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4. 2004 Publicação da Divisão Coromant da Sandvik do Brasil ISSN 1518-6091 RG. BN 217.147

Sandvik Coromant do Brasil

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Como editores de uma revista de usinagem vivemos o

excelente oportunidade de negócios.

paradoxo de encontrar matérias técnicas que possam con-

Comprovamos também que serviços continuam sendo a

tribuir com a ampliação do conhecimento científico de nos-

tônica dos diferenciais de competitividade dos fornecedores

sos leitores, mas que ao mesmo tempo possam proporcio-

de ferramentas, pois otimizar processos e parâmetros de cor-

nar uma leitura aprazível e curiosa. Habituados às necessi-

te é dado como algo que já não agrega mais valor. Assim, sai

dades e racionalidade de um público exigente, buscamos

na frente quem tiver visão sistêmica e talento para elaborar

sempre obter a colaboração das melhores instituições e dos

estratégias de serviços que excedam as expectativas de clien-

melhores pesquisadores a fim de garantir qualidade ao

tes, que em passado recente se contentavam com as entregas

aspecto científico.

em seus setores de recebimento.

Por outro lado, fazer do assunto técnico algo aprazível

Como pudemos ver a usinagem continua sendo uma inte-

já é bem mais difícil, por esse motivo ficamos muito felizes

ressante alternativa de investimento, principalmente para

ao encontrarmos um caso ímpar de empreendedorismo onde

profissionais criativos e empreendedores atentos às diversas

a demanda de peças para automóveis antigos abriu uma

demandas que possam surgir em certos nichos de mercado.

Índice Suprimentos Mapeamento do Fluxo Logístico ..........................................................pág. 04 Ponto de Vista Nas Estradas do Crescimento ...............................................................pág. 08 Empreendedores Flaus e Coromant: Continuidade Tecnológica com Soluções de Ponta........................................................................pág. 10 Produtividade Torneamento da Liga Ti6Al4V...............................................................pág. 16 Pesquisa & Desenvolvimento Análise de Tempos de Prepação em Máquinas CNC ..................................pág. 20 Gestão Empresarial John Deere : O Brasil e a Importância do Agronegócio para o País ......................................................................pág. 26 O Gerenciamento de Ferramentas no Mundo Globalizado .....................pág. 30 O TS Thyssen Entra no Mercado de Máquinas Seriadas .....................................pág. 32 Otimizando o Retorno sobre o Investimento em Novas Máquinas ................................................................................pág. 34 Gestão Empresarial Tecnologia é Fundamental Para a Difusão Tecnológica................................pág. 36 Página da Abepro Enegep supera expectativas com 2.200 inscritos.......................................pág. 38 Destaques Fresa CoroMill® 210 de Facear e para Mergulhos em Tamanhos Maiores .......................................................................pág. 39 Página de Natal .............................................................................pág. 41 Contatos ........................................................................................pág. 42 2

O Mundo da Usinagem


Palavra do Diretor O Mundo da Usinagem Publicação trimestral da Divisão Coromant da Sandvik do Brasil S.A. ISSN 1518-6091 RG.BN 217.147

recordes e paradigmas no cenário Brasileiro. Várias empresas e segmentos de mercado tiveram seu melhor desempenho de todos os tempos, tanto no que tange a produção como também no aspecto financeiro.

e-mail: omundo.dausinagem@sandvik.com

SANDVIK DO BRASIL Presidente: José Viudes Parra

DIVISÃO COROMANT Diretor Coromant Cláudio José Camacho Gerente de Marketing e Treinamento Francisco Carlos Marcondes Coordenadora de Marketing Heloisa Helena Pais Giraldes Assistente de Marketing Cibele Aparecida Rodrigues dos Santos Conselho Editorial Nivaldo L. Coppini, Adriano Ventura, José Carlos Maciel, Roberto Saruls, Francisco C. Marcondes, Antonio Borges Netto, Marlene Suanno, Tadeu B. Lins, Heloisa H. P. Giraldes, Aryoldo Machado, José Edson Bernini e Fernando G. de Oliveira Coordenadora da publicação Vera Lúcia Natale Editoria: Depto. de Marketing da Divisão Coromant Responsável: Francisco C. Marcondes Jornalista responsável Heloisa Helena Pais Giraldes MTB 33846 Propaganda: Gerente de contas Thaís Almeida Tel.: (11) 6335-7558 Cel.: (11) 9909-8808 Fotógrafos Marcos Magaldi; Pierre Yves Refalo; Heitor Marcon; Daniele Bonato Criação, Ilustração,Editoração: Arte Gráfica Revisor: Fernando Sacco Fotolito: GraphBox-Caran Gráfica:

O ano de 2004 foi marcado como um ano de quebra de

GraphBox-Caran

Tiragem: 12.000 exemplares

A exportação de nossos produtos foi o fator primordial para nossas empresas crescerem e expandirem suas capacidades. Assim, tivemos vários recordes: na produção de automóveis, tratores, caminhões, implementos agrícolas, grãos, etc. Que ano! O fato mais importante na minha opinião, no entanto, é que 2004 termina mas nos deixa a certeza de que o novo ano que se aproxima vem também com excelentes perspectivas, ainda mais promissoras e que, finalmente, teremos um ciclo de crescimento mais prolongado do que vínhamos tendo nas últimas décadas. Fizemos um bom trabalho e, devido a isso, estamos preparados para os futuros desafios e conquistas. Certamente há muito mais a ser feito, mas estamos preparados. Produtividade, competitividade, flexibilidade, são palavras que não saem de nosso dia a dia e que foram, são e serão a razão de nosso sucesso, motivo de podermos celebrar as vitórias e conquistas! Por muitas vezes, devido à nossa busca incessante de melhoria, nos esquecemos de comemorar os sucessos

Produtividade, competitividade, flexibilidade, são palavras que não saem de nosso dia a dia e que foram, são e serão a razão de nosso sucesso, motivo de podermos celebrar as vitórias e conquistas!

obtidos, de dividir a alegria de um êxito com as pessoas que estão à nossa volta, e esse esquecimento acaba tornando nosso dia a dia mais tenso e estressante. É claro que temos nossos objetivos a serem atingidos, mas não podemos deixar de contemplar as belezas e ensinamentos existentes nos caminhos que trilhamos para a obtenção do sucesso, pois eles nos darão o conhecimento para os novos desafios do futuro. Gostaria de dividir a alegria de nossas conquistas com vocês, nossos clientes e amigos, pois só conseguimos atingir e superar nossos objetivos devido ao trabalho em conjunto que realizamos durante todo ano. Vamos comemorar as conquistas e o sucesso deste ano, pois isso nos dará forças para, juntos,comemorarmos nosso sucesso do próximo ano. Que a celebração do Natal nos traga a paz do dever cumprido e que tenhamos todos um 2005 cheio de novas realizações e comemorações.

Av. das Nações Unidas, 21.732 Santo Amaro - São Paulo - SP CEP 04795-914

Cláudio José Camacho Diretor - Coromant

Um grande abraço!

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Em muitas empresas a cadeia de suprimentos inicia-se com o pedido do cliente e termina com o envio do produto ao cliente passando pelos diversos elos do canal de distribuição

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s e m p r e s a s de classe mundial (world class) têm alcançado alto desempenho através de: redesign dos processos de negócios, das políticas e dos procedimentos com base nas melhores práticas (best practices); integração interna dos processos de negócios em fluxos de informações (incluem upgrade de todos os sistemas); definição de indicadores de desempenho chave para a cadeia de suprimentos; assegurar a conformidade (normas ISO); desenvolvimento de relacionamento e integração externa da cadeia de suprimentos (inclui o compartilhamento de informações e avaliações) e obtenção de um novo valor de mercado. Para se realizar o mapeamento da cadeia logística há uma série de modelos, tais como: SCOR (Supply Chain Operations Reference) uma ferramenta de gerenciaAntonio Batocchio DEF-FEM-UNICAMP Diego de Carvalho Moretti Mestrando FEM-UNICAMP. Flavio Roberto S. Santos YKP Consultoria e Sistemas

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mento composta por um modelo de referência em SCM formulado e mantido pelo Supply-Chain Council (SCC, 2004); VSM (Value Stream Mapping) uma ferramenta para a modelagem da cadeia de valor, que visa identificar as diversas atividades (agregam valor e não agregam valor) que compõem esta cadeia (Rother e Shook, 1999); modelo de processos CPFR (Collaborative Planning Forecasting and Replenishment) que é dividido em nove passos organizados em três etapas: planejamento, previsão de demanda e reabastecimento. O CPFR foi desenvolvido pelo Voluntary Interindustry Commerce Standards (VICS, 2002). Neste artigo, apresenta-se o modelo SCOR para o mapeamento da cadeia logística, além de aspectos relevantes relacionados ao mapeamento.

SCOR-Supply Chain Operations Reference O SCOR (Supply Chain Operations Reference) é modelo de referência que integra conceitos

de re-engenharia de processos de negócios, benchmarking e processos de métricas em uma estrutura interfuncional (SCC,2004). O modelo possibilita a identificação do estado atual dos processos e a construção do estado futuro baseado nos objetivos das empresas; quantificar a performance operacional da empresa em função de companhias similares e estabelecer alvos decorrentes das melhores métricas da sua indústria; caracterizar as práticas gerenciais e softwares que podem ajudá-la a atingir resultados best-in-class. Engloba todas as interações com clientes (desde entrada de pedidos até o pagamento das faturas), todas as transações com materiais (desde o fornecedor do fornecedor até o cliente do cliente – cadeia de suprimentos estendida) e marketing (desde a demanda agregada até o atendimento de cada pedido). O SCOR é dividido em


seis processos: planejamento, suprimentos, fabricação, entrega, retorno e capacitação. Cada um deles possui subdivisões, totalizando-se 30 sub-processos, como pode ser visto na figura 2. A descrição dos sub-processos é feita mediante informações como: nome completo do sub-processo, notação, definição, atributos de performance, métricas e melhores práticas (Santos, 2004).

a) Planejamento O processo P1, planejamento da cadeia de suprimentos, envolve processos de suprimento e demanda altamente integrados por via digital, considerando pedidos de venda aos clientes e pedidos de compra aos fornecedores. Considera, ainda, previsão de vendas e o sinal de demanda de modo instantâneo. Também requer a disponibilização dos recursos da cadeia de suprimento no tocante à capacidade e posição de estoques. Este processo deve ser mensurado principalmente pela taxa de acerto da previsão de vendas, performance de entrega baseado na data requisitada para recebimento pelo cliente, taxa de atendimento dos pedidos e lead time de produto acabado/pedido de vendas. O processo P2, planejamento do fornecimento, engloba o estabelecimento dos planos de aquisição de materiais necessários. Este processo prevê a disponibilização aos fornecedores de informações referente à programação da produção. O planejamento de fabricação, processo P3, tem como objetivo a elaboração do plano de produção Usa as informações de programação da produção e capacidade do fornecedor, posição de estoques e programação de entregas do fornecedor. O planejamento de entregas, processo P4, visa elaborar o

plano de entregas. O processo P5, planejamento do retorno, é referente ao retorno de materiais e produtos. O processo EP, preparação para o planejamento, tem como objetivo criar as condições para a elaboração do planejamento. Este processo utiliza algumas informações adicionais de estratégia de estoques, incluindo as localizações em toda a cadeia de suprimentos e informações acerca dos eventos planejados.

b) Fornecimento O processo de fornecimento de material de estoque, processo S1, exige como informação básica os pedidos de compra. Os pedidos de compra devem registar a data solicitada e/ou prometida de entrega, de modo a permitir aos fornecedores que enviem uma programação de entregas. À medida que as operações ocorrem, a empresa pode mensurar a taxa de atendimento dos pedidos, avaliando se todos eles foram enviados corretamente, considerando data de entrega planejada, defeitos, documentação, etc. Ainda, há a recomendação da utilização de Kanban eletrônico com fornecedor para fornecer sinais de reabastecimento. Outra recomendação importante é a utilização de código de barras nos materiais, servindo de meio de divulgação de informações sobre as mesmas de maneira a otimizar processos de recebimento e estocagem. Também, a passagem de informações acerca do local de utilização das mercadorias permite que os fonecedores possam realizar a entrega diretamente neste local, evitando-se operações de estocagem. Os processos S2 e S3, fornecimento de material make-toorder e engineer-to-order, são praticamente idênticos ao anterior, envolvendo portanto informações de gerenciamento dos perfis dos itens.

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[ S uprimentos ]

gerenciamento de comércio exterior há troca eletrônica de documentação com fornecedor estrangeiro e despachante aduaneiro e rastreabilidade de lote de fornecimento.

FABRICAÇÃO

O processo de preparação do fornecimento, processo EP, envolve alguns sub-processos. Os sub-processos de manutenção de informações acerca do fornecedor, avaliação dos fornecedores e gerenciamento da rede de fornecedores são comple6

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mentares. O sub-processo de gerenciamento dos produtos em recebimento engloba informações referentes à entrega dos pedidos pela parte do fornecedor e dos detalhes logísticos pela parte da transportadora. No sub-processo de

O processo de fabricação de material de estoque, processo M1, utiliza informações do plano de produção, programação de recebimento/entregas e local de utilização das mercadorias. Adicionalmente, da mesma maneira que no processo de fornecimento, além do suporte à rastreabilidade de lote de fornecimento, pode haver divulgação de sinais de reabastecimento para fornecedores, como o kanban eletrônico, bem como de informações acerca do local de utilização das mercadorias e acesso a informações de nível de estoques dos fornecedores, permitindo que estes possam realizar a entrega diretamente no ponto de utilização no chão-de-fábrica. A informação principal gerada por este processo é a programação da produção. Inclusive, esta pode ser divulgada para os clientes e transportadoras. Ainda no processo de fabricação, existe a possibilidade de se efetuar a entrega dos produtos recém-fabricados diretamente aos clientes, envolvendo trocas de informação de status das ordens de produção, sob o rótulo de status dos pedidos, com clientes e transportadoras. Os processos M2 e M3, fabricação de material maketo-order e engineer-to-order, são praticamente idênticos ao anterior, envolvendo portanto informações de gerenciamento dos perfis dos itens. No processo M3 a metodologia reforça a recomendação do envio de informações referentes ao status dos pedidos para os clientes. A preparação para a fabricação, o processo EM, tem como objetivo criar as condições para a manufatura dos pro-


dutos. Este, não envolve troca de novas informações.

Entrega As atividades referentes à entrega dos produtos estocáveis, processo D1, envolvem os passos desde a retirada dos produtos acabados no depósito até a entrega no cliente frente à um pedido deste. O ponto de partida da entrega é a resposta às demandas dos clientes, através dos pedidos ou cotações. Como sugestão de melhores práticas, a metodologia recomenda o comércio eletrônico e a integração de sistemas entre cliente e fornecedor. Estas serviriam para trocas de informações de estoques, status de pedidos, programação de entregas e pedidos feitos pelos clientes diretamente no sistema do fornecedor. Estes devem conter a data de entrega planejada negociada entre as partes. Em relação à roteirização das cargas, a metodologia recomenda a adoção de tecnologias via satélite e GPS (Global Positioning Systems) para realizar o rastreamento das cargas, através da rastreabilidade por lote durante o processo de entregas. O processos D2, entrega de material make-to-order, é praticamente idêntico ao anterior, salvo que o processo de entrega só é iniciado mediante a confirmação dos pedidos, envolvendo, portanto, informações de gerenciamento dos perfis dos itens. A entrega dos produtos engineer-to-order, processo D3, apresenta algumas diferenças em relação aos dois processos anteriores. Principalmente no tocante ao início do processo, que envolve a obtenção, análise e resposta dos documentos RFP (request for proposal) e RFQ (request for quote), antes do negócio ser fechado e o pedido confirmado, envolvendo, portanto, informações de gerenciamento dos perfis dos itens. A preparação para a entrega, o processo ED, tem como

objetivo criar as condições para a entrega dos produtos. Há o acesso por parte dos clientes via Internet ao status dos pedidos e à programação de entregas. Também há a medida da performance da transportadora que efetua as entregas, que necessita de informações sobre a entrega, tais como data, hora e estados das mercadorias.

Retorno De modo diferente dos processos anteriores, o retorno não é subdividido em produtos de estoque, make-to-order ou engineering-to-order. Neste caso, a sub-divisão é baseada em produtos com defeito, produtos MRO e produtos em excesso. O processo de retorno de produtos com defeito, processo R1, é iniciado com alguma solicitação de retorno de produto, que pode ser para atender requisitos de garantia, não-conformidade com especificações ou outro motivo similar. A ação de trazer de volta os produtos deve obedecer a uma programação do retorno. Também a devolução do produto substituto ou concessão de crédito ao cliente deve ser informada à este. Os processos retorno de produtos MRO e retorno de produtos em excesso, processos R2 e R3, respectivamente, envolvem as mesmas informações já citadas para o processo R1. O processo ER, prepara-

ção para o retorno, é iniciado com a definição dos critérios de decisão para o retorno, através dos quais são estabelecidas regras da condução do processo, níveis de serviço e outras, entre as partes envolvidas.

Comentários Finais Apresentou-se o modelo SCOR para o mapeamento da cadeia logística, contemplando aspectos relacionados aos macroprocessos e aos seus detalhamentos (microprocessos). A partir do mapeamento, pode-se identificar claramente os aspectos importantes da cadeia logística, permitindo algumas definições, tais como: identificação de atividades que agregam valor e as que não agregam, otimização da cadeia, determinação de custos, gerenciamento adequado da cadeia, seleção de tecnologias, definição de métricas de desempenho, etc. Desta feita, demonstra-se a importância do mapeamento da cadeia logística e o seu potencial para se explorar o ganho de competitividade de negócios com base na cadeia logística. Algumas empresas que utilisam o SCOR (SCC, 2004): AT&T, Boeing, Bombardier, Basf, Bayer, Avon, Borden, Cisco, Coca-Cola, Compaq, Ford, HP, Hitachi, IBM, ICI, IDS, Intel, Lockheed, Imation, I2, Nabisco, Manugestics, Merck, SAP, Siemens, etc.

Referências Bibliográficas ROTHER, M. & SHOOK, J., Aprendendo a Enxergar: Mapeando o Fluxo de Valor para Agregar Valor e Eliminar o Desperdício. Baseado na versão original 1.1. São Paulo: Lean Institute Brasil, 1999. SANTOS, F.R.S., Ferramentas para a Análise de Disponibilidade e do Impacto das Informações na Gestão da Cadeia de Suprimentos: um Estudo de Caso. Dissertação de Mestrado Profissional, FEM, UNICAMP, Campinas, 2004. Supply Chain Council - Supply-Chain Operations Reference Model, versão 6.01 (2004), Disponível em <http://www.supply-chain.org>. Acesso em 01/11/2004. Voluntary Interindustry Commerce Standards (VICS). Collaborative Planning, Forecasting and replenishment (CPFR) Versão 2.0, 2002. Disponível em <www.cpfr.org>. Acessado em 01/10/2002.

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A reativação da economia é, felizmente, uma realidade que pode ser percebida na maioria dos segmentos produtivos do Brasil, embora ainda não tenha repercutido, da forma como se espera e necessita, na geração de empregos e no aumento da renda média dos brasileiros

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entre os vários termômetros de que nos valemos para afirmar isso, está a vitalidade apresentada, novamente, pela indústria automotiva, que se dissemina por toda a economia. Lidamos com essa realidade diariamente pois, dentre novos serviços, estão a consultoria e gestão de seguros em infra-estrutura (o que abrange, por exemplo, concessões de rodovias), de seguros de automóveis (como os das frotas empresariais), e o seguro de transporte internacional, importação e exportação. Isso demonstra que a economia brasileira ainda é acelerada pelas indústrias automotiva, de agronegócios e da construção. Desses segmentos, somente o da construção ainda encontra mais dificuldades para decolar, pois depende muito da renda da classe média que, como já afirmamos, ainda está longe de recuperar seus melhores momentos. Esse crescimento da indústria automotiva é fundamental para o Brasil, não só em termos de geração de empregos e de arrecadação de impostos municipais, estaduais e federais. É vital para que a tecnologia de ponta utilizada no Brasil não sofra com uma Christopher Wellington Diretor Executivo Aon - Consultores de Seguros e Benefícios

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defasagem (o chamado gap tecnológico) muito grande em relação ao exterior. Não foi por acaso que, nos últimos meses, fomos brindados com boas notícias no campo da flexibilidade de combustíveis, o que dá aos consumidores margem de manobra na hora de encher o

tanque, escolhendo entre gasolina, álcool e gás natural. Flexibilidade que, no caso do álcool e do gás, também é extremamente positiva para nossa saúde, pois reduz os índices de poluição nas grandes cidades brasileiras. Hoje, o efeito do crescimento da indústria automotiva é ainda maior e mais rápido, devido à descentralização dos pólos automotivos – que, além do tradicional ABC paulista, estão na

região da Grande Curitiba, da Grande Porto Alegre, na Bahia e em Goiás. Devido à nossa atuação em nível nacional, percebemos mais facilmente essas realidades e constatamos que esse crescimento chega às grandes metrópoles, às regiões produtoras de alimentos, como uma esperada chuva na lavoura. O Brasil pode e precisa crescer em níveis ainda mais elevados, para resgatar aqueles que ainda não conseguiram retornar ao mercado de trabalho; para abrir a primeira vaga àqueles que chegam, anualmente, a esse mercado; e para melhorar as condições de emprego e renda. Mas, não vamos nos enganar: só continuaremos nessa trilha de crescimento se, no menor prazo possível, as taxas de juros voltarem a cair. E se a infra-estrutura – energia elétrica, portos, aeroportos, estradas, telecomunicações, silos e armazéns, e segurança – for recuperada, recebendo os investimentos que merece e de que precisa urgentemente. Nada disso é fácil, mas o retorno justifica. Sem contar que, com um ciclo virtuoso de crescimento, as montadoras de automóveis, as construtoras e as empresas de agronegócios precisarão de mais coberturas de seguros para proteger seus novos negócios , mas isso já é uma outra história.


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om 28 funcionários, a empresa fatura R$ 3,5 milhões por ano e tem um patrimônio em equipamento de mais de R$ 2 milhões. Com centro de usinagem e tornos CNC, prensas, guilhotinas, equipamentos de pintura, furadeiras, a Flaus de Maringá-PR produz 600 itens, vendidos em todo o País e também em países da América Latina, como Chile e Equador. O projeto da fábrica começou como um serviço extra de fim de semana, ajudado por toda a família. Trabalhava durante a semana como vendedor de uma loja de autopeças e, no fim de semana, junto com a esposa e amigos, montava kits de peças. “Como machucava meus dedos por ficar rosqueando peça, naquela época!”, lembra a esposa de Flausino, Arletti Santos Dias, revelando o esforço conjunto necessário para iniciar o projeto. Vivendo em Maringá (PR) desde que nasceu, Flausino começou sua carreira no mercado de autopeças, com Cindy Corrêa

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A paixão por carros antigos e o empreendedorismo levaram Marcos Flausino Dias a levantar um pequeno conglomerado de autopeças para veículos fora de linha. Aos 39 anos, ele é proprietário da Flaus, fabricante de peças para veículos com mais de dez anos, além de desenvolver máquinas para uso, tanto na fábrica, quanto para comercialização. 16 anos, entregando pedidos com sua bicicleta, cargo em que ficou pouco, pois passou para o serviço fixo de varredor. No decorrer dos anos, Flausino conseguiu atingir a posição de vendedor, mas não estava satisfeito. Junto com um amigo, que era torneiro mecânico, sempre se perguntava sobre a possibilidade de começar a produzir alguma peça com boa saída e pouco abastecimento. “Até percebi a procura por algumas peças, mas sempre achava que seria muito complicado produzí-las”, diz ele. Embora não possuísse nenhum conhecimento de engenharia ou mesmo curso de torneiro mecânico, sua percepção nunca o enganou. Foi assim que, em 1994, surgiu a idéia que concretizaria o início da Flaus. Como vários proprietários de veículos da antiga linha F da Ford consultassem, sem sucesso, a loja de peças em busca da junta elástica da direção, Flausino percebeu o potencial desse mercado de peças para veículos antigos. A borracha da junta elástica da direção dos modelos da linha F da Ford (F1000/F400/700) se desgasta, mas a Ford não fabrica mais essa peça.

Flausino decidiu apostar nessa idéia, mas pensou em uma solução melhor: fazer o sistema de sustentação da junta em rosca, e não fixo como era o original. Assim, no futuro, o proprietário só precisaria trocar a borracha (reparo), não mais todo o sistema. Nessa época, o volume de pedido ainda era de 30 unidades por mês, mas o primeiro salto se aproximava. Flausino contratou um revendedor amigo que ia para Foz do Iguaçu e pediu-lhe para negociar a venda de sua peça e ele conseguiu vender 600 unidades para entregar em 30 dias. O novo empresário, por um momento, entrou em pânico, sem saber como administrar esse aumento na produção. Decidiu não vacilar, aceitou o contrato e foi atrás de formas de entregar o produto no tempo requerido. Hoje, Flausino reconhece que o pedido foi um pouco superior à sua capacidade de então. “Não dava para fazer, mas fizemos. Atrasamos um pouco, mas foi aí que eu percebi que precisava tomar uma providência”, nos diz.


Operação de faceamento da flange clark F1000 FoFo-GG20 com Porta-Ferramenta T-Max P e respectiva pastilha intercambiável. Ao lado, close da flange e reparo da junta elástica F1000.

E o próximo passo foi comprar o seu próprio torno. Seguindo a cartilha do empreendedor, mesmo sem conhecê-la, Flausino desenvolveu uma rede de contatos que seriam úteis no futuro. A empresa, da qual ele alugava o torno, decidiu renovar o parque industrial e se desfazer do equipamento antigo. A primeira pessoa para quem essa empresa ofereceu os tornos usados foi Flausino e para fechar o negócio, ele trocou sua moto Honda e pagou algumas prestações. Porém, esse dinheiro não precisou ser financiado,

já que ele continuava vivendo com o salário de vendedor da loja de autopeças, e juntava todo o faturamento da venda das peças produzidas para investir em equipamento. Antes mesmo de ter o seu próprio torno, a empresa já tinha iniciado a expansão do catálogo, sempre com base na demanda não suprida na loja em que trabalhava. Foram três anos antes de chegar ao seu primeiro torno CNC, mas já oferecia 70 itens em seu catálogo. Sua paixão por carros antigos

Da esquerda para direita: Marcio Henrique Tonon, Administrador - PS Ferramentas Paraná; Adriano Ribeiro Martins, Consultor Técnico - PS Ferramentas Paraná; Marcos Flausino Dias, Diretor Proprietário da Flaus e Henrique Aparecido Rossi, Vendedor Técnico - PS Ferramentas Paraná.

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[ E mpreendedores ] Vista do interior da Flaus, Maringá-PR.

e motos foi decisiva para a especialização da Flaus em peças de veículos antigos. “Eu sei que vende pouco, mas ninguém mais produz. Esse é o meu mercado”, diz. A Flaus atua na fabricação de peças para caminhões e caminhonetes com ano de fabricação a partir de 1958. “A Ford cancela a linha, eu começo a fazer. E a linha diesel não morre, muito menos no interior do País”, revela. Apenas com o ensino médio concluído, Flausino nunca estudou mecânica, engenharia ou administração. Mesmo assim, poderia ser professor de muitos empresários, tendo se cercado do apoio técnico necessário para suprir seus pontos de menor conhecimento. A maior parte das peças produzidas pela Flaus é estampada, com apenas 30% a 40% sendo usinadas. Mas, considerando o faturamento, essa situação se inverte e as peças usinadas passam a representar 60% do faturamento da empresa. Por isso, desde que comprou seu primeiro torno, Flausino procurou o distribuidor autorizado da Sandvik Coromant para garantir a instalação das ferramentas corretas em seu equipamento e tem recebido suporte constante da PS Ferramentas, que atua na região noroeste do Paraná e oeste do estado de São Paulo, com produtos e estoque direcionado às necessidades dos clientes regionais. Flausino tem um capricho espe12

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cial com o torno TB 42 CNC, que faz componentes da primeira peça que fabricou. Neste torno é utilizado o bedame para corte R123 E2 0200 0502 CM 4125 e para torneamento a pastilha DCMT 11T304 UM 1025. A peça que é usinada nessa máquina faz parte da junta elástica da direção, o pino-trava, desenvolvido com base no metal redondo trefilado 1020. “Logo que comprei esse equipamento decidi usar pastilhas Coromant e com a parceria e suporte da PS Ferramentas conseguimos achar a melhor ferramenta, oferecendo maior rendimento para o metal usado, classificação 1020”, informa. A parceria entre a Flaus e o distribuidor Sandvik

Ford A Modelo Phaeton 1929.

Coromant demonstra como, justamente, a produção bem feita, mesmo que em quantidade pequena, tenderá a conquistar mercados maiores, sedimentando e propulsionando a empresa e a parceria. Porém, não é só na linha de produção que Flausino tem uma boa visão de negócios. O empresário decidiu melhorar a gestão da empresa, instalando um sistema que pudesse controlar de perto custos, encomendas e linha de montagem. Ele optou pelo sistema Sapiens que faz toda a contabilidade, fluxo de caixa, registro de entrada de ordem de produto, controle do tempo de fabricação de cada peça por etapa, entre outros.Foram investidos R$120 mil no sistema, na implantação de código de barras e em equipamentos eletrônicos. “Foi caro mas foi muito importante, pois com isso demoro no máximo 3 dias para entregar um pedido completo”, informa Flausino. São em média 350 pedidos por mês que a fábrica deve produzir e entregar e tal sistema tranquiliza a administração do negócio. Mas a história da Flaus é recheada, sobretudo, de boa percepção de mercado. A sua estratégia é lançar produto todo mês, principalmente para picapes e caminhões. Algumas peças que fabrica não dão lucro, mas


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[ E mpreendedores ]

servem para consolidar a marca. Outro exemplo de empreendedorismo é o caso da mesa de corte CNC para plasma ou oxicorte que Flausino desenvolveu com um amigo, ao sentir a necessidade na sua fábrica e constatar a ausência no mercado do produto com tamanho e especificações técnicas desejadas. Por isso, a empresa decidiu desenvolver a máquina em parceria com a AST Automação. O equipamento é uma mesa de corte CNC de chapas, desenvolvida com tecnologia própria, com as dimensões de 1000mm X 1000mm a 1500mm X 3000mm, para corte de chapas a partir de 1mm até 50mm de espessura e avanço máximo de 8m/min em velocidade de corte e 15m/min em deslocamento no vazio. Segundo Flausino, uma máquina com essas dimensões e velocidade atende a qualquer empresa que deseje solução para corte de chapas de aço, alumínio e inox. O equipamento será comercializado, em média, de 30% a 45% mais barato do que os que existem no mercado. Instalado em uma área de 2000 m², Flausino está estruturando a ampliação da fábrica para iniciar a pro-

dução da TF1500. “Comprei o terreno vizinho de um candidato a vereador que precisava de dinheiro para a campanha. Fiz um ótimo negócio e no próximo ano já começo a obra da nova área”, diz, ao iniciar a terceira expansão da empresa. Além dos produtos feitos em linha de montagem pela fábrica, Flausino também tem feito peças para carros antigos de colecionadores atendendo a pedidos, sen-

do que ele mesmo possui uma coleção: Ford A-29; Caminhão Ford 35-F356 (1961) e um trator Polonês Tur 1950. Do Ford 1929, a Flaus produziu o estribo, parte do pára-lama e grandes extensões de chapas nas laterais do veículo. Orgulhoso, decidiu usar o carro como garoto-propaganda da empresa, representando sua paixão, inventividade e empreendedorismo.

Da esquerda para direita: da Flaus, Marcos Flausino Dias, Diretor Proprietário e Marcio dos Anjos Martins, Operador de Máquinas junto à Mesa Coordenada CNC - TF-1500 (Corte, Plasma e Oxicorte).

Falando de Usinagem... A Flaus possui um centro de usinagem e três tornos CNC que participam da usinagem dos 30% a 40% de seus 600 itens que representam 60% do faturamento da empresa. As peças, usinadas no torno Galaxy 20 compõem a conexão da direção da F1000. Usando pastilhas SNMA 120408 KR 3215, da Sandvik Coromant, obteve-se um rendimento 35% acima do material do concorrente. A velocidade de corte é de 330 m/min com avanço de rotação de 0,25 mm/rot e profundidade de corte máxima de 2,5 mm. O material usado é de ferro fundido GG25 que passa pela operação de faceamento. Para o torneamento interno realizado nesse equipamento, a Flaus usa pastilha TNMG 160408 KM 3215. Essa ferramenta é composta por uma classe nova de metal duro da Coromant, e tem obtido resultados excelentes em torneamento 14

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de ferro fundido, segundo o consultor Adriano Ribeiro Martins, que faz o acompanhamento técnico da Flaus pela PS Ferramentas Paraná, distribuidor Coromant. A PS Ferramentas é comandada por Paulo Marcus Sidinani, e possui uma unidade em Maringá desde 2001, mas atende a região desde 1990, quando foi inaugurada a sede em Bauru. No centro de usinagem Discovery 760, a empresa utiliza as fresas R390 e R245 para inúmeras operações. Flausino frisa que é fundamental o apoio técnico e constante da PS Ferramentas para melhorar a produtividade e adequar corretamente as ferramentas, como também para a introdução de novos conceitos. “A equipe da PS Ferramentas está sempre disponível e nos visita toda semana, com isso conseguimos ajustar os mínimos detalhes, para ter maior rendimento sempre”, conclui.


Sandvik Coromant do Brasil

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A usinagem de metal é um processo complexo devido aos vários parâmetros de corte envolvidos no processo. Além disso, as propriedades deste material têm grande influência na sua deformação. Ligas de titânio são classificadas como “ materiais de difícil usinagem”, devido a algumas propriedades tais como baixa condutividade térmica (7 W/m K) e alta reatividade química com a maioria dos materiais de ferramentas de corte. As ligas alfa-beta são amplamente usadas na fabricação de turbina de aeronave devido às excelentes propriedades mecânicas como resistência mecânica e a corrosão à altas temperaturas.

C

onsideramos aqui a influência dos parâmetros de corte (velocidade de corte e classes de ferramentas) em operações de acabamento, usando carbeto cementado, estudando o desgaste da ferramenta, rugosidade da peça e morfologia do cavaco formado. O titânio apresenta duas formas alotrópicas, uma estrutura cristalina hexagonal compacta (HC) a temperatura ambiente, chamada fase alfa ( ), que se transforma alotropicamente para cúbica de corpo centrado (CCC), chamando-se fase beta ( ), a 882 ºC . A presença de elementos de liga estabilizam uma ou outra dessas estruturas: elementos de liga que (elementos favorecem a fase alfagênicos) aumentam a temperatura de transformação alotróMarcos Roberto Vargas Moreira Elias Alves da Cunha Hideyuki Okimura Marcos Valério Ribeiro Laboratório de Estudos da Usinagem Departamento de Engenharia de Materiais – FAENQUIL Lorena - SP

16

O Mundo da Usinagem

pica e incluem os metais do grupo III-A e IV-A (como o alumínio, gálio e estanho) e elementos intersticiais ou não-metais (como o boro, carbono, oxigênio e nitrogênio). Elementos de liga que favorecem a fase ( ) (elementos betagênicos) reduzem a temperatura de transformação alotrópica e incluem os metais de transição do grupo IV como vanádio, nióbio e tântalo. A usinagem da liga de titânio é muito dificultada pela Figura 1 sua alta reatividade química com os materiais da ferramenta e sua baixa condutividade térmica (aproximadamente 7,3 W/m K) gerando alta temperatura na interface cavaco/ferramenta/peça (Bhaumik, 1995), favorecendo os mecanismos de difusão. Segundo Ezugwo (1997), cerca de 80% do calor gerado fica retido na ferramenta e 20% no cavaco.

Segundo Siemers (2001) e Komanduri (1983), o cavaco da liga Ti-6Al-4V é sempre do tipo segmentado, independente das condições de corte. Estas ligas se caracterizam por um grande custo na fabricação destas peças quando usinadas e um dos maiores motivos deste elevado custo é o custo hora/máquina. Assim, é interessante diminuir os tempos de usinagem das


peças pois os custos na indústria aeronáutica são mais elevados do que nas indústrias convencionais. A escolha da ferramenta adequada para uma determinada operação e a determinação correta das condições de usinagem representam um papel importante no trabalho com metais. Isso se acentua na produção seriada, onde divergências na escolha da velocidade de corte e ferramenta podem acarretar variações notáveis nos custos de fabricação. A correlação entre vida e otimização do processo é muito importante, pois o fator custo adquire um caráter de extrema importância neste cenário de intensa competitividade no qual qualidade e produtividade são itens fundamentais. A liga Ti-6Al-4V é muito utilizada na indústria aeronáutica, principalmente na fabricação de motores, devido a algumas propriedades como resistência/peso, resistência à fluência, resistência à fadiga, resistência à corrosão em altas temperaturas, etc. Os cálculos relativos ao comprimento de corte Lci, referente à velocidade

de corte vci, aos coeficientes x e K de Taylor, vmxp e os custos foram realizados com o auxílio de softwares desenvolvidos no laboratório de estudo da usinagem LEU. Foram investigados os efeitos da velocidade nos mecanismos de desgaste da ferramenta e no cavaco obtido.

MATERIAIS E MÉTODOS Os testes de usinagem foram realizados em torneamento cilindrico externo da liga Ti-6Al4V utilizando ferramentas VBMT 110304 PF classe ISO P10 (Sandvik CT 5015), VBMT 110304 MF classe ISO M15 (Sandvik GC 1025) com cobertura de TiAlN (PVD) e espessura de e VBMT 110304 UF classe 4 ISO S15 (Sandvik ). A velocidade de corte variou de 85 a120 m/min, fixando o avanço em 0,1 mm/volta e profundidade de usinagem de 0,5 mm sem fluido de corte. As ferramentas apresentam ângulo de posição de 91º e raio de ponta de 0,4 mm. A temperatura na interface ferramenta/peça foi medida utilizando pirômetro de

radição infra-vermelho modelo Cyclops-52 e a caracterização das ferramentas e dos cavacos foi realizada utilizando microscópio eletrônico de varredura (MEV) LEO, modelo 1450-VP e microscópio ótico modelo DM com analizador de imagem Leica QWIN para análise de microestrutura e morfologia. Todos os testes foram realizados em torno CNC Romi de rotação máxima de 4000 rpm e potência máxima de 10KW. A rugosidade foi medida utilizando um rugosímetro portátil acoplado ao torno, com medidas defasadas em intervalos de 60º com relação ao eixo da peça. A rugo. sidade máxima foi de 0,9

RESULTADOS E DISCUSSÕES Dos três critérios normalmente usados para discutir usinabilidade e fim de vida da ferramenta: rugosidade da superfície, desgastes e potência exigida para o corte; utilizamos como critério de fim de vida, a rugosidade. Foram realizadas três séries de testes de usinagem da liga Ti-6Al-

Rugosidade obtida: a) ISO S15, b) ISO P10, c) ISO M15

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[ P rodutividade ]

4V e medida a rugosidade. As figuras (1a, 1b e 1c) mostram o efeito da velocidade de corte na rugosidade superficial. Duas regiões distintas são observadas na figura 1(a), usando ferramentas classe ISO S15. Na primeira região observa-se uma tendência progressiva similar nas condições de 85 e 100 m/min com comprimento de corte de 700 m ). O segundo as(Ramáx=0,9 pecto está relacionado com a velocidade de 120 m/min com aumento severo da rugosidade de com uma vida útil muito cur3 ta, por volta de 120m. O excessivo aumento da rugosidade é observado usando ferramenta ISO P10, fig 1(b) acima de 120 m/min. Somente com velocidade de 85 m/min (lc=170 m) a rugosidade foi abaixo de 0,9 . Como observado na figura 1(c), usando ferramenta classe ISO M15, há uma tendência à diminuição da rugosidade durante a usinagem nas duas ferramentas testadas. No caso da condição de 100 m/min, em particular, foi atingido um valor mínimo de e porterior rugosidade de 0,6 . Este fato aumento para 1,8 pode ser explicado devido à deformação da aresta de corte, figuras 2(h) e 2(i). As figuras 2(a), 2(b) e 2(c) mostram o desgaste da ferramenta usando metal duro com velocidade de 85 m/min, 100 m/min e 120 m/min. Desgaste de cratera foi observado em todas as condições devido à adesão e posterior remoção de material aderido na superfície de saída do cavaco. O desgaste de flanco ocorre principalmente devido ao atrito entre a superfície de folga e a peça 18

O Mundo da Usinagem

Figura 2

A - ISO S15 – 85 m/min

B - ISO S15 – 100 m/min

C - ISO S15 – 120 m/min

D - ISO P10 – 85 m/min

E - ISO P10 – 100 m/min

F - ISO P10 – 120 m/min

G - ISO M15 – 85 m/min

H - ISO M15 – 100 m/min

I - ISO M15 – 120 m/min

Desgaste das ferramentas utilizando diferentes velocidades de corte.

Figura 3

A - ISO S15 – 85 m/min

B - ISO M15 – 85 m/min

C - ISO P10 – 85 m/min

Cavaco formando utilizando três classes de ferramenta.

e à remoção de partículas do material da ferramenta, que eventualmente estejam aderidos ao cavaco e em função da passagem deste sejam arrancadas. Observa-se um desgaste mais acentuado para ferramentas clas-

se ISO P10, figuras 2(d), 2(e) e 2(f) com adesão de cavaco na aresta de corte nas três condições, porém não é observada deformação plástica na aresta da ferramenta. Nas figuras 2(g), 2(h) e 2(i) observa-se lascamento e adesão do cavaco na


superfície da ferramenta. Após a análise das micrografias, é possível observar que a menor deterioração da aresta de corte ocorre nas ferramentas da classe ISO S15, com melhores resultados de rugosidade. Por outro lado, as outras ferramentas de corte, P10 e M15, apresentaram grande grau de deterioração na aresta de corte, em especial da classe M15 com grande desgaste de flanco, lascamento e deformação plástica. Na figura 3 pode ser observa-

do o cavaco gerado na condição de corte de 85 m/min para as três classes de ferramenta, com uniformidade nas bandas de cisalhamento e nos segmentos formados, distinguindo as bandas de cisalhamento primária e secundária.

desgaste da ferramenta e no calor gerado durante a operação de corte. Pode ser possível identificar uma relação entre a deformação do cavaco e a qualidade da usinagem, com uma baixa rugosidade e o calor gerado.

CONCLUSÕES

AGRADECIMENTOS

Como pode ser notado pelos resultados obtidos, a natureza do cavaco formado influencia na qualidade da superfície usinada, no

Em especial à FAPESP e à CAPES pelo apoio financeiro e à Sandvik Coromant pelo suporte material e técnico.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Bhaumik, S.K., Material and design, 16 (1995) 221. Ezugwo, E.O.; Wang, Z.M., Journal of Material Processing Technology, v.68, p. 262-274, 1997. Siermes, C.; Mukherji, D.; Baker, M.; Rosler, J.; Z. Metallkd, march, 2001. Komanduri, R.; Reed, W., Wear, v.92, p.113-123,1983.

Sandvik Coromant do Brasil

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C

om a necessidade de aumentar cada vez mais a eficiência dos processos de manufatura, um grande esforço vem sendo alocado na melhoria e otimização dos tempos de preparação de máquinasferramenta. Tais tempos representam, cada vez mais, uma parcela significativa do tempo total de produção de uma empresa, principalmente pela tendência das empresas possuírem uma linha diversificada de produtos, com pequenos e médios lotes de produção. Devido a esses fatores os tempos de preparação de máquinas têm forte influência na eficiência de uma empresa e na formação dos custos das peças produzidas pela mesma. A redução e otimização dos tempos de preparação de máquinas CNC (Controle Numérico Computadorizado) torna-se ainda Carlos Alberto Costa Rodrigo Panosso Zeilmann Departamento de Engenharia Mecânica,Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, RS. Silvio Marcio Schio Arwi Representações Comerciais Ltda – Distribuidor Autorizado Sandvik Coromant, Caxias do Sul, RS.

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O Mundo da Usinagem

A tecnologia de controle numérico aplicado às máquinas-ferramenta tem sido prática bastante comum nos mais variados tipos, tamanhos e segmentos de empresas. Devido a esta popularização, alguns cuidados têm sido desprezados na utilização deste tipo de tecnologia de uma forma mais otimizada. mais importante devido aos custos envolvidos na aquisição e implantação de tais máquinas. Para tanto, é necessário se conhecer bem, antes de tudo, a distribuição destes tempos na empresa, e posteriormente criar indicadores para avaliar possíveis melhorias. Assim, é fundamental uma mudança de cultura e superação de paradigmas associados a uma efetiva mudança na maneira de proceder a preparação das máquinas. Mudanças desse nível, dentro de uma organização, devem partir de cima para baixo, para a obtenção dos resultados esperados. Operadores e preparadores de máquinas devem melhorar sua comunicação, tendo consciência de que a interação das partes é fator chave neste processo. O trabalho apresentado neste artigo, realizado no setor de Planejamento de Processos de uma empresa do setor metal-mecânico com mais de 20 máquina CNC, aborda um estudo detalhado dos eventos que envolvem os tempos de preparações de máquinas CNC,

observando etapas que poderiam ser otimizadas ou até mesmo suprimidas a fim de reduzir tais tempos, e avaliar possíveis investimentos em sistemas para otimização de tais tempos.

AMBIENTE DE MÁQUINASFERRAMENTA DE CONTROLE NUMÉRICO A crescente globalização da competição exige um processo contínuo de inovação dos sistemas de manufatura, obrigando as empresas a implementar tecnologias inovadoras para manter sua vantagem competitiva. A tecnologia CNC é um destes elementos que recebeu um dos mais altos níveis de investimento nos últimos anos. As empresas investem em máquinas CNC para aumentar sua competitividade através de uma série de melhorias nos processos de produção, incluindo aumento de flexibilidade, melhoria da qualidade, tempos de ciclo reduzidos e a habilidade de produzir lotes pequenos de maneira econômica.


A sua implementação exige um planejamento criterioso e o seu sucesso depende de vários fatores, incluindo a utilização de técnicas adequadas para a execução das atividades de suporte necessárias à sua operação (Degarmo et al,1997 ). O CNC é considerado como “o mais dinâmico processo de fabricação, constituindo um dos maiores desenvolvimentos para a automatização das máquinas operatrizes de usinagem, além de outras aplicações possíveis fora da indústria que utiliza o processo de usinagem” (Leatham-Jones, 1986). Assim, a máquina assume o controle do processo de trabalho, sendo que o operador restringe-se, a alimentá-la (matéria-prima, ferramentas, dispositivos), acioná-la e controlá-la à distância, podendo ser responsável por mais de uma máquina, ao mesmo tempo. Em ritmo de difusão crescente, surgiram mais recentemente os centros de usinagem (universal, vertical ou horizontal), que são máquinas CNC polivalentes cujas principais características referem-se à possibilidade de troca automática de ferramentas e, eventualmente, de mudança automática das peças. Os sistemas CAM (Computer Aided Manufacturing) são definidos como o uso efetivo da tecnologia do computador para funções envolvidas com o planejamento, o gerenciamento e o controle das funções de manufatura. Como forma de comunicação entre as função dos sistemas CAM e as máquinas CNC, os sistemas DNC (Distributed Numerical Control) utilizam um computador central (trabalhando em “time-sharing”) para gerenciar várias máquinas simultaneamente (Rembold et al, 1994;

Ferreira e Stemer, 1983, Numericon(1)). A utilização de sistemas DNC cresceu com a evolução dos sistemas CAD/CAM, motivado pela necessidade de produzir peças com geometrias complexas e a necessidade de gerar programas CNC com milhares de pontos. O sistema DNC é uma solução de transmissão de programas CNC entre o ambiente de manufatura e o sistema de informações da empresa. A conexão direta das máquinas CNC a uma base de dados comum minimiza os principais fatores de parada de equipamentos causados por indisponibilidade ou desatualização de programas. Contudo, uma outra grande razão para utilização dos sistemas DNC, além dos aspectos de controle das máquinas, é a possibilidade de permitir uma melhor apuração dos tempos envolvidos com os processos de manufatura, evidenciando assim pontos de melhoria em tempos secundários de produção, ou problemas de ineficiência organizacional da própria empresa.

INDICADORES E TEMPOS EM PROCESSOS DE MANUFATURA O tempo de preparação (set-up) é definido como o tempo decorrido na troca do processo do final da produção de um lote até a produção da primeira peça boa do próximo lote (Slack, 1997). As operações na manufatura segundo Shingo (1996) podem ser classificadas da seguinte maneira: Operações de Setup - preparação antes e depois das operações, como por exemplo, troca de ferramentas, troca de dispositivos. A

adoção da troca rápida de ferramentas (TRF) é uma das maneiras mais eficazes de melhorar o setup. Existem dois tipos de operação de setup: Setup interno: operações de setup que podem ser executadas somente quando a máquina estiver parada, como por exemplo a fixação e remoção de uma matriz. Setup externo: operações de setup que podem ser executadas enquanto a máquina ainda está em operação, como por exemplo: transporte de matrizes, preparação das ferramentas de troca, etc. Em qualquer análise de operações de setup, é importante destinguir o trabalho que pode ser feito enquanto a máquina está funcionando e aquele que deve ser feito com a máquina parada. O princípio fundamental da melhoria de setup é transformar uma operação de setup interno em uma de setup externo. Operações Principais - execução do trabalho propriamente dito. Estas, incluem as operações essenciais, que são as ações que executam a operação principal, como por exemplo a usinagem durante o processamento. Operações Auxiliares: ações que auxiliam a concluir as operações principais, como por exemplo a ação de colocar e retirar os materiais e peças na máquina, após concluir operação. Folgas Marginais - atividades relacionadas indiretamente com a operação, como por exemplo: folgas por fadiga: período de descanso entre operações; e folgas por necessidades fisiológicas: beber água, ir ao banheiro, etc.

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[Pesquisa & Desenvolvimento ]

TEMPOS ENVOLVIDOS NA PRODUÇÃO CNC ESTUDO DE CASO Para análise de dados deste trabalho, buscaram-se as informações de produção coletadas através do sistema DNC, já em utilização na empresa, de todas suas máquinas CNC. Foram coletados os tempos de 13 máquina CNC. Estas máquinas foram divididas em dois grupos, a saber: grupo de máquinas grandes (GMG) e grupo de máquinas médias e pequenas (GMMP). Esta diferenciação foi feita em função dos tamanhos de lotes, tempos de processo, centros de custo, além do critério porte da máquina, sendo que máquinas com mais de 2,5 metros entre placa de trabalho e contraponto foram classificadas no grupo de máquinas grandes. A Tabela 1 foi montada conforme a planilha de aquisição de dados, discriminando o equipamento e o seu agrupamento conforme proposto no trabalho. A análise dos tempos foi feita por um período de três meses consecutivos a fim de verificar o consumo de horas em preparação de máquinas. Com estes dados foi possível fazer um refinamento a fim de obter um panorama geral para cada grupo de máquinas. Na Figura 1 (GMG) e Figura 2 (GMMP) os montantes totais de tempos foram divididos em três grande grupos: os tempos de paradas, os tempos de produção e os tempos de preparação. Com estas informações foi possível quantificar financeiramente os tempos de preparação das máquinas CNC na empresa, estratificando-se alguns valores. A empresa adota um método de ra-

22

O Mundo da Usinagem

teio para o custo hora-máquina, sendo o valor considerado de US$ 26,00. A Tabela 2 mostra o custo total, em US$, por ano. Os eventos de preparação de máquinas seguem, de forma geral, um padrão para cada família de peças. No sistema atual o operador recebe o desenho da peça e o roteiro de fabricação. Os planos de ferramentas e fixações são informados conjuntamente pelo programa CNC. Os operadores e preparadores para executar a preparação da máquina enfrentam algumas dificuldades, tais como localização de castanhas e pontos, perdas de tempo para solicitar instrumentos, entre outros. Em função disso foi montada uma tabela com medidas de vários tipos de preparações, a fim de estabelecer alguns tempos-padrão. A Tabela 3 foi montada em função dos procedimentos usualmente executados nas máquinas CNC da empresa, bem como quem os executa e os tempos envolvidos. Com base nas etapas apresentadas nesta tabela foram feitos estudos visando a otimização dos tempos envolvidos na preparação de máquinas na empresa. Esta Máquina

Descrição

otimização teve dois enfoques, sendo o primeiro com a transferência de tempo de setup interno para externo e o segundo com a utilização de sistemas de troca-rápida. Conforme apresentado na Tabela 3, executando a mesma seqüência de preparação, baseado no novo sistema de tempos, os doze passos anteriores foram transformados em sete passos realizados durante o setup interno e os outros cinco realizados no setup externo, na seguinte seqüência: Setup Externo: 1

9

3

4

6

12

Setup Interno: 2 4 5 7 8 10 11

Esta seqüência é melhor visualizada através do fluxograma da Figura 3, que mostra a separação de setup interno do externo. Além do desenho e roteiro, o operador passa a contar também com uma folha de processo criada, onde ele encontra diversas informações que o auxiliarão na execução da preparação da máquina, e que está integrada ao roteiro de fabricação. Para o programa CNC ser solicitado pelo operador (Evento 1) a máquina não precisa estar em preparação, sendo que todas as máqui-

Tipo de Equipamento

Classificação

1

Mazak 50-Integrex Centro de Torneamento / Fresamento

GMG

2

Mazak 35-Integrex Centro de Torneamento / Fresamento

GMMP

3

Puma 230

Torno

GMMP

5

Puma 350

Torno

GMMP

6

Cosmos 30

Torno

GMMP

7

Puma 300

Torno (**)

GMMP

8

Puma 12

Torno

GMMP

9

Puma 12

Torno

GMMP

13

DMV-500S

Centro de Usinagem

GMMP

14

ACE V650

Centro de Usinagem

GMMP

17

Puma 350-L

Torno

GMG

18

Puma 400

Torno (*)

GMG

19

Puma 700

Torno (*)

GMG

Tabela 1 - Descrição das máquinas e classificação para estudo (*) Máquina com ferramentas acionadas. (**) Máquina com ferramentas acionadas e sub-spindle.


nas possuem o recurso de chamar o programa com a máquina em produção. Desta forma, o operador, através dos quadros informativos existentes na fábrica, já sabe o próximo serviço, e assim já pode conferir o programa (Evento 9) visto que o programa já está armazenado no comando da máquina. As solicitação de instrumentos (Evento 3) é feita via DNC, sendo que o operador se baseia nas informação constantes no item de instrumentos de medição da folha de preparação, evitando que haja a necessidade do operador se deslocar da máquina e permitindo que solicite com maior antecedência os instrumentos. Com isso elimina-se o evento 12, que no início do processo de preparação da máquina os instrumentos já foram entregues para o operador. O Evento 4 deve ser adiantado na montagem e preparação das ferramentas que não estiverem na máquina, e o Evento 6, também feito numa preparação antecipada através de um croqui colocado em todas máquinas. Este croqui auxilia na seleção dos sistemas de fixação, relacionadas as dimensões estabelecidas na folha de processo, bem como pré-montagens com ganho de tempo e agilidade. Desta forma, tem-se o início efetivo da preparação da máquina (setup Interno). O processo é iniciado com o Evento 2 (Entrar com OS e Operação no DNC), o Evento 4 (Montagem de ferramentas na máquina) com todas ferramentas pré-montadas, o Evento 5 (Preset das ferramentas), o Evento 7 (Troca de castanhas) contando também com os sistemas de fixações selecionados e prémontados, o Evento 8 (Ponto zero peça), o Evento 10 (Simulação

Tempos (horas) para GMG (3 meses) Produção Set-up

Paradas

Máquinas

551,45

207,84

795,5

159,52

94,46

MÁQ. 17

785,3

219,28

103,81

MÁQ. 18

853,48

120,48

159,89

MÁQ. 19

2985,73

707,12

515,09

TOTAL

156,93

MÁQ. 1

Figura 1 - Gráfico dos tempos para grupo de máquinas grandes.

Tempos (horas) para GMMP (3 meses) Produção Set-up 447,44

156,51

Paradas Máquinas 213,11

MÁQ. 2

710,11

230,53

83,37

MÁQ. 3

490,67

210,24

153,99

MÁQ. 5

502,41

254,22

203,63

MÁQ. 6

699,38

236,47

90,16

MÁQ. 7

615,24

245,49

145,42

MÁQ. 8

623,05

267,27

56,28

MÁQ. 9

700,2

99,26

222,88

MÁQ. 13

694,31

119,15

198,79

MÁQ. 14

5482,81

1662,63

1.367,64

TOTAL

Figura 2 - Gráfico dos tempos para grupos de máquinas médias e pequenas. Máquina Máq. 1(*)

Tempo preparação Anual

Custo hora-máquina Valor anual (US$)

207,84 x 4 = 831,36 horas/ano

US$ 21,615.3

Máq. 19(*) 120,48 x 4 = 481,92 horas/ano

US$ 12,789.9

Máq. 3(**) 230,53 x 4 = 922,12 horas/ano

US$ 23,975.1

Máq. 7(**) 236,47 x 4 = 945,88 horas/ano

US$ 26/h

US$ 24,592.9

GMG

2.828,48 horas/ano

US$ 73,540.50

GMMP

6.650,52 horas/ano

US$ 172,913.50

Total

9.479,00

US$ 246,454.00

Tabela 2 – Resumo dos custos anuais com os tempos de preparação das máquinas CNC (*) – Exemplo de máquinas gargalo na produção. (**) – Exemplo de máquinas com maior variabilidade de produção. Operador

Preparador

Seqüência

Descrição de Eventos

Tempo (min)

1-

Chamar Programa (*)

1

2-

Entrar com Ordem de Serviço e Operação

1

3-

Solicitar Instrumentos (*)

3

4-

Buscar e Montar Ferramentas (**)

8

5-

Referenciar Ferramentas

2

6-

Separar Castanhas ou Dispositivos (*)

3

7-

Trocar Castanhas (**)

10

8-

Fazer Ponto Zero Peça

3

9-

Conferir Programa (*)

3

10-

Fazer Simulação Gráfica

6

11 12 -

Usinar a 1. Peça

18

Total

Aguardar Instrumentação (*)

2 60

Tabela 3 – Eventos de preparação de máquina CNC e tempos-padrão (*) Eventos onde o set-up interno foi convertido em set-up externo. (**) Possibilidades de melhoria com Troca Rápida de Ferramentas (TRF).

Sandvik Coromant do Brasil

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[Pesquisa & Desenvolvimento ]

Set-up Interno 2 - Entrar Com OS e Operação Set-up Externo 1 - Chamar Programa

4 - Montar Ferramentas na Máquina

9 - Conferir Programa

5 - Referenciar Ferramentas

3 - Solicitar Instrumentos

7 - Trocar Castanhas e Dispositivos

4 - Buscar e Pré-Montar Ferramentas

8 - Fazer Zero-Peça

6 - Separar Castanhas e Dispositivos

10 - Fazer Simulação Gráfica

12 - Aguardar Instrumentos

11 - Usinar a 1ª Peça

Figura 3 - Fluxograma do sistema proposto.

gráfica) e o Evento 11 (Usinagem da 1° peça). Utilizando esta sistemática foi possível realizar a preparação da máquina em 42 minutos, contra 60 minutos que eram feitos anteriormente (Figura 4). Com a utilizando das técnicas descritas acima, apenas com mudanças organizacionais, sem adoção de sistemas TRF (Troca Rápida de Ferramentas), conseguiu-se uma redução de 43% nos tempos de preparação (Figura 4). O investimento nesta primeira etapa foi a implantação de uma folha de processo, que necessitou de 15 dias de programação para ser incluída ao sistema, de forma que ao ser impresso o roteiro de fabricação, automaticamente é impressa a folha de processo. O investimento previsto foi de US$ 1.230,00 correspondente a 130 horas de programação (US$ 9.46/hora). A segunda etapa deste estudo está relacionada à implementação de sis24

O Mundo da Usinagem

temas TRF (Troca Rápida de Ferramentas) que neste caso necessitam de investimentos maiores, mas possibilitam melhorias significantes. Neste caso, analisou-se para uma máquina (Puma 300) o sistema de placa com troca rápida de um fabricante específico (SMWAUTOBLOCK Mod. KNCS-NB) com dimensão de 10 polegadas, que possui duas vantagens principais: redução de 7 minutos para 1 minuto em trocas de castanhas, possibilitando reduções de 10% no tempo de preparação; repetibilidade de posicionamento, proporcionando economia de castanhas e do tempo de torneamento de castanhas. O investimento para implementação deste sistema foi estimado, na ocasião, em US$ 6.000 para a máquina em estudo. Considerando uma economia de US$ 2.433/ano em tempos de troca de castanhas e US$ 1.000/ano de economia em

consumo de castanhas, seriam previstos aproximadamente 1,75 anos para amortizar o investimento. Para os sistemas de troca rápida de ferramentas de corte se avaliou o Sistema Coromant Capto da Sandvik Coromant. As principais vantagens do sistema são: redução de tempos de montagem de ferramentas, proporcionando 15% a menos nos tempos de preparação; menores tempos de usinagem em função do acréscimo de estabilidade e rigidez do sistema, além do aumento da vida útil das ferramentas, propiciado pelo polígono cônico do sistema capto com uma flange de encosto facial é pré-tensionado em uma unidade de fixação com várias toneladas de força, resultando em grande resistência à flexão e à torção; as ferramentas podem ser montadas numa gama de combinações, e este conceito de modu-


Figura 4 - Gráfico dos tempos de preparação de máquinas.

laridade permite redução no inventário de ferramentas; a grande precisão na montagem permite uma repetitibilidade nos eixos x e y, e além de +/-2 disso o polígono é auto centrante, garantindo sempre a altura de centro da pastilha; e todas unidades possuem sistema de refrigeração interna, e isto também proporciona melhora na vida da pastilha. O investimento para implantação do sistema seria em torno de US$ 15.000 em cada máquina, incluindo unidades, adaptadores e ferramentas. Considerando uma economia de US$ 3.650/ano nos tempos de trocas, de US$ 3.000/ano em consumo de ferramentas (aumento de vida útil) e US$ 4.500/ano em aumento de produtividade (aumento dos dados de corte), seriam necessários em torno de 1,4 anos para amortizar o investimento.

máquina. A redução de custos é um fator de sobrevivência para todas as empresas nos dias atuais, e este trabalho converge nesta direção. Contudo, como primeiro passo é necessário que as empresas possam fazer uma avaliação de suas informações internas, normalmente já disponíveis. A maior oportunidade de melhoria está associada à possibilidade de reduzir em mais de 40% os tempos de preparação de máquina, algo que representa mais de

US$ 100.000/ano, com pouco investimento, tendo a frente somente uma barreira cultural. A quebra de paradigmas é um desafio neste caso, pois as pessoas entendem a necessidade de mudar os velhos conceitos. O trabalho também mostrou que é possível evoluir tecnologicamente em termos de setup com sistemas inovadores de troca rápida. Outras áreas também foram identificadas com possibilidades de melhorias, principalmente em paradas de máquinas, que representam uma fatia de tempo considerável. Provavelmente algumas medidas organizacionais já poderiam reduzir consideravelmente estes tempos.

AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a empresa Weatherford Ind. e Comércio (Planta de Caxias do Sul) pela possibilidade de realização do trabalho de levantamento de dados e a Universidade de Caxias do Sul pelo apoio e suporte.

Referências Bibliográficas Degarmo, E.; Black, J.T. & Kohser,R.A. , Materials and Process in Manufacturing. 8th Edition. Prentice-Hall International, Inc., 1997. Ferreira, A.C. & Stemer, C. E. , Noções Básicas de CAM/CNC, 1° CONAI, 1983. Leatham Jones, B., Introduction to Computer Numerical Control. Addison Wesley Longman Limited, 1986. Rembold, U., Nnaji, B.O. & Storr, A. Computer Integrated Manufacturing and Engineering. Addison-Wesley Publishers Ltd., 1994. Slack, N., Chambers, S., Harland, C., Harrison, A. & Johnston, R., Administração da Produção. São Paulo: Editora Atlas S.A. , 1997.

CONCLUSÃO

SHINGO, S., O Sistema Toyota de Produção do Ponto de Vista da Engenharia de

No estudo foram identificados valores surpreendentes com o gasto com preparação de máquinas CNC e também com paradas de

1. Numericon Sistemas de Manufatura Ltda. Produtos – DNC. Disponível em:

Produção, 2° edição. Porto Alegre, Artes Médicas , 1996.

www.numericon.com.br. Acesso em: 22 outubro 2003.2. Catálogo de Ferramentas Sandvik, Ferramentas para torneamento, Suécia, 2002. 3.Catálogo SMW-Autoblock, Catalog 3E, Alemanha, 2002.

Sandvik Coromant do Brasil

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Com 8,5 milhões de km2 de superfície, a maior parte situada em zona temperada, o setor agrícola é responsável por 42% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, com 5,4 milhões de agroindústrias rurais no Brasil, sendo 86% do setor de alimentos (www.sebraesp.com.br, Seção Agronegócios, 7/6/04).

E

ste cenário torna o Brasil um paraíso para as empresas de tratores e implementos agrícolas, como é o caso da John Deere.

MERCADO E INVESTIMENTOS A fábrica da John Deere, instalada em 118.000 m2 na cidade de Horizontina, é a mais antiga na produção de colheitadeiras no país, sendo responsável pela fabricação do primeiro equipamento do gênero no Brasil, em 1965. Os equipamentos John Deere representam hoje cerca de 30,1% das vendas internas de colheitadeiras e 48,3% das exportações brasileiras desse tipo de equipamento. No mercado de tratores, a presença da empresa é mais recente, tendo sido iniciada em 1996. A particiFrancisco C. Marcondes Vera L. Natale

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O Mundo da Usinagem

pação nas vendas internas fica em torno de 12,7%, e é de 12% no total de exportações do país. A produção da fábrica de Horizontina é exportada para mais de 70 países da América do Sul, Caribe, Europa, Ásia e África.

A IMPORTÂNCIA DA USINAGEM PARA A JOHN DEERE Em 2001, as altas taxas cambiais promovidas pela alta do dólar não favoreciam em nada as importações. Por outro lado, recursos como os provindos do Finame (Financiamento, sem limite de valor, para aquisição de máquinas e equipamentos novos, de fabricação nacional, credenciados pelo BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento) incentivavam a produção local de itens importados. Em meio a esse panorama é que a John Deere/Horizontina se viu à frente de um desafio: parar

de importar as transmissões dos tratores dos EUA e Alemanha e passar a fabricá-las localmente. Foi necessário migrar da usinagem de peças de menor valor para a fabricação de peças de altíssimo valor e precisão, como no caso da caixa de transmissão (diferential case). A manufatura de uma colheitadeira usa basicamente o conceito de caldeiraria, sendo que a usinagem representa apenas de 3% a 5% do trabalho. No caso dos tratores, a situação já é bem diferente, pois em média 20% do processo depende da usinagem. O benchmarking com outras empresas do grupo fornecia referências para que se pudesse produzir, ao menos, no mesmo tempo que as fábricas da John Deere na Alemanha e nos EUA. Um foco de atenção passou a ser a busca de know-how em tecnologia de usinagem, que pudesse levar à otimização dos processos com vistas à melhoria da qualidade e à maximização da


produtividade. Assim, buscaramse fornecedores que estivessem dispostos a estudar suas demandas e propor um pacote de soluções que mostrasse ser o mais adequado às suas expectativas de custo e prazo.

PARCERIA COM A SANDVIK COROMANT A opção foi pela ARWI, distribuidor autorizado Sandvik Coromant, há 19 anos localizado na cidade de Caxias, no estado do Rio Grande do Sul. Além do histórico de bom relacionamento iniciado já em 1985, um dos fatores determinantes na escolha foi a ampla gama disponível de ferramentas que cobria a maioria de suas necessidades. Felipe Fauri, consultor técnico de usinagem da Arwi, declara que foi também fundamental a confiança que a John Deere depositou na Arwi. Gelson Schubert, coordenador dos processos de usinagem da John Deere/Horizontina, lembra oportunamente que naquela época mudaram não apenas o conceito de usinagem mas também a maneira de tratamento com os fornecedo-

res: “Precisavamos de ferramentas que proporcionassem o máximo de produtividade com uma qualidade muito acima da que vinhamos utilizando. Começamos, assim, um trabalho que vem se aperfeiçoando até hoje, onde o fornecedor não nos entrega apenas ferramentas, mas soluções que se adequem às nossas necessidades de tempo, precisão e qualidade”.

GERENCIAMENTO DE FERRAMENTAS Paralelamente à mudança do conceito de usinagem e ao acordo de parceria com a Arwi distribuidor Coromant, surgiu também a necessidade de se fazer um controle mais apurado das ferramentas envolvidas no processo de usinagem, com o principal objetivo de agilizar o processo, minimizar tempos de máquinas paradas e presetting. Dentre as ofertas existentes no mercado optou-se pelo AutoTAS, software para gerenciamento de ferramentas da Sandvik Coromant, tendo como fator determinante para a escolha a questão da “confiabilidade”. Luis Miguel Marques, analista de engenharia,

Vista da Fábrica da John Deere Brasil – Horizontina –RS.

Sandvik Coromant do Brasil

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Empresarial]

[G e s t ã o

exato onde se estava gastando uma determinada pastilha era difícil. Sabiamos onde era usada, mas não sabíamos o consumo por peça. Hoje se sabe o que, onde, como, porque e o quanto se está gastando. Esse trabalho resultou em ganhos fantásticos, pois conseguimos apurar os custos, eliminando gradativamente os tempos mortos com máquinas paradas, sem a intervenção do operador”, nos explica o coordenador. Mandrilamento da peça Diferencial Case do Trator Modelo 7000.

coordenador do projeto de gerenciamento da John Deere, comenta que não queriam comprar soluções que não fossem conhecidas e consolidadas. Com o auxílio da Arwi, por meio da Adept Systems, consultoria autorizada pela Sandvik Coromant para comercialização exclusiva e implantação do software AutoTas no Brasil, a JD/Horizontina implantou em novembro de 2003 os módulos iniciais, com muito sucesso.

AUMENTO DE PRODUTIVIDADE Júnior Fabrício Boeno, engenheiro de processos e supervisor da Engenharia de Produção da Usinagem da John Deere/Horizontina, pontua ainda que houve um aumento da produtividade bem significativo em função da aplicação do novo conceito de usinagem e de outros recursos: “ a centralização dos processos de

usinagem em um único setor possibilitou um gerenciamento mais racional da carga de máquinas. A nova filosofia de trabalho envolveu mudanças no lay -out, no gerenciamento das pessoas e nos métodos de manufatura”, elucida. Atualmente, trabalham sob o sistema de lean manufacturing que puxa a produção via kan-ban (método bastante difundido em empresas japonesas que se vale de cartões coloridos para indicar o que, quando e quanto deve ser produzido de cada item ao longo do processo). Assim, o chamado “Deere Productivity System” possibilita 26 giros de estoque de usinados ao ano, com inventário mínimo e setup de ferramentas muito rápido, proporcionando índices de produtividade acima das melhores expectativas da empresa. Luis Miguel Marques faz questão de salientar que o investimento que fizeram em máquinas e ferramentas são justificáveis ao se observar o quanto ganharam em produtividade. Atualmente produzem diariamente, além de 32 tratores, 18 colheitadeiras/dia contra 10/dia que produziam antes das

BENEFÍCIOS DO GERENCIAMENTO AUTOTAS Luis Miguel Marques ressalta que o AutoTas possibilitou o controle dos custos com ferramentas e suas influências nos custos totais de produção das peças. “Desde o começo do trabalho nós focalizamos os maiores custos que tínhamos no processo. O grande benefício veio por meio do gerenciamento de ferramentas proporcionado pelo AutoTas. Antes podiamos até saber o quanto era consumido, mas para saber o ponto 28

O Mundo da Usinagem

Da esquerda para a direita: Wilson D’Agostini, Diretor da Arwi-RS; Alfredo Gross, Presetador de ferramentas; Gelson Schubert, coordenador dos processos de usinagem; Júnior Fabrício Boeno, engenheiro de processos e supervisor da Engenharia de Produção da Usinagem; Luis Miguel Marques, analista de engenharia, coordenador do projeto de gerenciamento de Ferramentas da John Deere e Felipe Fauri, Consultor Técnico de Usinagem da Arwi-RS.


Pablo Costa, Analista de ferramentas da Arwi, distribuidor autorizado Sandvik Coromant – RS, realizando pre-set na Lojinha Sandvik Coromant/Arwi, dentro das instalações da John Deere Brasil Ltda.

mudanças. São aproximadamente 7.000 tratores e 4.000 colheitadeiras anualmente. Wilson D’Agostini, sóciodiretor da Arwi, distribuidor Coromant, ressalta que o relacionamento com a John Deere/ Horizontina vem de longa data, e foi sendo construido à medida em que os resultados positivos em custos e produtividade foram ocorrendo. Seguem alguns números que expressam essa evolução: desde 1998 até abril de 2004 treinaram 806 pessoas. Esse número representa aproximadamente três vezes o total de pessoas que trabalham atualmente nos setores de u s i n a g e m . Fo r a m i n v e s t i d o s 1.760 horas em 185 visitas. As melhorias em processos resultaram em US$ 290.666,00. Além disso foi montado, no interior da fábrica, num espaço de 40 m2, uma Loja de Ferramentas com parceria de recursos John Deere Brasil e Sandvik Coromant/ Arwi, onde se faz toda a distribuição de ferramentas e operações de pre-setting, com objetivo de, pelo histórico de consumo

através do software de gerenciamento AutoTas, firmar o pagamento de ferramentas por peça usinada. Gelson Schubert afirma: “Precisamos cada vez mais de uma perfeita interação, onde informemos as demandas e a melhor solução nos seja apresentada e implementada. O longo tempo de relacionamento e a competência do pessoal da Arwi com o apoio da Sandvik Coromant, têm facilitado muito a superação de nossas expectativas. O pessoal da Arwi tem conhecimento dos nossos processos. Isso facilita muito a comunicação e, além disso, estão sempre prontos quando precisamos de ajuda. É como se fossem uma extensão nossa”, conclui.

PRÓXIMOS PASSOS. Em decorrência de todas essas mudanças, houve um salto de produção de 4.000 tratores para 7.000, ou, em outras palavras, um crescimento de 60%. O gerente de produção, Adalberto Pereira da Silva, 32 anos no ramo, vê essa evolução do enfoque antigo para o moderno com entusiasmo. Tanto as exi-

gências do mercado quanto a própria filosofia da John Deere, de sempre adiantar-se às necessidades dos agricultores, oferecendo soluções eficientes de mecanização, só veio a estimular o desenvolvimento do próprio mercado. A nova planta da empresa, a ser construída em MontenegroRS, deverá entrar em operação dentro de 18 meses, gerando 500 empregos diretos e 1500 indiretos, marca incontestável da confiança da empresa no Brasil. Além dessa abertura para inovações, encontrar o parceiro certo também é fundamental. A Sandvik Coromant, líder no segmento de ferramentas para usinagem, entende bem essa história de sucesso, pois tem ciência de que liderança não ocorre por acaso. É preciso pesquisa, planejamento, implementação e comprometimento com metas e clientes, tudo sob o espectro de um trabalho muito bem feito e é por isso que há tanto tempo vem mantendo sua hegemonia como principal fornecedor de ferramentas para a John Deere em todo o mundo. Sandvik Coromant do Brasil

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Quantas vezes, nos últimos tempos, já ouvimos a palavra “globalização” ? Quais as consequências que essa nova realidade está trazendo para a vida de cada empresa?

A

.globalização afeta direta ou indiretamente a vida de cada um de nós, “pobres mortais”. É positivo, por abrir novos mercados e caminhos até então não explorados e por obrigar as organizações e as pessoas a se atualizarem e buscarem novas formas de aprimoramento para sobrevivência no mundo globalizado. Por outro lado, a mudança é muito rápida e pode afetar drasticamente os que estão menos preparados ou os que demoram mais para perceber as mudanças. Porém, é o que está na moda no momento, e mostra que veio para ficar, portanto todos devemos estar preparados. As empresas mais informadas há muito tempo vêm se preparando para enfrentar as novas exigências do mercado, através da busca de maior competitividade em relação a seus concorrentes. Entre as principais medidas está a redução dos custos que envolvem toda a cadeia produtiva. Nesse enfoque muitas técnicas e novas filosofias de trabalho foram e continuam sendo empregadas para que se produza mais, com maior qualidade, em menor tempo e com o menor custo possível. Mas o que tudo isso tem a ver com gerenciamento de ferramentas? É exatamente nesse ponto que o gerenciamento de ferramentas entra, Onorival dos Santos Gerente de Operações - Tool Services Ltda. José Luiz Polis Suporte Técnico e Comercial - Tool Services Ltda.

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ou seja, para auxiliar as empresas na redução dos custos e no aumento da produtividade, adequando-se às novas exigências do mercado. De um modo geral, nota-se que em algumas empresas não há um controle muito preciso sobre consumo de ferramentas e seu respectivo custo, ocasionado talvez pela complexidade de se controlar as grandes quantidades e diversidades de ferramentas

“a atuação de um gerenciador de ferramentas não se limita apenas a fazer um controle sobre esses dados, pois ao atuar com um time especializado, o objetivo é focar o processo de usinagem como um todo” de corte empregadas nos processos de fabricação. Pode-se imaginar que uma das razões dessa dificuldade está no fato de que os sistemas (softwares) utilizados para controle interno das empresas não são específicos para o controle das ferramentas em si, apesar de proporcionarem alguns tipos de monitoramentos a esse respeito, como por exemplo as entradas e saídas de materiais do estoque e pontos de reposição. Muitas vezes os custos

com ferramentas são rateados entre departamentos, sem um critério adequado, ocasionando divergências. O resultado, ao longo do tempo, é um descontrole geral no estoque de ferramentas: compra-se o que não é preciso e deixa-se de comprar o que é realmente necessário, tendo como consequência até a parada da linha de produção e um aumento considerável no índice de obsolescência (ferramenta que está no estoque e não se usa mais). Ao se contratar uma empresa especializada em gerenciamento de ferramentas, além de aplicar métodos e sistemas específicos para a atividade, a empresa gestora conta com um recurso importante que minimiza os efeitos causados pelo controle não adequado do ferramental, que é a utilização de softwares específicos para a administração de ferramentas. No mercado há alguns softwares disponíveis e destinados a esse tipo de controle, com a finalidade de fornecer dados detalhados e precisos sobre toda a movimentação do ferramental dentro e fora da empresa, interligando e fornecendo informações a diversos de seus setores, como o planejamento de processos, projetos, compras, produção e almoxarifado. Outro fator encontrado com frequência é a falta de pessoal destinado a esse tipo de controle, pois devido à concorrência e à globalização, mencionadas anteriormente, as empresas fo-


ram obrigadas a reduzir os custos de fabricação dos produtos, diminuindo os custos com mão-de-obra e gerando, dessa forma, uma sobrecarga de atividades para determinadas funções. Embora o controle preciso dos gastos e consumo de ferramentas seja de extrema importância para o controle dos custos, a atuação de um gerenciador de ferramentas não se limita apenas a fazer um controle sobre esses dados, pois ao atuar com um time especializado, o objetivo é focar o processo de usinagem como um todo, envolvendo todas as variáveis possíveis pertinentes ao processo de fabricação, como por exemplo a redução do tempo de setup de máquinas, aumento da produtividade, implantação de novas tecnologias ao processo, suporte ao cliente no desenvolvimento de novos produtos, atuação imediata na solução de problemas, treinamento para o pessoal envolvido na cadeia produtiva, enfim, todo o trabalho é orientado para a redução de custos e desperdícios. Sendo assim, a operação de gerenciamento de ferramentas não influen-

cia apenas o custo com aquisição, que gira em torno de 3% a 5% do custo total de fabricação, mas sim outros fatores que formam o referido custo (troca de ferramentas, parada de máquinas, máquinas, refrigerantes de corte, etc.), que se bem gerenciados podem trazer reduções ainda mais significativas. Outro fator de vital importância para o sucesso do gerenciamento é o comprometimento das partes envol-

vidas neste processo, durante a implementação e andamento da operação, a fim de se obter os ganhos e resultados esperados. A filosofia do gerenciamento está mostrando que veio para ficar, como sendo uma forte ferramenta para melhorar a competitividade das empresas no nosso mundo concorrido e globalizado. Você e sua empresa já pensaram neste assunto?

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Lançada em julho, na Metav, em Dusseldorf (Alemanha), a linha Bluestar 5 de centros de usinagem horizontais, da ThyssenKrupp MetalCutting, explicita a nova estratégia da companhia: explorar o segmento de máquinas-ferramenta seriadas, de alta performance e custo competitivo.

O

NBH 75 é o primeiro modelo da linha, que será fabricado em duas plantas no mundo: a de Diedesheim, na Alemanha, que ficará com 70% da produção; e a de Diadema, na Grande São Paulo, que se responsabilizará pelos restantes 30%, para atender a demanda doméstica e de todas as Américas. A unidade brasileira também fornecerá todos os fundidos usinados. Apresentado ao usuário brasileiro pela primeira vez numa Open House no início de agosto, o NBH 75 foi exposto na feira de Máquinas-Ferramenta de Porto Alegre (RS), na IMTS, em Chicago (EUA), em setembro, e na Emaqh, em Buenos Aires (Argentina), em outubro. “Nossa expectativa é a de comercializar, no mínimo, 20 unidades do NBH 75 ao ano no mercado interno”, afirma Henry Goffaux, diretor presidente da ThyssenKrupp Metalcutting Brasil. “Para exportação, serão mais 30 unidades. No total, serão 50 máquinas anuais, uma por semana, em média”. A expectativa de mercado para o NBH 75 é elevada pelas características que apresenta: é versátil, universal, tecnologicamente avançada e de relativo baixo custo. “É uma máquina com todas as características de robustez e confiabilidade de uma máquina De Fato Comunicações

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alemã e preço comparável a uma similar de fabricação brasileira”, observa Goffaux, destacando que todo o projeto foi desenvolvido para a máquina ter o custo mais acessível possível.

ou mesa NC de 360 mil posições; magazine para 40 ou 140 ferramentas; opções para equipamentos de refrigeração conforme aplicação; possibilidade de fixação hidráulica; duas opções de assento de ferramenta (SK 40 ou HSK 63); diâmetro máximo de ferramenta de 150 mm e comprimento máximo de ferramenta de 350 mm. O tempo cavaco a cavaco é de no máximo 4s e o torque de 20 Nm. O NBH 75 tem prazo de entrega previsto entre 60 a 90 dias, para qualquer local do Brasil.

A EMPRESA

“Nossa filosofia era a produção sob encomenda. A linha Bluestar é seriada. A economia de escala possibilita a redução de custo. Na versão standard, o centro de usinagem sai com o CNC Fanuc 21i, o que é inédito para uma máquina fabricada pelo grupo”, observa o executivo. Com índice de nacionalização de 70%, o NBH 75 pode ser financiado pelo Finame. O NBH 75 tem base monobloco, motofuso de 10 mil ou 15 mil rpm; mesa giratória de 350 x 1°

O grupo ThyssenKrupp emprega 190 mil pessoas em todo o mundo e fatura 36 bilhões de euros ao ano. Somente a divisão Metal-Cutting, dedicada à produção de máquinas-ferramenta para arranque de cavacos, emprega 3 mil funcionários e fatura 600 milhões de euros ao ano. A planta de Diadema, além de produzir máquinas-ferramenta, faz reformas e retrofittings de máquinas (inclusive de outras fabricantes) e presta serviços de usinagem para terceiros. Emprega 200 funcionários e fatura 25 milhões de euros ao ano. De 2003 para 2004, as vendas da empresa brasileira devem a u m e n t a r 4 0 % . Pa r a 2 0 0 5 a projeção de crescimento é de 30%. “Temos pedidos em carteira para até junho do ano que vem”, completa Goffaux.


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Ao adquirir uma máquina-ferramenta, a empresa está, na verdade, fazendo um investimento e como tal deve conduzir este processo de modo a obter maiores ganhos e no menor tempo possível, ou seja, um retorno mais eficiente para seu investimento.

A

o compararmos este investimento de bem de produção com um investimento financeiro, notamos semelhança de objetivos, embora a forma operante seja diferente. Ao fazer um investimento financeiro, a empresa dispõe de um recurso que, ao ser aplicado, recebe uma capitalização que, espera-se, possa garantir a manutenção do valor investido bem como remuneração extra que resultará na ampliação contínua desse capital. Quanto maior for a taxa de capitalização deste recurso, maior será a eficiência do investimento. Neste caso a maximização do retorno dependerá diretamente da referida taxa que decorre do tipo de aplicação escolhida. Como se sabe, há uma série de fatores de risco e carências que, em geral, determinam o sucesso desse tipo de operação comercial. No caso do investimento em uma máquina-ferramenta, a capitalização do recurso empregado advém da produção gerada pela máquina. Quanto mais eficiente for o equipamento, maiores serão os recursos gerados. Ou seja, neste caso o fator fundamental para maximizar o retorno do investimento é a produtividade. Assim, uma opção correta do equipamento e das ferramentas a serem adquiridos, um bom planejamento, com foco no custo de produção, e Fernando Garcia de Oliveira Gerente Regional de Vendas OTS Sandvik Coromant do Brasil

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não no preço e um processo mais seguro e eficaz, garantem a máxima produtividade, e portanto, o melhor retorno sobre o investimento. Da mesma forma que ao decidir fazer uma aplicação financeira, a empresa deve buscar suporte de analistas financeiros, para minimizar os riscos e maximizar os ganhos, ao investir em uma nova máquina ela deve buscar o apoio de empresas especializadas em

produtividade, que podem garantir para o investimento o melhor retorno no menor tempo possível. Máquinas são compradas para produzir e quanto mais produzirem em um mesmo espaço de tempo, mais estarão valorizando o capital empregado além de amortizarem o montante investido, em menos tempo. Focar puramente preços em um investimento dessa natureza é certamente um equívo-

co, pois a competitividade de uma empresa é proporcional à sua competência em produzir com qualidade, mais rápido e por um custo menor. Só assim poderá reduzir seus prazos de entrega, aumentar suas margens de lucratividade, e garantir aos seus clientes maior satisfação do que os concorrentes. O investimento em uma máquina-ferramenta deve focar o custo final do componente usinado e não o preço dos equipamentos e meios adquiridos. Ao fazer um investimento sem planejamento e com foco no preço a empresa tem uma vantagem capital de curto prazo que é “corroída” rapidamente pelo alto custo de produção causado pela baixa produtividade do processo. No caso das ferramentas de corte por exemplo, sabe-se que o custo que elas representam no processo total de usinagem gira em torno de 3%. Sendo este valor insignificante quando comparado a outros custos, não se justifica considerar o fator preço na decisão sobre ferramentas, em detrimento da eficácia e da segurança do processo. É possível que ao ler esse texto o leitor possa interpretá-lo como óbvio, como o bater da mesma tecla; contudo, os anos de atuação em mercado tão ativo têm mostrado que muitas vezes perdemos mais competitividade pela falta do óbvio do que pela falta do novo.


Deb´Maq

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O ensino técnico é de importância vital para a difusão tecnológica. Essa é opinião de Roberto M. Spada, diretor da Escola Senai Suíço-Brasileira, centro de referência na área de Mecânica de Precisão, localizada em São Paulo (SP). “O melhor agente para a difusão tecnológica é o ensino técnico, que é a base da formação profissional”, afirma.

M

esmo um rápido passeio pela Escola Senai Suíço-Brasileira sugere que muitos empresários têm opinião semelhante à do diretor Roberto Spada. Parte dos equipamentos de última geração utilizados nos laboratórios têm sido obtidos por meio de convênios e doações de empresas, que recebem benefícios que vão além da oferta de recursos humanos bem preparados para trabalhar com ferramentas que representam estado da arte na tecnologia de ponta. Nessas parcerias entre empresas e escolas técnicas, ganham todos – principalmente os estudantes – cuja formação teórica é complementada com a prática, que é realizada com equipamentos e ferramentas de última geração, com os quais eles se depararão na vida profissional. Essa convivência com equipamentos similares – e em alguns casos iguais – aos utilizados nas empresas torna o estudante melhor preparado para desempenhar rapidamente as funções profissionais. Esse preparo é comprovado pelo índice de alunos que encontram emprego na sua área de formação. Dos cerca de 300 alunos da Escola Senai Suíço-Brasileira que De Fato Comunicações

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se formam anualmente em Mecânica de Precisão, aproximadamente 85% encontram empregos formais e trabalham em atividades relacionadas à área. Os restantes 15% vão para a universidade, um índice elevado que põe em xeque o mito de que os estudantes de escolas técnicas não recebem formação para enfrentar os vestibulares. Carlos Ancelmo de Oliveira Júnior, instrutor Técnico da Sandvik Coromant do Brasil, se formou em Mecânica de Precisão na Suíço-Brasileira há cinco anos. Segundo Oliveira Junior, a formação recebida na escola lhe possibilitou disputar e conquistar um emprego numa multinacional de renome. “Mas eu não sou exatamente uma exceção. Dos trinta alunos da minha sala, 70% hoje trabalham direta ou indiretamente com processos de usinagem”, afirma, destacando que a Sandvik Coromant sempre se preocupou em divulgar as novas tecnologias no meio acadêmico, tanto nas escolas técnicas quanto nas universidades. Aliás, a afirmação de Oliveira Júnior foi comprovada no dia 22 de outubro, quando a Escola Senai Suíço-Brasileira inaugurou o Laboratório de Usinagem Avançada High Speed, equipado com um centro de torneamento mul-

tifuncional MacTurn 250, de 9 eixos, e o centro de usinagem MU400VA, de 5 eixos. Essas máquinas, fabricadas pela Okuma, são parcialmente equipadas com ferramentas de corte doadas pela Coromant. Uma outra parte será adquirida pelo Senai, por meio de licitação. Além das máquinas operatrizes ferramentadas, o Laboratório conta com uma máquina de medição tridimensional QM 353, doada pela Mitutoyo, que a preço de mercado sai por cerca de R$ 70 mil. A Suíço-Brasileira tem assim, com essa configuração, o Laboratório didático mais avançado da América Latina, segundo o diretor da escola. O termo didático não é exato. Na realidade, a escola tem uma verdadeira célula de produção, que será utilizada para atividades didáticas, testes de usinagem e treinamentos. E mais, o Laboratório tem a atualização tecnológica garantida, pois a Okuma Latino Americana, que investiu cerca de R$ 3,5 milhões no Laboratório, prevê a substituição das máquinas-ferramenta periodi-

”Dos trinta alu nos ou


camente – um investimento justificado já que a empresa terá um show room num local privilegiado, sem contar que poderá utilizar o Laboratório para dar treinamento a clientes e fazer demonstrações e ainda colar o seu nome a uma instituição de ensino de reconhecida competência. “A cada dois anos, aproximadamente, vamos retomar essas máquinas e trocar por outras de geração tecnológica mais avançada”, diz Alcino Junqueira Bastos, gerente geral da empresa. O executivo nos informa que não sabe exatamente o que serão feitas com as máquinas instaladas, já que sua vida útil supera – e muito – os dois anos. “Ainda deveremos definir o que fazer com as máquinas, que certamente estarão em condições de uso. E, em termos tecnológicos, de forma alguma estarão obsoletas”. As máquinas operatrizes instaladas permitem fabricar peças geometricamente complexas, com elevado grau de precisão, já que possibilitam a realização de várias operações de usinagem com uma só fixação. A MacTurn 250 é indicada para indústrias que produzem lotes médios de peças complexas e precisas. Já a MU-400 VA é ideal para a produção de moldes e matrizes ou peças de extrema complexidade. Tom Verrette, vice-presidente da Okuma America Corporation, afirma que a empresa tem como sua filosofia dar apoio a ações em instituições de ensino, porque além de possibilitar a divulgação da tecnologia dos produtos de sua empresa para um público-alvo seleto, “trata-se de uma forma de retribuir à sociedade um pouco

Foto do laboratório de usinagem avançada da Escola Senai Suiço-Brasileira.

daquilo que ela proporciona”, elucida ele. Metrologia – No dia 22 de outubro, além do Laboratório de Usinagem Avançada, a Suíço-Brasileira inaugurou um Laboratório de Metrologia Avançada, com equipamento de altíssima precisão, que será utilizado em atividades didáticas e também para a prestação de serviços para terceiros. Os dois espaços foram inaugurados com a presença do presidente da Fiesp e dos conselhos regionais do Senai-SP e do SesiSP, Paulo Skaf. O Laboratório de Metrologia, que conta com equipamentos como a máquina de medir por coordenadas Crysta Plus, da Mitutoyo, projetor de perfil, máquina de medição universal e outros, custaram ao Senai cerca de R$ 2,5 milhões. Trata-se de um dos laboratórios didáticos de

metrologia mais completos e bem equipados do país. Custódio Vás, diretor presidente da Mitutoyo Sul Americana faz questão de esclarecer que os equipamentos deste laboratório foram adquiridos pelo Senai. “Porém, sempre que possível, apoiamos as instituições de ensino técnico, porque se ele não for atualizado, não haverá evolução tecnológica no País. O ensino técnico é fundamental para a difusão tecnológica”, afirma. Para Vás, a educação é fundamental para o desenvolvimento e o ensino técnico bem estruturado é de importância capital para um país se tornar mais competitivo. De acordo com ele, um exemplo são os Tigres Asiáticos, que sempre investiram fortemente em educação, em todos os níveis, mas são muito comprometidos com o ensino técnico.

alu nos da minha sala, 70% hoje trabalham direta ou indiretamente com processos de usinagem” Sandvik Coromant do Brasil

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Enegep supera expectativas com 2.200 inscritos O XXIV Encontro Nacional de Engenharia de Produção X International Conference on Industrial Engineering and Operations Management, que aconteceu de 3 a 5 de novembro superou novamente a expectativa dos organizadores. A reunião foi em Florianópolis, na Ilha da Magia, como realização da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina, juntamente com a ABEPRO - Associação Brasileira de Engenharia de Produção, UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul e a UNIMEP - Universidade Metodista de Piracicaba. A cada ano, o evento vem conquistando mais espaço entre a comunidade acadêmica tanto de graduação como também de pósgraduação, unindo a universidade com empresas envolvidas com a Engenharia de Produção. Para atingir os objetivos traçados, uma série de atividades foram desenvolvidas para o XXIV ENEGEP, como a realização de mini-cursos, grupos de trabalho, sessões temáticas, apresentação e discussão de trabalhos, seminários internacionais, seminários de graduação, mesas redondas com empresários, profissionais e pesquisadores nacionais e estrangeiros, apresentação de posters, painéis e exposições de empresas e atividades culturais. Além disso, workshops envolveram a apresentação de estudos de

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caso, realizados em pequenas e grandes empresas, visando a melhorias de qualidade e produtividade, fomentando discussões sobre os mecanismos adotados pelas organizações para promover o desenvolvimento tecnológico e inovação em seu sistema produtivo. Foram promovidas ainda três mesas redondas. A primeira teve por tema a “Flexibilização das atribuições profissionais”, coordenada pelo Prof. André Luís Almeida Bastos – FURB. Os participantes foram o Prof. Paulo Celso Resende Rangel - Presidente da Comissão de Exercício Profissional/CONFEA, Prof. Milton Vieira Júnior– ABEPRO/UNIMEP/ CREA-SP, Prof.ª Nilza Luiza V. Zampieri - UFSM/CONFEA Conselheira Federal, Prof. Rui Vieira - Consultor/CONFEA e Prof. Dr. Eng. Gilberto Dias da Cunha - Diretor Técnico ABEPRO - PUC/ RS – UFRGS. A mesa redonda sobre “O Brasil na Sociedade do Conhecimento”, teve a coordenação da Prof.ª Aline França de Abreu – UFSC. Os participantes foram Alexandre Korowajczuk - Gerente de Gestão do Conhecimento – PETROBRAS, Eduardo Costa - Diretor de Investimento em Inovação da Finep, Paulo Alvim - Diretor do Sebrae (Nacional) e Marcos Cavalcanti - Coordenador do Crie/Coppe/UFRJ. “Integração empresa-escola na era do conhecimento” foi o tema da

terceira mesa redonda, sob a coordenação foi Prof. Dario Nolli Coord. Graduação Eng. de Produção - FEJ – UDESC. Estavam entre os participantes o Prof. Antônio Diomário de Queiroz Diretor Geral do FUNCITEC, Eng. Olavo Kucker Arantes - Diretor de Meio Ambiente SINDUSCON – Florianópolis e Jaime Romagna Grasso - Presidente da FICIJ e Diretor Presidente da ATHLETIC. Outro destaque da edição deste ano foi a opção de ouvir as palestras que foram realizadas ao longo do Enegep pelo link: (www.labsad.ufsc.br/enegep1.php) A organização também preparou um debate sobre os assuntos relevantes à Engenharia de Produção. Quem quiser participar propondo assuntos relacionados ao ENEGEP ou outros temas pode entrar no blog: (www.enegepfloripa.blogspot.com)

Anais dos ENEGEPs ANTERIORES Para adquirir os anais dos ENEGEPs realizados nos anos de 1981 a 2003 é necessário acessar o site da ABEPRO www.abepro.org.br ou entrar em contato por e-mail secretaria@abepro.org.br, ou pelo telefone (19) 3454-2238.

ABEPRO - Associação Brasileira de Engenharia de Produção - Universidade Metodista de Piracicaba - Faculdade de Engenharia e de Produção - Programa de Pós Graduação Rod. Santa Bárbara-Iracemápolis - Km 1 - Cep: 13450-000 Santa Bárbara d´Oeste - SP site: www.abepro.org.br e-mail: abepro@unimep.br Tel: (0xx19) 3124-1767, 3454-2238 O Mundo da Usinagem


A exclusiva fresa CoroMill® 210 de facear e para mergulhos, agora em tamanhos maiores A Sandvik Coromant está agora ampliando o programa da bem sucedida introdução da CoroMill 210 – a fresa com capacidade tanto para fresamento produtivo em mergulho, quanto faceamentos com altos avanços. Um benefício altamente apreciado entre muitos usuários, inclusive dentro da indústria de Moldes & Matrizes. Foram introduzidas agora fresas com diâmetros de até 100 mm. O aparente paradoxo de combinar duas operações diferentes tornou-se possível por meio do desenho do corpo da fresa, assento da pastilha e às próprias pastilhas. Um ângulo de posição de dez graus permite faixas de avanço extremas com profundidades de corte axiais pequenas, quando a ferramenta for alimentada tangencialmente e também profundidades de corte radiais elevadas, quando a ferramenta for alimentada axialmente em operações de desbaste. Para faceamento com altos avanços, a fresa CoroMill 210 é o método de desbaste mais produtivo. Volumes de cavacos extremamente grandes podem ser removidos com faixas de avanço muito além do possível com o faceamento convencional. O fresamento em mergulho com a CoroMill 210 é o modo mais rápido de se usinar grandes volumes de metal na direção axial, por exemplo fresamento interno de cavidades profundas e fresamento externo ao longo de cantos a 90 graus profundos.

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Sandvik Coromant - Programa de Treinamento 2005 Mês

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O leitor de O Mundo da Usinagem pode entrar em contato com os editores pelo e-mail: omundo.dausinagem@sandvik.com

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Técnicas Básicas de Usinagem (14 horas em 2 dias) Técnicas de Furação e Roscamento com macho (14 horas em 2 dias) Escolha e Aplicação de Ferramentas para Torneamento (21 horas em 3 dias) Usinagem de Moldes e Matrizes (28 horas em 4 dias) Escolha e Aplicação de Ferramentas para Fresamento (21 horas em 3 dias)

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“É muito fácil celebrar a competência e a qualidade: parabéns à GM pelos 80 anos de Brasil” Anunciantes Hanna...................................05 Ergomat........................09 KabelSchlepp.......................11 SKF.........................................13 Romi...............................15 Okuma.......................................19 Aços Roman...............................19

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