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Publicação da Divisão Coromant da Sandvik do Brasil ISSN 1518-6091 RG. BN 217.147

Ed. 3. 2005



Palavra do Diretor

A Independência da Produtividade

N

Foto: P. Y. Refalo

a última edição, falei nosso desenvolvimento. As muito sobre a ética empresas, felizmente, não esem nossos negócios tão deixando se contaminar por e a importância de esta enxurrada de más notícias nossas ações sobre ela. Volto a e continuam seus investimentos ressaltar que, apesar de algunormalmente por acreditarem mas críticas recebidas como que o Brasil é um país viável e “não se esqueça que você está acima destes maus polítiestá no Brasil, e as coisas aqui cos. Existem bons políticos! não funcionam desta forma”, Temos a certeza de que os é importante para nós, nosso negócios de nossos clientes país e as futuras gerações, que estão cada vez mais indepenmudemos as coisas erradas “ Nós somos o Brasil dentes destes acontecimentos quando as encontramos. Não políticos, a exemplo do que e nós temos que podemos continuar aceitandoaconteceu em vários outros fazer as mudanças as simplesmente! Nós somos o países ao redor do mundo, inBrasil e nós temos que fazer cluindo a Europa, onde a econecessárias, pois as mudanças necessárias, pois nomia corre separadamente ninguém de fora ninguém de fora irá fazer isso dos desastres políticos. irá fazer isso por nós! Dessa mesma maneiTranscendendo questões popor nós!” ra encaro os acontecimentos líticas e partidárias, apoiamos atuais na área política. sim o desenvolvimento de Inúmeros fatos foram tranossa economia através do ganho da produzidos à tona durante os diversos depoitividade e por conseqüência queremos contimentos que assitimos, e não podemos ser nuar promovendo a competitividade de nosconiventes com a impunidade, pois isso sos clientes e de nosso país. ajudaria a cristalizar a crença de que o traPara aqueles que pensam como nós, esbalho honesto não compensa. tamos sempre disponíveis e preparados para O Brasil já está maduro suficiente para que trabalharmos em conjunto. Para aqueles que estas atitudes deploráveis de alguns maus ponão pensam em produtividade e competitivilíticos interfiram em nossa economia e em dade, ainda há tempo... mas corram! Cláudio José Camacho Diretor - Coromant


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Índice

Empreendedores

Capa

Foto: Izilda França/Criação: Arte Gráfica

Como patentear o empreendedorismo: algumas noções

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A “patente”, nome que se dá ao título de registro de invenções, é um elo importantíssimo na cadeia de produção do mundo moderno e, claramente, está quase sempre na base do empreendedorismo.

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Gestão Empresarial Ferramentas eficientes eliminam gargalos Com a aplicação do Lean Manufacturing, aliado ao suporte de fornecedores capazes de oferecer soluções técnicas eficazes, a Weir do Brasil elimina gargalos de sua linha de produção.

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Suprimentos Muito além do valor dos contratos ............................................................................................. pág. 06

Ponto de Vista

Transportando qualidade....................................................................................................... pág. 10

Produtividade

Coromant CaptoTM................................................................................................................ pág. 18

Pesquisa & Desenvolvimento

A importância do recurso de associatividade entre os sistemas CAD/CAM na geração do programa NC ......................................................... pág. 26

Interface

Uma avaliação do treinamento técnico no Brasil .............................................................................. pág. 34

OTS

Romi faz 75 anos ................................................................................................................. pág. 36

Movimento ........................................................................................................................ pág. 41 Anotando ........................................................................................................................ pág. 41 Destaques ........................................................................................................................ pág. 41 Contatos ........................................................................................................................... pág. 42

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Editorial

Publicação trimestral da Divisão Coromant da Sandvik do Brasil S.A., ISSN 1518-6091 RG.BN 217.147 e-mail: omundo.dausinagem@sandvik.com

SANDVIK DO BRASIL

Presidente: José Viudes Parra

DIVISÃO COROMANT Diretor Coromant Cláudio José Camacho Gerente de Marketing e Treinamento Francisco Carlos Marcondes Coordenadora de Marketing Heloisa Helena Pais Giraldes Assistência ao Marketing Cibele Aparecida Rodrigues dos Santos Daiane Miranda Conselho Editorial Nivaldo L. Coppini, Adriano Ventura, José Carlos Maciel, Tadeu B. Lins, Francisco C. Marcondes, Roberto Saruls, Heloisa H. P. Giraldes, Marlene Suanno, Aryoldo Machado, José Edson Bernini e Fernando G. de Oliveira Coordenadora da publicação Vera Lúcia Natale Editoria: Depto. de Marketing da Divisão Coromant Responsável: Francisco C. Marcondes Jornalista responsável Heloisa Helena Pais Giraldes MTB 33846 Propaganda: Gerente de contas Thaís Almeida Viceconti Tel.: (11) 6335-7558 Cel.: (11) 9909-8808

Editoração: Arte Gráfica Comunicação Revisor: Fernando Sacco Gráfica: Type Brasil Tiragem: 11.200 exemplares

Av. das Nações Unidas, 21.732 Santo Amaro - São Paulo - SP CEP 04795-914

Se, como cidadãos e profissionais envolvidos com a produção, não podemos ignorar as intercorrências políticas pouco favoráveis que atravessamos no momento, também não podemos deixar de apreciar que a estabilidade da economia é claro sinal de crescimento “humano” no sentido de percepção ampliada, comprometimento com o trabalho em termos de compromisso e responsabilidade. Com base nisso as parceriais se revigoram e nos dão alento para continuar buscando as metas estabelecidas para o ano em vigor. Assim é que falar em produtividade, ou eliminação de gargalos, parece-nos mais do que conveniente, e o caso da empresa Weir do Brasil é de muito incentivo, bem como a questão das patentes, que nos remete à valorização das idéias empreendedoras e sua salvaguarda do crime da pirataria. A responsabilidade da parte de cada um na construção de um resultado harmonioso é bem demonstrada na rede de suprimentos de grandes empresas como a Voith Paper, a Honeywell e a Petrobras. Enfim, para assumir o leme com a precisão do timoneiro, importa lembrar o papel de atividades de treinamento não apenas na difusão de conhecimento e know-how, mas, sobretudo, na educação no sentido mais amplo de aculturar, formar, alicerçar valores sem os quais o objetivo de aumento da produtividade, por si só, não teria o mesmo peso e tampouco a mesma consistência de resultados.

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Suprimentos

Ilustração: Arte Gráfica

Muito além do valor

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ornecer para grandes empresas é um dos sonhos da maioria das pequenas e médias indústrias e prestadores de serviços. Entre os fatores que levam as pequenas a ansiar ter uma grande empresa entre seus clientes destacam-se a estabilidade, a garantia e, ainda, a possibilidade de ascender a uma melhor condição no mercado. As grandes empresas em geral abrem espaço para as pequenas indústrias em sua rede de fornecedores. Algumas contam inclusive com programas específicos para o

desenvolvimento de fornecedores locais e isto não ocorre porque as grandes empresas são caridosas. As pequenas indústrias têm características muito valorizadas, como flexibilidade, facilidade na mudança de setup e custos menores em pequenos lotes, entre outros. Foi-se o tempo da verticalização, prática hoje considerada incompatível com as exigências do mercado em termos de custo e prazos. A saída foi manter internamente apenas os itens considerados essenciais ao negócio (core business). Para os demais buscam-se no mercado

empresas em melhores condições de fazê-lo, seja por especialidade ou flexibilidade. Ao contratar um fornecedor, a grande empresa está buscando manter-se competitiva. Outro fator que leva as grandes a desenvolver fornecedores locais é a não-dependência das oscilações cambiais. Recentemente, quando o dólar estava em alta, assistiu-se quase que uma corrida do setor de autopeças para nacionalizar partes e componentes. Na Automec 2003, por exemplo, vários fabricantes apresentaram às indústrias locais produtos que gostariam de ver nacionalizados. A atual queda do dólar refreou esse ímpeto (fala-se que a manutenção do câmbio nos patamares atuais pode inverter o processo, pois empresas da Índia, China e Leste Europeu estão ficando muito competitivas). A importação, porém, apresenta outras dificuldades que podem comprometer o prazo de entrega, já que envolvem longas distâncias e possíveis problemas alfandegários, incluindo greves de portuários e de armazenagem, entre outros.

Ganhos adicionais Mais do que os valores escritos nos contratos, entrar para o rol de fornecedores de uma grande empresa traz ganhos adicionais em termos de capacitação e tecnologia. Na Voith Paper Brasil, por exemplo, para ser homologado e participar de licitações, o fornecedor passa por uma bateria de avaliações, realizadas a partir de visitas do pessoal de Suprimentos, da Engenharia e da Quali-


dos contratos

Para pequenas e médias indústrias, muito mais do que o valor dos contratos, ser fornecedor de uma grande empresa traz ganhos adicionais. dade, nas quais são analisadas a capacidade do fornecedor, máquinas, equipamentos e processos. Se aprovado, ao longo do relacionamento receberá orientações e apoio que resultarão em ganhos tecnológicos e de melhoria da produtividade. Lígia Palma, gerente de Suprimentos da Voith Paper Brasil informa que, a partir do relacionamento com a empresa, alguns fornecedores apresentaram sensível melhora no desempenho. “Souberam aproveitar a oportunidade e hoje já fornecem diretamente para clientes nossos”, frisa. Porém, nem todas as experiências são bem-sucedidas. A gerente conta que pouco tempo atrás foi selecionado um de seus fornecedores para nacionalizar um sistema eletrônico, de alto custo, mas o desenvolvimento não teve sucesso. “Queríamos torná-lo parceiro”, lamenta a gerente, lembrando que um dos problemas de muitas pequenas indústrias é a administração deficitária e pouco profissional pois se perdem com prazos e custos de materiais. No final dos anos 90, a filial brasileira da Voith Paper era verticalizada. Segundo a própria empresa, isso implicava em manter um elevado número de funcionários e um enorme parque de máquinas, com equipamentos para produzir desde usinagem leve a cilindros de 12 metros. No final da década, visando aumentar a competitividade, deu início ao processo de terceirização, classificando as peças segundo critérios de importância para o core business. Hoje, tem cerca de 1200 for-

necedores ativos, sendo 300 mais representativos, com movimentos regulares, encontrando-se todos, nesse momento, em processo de requalificação. Para garantir que as peças feitas por terceiros atendam às necessidades técnicas e econômicas, foi criado o Grupo de Apoio à Produção (GAP), formado por técnicos e engenheiros da Voith Paper Brasil, que oferece apoio e suporte técnico na planta dos fornecedores. Para Wilson José Moretti, gerente de Outsourcing, essa é uma necessidade, na medida em que muitas peças só eram produzidas no Brasil pela própria Voith. “Procuramos estar presentes no dia-a-dia do fornecedor”, afirma. “É do nosso interesse, pois a pequena indústria tem flexibilidade e condições de atingir custos competitivos”. A Voith Paper Brasil não exige dos fornecedores certificações segundo normas. Basicamente, os requisitos são preço, prazo e qualidade. Porém, regularmente promove eventos e workshops aos quais convida os fornecedores, buscando orientá-los na direção da qualidade, tratamento de resíduos, etc. “Procuramos conscientizá-los das boas práticas de produção”, resume Moretti. Já a Honeywell Turbo Technologies - fabricante dos turbos Garrett - exigia de seus fornecedores a ISO 9000. Em 2004 elevou o patamar, passando a exigir a ISO TS 16949, por ser mais voltada ao processo. Ricardo Rampaso, diretor de Suprimentos, diz que alguns pontos são fundamentais para que uma

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Suprimentos empresa venha a ser fornecedora da Honeywell. Entre eles, estrutura administrativa profissional com áreas de atuação bem definidas, onde setores como Qualidade, Logística, Engenharia e Manufatura tenham profissionais que possam desenvolver um trabalho em conjunto com o cliente. “ O investimento em profissionais competentes é o segredo do sucesso. Não adianta nada haver várias máquinas se não houver profissionais que possam maximizar o uso das mesmas”, diz Rampaso. Além disso, “também conta muito a capacidade de investimento e/ou financiamento, pois com equipamentos antigos não atingirá a produtividade e a qualidade necessárias e,

produtivo do fornecedor e junto com ele desenvolve-se um novo layout, visando a melhoria do processo, de tal forma que os benefícios sejam a entrega on time e qualidade”, explica Rampaso. O fornecedor também é avaliado em termos de capacidade de produção e recebe sugestões sobre onde investir. “Temos exemplos de fornecedores que sem nenhum investimento obtiveram ganhos de 20% de produtividade apenas com a alteração do layout de uma célula”, completa. Rampaso reconhece que, a princípio, os fornecedores não aceitavam muito bem essa “intromissão”. A situação começou a mudar com o surgimento de alguns cases de su-

Outros espaços para pequenos e médios fornecedores estão sendo abertos. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) lançou recentemente programa para financiar esse tipo de empresa

portanto, o custo será alto”, pondera. Por outro lado, “é fundamental ter planejamento da produção, para poder atender aos prazos combinados. Segurança no fornecimento é essencial, tanto no prazo de entrega quanto na qualidade”, enfatiza. A meta da Honeywell é atingir custos competitivos. Para tanto, criou um programa de desenvolvimento de fornecedores que envolve a assessoria de especialistas em Seis Sigma e Lean Manufacturing. “É feito um diagnóstico do processo

cesso, a ponto de dois de seus atuais fornecedores apresentarem tão forte evolução a partir do programa que passaram a exportar para plantas do grupo no México e na Índia. “Inclusive, em nosso último encontro com fornecedores, tivemos um depoimento, no qual um outro fornecedor disse que se soubesse que era tão bom teria investido mais tempo em Seis Sigma e Lean do que na certificação TS 16949”, acrescenta. Hoje, o índice de nacionalização da Honeywell está entre 85% e 88%. No

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total, são 26 fornecedores, 14 deles pequenos. Implantado pela Robert Bosch do Brasil em 2003, o Fit for Global Approach (Preparado Para Abordagem Global) é um programa de desenvolvimento de fornecedores com o objetivo de reduzir problemas de qualidade, logística e custos. Dele participam pequenas e médias empresas dos ramos de estamparia, injeção plástica, usinagem, forjaria, fundição, coletores e imãs. A princípio, eram doze empresas, mas, até o final de 2005, o programa contará com 30 integrantes. O programa envolve treinamentos e avaliações para eliminar desperdícios e, posteriormente, a aplicação de ferramentas para melhoria da qualidade, logística e produtividade. Um dos objetivos do Fit for Global Approach é capacitar os fornecedores para que possam vir a atender as demais unidades do grupo no exterior. A previsão da Bosch é que a médio prazo as participantes estejam exportando por ano cerca de R$ 30 milhões.

Compras diretas de US$ 1,8 bilhão/ano Maior empresa brasileira, a Petrobras tem um volume respeitável de compras diretas: US$ 1,8 bilhão/ ano, 83% desse montante adquirido no mercado nacional. Fatia dessas compras é atendida por pequenas indústrias. Armando Cavanha, gerente executivo de Compras da Petrobras, afirma que o porte não é um impedimento para uma indústria fornecer à estatal. “Nós analisamos a capacidade fabril e financeira da empresa, para ver se é capaz de fornecer o que precisamos e se tem condições financeiras, inclusive para comprar os insumos necessários”.


Basicamente, os fornecedores têm de atender a cinco variáveis: requisitos legais; econômicos; técnicos; de segurança; saúde e meio ambiente e, mais recentemente, também de responsabilidade social (não podem, por exemplo, contratar mão-de-obra infantil). Para os itens classificados como sensíveis, dada a natureza da atividade petrolífera, o fornecedor é submetido a um raio X, que envolve uma série de requisitos de segurança, técnicos e operacionais. Cavanha informa que a Petrobras desenvolve fornecedores quando se vê diante de algumas situações. Por exemplo, quando existe carência de fabricantes numa área ou num determinado item, já que isso pode implicar em preços não satisfatórios. Nesse caso, estudos internos e avaliações irão determinar a oportunidade ou não de se desenvolver fornecedores. A estatal também mantém convênio com o Sebrae em 12 estados, nos quais tem atividades produtivas, visando estimular os produtores locais. Outra situação é quando existe um gap tecnológico, seja em materiais ou equipamentos já disponíveis no mundo e ausentes no País. Nesse caso, a Petrobras vai a campo para desenvolver um fornecedor. Essa procura, muitas vezes, termina em uma pequena empresa ligada a incubadoras tecnológicas. Com a empresa selecionada, é assinado um termo de cooperação, em conjunto com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o CENPES (Centro de Pesquisas da Petrobras). Por esse termo, o desenvolvimento vai sendo pago ao fornecedor a cada fase concluída. “Para a Petrobras, é vantajoso, pois fecha um gap. Para o fornecedor também, já que obtém tecnologia e capacidade, ao mes-

mo tempo em que é remunerado pelo desenvolvimento”, explica. Hoje, estão em vigor cerca de 50 termos de cooperação tecnológica. Outros 20 estão em negociação e mais de 100 temas estão em fase de monitoração. Entre os projetos em andamento estão um sistema de tratamento de resíduos por plasma térmico a gás natural, com a empresa Transformadores do Nordeste e apoio tecnológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte; unidade de bombeio, com a Dambroz e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul; e sistema ótico de medição multiponto, com a Gávea Sensors e apoio da PUC-Rio. O gerente conta que essas práticas têm levado a estatal a registrar inúmeras experiências bem-sucedidas. Uma delas é emblemática: há dez anos as árvores de natal molhadas (conjunto de válvulas que controla pressão e vazão do poço submarino de petróleo) eram 100% importadas e hoje são feitas no Brasil, como resultado de desenvolvimentos cooperativos em conjunto com o CENPES. “Também não tínhamos fornecedor nacional de atuadores de válvulas. Trabalhamos em conjunto com uma pequena empresa, que hoje já exporta esse produto”. Outros espaços para pequenos e médios fornecedores estão sendo abertos. O BNDES lançou recentemente programa para financiar esse tipo de empresa, específico para o atendimento das necessidades da indústria de máquinas e equipamentos. Também está sendo preparado um programa para atender a indústria naval. É questão de se credenciar e aproveitar os ganhos adicionais para crescer. De Fato Comunicações

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Ponto de Vista

Ilustração: Arte Gráfica

Transportando qualidade

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ano de 2004 foi muito bom para a Scania e o de 2005 segue pelo mesmo caminho. Temos motivos para comemorar e acreditar que os anos ruins de 2002 e 2003 são coisas do passado. Mas, sempre digo que é preciso comemorar com cautela. Nunca podemos deixar que a euforia nos leve a erros, principalmente erros de avaliação da situação e de seus desdobramentos. O Brasil iniciou recuperação vigorosa. Temos hoje uma realidade de maior estabilidade no País. Nesse cenário, a Scania estabeleceu, em 2004, o recorde de produção na América Latina. Produzimos 14.911 unidades, entre caminhões, ônibus, kd/skd e motores industriais e marítimos. Nosso melhor resultado até então, no ano de 1997, havia sido de pouco mais de 12 mil unidades para os 12 meses. Como reflexo desse incremento de produção, também pela primeira vez em nossa história de Brasil, iniciamos um segundo turno de trabalho na linha de montagem. Essa elevada produção responde, é claro, à melhoria dos mercados, tanto o nacional como os internacionais. Segundo os dados da Anfavea, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automo-

tores, a Scania é a maior exportadora de caminhões pesados do Brasil desde 2002, com fatias superiores a 50% em todas as linhas de caminhões pesados que saem do Brasil. No mercado interno, terminamos o ano de 2004 na liderança em caminhões pesados, com a comercialização de 6.100 caminhões. E em nosso balanço mundial de 2004, informamos também que o Brasil havia se tornado novamente o maior mercado para a Scania no mundo, tanto para caminhões como para ônibus e para motores industriais e marítimos. Acredito que estamos no caminho certo e, como fabricante de veículos, além de prover as melhores soluções de transporte para os nossos clientes, temos nos dedicado também em ajudar a diminuir o número de acidentes nas estradas do Brasil e América Latina, sempre voltados para a valorização e a educação do motorista de caminhão. Estudos mostram que, no Brasil, o número de acidentes é alarmante, causando elevado índice de mortes e ferimentos graves. Segundo estudos do “S.O.S Estradas”, ocorrem cerca de 30 acidentes por hora nas rodovias do país, provocando a morte de 35 pessoas e deixando outras 400 feridas diariamente. Essas cifras levam a uma média


de 24 mil mortos por ano nas estradas do país e um total de 42 mil mortos no trânsito em geral. A melhoria das condições das rodovias é, sem dúvida, uma necessidade, mas isso não significa que haverá, automaticamente, uma redução dos acidentes, pois 90% deles são provocados por falha humana. O motorista é o fator-chave na segurança rodoviária e seu desempenho é decisivo em situações de risco. É por esse motivo que muitas das inovações tecnológicas recentes da Scania destinam-se a apoiar as decisões do motorista e a facilitar a condução. Desde muito tempo, a Scania se dedica a contribuir para uma melhora na conscientizacão sobre a segurança nas estradas e neste ano, agregamos mais um importante passo: estamos levando adiante nossa iniciativa chamada “Educação para a Segurança”, que reúne várias ações para a diminuição dos acidentes de trânsito nas estradas. Uma dessas ações é a competição “Melhor Motorista de Caminhão do Brasil”. Essa competição tem como objetivo promover a conscienti-

zação da importância da segurança nas estradas, avaliando por meio de provas práticas e teóricas o melhor motorista de caminhão do país, levando em conta sua competência profissional e a condução segura. Poderão participar da competição todos os motoristas profissionais do Brasil, que conduzem caminhões de qualquer marca, desde que possuam habilitação categoria E. Nossa visão é que, bem preparado, educado e valorizado, o motorista é fundamental para a diminuição dos acidentes. Por isso, a competição “Melhor Motorista de Caminhão do Brasil 2005” será uma excelente oportunidade para premiar este profissional das estradas. Principalmente, a Scania acredita que o respeito ao indivíduo é parte fundamental de seu negócio, complementado pela mais alta qualidade de nossos produtos e pela preocupação constante com a satisfação de nossos clientes. Richar Konig Vice-Presidente de Comunicações Scania Latin America.


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Empreendedores

Como patentear o empreendedorismo:

algumas noções

A “patente”, nome que se dá ao título de registro de invenções, é um elo importantíssimo na cadeia de produção do mundo moderno e, claramente, está quase sempre na base do empreendedorismo.

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nvenções propulsionam a humanidade há milênios. A roda, ligas de metais e milhares de outras criações acumularamse ao longo dos séculos. Algumas eram imitadas de imediato, já que bastava vê-las – como a roda – para se compreender o funcionamento e saber reproduzi-la. Outras foram ciosamente guardadas, motivaram guerras mas acabaram de domínio comum, como algumas ligas de metais. A maneira moderna de garantir os direitos sobre as próprias invenções data do século XV, quando em Veneza, Itália, se concedem as primeiras patentes. Na Inglaterra do século XVll já havia sistema de patentes e a maioria dos países adotaram leis de patentes a partir do século XIX. A mais importante convenção desta área foi a Convenção de Paris de 1883, que estabeleceu dois princípios fundamentais na lei das patentes até hoje em vigor: a) Tratamento igualitário: um pedido de patente estrangeira, no Brasil, vai passar pelo mesmo exame e obter patente com os mesmos efeitos que patente obtida por um nacional. Não existem tipos de patente diferentes para nacionais e estrangeiros: um brasileiro vai obter o mesmo tipo de patente na

Suécia como se fosse um sueco. b) O direito de prioridade: Se alguém deposita um pedido de patente em um país membro da Convenção, da qual fazem parte praticamente todos os países, ele vai ser o primeiro do mundo todo. Parece coisa óbvia mas os efeitos não são. De acordo com a Convenção, esse alguém poderá, por um ano, a partir dessa data, depositar em um país membro da Convenção um pedido nacional equivalente àquele primeiro, sem que este pedido nacional seja invalidado pelo depósito já existente neste país membro em nome de um terceiro, de um pedido de patente para a mesma invenção, se essa foi depositada em data posterior àquela primeira data. É justamente o primeiro a nível mundial que vai obter a patente no país ou nos países que ele escolhe. Vale esclarecer que não se trata de uma patente mundial, porque não existe patente mundial. As patentes são primordiais na transferência de tecnologia de qualquer tipo entre países e entre empresas. Contratos de licenciamento de tecnologia são com freqüência baseados em patentes. A razão é simples: se não existisse uma patente, seria permitido copiar sem pagar nada àquele que inventou. É importante ter pelo menos o pedido de patente

antes de tentar achar um interessado em produzir algo. Isto vale tanto para uma empresa como para um inventor particular. É fácil observar que nos países desenvolvidos existe um grande número de pedidos de patente. No Japão, por exemplo, há mais de 200.000 pedidos por ano e a maior parte vem dos próprios japoneses. No Brasil temos cerca de 16.000 pedidos por ano e a maior parte vem do exterior. Entre os 120.000 mil pedidos anuais no Escritório Europeu de Patentes em Munique, menos de 100 são oriundos do Brasil. Não creio que falte criatividade no Brasil: o que falta é conhecimento sobre patentes e, em segundo lugar, financiamento. Muitas vezes no Brasil, se alguém inventa algo, nem pensa em depositar patente, porque não sabe bem o que é. Também são poucas as pessoas no Brasil que sabem redigir um pedido de patente. A maioria dos brasileiros pensa que a tramitação para se obter uma patente deve ser feita por advogado quando, na realidade, o profissional prestador do serviço deve ser um agente de propriedade industrial habilitado pelo INPI, com formação em engenharia ou ciências afins, apresentar fluência escrita e verbal em no mínimo inglês e o idioma nacional, de


sil, o Brasil entre 20 e 40 na Suécia. O melhor caminho para se obter uma patente é procurar um escritório de propriedade industrial, especializado em patentes, e tratar diretamente com aquele profissional de patentes citado acima. O inventor deve apresentar o estado atual de uma questão, hoje, sem sua invenção, quais são os problemas com este chamado “estado da técnica”, e como a sua invenção resolve estes problemas. Recomenda-se então uma busca de anterioridades em bases de dados de patentes locais e estrangeiras, para ver o que já existe, porque, para ser patenteável, a invenção deve ser inédita. Depois da busca, o engenheiro de patentes ou “agente de propriedade industrial” redige seu

para, digamos, Chile, e outros países onde você não depositou, mas não pode exportar para o Brasil sem entrar em acordo com você. Com um pedido de patente na mão, o chamado “patent pending”, um empreendedor pode mostrar a invenção à vontade, sem que outros possam copiar a invenção sem sua permissão. Se não tivesse depositado um pedido de patente, aí sim, terceiros poderiam copiar à vontade, sem cometer nenhum crime. Se um produto não foi patenteado no Brasil, um empreendedor ou uma empresa que produz sem licença não corre risco nenhum, salvo se cometer algum ato de concorrência desle-

“O Brasil tem uma política tecnológica ambivalente. Por um lado parece encorajar a criatividade dos inventores nacionais mas, por outro, impõe uma burocracia que emperra o processo”

pedido de patente, com um relatório, um quadro reivindicatório, um resumo e eventuais desenhos. Obtém-se a aprovação do inventor e depois deposita-se no INPI. Dentro de um ano se deve decidir a depositar ou não em outros países, reivindicando prioridade do pedido brasileiro. A vantagem da patente é poder proibir que outros usem uma invenção, durante um período de até 20 anos, contando da data de depósito do pedido. Os concorrentes precisam da permissão do autor para produzir e/ou vender. Porém, cabe salientar que patentes só valem nos países onde foram depositadas. Se você depositou seu pedido de patente no Brasil, alguém pode produzir na Argentina e vender lá, e exportar

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al a respeito dos quais o engenheiro de patentes deva assessorar, ou a não ser que exporte para um país onde de fato foi patenteado. Agora, se um produto foi patenteado, ou pelo menos o pedido já foi depositado no INPI, e alguém copia sem licença, pode ser chamado à justiça e responder nas esferas cível e criminal devendo indenizar danos causados ao proprietário da patente. Estes em geral são calculados em torno de 5% do faturamento obtido pelo produto copiado. Ainda, se culpado, terá que pagar os custos da justiça e muitas vezes o estoque do produto infrator é confiscado pela polícia. Porém, o mais usual é o depositante do pedido e/ou titular da patente mandar uma notificação por infração

Foto: Autor

preferência em três idiomas, com vários anos de experiência na redação e obtenção de patentes e vivência no meio industrial. A falta de financiamento conta porque embora seja barato, em si, iniciar um depósito no Brasil, é caro obter patentes no exterior. Enquanto custa entre 2000 e 8000 Reais (dependendo da complexidade da invenção) para obter uma patente no Brasil (inclusive honorários de um agente da propriedade industrial), para se obter uma patente nos 8-10 países mais importantes do mundo, a faixa média pode variar de 40 a 50 mil dólares, por um período de 5 a 10 anos. O Brasil tem uma política tecnológica ambivalente. Por um lado parece encorajar a criatividade dos inventores nacionais mas, por outro, impõe uma burocracia que emperra o processo: a demora para obter uma patente no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) é de 5 a 10 anos, e se for uma patente farmacêutica, ainda deve obter a “anuência prévia” da ANVISA (Agência Nacional da Vigilância Sanitária) antes do deferimento. Assim, obtida a patente, a invenção muitas vezes já está ultrapassada. Seria importante que políticos e tecnocratas brasileiros entendessem que o maior gerador de empregos é a inovação tecnológica, sustentada por patentes. O Brasil, assim, possui um número insignificante de patentes. Enquanto que a Suécia, com 9 milhões de habitantes, tem mais ou menos 5000 pedidos por ano oriundos da própria Suécia, o Brasil tem mais ou menos 1000. Ademais, destes 1000, somente mais ou menos 250 são depois depositados em outros países. A Suécia deposita em torno de 450 pedidos de patente por ano no Bra-


(“cease and desist letter”) ao infrator, mandando que ele pare já ou se continuar, que pague por uma licença a ser negociada. Mais tarde, quando a patente for deferida, será a partir da data desta advertência que o proprietário da patente pode exigir compensação, ou da data a partir da qual o notificado tomou conhecimento da existência do pedido. É perfeitamente possível inventar um novo produto e começar a produzir sem pedir patente, mas isso não é comercialmente conveniente. O risco é que se este produto for um sucesso, outros também vão começar a produzir, sem que possa ser impedido. De certo, estes outros tampouco vão poder pedir uma patente, porque aí o produto não vai mais ser considerado novo. Vai ser livre concorrência, sem patente nenhuma. Nos dias de hoje, a pirataria atinge também direitos de patente, desenho industrial e marcas, embora os objetos mais divulgados sejam aqueles relacionados ao direito autoral, como obras de música, filmes e software. A justiça ainda não tem muita experiência no caso de pirataria contra patentes e são poucos os advogados com experiência de patentes. Mesmo assim, o respeito pelas patentes tem aumentado desde que entrou em vigor a nova lei de propriedade industrial, em 1997. A meu ver é contraditória a campanha do governo contra pirataria e ao mesmo tempo sua “quebra de patentes” de remédios contra AIDS. O lógico é negociar para obter um abatimento do preço, nunca desapropriar a patente. Se outros governos também começassem a quebrar patentes de remédios contra AIDS, logo não haveria mais pesquisa para novos e ainda mais eficazes remédios contra esta doença. A patente, justamente, garante ao inventor, ao empreendedor, ao laboratório, a todos que investem em pesquisa, o direito a

O importante é perceber que o sistema de patentes não existe apenas para as grandes empresas multinacionais

Foto: Autor

Empreendedores

terem um retorno por seus esforços. Por isso a informação é vital. Existem cursos sobre Propriedade Industrial organizados pela ABPI (Associação Brasileira da Propriedade Intelectual) e pela ASPI (Associação Paulista da Propriedade Intelectual). Os escritórios de propriedade industrial com profissionais com as qualificações mencionadas podem ser contatados para palestras; o INPI no Rio de Janeiro e a delegacia do INPI em São Paulo, e outras capitais estaduais estão aptos a orientar. O processo de conhecimento de patentes pode ser curioso. Entre todos os milhares de pedidos de patente que já vi, a mais engraçada, patenteada em vários países e grande sucesso comercial, foi o tapete de rezas para viagens de muçulmano, com bússola presa no tapete para orientá-lo a Meca, na hora de rezar. Em todas as leis de patentes há um artigo que proíbe patenteamento de produtos ou processos que firam a moral e a ética. Houve um pedido recusado por esta razão. Era um método com centenas de pequenas agulhas para injetar água na carne, aumentando-lhe o peso e, assim, o preço. Se o depositante

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tivesse alegado que a água era para amaciar a carne, provavelmente teria tido deferido o pedido. Caso interessante é o do cupuaçu, registrado como marca de bebida com cupuaçu no Japão. O examinador de pedidos de marcas no Japão não conhecia a palavra e deferiu o pedido. Mais tarde, quando no Brasil se descobriu o registro, entrou-se com oposição, pois uma marca não pode ser demasiadamente descritiva (isto é, não se pode registrar marca Canivete para um canivete, “icecream” para um sorvete, etc.), e o registro foi anulado. Assim, se a marca cupuaçu não tivesse sido para a bebida mas, digamos, para uma pastilha de metal duro, aí sim alguém (inclusive no Japão) poderia registrar a palavra Cupuaçu para tais pastilhas. O importante é perceber que o sistema de patentes não existe apenas para as grandes empresas multinacionais. Ela é instrumento vital para o pequeno inventor, já que o pedido de uma patente bem redigido é a única proteção do inventor quando ele busca um interessado, talvez até nas grandes empresas, para produzir e comercializar sua invenção. Finalmente, devemos perceber que a patente, embora proteja, não é uma camisa de força: diante de uma grande invenção patenteada, outro inventor pode sentir-se desafiado a melhorar esta invenção ainda mais e pedir uma patente por este aperfeiçoamento! Assim, o proprietário da patente base não vai poder produzir este aperfeiçoamento sem o consentimento do inventor secundário, mesmo que caia dentro da patente dele! Desta forma, o segundo inventor estará numa posição mais forte para negociar com ele. É assim que funcionam as patentes... Base de constantes desafios! Magnus Aspeby Engenheiro de patentes





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Produtividade

Coromant Capto™ A importância da ferramenta modular na produtividade e redução de custos por meio da racionalização dos estoques

H

Foto: Arquivo

á algumas décadas atrás o parque de máquinas disponível na indústria de usinagem era bastante limitado no que diz respeito a versatilidade, potência, capacidade de fuso e taxas de avanço, o que tornava a interface máquina-ferramenta um ponto não tão importante para os fabricantes de máquinas e também para os usuários finais. Com a introdução das primeiras máquinas CNC e posteriormente com sua evolução, chegando até os dias atuais, faz-se necessário, cada vez mais, sistemas de fixação de ferramentas rígidos o suficiente para atender às exigências das modernas máquinas operatrizes. Se esse sistema puder ser utilizado como interface máquina-ferramenta tanto melhor, pois diminuirá o balanço das ferramentas aumentando sua rigidez como conseqüência. Até o final da década de 1980, o que se via no mercado eram siste-

mas de fixação de ferramentas, onde para aplicação em operações de torneamento se tinham castelos para fixação de porta-ferramentas e no caso de máquinas com ferramentas rotativas o comum eram o cones ISO ou mesmo o cone Morse. Mesmo os sistemas modulares de fixação, tidos como revolucionários, eram bastante limitados, se olharmos com a visão de hoje, ou seja, a oferta era de sistemas modulares para torneamento que só podiam ser utilizados em máquinas com ferramentas estáticas e por outro lado, sistemas voltados para ferramentas rotativas que não se adaptavam às operações de torneamento. Pensando nisso a Sandvik Coromant lançou no mercado, no início dos anos 1990, o sistema Coromant Capto™, o qual foi projetado para uso tanto em operações de usinagem com ferramentas estáticas quanto para rotativas, além de também poder ser utilizado como interface máquina-ferramenta. Dotado de um perfil poligonal cônico com duas áreas de contato o Coromant Capto™ é capaz de suportar grandes esforços de usinagem e, ao mesmo tempo, ser bastante preciso com repetibilidades de montagem e run-out na casa dos 2 µm. O Coromant Capto™, na realidade, é o único sistema de acoplamento disponível no mercado com total intercambiabilidade entre ferramentas rotativas e estáticas, o que

o torna excelente no que diz respeito a racionalizações de estoque e inventários de ferramentas. Disponível em cinco tamanhos de acoplamento denominados C3, C4, C5, C6 e C8 que contam com uma extensa gama de variedades de adaptadores tipo porta-fresa, porta-pinças, porta-machos, barras de mandrilar, sistemas hidráulicos, famílias de unidades de corte para torneamento para pastilhas positivas, negativas, corte e canais, rosqueamento, sistemas anti-vibratórios, etc., além de interfaces cone ISO, MAS-BT, DIN e outros, que permitem a utilização do Coromant Capto™ em praticamente todos os tipos de máquinas.

A importância do sistema modular Ao ferramentar uma máquina o usuário que tiver em mente fazê-lo desde o início com ferramentas modulares, como o Coromant Capto™, terá vantagens significativas na quantidade de ferramentas em circulação e estoque. Isso se deve à possibilidade do Coromant Capto™ contar com adaptadores de extensão e redução, o que permite o aproveitamento da maioria das ferramentas existentes e evita a necessidade de investimentos em ferramentas similares quando da aquisição de novas máquinas ou a necessidade de investimentos para a produção de novos produtos. Inicialmente as ferramentas dos sistemas modulares são mais caras que as mesmas ferramentas na versão sólida, porém, ao passo que as ferramentas


Modular ISO 40

ISO 50

HSK 100

Sólido HSK 63

Total: 4+2+30+10=46 itens existentes são utilizadas em outras máquinas, devido à sua facilidade de adaptação, ou têm seus comprimentos redimensionados graças aos adaptadores de extenção, por exemplo, isso torna os investimentos bem menores. Imagine uma situação onde se têm quatro máquinas em que cada uma delas possui um sistema de interface como: cone ISO 40, cone ISO 50, HSK 63 e HSK 100, o que significa que no sistema sólido as ferramentas de uma máquina não podem ser utilizadas nas outras devido à diferença das interfaces de fuso e o usuário resolvesse ferramentá-las com o Coromant Capto™ para que ele pudesse, justamente, utilizar as mesmas ferramentas nas quatro máquinas de acordo com sua necessidade. Imagine ainda que para usinar um determinado produto ou família de produtos esse usuário necessitasse

Total: 480 itens

dos seguintes itens: • Um cone com acoplamento Coromant Capto™ para cada uma das máquinas; • dois tamanhos diferentes de adaptadores de extensão; • trinta tipos de adaptadores entre porta-fresas, porta-pinças, portamachos, porta-brocas, etc.; • dez tipos de outras ferramentas como barras de mandrilar para desbaste, acabamento, brocas com pastilhas intercambiáveis, etc. Este usuário necessitaria investir na compra de 46 itens para ferramentar as quatro máquinas (4 cones + 2 extensões + 30 adaptadores + 10 barras = 46 itens). No caso do usuário achar que investir em sistemas modulares logo no início do projeto iria aumentar seus custos e ele decidisse por ferramentas sólidas para as quatro máquinas,

ele teria que comprar quatro jogos diferentes de ferramentas, uma para cada máquina devido ao fato das interfaces não serem compatíveis, como descrito anteriormente. A conta seria a seguinte: quatro tipos de interface, cada um com 3 comprimentos de ferramentas para os 30 adaptadores mais as 10 barras de mandrilar e outras ferramentas, o que geraria um total de 480 itens (4 x 3 x (30 + 10) = 480 itens). Isso tornaria o investimento necessário para ferramentas sólidas várias vezes maior que o investimento em ferramentas modulares. Quando comparado a outros tipos de acoplamentos o Coromant Capto™ também é superior no que diz respeito à resistência, à flexão provocada pelas forças de corte durante a usinagem, precisão de batimento, facilidade de troca de ferramentas, principalmente em operações de torneamento onde com menos de meia volta na chave é possível se fixar ou soltar as unidades de corte dos fixadores localizados nas torres das máquinas. Essas vantagens fazem com que o Coromant Capto™ seja cada vez mais utilizado como interface para as modernas máquinas multi-tarefas, que nos últimos anos vêm crescendo em utilização na indústria de usinagem. Francisco de A. Cavichiolli Especialista de Produto e Produtividade Sandvik Coromant


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Gestão Empresarial

Ferramentas eficientes eliminam

Com a aplicação do Lean Manufacturing, aliado ao suporte de fornecedores capazes de oferecer soluções técnicas eficazes, a Weir do Brasil elimina gargalos de sua linha de produção.

A

racionalização dos processos de produção, em conjunto com o trabalho de fornecedores de insumos capazes de apresentar soluções técnicas efetivas, proporciona aumento da produtividade, com investimentos relativamente menores, que se pagam com a significativa redução de custos. Esta tese está sendo comprovada pela Weir do Brasil, empresa de origem escocesa, que tem forte presença no setor de mineração, ao qual oferece bombas, hidrociclones, válvulas e componentes de borracha. O grupo Weir - que tem unidades produtivas em diversas partes do mundo, incluindo duas na capital paulista, uma na Vila Guilherme,

na Zona Norte, e outra no bairro do Jaguaré, na Zona Oeste – decidiu, em 2002, implementar o programa Global Purchasing em todas as suas fábricas. Este programa visa desenvolver fornecedores mundiais para determinados insumos e, assim, potencializar as oportunidades de redução de custos. No mesmo ano, a unidade da Vila Guilherme começava a implementar o Lean Manufacturing, um programa de racionalização industrial, baseado no método japonês de produção “enxuta”, que enfoca principalmente a eliminação de todo e qualquer desperdício na produção de um bem ou serviço, enfatizando a capacidade do processo de garantir resultado em conformidade com

padrões previamente determinados e de forma estável. Para se ter idéia dos ganhos com o Lean Manufacturing, a Weir do Brasil conseguiu, no processo de eliminação do desperdício, a redução de mais de 80% no percurso do transporte do material a ser usinado, considerando a célula de produção de eixos. No âmbito do Global Purchasing, diversos itens foram licitados, incluindo as ferramentas de corte, e o vencedor para este produto foi, em âmbito mundial, a Sandvik Coromant, indicada para fornecer soluções de corte para todas as unidades mundiais da Weir. Porém, cada unidade tinha a autonomia para aceitar ou não a indicação. Ou seja, em nosso caso,


Foto: Izilda França

gargalos

Vista Geral do Setor de Usinagem.

se estende da Zona Oeste a Norte da capital paulista. As empresas teriam de se provar capazes de fornecer soluções de corte com relação custo/benefício extremamente favorável, com metas bem definidas. Para fornecer para a Weir do Brasil, a Coromant do Brasil teria de cumprir metas de redução de custo de 15% no primeiro ano;

Foto: Izilda França

a Sandvik Coromant do Brasil só se tornaria fornecedora da Weir do Brasil se oferecesse vantagens de custo e, principalmente, de desempenho técnico. O desafio foi lançado para a Sandvik Coromant do Brasil e seu distribuidor, a Atalanta Tools, responsável pelo atendimento a clientes instalados numa faixa que

Usinagem de eixos - detalhe.

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10% no segundo e 5% no terceiro, conforme contrato firmado. “Ainda que a Sandvik Coromant fosse a empresa indicada pela matriz para ser a fornecedora de ferramentas de corte, só seríamos obrigados a ser clientes se ela comprovasse superioridade técnica e efetiva redução de custos com suas soluções”, frisa Joel Alves da Costa, gerente industrial da Weir do Brasil, afirmando ainda que a Coromant superou as metas de redução de custos dos três anos logo no primeiro ano. A primeira intervenção da Sandvik Coromant, ainda em 2002, foi na célula de produção de eixos, que estava em processo de implementação. “Desejávamos produzir internamente a totalidade dos eixos que são utilizados nos diversos modelos de bombas que produzimos e também para o mercado de reposição”, explica Costa. “Este objetivo foi conseguido com a implementação do Lean Manufacturing, a aquisição de um novo torno CNC e a introdução de novos conceitos de usinagem pela Coromant”, complementa. O gerente explica que a Weir decidiu começar a trabalhar com a Sandvik Coromant, na célula de produção de eixos, não só pelo fato de os eixos serem um item essencial para a empresa, mas também porque são relativamente simples para serem produzidos. Trata-se, basicamente, de uma barra de aço 1045 ou inóx usinado - sua produção envolvendo as operações de faceamento, torneamento e fresamento da chaveta. “Pela simplicidade do processo, não há margens para maquiar os resultados e a solução é ou não efetivamente vantajosa do ponto-de-vista técnico e


Fotos: Izilda França

Gestão Empresarial

Célula de Eixos Vista geral.

Eixos acabados.

econômico”, afirma Costa. “E os resultados foram muito positivos”, complementa. A usinagem representa cerca da metade do tempo de produção de um eixo. Considerando um eixo padrão, com a solução da Sandvik Coromant aplicada num torno CNC de geração tecnológica recente, o tempo de usinagem foi reduzido em cerca de 40%. Considerando os mais de 50 tipos que a unidade da Vila Guilherme produz, “este ganho equivale à produção de mais 10% de eixos ao ano”, contabiliza Costa.

Postura A Sandvik Coromant e a Atalanta Tools não se limitaram ao de-

senvolvimento de soluções para o torneamento: foram além. De fato, a Coromant tem por filosofia tratar a usinagem de forma holística, em que todo o processo principal e os adjacentes devem ser considerados para se explorar todo o potencial das ferramentas e das máquinas operatrizes com vistas a aprimorar a produtividade e a qualidade. “A orientação que temos é atender o cliente da melhor forma possível e, se não tivermos a resposta para determinado problema de usinagem, vamos buscá-la”, garante o vendedor Técnico da Atalanta Tools, Marco Antonio Ramos Pereira. “A Sandvik Coromant e a Atalanta se envolveram, junto com os nossos profissionais, na otimização

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dos processos e padronização das ferramentas”, afirma Donizeti da Silva Quirino, supervisor de usinagem da Weir do Brasil. “Antes tínhamos ferramentas de corte diferentes para executar processos similares, não idênticos”, complementa. “Na verdade, procuramos em nossa lista de produtos itens para atender dois processos de forma eficiente”, observa Álvaro Cláudio de Luccia, diretor da Atalanta Tools. Com isso, a lista de pastilhas diferentes caiu de 125 para cerca de 80, facilitando a organização do estoque de ferramentas de corte. Essa organização do estoque de ferramentas foi tão bem-sucedida que agora ampliou-se para o gerenciamento de ferramentas, com a utilização do AutoTas, um software desenvolvido pela Sandvik, que possibilita a redução do tempo de máquinas paradas para troca das ferramentas de corte. O sistema que está em implantação deverá estar plenamente operacional até o final de 2005, conforme previsão de Costa.

Refrigeração a ar A Sandvik Coromant, junto com a Atalanta Tools, participa também da otimização do processo de produção de carcaças de bombas (de ferro fundido). A usinagem é realizada numa mandrilhadora CNC aberta, que impede a utilização de refrigeração por fluido. Por isso, o processo era realizado com a utilização de brocas de aço rápido (HSS). Os técnicos da Coromant e da Atalanta Tools tinham a informação de que a produção de carcaças era um gargalo a ser eliminado com o aumento da produtividade. Após estudos conjuntos com os profissionais



Gestão Empresarial

Bomba de Polpa Warman – ASH.

Foto: Izilda França

Da esquerda para a direita: Marco Antonio Ramos Pereira (Vendedor Técnico da Atalanta Tools), Donizeti Quirino (Supervisor de Usinagem da Weir), Joel Costa (Gerente Industrial da Weir) e Álvaro C. de Luccia (Diretor da Atalanta Tools).

da Weir do Brasil decidiu-se usar a broca Coromant U, com ar comprimido, para a extração do cavaco em profundidades de até quatro vezes o diâmetro da broca e os resultados foram altamente positivos. “Houve casos de redução de até 80% no tempo de furação”, atesta o gerente industrial

da Weir, participando ainda que a redução de custos é também da ordem de 80%. “Hoje o gargalo não existe mais”, comemora Quirino, lembrando que durante a utilização da broca de aço rápido havia períodos em que a empresa era obrigada a produzir parte das

carcaças numa furadeira radial. “Em função dos resultados que obtivemos, atualmente a quase totalidade de ferramentas de corte de metal duro que usamos são fornecidos pela Coromant”, complementa. De Fato Comunicações

A Weir é um grupo que tem mais de um século de tradição, tendo sido fundado em 1871. Sua sede está em Glasgow, na Escócia. Com ações negociadas na Bolsa de Londres desde 1947, emprega cerca de 9 mil pessoas em todo o mundo, incluindo os mais de 350 funcionários das duas fábricas da capital paulista. “Além destes, temos colaboradores que desempenham atividades nos centros de serviços que temos em Vitória (ES); Belo Horizonte (MG) e Belém (PA)”, diz Joel Alves da Costa, gerente industrial da Weir do Brasil, acrescentando que em breve será aberto mais um centro de serviços em Paraopebas, também no Pará. A Weir conta com cinco divisões: Minerals; Clear; Service; Techna e Valves, sendo proprietária de marcas conhecidas no mercado internacional, como Warman, Galigher, ASH, Hazleton, Cavex, Geho, Schabaver, Indupaq, EnviroTech, WeiResist

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e IsoGate. De seu portfólio de clientes constam gigantes mundiais, como CVRD; Grupo Votorantin; Petrobras; Alstom; BP; DuPont; General Electric; Shell, Alcoa, entre outros. Presente no Brasil desde a década de 1970, a empresa fabrica, na unidade paulistana da Vila Guilherme, bombas e hidrociclones, que são aplicados principalmente no segmento de mineração, que consome cerca de 80% da produção. O restante é destinado aos segmentos de saneamento básico, papel e celulose, entre outros. A segunda unidade, instalada no Jaguaré, é dedicada à produção de válvulas e componentes de borracha. “A empresa tem planos de investimentos nas unidades fabris, porém enfatizando sempre a racionalização de processos”, completa Costa.

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Foto: Izilda França

35 anos de Brasil



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Pesquisa & Desenvolvimento

A importância do recurso de entre os sistemas CAD/CAM do programa NC Ilustração: Arte Gráfica

2. Descrição do Ciclo CAD/ CAM/CNC

1. Introdução

O

avanço da economia mundial em direção à redução de lotes, personalização de produtos, grande diversidade de produtos, redução de seu tempo de vida e, principalmente, redução do tempo de lançamentos de novos produtos, inicia a transformação das fases de desenvolvimento do produto, onde a busca por reduções do tempo de desenvolvimento e custos tornam-se pontos fundamentais. Em virtude disso, inicia-se um movimento por parte da indústria em busca da integração entre as fases de desenvolvimento do produto, através da utilização de sistemas computacionais e desenvolvimento virtual e simultâneo do produto.

No entanto, a particularidade e diversidade de sistemas computacionais fazem com que sua aplicação nas fases de desenvolvimento do produto e a integração entre as mesmas não seja necessariamente uma conseqüência [1, 2]. Dentre os sistemas computacionais mais aplicados na indústria destacam-se: • Sistema CAD: aplicado na fase de concepção e detalhamento do produto; • Sistema CAM: aplicado na fase de manufatura do produto. Como resultado da integração entre esses dois sistemas, é possível obter um programa NC (Numeric Control) que contém a trajetória da ferramenta para a sua execução numa máquina CNC. Assim, este trabalho tem por objetivo analisar os fatores que influenciam na geração de forma integrada de um programa NC a partir da aplicação de um sistema CAD/CAM.

Através de um sistema CAD/CAM a manufatura de um produto qualquer é realizada pela geração de seu modelo geométrico num sistema CAD e transferência do mesmo ao sistema CAM. Após essa etapa, o programador do sistema fornecerá os dados da manufatura, tais como: dimensão da matéria prima, estratégias de usinagem e parâmetros tecnológicos, para que o sistema calcule a trajetória da ferramenta e gere primeiramente um arquivo nativo, conhecido como CLDATA (cutter location data file) [3], que contém apenas o percurso da ferramenta representado por coordenadas no plano cartesiano. Este arquivo nativo pode ser reconhecido apenas pelo sistema CAM, não tendo função para a máquina CNC, por não estar na linguagem de programação ISO 6983 [3], ou seja, comandos de movimento. Na maioria dos casos, um módulo adicional integrado ao sistema CAM, conhecido como pós-processador, será o responsável por transformar o arquivo nativo em programa NC, contendo a linguagem apropriada para o CNC em questão. A Figura 1 ilustra as fases do ciclo CAD/CAM/CNC aplicadas na manufatura de moldes e matrizes. Dentre as características da cadeia CAD/CAM/CNC destacam-se:


associatividade na geração • menor tempo de geração do Programa NC; • programação de peças com geometrias simples e complexas num pequeno espaço de tempo; • menor influência do programador, possibilitando assim, menores chances de erro; • recursos gráficos para simulação da usinagem; • recursos de estratégias de usinagem.

mento geométrico tridimensional realizado através de um sistema CAD. O sucesso das fases seguintes está vinculado à capacidade do sistema CAD em representar fielmente as características reais do produto. Para isso, os sistemas fornecem inúmeras ferramentas de modelamento aos projetistas. Baseado nestes recursos de modelamento pode-se classificar os sistemas CAD em modeladores de sólidos e modeladores de superfícies. Nos sistemas CAD modeladores de sólidos, o modelo geométrico tridi-

mensional será uma entidade sólida, obtida basicamente através de recursos de protusão e revolução de um perfil definido num plano. Este tipo de sistema CAD permite realizar fielmente o modelamento geométrico tridimensional de produtos que contenham formas geométricas simples, conforme pode ser observado na Figura 3. Nos sistemas CAD modeladores de superfície, o modelo geométrico tridimensional é representado por uma superfície obtida através de elementos geométricos, que variam de

Nos próximos tópicos serão detalhados os fatores relacionados com essa cadeia que influenciam na geração do programa NC, conforme ilustrado na Figura 2.

2.1. Representação do modelo geométrico através do sistema CAD Conforme pode ser observado na Figura 2, o início da cadeia CAD/CAM/ CNC, assim como qualquer sistema voltado para o desenvolvimento virtual do produto, está baseado no modela-

Figura 1: Fases da cadeia CAD/CAM/CNC [4].

Figura 2: Fatores relacionados com a geração do programa NC [4].

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Pesquisa & Desenvolvimento uma simples reta até curvas geradas por complexos modelos matemáticos. Além disso, possuem sofisticados recursos para a manipulação desta superfície, permitindo ao projetista alterar interativamente sua forma para obter o produto desejado. A manipulação da superfície é realizada através da movimentação de qualquer ponto do polígono de controle da superfície, conforme ilustrado na Figura 4.

Figura 3: Sistema CAD modelador de sólidos.

2.2. Integração entre sistemas CAD/CAM

Figura 4: Manipulação de superfícies complexas.

Figura 5: Interface entre Sistemas CAD/CAM com associatividade.

Figura 6: Interface entre Sistemas CAD/CAM sem associatividade.

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Nos sistemas CAD, todos os dados geométricos do produto são armazenados no modelador geométrico do sistema, sendo este, uma característica de cada sistema [2]. Quando os sistemas CAD/CAM apresentam o mesmo modelador geométrico, a transferência geométrica ocorre de forma direta, ou seja, o modelo geométrico do sistema CAD é transferido para o sistema CAM sem auxílio de interfaces normalizadas. Apesar desta forma de transferência estar limitada à utilização de sistemas CAD/CAM do mesmo fabricante (modelador geométrico), apresenta um recurso extremamente interessante chamado de associatividade. Ele é responsável por criar um link entre o modelo geométrico do sistema CAD e o sistema CAM, através do qual qualquer alteração neste modelo geométrico é automaticamente reconhecida e atualizada no sistema CAM. Com isso, é possível desenvolver simultaneamente de forma eficaz as etapas de projeto e manufatura do produto, conforme ilustrado na Figura 5. Caso este recurso não esteja disponível, qualquer alteração do modelo geométrico no sistema CAD resultará num retrabalho (operações repetidas) total de sua manufatura, conforme ilustrado na Figura 6. No entanto, em decorrência da



Pesquisa & Desenvolvimento

Figura 7: Transferência geométrica com auxílio de interfaces normalizadas. grande quantidade e características personalizadas, os sistemas CAD/ CAM normalmente apresentam diferentes modeladores geométricos, fazendo com que a transferência geométrica ocorra com o auxílio de interfaces normalizadas, conforme ilustrado na Figura 7 [5]. Neste caso, a conversão geométrica é realizada através dos recursos geométricos das interfaces normalizadas, ou seja, através de sua capacidade de reconhecimento e conversão dos elementos geométricos do modelo original [6]. Atualmente, os sistemas CAD/CAM apresentam várias opções de formatos de interfaces normalizadas, tais como: IGES, STEP, VDAFS, etc., sendo que cada um destes formatos apresenta diferentes recursos geométricos, conforme ilustrado na Figura 8. Durante a conversão, se o modelo original apresentar elementos geométricos que não fazem parte dos recursos geométricos do formato de interface escolhido, este será eliminado ou substituído por outro elemento geométrico gerando, assim, problemas com a qualidade e a precisão do modelo convertido e, conseqüentemente para o produto final. Para que a qualidade e a precisão do modelo convertido seja assegurada, o usuário deve utilizar formatos de interface com o maior número de recursos geométricos, principalmente para os modelos com superfícies complexas, que normalmente são representadas por

Tipo de Elemento Ponto Vetor Reta Arco do círculo Curva de secção cônica Curva polinominal Curva b-spline Curva nurbs Plano Cilindro Cone Esfera Elipsóide Superfície anelar Superfície polinomial Superfície b-spline Superfície nurbs Curva em superfície polinomial Superfície de regulagem Superfície polinomial limitada Sólidos

VDAFS X X U X X

U

X

X E X

IGES X X X X U X X X X X X X E U X U U X U E

STEP X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

Figura 8: Recursos geométricos das interfaces normalizadas [6]. elementos geométricos do tipo polinomial, B-Spline e NURBS [6]. Com isso, observando a Figura 8 concluise que a utilização do formato STEP assegura uma melhor qualidade e precisão do modelo convertido. Uma outra possibilidade é a conversão do modelo geométrico do Sistema CAD em um modelo matemático, através da geração de malhas de triângulos sobre a geometria original. Desta maneira, ao invés de elementos geométricos serão transferidas informações de pontos definidos por coordenadas cartesianas (XYZ), per-

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mitindo assim uma comunicação simples entre os sistemas CAD/CAM [7]. Como a malha de triângulo consiste de elementos planos, é necessária a introdução de uma tolerância de contorno, usada principalmente no caso de superfícies complexas (curvas) [6]. A Figura 9 ilustra a geração da malha de triângulos sobre um modelo geométrico. Observa-se que quanto menor a tolerância da geração da malha de triângulos, melhor será a exatidão do modelo geométrico e, conseqüentemente o produto final. No entanto, o número



Modelo original Tolerância: 0,1 mm Tolerância: 0,01 mm Tolerância: 0,001 mm Tamanho: 76KB Tamanho: 1041KB Tamanho: 156KB Triângulos: 1.554 Triângulos: 3.182 Triângulos: 21.312 Figura 9: Malha de triângulo sobre o modelo geométrico. de triângulos e o tamanho final do arquivo também aumentam com a redução da tolerância de triangularização.

3. Conclusões Hanna

A interface entre os sistemas CAD/ CAM através de formatos normalizados e até mesmo através da triangularização do modelo geométrico, permite uma maior flexibilidade com relação à integração de diversos sistemas CAD/ CAM, porém não conseguem criar um link entre o modelo CAD e o Modelo CAM que será utilizado para a geração do programa NC. Com isso, qualquer alteração do modelo CAD não será reconhecida no modelo CAM e, conseqüentemente, a integração entre eles para a geração do programa NC. Essa falta de integração resultará num aumento do custo e, principalmente, num aumento do tempo de desenvolvimento do produto. No entanto, atualmente existem inúmeras pesquisas trabalhando em formas de garantir a associatividade, principalmente através da interface com formatos normalizados (STEP). Em virtude disso, a interface nativa, mesmo limitando as possibilidades quanto ao sistema CAD/CAM a ser utilizado, apresenta-se como a única possibilidade de manter associatividade entre os sistema CAD/CAM comerciais e, consequentemente, a integração com o programa NC.

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Referências Bibliográficas [1] MAHON, MC.; BROWNE, J., CAD/ CAM from Principles to Practice. UK, Suffolk: Addison-Esley, 1993. 508 p. ISBN 0-201-56502-1 [2] BEDWORTH, D.D.; HENDERSON, M.R.; WOLPE, P.M., Computer Integrated Design and manufacturing. USA, New York: McGraw-Hill, 1991. ISBN 0-07-100846-2. [3] CHOI, B.K.; JERARD, R.B., Sculptured Surface Machining - Theory and applications. Netherlands, Dordrecht: Kluwer Academic Publishers, 1998. 368 p. ISBN 0-412-78020-8. [4] SCHÜTZER, K. et al., Usinagem em Altíssimas Velocidades. São Paulo: Editora Érica, 2003. 214 p. [5] SCHÜTZER, K.; HENRIQUES, J. , “Intercâmbio de dados no desenvolvimento do produto”, in Engenharia Automotiva e aeroespacial, São Paulo, v. 3, n. 11, p. 26-36, 2002. [6] DÜRR, H.; SCHÜNEMANN, R.; SCHULZE, J., “Cadeia de processo baseada em NURBS”, in Máquinas e Metais, São Paulo, v. 33, n. 415, p. 18-27, ago. 2000. [7] KNOPPERS, R.; GUNNINK, J. W., “Ferramental de compactação de tempo usando tecnologia e arquivos STL”, Máquina e Metais, São Paulo, v. 36, n. 415, p. 124-137, ago. 2000. Klaus Schützer André Luís Helleno Universidade Metodista de Piracicaba - SCPM



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Interface

Uma avaliação do treinamento técnico no Brasil

M

O Brasil é uma nação que tem mostrado sua força no mercado mundial, visto as inúmeras empresas que vieram e estão vindo se instalar em nossas terras. Algumas tiveram essa visão há algumas décadas e outras só perceberam há alguns anos.

Ilustração: Arte Gráfica

as é claro que principalmente para a geração dos “intas e dos entas”, muita coisa mudou. Com a abertura do mercado, tivemos uma grande entrada de produtos importados, o que fez com que as pequenas empresas tivessem que se estruturar para competir com as multinacionais. Muitas não suportaram e quebraram, outras foram incorporadas e outras tiveram sucesso por estarem com seu negócio bem administrado. Qual foi o segredo para o sucesso? Penso que as empresas que o alcançaram tiveram a visão sistêmica, vendo que para se tornarem

competitivas deveriam investir para sobreviver; estavam sintonizadas com o mercado e não apenas com seu negócio. É assim com as grandes corporações, mas também com algumas de médio e pequeno porte. Se analisarmos a balança comercial do Brasil nos últimos 15 anos, podemos verificar que tivemos muita importação nos anos 90 e uma exportação “tímida” no mesmo período, o que deixou um deficit na balança comercial entre 1995 e 2000 (fonte Bacen). Os resultados dos investimentos (importação) começaram a surgir, pois acredito que as empresas estavam se modernizando com máquinas e equipamentos e os resultados aparecem após esse período, com o crescimento das exportações. O mercado se torna cada vez mais exigente, para isso as máqui-

nas, as ferramentas, os softwares, os materiais, também evoluíram. E a mão-de-obra? Esse é um ponto importante a ser considerado. “O que você vai ser quando crescer?” Quem nunca ouviu essa questão? Pois essa é uma grande dúvida que a maioria de nós já tivemos, temos ou teremos, que é aquela de descobrir qual a nossa vocação. Muitos não conseguiram descobri-la em toda sua vida. Uma das saídas é buscar o conhecimento de áreas pelas quais supomos ter interesse, para verificação, constatar se há sintonia e, caso contrário, mudar de direção. Às vezes o caminho de tentativa e erro pode ser útil, pois acredito que tudo tem seu grau de importância, mesmo que não seja dentro da sua área de interesse, pois poderá servir como referências futuras. Quando já estamos inseridos em uma área, vale uma análise. Devemos estudar tal assunto? Vai contribuir para meu crescimento ou ajudará nos negócios da companhia? Na atualidade temos que ter alguns cuidados devido à disponibilidade de tempo, temos que ser mais eficazes até quando escolhemos que treinamentos devemos fazer. Não é uma tarefa muito simples e geralmente o responsável pelo setor nas empresas é quem avalia a importância de treinar o seu pessoal. Estes profissionais devem estar alinhados com o mercado para ter conhecimento das inovações e decidir junto ao departamento de treinamento da


empresa se tal curso irá agregar valor às suas atividades. Um “termômetro” que pode ajudar na decisão de treinar ou não a equipe naquele momento é o próprio mercado. Com todas essas mudanças, com o aumento da oferta de produtos nacionais e importados, maior concorrência, houve uma redução nos lucros das empresas. A consequência foi a demissão de muitos profissionais, de pessoas que não tiveram oportunidades de se preparar para o novo cenário pois, com a vinda de equipamentos de última geração, havia a necessidade de gente especializada. Você se lembra do ajustador mecânico? Do desenhista-projetista? Digitador? Inspetor de qualidade? Algumas dessas profissões até podem ainda ser encontradas, mas foram, via de regra, substituídas por outras, ou melhor, incorporadas. Se compararmos com o passado não muito distante, as empresas estão bem “enxutas”, devendo produzir o triplo, com a metade das pessoas, com salários que muitas vezes não são os mais justos e com mais valor agregado ao produto/serviço. O mercado quer menores prazos de entrega, mais qualidade e pagar menos. Nesse cenário, com tantas mudanças, como fica o fator humano? Para alcançarmos tudo isso, não basta só investir em máquinas, equipamentos, softwares, processos, ferramentas. Entre muitas outras coisas, é preciso trabalhar também a cultura. Imagine uma empresa que adotou uma política de melhoria na produção com 5S, produção “lean”(enxuta), TPM, Kaizen, setup rápido, mas não consegue o comprometimento da equipe. Não obterá os resultados desejados. É nesse momento que entra o treinamento, preparando-os para um novo ambiente: flexível, criativo, de iniciativas. Infelizmente muitas lideranças julgam que não há necessidade de

treinar sua equipe, pois “sempre foi feito assim!”. A produção é mais importante para eles, pará-la significa não atender aos prazos. Será que com algumas horas de treinamento, a eficácia nas tarefas não aumentaria e não produziríamos sem martírio? Nós, da Sandvik Coromant, acreditamos muito nisso. Há mais de 30 anos que fazemos o trabalho de treinar os usuários de nossos produtos. Nos últimos 5 anos a média de pessoas que treinamos, em todo o território, está na faixa de 8 mil por ano. Temos como princípio levar informação técnica na aplicação de ferramentas de corte e também disponibilizamos alguns cursos que tratam do gerenciamento da produção. Sempre buscamos levar a competitividade, a produtividade, menores custos de produção, isto é, buscamos o comprometimento com nossos clientes e os bons resultados aparecem. Temos o privilégio de sermos uma empresa com quase um século e meio no mercado mundial e com 55 anos de experiência no mercado brasileiro. Sabemos que um país se faz com sua gente, por isso nós a treinamos para termos empresas mais competitivas. Vale, portanto, entender qual é a condição de sua empresa hoje, fazendo um levantamento de quais habilidades devem ter seus colaboradores, também identificando quais são seus desejos profissionais para que eles possam ter um maior aproveitamento. A famosa frase “se não usar atrofia” reflete muito bem o que um treinamento feito sem objetivo pode representar: apenas um certificado para melhorar o currículo. Então, não deixe que informações obtidas caiam no esquecimento, passe-as para frente. A maneira mais eficaz para fixar conceito é ensiná-lo. Aldeci Santos Treinamento Técnico da Sandvik Coromant.

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OTS

Ilustração: Arte Gráfica

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Romi faz 75 anos Maior fabricante de máquinas-ferramenta do Hemisfério Sul, a empresa comemora aniversário e divulga planos de expansão

“N

os orgulhamos muito do passado, mas estamos sempre olhando para a frente”. Esta frase foi dita por Américo Emílio Romi Neto, diretor presidente da Indústrias Romi, por ocasião das comemorações de 75 anos de fundação da empresa em 29 junho de 2005, em Santa Bárbara d’Oeste (SP). O orgulho é absolutamente justificável: são raras as empresas que podem comemorar 75 anos de atividades com o vigor da Indústrias Romi, que nasceu como Garage Santa Bárbara, em 1930, e atualmente é a maior fabricante de máquinas-ferramenta e injetoras para termoplásticos do Hemisfério Sul. A Romi já construiu mais de 146 mil máquinas, das quais mais de 27 mil foram exportadas para mais de 60 países, incluindo Estados Unidos, países da Europa, da América do Sul e Ásia. Seu parque industrial, constituído de 8 unidades fabris, ocupa mais de 140 mil metros quadrados de área construída. A segunda parte da frase do diretor presidente da Romi - o olhar

para o futuro - é revelada nos planos divulgados. Somente a divisão de máquinas-ferramenta receberá investimento de R$ 9 milhões neste ano. Outros R$ 11 milhões serão convertidos em 2006 e 2007. “No ano passado atingimos o limite de produção”, afirma ele. Quando os investimentos totais na divisão de máquinas-ferramenta - responsável por metade das receitas da empresa, que em 2004 totalizaram R$ 445 milhões - forem concluídos em 2007, a Unidade Fabril 16, considerada uma das fábricas de máquinasferramenta mais modernas do mundo, será duplicada. “A Unidade 16, que é totalmente climatizada, foi projetada para ser duplicada e ganhará o seu espelho”, informa Hiçao Misawa, o diretor de comercialização de máquinas-ferramenta. “É nesta Unidade que são construídos os centros de usinagem e de torneamento”, complementa. A unidade comporta também uma sala limpíssima, em que umidade relativa do ar, temperatura e volume de partículas em suspensão são controlados, onde são montados os cartuchos dos

eixos-árvore das máquinas. A divisão de fundição - que representa pouco mais de 20% das receitas da empresa - receberá investimento da ordem de R$ 15 milhões em 2005, complementando os recursos destinados à área no biênio 2003/2004. “A capacidade será ampliada de 27,6 mil toneladas anuais para 36 mil toneladas até o final do ano”, informa Romi Neto. “Nesse segmento somos muito competitivos, mas estamos limitados pela capacidade produtiva”, complementa. A demanda por fundidos e fundidos usinados é grande e a empresa já considera novos investimentos de monta em 20072008, com vistas a ampliar a capacidade de produção. Investimentos para a produção do Romicron, de sistemas de precisão para usinagem de furos também são previstos. Linha mais nova da empresa, a unidade participa com cerca de 5% no faturamento total da companhia, mas apresenta taxa de crescimento de 60% a 70% ao ano. Os recursos serão aplicados para o desenvolvimento de novos modelos e duplicação da capacidade produtiva.



Foto: Arquivo Romi

OTS “É uma empresa que investe muito em pesquisa e desenvolvimento para oferecer soluções tecnológicas eficientes para o cliente.”

Américo Emílio Romi Neto, Diretor-Presidente da Romi.

Inovação Uma das bases em que se sustenta o sucesso da Romi está no pioneirismo. A empresa, que iniciou as atividades industriais em 1934, com a produção de implementos agrícolas, lançou o seu primeiro torno em 1941, o Imor TP-2, e foi a responsável pela produção, em 1973, do primeiro torno de controle numérico no Brasil, o DCE 480 CN, e da primeira fresadora CNC do País, a Interact-4, em 1987. Lançou também o primeiro trator brasileiro, o Toro, em 1948, e o primeiro carro brasileiro, a RomiIsetta, em 1956. Este espírito inovador é mantido e atualmente a empresa, que investe 5% de seu faturamento líquido em atividades de pesquisa e desenvolvimento, tem 61 invenções patenteadas e mais 25 pedidos de

patentes depositados na América do Norte, países da Europa e Ásia. Outra marca da empresa está na constante busca por novos mercados. Já em 1944, os tornos Imor já começavam a ser exportados para o mercado argentino. Essa busca por novos mercados fez com que os produtos da empresa atingissem os mais diversos mercados mundiais e atualmente 15% do faturamento da empresa são obtidos com vendas externas. A companhia é também conhecida pelo profundo respeito ao cliente e fornecedores, com os quais mantém relacionamento de longa data. Um dos tradicionais fornecedores é a Sandvik Coromant, que fornece soluções de usinagem de metais. “Temos um relacionamento de longos anos com a Sandvik. Há uma colaboração mútua entre as empresas, não só no desenvolvimento de “try outs”,

Foto: Instituto Romi

Já para a divisão de injetoras, que participa com cerca de 20% do faturamento da empresa, não há previsão de investimentos mais significativos no curto prazo, porque a área recebeu recursos vultosos nos últimos anos, que permitiram, por exemplo, o desenvolvimento da linha Eletramax, lançada em 2003. Estas injetoras são totalmente elétricas e embutem tecnologia que possibilita baixo consumo energético (60% menos que os modelos óleo-hidráulicos) e operação mais silenciosa (o índice de ruído é também 60% menor).

Comendador Américo Emílio Romi e esposa (Olímpia Gelli Romi) e os filhos, da esquerda para a direita: Julieta, Giordano, Romeu, Carlos e Alvares.

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como também em feiras e eventos, onde apresentamos muitas de nossas máquinas-ferramenta com soluções Sandvik”, comenta Hiçao Misawa. “Temos também máquinas instaladas no Centro de Produtividade da Sandvik do Brasil”, informa. Ronaldo da Silva Ferreira, especialista OTS da Sandvik do Brasil, que há 5 anos atende a Romi, acredita que a fabricante de máquinasferramenta é muito bem-sucedida por respeitar os clientes e fornecedores. “É uma empresa que investe muito em pesquisa e desenvolvimento para oferecer soluções tecnológicas eficientes para o cliente. Seu crescimento tem sido da ordem de 20% ao ano”, afirma. “Além disso, por fabricar no Brasil, oferece alternativas de financiamento via Finame, que são as mais competitivas do Brasil”, complementa. Um outro diferencial da Romi, na opinião de Ferreira, está em exigir do fornecedor o apoio para o desenvolvimento de soluções. “Eles são exigentes porque buscam proporcionar o melhor para o cliente”, diz Ferreira, destacando que no período em que atende a Romi já participou de mais de 1.000 projetos, de todos os portes. Em um dos mais relevantes, pelo porte, foi desenvolvido processo e ferramental para equipar uma linha completa composta de 64 Centros de Usinagem e 20 tornos. “Praticamente montamos a fábrica. Foi o maior projeto em que participamos junto com a Romi”, recorda. “É certo que foi muito trabalhoso. Mas como em todos os projetos desenvolvidos com a Romi, o respeito mútuo e o desenvolvimento em parceria tornam a tarefa muito prazerosa também”, encerra. De Fato Comunicações



Arte Gráfica Comunicação


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Movimento

Sandvik Coromant - Programa de Treinamento 2005 Mês

TBU

TFR

Out Nov

UMM

03, 04, 05 e 06

EAFT

17, 18 e 19

EAFF

OUT

28 e 29 05, 06, 07 e 08

Dez Técnicas Básicas de Usinagem (14 horas em 2 dias) Técnicas de Furação e Roscamento com Macho (14 horas em 2 dias) Escolha e Aplicação de Ferramentas para Torneamento (21 horas em 3 dias) Usinagem de Moldes e Matrizes (28 horas em 4 dias) Escolha e Aplicação de Ferramentas para Fresamento (21 horas em 3 dias)

OUF

TUA

24, 25 e 26

TGU 21, 22 e 23

Otimização da Usinagem em Torneamento (28 horas em 4 dias) Otimização da Usinagem em Fresamento (28 horas em 4 dias) Técnicas para Usinagem Automotiva (21 horas em 3 dias) Técnicas Gerenciais para Usinagem (21 horas em 3 dias)

Mais informações sobre os cursos, acesse www.cimm.com.br

Anotando A Editora Livre Mercado publicou em agosto um livro de homenagem aos 50 anos da Grob no Brasil. A Sandvik Coromant cumprimenta a Grob, parceira de tantos anos, pela importância da data que traduz, mais que quaisquer palavras, a confiança do mercado na seriedade desta empresa.

Destaques

Foto: Arquivo

Fresas de facear CoroMill da Sandvik Coromant agora com cassetes intercambiáveis

As fresas CoroMill 245 foram desenvolvidas para fresamento de semiacabamento ao desbaste de aços e ferros fundidos enquanto que a principal área de aplicação da CoroMill Century é o fresamento de semi-acabamento ao acabamento espelhado de alumínio, ferros fundidos e aços endurecidos. Para fazer ajustes de modo fácil e limitar os custos de manutenção, a

Sandvik Coromant está introduzindo um sistema de cassete intercambiável para as fresas de facear CoroMill. O sistema de cassete CoroMill é uma solução flexível para fresas de facear com diâmetros médios a grandes. O desenho inovador torna o manuseio fácil e a adaptação a exigências individuais possível, com custo reduzido. O desenho facilita o ajuste das pastilhas na posição axial para um acabamento superficial otimizado ou para a produção de texturas superficiais multifuncionais. O destaque do sistema de cassete é a fácil adaptação a set-ups individuais, boa precisão básica graças ao posicionamento preciso do cassete contra o corpo da fresa e um travamento seguro do mesmo devido à fixação por cunha.


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Contatos

O leitor de O Mundo da Usinagem pode entrar em contato com os editores pelo e-mail: omundo.dausinagem@sandvik.com

FALE COM ELES Honeywell do Brasil & Cia (11) 4166 1900 Magnus Aspeby (21) 2215-9550 Petrobras (21) 3224.1510 Robert Bosch (19) 3745.1954 Scania do Brasil (11) 4344-9333

Ilustração: HGF Comunicação

UNIMEP (19) 3124-1810 Voith Paper Máquinas e Equipamentos Ltda. (11) 3944 4000 Weir do Brasil (11) 6903-1848

Anunciantes Aços Roman........................11 Blaser..................................35 Castrol..................15, 16 e 17 Coopertec..............................7 Deb’Maq.............................29 Dynamach...........................19

Ergomat..............................33 Faro.....................................41 FMU....................................40 Hanna................................32 Kabel Schlepp....................09 Mazak.................................23

Metroltec.............................25 Romi....................................39 Siemens...............................43 SKF......................................02 T.A.G. ..................................37 Villares Metals.....................31

Sandvik Coromant e seus Distribuidores Amazonas-AM: MSC, Manaus, Tel: (92) 3613 2350 Bahia-BA: Sinaferrmaq, Lauro de Freitas, Tel: (71) 3379 5653 Ceará-CE: Ferrametal, Fortaleza,Tel:(85) 3287 4669 Espírito Santo-ES: Hailtools, Vila Velha,Tel: (27) 3320 6047 Mato G. do Sul-MS: Kaymã, Campo Grande, Tel: (67) 321 3593 M i n a s G e r a i s - M G : Escândia, Belo Horizonte, Tel: (31) 3 2 9 5 7297; Sandi, Belo Horizonte,Tel: (31) 3295 5438; Tecnitools, Belo Horizonte, Tel: (31) 3295 2951; Tungsfer, Ipatinga, Tel: (31) 3825 3637 Paraná-PR: Gale, Curitiba, Tel: (41) 3339 2831; Oliklay, Curitiba, Tel: (41) 3327 2718; PS Ferramentas, Maringá, Tel: (44) 265 1600 Pernambuco-PE: Recife Tools, Recife,Tel: (81) 3268 1491 Rio de Janeiro-RJ: Jafer, Rio de Janeiro, Tel: (21) 2270 4835; Machfer, Rio de Janeiro, Tel: (21) 2560 0577; Toolset, Rio de Janeiro,

Tel: (21) 2560 0577; Trigon, Rio de Janeiro, Tel: (21) 2270 4566 Rio Grande do Sul-RS: Arwi, Caxias do Sul, Tel: (54) 3026 8888; Consultec, Porto Alegre, Tel: (51) 3343 6666; F.S., Porto Alegre, Tel: (51) 3342 2463 Santa Catarina-SC: GC, Joaçaba, Tel: (49) 3522 0955; Repatri, Criciúma, Tel: (48) 433 4415; Thijan, Joinville, Tel: (47) 433 3939; Logtools, Joinville, Tel: (47) 422 1393 São Paulo-SP: Atalanta, São Paulo,Tel: (11) 3837 9106; Cofast, Santo André, Tel: (11) 4997 1255; Cofecort, Araraquara, Tel: (16) 3333 7700; Comed, Guarulhos, Tel: (11) 6442 7780; Diretha, São Paulo, Tel: (11) 6163 0004; Maxvale, S. José dos Campos, Tel: (12) 3941 2902; MegaTools, Campinas, Tel: (19) 3243 0422; PS Ferramentas, Bauru, Tel: (14) 3234 4299; Pérsico, Piracicaba, Tel: (19) 3234 4299

Sandvik Coromant, atendimento ao cliente : 0800 - 559698



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