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OMUNDODA
USINAGEM
BEM ESTAR TODOS PODEM DANÇAR! Publicação da Divisão Coromant da Sandvik do Brasil ISBN 1518-6091 RG BN
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EXPORTANDO A CRIATIVIDADE BRASILEIRA GERNANDES DE OFICINA À EMPRESA DE SUCESSO
PONTO DE VISTA “A EQUIPE É A PEÇA-CHAVE E DEPENDE DE MOTIVAÇÃO” Bernardinho
MÁQUINAS-FERRAMENTAS O INÍCIO DO COMANDO NUMÉRICO NO BRASIL
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EDITORIAL EQUIPE SE FAZ E FAZ A DIFERENÇA Pág.10
WIN WIN
Criatividade para mostrar e vender! Pág.21
LOGÍSTICA No final, todos ganham!
Pág.06 Dicas para o engenheiro fazer sucesso Pág. 34 CADA VEZ MAIS A DIFERENÇA ESTÁ NO SERVIÇO
Pág.26
CN Como tudo LEITOR
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começou no Brasil Pág.30 ELA DANÇA, EU DANÇO! Pág.37
De pai para filho! Pág. 14
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ÍNDICE OMUNDODA
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USINAGEM Publicação Bimestral da Divisão Coromant da Sandvik do Brasil S.A. ISBN 1518 - 6091 RG.BN 217.147
Capa Foto: Mario Castello
03 EDITORIAL 05 ÍNDICE / EXPEDIENTE 06 LOGÍSTICA: UM EXERCÍCIO DE RECIPROCIDADE 10 COMO CHEGAR AO PONTO DESEJADO 14 GERNANDES: DE OFICINA À EMPRESA DE SUCESSO 21 TAG: EXPORTANDO A CRIATIVIDADE BRASILEIRA 26 SCANNER: INVESTINDO EM SERVIÇOS 30 O INÍCIO DO COMANDO NUMÉRICO NO BRASIL 34 A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO NA CARREIRA DE ENGENHARIA 37 VEM DANÇAR 40 NOSSA PARCELA DE RESPONSABILIDADE 42 DESTAQUES 45 MOVIMENTO 46 CONTATOS e-mail: omundo.dausinagem@sandvik.com EXPEDIENTE O MUNDO DA USINAGEM é uma publicação bimestral da Divisão Coromant da Sandvik do Brasil S.A. com a circulação de seis edições por ano, tiragem de 13.000 exemplares, com distribuição gratuita. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP. Conselho Editorial: Nivaldo Coppini, Francisco Marcondes, Heloisa Giraldes, Marlene Suano, Aryoldo Machado, Anselmo Diniz, Sidney Harb, Fernando de Oliveira e Vera Natale. Editora: Vera Natale Editor Chefe: Francisco Marcondes Jornalista Responsável: Heloisa Giraldes - MTB 33846 Propaganda: Gerente de Contas - Thaís Viceconti / Fone: (11) 6335-7558 Cel: (11) 9909-8808 Projeto Gráfico: AA Design Revisão de textos: Fernando Sacco Gráfica: Type Brasil O Mundo da Usinagem 05
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SUPRIMENTOS
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Francisco P. Fontelles
LOGÍSTICA: Um Exercício de Reciprocidade A CADEIA LOGÍSTICA DA NMHG PODE SER VISTA COMO UM EXERCÍCIO EXEMPLAR DE RECIPROCIDADE EM BENEFÍCIO DE TODA A CADEIA PRODUTIVA.
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os últimos anos, grande parte da indústria já incorporou e consolidou a idéia de acesso global à tecnologia, encurtando as distâncias, modernizando a cadeia produtiva e, conseqüentemente, reduzindo custos no produto final. A conquista deste processo, porém, não simboliza o término na consolidação de uma política enxuta de aperfeiçoamento no que se refere às diversas áreas de uma empresa. Nessa lógica, cada vez mais ganha força a importância de estudos aprofundados sobre a cadeia logística, com impacto direto na redução de custos, para a consolidação de uma posição sólida e competitiva no mercado. É o que acredita Francisco Fontelles, Gerente de Materiais e responsável no Brasil pelas áreas de compras, logística e importação da Nacco Materials Handling Group Brasil, fabricante das
empilhadeiras Yale e Hyster. Fontelles resume essa importância: “A logística tem como objetivo fazer chegar o produto certo, na quantidade certa, no lugar certo, no tempo certo, nas condições estabelecidas e com o menor custo”. A adoção desta estratégia, porém, depende de uma forte interação entre todos os setores que participam da cadeia produtiva, interna e externamente.
“A cadeia logística no geral não é e não pode ser uma responsabilidade exclusiva das áreas de suprimentos, mas de toda a empresa, pois as áreas de produção, vendas, finanças e mesmo recursos humanos participam dessa cadeia com ações e decisões que interferem nos resultados”, destaca.
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VALORIZANDO AS RECIPROCIDADES Pensando nisso, a NMHG Brasil desenvolveu um sistema para avaliar o serviço prestado por seus fornecedores, como explica Fontelles: “Através de um diagnóstico justo quanto à qualidade do serviço prestado pelo fornecedor, que compreende desempenho de entrega, qualidade intrínseca do produto, preços competitivos, atendimento e práticas sócio-ambientais corretas, pode-se identificar os fornecedores em três categorias básicas: os que atendem os requisitos para trabalhar com a empresa, aqueles que, com um plano de ação bem estruturado podem corrigir suas deficiências e continuar trabalhando com a empresa e os fornecedores que não têm condições de se adaptar e, portanto, devem ser substituídos”. Mensalmente nossos fornecedores recebem uma avaliação do desempenho das suas entregas e, a cada três meses, o fornecedor passa por uma avaliação de todos os requisitos para verificar se o serviço prestado está ou não dentro dos parâmetros desejados. “Nosso objetivo é abordar todos os aspectos, sempre de forma participativa”, afirma Fontelles. “É muito importante que o fornecedor reconheça que a avaliação foi feita de forma clara e transparente. Ou seja, a vantagem não vem do lucro imediato, em detrimento dos fornecedores, mas na reciprocidade dos
objetivos alcançados”, enfatiza. É a chamada relação win-win (ganha-ganha), na qual ambos os lados vêem vantagens no negócio, crescendo juntos e desenvolvendo novas e sólidas parcerias. Um exemplo disso? “A substituição das embalagens de papelão por embalagens plásticas, retornáveis, para o transporte dos componentes empregados em nossos produtos”, elucida Fontelles: “o custo foi dividido entre as duas partes, aumentando os ganhos e contribuindo ecologicamente na cadeia de suprimentos, diminuindo consideravelmente o índice de descarte de embalagens”. Ainda segundo Francisco Fontelles, “os fornecedores que atingirem nossas expectativas do ponto de vista da qualidade, atendimento, prazo e adequação às normas sócio-ambientais receberão o certificado de qualidade da NMHG Brasil”. E acrescenta: “Se a avaliação é justa e eles enxergarem nisto uma oportunidade de negócios, com certeza a parceria se tornará mais consistente e interessante para as duas partes”. Em novembro de 2005, a NMHG Brasil realizou seu 1º Encontro dos Fornecedores, reunindo seus parceiros com o objetivo principal de divulgar as expectativas da empresa, os resultados alcançados e as diretrizes para o próximo ano. O segundo evento que reunirá os distribuidores da NMHG Brasil já tem data marcada, dia 24 de O Mundo da Usinagem 07
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novembro de 2006, e a Sandvik Coromant estará presente. A questão não é apenas identificar o ponto-fraco na cadeia de produção, mas todos os pontos que podem ser melhorados. Quando o assunto é importação, o conceito door-to-door simboliza bem essa prática. Neste caso, devem ser levados em consideração itens como: • A coleta do material no fornecedor (pick up); • O transporte e a armazenagem deste material em local apropriado; • O acondicionamento deste item para que ele possa ser transportado até o porto, terminal ou aeroporto; • O trajeto até o local especificado; • O desembaraço no armazém alfandegário; • O translado até a fábrica. Fontelles pontua como a utilização da logística é importante neste caso: “Você pode concentrar todas estas atividades em apenas um parceiro logístico que possua competência e estrutura para dar conta de todas estas atividades ou estabelecer contratos com grandes parceiros para que as mesmas sejam efetuadas, porém a responsabilidade pelo processo é do parceiro logístico. Os ganhos com a utilização deste processo denominado
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door-to-door são enormes, não só econômicos mas principalmente na eficiência do processo.” Por fim, Fontelles aponta o principal desafio da área de suprimentos nos próximos anos: “Baixar o custo sem perder a qualidade do seu parceiro fornecedor, pois mesmo com as margens cada vez mais apertadas, é inviável aumentar os preços”. Para tanto, o profissional envolvido neste processo não deve ter medo de inovar, buscando na iniciativa, no dinamismo e na constante atualização, as condições necessárias para a superação dos obstáculos. É neste ponto que se verá a plena importância da gestão de suprimentos no processo produtivo: otimizando a produção, maximizando os lucros, promovendo um relacionamento de longo prazo mutuamente lucrativo com seus fornecedores, mostrando que pró-atividade, abertura e flexibilidade, mais do que qualidades esperadas de um fornecedor, são soluções competitivas.
Fernando Sacco Jornalista
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PONTODEVISTA Bernardinho
Como chegar ao ponto desejado minha função de técnico pode ser comparada àquela de um gestor ou dono de negócio. Nesta condição, somos o maior acionista e o nosso papel é ser o mais exigente possível para se chegar ao objetivo. É importante saber que ninguém manda em ninguém. O que se precisa é criar um ambiente para que as pessoas possam trabalhar sempre buscando o melhor. Por isso, é preciso considerar que o sucesso depende da boa performance de cada membro do grupo, e a parte mais importante dessa estratégia é criar o que eu chamo de “centros de propriedade”, que faz com que todos tenham um sentimento comum em torno do projeto. Assim, conceitos como a “minha empresa” ou o “meu projeto” devem ser substituídos por “nossa empresa” e “nosso projeto”. Essa é uma peça de convencimento importante porque isso leva ao comprometimento e o resultado só aparece com a união
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de todos os envolvidos. Uma boa idéia pode ser um bom ponto de partida, mas não diria que seja o mais importante. É preciso saber que existe uma enorme distância entre um projeto e o resultado final. Eu diria que o mais importante é o engajamento, o que significa aperfeiçoamento constante do plano original, 10 O Mundo da Usinagem
determinação para vencer as etapas necessárias – como conseguir um financiamento e conquistar mercado, por exemplo – e lucidez para saber que as dificuldades vão aparecer e é preciso ter força para superar os obstáculos. É importante entender, sobretudo, que uma boa idéia leva tempo para se concretizar, e a perseverança é uma das qualidades mais importantes para se chegar ao ponto desejado. A melhor estratégia que uma empresa deve adotar para atingir suas metas é o comprometimento com o objetivo. Isso significa um treinamento constante e atenção permanente para perceber as diferentes possibilidades que possam ajudar alguém a conseguir o que quer. Em um mundo globalizado, acho necessário utilizar todas as ferramentas que possam aumentar a informação. O acesso à tecnologia, por exemplo, pode multiplicar o seu raio de ação, ampliar as escolhas e levar ao aprimoramento técnico. O fator que nunca deve ser desprezado dentro de uma equipe ou empresa é o humano. Esse é o ponto mais importante e é o que pode fazer toda a diferença entre o sucesso e o fracasso. Não adianta o responsável, seja ele dono ou gerente de um projeto, ser eficiente e competente, porque nunca se pode deixar de levar em conta que a equipe é uma
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peça-chave e que depende de motivação, aperfeiçoamento constante, e essas condições devem ser dadas por quem está à frente da proposta. Excesso de confiança na própria capacidade pode gerar um sentimento oposto ao que se pretende, ao gerar cobrança e insegurança entre os membros da equipe. Eu diria que uma característica comum a todos os empreendimentos de sucesso é a ambição, que pode ser traduzida aqui como a vontade de acertar e fazer o melhor, sempre. Mesmo no meu trabalho com os atletas, que é a minha atividade principal, tenho sempre um questionamento quase paranóico, que considero parte do processo de crescimento, e estou sempre em busca de novas informações.
A grande armadilha do sucesso é que ele cria circunstâncias sedutoras e inebriantes. No meu caso, à medida que avançamos em uma
competição, aumentam as expectativas e o favoritismo. Isso é perigoso porque pode levar ao relaxamento, à desconcentração e à perda do espaço. Um bom profissional tem que ser crítico e exigente o tempo todo para manter o foco. O maior desafio em qualquer atividade é trabalhar para melhorar sempre. Não pode dar uma relaxada. Esse tipo de lição pode ser resumido na frase do Hugo Betlhem, executivo do grupo Pão de Açúcar:
“Superação é ter a humildade para aprender com o passado, não se conformar com o presente e desafiar o futuro”. Bernardo Rocha de Rezende (Bernardinho) Técnico do Rexona-Ades e da seleção brasileira masculina de vôlei. Coordenador Geral do Centro Rexona-Ades e Diretor Presidente do Instituto Compartilhar. O Mundo da Usinagem 11
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GESTÃO EMPRESARIAL
Ganhando tempo com novas tecnologias de ferramentas Sandvik Coromant.
GERNANDES:
como uma pequena oficina foi transformada em empresa de sucesso Visão empreendedora e gosto pelo trabalho levaram Cláudio Ernandes e seu filho, o ex-bancário Ricardo Garcia, a obterem êxito como empresários no mercado de fabricação de peças mecânicas. 14 O Mundo da Usinagem
incorporação de novas tecnologias à rotina de trabalho costuma fazer as empresas mudarem de patamar, por meio da fabricação de produtos mais complexos e diversificação da base de clientes. Foi exatamente o que aconteceu com a Gernandes Indústria e Comércio Ltda., depois que adquiriu a sua primeira má-
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quina-ferramenta com comando numérico computadorizado – (CNC). Um torno, em 1998. “A máquina CNC mudou o nosso mercado”, afirma Ricardo Garcia Ernandes, diretor comercial da empresa. “Nós a adquirimos para nos manter vivos”, complementa ele, acrescentando que a máquina foi depois substituída por um modelo mais novo. Atualmente, a Gernandes é uma próspera empresa instalada em prédio próprio, com 700 m2, só de chão-de-fábrica, em Santo André, na região metropolitana de São Paulo. Na fábrica rodam várias máquinas-ferramenta de geração tecnológica recente, como nove tornos CNC – dos quais três são equipados com alimentador de barras – e três centros de usinagem CNC. “A nossa máquina CNC mais antiga foi fabricada em 2000”, informa o Diretor Industrial Cláudio Guitar Ernandes. “Já os tornos automáticos passaram por um processo de retrofit e são automatizados com controladores lógicos programáveis (CLPs)”, complementa. Rodando com capacidade total em um turno, a Gernandes tem mais de dez clientes assíduos para os quais fornece serviços de usinagem em materiais como aços carbono e de alta liga, que representam 90% das encomendas. Outros 10% são para trabalhos em metais não-ferrosos, incluindo ligas de alumínio e plásticos de engenharia. Segundo o diretor industrial, um turno seria insuficiente para atender a demanda, caso a empresa não tivesse realizado es-
forços para a otimização de métodos e processos. Para essa melhoria de processos de usinagem, a Gernandes conta com o apoio da Sandvik Coromant do Brasil, que fornece praticamente a totalidade das ferramentas de corte. Esse apoio é normalmente realizado por meio do distribuidor autorizado Cofast, desde que a empresa foi criada em 1996. Todavia, as atividades foram intensificadas depois que a Gernandes adquiriu a primeira máquina CNC. “Acompanhamos o processo de apropriação de conhecimento tecnológico e de infra-estrutura de máquinas-ferramenta da Gernandes. Começamos sugerindo classes de ferramentas mais seguras e hoje já oferecemos classes mais rápidas”, explica Ferretti, engenheiro da Cofast. Assim, para que a Gernandes pudesse tirar o máximo proveito
das ferramentas de corte, quando ela adquiriu a primeira máquina CNC, a Cofast sugeriu as pastilhas de classe 4035. “Elas são muito tenazes e seguras”, afirma Vagner Piton, vendedor técnico da Cofast. Com os novos equipamentos que foram incorporados à Gernandes, a Cofast sugeriu a utilização de ferramentas de metal duro de classes mais amplas, que cobrem amplo leque de processos de usinagem e são de média velocidade. “Hoje, com o processo mais enxuto e com sistemas de gerenciamento bem estruturados, a Gernandes utiliza uma gama de classes modernas que a ajuda a ser mais produtiva”, explica Vagner Piton. O apoio da Cofast garantiu vários cases de sucesso. Um deles envolve a usinagem de bloco de aço-liga forjado, com tolerâncias geométricas estreitas (da ordem
Área produtiva da Gernandes.
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de centésimos de milímetro) e acabamento superficial com rugosidade de 0,8 Ra. “A produção deste bloco envolve as operações de fresamento e furação. Já usávamos ferramentas da Sandvik Coromant mas, agora, com a introdução da fresa R-390 e da broca CoroDrill 880, o tempo de usinagem foi reduzido em mais de 40%. Demorávamos 90 minutos, hoje são 40 minutos aproximadamente”, afirma Ricardo Garcia. Um outro exemplo de excepcional aumento de produtividade foi visto com a introdução do bedame Corocut de duas arestas na linha de produção de um eixo destinado à indústria de duas rodas. “Fazíamos 500 peças ao dia e deveríamos aumentar a produção em mais de 100% para atender à demanda. Pensávamos até em comprar mais um torno automático”, diz Cláudio Guitar. “O pessoal da Cofast su-
geriu que substituíssemos o bit de aço rápido pelo bedame. Nossa produção chegou a 1.300 eixos por dia. O cliente está satisfeito e nós economizamos cerca de R$ 30 mil, que seriam necessários para comprar outro torno automático”. PARCERIA Da mesma forma que recebe o apoio de seus fornecedores para crescer, a Gernandes se esmera em ser um parceiro de fato para seus clientes. “Se o nosso cliente for bem, nós também iremos bem. Se o nosso cliente tiver problemas, nós tam16 O Mundo da Usinagem
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bém teremos. Então, fazemos de tudo para satisfazer o cliente. Sem eles, não sobrevivemos”, afirma Ricardo Garcia. Para satisfazer o cliente, a Gernandes tem conseguido atingir alguns índices que não são corriqueiros numa empresa de pequeno porte. O índice de pontualidade nas entregas chega a 98%. A Gernandes conta com 35 funcionários e produz 2 milhões de peças ao ano. A empresa fabrica mais de 380 itens diferentes, em lotes de 300 a 3 mil unidades ao mês, embora existam alguns itens cuja produção chega a 40 mil unidades mensais. Para produzir tal variedade de produtos, faz em média três set-ups de máquinas ao dia. A Gernandes atende empresas que atuam no segmento automotivo, de máquinas agrícolas, de válvulas de alta pressão, de células de carga, de pet shops e duas rodas, entre outros. Mais da metade do volume de serviços é para o setor automotivo. TRAJETÓRIA Quem visita a Gernandes, hoje, tem uma certa dificuldade para imaginar que, há dez anos, em outubro de 1996, a empresa nascia com um único torno automático já marcado pelo uso. “É um torno automático Traub, que hoje está desmontado para ser retrofitado”, conta Cláudio Guitar Ernandes, que decidiu investir no mercado de prestação de serviços de usinagem para fugir da aposentadoria precoce. “Na época, tinha 49 anos.
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Aposentei-me relativamente jovem porque trabalhei em atividades consideradas insalubres”, explica. Para a nova empreitada, Cláudio Guitar convidou seu filho, Ricardo Ernandes que, à época, era bancário e manteve um regime de dupla jornada de trabalho, até a empresa começar a deslanchar. Num pequeno espaço sublocado de um amigo, na Vila Maria, na zona Norte de São Paulo, há dez anos começava, para os dois, um longo período de aprendizado que ainda não se encerrou. A primeira lição para Ricardo Garcia, foi dura: o torno custou exatos R$ 6 mil, que foram pagos à vista, metade pelo pai, que tinha alguma economia e o restante saiu de seu cheque especial. “Nunca vou me esquecer do preço do torno”, garante o atual Diretor Comercial da Gernandes. “Foram dois anos de trabalho, sete dias por semana, para saldar a dívida. Eram cinco dias
no banco e dois na fábrica”, recorda ele, que hoje foge do cheque especial. Aprendeu dolorosamente que a atividade industrial de uma empresa nascente não é lucrativa o suficiente para saldar esse tipo de dívida, pois os juros bancários são altíssimos. O pai já conhecia – e muito bem – parte da rotina. Tinha intimidade com o chão-de-fábrica por anos de trabalho como operário qualificado em grandes empresas, incluindo os últimos oito – antes de fundar a Gernandes – na Sandvik Coromant do Brasil, onde chegou ao cargo de líder de área de ferramentas especiais. Nos diversos empregos que teve como operário qualificado, Cláudio Guitar aprendeu a operar as mais variadas máquinas. Porém, jamais havia trabalhado com um torno automático. “Aprenderemos”, disse ele convicto, embora um pouco preocupado, conta Ricardo Garcia. Operar o torno automático ele
Comprometimento com a qualidade é a principal diretriz da Gernandes. Tornos ferramentados pela Cofast, distribuidor autorizado Sandvik Coromant.
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Administrando pontualidade, segurança e qualidade. Márcia, secretária Gernandes e Wagner Piton, técnico da Cofast.
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aprendeu rapidamente, tanto assim que não teve maiores problemas em atender seu único cliente da época: uma fabricante de máquinas de costura, para quem entregava as peças produzidas no galpão da Vila Maria usando seu Fiat 147, “velhinho” já naquela época, conta Cláudio Guitar. Operar um torno foi lição que Guitar tirou de letra. Já aprender a gerenciar uma empresa, era uma tarefa mais complicada. Não tinha nenhuma experiência, e nem seu filho. Muita coisa os dois aprenderam na prática, com os erros cometidos. Outras, nos cursos oferecidos pelo Sebrae, principalmente sobre a importância da qualidade. Felizmente, novos clientes começaram a aparecer e o espaço da Vila Maria começou a não comportar os planos da Gernandes que, como todas as ou-
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tras empresas que surgem, não nasceu com a vocação de ser eternamente micro. Em seis meses, a empresa tinha novo endereço, em São Bernardo, onde ocupou, por quatro anos, um galpão alugado de 100 m2. “Para quem trabalhava num espaço tão pequeno onde não cabiam duas pessoas, foi um salto e tanto”, lembra Ricardo Garcia. MAIS MÁQUINAS, MAIS CLIENTES A Gernandes ocuparia novo espaço, também alugado, em São Bernardo. Chegamos a 200 m2. Mais clientes foram conquistados e novos equipamentos, incluindo o primeiro torno CNC, foram adquiridos. “Ficamos neste galpão de 2000 a 2004”, diz Ricardo Garcia. “Mas aí, já tínhamos vencido o ponto crítico, com a aquisição de nossa primeira máquina CNC em 1998. Os negócios melhoraram a ponto de podermos mudar para a nova sede própria”, explica.
Cláudio Guitar bem sabe que cada caso é um caso, mas dá duas sugestões para quem deseja se arriscar a ter um negócio próprio.
Uma, é investir parte da receita na atualização constante do parque fabril, para conquistar e manter os diferenciais de competitividade. Outra, é buscar o apoio da família, mesmo porque são muitos os dias difíceis para um pequeno empresário. “O faturamento de uma micro ou pequena empresa, no começo, nem sempre cobre as despesas. Muitas vezes tive de tirar o dinheiro de minha aposentaria, de pouco mais de cinco salários mínimos, para investir no negócio”, relembra. “Sem o apoio de minha mulher e meus filhos, provavelmente não teríamos colocado a Gernandes de pé”, complementa. Consciente de sua árdua trajetória, a Gernandes procura criar oportunidades de trabalho que contribuam para a melhoria social. Todos seus operadores são formados pelas escolas Senai da região e a empresa também investe no programa do Menor Aprendiz, do Senai. Qualidade é preocupação permanente na Gernandes: de processos, de produtos, de pessoas.
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PRODUTIVIDADE
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Inovação tecnológica coloca empresa brasileira na rota das exportações A TAG Technology desenvolveu dispositivo que possibilita a usinagem de camisas de bloco motor em tornos mecânicos.
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riada há pouco mais de quatro anos, a TAG Technology já se destaca no mercado de dispositivos e elementos de fixação para máquinas-ferramenta. A TAG é uma empresa com tecnologia e capital inteiramente nacionais, instalada em Osasco (SP) e seus produtos já começam a se internacionalizar, via filiais brasileiras de multinacionais, como é o caso do dispositivo para a usinagem de camisa do bloco motor, desenvolvido recentemente. Nesse curto período, a TAG Technology conseguiu formar um portfólio significativo. De fevereiro de 2005 a julho de 2006, realizou 121 projetos especiais, principalmente na área de fixação rotativa. Tratam-se, em sua maioria, de projetos desenvolvidos em parceria com fabricantes de máquinas ou por solicitações destes, para serem utilizados pelas principais montadoras e fabricantes de autopeças do mercado nacional.
Placa Blindada para fixação externa de Camisas (bruto), com 12 pontos de fixação em 2 planos (circularidade 0,03mm).
Alguns desses projetos merecem destaque, como o dispositivo para usinagem de camisa de bloco motor anteriormente citado. Normalmente, esse tipo de operação é realizado em mandriladoras, com a peça parada e a máquina em movimento. A solução da TAG é inédita em termos mundiais, pois possibilita a usinagem das camisas em tornos com circularidade inferior a 0,030 mm. Segundo Luís Carlos Franco, engenheiro de Aplicação e de Produto da TAG, a principal vantagem do desenvolvimento é possibilitar a usinagem das camisas - em geral peças de grandes diâmetros e paredes finas - com o emprego de tornos verticais ou horizontais, máquinas de menor custo e mais flexíveis que as mandriladoras. "Além de ter um custo-ferramenta inferior e a operação ser mais rápida, se o produto sair de linha ou deixar de ser fabricado, o torno pode ser destinado a outra aplicação, mais facilmente que uma mandriladora", explica. A TAG desenvolveu uma placa do tipo copo, blindada (com óleo interno, dispensando o uso de lubrificação) e com 12 castanhas. Um detalhe: nesse projeto é a peça que entra na placa, da qual saem as 12 castanhas pendulares e autocentrantes para fixar a
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peça. Outros benefícios: manutenção quase nula e eliminação do acúmulo de cavacos. ACIMA DO ESPERADO "Nossa especialidade é projetar soluções que não podem ser encontradas em outros fabricantes", explica Franco, para quem o resultado final ficou acima do esperado. "É um projeto bem-sucedido", confirma Ronaldo Ferreira, especialista em OTS da Sandvik Coromant, que acompanhou o desenvolvimento. Nos testes realizados no cliente, chegou-se à produção de Modelo sólido do projeto da barra especial de mandrilar, com fixação Coromant Capto C6, para usinagem interna de camisas.
Barras de mandrilar especiais montadas em torno vertical EMAG, com sistema de fixação Capto C6.
Barra de mandrilar especial, resultado do projeto TAG .
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300 peças/hora, contra a produção anterior de 120 peças/hora, atendendo todos os requisitos de qualidade exigidos pela fabricante de autopeças. O projeto nasceu nas Indústrias Romi. Contratada para fornecer a máquina, a empresa de Santa Bárbara D'Oeste (SP) contatou a Sandvik Coromant para se encarregar do desenvolvimento das ferramentas. A TAG entrou no projeto indicada pela Coromant, após a desistência de uma multinacional. "Sempre que temos algum desafio na área de dispositivos e elementos de fixação, acionamos a TAG", conta Ronaldo. "Para esse projeto, aliás, o Departamento de Ferramentas Especiais da Sandvik Coromant também desenvolveu uma ferramenta inovadora, de mandrilar interno, que realiza o desbaste e o acabamento num único passe", informa. A solução desenvolvida pela TAG foi entregue em maio de 2006 e outras três unidades foram encomendadas. Inclusive, no decorrer do desenvolvimento outra fabricante de blocos de motor, também multinacional, se interessou pelo dispositivo de fixação. Franco conta que, informadas pelas filiais dos resultados obtidos, as matrizes desses dois fabricantes de autopeças já demonstraram interesse em adquirir o
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Vista frontal do modelo sólido do projeto da barra de mandrilar especial, com refrigeração interna.
dispositivo, a exemplo do que ocorreu no ano passado quando a TAG desenvolveu - para um grande fabricante de rolamentos e sistemas de transmissão – um dispositivo para usinagem de anéis sincronizados, levando para o torno uma operação até então só realizada em retíficas. Com uma ponta de orgulho, revela que "na Europa, foram feitos vários testes e protótipos para essa mudança de processo, sem sucesso. Nós, brasileiros, conseguimos". Até aqui, a empresa já exportou seis projetos distintos. EMPREENDEDORISMO A TAG foi fundada em 2002 por Edson Rodrigues Lopes. O empreendedorismo de Lopes, mais conhecido como Macarrão, surgiu quando foi demitido da multinacional onde trabalhava há 14 anos. Lá, após passar por praticamente todos os setores, se especializou na área de projetos especiais. Com o crescimento da demanda nessa área, a diretoria mundial entendeu que aquele serviço deveria ser realizado apenas pela matriz.
Em vez de buscar uma vaga num dos concorrentes e após avaliar que haveria uma lacuna no mercado, já que os dispositivos especiais passariam a ser produzidos na Europa e, portanto, chegariam aqui a um preço bem superior, Lopes resolveu montar a própria empresa. Com a experiência acumulada e os contatos adquiridos, não demorou a surgir a primeira encomenda: um mandril expansivo. Muitas outras viriam. Em 2005, a TAG deu um salto com a chegada de dois novos profissionais, Luiz Carlos Franco, para a área de engenharia, e João Antonio dos Santos, para a área de manufatura. Os três decidiram que, para crescer, era fundamental manter total controle sobre a produção e passaram a investir em maquinário, em substituição aos serviços de terceiros. Hoje, toda a parte de usinagem e retífica é feita internamente, nas quinze máquinas que compõem o parque fabril, no qual foram investidos cerca de R$ 2,5 milhões. A estratégia se mostrou acertada. Em 2005, o faturamento cresceu impressionantes 238% em relação ao ano anterior. Para 2006, a estimativa é de se alcançar 110%, índice que vem sendo confirmado mês a mês. Ao final do primeiro semestre já havia atingido o mesmo faturamento de todo o ano de 2005. A TAG está implantando a ISO 9000 e seu sucesso é o maior incentivo à continuidade dos trabalhos:"Está acontecendo algo de mágico. É como se as empresas que compram um produto nosso apagassem o nome de nossos concorrentes de suas listas de fornecedores", diz Lopes, que já recebeu algumas ofertas para vender a TAG, mas diz não ter intenção de aceitá-las. "O que realmente importa, hoje, é a nossa satisfação profissional".
Mandril Expansivo (fixação interna). 24 O Mundo da Usinagem
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Sede da Scanner em Santo André - SP
SCANNER Flexibilidade e serviços garantem êxito nas vendas Representante da Mori Seiki no Brasil, a Scanner conquista espaço no mercado com serviços de engenharia e criatividade
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endência que se verifica com muitos produtos industriais, também os tornos e centros de usinagem estão se tornando commodities. Essa constatação levou a Scanner Importação e Exportação, de Santo André (SP), distribuidora da Mori Seiki no Brasil, a ampliar os serviços de engenharia e desenvolvimento de processos para incrementar sua participação no mercado. "Essa estratégia nos permite oferecer melhor custo-benefício aos clientes", garante Johannes O. Rieger, diretor comercial da Scanner. Na sua avaliação, os
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tornos e centros de usinagem de primeira linha estão cada vez mais semelhantes. "Além disso, os clientes hoje compram processos e não máquinas. Querem o pacote completo", informa. Rieger lembra que há cinco anos os serviços de engenharia da Scanner se restringiam a repassar aos clientes os processos desenvolvidos pela Mori Seiki. Com a nova demanda, contratou mais profissionais, criou um departamento de engenharia, ampliou a parceria com fornecedores de ferramentas, de dispositivos e investiu na nacionalização de equipamentos.
Atualmente, 60% dos negócios da Scanner já envolvem processos, incluindo compromisso de produção relativo à quantidade e à qualidade de peças produzidas.
O diretor explica que os dispositivos especiais são fabricados no Brasil, enviados à Mori Seiki, no Japão, montados e testados. As máquinas são entregues aos clientes no Brasil prontas para operar. De acordo com o diretor administrativo-financeiro Shingi Nacata, a Scanner vive um bom momento e deve crescer cerca de 10% em 2006. "Não há crescimento no número de unidades vendidas, mas nosso faturamento será maior que o de 2005, graças ao maior volume de serviços", diz. Para Nacata, muitos dos negócios feitos hoje não seriam possíveis sem os investimentos feitos na área técnica, que "possibilitaram à Scanner estar presente nas grandes empresas, onde se exige uma engenharia forte, e também nos firmar nesse mercado."
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Ronaldo da Silva Ferreira – Sandvik Coromant, Johannes Rieger e Shingi Nacata, Diretores – Scanner.
DUAS DÉCADAS Em 2006, a Scanner completa 20 anos de atividades. A história da empresa tem vários pontos de contato com o passado recente do comércio de máquinas no Brasil. A princípio representava fabricantes de máquinas argentinos: "80% dos fabricantes de máquinas da Argentina eram representados por nós", conta Nacata. Lamentavelmente, poucos fabricantes do país vizinho resistiram às equivocadas políticas econômicas lá implantadas. Em meados dos anos 80, com a reserva de mercado de informática em vigor, não era permitido importar máquinas com CNC, já que existiam fabricantes nacionais. Nessa época, a Mori Seiki já era representada pela Scanner mas, então, tinha pouca penetração, pois a imagem das máquinas japonesas era semelhante à que o mercado tem hoje
das produzidas na China. Com o fim da reserva, no início da década seguinte, os negócios com a linha japonesa ganharam impulso. Rieger diz que a Mori Seiki é um dos grandes fabricantes mundiais, produzindo entre 8 e 10 mil máquinas/ano. "É uma marca que se caracteriza pela confiabilidade e produtividade", afirma. Ainda em 1993, os bons resultados com a linha levaram a Scanner – que então contava com 23 representações – a circunscrever seus negócios apenas na Mori Seiki. De 1993 para cá, conseguiu montar base instalada no Brasil de cerca de mil máquinas, em empresas do porte da Eaton, Daimler-Chrysler, Samot, entre outras. Porém, em 2001, com a valorização do dólar, o preço das máquinas ficou quase proibitivo. A empresa foi obrigada a alterar
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Display com exemplos de peças usinadas em máquinas Mori Seiki.
Usinagem completa de bloco de motor em Centro Horizontal Mori Seiki.
a estratégia e buscar produtos de menor custo. "Passou a ser uma necessidade, uma questão de sobrevivência", frisa Rieger. Com máquinas sofisticadas e, portanto, de maior valor, o campo de atuação estava restrito às grandes empresas. "Ao menos para poder continuar visitando os clientes de menor porte, era preciso buscar alternativas." Foram encontrar novos parceiros em Taiwan. Na época, foram acordadas três representações e hoje são apenas duas: a Topper – Tong Tai Machines & Tools, fabricante de tornos e centros de usinagem que no passado manteve acordo técnico com a japonesa Hitachi-Seiki; e a Soco Machinery, que produz linha de máquinas para trabalhos com
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tubos. Mantém ainda acordo de representação das retíficas da Toyoda, para algumas regiões do País. Recentemente, fechou parcerias com as japonesas Daisho, que produz retíficas de dupla face e com a Inaken, fabricante de pedras de brunimento. MACHSYSTEM O envolvimento mais direto da Scanner na área de engenharia revelou para a empresa novas oportunidades. Segundo Rieger, alguns acessórios, como o sistema de alta pressão de refrigeração, podem custar de 25 a 30% do valor de uma máquina. Embora fundamentais para a produtividade, especialmente quando se usa ferramentas modernas, esses acessórios são pouco utilizados devido ao
alto custo. A saída encontrada foi nacionalizar os acessórios. Primeiro, o sistema de alta pressão que, com partes nacionais e importadas, custa hoje um terço do valor dos similares importados. Em seguida, investiu em novos produtos, como coletores de névoa e de óleo e para automatização de portas de máquinas. A iniciativa foi tão bem-sucedida que, em 2005, foi criada a MachSystem, só para atuar na área de acessórios. A empresa que começou com apenas 01 funcionário hoje tem 10 e, já independente, instalou fábrica em Joinville (SC). Aliás, em breve, a MachSystem coloca no mercado um novo produto, a pistola de alta pressão para limpeza de peças e máquinas. Para Rieger, "a decisão de
produzir equipamentos e acessórios especiais no Brasil só foi possível pelo suporte que tivemos dos fabricantes locais e a Sandvik Coromant tem nos auxiliado bastante nisso". O diretor lembra que a Sandvik também foi uma das primeiras fabricantes de ferramentas a participar diretamente dos projetos de engenharia da Scanner. "O suporte da Sandvik é realmente diferenciado", diz, acrescentando que "todo projeto é
um protótipo, portanto, sujeito a mudanças. E nós dependemos de uma resposta muito rápida dos nossos parceiros, o que sempre encontramos na Sandvik".
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FALANDO DE
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MÁQUINAS O torno da Romi era um modelo DCE-480 preparado para receber os servo motores e acionamentos para interfacear com o CN
O INÍCIO DO CONTROLE NUMÉRICO NO BRASIL N o artigo anterior (O Mundo da Usinagem nº 28), sobre o aparecimento do Controle Numérico, o “CN”, citou-se que suas primeiras utilizações ocorreram no Brasil por volta de 1969 e talvez 1967. Artigo publicado pela revista Máquinas&Metais de 1967 oferece alguns dados adicionais sobre as primeiras aplicações do CN. Esta publicação, provavelmente uma das primeiras sobre o assunto no Brasil, trazia na capa um torno equipado com CN todo em detalhes cromados e envolvido em um piso e lateral forrados de veludo vermelho, representando a máquina como uma jóia. O artigo, intitulado “Já é hora de pensar em CN”, trazia valiosas informações sobre a tecnologia emergente, dando conceitos, opi-
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niões, tendências e aplicações e logicamente tudo relacionado com máquinas americanas. Algumas citações sobre a aplicação do CN nos Estados Unidos na época falavam de sua origem e projetavam seu futuro: 1. A primeira máquina com CN surgira aos usuários em 1955 e lá existiam então mais de 10.000 máquinas instaladas. 2. Em 1966 foram construídas 2.800 máquinas com CN, o que representava 20% do total de máquinas construídas. 3. Que na última feira de Chicago (1964), tinham aparecido 160 máquinas com CN, enquanto que em 1960, na mesma feira tinham sido expostas 99 máquinas. 4. Previa-se que, em 1975, 80% da produção de máquinas
americanas seria de máquinas com CN.
Este mesmo artigo realçava que a política das empresas brasileiras de renome era investir em novas tecnologias e enfrentar desafios e, portanto, sob este lema concluía que havia razões fortes para que a tecnologia do CN viesse para o Brasil e se expandisse. Pode-se concluir, portanto, que até 1967, nada havia sido implantado. Um dos motivos de não ter ocorrido a implantação poderia dever-se ao valor relativamente alto do investimento e dos juros a 3% ao mês. O preço de um bom centro de usinagem era de US$ 80.000,00 e o dólar valia NCr$ 4,00 (cruzeiros novos). Existiam também outras dificuldades, como a falta de uma
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A máquina da Zema era uma Fresadora Ferramenteira FFA 1600 que foi preparada para receber o CN.
estrutura de atendimentos, de assistência técnica e de serviços, além da mão-de-obra preparada para um suporte de engenharia de processos. A repercussão deste artigo e outros subseqüentes, na mesma revista, despertaram o interesse de fábricas e representantes de máquinas a investirem e, já em março de 1968, tinha-se notícias de que a Borg Warner de São Paulo tinha adquirido três máquinas com CN. Também uma quarta máquina estaria sendo negociada pela Worthington. E sob este entusiasmo nascente a Amertool Service, representante de um consórcio americano de máquinas, iria promover em São Paulo, no Pavilhão da Bienal, no Ibirapuera, entre dias 15 a 25 de outubro, a Exposição Tecnológica onde, dentre máquinas em geral, estariam as seguintes máquinas com CN: 1. Centro de Usinagem CimX, da Cincinnati Milling Machine
equipada com o CN Acramatic 220, comandado por fita perfurada. 2. Centro de Usinagem Vertical Gidding & Lewis 10V, com troca de ferramentas automática e com o CN da própria G&L. Era uma forte tendência, na época, que cada fabricante de máquinas tivesse seu próprio CN desenvolvido para suas máquinas, procurando diferenciar-se os recursos e as características de cada uma. A Amertool, neste ano de 1968, enviou dois engenheiros aos Estados Unidos para serem formados nessa nova tecnologia e dar o suporte no Brasil em manutenção, assistência e programação. Provavelmente esses tenham sido os primeiros profissionais a se especializarem nesta área aqui no Brasil. Esta exposição antecedeu a exposição do Anhembi em 1971 citada em nosso artigo anterior, O Mundo da Usinagem 31
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mas guardada a devida importância de ambas, a EXPO USA 71 de 17 a 23 de Novembro de 1971, marcou muito, pois foi utilizado o Anhembi e não mais o Ibirapuera, contou com mais fabricantes e representantes de máquinas americanas e, principalmente, porque inseriu duas grandes iniciativas de empresas nacionais que investiram na fabricação e na pesquisa de máquinas CN: a ROMI e a ZEMA. O torno da Romi era um torno modelo DCE-480 que foi preparado para receber os servo motores e acionamentos para interfacear com o CN. (Foto 1) A máquina da Zema era uma Fresadora Ferramenteira FFA 32 O Mundo da Usinagem
1600 que também foi preparada para receber o CN. (Foto 2) As duas máquinas foram equipadas com o Comando Numérico SLO SYN da Superior Electric dos Estados Unidos. A partir deste marco de implantação, até o ano de 1983, o crescimento da utilização e da produção de máquinas com CN foi gradativo, porém ainda modesto. Estima-se que em 1981 existissem em operação cerca de 600 máquinas, entre nacionais e importadas, sugerindo muitas dificuldades, tanto de ordem financeira como técnica. No mesmo ano existia em funcionamento nos Estados Unidos 75.000 máquinas e a
produção era da ordem de 1.000 máquinas por mês. No levantamento da SOBRACON não consta mas, já em 1972, a Romi havia entregue a primeira máquina para um cliente (SABÓ), um torno – modelo DCE 480 equipado com um moderno e avançado, para a época, comando FANUC – preparado especialmente para a utilização do CN. Nos meios acadêmicos, a primeira referência que se tem sobre este tema foi o curso de pós-graduação, no segundo semestre de 1971, promovido pela UNICAMP (Campinas-SP) intitulado “Problemas Especiais de Máquinas-Ferramentas de Alta
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TABELA SOBRACON
A tabela elaborada pela SOBRACON indica a evolução da utilização e produção de máquinas com CN no Brasil.
Velocidade”, cujo mentor foi o Dr. Dino Ferraresi e o professor que ministrou o módulo de Aplicação de Máquinas com CN, foi o engenheiro Harald Roberto Muller. Muito aconteceu a partir destes marcos e muitas reflexões podem ser feitas sobre as políticas, sobre os meios e sobre as estruturas mas, no final, o Brasil evoluiu graças a essa tecnologia.
Aryoldo Machado Depto. de Manufatura Avançada Eaton do Brasil - Valinhos - SP
Referências Bibliográficas: • Akkas, George, Máquinas & Metais – Editora Abril – Outubro de 1967. • Akkas, George, Máquinas & Metais – Editora Abril – Março de 1968. • Machado, Aryoldo – O Comando Numérico Aplicado às Máquinas-Ferramenta, Editora Ícone - 1990. • Boletim Sobracon (Sociedade Brasileira de Comando Numérico), número 11 - Setembro de 1983. • Numerical Control for Metalworking Manufacturing, American Machinist: McGraw-Hill Publishing Co., Inc., 1960.
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A importância do planejamento na carreira de
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ENGENHARIA oi-se o tempo em que lidar com cálculos e ter raciocínio lógico abririam automaticamente as portas do emprego para os engenheiros. Apesar de ser inegável que uma formação de engenharia é bastante completa e muito apreciada pelos recrutadores de executivos e pelas empresas em geral, o aumento da concorrência impele o novo engenheiro a desenvolver outras competências. Todos os anos, cerca de 22 mil alunos de engenharia encerram suas graduações em universidades brasileiras, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. E a grande angústia que acomete o novo profissional ligado às tendências do mercado de trabalho é como se sobressair em meio a essa multidão e ter uma carreira de sucesso A primeira resposta é que o engenheiro recémformado ou ainda na graduação precisa começar a agregar habilidades ao seu currículo, principalmente na área de humanas. Para o profissional que atua no ambiente corporativo, são cada vez mais valorizadas competências atitudinais, como a capacidade de trabalhar em equipe, saber compartilhar conhecimentos e desenvolver a capacidade de comunicação. Também complementam esse perfil a capacidade de gerenciamento da empresa e de pessoas. Não é à toa que a maior parte do público que freqüenta e estuda nas principais escolas de MBA do Brasil é formada por engenheiros, que buscam aumentar essas competências, cada vez mais exigi-
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das pelas empresas. Atitude e pró-atividade são as palavras de ordem atualmente entre as empresas e um grande contingente de executivos está atento a isso. Outro perfil bastante procurado pelas corporações é o do profissional que tenha espírito empreendedor. Está muito enganado quem acredita que os empreendedores não encontram espaço dentro das grandes empresas e partem para novos negócios ou para uma carreira solo. Existem muitas linhas de pesquisa dentro das companhias que exigem inovação constante e consolidação de novas alianças e parcerias que possam se traduzir em lucrativos negócios ou em uma maior rentabilidade para as empresas. Além do que, o empreendedor tem campo de atuação dentro das empresas na medida em que assume responsabilidades e consegue tocar projetos, viabilizando a concretização de idéias. Muitas empresas estão buscando fugir do que o mercado está chamando de “commoditização” de produtos ou serviços, ou seja, a manutenção de linhas que não sofrem alterações durantes muitos e muitos anos. O consumidor está em busca de novidades e as companhias de sucesso estão atentas a isso. Portanto, elas buscam acrescentar informações e novas utilidades a seus serviços e produtos e, para isso, a contribuição de profissionais – principalmente engenheiros – com visão de futuro e espírito empreendedor é fundamental. São habilidades que também precisam ser desenvolvidas.
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Para conquistar esses espaços, porém, o estudante ou o recém-formado precisa tomar a carreira com as próprias mãos. E o segredo para uma trajetória profissional bem sucedida passa pela formação de um bom networking. Em outras palavras, uma rede de amigos e conhecidos a quem você possa recorrer para crescer na carreira e na vida, captar oportunidades para a sua carreira e para os negócios e também para o seu próprio empreendimento, seja dentro ou fora da empresa. Estimativas do mercado apontam que, por exemplo, 65% das vagas preenchidas pelas grandes empresas advém de indicação de amigos, o que mostra a importância de se cultivar uma rede de relacionamentos. Apesar de aparentemente simples, a formação dessa rede de relacionamentos não é fácil, principalmente para o profissional em início de carreira. Muitos acreditam que a tecnologia é suficiente para manter acesos os canais, mas é um ledo
engano. O ideal é o contato pessoal, a troca de idéias, marcar happy-hours e almoços periódicos. Nessa fase, participar de eventos direcionados a carreiras, feiras e outros acontecimentos são fundamentais para firmar o seu nome, trocar cartões, contar um pouco das experiências. Em resumo, a carreira de engenharia oferece uma formação bastante útil para a vida executiva: uma visão focada nos negócios, instrumentos de metodologia e organização e a capacidade de raciocínio rápido. Porém, essas qualidades sem uma visão estratégica do negócio, sem uma boa capacidade de comunicação, sem o desenvolvimento de competências de relacionamento e sem um planejamento adequado para a carreira não são suficientes para garantir o sucesso profissional. Fernando Dias Consultor de Carreiras da Career Center e Professor de Administração de RH O Mundo da Usinagem 35
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INTERESSANTESABER
VEMDANÇAR ocê já se perguntou por que não dança? A dança tem o poder de aliviar as tensões, propiciar momentos de descontração, além de movimentar o seu corpo em direção a um condicionamento físico que causa bem estar e melhoria de sua auto-estima. Entre o clássico, o bolero, a valsa ou o tango, você poderá escolher qual modalidade mais lhe agrada. E por que não o samba ou o forró que são ritmos brasileiros? Esses são os estilos preferidos dentre as Danças de Salão. A street dance é outra modalidade bem interessante, que tem crescido muito entre os jovens e propicia um ótimo condicionamento físico. Você poderá optar também pelo flamenco, se
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quiser trabalhar sua força e expressividade. A energia que emana da música e da dança flamenca contagia não só quem a pratica, mas a todos aqueles que assistem aos espetáculos. Realizei uma pesquisa que fez parte do meu mestrado em “Educação Arte e História da Cultura”, na qual pude captar as reações que essa dança provoca, por liberar sentimentos de admiração, encanto, identificação com o belo e projeção de emoções que podem ser compartilhadas com todos os seres humanos. Eu diria que pode funcionar inclusive como uma catarse. Todos podem dançar! Não importa a idade, sexo ou condição sócioeconômico-cultural. O que você precisa é de uma
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boa orientação, concedida por profissionais competentes, que desenvolvam um trabalho sério, algo possível de ser encontrado nas Academias tradicionais. Verifique há quantos anos trabalham com dança, qual a formação dos profissionais que ensinam e se os cursos são reconhecidos pela Secretaria de Educação. Não esqueça de fazer um exame médico antes de começar a prática da dança para que você não seja surpreendido por algo desagradável. Há academias que não solicitam exames médicos... Nosso corpo não é somente o que, por muito tempo, denominou-se “a sede dos cinco sentidos”; é também o instrumento e a meta de nossas ações. Para o filósofo Sartre, “o corpo é o instrumento que sou; é minha facticidade de ser 'no meio do mundo' enquanto a transcendo rumo a meu serno-mundo”. Nossa presença no mundo dá-se de maneira espontânea; nossos sentidos estão abertos às diversas manifestações corporais sem que necessitem 38 O Mundo da Usinagem
refletir a cada momento sobre os procedimentos para então realizá-los. Aprender, em seu sentido amplo, não significa apenas tornar-se capaz de repetir o mesmo gesto, mas de fornecer à situação uma resposta adaptada através de diversas maneiras. É por isso que dançar não é difícil. Para o diretor de teatro Stanilavski, deve-se “tornar expressivo o corpo através da plasticidade do movimento”. Para ele, os exercícios físicos servem para tornar nossa aparelhagem física mais móvel, flexível, expressiva e até mais sensível. Dançar é se dar a oportunidade de conhecer um universo que pode ser usufruído de forma livre e natural, é sentir o belo, é relaxar... Posso dizer que dançar é viver! Tania Cristina Ferreira Gasparini Bailarina, Psicóloga, Pedagoga e Mestre em Educação, Arte e História da Cultura
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NOSSAPARCELADE
RESPONSABILIDADE Responsabilidade além da indústria
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reqüentemente falamos em nossos artigos sobre a responsabilidade que temos em manter e aumentar a competitividade de nossas empresas, pela utilização correta das ferramentas e processos de usinagem, fazendo assim que nosso país se torne mais competitivo frente aos novos desafios mundiais. Palavras de ordem como eliminar desperdícios e aumentar a eficiência, fazem parte de nosso vocabulario diário. Temos, no entanto, responsabilidades no aprimoramento destes quesitos, que transcendem a indústria metal-mecânica brasileira, pois eles atingem todos os níveis da sociedade. Nesse mês, estamos, em todo o Brasil, justamente, elegendo nossos representantes que irão nos ajudar nesta luta permanente, através de seus projetos e debates a serem realizados no Congresso Nacional, onde defenderão nossas idéias e ideais.Estamos também, elegendo governadores e a autoridade política máxima do país. Embora parte dessa tarefa já tenha se completado no primeiro turno, nunca é tarde para enfatizar a fundamental importância de que a nossa escolha recaia sobre aqueles que realmente podem levar adiante nossas propostas e atender nossas necessidades, para além de partidos ou facções políticas. Nossa responsabilidade na escolha de nossos políticos aumenta na proporção de nossos projetos em geral, pois nosso critério para eleger nossos representantes, vai determinar se nós, nossos filhos, nosso país, estaremos rumando para a direção que julgamos seria correta. Nosso voto é, de fato, a arma mais certeira que temos para aumentar nossa eficiência, eliminando desperdícios, corrupção e políticos inescrupulosos . Ao votarmos, temos que estar conscientes que não estamos simplesmente votando em um candidato que detém nossa preferência, ou que é da preferência de um amigo. Devemos ter em mente que estamos escolhendo alguém que vai
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nos representar condignamente, naqueles que são os ideais para o bem comum de nossa sociedade, e com o qual possamos discutir e cobrar, caso haja uma divergência entre o prometido e o realizado. Conhecer, ter acesso ao candidato e à sua proposta de trabalho, é crucial. Em nossa empresa, em nossa escola, ou até mesmo em nossas atividades diárias, somos medidos por nosso desempenho e eficiência, através do atingimento percentual daquilo que havíamos nos proposto conseguir, como notas de provas, resultados financeiros e operacionais. Caso não consigamos atingir estes objetivos, estaremos sendo cobrados por isso, e estaremos sujeitos a penalidades que vão desde a apresentação de um novo plano de trabalho até a mais severa, que seria a demissão. Quantos candidatos foram medidos pela eficiência no atingimento das metas prometidas? Quantos nos apresentaram novos planos? Quantos demitimos? Vale a pena dizer uma vez mais que seu voto pode fazer isso! Vote conscientemente e, eleito seu escolhido, cobre-o por seus programas e metas. Esse é o nosso viver quotidiano, sabemos bem como aplicar esses princípios!
Cláudio Camacho Diretor - Sandvik Coromant do Brasil
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DESTAQUES
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nova etapa de lançamento da nova geração de pastilhas da Sandvik Coromant é a introdução de duas novas classes para fresamento K. A GC1020 e a GC3220 são as inovações mais recentes para resultados superiores nessa área competitiva. Além dos avanços mais recentes no fresamento de aços, a área de ferros fundidos será impulsionada por duas classes altamente versáteis que conferem melhor tenacidade e melhor resistência
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UMA REVOLUÇÃO NO FRESAMENTO DE FERROS FUNDIDOS ao desgaste e que foram projetadas para lidar com as variadas operações da área do fresamento de ferros fundidos. A Sandvik Coromant introduziu a GC1020 como excelente classe de uso geral e a nova primeira escolha para ferros fundidos nodulares e todas as operações de usinagem com refrigeração. A cobertura PVD robusta garante o uso de velocidades de corte mais altas e padrões reduzidos de desgaste e, como apresenta excelente performance em condições instáveis, é a nova pri-
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meira escolha para a fresa CoroMill 390. Com a cobertura de proteção mais espessa para uma pastilha de fresamento, a GC3220 resulta em grandes melhorias quanto à durabilidade e à resistência ao desgaste, sendo otimizada para usinagem sem refrigeração de ferros fundidos cinzentos. Foi projetada para trabalhar no faceamento e no fresamento de cantos a 90 graus com a gama CoroMill - especialmente em fresas com diâmetros maiores - a GC3220 oferece uma performance confiável.
GC1020 GC3220
Essas duas classes irão destacar as geometrias existentes, pois estão disponíveis em uma ampla seleção de pastilhas para a família CoroMill, ampliando assim os limites da produtividade no fresamento de ferros fundidos.
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MOVIMENTO SANDVIK COROMANT - PROGRAMA DE TREINAMENTO 2006
TBU - Técnicas Básicas de Usinagem (14 horas em 02 dias) TFR - Técnicas de Furação e Rosqueamento com Fresa (14 horas em 02 dias) UMM - Usinagem de Moldes e Matrizes (28 horas em 04 dias) EAFT - Escolha e Aplicação de Ferramentas para Torneamento (21 horas em 03 dias) EAFF - Escolha e Aplicação de Ferramentas para Fresamento (21 horas em 03 dias) OUT - Otimização da Usinagem em Torneamento (28 horas em 04 dias) OUF - Otimização da Usinagem em Fresamento (21 horas em 03 dias) TUA - Técnicas para Usinagem Automotiva (21 horas em 03 dias) TGU - Técnicas Gerenciais para Usinagem (21 horas em 03 dias)
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DICASÚTEIS
OMUNDODA
USINAGEM O leitor de O Mundo da Usinagem pode entrar em contato com os editores pelo e-mail:
omundodausinagem@sandvik.com
FALE COM ELES Aryoldo Machado – (19) 9176-1769 Bernardinho – (11) 3262-1653 Fernando Dias – (11) 5181-7799 Gernandes – (11) 4425-8500 NMHG – (11) 5683-8500 Scanner – (11) 4427-7886 TAG – (11) 3687-0591 Tania Gasparini – (11) 6194-3385 (11) 9935-0386
SANDVIK COROMANT - DISTRIBUIDORES ARWI Tel: 054 3026-8888 Caxias do Sul - RS ATALANTA TOOLS Tel: 011 3837 9106 São Paulo - SP COFAST Tel: 011 4997 1255 Santo André - SP COFECORT Tel: 016 3333 7700 Araraquara - SP COMED Tel: 011 6442 7780 Guarulhos - SP CONSULTEC Tel: 051 3343 6666 Porto Alegre - RS CUTTING TOOLS Tel: 019 32 43 04 22 Campinas - SP DIRETHA Tel: 011 6163 0004 São Paulo - SP ESCÂNDIA Tel: 031 3295 7297 Belo Horizonte - MG FERRAMETAL Tel: 085 3287 4669 Fortaleza - CE F.S. Tel: 051 3342 2366 Porto Alegre - RS GALE Tel: 041 3339 2831 Curitiba - PR GC Tel: 049 3522 0955 Joaçaba - SC HAILTOOLS Tel: 027 3320 6047 Vila Velha - ES JAFER Tel: 021 2270 4835 Rio de Janeiro - RJ KAYMÃ Tel: 067 3321 3593 Campo Grande - MS LOGTOOLS Tel: 047 3422 1393 Joinville - SC
MACHFER Tel: 021 2560 0577 Rio de Janeiro - RJ MAXVALE Tel: 012 3941 2902 São José dos Campos - SP MSC Tel: 092 3613 2350 Manaus - AM PS Tel: 014 3234 42 99 Bauru - SP PS Tel: 044 3265 1600 Maringá - PR PÉRSICO Tel: 019 3421 2182 Piracicaba - SP PRODUS Tel: 015 32 25 34 96 Sorocaba - SP RECIFE TOOLS Tel: 081 3268 1491 Recife - PE REPATRI Tel: 048 3433 4415 Criciúma - SC SANDI Tel: 031 3295 5438 Belo Horizonte - MG SINAFERRMAQ Tel: 071 3379 5653 Lauro de Freitas - BA TECNITOOLS Tel: 031 3295 2951 Belo Horizonte - MG THIJAN Tel: 047 3433 3939 Joinville - SC TOOLSET Tel: 021 2560 0577 Rio de Janeiro - RJ TRIGON Tel: 021 2270 4566 Rio de Janeiro - RJ TUNGSFER Tel: 031 3825 3637 Ipatinga - MG
SANDVIK COROMANT - Atendimento ao Cliente 0800 559698 46 O Mundo da Usinagem
ANUNCIANTES NESTA EDIÇÃO O Mundo da Usinagem 29 Abimei .................................................... 43 Aços Roman .......................................... 32 Amphora ................................................ 38 Aranda .................................................... 44 Arwi .......................................................07 Atlas Máquinas ...................................... 02 Blaser .................................................... 19 Cimhsa .................................................. 09 Coopertec .............................................. 45 Cross Hueller ..........................................36 Deb’Maq ................................................ 04 Dynamach .............................................. 18 Ergomat ................................................ 23 Fagor ...................................................... 39 Haas .............................................. 12 e 13 Hanna .................................................... 31 Hef ........................................................ 17 KabelSchlepp ........................................ 27 Machsystem .......................................... 32 Martiaço .................................................16 Mazak .................................................... 20 Meggatech ............................................ 29 Okuma .................................................. 41 Probe ...................................................... 08 Romi ...................................................... 25 Sandvik Coromant ..........................42 e 48 SKA ........................................................ 11 SKF ........................................................ 35 Tag ........................................................ 47 Tecnointer .............................................. 33 Vitor & Buono ........................................ 45
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