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Julio M.Landmann

EDITORIAL

Luz, símbolo da vida, do espírito liberto. Ascende às consciências abrindo esperanças. Que seja assim presença constante em nossas vidas, por textos inspirados e palavras de ânimo, no que de melhor pudermos fazer uns pelos outros até que nossas atitudes consolidem o mundo que sonhamos.

O Mundo da Usinagem

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ÍNDICE

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O MUNDO DA

O MUNDO DA

USINAGEM

Publicação da Divisão Coromant da Sandvik do Brasil ISSN 1518-6091 RG BN 217-147

EDIÇÃO 6 / 2007

FERRAMENTAL

Como potencializar sua máquina

USINAGEM

SUPRIMENTOS

O novo desafio do vendedor moderno

Capa Foto: Arquivo AB Sandvik Coromant

11ª FEIMAFE

Mercados em expansão esquentam vendas de máquinas

03 EDITORIAL 04 ÍNDICE / EXPEDIENTE 06 SUPRIMENTOS: VENDEDOR DE RESULTADOS 10 GESTÃO: FEIMAFE 17 INTERFACE: CERTIFIQUE-SE 20 GESTÃO: FERRAMENTAS PARA NOVAS MÁQUINAS 25 OTS: MERCADO DE MOLDES E MATRIZES 30 PONTO DE VISTA: A EDUCAÇÃO E O SALTO DA ECONOMIA 34 INTERESSANTE SABER: CURIÓ, O MAESTRO BRASILEIRO 38 NOSSA PARCELA DE RESPONSABILIDADE 40 MOVIMENTO 42 DICAS ÚTEIS

AB Sandvik Coromant

Publicação da Divisão Coromant da Sandvik do Brasil ISSN 1518-6091 RG. BN 217-147

Izilda França

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e-mail: omundo.dausinagem@sandvik.com ou ligue: 0800 770 5700 EXPEDIENTE O MUNDO DA USINAGEM é uma publicação mensal da Divisão Coromant da Sandvik do Brasil S.A. com circulação de doze edições ao ano, tiragem de 11.000 exemplares, com distribuição gratuita. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP. Conselho Editorial: Nivaldo Coppini, Francisco Marcondes, Heloisa Giraldes, Marlene Suano, Aryoldo Machado, Anselmo Diniz, Sidney Harb, Fernando de Oliveira e Vera Natale. Editora: Vera Natale Editor Chefe: Francisco Marcondes Assistente de Edição: Michel Sorci Editor do Encarte Científico: Nivaldo Coppini Jornalista Responsável: Heloisa Giraldes - MTB 33486 Propaganda: Gerente de Contas - Thaís Viceconti / Tel: (11) 6335-7558 Cel: (11) 9909-8808 Projeto Gráfico: AA Design Capa e Arte Final: 2 Estúdio Gráfico Revisão de Textos: Fernando Sacco Gráfica: Type Brasil

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O Mundo da Usinagem



SUPRIMENTOS

Vendedor de resultados, um agente de mudanças

Fornecer, com certeza, está na origem das atividades comerciais, tendo surgido com a socialização humana e a percepção de que, pela troca de valores, duas partes poderiam satisfazer o interesse mútuo de suprirem-se de alguma carência. 6

O Mundo da Usinagem

este modo, em uma seqüência contínua, o intercâmbio de valores, em forma de mercadorias, serviços ou favores entre pessoas e organizações, monetarizou-se e, posteriormente, evoluiu para o que hoje chamamos de cadeia de suprimentos. Figura fundamental na evolução deste processo, o vendedor, elo de ligação entre a compra e a venda, cresceu muito em importância com o fim da era da produção pois, até aquele momento, a demanda superava de tal forma a oferta, que a principal preocupação de empresários era produzir em massa. As compras ocorriam

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quase que expontaneamente, à revelia de um atendimento de vendas mais profissional, até porque faltavam opções de produtos e fornecedores. Com a aceleração dos processos industriais e o surgimento progressivo de concorrentes, as opções de como e onde se obter suprimentos cresceram acentuadamente. Foi assim que o papel do vendedor ganhou importância, pois a demanda ou preferência por um determinado supridor passou a depender, em primeira instância, da consistência dialética e da capacidade persuasiva deste, ainda que, posteriormente, só a


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satisfação confirmada pelo uso do que se comprara ou a inexistência de alternativas, pudesse levar alguém a comprar de novo de um mesmo fornecedor. No início deste período de transição, as leis de defesa do consumidor não estavam consolidadas e nem os compradores eram suficientemente informados sobre seus direitos, o que estimulava vendedores inescrupulosos a vender, exclusivamente em função de seus próprios interesses, sem levar em conta as reais necessidades e desejos de seus clientes. Com tantos compradores ainda à disposição, tais vendedores não tinham receio

em forçar vendas, que muitas vezes acarretariam excessos ou deficiências àquilo que seus clientes realmente necessitavam. A maturidade do mercado, no entanto, multiplicou alternativas e com isso virou o jogo: consumidores progressivamente mais exigentes já não toleram um atendimento medíocre, institutos certificadores definem padrões de qualidade para os produtos e o governo estabeleceu um conjunto de leis que protegem os direitos do consumidor quanto aos serviços que lhes forem prestados. No mercado industrial, atualmente, as exigências são ainda O Mundo da Usinagem

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maiores. A globalização da economia impõe níveis crescentes de competitividade e força as empresas consumidoras à prática do enxugamento de suas estruturas, a fim de reduzirem seus custos de produção, agilizarem seus prazos de entrega, mantendo em estado impecável a qualidade de seus produtos, para que possam assim garantir alguma participação no mercado face à concorrência tão acirrada. Tal cenário levou muitos processos, antes internos, para fora da empresa, sendo que muitos destes foram como que terceirizados aos fornecedores. O fornecedor de ferramentas, por exemplo, que antes se limitava a apresentar propostas e argumentar a expansão de suas vendas na mesa do comprador, passou para dentro da fábrica. Seu papel é difuso e diferenciado, as negociações, cotidianas e rotineiras, tornaram-se acordos anuais de fornecimento com cláusulas e compromissos voltados para resultados a serem necessariamente cumpridos para que a relação comercial prossiga inabalável. Os acordos comerciais de longo prazo desarticularam o vendedor nostálgico das vendas oportunas, ocasionais e cotidianas. Em muitos casos formou-se uma simbiose comercial, que recentemente tem gerado uma crise de identidade aos vendedores, pois estes já não sabem quem é mesmo o seu patrão, se o fornecedor que o contratou ou o cliente que exige dele muito mais do que a venda propriamente dita. 8

O Mundo da Usinagem

O vendedor industrial moderno teve suas funções expandidas da simples venda para a gestão de todos os desdobramentos que a aplicação de seus produtos e serviços possa acarretar como potencial de competitividade para o seu cliente. Postos avançados de fornecimento são instalados ao redor, quando não dentro das instalações do próprio cliente final, formando clusters industriais a prover soluções completas e interdependentes ao mercado, de modo que, se bem-sucedidos, garantem a subsistência de sua respectiva cadeia de fornecimento. Em outras palavras, garantem tanto ao vendedor quanto ao comprador, pois ambos só manterão seus empregos se juntos formarem um todo competitivo. Para que um forneça o outro também precisa fornecer, ou seja, se o respectivo cliente não for competitivo, em breve fechará as portas e o vendedor não terá para quem vender. Tudo isso exige dos vendedores modernos mais do que treinamentos em técnicas de vendas, tratamento de objeções. O escopo de seu conhecimento deve contemplar além dos tradicionais limites, a visão empreendedora, e liderança e gestão de negócios como um todo. Ele, mais do que vendedor é um agente de mudanças, um consultor, um bravo!

Francisco Marcondes Gerente de Marketing e Treinamento da Sandvik Coromant do Brasil



Izilda França

GESTÃO EMPRESARIAL

O momento de otimismo e novos investimentos vivido pelo país pôde ser confirmado durante a FEIMAFE. Expositores destacaram o interesse dos visitantes em fazer negócios e contam que apostam em máquinas de grande porte para atender à demanda dos setores de geração de energia, sucroalcooleiro e siderúrgico em aquecimento. 10 O Mundo da Usinagem

Mercado aquecido dá o tom à

FEIMAFE

eja pela expectativa gerada pelo governo federal ao anunciar, no início do ano, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), seja pelos ajustes naturais da economia estabilizada, o panorama nacional é bastante claro: empresas de todos os portes estão apostando mais nos negócios. A prova disso foi a 11ª FEIMAFE – Feira Internacional de MáquinasFerramenta e Sistemas Integrados de Manufatura, realizada de 21 a 26 de maio. Bienal, a feira, considerada a maior do gênero da América Latina, transformou o Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, num retrato das demandas de um Brasil que aposta no crescimento econômico e, no qual, as atenções se voltam para setores como os de petróleo, siderurgia, etanol e agropecuário, entre outros.

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Izilda França

Para que o leitor tenha uma idéia mais clara deste cenário, seguem alguns depoimentos de executivos que atuam diretamente neste segmento de mercado. Com o maior estande da feira – 1000m2 –, a Romi é uma referência desse panorama: no final do terceiro trimestre do ano passado, a empresa retomou os investimentos em tornos pesados e extrapesados. Uma das máquinas tem tamanha dimensão que não foi possível entrar com ela no pavilhão. Mas, como para tudo há jeito, no seu lugar foram expostas três peças produzidas pelo equipamento: eixo para moenda de cana-de-açúcar e cilindros de laminação para a indústria siderúrgica, que chamaram a atenção do público. Segundo o diretor de comercialização de máquinas-ferramenta da Romi, Hiçao Misawa, a iniciativa foi uma conseqüência do novo fôlego tomado pelos setores de cana-de-açúcar e álcool, petróleo, naval e siderúrgico. “E a FEIMAFE é um local muito apropriado para reforçar nossos lançamentos, uma vez que, do público total da feira – algo entre 60 e 70 mil pessoas –, cerca de 80% nos visita.” Além dos tornos pesados, a empresa apresentou como novidade o centro de usinagem horizontal PH 630 que, antes de ser lançado, passou pelo beta-teste – a venda da máquina a preços especiais para clientes seleciona-

“A FEIMAFE é um local muito apropriado para reforçar nossos lançamentos”, afirma o diretor de comercialização de máquinas-ferramenta da Romi, Hiçao Misawa.

dos, para que, quando estiver em operação, seja acompanhada de perto pela Romi e, se for necessário, passe por ajustes antes da comercialização efetiva. Outro estande – com 560m2, e um mezanino de 140m2 – em que o otimismo ficou evidenciado foi o da DEB‘MAQ do Brasil. O diretor comercial Edson Marinho conta que a empresa tem como meta sedimentar-se em setores que retomam o crescimento e estão carentes de fornecedores de máquinas de grande porte. “Devido ao declínio da indústria nacional nas décadas de 1980 e 1990, criou-se uma lacuna no mercado. Hoje, com a retomada de setores como o siderúrgico, sucroalcooleiro e da agroindústria, está havendo uma forte demanda. Por isso, estamos transferindo

tecnologia asiática e européia para que, quando houver uma sinalização cambial positiva em relação ao dólar, possamos produzir aqui, no Brasil, máquinas como tornos verticais e mandriladoras CNC.” No setor metal-mecânico, a empresa está investindo na linha Vulcanic, também com transferência de know-how, e na atualização de todo o projeto do seu centro de usinagem Skybull. Durante a FEIMAFE, diz o diretor comercial, foram concluídos negócios de valores expressivos. “Nosso ano começa a partir da feira. Ela é o nosso termômetro e mostrou-se bastante positiva. A qualidade da visitação foi excelente, pois o público veio predisposto a concluir negócios que já estavam em andamento”, afirmou. O Mundo da Usinagem 11


Izilda França

“Durante a FEIMAFE, foram concluídos negócios de valores expressivos”, diz o diretor comercial da DEB‘MAQ do Brasil, Edson Marinho.

Também a Sandvik Coromant comemorou o clima favorável para os negócios. No estande, a empresa destacou, entre os lançamentos, a ferramenta Coroturn TR, onde a novidade é a fixação da pastilha que a impede de movimentar-se durante o corte, a complementação da linha ANIG que contempla pastilhas de maior campo de abrangência dadas as novas concepções de substratos e, também, pastilhas com ponta de CBN (Cubic Boro Nitride) CB 7025 para usinagem de material endurecido. Usualmente este tipo de pastilha é útil na substituição de operações de retífica. Segundo o diretor da divisão Coromant, Cláudio José Camacho, mais do que quantidade, a qualidade do público que visitou o estande da Sandvik deverá se 12 O Mundo da Usinagem

reverter em bons resultados. “Se, por um lado, o dólar baixo aumenta a competitividade dos importados, por outro, incentiva a importação de componentes. No setor metal-mecânico, estamos vivenciando um momento de investimentos que significa aquisição de novas máquinas e, automaticamente, de máquinas-ferramenta. Acompanhando a tendência, algumas áreas de vendas ligadas aos setores em expansão já registram crescimento no volume de negócios. Apesar dos juros altos, nossa economia está crescendo, gerando novas oportunidades e investimentos. Sentimos as pessoas mais otimistas”, diz, ressaltando, entretanto, que se trata de um otimismo moderado, já que a economia brasileira cresceu apenas cerca de 3% em 2006.



Izilda França

“Quem veio à FEIMAFE o fez com o propósito de comprar máquinas para aumentar a produtividade ou renovar tecnologia”, avaliou o gerente de vendas da Mazak, Jonas Gonçalves.

A mesma moderação cerca a Mazak Sulamericana, que apresentou quatro máquinas no estande. Entre elas, a empresa levou pela primeira vez à feira uma máquina de corte a laser, com o objetivo de promover a divulgação dessa tecnologia entre os brasileiros. Em função do aquecimento econômico, a Mazak tem como meta vender equipamentos de maior valor agregado. “Pela combinação de dólar em baixa e mercado aquecido, a feira deverá se reverter em grande sucesso para todos os fornecedores. Quem veio à FEIMAFE o fez com o propósito de comprar máquinas para aumentar a produtividade ou renovar tecnologia”, avaliou o gerente de vendas Jonas Gonçalves. 14 O Mundo da Usinagem

Ele também salientou a alta qualidade da visitação, que propiciou a objetividade nos contatos, com a concretização de negócios no estande. Fica, agora, a expectativa de que o clima da feira permaneça – e aumente –, para que mais negócios se concretizem ao longo dos próximos meses e que os novos contatos gerados no pavilhão se revertam em mais e mais clientes para os expositores. Afinal, em economia aquecida, há espaço para todos crescerem.

Thais Gebrim Jornalista




INTERFACE

Certifique-se Selos de qualidade tornaram-se essenciais na busca por novos mercados, parceiros e negócios.

procura pela melhoria contínua nos processos de produção é antiga, entretanto, hoje não basta voltar-se apenas para os setores produtivos, toda a empresa deve estar comprometida com o atendimento do cliente, se quiser destacar-se na liderança de mercado. Na área de suprimentos, por exemplo, sorrisos não bastam, é preciso um sistema que oriente os fornecedores na direção de níveis excelentes de satisfação daqueles que decidem ou tenham influência nas decisões de compra de seus produtos e serviços. Gerenciar é medir, e para isso é preciso ter bem definido como os clientes avaliam o seu desempenho e, a partir disso, estabelecer indicadores que permitam identificar o quanto sua empresa está alinhada e progredindo em direção ao que estes clientes têm como melhores expectativas.

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No segmento industrial voltado para a usinagem, entre os itens que mais influenciam a decisão dos clientes estão: a. Atenção e disponibilidade no atendimento de suas respectivas solicitações. b.Qualidade dos serviços e desempenho dos produtos. c. Cumprimento de promessas e acordos feitos nas negociações. d.Segurança e garantia de entrega. e. Documentação de melhorias promovidas. f. Proatividade. g.Sinergia e foco alinhados com as metas do cliente. A consolidação de políticas de qualidade e a implementação de sistemas de gestão devem, portanto, contemplar tais questões e, assim , ao receber um certificado de qualidade ISO ou QS 9000, por exemplo, o fornecedor poderá utilizar este atestado de competência

como argumento de vendas, aumentando suas possibilidades em termos de volume de negócios. A certificação tem grande importância, não só porque oferece ferramentas para medir e gerenciar, mas, porque, além disso, contribui para a implementação de uma cultura de qualidade, que dará sustentabilidade na obtenção e desenvolvimento dos negócios da empresa, garantindo o foco no cliente, ajudando a compreender e melhorar processos. As certificações abrangem diversos tipos de negócios, produtos e serviços. Entre os selos mais conhecidos estão o ISO 9000 (sistemas de gestão), 14000 (meio-ambiente) e 18000 (saúde e segurança). Mais do que um padrão de qualidade, o selo ISO garante que o produto ou serviço prestado está em conformidade com uma série de normas e leis, que representam e O Mundo da Usinagem 17


traduzem o consenso de diferentes países do mundo a respeito de padrões mínimos e desejáveis de qualidade. Segundo Hermam Vargas Silva, coordenador técnico do CEPPA (Centro de Pesquisa e Planejamento Ambiental), “cada tipo de empresa possui um conjunto de normas que devem ser respeitadas. Uma indústria de refrigerantes, por exemplo, tem um padrão diferente de uma fábrica de autopeças”. Contudo, o foco não está somente na produtividade. “A qualidade também abrange a parte administrativa, logística, segurança do trabalhador, controle de documentos e processos, tudo isso é analisado”, elucida Hermam. Ao contrário do que se imagina, a entidade que aspira à certificação não precisa seguir metas pré-estabelecidas e sim progredir continuamente através de suas próprias metas. Por isso é importante uma política clara, além do envolvimento de todos os funcionários da empresa, para que realmente esta mudança possa ser efetiva e permanente. Se você deseja obter a certificação deve ficar atento aos processos para não perder tempo e dinheiro. Juliana Diniz, Supervisora de Qualidade e MeioAmbiente da Sandvik do Brasil, divisão Tooling, enumera os procedimentos que devem ser adotados: “Em primeiro lugar é preciso realizar uma auditoria a fim de dar um ‘rumo’ ao interessado”. Este tipo de serviço pode ser fei18 O Mundo da Usinagem

to por auditores que analisam passo-a-passo todas as etapas do processo. O auditor, segundo Herman, é fundamental para apontar os problemas, embora, claro, não os resolva. “A ‘visita inicial’ serve também para avaliar toda a parte documental” afirma Juliana Diniz. Uma série de empresas realizam este serviço, tais como DNV, BVQI, SGS, etc., sendo importante optar pela empresa mais adequada ao seu segmento de atuação. “Tendo em mãos o relatório final, o responsável pela empresa normalmente contrata um consultor, ou um profissional especializado, para resolver os problemas apontados”, esclarece o coordenador técnico do CEPPA. Após entrevistas, verificações e, claro, adequações, sua empresa pode receber a tão esperada certificação e, dessa forma, abrir novos mercados, conquistar parceiros, podendo oferecer publicamente a garantia de qualidade e confiança. Uma vez obtida a certificação, são realizadas auditorias periódicas na empresa, por entidades credenciadas, a fim de verificar a conformidade com o que foi estabelecido. É importante, porém, que os processos não sejam ‘engessados’, sempre há espaço para mudar, aplicar novos conceitos e melhorar continuamente. Coloque sua empresa sob este foco e certifique-se. Fernando Sacco Jornalista



GESTÃO EMPRESARIAL

Faça sua máquina

produzir mais com ferramentas adequadas Passada a FEIMAFE é hora em que muitos começam a pensar em como ferramentar a máquina recém-adquirida

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20 O Mundo da Usinagem

Nestes casos, a definição do ferramental é feita com base em suposições, e pressupostos, levando-se em conta as possibilidades e capacidade da máquina , assim como as expectativas de captação de novos clientes e serviços. Assim, a escolha do ferramental é feita de modo aleatório e sem muitos critérios técnicos, dada a imprevisibilidade da demanda. Independentemente do tipo Deflexão

Torque

de máquina, sejam estas tornos, centros de usinagem, fresadoras ou mandriladoras, cada uma tem características específicas de trabalho e, portanto, irão exigir ferramentas de diferentes padrões em termos de pesos, medidas e sistemas de fixação em função do fuso ou torre de determinada máquina tanto quanto de sua potência e parâmetros, em termos de rotações e avanços de deslocamento e trabalho. Repetibilidade/ Precisão

Run out

1 2 3 4 Excelente Razoável Inaceitável

1 – Cone ISO com encosto de face 2 – Cone ISO 3 – HSK 4 – Coromant Capto

Troca automática

AB Sandvik Coromant

é neste momento que tais investidores podem ser surpreendidos. A falta de um planejamento prévio pode surpreender tanto pelo excesso quanto pela falta de ferramentas e fixadores na hora de se iniciar a produção das primeiras peças. Geralmente, empresas de grande e médio porte, ao adquirirem uma nova máquina, já sabem exatamente quais produtos serão usinados no novo equipamento e, por este motivo, definem previamente os processos e o ferramental necessários para tanto, outras vezes optam pelo processo Turn key, onde delegam esta preocupação para um terceiro que lhes entregará a máquina pronta para rodar. É comum, no entanto, que empresas prestadoras de serviços de micro e pequeno porte, por exemplo, decidam pela compra de uma nova máquina sem saber com precisão o que irão usinar.


VOCÊ COMPROU UM CENTRO DE USINAGEM HORIZONTAL OU VERTICAL? Os horizontais facilitam a expulsão de cavacos quando se usinam peças com furos, porém, têm maiores restrições com comprimentos e pesos de ferramentas devido ao momento fletor. Os verticais facilitam a fixação das peças e a suportar determinadas forças de corte.

FERRAMENTAS SÓLIDAS OU MODULARES? As ferramentas modulares inicialmente podem parecer mais caras, porém as vantagens e flexibilidade obtidas com esta opção, desde o início, trarão benefícios e principalmente economia de capital no futuro pois, na compra de ferramentas para usinagem de novos produtos, ou na compra de novas máquinas, as ferramentas modulares são de longe a melhor opção.

MIX ENTRE SISTEMAS SÓLIDO E MODULAR. Para porta-fresas, por exemplo, pode-se optar por cones sólidos pelo fato de as fresas de facear serem consideradas ferramentas básicas para qualquer produto que seja usinado na máquina e, praticamente, não serão trocadas. Já para adaptadores para fixação de brocas, fresas de topo, machos e barras de mandrilar, deve-se optar por sistemas que ofereçam maior flexibilidade com relação à

Custos com ferramentas

Sólida Modular

Custos com ferramentas para produtos

Para fabricação de novos produtos, o ferramental modular será menos oneroso devido à sua flexibilidade para compor diferentes alternativas em termos de dimensões, geometrias e tipos de ferramentas a partir do conjunto de ferramentas que já estiverem em uso.

Custos com ferramentas Sólida Modular Custos com ferramentas para novas máquinas

A possibilidade de utilizar ferramentas já existentes em novas máquinas, mesmo que tenham interfaces de fuso de tamanhos e padrão diferentes, trará reduções de custo significativas a médio e longo prazos. O Mundo da Usinagem 21

Gráficos Sandvik do Brasil

Isto pode parecer elementar, mas são muitos os que se preocupam em demasia com a máquina, deixando em segundo plano o estudo adequado do ferramental. Comparativamente, é como investir milhões no projeto e regulagem de um carro de fórmula 1, deixando de lado o desenvolvimento dos pneus que poderão render o máximo quando o carro estiver na pista. Todo especialista no assunto sabe que as ferramentas são o principal elo entre o serviço a ser prestado e o potencial produtivo de uma máquina. As dicas a seguir são mais voltadas para ferramentas rotativas devido à sua grande gama de opções e relativa complexidade, e podem auxiliá-lo a atingir seus objetivos. O primeiro passo é saber qual é a interface do fuso incorporado à máquina. Os mais comuns são os cones ISO seguidos pelo HSK, e também os sistemas modulares do tipo Coromant Capto.



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Exemplo de opções de montagem com comprimentos diferentes para a mesma barra de mandrilar fácil alteração de diâmetros de fixação das hastes das ferramentas ou seus comprimentos. Essa é a característica principal dos sistemas modulares como o Coromant Capto. A flexibilidade!

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PORTA-PINÇAS OU SISTEMAS DE FIXAÇÃO POR CONTRAÇÃO? Aqui quem determinará a melhor opção são as características de tolerância e precisão do produto a ser usinado. De modo geral os porta-pinças aten-

dem à grande maioria das aplicações para fresas de topo e brocas de aço rápido - HSS (High Speed Steel), porém, quando se realizam operações de fresamento de acabamento preciso ou furações com brocas de metal duro, o menor batimento possível tem de ser considerado e, para isso, os mandris hidráulicos trazem vantagens significativas, inclusive no aumento da vida útil das ferramentas, quando comparadas à fixação com porta-pinças.

Comparativo entre run out para diferentes tipos de adaptadores

Os mandris de fixação térmica, embora sejam tão precisos quanto os hidráulicos, têm uma vida útil mais curta, devido ao constante processo de aquecimento e resfriamento e não podem trabalhar com pinças, o que eleva a quantidade de mandris em estoque no caso de se ter uma ampla gama de ferramentas com diferentes diâmetros de hastes. Seguindo as indicações descritas com certeza você terá sucesso em ferramentar sua nova máquina com foco na redução de custos e ganho em produtividade, que são os fatores de sucesso para se manter competitivo e eficiente no mercado globalizado. Lembre-se de procurar sempre um revendedor técnico autorizado, que acompanhe suas necessidades e possa ser seu cúmplice em Produtividade. Francisco Cavichiolli Especialista em fresamento e ferramentas modulares Sandvik Coromant do Brasil O Mundo da Usinagem 23



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OTS

Competitividade O no mercado de moldes de alto valor agregado Nos últimos anos, a indústria brasileira de moldes e matrizes tem enfrentado a forte concorrência do mercado asiático. Pensando nisso, a SEACAM resolveu trazer o tema à tona e discuti-lo com as empresas compradoras de moldes.

resultado desta discussão é que, ao contrário do que muitos pensam, nossa maior deficiência tem sido o prazo de entrega e não o preço. Em compensação a superioridade de nossos moldes continua indiscutível. Essa superioridade aumenta à medida em que os moldes são mais complexos, com peças técnicas, ou que exigem grande produção por períodos mais longos. É preciso que nossa indústria elimine a deficiência no prazo, antes que nossos concorrentes adquiram know-how e melhorem a sua qualidade. O Mundo da Usinagem 25


Cedida pela SEACAM

Criação de Orçamentos com Histórico.

Especializada em trazer ao mercado nacional alta tecnologia para desenvolvimento e manufatura de produtos, a SEACAM montou em seu portfólio de produtos e serviços o mais completo conjunto de soluções, desde a concepção e projeto do molde, passando por todas as etapas de manufatura até a inspeção final. Tudo isso conjugado com uma solução de Gestão de Ferramentaria. Este tipo de solução de Gestão é chamada no mercado pela sigla ERP (Enterprise Resource Planning, ou Planejamento dos Recursos do Negócio), porém 26 O Mundo da Usinagem

deverá ser um sistema especializado para Ferramentarias, com uma metodologia que permita a empresa reduzir seus erros e inconsistências, além das redundâncias de trabalho, e que seus gestores gerenciem todos os departamentos à luz de informações atualizadas e possam tomar decisões mais assertivas. “Mais do que fornecer estas tecnologias, queremos passar conhecimento e estimular a troca de experiência entre nossos clientes”, afirma Fernando Tachikawa, Gerente de Canais da SEACAM. Uma das ações tomadas neste sentido foi uma sé-

rie de seminários envolvendo este tema, realizados nas principais regiões matrizeiras do país entre Abril e Maio do corrente ano, em parceria com um fabricante de ferramentas. MELHORAR A GESTÃO Tem sido comum ver empresas apresentando orçamentos baseados apenas no “feeling” e na experiência ou, até mesmo, nas bases de seus “vizinhos e concorrentes”. Estes orçamentos, muitas vezes, pela metodologia adotada, estão superfaturados e com isto perdem o pedido ou, ainda pior, estão subfaturados e subdi-


equívoco e tudo acaba dando errado. Tipicamente tudo ocorre no conceito FIFO (First In, First Out, que em português significa o Primeiro que entra é o Primeiro que sai), ou mesmo pelo grau de importância ou pressão do cliente. Assim, muitas vezes, para salvar um cliente tido como importante, deteriora-se a relação com vários outros. Os apontamentos, quando existem, ainda são feitos em planilhas com baixa precisão. Como resultado, existe muita dificuldade para aferir se os serviços executados foram feitos dentro dos prazos inicialmente propostos e, em caso de desvios, em que momentos estes ocorreram, quais foram as causas, qual foi o desemOrdens de Serviço e Apontamentos no EloTools Cedida pela SEACAM

mensionados e com isto a empresa assume, sem perceber, a responsabilidade de desenvolver o trabalho com prejuízo, compromete os recursos da empresa, não cumpre os prazos e ainda perde o cliente posteriormente. De posse de um pedido, antes mesmo de “por a mão na massa”, as empresas deveriam planejar o desenvolvimento e uso dos recursos, principalmente quando se fala de um molde complexo de alto valor agregado, onde geralmente as empresas não dominam todos os processos. Neste sentido temos notado em muitas empresas que as palavras planejamento de produção são quase inexistentes em seus vocabulários, tudo está na cabeça do gestor e a prioridade é começar logo para acabar logo. Um erro ou

O Mundo da Usinagem 27


penho de cada etapa, deu lucro ou prejuízo? Para melhorar os prazos, as empresas necessitam dominar seus processos e para isto precisam dispor de informações em tempo real e com qualidade, investir em capacitação e metodologias de desenvolvimento e gestão, e adotar soluções que tragam maior produtividade nos vários estágios de desenvolvimento e fabricação do molde. A experiência adquirida pela SEACAM em seu principal mercado que é o de moldes e ferramentas, com clientes dos mais diversos portes e regiões do Brasil, permitiu que, em parceria com a ELOPLUS, desenvolvesse o Eloplus Tools, um sistema simples e fácil de usar, com o perfil das empresas brasileiras e que permite, de forma integrada e sem redundâncias de trabalho, um total controle e tomada de decisão em qualquer fase do processo, desde o orçamento, geração de ordem de serviços, planejamento de produção, apontamento, administração, fi28 O Mundo da Usinagem

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Adotar soluções que tragam maior produtividade na fabricação de moldes tem sido um grande desafio para a indústria nacional do setor.

nanças e relatórios gerenciais de altíssima qualidade. Segundo Alexandre Magdalon – diretor comercial da Seacam: “Além da experiência pessoal de cada membro da SEACAM, já são mais de 14 anos de aprendizado e compromisso com o sucesso de nossos clientes. São inúmeros os clientes que acompanhamos desde o seu nascimento e hoje são empresas bem consolidadas e preparadas para competir num cenário internacional. Em toda a sua trajetória, a SEACAM, além da parceria local com os principais fornecedores de máquinas CNC e de ferramentas, tem assumido a responsabilidade de buscar as melhores tecnologias, desenvolver metodologias de trabalho e implementar programas de capacitação que permitem disponibilizar aos clientes soluções únicas. Procuramos desenvolver as soluções para atender às especificidades de cada um de nossos clientes e com isto garantir-lhes uma alta produtividade e eficiência dos recursos.” Fernando Tachikawa Gerente de Canais - SEACAM



PONTODEVISTA

A educação eo

salto da

economia stamos passando por um momento de especial euforia no campo da economia. O risco país é o menor da história recente, os juros são declinantes, os investimentos externos não param de crescer, o crédito é farto, as vendas externas, mesmo com a questão cambial pesando negativamente, continuam avançando e já há economistas renomados dizendo que este é o melhor momento de nossa história desde o milagre econômico da década de 70. De fato, os resultados que estão aí são bons e merecem ser comemorados. Mas os bons ventos não devem, de forma alguma, nos fazer esquecer que a chave do crescimento sustentado não se encontra apenas na seara dos dados econômicos. É preciso manter presente que o nosso futuro depende também de outras questões essenciais e uma delas é a capacitação e qualificação de nosso capital social, por meio da educação. Se tomarmos os exemplos

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30 O Mundo da Usinagem

que vêm das economias asiáticas, que têm dado um banho de competitividade no mundo global depois de investir maciçamente na formação das novas gerações, fica claro que só vamos colocar o país na rota da prosperidade se formos capazes de implementar um programa educacional eficiente para nossas crianças e para os jovens que se preparam para ingressar no mercado de trabalho, tarefa a que o governo agora se lança com seu programa de desenvolvimento da educação, cujos resultados ainda são apenas um sonho. Num mundo pautado pela inovação, pela tecnologia e pela competência técnica, além de desonerar os setores produtivos, liberar investimentos para diminuir os gargalos da infra-estrutura e evoluir nas reformas que resultem numa melhora da situação fiscal, para crescer, o Brasil terá que formar mão-deobra extremamente qualificada, capaz de interagir com o novo


Fernando Moraes/Folha Imagem

patamar de conhecimento exigido por um mundo em permanente transformação. Este ambiente está longe de ser alcançado. Embora tenhamos avançado substancialmente na universalização do acesso ao ensino na fase inicial da vida escolar, os índices da educação brasileira continuam sofríveis e impactam diretamente nossa condição de lanterninha dos rankings de crescimento internacional. Apesar de boa parcela das crianças ingressar na escola, ainda é pequeno o contingente dos brasileiros que consegue concluir os estudos. De cada 100 alunos que entram no sistema, apenas 54 ultrapassam a oitava série e somente 36 chegam a concluir o terceiro ano do ensino médio. O restante fica pelo caminho. Por conta desta realidade, 27% dos jovens de 15 a 24 anos no país estavam fora da escola em 2006, conforme levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas.

Em 10 anos eles serão os trabalhadores que irão movimentar as peças da engrenagem brasileira. A série de indicadores nefastos é longa e velha conhecida dos que acompanham o assunto. Temos repetência alta, ocupamos a 72ª colocação em desempenho escolar numa lista de 127 nações (segundo a Unesco) e apenas 26% da população brasileira tem o domínio pleno das habilidades de leitura e escrita, como aponta estudo do Instituto Paulo Montenegro, ligado ao Ibope, dado que espelha nossa triste realidade. Como esperar crescimento sustentável num cenário destes é a pergunta que obrigatoriamente devemos fazer neste momento em que nos lançamos no debate em torno dos resultados da economia. Temos urgentemente que compor a outra parte da equação. Temos urgentemente que alimentar nosso repertório de talentos, formar cientistas e técnicos que nos coloquem em condições O Mundo da Usinagem 31


32 O Mundo da Usinagem

efetiva? Você já pensou em doar aquele computador usado que está sobrando na sua casa para alguma instituição educacional? Todos nós ouvimos o tempo todo falar em sustentabilidade. O conceito cai como uma luva para a equação do sucesso econômico e educação. Não teremos um país competitivo se cruzarmos os braços e nos resignarmos a assistir o drama da educação esperando por socorro estatal. Precisamos fazer nossa parte para que mais e mais pessoas tenham instrução de qualidade. Qualquer iniciativa, individual ou corporativa, nesta direção, é fundamental para garantir a manutenção da bonança que começamos a experimentar nestes últimos tempos. Sem instrução, sem conhecimento, sem capital humano qualificado, seremos engolidos pela competição do mundo globalizado. Sustentabilidade é isso: ou acordamos para a educação ou ficaremos todos no prejuízo. Cláudio Sá diretor da Conteúdo Comunicação. Imagem cedida pelo autor

de rivalizar com potências emergentes na criação de novas tecnologias e soluções de produção, se quisermos alcançar os patamares de crescimento ostentados por Índia e China, o que tanto ambicionamos. Realizar uma tarefa deste porte pressupõe varrermos do mapa histórias vergonhosas como a que nos colocou, no ano passado, em último lugar numa prova de matemática, realizada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com o objetivo de avaliar a qualidade do ensino em 41 países. A tarefa exige aprimoramento e melhor remuneração dos professores, ampliação do número de horas-aula, melhoria da estrutura das escolas e melhor adequação da grade curricular à realidade a que estamos sujeitos, entre inúmeros outros pontos. A tarefa exige também envolvimento de todos. Empresários, executivos, gestores de grandes, médias e pequenas corporações também têm sua contribuição a dar. Não basta jogar a responsabilidade para a esfera governamental. A iniciativa privada precisa se engajar e encontrar mecanismos para também mudar este quadro. Sua empresa tem um programa de alfabetização para os funcionários que não conquistaram a habilidade da escrita e da leitura? Sua empresa apóia algum programa educacional em região carente de sua vizinhança? Você conhece a escola do seu bairro e já deu a ela alguma contribuição



INTERESSANTESABER Cedida por Olívio Nishiura

Nome Científico: Oryzoborus angolensis Origem: Do grego (Orysa: arroz e Borus: comedor) Família: Fringílidas Tamanho: 13 centímetros Peso: 30 gramas Expectativa de vida: 10 anos em ambiente selvagem e 30 anos em cativeiro Época de acasalamento: Entre agosto e março Número de ovos: De 1 a 3 por ninhada

Curió: O Maestro Brasileiro Cobiçado pela beleza de seu canto, o pássaro ganha a cada ano novos admiradores lguns podem achar o cachorro o melhor amigo do homem, mas não os Tupi-Guarani. Para eles, o melhor amigo do homem é o Curió, ou pelo menos é isso que seu nome significa na língua tupi. O passarinho, de penugem branca, negra, marrom e vinho, também conhecido como Avinhado, não se destaca pelo porte e sim pela beleza de sua música. A ligação com a amizade decorre, provavelmente, da fácil aproximação desses pássaros, que sempre rodearam as aldeias indígenas, e do ânimo que a música infunde em quem a ouve. Atualmente, mais de 120 tipos de cantos já foram registrados, estando, entre os mais conhecidos, Paracambi, Metralha, Florianópolis e Praia Grande. Segundo Helmut Sick, em sua obra Ornitologia Brasileira, a espécie desenvolveu diversos tipos de ‘dialetos’ de acordo com o ecossistema a que pertence, e isso se explica pela incidência da espécie em toda América do Sul e Central, com exceção do Chile e Uruguai. A ave habita regiões quentes, onde o clima varia de 25 a 35 graus no verão, com densa vegetação de pequenos arbustos e muita água limpa. Alimenta-se de sementes, algumas espécies de capim e pequenos insetos. Hoje, entretanto, é raro encontrar exemplares selvagens. Sua maior qualidade, o canto, fez dele um pássaro prestigiado pelos criadores e isso o tem salvado da deterioração ambiental.

A

TREINAMENTO Não é exagero comparar Curiós com atletas profissionais, já que desde pequena a ave desenvolve suas habilidades musicais. No ambiente natural o canto é passado de pai para filho, mas seus criadores aplicam uma técnica peculiar para desenvolver as melodias. O canto dos grandes campeões é gravado em fitas ou CDs e reproduzido ao pequeno aprendiz, fazendo com que se torne um be-

Ti Tuí, Té Té, Quim Quim, Té Té, Uil Uil, Té Té, Quim Quim Toi, Té Té, Tué Tué Canto clássico do curió Praia Grande


Cedida por Olívio Nishiura

“No Brasil ocorrem 20 torneios oficiais a cada ano, realizados em diferentes cidades” afirma Olívio Nishiura, da Associação de Curiós. lo cantor. O canto ideal deve ser limpo, melodioso e fluente, com assovios sonoros e fortes. Porém, além de boa cantora, a ave também é uma ótima imitadora, por isso é aconselhável criá-las longe de qualquer outra espécie de pássaro canoro. Para formar um vencedor, entretanto, não basta apenas ter uma ave de bom canto. Treinadores experientes levam seus Curiós para passear a fim de acostumá-los com o movimento, pois assim os pássaros não se surpreendem durante as competições. Bons passarinheiros também procuram aperfeiçoar a espécie através da seleção genética, cruzando pássaros que possuam belos cantos e repitam a melodia sem interrupções. A recompensa por tudo isso, além da maravilhosa melodia, é o preço alcançado por algumas aves. “Um Curió com bom nível de canto chega a atingir valores altíssimos, equivalente a um apartamento ou dois carros novos” afirma Olívio Nishiura, diretor de Relações Públicas da Associação de Curiós, com sede em São Paulo

A paixão pela ave é tanta que em Florianópolis existe até um Curiódromo, uma espécie de arena montada para as acirradas competições de canto, apresentações e troca de experiências entre seus criadores. “No Brasil ocorrem 20 torneios oficiais a cada ano, realizados em diferentes cidades”, explica Nishiura. “Cada competidor é chamado por ordem de inscrição e deve pendurar a gaiola com seu Curió em uma estaca, durante 5 minutos. O pássaro é julgado com base no regulamento de ‘Canto Praia’, por dois juízes federados, e recebe uma nota que varia de zero à dez. No final são classificados os cinco melhores”. Hoje, os criadores precisam ter registro no IBAMA e seus pássaros devem portar anilhas, uma espécie de argola de metal colocada na perna das aves para identificá-las. Dessa forma, os interessados em criar Curiós não podem adquirir os animais procedentes da fauna silvestre. Para se ter uma idéia de como a captura indiscriminada é prejuO Mundo da Usinagem 35


A HERANÇA EM FORMA DE CANTO No ambiente natural, o canto dos Curiós é passado de pai para filho, fazendo do pequeno

jornalista Fernando Sacco

dicial para a espécie, alguns cantos já desapareceram da natureza e só podem ser ouvidos por aves criadas em cativeiro. No Centro de Triagem de Animais Silvestres do IBAMA, o Curió figura na 6a colocação entre as aves mais apreendidas. Segundo Nishiura, “atualmente existem mais de 180 mil criadores inscritos regularmente no IBAMA, com um plantel de 500 mil Curiós registrados”, o que contribui para manter a ave fora da lista de animais ameaçados de extinção.

“Meu pai sempre trazia um pássaro de suas viagens, tive pássaros de todo o Brasil”, conta Moacir pássaro um aprendiz durante seus primeiros meses de vida. Com a mesma naturalidade que a técnica é transmitida entre as aves, Moacir Antônio de Oliveira Júnior, coordenador do departamento de engenharia da Ergomat, é já o terceiro na linhagem de admiração e dedicação a tais pássa-

ros. “Comecei a criar Curiós em 1945”, explica Moacir, pai do engenheiro. “Meu pai sempre trazia um pássaro de suas viagens, tive pássaros de todo o Brasil” conta. “Na época eu pegava gafanhotos, cupins e larvas-de-pau para dar de alimento e ainda hoje eu mesmo faço a ração”, recorda.


Hoje, seis décadas mais tarde, Moacir coleciona histórias, experiências e, claro, Curiós. Em função da atenção exigida pelo manejo desta ave, boa parte do seu tempo é dedicada ao criadouro. Moacir sabe o número da anilha de cada pássaro, seus nomes, descendentes e, por incrível que pareça, até assovia a melodia. Apesar de já terem obtido dois troféus, pai e filho ainda buscam um pássaro campeão. Isto porque as categorias julgadas nos torneios são muito distintas, premiando diversos tipos de canto, tais como Clássico, Pardo e Liso, com ou sem repetição. Os pássaros repetidores, ou seja, aqueles que repetem seguidamente o mesmo canto, são os mais cotados.

Moacir promete: “Ainda quero realizar o sonho do meu pai, tirar um grande pássaro, um pássaro campeão”. Isso porque poucos conseguem manter melodia e andamento perfeitos. Deve-se investir muito em treinamento e cruzamento entre os melhores pássaros. E assim, a amizade presente no nome do Curió instaura-se de geração a geração. Como resistir?

Caso você queira entrar para o grupo de criadores, lembre-se que a criação de animais silvestres em cativeiro para fins científicos, comerciais, educacionais e mesmo de procriação/conservação é claramente definida por instrumentos legais de proteção à fauna nativa.

Assim sendo, não se esqueça de ver atentamente a legislação do IBAMA a respeito da criação de animais em cativeiro, seguindo o Equipe O Mundo da Usinagem que é previsto na Portaria IBAMA Nº 118-N (criação) e 117-N (comercialização), ambas de 15/10/1997, como fazem Para ouvir o canto do Curió acesse nossos entrevistados. http://www.accesp.com.br/ocurio_canto.htm


Pessoas conscientes e produtividade ada a tradição na qual muitos de nós fomos formados, ao falar em melhoria de resultados tendemos a enxergar como alternativa única o monitoramento contínuo das atitudes de nossa força de trabalho. Nosso enfoque tem sido de modo geral técnico e nossas ações conduzidas pela idéia de que os trabalhadores devem repetir o que pré-estabelecemos como o único e melhor método. Assim, nossos investimentos em treinamento focam o lado exterior das pessoas, enfatizando os métodos convencionais de organização da produção. A experiência mostra, no entanto, que este tipo de investimento gera resultados a curto prazo, mas limita a criatividade, além de exigir supervisão constante para que objetivos sejam atingidos. Na indústria, a formação técnica da maioria dos gerentes, não lhes permite perceber que o aprimoramento emocional de seus liderados, assim como suas interações de crenças e valores interferem no desempenho destes e por consequência nos resultados do departamento. Quando se alinham os valores das pessoas com o que se espera delas, supervisão e controle passam a segundo plano e os resultados ocorrem de modo expontâneo. Observando atentamente este tema, veremos que pessoas preparadas para lidar com fatores internos, como suas emoções e autoestima, geram resultados mais significativos, de modo perene e autônomo. A autoconsciência leva as pessoas a agirem melhor e de modo mais positivo, evitando desgastes emocionais entre líderes e equipes. A idéia é incentivar o aumento da eficácia produtiva, atuando sobre a consciência e o senso de responsabilidade de cada indi-

D

38 O Mundo da Usinagem

víduo, tornando-os cúmplices de um mundo melhor, de uma empresa sólida que gera resultados para os acionistas, garante remuneração justa e estabilidade de emprego, além de constituir possível alternativa futura de trabalho para os próprios filhos. Uma organização que abrace esses ideais deve utilizar-se de meios para sua concretização, não se limitando às clássicas palestras motivacionais tão usuais por ocasião das SIPATs, por exemplo, pois estas, apesar de úteis, atuam somente na superfície da consciência das pessoas e rapidamente se diluem. É preciso um plano de endomarketing que possa reeducar pessoas gerando novos termos de referência. Esta idéia inspira-se na frase “um homem convencido contra a sua vontade, ainda tem a mesma opinião”, de Willian Blake , ou seja, a maximização dos resultados só virá quando as pessoas estiverem autoconvencidas de que aquilo que empresa quer é o que deve mesmo ser feito. Francisco Marcondes Editor chefe da revista O Mundo da Usinagem

Izilda França

NOSSAPARCELADE

RESPONSABILIDADE



MOVIMENTO SANDVIK COROMANT - PROGRAMA DE TREINAMENTO 2007 Mês Jul

TBU

TBU

Noturno

Diurno

23, 24, 25 e 26

02 e 03

TFR

UMM

EAFT

EAFF

03 e 04

Out

01 e 02

10, 11, 12 e 13

TGU

20, 21, 22 e 23

24, 25 e 26

15 e 16

22, 23 e 24

Nov

26, 27, 28 e 29 03 e 04

TBU - D- Técnicas Básicas de Usinagem (Diurno - 14 horas em 2 dias) TBU - N- Técnicas Básicas de Usinagem (Noturno - 14 horas em 4 dias - das 19h00 às 22h30) TFR - Técnicas de Furação e Rosqueamento com fresa de metal duro (14 horas em 2 dias) EAFT - Escolha e Aplicação de Ferramentas para Torneamento (21 horas em 3 dias) UMM - Usinagem de Moldes e Matrizes (28 horas em 4 dias) EAFF - Escolha e Aplicação de Ferramentas para Fresamento (21 horas em 3 dias) OUT - Otimização da Usinagem em Torneamento (28 horas em 4 dias) OUF - Otimização da Usinagem em Fresamento (28 horas em 4 dias) TUCAS - Tecnologia para Usinagem de Componentes Aeroespaciais e Superligas (14 horas em 2 dias) TGU - Técnicas Gerenciais para Usinagem (21 horas em 3 dias)

TUCAS 30 e 31

06, 07 e 08

Set

OUF

16, 17 e 18

Ago

Dez

OUT

05, 06 e 07



O MUNDO DA HGF Comunicação

DICASÚTEIS

USINAGEM

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ANUNCIANTES NESTA EDIÇÃO O Mundo da Usinagem 36 Abimei . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 Agie-Charmilles. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05 Arwi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 Blaser . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 Cross Hueller . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Deb’Maq . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Dynamach. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 Grob . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 Haas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 Hanna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 HEF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 IGM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 Intertooling . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 KabelSchlepp . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Kone . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 MachSystem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Mazak. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 Meggatech . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09 Mori Seiki . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Powermaq. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Probe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08 Romi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Sandvik Coromant. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 Selltis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 02 SKA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07 Stamac . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 TAG . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Villares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Vitor Buono . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

SANDVIK COROMANT - Atendimento ao cliente 0800 559698 42 O Mundo da Usinagem



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