hospital Emílio Ribas-SP. (Projeto Leite: www.vivaedeixeviver.org.br, fone 011-3698-1342). Os momentos de descontração e sociabilidade ficaram por conta do recital de música, com a Orquestra de Câmera MusipaZ,

do churrasco e de várias atividades de que participaram todos os convidados, como karaokê, sinuca, jogos vários, natação e, como não poderia deixar de ser, partidas de futebol. Realmente orgulhosa de ter podido receber 620 convidados neste dia, a Sandvik Coromant pretende aprimorar ainda mais o próximo CoroPak, a realizar-se em setembro próximo.

DHB Componentes Automotivos SA Recebe Certificação ISO 14001 As fábricas da DHB, localizadas em Porto Alegre – RS, conquistaram a certificação ISO 14001. Fabricante de sistemas de direção para aplicação automotiva e náutica, a DHB fornece seus produtos às maiores montadoras do país e também para diversas empresas do mundo. A história da conquista da certificação na norma ISO 14001, ocorrida em dezembro de 2002, começa com a implantação do Sistema de Gestão Ambiental. Inicia-

do em julho de 2001, o referido sistema exigiu esforços de todos os setores da fábrica, fazendo com que a empresa adquirisse uma responsabilidade ambiental ainda maior. Os resultados obtidos, passo a passo, foram: melhorias no gerenciamento de resíduos e efluentes, melhorias no atendimento às emergências e melhorias na infra-estrutura da fábrica. Foram mais de seis mil horas de treinamentos que envolveram funcionários, terceiros e fornecedores.

Mas não foram somente estas as mudanças ocorridas. A visão estratégica da DHB, em relação ao meio ambiente, também sofreu alteração: a empresa deixou de agir somente em função dos riscos, pois percebeu que a implantação do sistema também gerava excelentes oportunidades de negócio. Assim, a conquista da certificação foi o coroamento de um trabalho antigo, realizado por uma equipe multifuncional, cuja dedicação é digna de elogios.

Sandvik Coromant do Brasil

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Atividades de treinamento

O leitor de O Mundo da

Nesses primeiros cinco meses de 2003, tivemos uma boa procura por treinamento. Realizamos 67 eventos, 10 cursos para 233 pessoas e 57 palestras para 1098 pessoas, totalizando 1331 pessoas treinadas.

Usinagem pode entrar em contato com a revista para apresentar sugestões e/ou críticas, além de fazer consultas sobre eventuais proble-

Eventos com Universidades e escolas técnicas

mas técnicos de usinagem que vem

Recebemos visita à planta de metal duro dos SENAIs Morvan Figueiredo, da Voith, da INA , São Caetano do Sul e Osasco e das universidade São Francisco, UNIBAN e Mackenzie (área de materiais). — Semana de Engenharia da Universidade São Judas com um público de aproximadamente 200 pessoas. — Visita de 42 professores do CETEMP- RS. — Mini-curso para os alunos da engenharia da USP-SC.

enfrentando em sua empresa para que eles sejam avaliados e, se for o caso, solucionados pelo Corpo Técnico da Sandvik Coromant. Para isso, basta recorrer a: omundo.dausinagem@sandvik.com Se preferir, o leitor também pode se comunicar com a Sandvik

COBEF

Coromant por telefone, entrando em

Realizou-se de 18 a 21 de maio passado, em Uberlândia-MG, o 2 o. COBEF - Congresso Brasileiro de Engenharia de Produção. Maiores informações em www.cobef.mecanica.ufu.br

contato com: Departamento Comercial (011)5696 5604 Atendimento ao Cliente

ENCEP

0800 55 9698

O 9o. ENCEP - Encontro Nacional de Coordenadores de Cursos de Engenharia de Produção- foi realizado de 28 a 30 de maio passado. Organizado pela ABEPRO - Associação Brasileira de Engenharia de Produção / FEI e pelo Centro Universitário da Fundação Educacional Inaciana, o evento reuniu Coordenadores de cursos de graduação e de pós-graduação de várias universidades de muitos estados, além de representantes de importantes empresas de manufatura.

Programa de Treinamento 2003 Mês Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. TBU TFR UMM EAFT EAFF OUT OUF

42

TBU

TRF

UMM

28 e 29

EAFT

EAFF

04,05 e 06

14, 15 e 18

OUT

OUF 18, 19, 20 e 21

01 e 02 15 27 e 28 24 e 25

22, 23, 24 e 25 06, 07, 08 e 09 20,21 e 22 03,04 e 05

17, 18, 19 e 20 01, 02, 03 e 04

Técnicas Básicas de Usinagem (14horas em 2 dias) Técnicas de Furação e Roscamento com macho (07 horas em 1 dia) Usinagem de Mods e Matrizes (28 horas em 4 dias) Escolha e Aplicação de Ferramentas para Torneamento (21 horas em 3 dias) Escolha e Aplicação de Ferramentas para Fresamento (21 horas em 3 dias) Otimização da Usinagem em Torneamento (28 horas em 4 dias) Otimização da Usinagem em Fresamento (28 horas em 4 dias)

O Mundo da Usinagem

SENAI-CIMATEC Salvador-BA ( 71) 462-9500/462-9599 BOSCH FREIOS Campinas, SP. (19) 3772-5103/5290/5409 VILLARES METALS - GRUPO SIDENOR Sumaré-SP (11)6341-7278 DIFRAN Sorocaba - SP (15) 225 - 2969 DAIMLERCHRYSLER São Bernardo do Campo - SP (11) 4173 -6557 TRITEC MOTORS Campo Largo - PR (41) 391- 4693


Ceará CE

Amazonas AM

Pernambuco PE

Ferrametal Fortaleza Tel: (0xx85) 287 4669 Fax: (0xx85) 217 1558 E-mail: ferrametal@secrel.com.br

MCI Manaus Tel: (0xx92) 663 2544 Fax: (0xx92) 663 2544 E-mail: mci@internext.com.br

Recife Tools Recife Tel: (0xx81) 3268 1491 Fax: (0xx81) 3441 1897 E-mail: recifetools@veloxmail.com.br

Espírito Santo ES

Rio De Janeiro RJ

Bahia BA

Hailtools Vila Velha Tel: (0xx27) 3349 0416 Fax: (0xx27) 3239 3060 E-mail: hailtools@bol.com.br

Jafer Rio de Janeiro Tel: (0xx21) 2270 4835 Fax: (0xx21) 2270 4918 E-mail: jafer@ajato.com.br

Sinaferrmaq Lauro de Freitas Tel: (0xx71) 379 5653 Fax: (0xx71) 379 5844 E-mail: sinaferr@terra.com.br

Mato Grosso do Sul MS

Machfer Rio de Janeiro Tel: (0xx21) 2560 0577 Fax: (0xx21) 2560 0577 E-mail: machfer@openlink.com.br

Kaymã Campo Grande Tel: (0xx67) 321 3593 Fax: (0xx67) 383 2559 E-mail: vendas@kayma.com.br

Minas Gerais MG Escândia Belo Horizonte Tel: (0xx31) 3295 7297 Fax: (0xx31) 3295 3274 E-mail: escandia@terra.com.br Sandi Belo Horizonte Tel: (0xx31) 3295 5438 Fax: (0xx31) 3295 2957 E-mail: sandiferramentas@uol.com.br Tecnitools Belo Horizonte Tel: (0xx31) 3295 2951 Fax: (0xx31) 3295 2974 E-mail: tecnit@terra.com.br Tungsfer Ipatinga Tel: (0xx31) 3825 3637 Fax: (0xx31) 3826 2738 E-mail: tungsfer@uai.com.br

Santa Catarina SC GC Joaçaba Tel: (0xx49) 522 0955 Fax: (0xx49) 522 0955 E-mail: gc@softline.com.br

Toolset Rio de Janeiro Tel: (0xx21) 2290 6397 Fax: (0xx21) 2280 7287 E-mail: toolset@openlink.com.br Trigon Rio de Janeiro Tel: (0xx21) 2270 4566 Fax: (0xx21) 2270 4566 E-mail: trigon@ajato.com.br

Rio G. do Sul RS Arwi Caxias do Sul Tel: (0xx54) 223 1388 Fax: (0xx54) 223 1388 E-mail: arwi@arwi.com.br Consultec Porto Alegre Tel: (0xx51) 3343 6666 Fax: (0xx51) 3343 6844 E-mail: consultec@consultec-rs.com.br F.S. Representações Porto Alegre Tel: (0xx51) 3342 2366 / 3342 2463 Fax: (0xx51) 3342 2784 E-mail: vendas@fstools.com.br

Paraná PR

São Paulo SP Atalanta São Paulo Tel: (0xx11) 3837 9106 Fax: (0xx11) 3833 0153 E-mail: atalantatools@uol.com.br Cofast Santo André Tel: (0xx11) 4997 1255 Fax: (0xx11) 4996 2816 E-mail: cofast@cofast.com.br Cofecort Araraquara Tel: (0xx16) 232 2031 Fax: (0xx16) 232 2349 E-mail: cofecort@aol.com Comed Guarulhos Tel: (0xx11) 6442 7780 / 209 1440 Fax: (0xx11) 209 4126 E-mail: comed.sp@superig.com.br Diretha São Paulo Tel: (0xx11) 6163 0004 Fax: (0xx11) 6163 0096 E-mail: diretha@diretha.com.br Maxvale São José dos Campos Tel: (0xx12) 3941 2902 Fax: (0xx12) 3941 3013 E-mail: maxvale@directnet.com.br Mega Tools Campinas Tel: (0xx19) 3243 0422 Fax: (0xx19) 3243 4541 E-mail: megatools@terra.com.br

Repatri Criciúma Tel: (0xx48) 433 4415 Fax: (0xx48) 433 6768 E-mail: repatri@terra.com.br

Gale Curitiba Tel: (0xx41) 339 2831 Fax: (0xx41) 339 1651 E-mail: galeferramentas@terra.com.br

Thijan Joinville Tel: (0xx47) 433 3939 Fax: (0xx47) 433 8368 E-mail: thijan@netvision.com.br

Oliklay Curitiba Tel: (0xx41) 327 2718 Fax: (0xx41) 248 8204 E-mail: oliklay@brturbo.com

PS Ferramentas Bauru Tel: (0xx14) 234 4299 Fax: (0xx14) 234 1594 E-mail: ps@psferramentas.com.br

Logtools Joinville Tel: (0xx47) 422 1393 Fax: (0xx47) 3026 5727 E-mail: logtools@netvision.com.br

PS Ferramentas Maringá Tel: (0xx44) 265 1600 Fax: (0xx44) 265 1400 E-mail: psparana@psferramentas.com.br

Pérsico Piracicaba Tel: (0xx19) 3413 2633 Fax: (0xx19) 3421 2832 E-mail: persicof@terra.com.br

Sandvik Coromant do Brasil

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