OMU_38

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Júlio M. Landmann

EDITORIAL

O tempo e a vivência têm nos mostrado que a todo evento corresponde uma explicação e quando não a encontramos tendemos ao mito, pois para tudo há de haver uma resposta, ainda que insustentável. Quando a verdade aflora nos custa acreditar e então nos perguntamos: Por quê? Uma parte se explica pela natureza do universo e a outra pela natureza do homem.

O Mundo da Usinagem

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ÍNDICE

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O MUNDO DA

O MUNDO DA

USINAGEM

Publicação da Divisão Coromant da Sandvik do Brasil ISSN 1518-6091 RG BN 217-147

SET UP RÁPIDO

EDIÇÃO 8 / 2007

uma condição sine qua non

USINAGEM

CNC

cálculos complexos na metade do tempo

Publicação da Divisão Coromant da Sandvik do Brasil ISSN 1518-6091 RG. BN 217-147

Izilda França

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Capa Foto: Arquivo AB Sandvik Coromant

FRESO-TORNEAMENTO

Racionalização na usinagem pesada

03 EDITORIAL 04 ÍNDICE / EXPEDIENTE 06 GESTÃO: FUNDAMENTOS DO SET UP RÁPIDO 12 OTS: USINAGEM DE EIXOS COMPLEXOS EM UMA ÚNICA FIXAÇÃO 18 INTERFACE: CONGRESSOS E SIMILARES – PORQUE E COMO PARTICIPAR 23 OTS: NOVA VERSÃO DO EDGECAM OTIMIZA PROGRAMAÇÃO 26 GESTÃO: INOVAÇÃO, PRODUTIVIDADE E EXPORTAÇÕES EM ALTA 32 SUPRIMENTOS: DISTRIBUIDOR, AGENTE INSUBSTITUÍVEL 36 PONTO DE VISTA: OS DESAFIOS DO SEGURO AMBIENTAL 40/47 INTERESSANTE SABER: INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E OUTRAS NOTÍCIAS 48 NOSSA PARCELA DE RESPONSABILIDADE 49 MOVIMENTO 50 DICAS ÚTEIS e-mail: omundo.dausinagem@sandvik.com ou ligue: 0800 770 5700 EXPEDIENTE O MUNDO DA USINAGEM é uma publicação mensal da Divisão Coromant da Sandvik do Brasil S.A. com circulação de doze edições ao ano, tiragem de 13.000 exemplares, com distribuição gratuita. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP. Conselho Editorial: Nivaldo Coppini, Francisco Marcondes, Heloisa Giraldes, Marlene Suano, Aryoldo Machado, Anselmo Diniz, Sidney Harb, Fernando de Oliveira e Vera Natale. Editora: Vera Natale Editor Chefe: Francisco Marcondes Assistente de Edição: Michel Sorci Editor do Encarte Científico: Nivaldo Coppini Jornalista Responsável: Vera Natale - MTB 33847 Propaganda: Gerente de Contas - Thaís Viceconti / Tel: (11) 6335-7558 Cel: (11) 9909-8808 Projeto Gráfico: AA Design Capa e Arte Final: 2 Estúdio Gráfico Revisão de Textos: Fernando Sacco Gráfica: Type Brasil

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O Mundo da Usinagem



GESTÃO EMPRESARIAL

Fundamentos do

Set up rápido Ford, no início do século passado, já dizia: “o cliente pode ter seu carro pintado na cor que quiser, desde que seja preto”. O objetivo era trabalhar com produtos padronizados, não fazer set ups e aumentar a produtividade da empresa.

o mercado globalizado atual, a diversificação e o tamanho dos lotes são importantes para a competitividade da empresa, por isso devemos buscar soluções diferentes da usada por Ford no início do século passado. Tempos improdutivos que não agregam valor ao produto, set ups geram perdas globais de produtividade nas empresas. Quanto maior a diversificação e

N

menor o tamanho dos lotes, maior será o tempo total com set up com resultados desastrosos para a produtividade: INFLUÊNCIA DO TEMPO DE SET UP NA MANUFATURA A solução para reverter a curva da produtividade está em reduzir os tempos de set up. Terminado o lote anterior, a máquina e o operador estarão imediata-

Tempo set up

Diversificação

Produtividade

Tamanho do lote 1970 1975 1980 1985 1990

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O Mundo da Usinagem

1995 2000 2005


mente dedicados à produção da próxima peça, por isso deve-se considerar a produção horária incluindo o tempo de set up. No exemplo ao lado, a produção horária é reduzida de 60 peças por hora para menos de 20 considerando um lote de 100 peças. Por isso, no passado, considerando-se que o tempo de set up é fixo, tinha-se uma grande tendência de aumentar o tamanho dos lotes de peças para reduzir o efeito das horas de set up. Muitas empresas não se preocupam com os tempos de set up uma vez que não são operações produtivas, dentro do conceito tradicional de manufatura. Engenharias de Manufatura e as próprias Manufaturas estão preocupadas em reduzir o tempo de usinagem das peças, deixando de lado grande potencial de ganho. Se, pelo contrário, considerando que o lote é fixo ou de acordo com a quantidade vendida, pode-se atingir o mesmo efeito de um lote de 10.000 peças através da redução do tempo de set up (1,024 x 1,030 min). Esta mudança levou por terra o tradicional conceito do “lote econômico de produção”, transformando-o em: “produzir o mínimo necessário ou somente a quantidade vendida”. A grande falácia é admitir-se que os tempos de set up não podem ser reduzidos.

Tempo de Set up

Tempo de Usinagem por peça

Tamanho do lote

Tempo total por peça

240 min.

1 min

100 pç

1+ 240 = 3,4 min 100

240 min.

1 min

1.000 pç

1 + 240 = 1,24 min 1.000

240 min.

1 min

10.000 pç

1 + 240 = 1,024 min 10.000

Tempo de Usinagem por peça

Tamanho do lote

Tempo total por peça

240 min

1 min

100

1 + 240 = 3,4 min 100

120 min

1 min

100

1 + 120 = 2,2 min 100

60 min

1 min

100

1 + 60 = 1,6 min 100

3 min

1 min

100

1 + 3 = 1,03 min 100

Tempo de Set up

CONCEITOS BÁSICOS • Set up é o conjunto de atividades para preparar a máquina para a produção da próxima peça, pode ser chamado também de Montagem ou Preparação de máquina. • Tempo de set up é o tempo total decorrido, desde o término do lote A até o início de produção do lote B (veja figura a seguir). • Troca Rápida de Ferramentas é aquela realizada no menor tempo possível.

Obs: Troca Rápida de Ferramentas não significa ritmo acelerado e, sim, montagens simplificadas, sem improvisações, com coordenação e de forma sistemática. • S M E D (Single Minute Exchange Die): Montagens realizadas em tempos menores que 10 minutos, ou seja, menores do que dois dígitos, por este motivo “single” minute. • Atividades Externas: são todas e quaisquer atividades que O Mundo da Usinagem

7


Tempo de set up LOTE - A

MONTAGEM

Requisição Transporte Desmontagem do do Ferramental Ferramental Ferramental do lote A

podem ser realizadas enquanto a máquina estiver trabalhando. • Tempo Externo: são os tempos gastos para executar as atividades externas. • Atividades Internas: são todas e quaisquer atividades que para serem executadas, a máquina tem que estar parada. • Tempo Interno: são os tempos gastos para executar as atividades internas Obs: O ponto essencial para utilização dos sistemas Troca Rápida de Ferramentas é o entendimento e a separação dos tempos Interno e Externo. ETAPAS PARA REDUÇÃO DO SET UP Muitas empresas cometem enganos ao pensar que troca rápida é um programa caro e que se resume a reprojetar e/ou substituir todo o ferramental. Este pensamento seria comparado ao empreendedor que “inicia a construção da casa pela antena”. Ações técnicas podem se tornar ineficazes se usadas isoladamente. Iniciar pelas ações administrati8

O Mundo da Usinagem

Montagem Ferramental do lote B

LOTE - B

Ajustes

Inspeção Aprovação

vas é a maneira mais inteligente e econômica. Existe uma fase inicial enquanto a empresa não tem um programa efetivo ou conhece os conceitos Troca Rápida de Ferramentais, quando existem indefinições e desconhecimento que escondem os reais problemas e as soluções. O trabalho a ser executado pelo montador não está definido, falta clareza na seqüência do trabalho a ser executado, muitas vezes existem improvisações ou o ferramental e a máquina não estão em boas condições de uso (e que por ficar por longo tempo parados, só são consertados durante o set up). Pode também faltar meios de transporte, chaves, recursos básicos, matéria-prima. A simplicidade e a eficácia das soluções é que faz a diferença e, para evitar gastos desnecessários e ineficazes, 5 etapas devem ser seguidas:

remédio errado de pouco efeito prático. Deve-se identificar todas as atividades e seus respectivos tempos, sejam elas executadas pelo montador ou não. Duas maneiras básicas podem ser utilizadas: a) Filmagem do set up. Esta prática pode ser utilizada se o grupo estiver treinado e consciente dos objetivos do programa, evitando-se constrangimentos e erros. b) Execução de relatório de montagem. Todas as atividades executadas durante o set up e seus respectivos tempos devem ser descritos em relatórios de montagem. • Separação dos Tempos Internos e Externos: Através da análise dos relatórios de montagem, identificar e separar as atividades internas e externas e seus respectivos tempos. Como ação inicial, procurar manter durante o tempo em que a máquina está parada, somente as atividades internas (Tempos Internos). • Conversão dos Tempos Internos para Externos: Procurar transferir atividades internas para externas, executando-as com a máquina trabalhando. Reprojetar alguns itens de ferramental: exemplo Pre setting de ferramentas. •

Identificações: A identificação serve como diagnóstico, evitando o uso de

Eliminação da Ajustagem: Todo ajuste é considerado perda de tempo. Eliminar os ajustes analisando o sistema M.F.D.P.



(Máquina, Ferramenta, Dispositivo, Peça). Usar ferramental fixo, guias padrões e sequenciamento das peças.

Treinamento: todos os envolvidos devem estar treinados em todos os conceitos da troca rápida. Comunicação: antes de terminar o lote, todas as informações necessárias devem estar disponíveis. Prática: praticar para melhorar a destreza dos envolvidos. Planejamento: planejar as ações e tempo para implantar o programa (após treinamento e resultado de alguns exemplos). Metas: podem ser estabelecidas por Equipamento, Departamento ou Empresa.

Refinamentos: Recomeçar tudo novamente. Procurar reduzir os tempos internos e externos de set up (apesar de serem externos, têm custo) simplificando ao máximo o set up. A maneira didática como as etapas foram apresentadas serve para facilitar o entendimento, porém, na prática, várias etapas podem ocorrer simultaneamente. A “Fórmula 1” é um exemplo muito conhecido de troca rápida e assim como nas empresas depende de requisitos básicos: Condições: ter ferramental adequado, em quantidade suficiente, com boas condições de uso e ao lado da máquina na hora certa.

APLICAÇÕES O sistema Troca Rápida de ferramentas pode ser aplicado nos mais diversos ramos de atividade industrial, independentemente da idade ou avanço tecnológico dos equipamentos: Máquinas gargalo de produção:

Tempo de set up atual (atividades internas) Externo Potencial

Identificações

Lote A

Separação de Ti para Te

Lote A

Conversão de Ti para Te

Lote A

Eliminação de ajustes

Lote A

Interno

Lote B

Refinamentos

Lote A

Interno

Lote B

10 O Mundo da Usinagem

Interno

Lote B

Interno

Interno

Lote B

Externo Potencial

Lote B


resultados imediatos nas vendas da Empresa. Máquinas gargalo de montagem: os ganhos serão na redução de perda de tempo da mão de obra evitando que interfiram na produção das máquinas gargalos de produção. Linhas de usinagem: geram ganhos de produtividade amplo em todos os equipamentos da linha. VANTAGEM Troca Rápida de Ferramental é uma ferramenta essencial para a Manufatura Enxuta (Lean Manufacturing) e contribui para a melhoria da produtividade, aumentando a capacidade produtiva e permitindo atender trabalhos urgentes. Set ups são menos cansativos, aumentam a utilização dos equipamentos e permitem redução dos lotes e do inventário.É pré-requisito para o “just-in-time”. DICAS PARA MELHORIA Não “reinvente a roda”, busque ajuda com especialistas e empresas fornecedoras de ferramentas comprometidas com a troca rápida. Tenha em mente que eliminar a montagem é melhor que reduzi-la, portanto dedique máquinas por família e faça sequenciamento das peças. Durante o set up procure mover as Mãos mas não os Pés (como no jogo de basquete) usando a “criatividade” para eliminar os desperdícios. “Troca Rápida de Ferramentas” tem como objetivo set up

realizado em tempos menores que 10 minutos; conceituação denominada “S.M.E.D.” (Single Minutes Exchange Die). Muitas empresas têm como objetivo a realização do set up em um toque, conceituação denominada “O.T.E.D.” (One Touch Exchange Die). A “Troca Rápida de Ferramentas” visa uma significativa redução dos tempos de set up em torno de 70 a 95 % , aumentando a disponibilidade das máquinas de 20 a 30%. OBSERVAÇÕES O sistema Troca Rápida de Ferramentas é um processo repetitivo, cuja meta é a montagem da máquina em um toque, por isso devemos ter em mente que a última Inovação ou Melhoria será sempre a primeira de uma nova série. Eliminando-se os tabus da impossibilidade e do conservadorismo, permite-se uma grande mudança de mentalidade, proporcionando capacitação a programas mais arrojados. Porque a redução do Set up? Simplesmente porque o Equipamento e o Operador estão ocupados mas não há produção. Faça somente aquelas atividades que criam ou agregam valor e que o cliente está disposto a pagar. Todas as demais são DESPERDÍCIO.

Laercio Batelochi Engenheiro Consultor da EATON, Valinhos/São Paulo O Mundo da Usinagem 11


OTS

Izilda França

Usinagem de eixos complexos em uma única fixação

A MAN Ferrostaal AG está otimista quanto ao crescimento econômico do Brasil.

12 O Mundo da Usinagem

Momento de usinagem em uma das máquinas WFL. multinacional do grupo MAN, especialista em projetos de engenharia e desenvolvimento de plantas industriais, igualmente fornecedora de equipamentos e soluções em múltiplos segmentos de mercado, como máquinas gráficas, plásticas, de embalagens e operatrizes, está otimista quanto ao crescimento econômico do Brasil.Os investimentos previstos para o segmento energético entre outros, são oportunidades para a MAN

A

Ferrostaal que também oferece financiamento próprio. Thomas Kaup, managing director mundialmente responsável pelos negócios da empresa para equipamentos e soluções em processos metalúrgicos, exemplifica a atuação da MAN Ferrostaal como parceira no completo desenvolvimento de um projeto, transformando a idéia em um negócio lucrativo.


Francisco Marcondes

de por meio de multi-eixos programáveis viabiliza a usinagem de eixos, como os encontrados em equipamentos de prospecção de petróleo e trens de pouso. O Mundo da Usinagem foi convidada a participar, de 18 a 21

Francisco Marcondes

Entre tantas atividades, a MAN Ferrostaal também representa algumas empresas, como a austríaca WFL Millturn Technologies GmbH & Co.KG, fabricante de centros de torneamento tipo multitarefas. Com escritórios nos três continentes, a WFL opera na matriz com 320 colaboradores. Seu faturamento entre 2004 e 2006 saltou de € 50 para € 73,7 milhões, sendo 70% de seu turnover gerado em indústrias de petróleo e gás, aeroespacial e plásticos. Seus centros de freso-torneamento alcançam até 100 kW no acionamento principal e rotações máximas de 1600 rpm, trabalham entre pontas com 2000 a 6500 mm. O diâmetro de volteio sobre o carro superior chega a 1500 mm, suportando peças de até 10 toneladas entre pontas e com magazine de até 108 ferramentas. A sua grande flexibilida-

de Junho de 2007, do Technology Meeting, evento organizado pela WFL em Linz, cidade às margens do Danúbio, onde localiza-se a matriz da empresa, e que reuniu cerca de 200 clientes vindos de todos os continentes, entre os quais, o grupo de brasileiros. Com o objetivo de apresentar seus recentes desenvolvimentos, a WFL possibilitou, a todos os visitantes, além das demontrações práticas, o acompanhamento in loco de cada etapa da montagem destes equipamentos, além de explicações detalhadas sobre as características de construção de cada modelo, dadas por Martin Kaukal – gerente internacional de vendas da empresa. A estrutura básica das máquinas é de monobloco fundido, com guias temperadas a 64

Martin Kaukal, gerente internacional de vendas da WFL, segundo à esquerda, e o grupo de brasileiros presentes no Technology Meeting 2007 promovido pela MAN Ferrostaal/WFL na Áustria e que reuniu cerca de 200 clientes vindos de todos os continentes. O Mundo da Usinagem 13


Francisco Marcondes

Edson Oliveira, gerente geral de máquinas operatrizes no Brasil e Thomas Kaup, managing director na matriz alemã, ambos da MAN Ferrostaal, que representa a WFL promotora do evento para lançamento de seus recentes centros de freso-torneamento. HRc e são montadas com dois carros transversais independentes, oferecendo rigidez e versatilidade. A troca de ferramentas pode ser feita em qualquer ponto do percurso, reduzindo o tempo improdutivo. O projeto das máquinas impossibilita qualquer contato das guias com resíduos ou cavacos e não utilizam proteções telescópicas, sendo improvável que o equipamento venha a sofrer qualquer tipo de dano por interferência desses agentes. Edson Oliveira, gerente geral do departamento de Máquinas Operatrizes da MAN Ferrostaal no Brasil, que nos acompanhou na viagem, informou ser possível inserir componentes que se adaptem às exigências específicas de cada cliente. “A WFL desenvolve soluções sob medida para a 14 O Mundo da Usinagem

fabricação de peças completas que atendam às necessidades específicas de seus respectivos clientes, tornando-os mais competitivos” complementa. A idéia original é fazer uma peça completa com uma única fixação. Martin Kaukal enfatizou que as máquinas da WFL proporcionam robustez, precisão, versatilidade e produtividade. Os projetos favorecem o direcionamento das forças de corte perpendicularmente às áreas mais rígidas das máquinas que, assim, estão aptas a executarem usinagens de corte pesado e interrompido. Se ocorrerem colisões, blocos modulares podem ser realinhados perfeitamente, sem que haja qualquer dano estrutural do conjunto. Os trabalhos de pré-venda são bastante intensos, porém, o


Francisco Marcondes

resultado final é compensador. A pré-aceitação é executada com o acompanhamento dos respectivos clientes até que sejam atendidas todas as exigências em tempo e qualidade. Dados os elevados valores, alguns clientes relutam em fazer tal investimento, mas a experiência tem mostrado um custo-benefício bastante satisfatório. Kaukal informa que investiram 8 anos para vender a primeira máquina à China. Contudo, já no ano seguinte, introduziram 3 e só no ano passado, mais 15. No total, considerando apenas as mais pesadas, existem ao menos 200 máquinas em operação no mercado e, considerando-se também as de menor porte, este número chega a aproximadamente 1000. Atualmente a WFL produz de 80 a 90

máquinas por ano, com planos para chegar a 100. No Brasil, as primeiras máquinas WFL foram adquiridas pela ELEB – Embraer Liebherr Equipamentos do Brasil S.A., empresa com 60% de participação da Embraer e 40% de participação do grupo suíço Liebherr. A ELEB produz conjuntos de trem-depouso e componentes hidráulicos e eletro-mecânicos a seus clientes, entre eles Embraer, Liebherr, Sikorsky e Hawker Beechcraft. De acordo com José Luiz Fragnan, diretor de operações da ELEB, também presente em Linz, a ELEB pode com os novos equipamentos da WFL diminuir o tempo de manufatura e executar em uma única máquina, operações que ocupavam várias outras. Atualmente a ELEB possui uma M65 e uma M120, máquinas da WFL que comportam diâmetros de peças de 650 e 1200 mm respectivamente, com sete eixos programáveis (X, Y, Z, C, B, Z 2 – Luneta e Z 4 – Contraponto), e conseguem executar peças complexas com mínimo tempo de set up e produção. O objetivo principal era produtivi-

Algumas das peças usinadas no centro de freso-torneamento WFL. O Mundo da Usinagem 15


Izilda França

Segundo declaração de José Luiz Fragnan, diretor de operações da ELEB, a empresa pôde, com os novos equipamentos da WFL, diminuir o tempo de programação e executar em uma única máquina, operações que ocupavam várias outras. Pela alta tecnologia envolvida e o êxito alcançado no mercado, a ELEB é uma ótima vitrine de referência e, deste modo, entendemos que a WFL não poderia começar a introdução dos seus produtos no Brasil de maneira melhor. Francisco Marcondes Gerente de Marketing e Treinamento da Sandvik Coromant do Brasil

Izilda França

dade e qualidade, o que realmente ocorreu. Peças que anteriormente consumiam até 20 horas, hoje são produzidas em 9. Segundo Fragnan, os resultados foram tão positivos que a empresa estuda a possibilidade de adquirir mais máquinas desse conceito, já que a manufatura representa cerca de 40% dos custos totais e a demanda pelos seus produtos tem crescido de forma notável.

Exemplo de peça usinada em máquina WFL pela ELEB, em São José dos Campos/São Paulo. 16 O Mundo da Usinagem



Clarita/Morguefile.com

INTERFACE

Congressos e Similares: porque e como participar e apoiar Qual o papel desses encontros técnico-científicos para o desenvolvimento da indústria brasileira?

18 O Mundo da Usinagem

s países desenvolvidos investem fortemente em P&D&I. Nestes, além das próprias indústrias contarem com laboratórios, é muito comum a pesquisa em parceria com universidades. O investimento é normalmente de risco, pois existe a consciência de que nem sempre os resultados serão positivos. Por questões que podem até ser consideradas óbvias, os resultados das pesquisas desenvolvidas internamente às indústrias são pouco ou nada divulgados. É o sigilo industrial que corretamente dita tal comportamento. Alguns centros de pesquisa e universidades, quando praticam o P&D&I, também adotam o mesmo comportamento. Entretanto, no Brasil existe

O

um grande número de universidades federais e estaduais e um bom número de universidades privadas que praticam pesquisas ligadas, principalmente, à formação de recursos humanos (formação de mestres e doutores). Resulta desta prática um número altíssimo de trabalhos de pesquisa que são submetidos aos Congressos, Simpósios, Seminários, Workshops e outros tipos de encontros. Tais trabalhos têm as mesmas características mencionadas no início: podem não ser imediatamente aplicáveis mas são sempre desafios vencidos, caminhos apontados, novos desafios. Considerado o exposto, participar dos eventos mencionados apresenta inúmeras vantagens,


tanto para os pesquisadores quanto para os profissionais do setor industrial, sejam estes pesquisadores ou não. Vejamos algumas: • estabelecimento de contato entre pesquisadores de universidades e centros de pesquisa e profissionais das indústrias que, eventualmente, podem se transformar em parcerias para realização de P&D&I; • identificação de temas pelos profissionais da indústria que possam ser de interesse para o desenvolvimento de seus projetos; • identificação de temas para serem desenvolvidos em parceria pelas indústrias e academia, visando a pesquisa de ponta com geração de patentes; • racionalização e/ou complementação dos recursos investidos em P&D&I, visando a transformação de pesquisas acadêmicas que, geralmente, não são transferidas ao setor industrial, em pesquisas dirigidas com objetivos que, além de atender à formação de recursos humanos, geram resultados com maiores possibilidades de serem aplicados; • atualização dos conhecimentos ao ter contato com as publicações. Porém, aqueles que participam efetivamente dos eventos têm sido, na sua grande maioria, oriundos das universidades e centros de pesquisas. A ausência dos profissionais das indústrias faz com que boa parte das vantagens enumeradas não ocorra. O distanciamento entre a academia e a indústria parece estar

mudando paulatinamente, embora o diálogo entre universidades e empresas seja ainda precário, limitando-se muito mais às vontades individuais de alguns pesquisadores, desta ou daquela universidade, que encontraram abertura junto a alguns profissionais, desta ou daquela indústria e vice-versa. As cooperações, quando existem, são mais uma exceção do que uma regra. Os profissionais das indústrias poderiam participar efetivamente, apresentando contribuições técnicas, ou simplesmente atuando como participantes nas diversas sessões técnicas de interesse, lendo os artigos nos anais e debatendo com os autores durante as apresentações, oferecendo a sua experiência do dia-a-dia industrial, fazendo os contatos acontecerem na hora do cafezinho ou das confraternizações, etc. Para apoiar referidos eventos, o setor industrial tem à sua disposição diversas formas: • apoio financeiro na forma de patrocinador; • oferecimento de cursos, mini-cursos e palestras sem ônus para o evento; • pagamento de aluguel de stands para oferecimento de seus produtos; • oferecimento de instalações próprias para organização do evento; • pagamento de viagens de especialistas nacionais e/ou estrangeiros de renome para apresentação de palestras e/ou mesas redondas. O Mundo da Usinagem 19


Existem muitas maneiras de se participar de um congresso ou evento similar e maiores informações podem ser obtidas com os respectivos organizadores. Para facilitar os contatos, em seguida são apresentadas algumas associações tradicionais e Associações

seus respectivos eventos, bem como as páginas de acesso para os interessados em mais informações. Nivaldo Coppini Editor do Encarte Científico da revista O Mundo da Usinagem

Eventos

Ocorrência

COBEM Congresso Brasileiro de Engenharia Mecânica

Todo ano ímpar nos meses finais do ano

COBEF Congresso Brasileiro de Engenharia de Fabricação

Todo ano ímpar nos meses iniciais do ano

CONEM Congresso Nacional de Engenharia Mecânica

Todo ano par nos meses finais do ano

ABEPRO Associação Brasileira de Engenharia de Produção www.abepro.org.br

ENEGEP Encontro Nacional de Engenharia de Produção

Todos os anos nos meses finais do ano

ABENGE Associação Brasileira de Ensino de Engenharia www.abenge.org.br

COBENGE Congresso Brasileiro de Ensino de Engenharia

Todos os anos nos meses iniciais do ano

SOBRAPO Sociedade Brasileira de Pesquisa Operacional www.sobrapo.org.br

Simpósio Brasileiro de Pesquisa Operacional

Anunciado na página da SOBRAPO

ABERGO Associação Brasileira de Ergonomia www.abergo.org.br

O evento tem o mesmo nome da Associação

Anual

ABM Associação Brasileira de Materiais e Metalurgia www.abm.org.br

Congresso Anual da ABM

Todos os anos em julho

ABCM Associação Brasileira de Ciências Mecânicas www.abcm.org.br

20 O Mundo da Usinagem




OTS

Imagem cedidas pela SKA

Nova versão do EdgeCAM otimiza programação

Siegfried Koelln, diretor da SKARenderWorks.

O mercado para softwares de CAM – Computer Aided Manufacturing cresce com a necessidade de se programar máquinas com 3 eixos ou mais

SKA-RenderWorks oferece desde junho, ao mercado brasileiro, a versão 11.75 do software EdgeCAM, produzido pela empresa inglesa Pathtrace, subsidiária da Planit Holdings plc. O produto chega com capacidade expandida de usinagem em 4 e 5 eixos, gerenciamento de dados CAD e gráficos aprimorados, além de programação de máquina mais rápida. “Uma nova versão do software é lançada a cada quatro meses”, afirma Siegfried Koelln, diretor da SKA-RenderWorks. Esta política de

A

O Mundo da Usinagem 23


Imagens cedidas pela SKA

Simulação de Usinagem 5 eixos.

constante aprimoramento do software parece agradar ao usuário, que necessita cada vez mais de software de CAM para elevar os índices de qualidade e produtividade. No mundo, já foram implementadas 40.000 licenças do software, das quais 760 estão no Brasil, instaladas em empresas dos mais variados portes e segmentos da indústria metal-mecânica. “Em 2005, registramos um crescimento

24 O Mundo da Usinagem

Torneamento Avançado com Puxadores de Barra.

de 85% nas vendas de EdgeCAM, e em 2006, este índice foi de 66%”, afirma o diretor. Koelln tem expectativas de mercado bastante positivas também para este ano, já que o mercado de CAM cresce fortemente influenciado pelo aumento nas vendas de máquinas-ferramenta modernas e complexas, que refletem investimentos das empresas na ampliação e modernização do

parque fabril. “O CAM possibilita a otimização do processo de usinagem, e as empresas têm consciência de que o investimento é necessário. O aumento do rendimento da máquina CNC paga o investimento em curto prazo”, observa o diretor. Máquinas multieixo cada vez mais complexas sugerem a necessidade de software de CAM fácil de usar e que sirva para diferentes necessidades de programação, de forma que se tire da máquina maior produtividade com menor custo operacional. Todavia, Koelln explica que mesmo para máquinas simples, o uso de um sistema CAM pode ser facilmente justificado em casos, por exemplo, de empresas que trabalham com um grande número de peças diferentes.

Sólido carregado no EdgeCAM Solid Machinist.

RECURSOS A versão 11.75 do EdgeCAM tem entre seus destaques uma


série de novas estratégias de desbaste em 5 eixos, otimizando a programação. Outras melhorias para operações de torneamento incluem um comando puxador de barras, que permite que o subspindle segure, reposicione e usine o componente como parte de um único ciclo. A usinagem 5 eixos foi expandida para suportar mais dois tipos de configurações de máquina: head/head de eixos interseccionados e não-interseccionados. Além disso, permite que o fresamento multiplano e de 5 eixos simultâneos sejam combinados em um único processo, acelerando a programação. Outra facilidade da nova versão está em permitir o carregamento direto e o processamento de arquivos STEP com associatividade ao caminho de ferramenta. Anteriormente, esta solução era possível somente através de dados de sólidos nativos. Melhorias de performance nos ciclos de desbaste e profiling permitem também que o cálculo de complexos

caminhos de ferramenta seja reduzido em até 50%. O usuário brasileiro do software conta ainda com uma facilidade adicional. Ele pode configurá-lo para a língua portuguesa. “A SKA-RenderWorks percebeu essa demanda crescente, principalmente no âmbito educacional e realizou a tradução do software para o português”, conta Koelln. INDEPENDÊNCIA O EdgeCAM funciona de forma totalmente integrada com os principais sistemas CAD do mercado, não exigindo qualquer tipo de filtro ou tradução de dados. Mesmo assim, incorpora um CAD – o EdgeCAM Part Modeler, uma ferramenta de modelagem 3D – projetada para construir ou editar modelos sólidos de forma simples e rápida – que visa beneficiar engenheiros de produção oferecendo uma ferramenta CAD de baixo custo e com associatividade ao arquivo de detalhamento. De Fato Comunicações

A SKA-RenderWorks, no mercado desde 1989, oferece softwares para projetos mecânicos e elétricos, geração de programas CN para manufatura e gerenciamento de documentos. Atualmente, é considerada uma das maiores empresas de software CAD e CAM da América Latina, com cerca de 80 funcionários. Com sede própria no Pólo de Informática de São Leopoldo (RS), possui escritórios regionais em Joinville (SC), Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG), Santa Bárbara d’Oeste (SP) e São Paulo (SP). Os produtos fornecidos pela SKA estão presentes em empresas, como Aker Kvaerner, Gerdau Açominas, Grupo WEG, Marcopolo, Mahle Metal Leve, Polimold, Romi, Tramontina, Weatherford e Zollern, entre outras.

O Mundo da Usinagem 25


GESTÃO EMPRESARIAL

MHZ Photo Designer

Inovação, Produtividade e Exportações em alta Mais que reduzir custos e aumentar a competitividade, a Caterpillar do Brasil é uma referência em termos de qualidade.

26 O Mundo da Usinagem

o mercado brasileiro, é a 15ª empresa em volume de exportações e a 5ª do Estado de São Paulo, além de ser uma referência para as demais 109 fábricas do grupo Caterpillar Inc. Instalada em Piracicaba (SP), a empresa vem investindo na modernização de seu parque fabril, que é composto, em sua maioria, por máquinas de grande porte. Há 18 meses, por exemplo,

N

entrou em operação uma máquina multi-tarefa de grande porte, importada do Japão. Após uma série de testes, que foram assessorados pela Pérsico, empresa especializada em suprimento de ferramentas e soluções para usinagem, a Caterpillar optou por ferramentar a máquina com o sistema modular e intercambiável Coromant Capto. “Esse sistema ofereceu melhor estabili-


CoroBore 820 mandrilando furo do chassis D-8.

dade à operação”, diz Cláudio M. Lemos, o Caiá, responsável pela área de usinagem dos tratores de rodas. Caiá aponta ainda outra característica do sistema que considera fundamental: a flexibilidade. “O Capto abre campo para se adaptar brocas, fresas e barras de mandrilar”, explica. Ele acrescenta que é muito fácil trocar as ferramentas, substituir brocas por fresas ou barras ou, se necessário, alterar o comprimento, com uso de extensões ou reduções, ou ainda aumentar o diâmetro. Marcelo J. Riquena, coordenador da área de pre set, concorda, citando, além da flexibilidade, também a rapidez no preparo das ferramentas. Na Caterpillar, as inovações

são consideradas uma necessidade, pois aumentar a produtividade é um objetivo permanente. Ao tomar conhecimento da ferramenta para mandrilamento CoroBore de três arestas, Caiá viu uma oportunidade para eliminar um problema freqüente na fábrica. “Aqui, usinamos muitos conjuntos soldados, peças de grande porte, como os chassis dos tratores, e numa das máquinas tínhamos muito problema de vibração, que gerava paradas de manutenção”, explica. Segundo o responsável pela área de usinagem, essa mandriladora serviu de máquina-piloto para a introdução da nova ferramenta. A partir dos bons resultados obtidos, a experiência foi transferida para outras máqui-

nas. A Caterpillar utiliza a CoroBore nos diâmetros de 101, 104, 121, 132, 172 e 214 mm. “Trabalhamos com uma projeção de reduzir o tempo de usinagem nessa operação em aproximadamente 196 h/ano em alguns centros de usinagem”, afirma. Hoje, seis máquinas já estão equipadas com a CoroBore. “Estamos replicando o uso deste ferramental com outros diâmetros para outros pontos de uso, buscando constantes otimizações e reduções de custos”, explica. Além de eliminar a vibração, a CoroBore trouxe vantagens adicionais. Como tem três arestas de corte – e não duas como a usada anteriormente – já de saída oferece ganho de 33% em termos de avanço. Caiá assinala ainda O Mundo da Usinagem 27


Chassis do D-8. À esquerda, pode-se observar melhor os furos mandrilados com a ferramenta CoroBore 820. Imagens MHZ Photo Designer

que, a partir da utilização da ferramenta, foi possível perceber que ela permitia avanços ainda maiores e, hoje, o ganho está na faixa de 50% a 60%, dependendo da peça a ser produzida e/ou da operação a ser realizada. Benefícios e vantagens obtidos com o sistema Capto e com a CoroBore abriram espaço para a introdução de outras ferramentas, como as fresas Long Edge (abacaxi) de 80 mm e 100 mm, que estão ferramentando três máquinas. Também estão sendo testadas brocas de metal duro. Caiá faz questão de deixar claro que a Caterpillar dá oportunidade a todos os fornecedo-

Cláudio Caiá, projetista da Caterpillar. 28 O Mundo da Usinagem

res de apresentar e testar seus produtos. “Se for testado e der resultado, poderá ser adotado”, afirma o comprador Valter S. Jovenazzo, da área de Compras Globais, lembrando que a Caterpillar mantém uma rede de fornecedores qualificados. “A concorrência é sadia e é grande no

mercado de ferramentas. Há muita oportunidade para o crescimento de todos”. Jovenazzo informa que o estreito relacionamento entre a CATERPILLAR e os fornecedores possibilita a identificação de oportunidades para alterar o processo de usinagem, reduzindo custos e aumentando a produtividade. João Carlos Fernandez, que na ocasião da entrevista ocupava o cargo de gerente de Compras Globais e hoje responde pela área de Nacionalização, lembra que quando a fábrica da Caterpillar ficava em São Paulo, a empresa produzia também motores e transmissões e o volume de consumo de ferramentas era muito maior. Com a transferência para Piracicaba, boa parte das operações de usinagem foi terceirizada.



Nesse momento, inclusive, a área de Compras se prepara para dar início a um programa para consolidar com os terceiros os melhores fornecedores de ferramentas, dispositivos e materiais indiretos. “Não basta fazer a terceirização, é preciso trabalhar junto a toda a cadeia produtiva, para que seja adotada a prática de comprar dos melhores fornecedores, para que a Caterpillar se beneficie de tecnologia, de qualidade, redução de custos, ampliando a nossa competitividade”, avalia.

Imagens MHZ Photo Designer

Valter Jovenazzo, da área de Compras Globais da Caterpillar.

UMA REGIÃO EM ASCENSÃO Antônio Carlos da Silva, diretor da Pérsico Ferramentas, conta ter, hoje, cerca de 500

clientes, sendo 230 ativos, acrescentando que a região entre Piracicaba e as proximidades de Ribeirão Preto no interior de São Paulo, tem se beneficiado pela retomada da agroindústria e concentra grande número de fabricantes de equipamentos para os setores de álcool combustível e biocombustível, segmentos em forte expansão. Mas não só, a região também compreende outros importantes pólos, como o de matrizaria e conformação de metais, em Limeira, e o de implantes médico-odontológicos, em Rio Claro. De Fato Comunicações

Caterpillar exporta para 120 países Com 52 anos de atividades no Brasil, a Caterpillar está instalada em Piracicaba (SP), em área de 170 mil m2 de área construída e área total de 3,8 milhões de m2. Nessa unidade são produzidos 28 modelos, entre escavadeiras hidráulicas, compactadores, carregadeiras de rodas, motoniveladoras, retroescavadeiras e tratoJackson Lovadine, vendedor técnico, Antonio Carlos Silva, res de esteiras, além de grupos geradores nas faixas diretor, Waldemar Cardoso, assistente técnico, todos da Pérsico, de 45 a 460 Kvas. Parte da produção é exportada padistribuidor autorizado Sandvik Coromant e Wagner Lima, gerente regional de vendas Sandvik Coromant ao lado de um trator de ra 120 países. No ano passado, o comércio externo renesteiras fabricado pela Caterpillar, em Piracicaba. deu US$ 1,1 bilhão. Com 4.900 funcionários, por três anos consecutivos tem sido considerada “uma das melhores empresas para se trabalhar no País”, segundo pesquisas da revista Exame, Great Place to Work e Valor Carreira. A fábrica brasileira é certificada em várias normas, como a ISO 9002, desde 1994; ISO 14.001, desde 2001; foi a primeira empresa brasileira a receber a certificação MRPII Classe A (1999) e é a única empresa na América Latina certificada com a Excelência Operacional (2000). Em 1999, a Caterpillar do Brasil recebeu o PNQ - Prêmio Nacional da Qualidade.

30 O Mundo da Usinagem



SUPRIMENTOS

Distribuidor, agente insubstituível

Caio Caruso

Uma das importantes áreas de decisão no desenvolvimento de negócios do segmento de bens de consumo industrial é a cobertura de mercado. Como atender bem ao mercado em toda a sua extensão por um custo viável?

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evolução de qualquer negócio está atrelada à intensidade da demanda e à capacidade de atendê-la. No caso de uma demanda concentrada em uma determinada região, por exemplo, as vendas sem intermediários costumam ser a melhor solução. Uma equipe própria de vendedores e assistentes técnicos pode facilmente cobrir um perímetro territorial compacto, sem onerar excessivamente os custos de

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administração e vendas, com o grande benefício de colocar o produtor próximo aos seus consumidores finais. Quanto mais curta a via de transferência de bens e serviços, entre quem produz e quem consome, mais direta é a percepção do nível de satisfação dos usuários finais. Isto facilita ao produtor a identificação de necessidades ou oportunidades de melhoria nos serviços tanto quanto dos produtos que possam levá-lo a participações de mercado progressivamente maiores. Por outro lado, se o território a cobrir é demasiadamente grande, o investimento necessário para se manter uma equipe numerosa, aliado aos custos de translado, para levar vendedores e assistentes técnicos da empresa até os pontos de atendimento, somados aos custos com fretes e transportes das mercadorias, podem tornar inviável o contato direto entre produtor e consumidor e é nesta situação que uma bem organizada rede de distribuidores torna-se estratégica.


Atualmente, a maioria das empresas trabalha com estruturas enxutas e fluxos de produção voltados para a máxima produtividade sob os mínimos custos possíveis. Para isso, estas empresas adotam métodos de produção racionais embasados em técnicas como a “lean manufacturing”. Esta técnica é sustentada por métodos de produção orientados por mapas de valor, melhoria contínua e foco em atividades estratégicas de agregação de valor. Deste modo, toda atividade de menos valia que puder ser terceirizada e todo custo que puder ser eliminado tornam-se alvo de atenções e ações corretivas. Entre os fatores críticos de sucesso de uma empresa estão os estoques, que devem ser eliminados ou, ao menos, minimizados. Esta necessidade contribui para a consolidação das entregas “just in time” ou “milk run”, ou seja, ao invés de se manter um estoque que atenda todo um mês de produção, por exemplo, o fornecedor deve subdividir as entregas. Só a quantidade necessária, no exato momento em que será utilizado um determinado insumo ou componente, deverá ser entregue ao usuário final. Ao invés de uma entrega maior, uma seqüência ininterrupta e variável de entregas deve ser feita diretamente à linha de produção, proporcionando fluxo produtivo adequado à demanda sem que ocorra falta ou excesso de insumos, garantindo, ao consumidor final, a possibi-

lidade de se trabalhar praticamente sem estoques. Muitas vezes este fornecedor deverá, além de entregar, cuidar da aplicação e responsabilizar-se pelos desdobramentos que o uso do seu produto acarretar no produto final de seu respectivo cliente. No caso dos fabricantes de ferramentas, o mercado abrange todos os estados industrializados do país onde quer que haja alguma máquina CNC (Comando Numérico Computadorizado) operando. Embora a maioria das indústrias de manufatura encontre-se nos estados do Sul e Sudeste, existem interessantes pólos manufatureiros em muitos outros estados do norte, nordeste e região central do Brasil. Cada uma destas diferentes regiões tem características de consumo próprias devido ao tipo de indústria, cultura regional, disponibilidade tecnológica, acessibilidade mercadológica e leis particulares à região. Assim, nenhum produtor do sudeste brasileiro, por exemplo, poderia entender e atender tão bem um cliente do nordeste quanto alguém que estivesse inserido no mesmo cotidiano. O grande desafio é, no entanto, desenvolver distribuidores comprometidos com a visão, missão, crenças, valores, metas e objetivos que possam sustentar os mesmos ideais e garantir idêntica magnitude à marca e desempenho de produtos e serviços tal qual a empresa que os desenvolveu o faria se atendesse ao mercado diretamente. O Mundo da Usinagem 33


Embora pareça difícil, tudo depende do quanto esta empresa esteja disposta a investir em treinamento, comunicação e políticas comerciais que possam compensar o esforço que seus distribuidores terão de fazer para atender todos os pré-requisitos de atendimento estabelecidos por ela. Confiança mútua é imprescindível nestes casos e confiança é algo que se consolida com o tempo, quanto maior o tempo de relacionamento mutuamente positivo maior a interação e a partilha de planos, metas e resultados. É improvável que alguma empresa possa atender tão bem um cliente que esteja longe de sua sede quanto um distribuidor

comprometido da mesma visão de negócios e que esteja a apenas alguns minutos deste cliente. Com estoques regionais, os distribuidores podem garantir segurança de entrega de itens que para a empresa matriz podem não ser prioritários, pois esta costuma ver o mercado como um todo. A flexibilidade do distribuidor possibilita entregas rápidas e em quantidades mínimas que seriam muito onerosas se a empresa se propusesse a fazer o mesmo. Os custos locais do distribuidor podem contribuir para que este estabeleça uma estrutura que viabilize treinamentos específicos às necessidades regionais, com assistência técnica dedicada e ven-

das adequadas às reais necessidades de cada cliente em particular. Estando mais próximo de seus clientes é usual que o distribuidor seja mais assíduo a um determinado cliente do que uma empresa a centenas, às vezes a milhares de quilômetros o poderia fazer. Quanto mais sólido e profissional for o relacionamento e o equilíbrio entre estas duas forças, mais lucrativos serão os negócios não só para a empresa e seus distribuidores como, sobretudo, para a razão da existência de ambos, os clientes. Francisco Marcondes Gerente de Marketing e Treinamento da Sandvik Coromant do Brasil



PONTODEVISTA

Os desafios do

seguro ambiental s disputas instauradas no governo em torno das emissões de licenças ambientais escondem o verdadeiro risco inerente ao conflito entre a necessidade de preservação do meio ambiente e os incentivos governamentais para incentivar o crescimento econômico, dos quais o PAC (Programa de Aceleração Econômica) é o mais relevante. Essa polêmica, porém, não traz à tona a necessidade de se proteger o patrimônio ambiental brasileiro e nem de longe abordam iniciativas que poderiam trazer um pouco de planejamento a essa área essencial não só à economia, mas à vida: um programa de gerenciamento de riscos voltado ao meio ambiente e a adoção de apólices de seguro ambiental, que poderiam garantir cobertura aos custos de reparação, facilitando o cuidado com áreas de preservação. O seguro de riscos ambientais com cobertura mais ampla hoje disponível para proteção ao meio ambiente foi lançado no Brasil em 2005, poucos anos depois de seu lançamento na Europa e cerca de uma década depois de ser lançado nos Estados Unidos. Porém, se

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36 O Mundo da Usinagem

compararmos o desempenho do mercado brasileiro com países mais desenvolvidos, concluímos que ainda há muito a ser feito. O seguro aqui disponível é uma modalidade de seguro de responsabilidade civil e movimentou aproximadamente US$ 10 milhões de prêmio (preço pago por quem compra o seguro) no Brasil em 2006. Nos Estados Unidos, o volume de prêmio em seguro ambiental, onde existem ainda mais tipos de coberturas, ficou próximo a US$ 2 bilhões no mesmo período. Se somarmos todos os prêmios de seguros de responsabilidade civil geral (não se restringindo às coberturas de poluição) emitidos no Brasil no ano passado, não chegamos a 10% do que se movimentou somente em prêmios de seguro ambiental nos Estados Unidos. Uma das principais dificuldades para se criar uma cultura de proteção ao meio ambiente no Brasil por meio do seguro é a falta de interesse por parte das empresas. Diferentemente de outros ramos, como o de mercadorias transportadas e de automóveis, o seguro ambiental não tem um benefício perceptível imediato



38 O Mundo da Usinagem

de ter alguma utilidade, porque as empresas mais responsáveis procurarão agir conforme a legislação. Há projetos de lei visando facultar ao órgão de licenciamento ambiental exigir seguro, se entender que um empreendimento gera risco, mas não se pode prever sua aprovação. Se aprovarem essa lei, o mercado conseguirá atender à demanda? Como seria a caracterização do seguro exigido para o cumprimento da lei? Que tipo de cobertura esse seguro iria contemplar? Em outras palavras, não é possível lançar nenhum produto dessa natureza sem nenhuma especificação técnica precisa. Para mudar essa situação, não há necessidade, por exemplo, de se criar novas leis. Tudo dependerá mais da correta aplicação das leis ambientais e de um trabalho de conscientização do consumidor potencial de seguro de riscos ambientais. Mauro Leite Marsh Corretora de Seguros Grupo Marsh & McLennan Companies Imagem cedida pelo autor

para as empresas. As suas conseqüências, na maioria dos casos noticiados foram sentidas por poucas empresas e comunidades, não sendo percebidas pelo grande público consumidor, por incrível que pareça. Além disso, muitas empresas não se sentem compelidas a cumprir com as obrigações com o meio ambiente, apesar de o Brasil ser um dos países mais avançados no que se refere às leis ambientais, pois as multas e penalidades impostas, na maioria das vezes, são irrisórias ou contornadas através de recursos legais. Mesmo no caso de punições mais significativas, a legislação permite que as empresas recorram ao judiciário ou façam acordos e termos de ajustamento de conduta (TAC), e que muitas vezes deixam de ser cumpridos. Por esses motivos, o mercado segurador não investe na criação de outros produtos na área ambiental porque não sabe se terá retorno. Como se trata de um produto de venda de ciclo demorado, na maioria dos casos, não se percebe o risco claramente, apesar do imenso perigo potencial. E entramos num círculo vicioso: não existe oferta de coberturas mais amplas e adequadas por parte das seguradoras porque não há demanda, ou não há demanda porque não há maior oferta de coberturas das seguradoras? Existem projetos de lei que tornariam obrigatória a aquisição de um seguro de meio ambiente. Essa obrigatoriedade po-



INTERESSANTESABER Ppdigital/morguefile.com

À medida em que as máquinas foram se tornando mais e mais complexas, surgiu a inevitável pergunta: é possível reproduzir a inteligência humana?

40 O Mundo da Usinagem

Inteligência Artificial F ilha direta da ciência mecânica do Renascimento, a busca da reprodução da inteligência humana tomou corpo com os avanços dos estudos matemáticos a partir do século XVII. No século XX, a grande figura envolvida com a Inteligência Artificial foi Alain Turing e seu computador Colossus, rapidíssimo em quebrar os códigos alemães emitidos pela máquina de codificação chamada Enigma, durante a 2ª Guerra Mundial. Mas é em 1956, exatamente, que ela passa a ser conhecida, quando um projeto de pesquisa originado durante uma conferência no Dartmouth College, EUA, mencionava pela primeira vez o termo “inteligência artificial”.

A partir de 1960, com a evolução dos computadores, os estudos de Inteligência Artificial recebem um grande impulso. Por algum tempo, muitos confundiam as habilidades de serviço dos computadores com “inteligência” mas logo tornou-se claro que o computador apenas e tão somente repete comandos determinados pelo homem, a verdadeira inteligência do circuito. Assim, ou se mudava o conceito de inteligência, aproximando-o da idéia de máquina, ou se definia melhor o que é inteligência. Por incrível que possa parecer, ainda não se tem uma definição satisfatória do que seja inteligência humana, o que torna mais complicado ainda discutir a sua re-



Ardelfin/morguefile.com

produção. Como pontos básicos temos que a inteligência se ancora na questão do conhecimento e da representação do conhecimento. No entanto, para que a inteligência produza conhecimento, devemos passar pelo território nebuloso da percepção. Os mecanismos da percepção – tanto de emissão quanto de recepção – têm merecido estudos abundantes e circunstanciados e, graças a eles, hoje se sabe que ambos sofrem profundo impacto das emoções, a ponto de se falar em “inteligência emocional”. Dessa maneira, como se chega ao conhecimento? Pela organização e manipulação de complexa rede de conceitos ou por meio da percepção? À medida que tais estudos avançam, sobretudo nas áreas de psicologia da percepção, linguística, antropologia da comunicação, neurociências, etc., os conceitos de Inteligência Artificial e as bases de sua pesquisa se alternam, 42 O Mundo da Usinagem

se contrapõem, são privilegiadas ou abandonadas. Recentemente se tem dado muita atenção aos estudos de redes neuronais e tradução automática de informações, sobretudo devido aos enormes progressos da neurociência e da ciência da computação. De maneira geral, uma certeza podemos ter: a Inteligência Artificial é considerada no âmbito das chamadas ciências cognitivas, que se afirmam como o espaço de construção da nova ciência das máquinas, dos comportamentos psíquico e biológico e das relações entre máquinas e comportamento humano (e vice-versa). Nesse sentido, as formas altamente simbólicas da cultura humana, como a linguagem e as estruturas de raciocínio e a filosofia, também são consideradas. As ciência cognitivas buscam explicar e simular os principais mecanismos da inteligência humana: percepção, raciocínio, linguagem, coordenação motora e



planificação. Por simulação entenda-se a escrita de programas de computador que reproduzem a maneira de pensar, falar e aprender do ser humano. De maneira geral, as pesquisas sobre Inteligência Artificial seguem três vertentes fundamentais: 1. A mais básica é aquela que estuda as redes neuronais e o conexionismo voltados para a capacidade dos computadores reconhecerem padrões e “aprenderem”. 2. Uma vertente muito desenvolvida é aquela ligada à robótica, em associação com a biologia, no intuito de construir máquinas que comportem vida artificial. . A mais ousada de todas as vertentes é a que usa a biologia molecular como trampolim para a construção da vida artificial. Vemos, portanto, que a nortear as pesquisas de Inteligência Artificial temos a engenharia do conhecimento como pilar de sustentação maior: são as máquinas capazes de raciocinar? A cognição em seus níveis básicos de percepção e controle motor já é plenamente dominada pela robótica. Tratar-se-ía agora de es-

tudar como formalizar teorias de “bom senso”, crenças, sentimentos e sensações, universo simbólico altamente complexo e a tudo codificar em linguagem que levaria a máquina a perceber seu meio ambiente e usar conceitos complexos para raciocinar e tomar decisões? Interessante acompanhar como as chamadas “Três Leis da Robótica”, criadas pelo escritor de ficção científica Isac Asimov, em 1950, servem hoje como parâmetro de aceitação de máquinas “inteligentes”: 1ª lei: um robô não pode fazer mal a um ser humano e nem, por inação, permitir que algum mal lhe aconteça. 2ª lei: um robô deve obedecer às ordens dos seres humanos, exceto quando estas contrariarem a primeira lei. 3ª lei: um robô deve proteger a sua integridade física, desde que com isto não contrarie as duas primeiras leis. O que era ficção científica há 50 anos hoje não é mais ficção: é ciência de fato. Equipe O Mundo da Usinagem

Para Saber Mais: G. BITTENCOURT, Inteligência Artificial, ferramentas e teorias, Editora da UFSC, Florianópolis,SC, 2002. S.RUSSEL e P. NORVIG, “Inteligência Artificial”, Editora Campus, 2004. R.A. RABUSKE, Inteligência Artificial, Editora da UFSC, Florianópolis, 1995.

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Ppdigital/morguefile.com

http://www.papociencia.ufsc.br/IA1.htm




Ligações perigosas Vendas de peças de origem desconhecida, por pessoas não-autorizadas, podem ocultar negócios vinculados a redes de crimes muito mais graves.

endas de peças de origem desconhecida, por pessoas não-autorizadas, podem ocultar negócios vinculados a redes de crimes muito mais graves. É o que sugere a investigação que a Polícia Federal está fazendo sobre os produtos apreendidos sem Nota Fiscal na região de Campinas. A comercialização de produtos piratas, que se generalizou no Brasil e no mundo, tem demonstrado, nos últimos anos, ser prática nociva não apenas do ponto de vista dos negócios. Além das perdas financeiras que acarretam na economia e dos problemas de qualidade e de segurança que podem trazer para

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Mastrângelo Reino

INTERESSANTESABER

notícias

quem se abastece nesses canais ilícitos, os negócios com produtos que não tenham comprovação de origem legalizada podem estar ligados a atos criminosos muito mais graves. É o caso, por exemplo, da apreensão recente feita pela Polícia Federal, de pastilhas e ferramentas Sandvik Coromant originais, sem Nota Fiscal, em um automóvel na região de Campinas, interior de São Paulo. Os produtos foram confiscados pelas autoridades em uma perseguição policial a bandidos ligados a uma quadrilha de assaltantes de bancos e foram retidos na Polícia Federal para averiguação, com base em inquérito aberto pelo

delegado Eldo Saraiva Garcia, da Delegacia de Crimes Fazendários, órgão que cuida de crimes relativos à tributação. Os lotes de pastilhas e ferramentas encontrados somam mais de 5 mil unidades e têm procedências e datas de fabricação diversas, que estão sendo identificadas pelos técnicos da Sandvik Coromant. “Os negócios feitos de maneira ilícita, sem Nota Fiscal, incriminam todos aqueles que se envolvem com eles, inclusive os compradores”, considera Francisco Marcondes, gerente de Marketing da Sandvik Coromant. Carmen Torres Jornalista O Mundo da Usinagem 47


Compartilhar desafios iz-se, normalmente, que o bom vendedor, de empresas responsáveis, não vende mais produtos” mas sim “soluções”, e que elas devem ser buscadas de comum acordo, no caso da usinagem, entre o fabricante da ferramenta e o cliente que a usa para produzir suas peças. Nada mais justo. Nada mais fácil, também, se tais soluções pudessem ser buscadas, em conjunto, desde o início do estabelecimento de um processo. No entanto, não é esse o caso em 95% das atuações e, a bem da verdade, isso não é um “erro” pois, à medida que os processos de fabricação se desenvolvem, que novas exigências e novas ferramentas surgem no mercado, é não apenas normal como desejável que os processos sejam alterados. O vendedor técnico que vende “soluções” – e bons resultados – e não apenas ferramentas, deve manter-se sempre informado sobre o andamento dos processos de seus clientes e saber sugerir o momento justo para intervir e colaborar para sua mudança. O “momento justo”, por seu lado, não é simplesmente técnico, ele também depende das prioridades do cliente. Nós sabemos que, hoje, não é a melhor ferramenta, a melhor máquina e o melhor profissional que as opera – elementos produtivos hoje acessíveis a todos – que produzirão o melhor resultado final, que combine tempo, custo e qualidade. O processo utilizado é, ele sim, o fio condutor entre o que se pretende e o que se obtém. Observamos, portanto, a enorme importância da percepção de funcionamento

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48 O Mundo da Usinagem

de todos os elos da cadeia produtiva, do perfeito entrosamento e entendimento do que vai pelo chão-de fábrica. De fato, quanto mais entusiasmo tiver o cliente em buscar uma diminuição de tempo e de custo, compartilhando suas idéias com o fornecedor de ferramentas, ou quanto mais cedo for detectado um problema, uma insatisfação que seja, mais rapidamente se poderá intervir para que, juntos, resolvam a questão. Nossa responsabilidade é a disposição de fazermos nosso o desafio do cliente. O cliente pro-ativo, por sua vez, sabe propor seus desafios e, também, reconhecer a importância daqueles que apresentamos. A responsabilidade compartilhada do desafio comum a ambos – cliente e fornecedor de ferramentas – é o verdadeiro comprometimento que gera a justa e desejada solução para a competitividade. Se você tem esse desafio. Fale conosco! José Edson Bernini Gerente Nacional de vendas Sandvik Coromant do Brasil

Adriana Elias

NOSSAPARCELADE

RESPONSABILIDADE


MOVIMENTO SANDVIK COROMANT - PROGRAMA DE TREINAMENTO 2007 Mês

TBU

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TBU - D- Técnicas Básicas de Usinagem (Diurno - 14 horas em 2 dias) TBU - N- Técnicas Básicas de Usinagem (Noturno - 14 horas em 4 dias - das 19h00 às 22h30) TFR - Técnicas de Furação e Rosqueamento com fresa de metal duro (14 horas em 2 dias) EAFT - Escolha e Aplicação de Ferramentas para Torneamento (21 horas em 3 dias) UMM - Usinagem de Moldes e Matrizes (28 horas em 4 dias) EAFF - Escolha e Aplicação de Ferramentas para Fresamento (21 horas em 3 dias) OUT - Otimização da Usinagem em Torneamento (28 horas em 4 dias) OUF - Otimização da Usinagem em Fresamento (28 horas em 4 dias) TUCAS - Tecnologia para Usinagem de Componentes Aeroespaciais e Superligas (14 horas em 2 dias) TGU - Técnicas Gerenciais para Usinagem (21 horas em 3 dias)

OUF

TUCAS

TGU

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Nov Dez

OUT

05, 06 e 07


O MUNDO DA HGF Comunicação

DICASÚTEIS

USINAGEM

O leitor de O Mundo da Usinagem pode entrar em contato com os editores pelo e-mail: omundo.dausinagem@sandvik.com ou ligue: 0800 770 5700

FALE COM ELES Caterpillar (19) 3429 2100 Eleb (12) 3935 5324 Francisco Marcondes: (11) 5696 5424 José Edson Bernini: (11) 5696 5580 Laércio Batelochi: (19) 3881 9273 MAN Ferrostaal: (11) 5522 5999 Mauro Leite: (11) 3741 1441 Nivaldo Coppini (19) 9783 4457 SKA: 0800 510 2900 CORRIGENDA: O Telefone da Zoeller cujo representante no Brasil é a Bermat é (11) 6098 4244 e não o que foi publicado na revista O Mundo da Usinagem nº 37.

SANDVIK COROMANT - DISTRIBUIDORES ARWI Tel: 054 3026 8888 Caxias do Sul - RS ATALANTA TOOLS Tel: 011 3837 9106 São Paulo - SP COFAST Tel: 011 4997 1255 Santo André - SP COFECORT Tel: 016 3333 7700 Araraquara - SP COMED Tel: 011 6442 7780 Guarulhos - SP CONSULTEC Tel: 051 3343 6666 Porto Alegre - RS COROFERGS Tel: 051 2112 3333 Porto Alegre - RS CUTTING TOOLS Tel: 019 3243 0422 Campinas - SP DIRETHA Tel: 011 6163 0004 São Paulo - SP ESCÂNDIA Tel: 031 3295 7297 Belo Horizonte - MG FERRAMETAL Tel: 085 3287 4669 Fortaleza - CE GALE Tel: 041 3339 2831 Curitiba - PR CG Tel: 049 3522 0955 Joaçaba - SC HAILTOOLS Tel: 027 3320 6047 Vila Velha - ES JAFER Tel: 021 2270 4835 Rio de Janeiro - RJ KAIMÃ Tel: 067 3321 3593 Campo Grande - MS MACHFER Tel: 021 2560 0577 Rio de Janeiro - RJ

MAXVALE Tel: 012 3941 2902 São José dos Campos - SP MSC Tel: 092 3613 2350 Manaus - AM NEOPAQ Tel: 051 3527 1111 Novo Hamburgo - RS PS Tel: 014 3312 3312 Bauru - SP PS Tel: 044 3265 1600 Maringá - PR PÉRSICO Tel: 019 3421 2182 Piracicaba - SP PRODUS Tel: 015 3225 3496 Sorocaba - SP RECIFE TOOLS Tel: 081 3268 1491 Recife - PE REPATRI Tel: 048 3433 4415 Criciúma - SC SANDI Tel: 031 3295 5438 Belo Horizonte - MG SINAFERRMAQ Tel: 071 3379 5653 Lauro de Freitas - BA TECNITOOLS Tel: 031 3295 2951 Belo Horizonte - MG THIJAN Tel: 047 3433 3939 Joinville - SC TOOLSET Tel: 021 3884 0606 Rio de Janeiro - RJ TRIGON Tel: 021 2270 4566 Rio de Janeiro - RJ TUNGSFER Tel: 031 3825 3637 Ipatinga - MG

ANUNCIANTES NESTA EDIÇÃO O Mundo da Usinagem 38 Abimei. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 Agie-Charmilles. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05 e 37 Arwi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Blaser . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 Deb’Maq . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 Dynamach. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Ergomat . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09 Esab . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Grob . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Haas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Hanna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 HEF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 IDS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 IGM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 Intertech . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Kabelschlepp. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Kone . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 MachSystem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Mazak . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 Meggatech . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 Mori Seiki . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Powermaq. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Romi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Sandvik Coromant . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 Selltis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 02 SKA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 Stamac . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 TAG . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Unimep . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 Vitor Buono . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

SANDVIK COROMANT - Atendimento ao cliente 0800 559698 50 O Mundo da Usinagem



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