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Dando asas ao que se deve

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esta nos 500 anos do Brasil? Sim e não. Depende de quem responde à pergunta: os povos indígenas Kaiapó (MA), Xavante (MT), Karajá (TO), Mehinaku (MT), Krikati (MA) e Guarani (SP) estiveram nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, em abril, para deixar claro que não tinham o que coMaria Carolina Bottura memorar e sequer foram convidados para as solenidades oficiais que aconteciam nos quatro cantos do país. E o fizeram dançando e cantando para “os povos da cidade”, tentando sem rancor nem raiva “um novo contato que pudesse viabilizar alianças e compromissos para o futuro”. Mas onde a Sandvik Coromant entra nisso tudo? Simples: por não fugir da responsabilidade que todos têm em relação à história e aos diferentes matizes da cultura brasileiros, ela patrocinou o evento realizado por esses grupos, que se chamou Rito de Passagem - Canto e Dança Ritual Indígena, do lado de fora da Mostra do Redescobrimento, em São Paulo (SP). Da questão indígena à alta tecnologia é um pulo para uma empresa acostumada a promover o ser hu-

mano à sua condição mais digna e saudável possível — como mostram as matérias da página 25, “Onde a excelência do produto vale tanto quanto a qualidade de vida”, que fala das ações em curso na ZF do Brasil, de Sorocaba (SP), das quais ela tem participado exatamente com este propósito, e da página 20, “Pastilhas usadas são recicladas. E não só a natureza agradece”, sobre um projeto que desenvolveu com a ArwinMeritor, de Osasco (SP) — tanto quanto o avanço da tecnologia de usinagem, que permitiu à Volvo passar a produzir em Pederneiras (SP) máquinas que até bem pouco tempo eram fabricadas apenas no Canadá e mudar radicalmente sua própria história, que está na página 15 sob o título “Volvo inicia a produção de motoniveladoras no Brasil”. Se os povos indígenas se negam a manter a riqueza de suas culturas e tradições confinadas dentro dos domínios de suas aldeias, e fazem muito bem, não há de ser a Sandvik Coromant que vai ver indústrias metal-mecânicas sucumbirem diante da falta de produtividade e competitividade de suas operações de usinagem. Para tanto ela continua desenvolvendo e distribuindo soluções de usinagem mundo afora. E os artigos técnicos desta edição são apenas uma pequena amostra disso.

REPORTAGEM

Competitividade, sim. Mas sem esquecer o homem e o meio ambiente -------- 15

ARTIGOS TÉCNICOS

Usinar bons furos com rapidez é difícil? Não. Isso é mito ------------------------------- 7 Voando mais alto com ferramentas e métodos de usinagem modernos --------- 11 Peças, clientes e materiais diferentes, lotes pequenos... e muito sucesso ----- 29

SEÇÕES Página do Presidente .......................3 Notas & Novas .................................. 4 Destaques ...................................... 32 Entre em Contato .......................... 33 7 – Cai definitivamente o mito de que é difícil produzir furos de boa qualidade com rapidez, custo baixo e boa qualidade 2 _ O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000

11 – As máquinas parecem estar voando depois que métodos de usinagem e ferramental são otimizados

29 - Indústrias que fazem usinagem para terceiros enfrentam problemas? Que não seja pela falta de boas ferramentas


O estímulo também vem deles

SANDVIK DO BRASIL Diretor-Presidente: José Viudes Parra DIVISÃO COROMANT Diretor: José Viudes Parra Gerente de Negócios: Claudio José Camacho Gerente de Marketing e Treinamento: Francisco Carlos Marcondes Coordenadora de Marketing: Heloísa Helena Pais Giraldes Assistente de Marketing: Cibele Aparecida Rodrigues dos Santos Editora: Maria Carolina Bottura Tradução: Vera Lúcia Natale Editoração Eletrônica: Adilson A. Barbosa Fotografias: Izilda França Moreira e Studio Amat Fotolito: Studio Quatro Fotolito Digital Gráfica: Fotoline Gráfica e Fotolito CORPO TÉCNICO (DIVISÃO COROMANT) Gerente Regional do Departamento Técnico: José Roberto Gamarra Especialista em Fresamento: Marcos Antonio Oliveira Especialista em Capto & CoroCut: Francisco de Assis Cavichiolli Especialista em Torneamento: Domenico Carmino Landi Especialista em Furação: Dorival Aparecido da Silveira Especialista em Torneamento: Antonio José Giovanetti Especialista em Die & Making: João Carosella e-mail da revista: omundo.dausinagem@sandvik.com SAC (Departamento Comercial): (11) 5525-2743 Atendimento ao Cliente: 0800 55 9698

mundo da tecnologia vive encontrando novas soluções para antigos problemas e para aqueles que a evolução dela própria vai tornando evidentes. Muitas vezes já se indagou até onde a ciência vai chegar e inclusive há quem considere exagerada a dedicação do homem a desenvolvimentos tecnológicos em detrimento dos valores espirituais. Não é bem assim, porém. Aliás, não é nem um pouco assim. Neste momento os olhos do mundo se voltam para os jogos olímpicos e também se faz a pergunta sobre até que ponto o corpo humano vai se superar e derrubar limites de tempo, peso, distância, força... No mundo da tecnologia os laboratórios de pesquisa e o pessoal de campo das indústrias vivem uma atividade ininterrupta para chegar ao que o mercado consumidor quer — e ele quer a cada dia mais e melhores produtos. Da mesma forma que no mundo dos esportes, as descobertas e os avanços industriais tendem a aproveitar a todos, indistintamente, e uma vez colocado um novo produto à disposição do mercado, sua tecnologia passa a ser o próximo degrau a ser ultrapassado por aqueles que a lançaram e pelas outras indústrias que também disputam a preferência dos consumidores. Em ambos os mundos — industrial e esportivo —, a obtenção do primeiro lugar tem tanto mais valor quanto mais tenha se esforçado para atingí-lo aquele que está em segundo. E tais esforços acabam sendo um dos mais significativos incentivos para que quem já detém o primeiro lugar vá ainda mais além, não só preservando sua conquista como também a enriquecendo com melhorias e aperfeiçoamentos. O ideal olímpico é participar das disputas ainda que o triunfo da conquista pareça impossível — vale muito ter lutado bem. Prevalece o fair play como regra de disputas saudáveis que engrandecem não apenas os competidores, mas também satisfazem e emocionam as pessoas que os estejam assistindo. E esta é também uma das mais importantes semelhanças entre os mundos esportivo e industrial: em sua busca por posições mais confortáveis no mercado, as indústrias jamais podem se esquecer que são os consumidores quem mais devem ser beneficiados com isso. A Sandvik Coromant tem olimpicamente honrado esta regra.

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Sandvik do Brasil S.A. Divisão Coromant Av. das Nações Unidas, 21.732 Jurubatuba - São Paulo - SP CEP 04795-914

José Viudes Parra Diretor-Presidente

O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000 _ 3


Eles vieram de suas tribos para cantar sua história ao povo da cidade

Os índios Mehinaku e Xavante (ao lado), e os dos povos Kaiapó, Krikati, Guarani e Karajá, apresentaram o Ritual de Passagem em São Paulo e Rio de Janeiro com o patrocínio da Sandvik Coromant

m grande espetáculo de colorido vivo, músicas, danças e rituais. Mas nem tudo era festa e alegria: os grupos indígenas Mehinaku e Xavante (MT), Karajá (TO), Kaiapó (PA), Guarani (SP) e Krikati (MA) saíram de suas aldeias para os locais onde eram comemorados os 500 anos do descobrimento do Brasil nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro para, “sem rancor, sem raiva”, mostrar parte da sua herança cultural. “Não viemos comemorar nada”, dizia a carta que entregaram aos pre-

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sidentes de Brasil e Portugal, Fernando Henrique Cardoso e Jorge Sampaio, que abriram a Mostra do Redescobrimento em São Paulo, em abril. “E nem fomos convidados para vir aqui”, disseram depois. O evento, chamado Rito de Passagem – Canto e Dança Ritual Indígena, foi realizado como contraponto às comemorações dos 500 anos do Brasil pela organização não-governamental Instituto de Desenvolvimento das Tradições Indígenas (Ideti) com o patrocínio da Sandvik Coromant e outras empresas. “Os po-

vos indígenas vêm para mostrar que a diversidade de cultura é uma riqueza que pode nos diferenciar de outros países, que pode apontar novas perspectivas de vida e de progresso”, disseram os representantes do Ideti. Dançando e cantando no estacionamento do Museu de Arte Moderna (MAM), em São Paulo (SP), os seis grupos se apresentaram gratuitamente “para os outros povos que chegaram ao país depois de nós, que somos a sua origem”, com adornos e pinturas, mas, principalmente, com o “objetivo de abrir um espaço de contato com a força e a beleza das tradições indígenas, numa estratégia de aproximação com o povo da cidade, criando alianças e compromissos para o futuro”. Na carta entregue aos presidentes de Brasil e Portugal, os índios dizem que aquela não era a sua comemoração, referindo-se aos eventos oficiais pelos 500 anos do Brasil. “Apesar de toda a distância e dificuldade viemos porque temos o que falar com vocês. Estamos aqui para fazer um novo contato”. E a Sandvik Coromant fez questão de contribuir para que este contato fosse possível.

Vem aí o 20º Enegep. E a Sandvik estará junto, promovendo a produção

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le nasceu há 20 anos para que pesquisadores, professores e estudantes se reunissem para discutir e se informar sobre temas da engenharia de produção, mas foi se transformando em um grande fórum onde comparecem também empresários, consultores, engenheiros, administra-

dores e outros profissionais ligados à indústria. É o Enegep, ou Encontro Nacional de Engenharia de Produção, que já está na sua vigésima edição e vai ser realizado, juntamente com a 6ª International Conference on Industrial Engeenering and Operations Management, no Departamento de Engenharia de

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Produção da Escola Politécnica da USP, em São Paulo (SP), no período de 30 de outubro a 1° de novembro. A Sandvik Coromant, é claro, é sua patrocinadora. Neste ano o tema central do Enegep e da conferência — Desenvolver Competências para a Produção


Internacional: perspectivas para países emergentes — vai colocar em evidência questões como gestão de operações internacionais e de cadeias de suprimento globais, desenvolvimento de produtos na economia globalizada e de competências locais para a manufatura internacional, aprendizagem organizacional e compartilhamento de conhecimentos. Tudo por meio da apresentação de trabalhos de brasileiros e estrangeiros em sessões plenárias, mini-cur-

sos e seminários. Uma parte dos eventos será transmitida por satélite para salas de videoconferência de universidades brasileiras. O comitê organizador dos eventos divulgou notas à imprensa em que afirma que o objetivo do Enegep e da conferência internacional é a criação de fóruns para a discussão de temas relacionados com o atual processo de globalização dos mercados e da produção, seus impactos sobre países emergentes,

em especial o Brasil e a América Latina, e o novo papel e a nova arquitetura da engenharia de produção e da gestão de operações. As inscrições para o Enegep/ Conferência podem ser feitas pelo telefone (11) 3818-5363, ramal 449, e no site www.enegep.usp.br, onde também há mais informações sobre os eventos, inclusive sua programação e trabalhos que serão apresentados por especialistas brasileiros e estrangeiros.

Feiras no Sul: disseminando tecnologias e dinamizando o mercado

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região sul do país esteve especialmente agitada no terceiro trimestre deste ano: lá, nas cidades de Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS), realizaram-se a Expomac – 13ª Feira Sul-Brasileira da Indústria MetalMecânica/SulconParte da linha de ferramentas e dispositivos da Sandvik Coromant que foi exposta trata - 29ª Feira de na Expomac/Sulcontrata e na Febramec Subcontratação Inum dos mais expressivos, com 100 EFEP, na Febramec a maior produstrial e a Febramec – 8ª Feira metros quadrados e a presença dos cura foi por soluções envolvendo Brasileira da Mecânica, respectivadistribuidores autorizados das fertecnologia moderna voltada para mente nos períodos de 8 a 12 de ramentas Coromant que atuam na usinagem de desbaste e acabamenagosto e de 28 de agosto a 1° de região, as empresas Gale, GC, Thito de peças industrias e sua precisetembro. jan, Repatri e FS. A Febramec teve são. A Febramec, até agora realiOs resultados de ambas compro25 mil visitantes e 185 expositores zada a cada dois anos, passará a vam a tendência de descentralizae nela a Sandvik Coromant se desser anual e em 2001 será realizada ção das indústrias e da produção, tacou em um estande de 20 metros em Caxias do Sul. que se deslocam de São Paulo — quadrados onde se apresentaram A empresa Diretriz Empreendisabidamente o Estado mais industambém seus distribuidores autorimentos, promotora da Expomac, trializado do país — para outras zados Arwi, Consultec e FS. Nos que é ocorre de dois em dois anos, “praças”, notadamente para o Sul. dois eventos Sandvik Coromant reestima que esta edição da feira e O público da Expomac/Sulcontracebeu consultas de um total de da Sulcontrata, promovida pela ta girou em torno 40 mil pessoas 4.445 visitantes interessados em Bolsa de Negócios/Subcontratação atraídas pelos cerca de 250 exposua linha geral de ferramentas. de Santa Catarina, movimentaram sitores que lá mostraram seus proSegundo nota divulgada pela mais de R$ 30 milhões. dutos, e a Sandvik Coromant era O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000 _ 5


Sandvik Coromant patrocina congresso e participa de feira em São Paulo

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Sandvik Coromant foi citada 12 vezes como patrocinadora, doadora ou fornecedora de ferramentas utilizadas nos processos de usinagem abordados por cinco conferencistas que apresentaram trabalhos no Usinagem 2000, sem contar as citações feitas nas palestras de dois de seus funcionários, o que comprova a sua condição de fabricante de ferramentas que mais apóia os estudos, pesquisas e desenvolvimento de aplicações práNo congresso, José Roberto Gamarra falou sobre ticas para que a usinagem no Braos novos desenvolvimentos da Coromant e sil seja um processo em que se também das classes e novas geometrias recémusam produtos de alta tecnologia. lançadas, como a pastilha Wiper, cujo raio de Realizado em conjunto com ponta foi modificado para permitir o dobro do avanço e o mesmo acabamento da uma feira técnica, o próprio conferramenta anterior ou duas vezes melhor se gresso contou com o patrocínio a faixa de avanço não for alterada, e o da Sandvik Coromant para levar sistema modular Coromant Capto (nas informações sobre processos de fotos), que reduziram ao mínimo o tempo usinagem e temas correlatos a de máquinas paradas para ajustes e troca de ferramentas quase 400 profissionais da área. Em um estande de 64 metros quae novos desenvolvimentos para usiO evento foi realizado pela Arandrados, especialistas e técnicos da nagem e padronização de procedida Eventos em São Paulo (SP), no Sandvik e de seus distribuidores aumentos para elaboração de procesPalácio de Convenções do Anhemtorizados Atalanta, Cofast, Comed sos, respectivamente. Os interessabi, no período de 19 a 21 de see Diretha mostraram ferramentas e dos em receber cópias das palestembro, e teve também cerca de dispositivos para usinagem da litras proferidas pelos especialistas 120 estandes onde estavam exposnha Coromant . No congresso, José da Sandvik Coromant podem fazer tos produtos de 1.862 empresas, Robero Gamarra, gerente técnico, suas solicitações tanto por e-mail incluídas aí as companhias estrane João Carosella, especialista em (omundo.dausinagem@sandvik.com) geiras cujos produtos são comerDie & Making, da Divisão Corocomo por fax — (11) 5525-2775 — cializados no país por representanmant da Sandvik do Brasil, falaram devidamente endereçado ao departes locais. Segundo a Aranda, a sobre novas classes de metal duro tamento de marketing da empresa. feira recebeu 3.320 visitantes.

O Mundo da Usinagem está no CIMM Desde a sua primeira edição deste ano a revista O Mundo da Usinagem está disponível no site do Centro de Informação Metal-Mecânica (CIMM), que acrescentará as novas edições tão logo elas entrem em circulação na versão em

papel. Para acessá-las o leitor deve entrar no site www.cimm.com.br e escolher a janela Publicações no link Ensino/Publicações, que aparece na página de abertura do site, e, a seguir, a opção Revista: O Mundo da Usinagem, escolhendo então

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a edição que deseja ler. A Divisão Coromant da Sandvik é patrocinadora do CIMM, que disponibiliza também o catálogo completo dos seus produtos.


Usinar bons furos com rapidez é difícil? Não. Isso é mito Quando as pastilhas intercambiáveis e a furação com brocas para furação curta entraram no mercado na última metade dos anos 70, as velocidades dos fusos das máquinas foram elevadas e as forças de avanço necessárias baixaram para cerca da metade das usadas com brocas helicoidais. Era o início da desmistificação da furação como um processo difícil, que prosseguiu quando surgiram as brocas atuais, aliando a produção de furos com altas taxas de penetração, boa qualidade e bom escoamento de cavacos para fora da aresta de corte mesmo que o material seja um aço inoxidável ou um aço baixo-carbono. Agora, uma usinagem longa sem interrupções e com vida útil de 10-12 metros por jogo de aresta de corte não só é possível como leva à redução dos custos de produção e ao aumento da produtividade. E o mito acabou definitivamente. entro do espectro da engenharia de manufatura ninguém contesta o fato de que a furação é a operação de corte mais amplamente usada. E da mesma forma não há quem não concorde que provavelmente ela ainda seja uma das que mais são realizadas com ferramentas desatualizadas. Esse estado de coisas é, a um só tempo, causa e efeito das dificuldades contra as quais as indústrias se debatem para produzir furos de forma otimizada e com boa qualidade, seja qual for o material da peça. Nada difícil de ser resolvido, porém.

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Use a experiência para controlar o processo de furar Como a aresta de corte não é vista durante a furação, o único meio de se determinar sua performance é aplicar alguma forma de detecção, como, por exemplo, monitorar a força de avanço, o torque ou a potência. Se o monitoramento não for possível, a única solução que resta é inspecionar a broca no fim do ciclo, mas aí o Este artigo foi produzido pela equipe técnica da AB Sandvik, Divisão Coromant (Suécia).

A aplicação correta de uma broca intercambiável moderna com um adaptador ajustável, quando necessário, proporciona uma usinagem longa e sem interrupções com alta produtividade e precisão O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000 7


rante a usinagem são alguns indicadores importantes de como a operação está progredindo e se os parâmetros corretos estão sendo aplicados”. O especialista sênior da Sandvik jamais despreza os conhecimentos adquiridos na prática. Aliás, para justificar isso ele gosta de contar que certa vez um engenheiro experiente lhe disse que a engenharia não é uma ciência ou uma arte absoluPaul Dangerfield, especialista sênior do tamente precisa e que pode departamento de furação da Sandvik ser definida apenas por meio Coromant da Suécia de fórmulas, mas, sim, feita de experiências para se desenvolver processo já se completou, de maneihabilidades, ou seja, métodos e cora que se o furo não atende às espenhecimentos acumulados ao longo de cificações, nada ou muito pouco um certo período de tempo. pode ser feito para que a peça não “Eu sempre achei que essa aborseja rejeitada pelo controle da quadagem se aplica à usinagem de fulidade. Este “desconforto”, digamos ros e que é justamente por isso que assim, não existe nas operações de a experiência e a teoria da furação, torneamento e fresamento, em que combinadas, podem ajudar na solua performance da ferramenta e o ção da maioria das aplicações com controle de cavacos podem ser insas quais nos deparamos”, afirma ele, tantaneamente avaliados e qualquer acrescentando que quanto ao que diz melhoria com relação aos dados de respeito às ferramentas e às máquicorte pode ser feita antes do fim do nas “isso é até mais importante no ciclo. avançado mundo tecnológico de “Estar fora do campo de visão é hoje”. algo que mistificou as operações de Dangerfield busca na história da furação”, explica Paul Dangerfield, usinagem de furos a confirmação especialista sênior do departamento das suas afirmações. “Quando se de furação da Sandvik Coromant da olha para trás vê-se que houve muiSuécia, “e esta mistificação ampliouto pouco progresso desde a metade se na medida em que as técnicas de do século dezenove em diante”, diz. furação foram se modernizando e E vai enumerando o que se passou: atingindo altas taxas de penetração”. “As brocas do tipo espada e as heliEstar fora do campo de visão humacoidais tiveram desenvolvimentos no, porém, não significa que a monieventuais e depois vieram as brocas toração do processo está fora de alde aço rápido, mas não houve uma cance, segundo Dangerfield, “pois a quebra completa das convenções até forma, as condições e a cor dos caa última metade dos anos 70, quanvacos escoados de dentro do furo du8 O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000

do a Sandvik Coromant introduziu pioneiramente no mercado as pastilhas intercambiáveis e a furação com as brocas T-MAX U para furação curta, o que teve um efeito tão profundo sobre os métodos e a performance deste processo que o revolucionou”.

Baixas forças de avanço com muito maior penetração Ele não está exagerando. Permitindo que se praticassem taxas de penetração quase dez vezes maiores que as usadas com as brocas helicoidais, as brocas com pastilhas intercambiáveis proporcionaram um impulso suficientemente grande para colocar a furação em pé de igualdade com as operações de torneamento e fresamento em máquinas NC. Só para se ter uma idéia basta dizer que operando-se com velocidades de fusos mais elevadas, as forças de avanço foram reduzidas para cerca de metade em comparação com as brocas helicoidais. “Desde então, a broca com pastilhas intercambiáveis passou por um desenvolvimento tão considerável que hoje é uma ferramenta muito diferente daquela inicialmente criada pela Sandvik”, diz o especialista, para quem provavelmente a mudança mais aparente é que as primeiras brocas tinham canais retos e as de hoje possuem canais helicoidais, “um fator decisivo para que se desenvolvesse um escoamento mais eficaz de cavacos”. Quando começou a trabalhar na Sandvik Coromant, em 1977, Dangerfield se identificou fortemente com a então recém-introduzida maneira de furar usando pastilhas intercambiáveis. “Eu entrei para trabalhar no de-


Pioneira na furação com pastilhas intercambiáveis nos anos 70, a broca T-MAX U teve um grande impacto sobre a performance da usinagem de furos em comparação com as brocas de HSS (abaixo)

partamento de assistência técnica aos usuários das primeiras brocas”, conta ele, lembrando que naquele tempo o maior mérito das novas ferramentas era o fato de que elas podiam produzir furos em um tempo muito menor que o alcançado com outras ferramentas. “Mas o acabamento superficial era quase igual ao que as brocas helicoidais produziam e por isso as barras de mandrilar e os alargadores permaneciam em uso, principalmente para furos com maior exigência quanto ao acabamento superficial e a tolerâncias estreitas”.

O mercado quis mais velocidade e qualidade Agora as exigências das indústrias já são bem diferentes: não é mais suficiente apenas produzir um furo de modo rápido e com altas taxas de penetração — as brocas atuais têm que proporcionar níveis satisfatórios de retilineidade, acabamento superficial e tolerância. Para se chegar a isso com uma broca com pastilhas intercambiáveis e tecnologia standard é necessária a abordagem de dois passos: a broca tem de ser capaz de proporcionar alta qualidade e bom escoamento de cavacos.

brocas e nas de agora têm formato de espiral. O especialista diz que a remoção de cavacos do furo que está sendo usinado foi o principal critério para as primeiras brocas fabricadas para trabalhar a altas taxas de penetração. “Qualquer tropeço nesse sentido levaria a problemas em um curto espaço de tempo, e, por isso, a Sandvik Coromant só introduziu o canal helicoidal quando obteve a certeza de que ele podia ter longo alcance e um ótimo escoamento dos cavacos, ao mesmo tempo, sem comprometer a rigidez da broca, mantendo sua estabilidade”. As modernas brocas Coromant U têm esta característica importante — os furos para refrigeração acompanham o desenho dos canais helicoidais, possibilitando que o espaço para os cavacos possa ser produzido de modo mais profundo em direção à linha de centro da broca. Tal formato permite que até cavacos mais difíceis possam ser escoados sem interferência na superfície do furo que está sendo usinado. “Uma vez garantido um escoamento confiável de cavacos, as velocidades de corte podem ser elevadas ainda mais com o uso das modernas classes de metal duro, as quais, combinadas com faixas de avanço mo-

O transporte de cavacos para fora da aresta de corte sempre foi um fator de extrema importância na furação e o que se espera das brocas de hoje é que elas façam isso de uma maneira que não prejudique a qualidade do furo. Se os cavacos entupirem os canais da broca ela pode ficar desbalanceada. Isso quer dizer que além dos cavacos terem de ser formados de modo correto seu escoamento tem de ocorrer de forma a não causar danos à superfície da peça. Este é o caminho para se conseguir garantia de qualidade na moderna furação com altas taxas de penetração, segundo Dangerfield. Esta afirmação nos remete ao desenvolvimento dos canais, anteriorO desenho do canal das brocas Coromant U garante um mente mencionaescoamento confiável de cavacos mesmo quando se do, que eram re- tratam de cavacos longos de materiais como aços tos nas primeiras inoxidáveis e aços baixo-carbono

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O ajuste radial das brocas intercambiáveis as torna ferramentas de precisão e eficazes na remoção de metal. O adaptador ajustável para brocas rotativas permite o ajuste preciso da aresta de corte e a variação do diâmetro nominal da broca

deradas, permitem o escoamento até mesmo de cavacos longos ou pastosos, o que é particularmente vantajoso quando se tratam de materiais difíceis como os aços inoxidáveis e os aços baixo-carbono”.

Brocas balanceadas e arestas bem ajustadas Em sua condição balanceada, a broca pode ser precisamente ajus-

tada para que sejam obtidas tolerâncias estreitas e um acabamento superficial de alta qualidade, segundo Dangerfield, que diz que a broca estacionária com pastilhas intercambiáveis pode ser deslocada radialmente, proporcionando furos com diâmetros diferentes dos nominais e

com altos níveis de precisão, enquanto que as brocas rotativas podem ser fixadas em adaptadores que permitem o ajuste preciso da aresta de corte. “A aplicação apropriada e correta da broca intercambiável moderna na maioria dos materiais assegura que os cavacos sejam escoados de forma aceitável e, além disso, resulta em uma usinagem longa sem interrupções com uma vida útil de 10-12 metros por jogo de aresta de corte”, ressalta o especialista da Sandvik. É evidente que isso exerce um profundo efeito sobre a redução dos custos de produção ao mesmo tempo em que aumenta a produtividade.

O que é básico para se chegar a uma furação bem-sucedida... o alinhamento da máquina tem de ser preciso certifique-se de que a estabilidade da máquina, da ferramenta e do dispositivo de fixação são boas cheque se a potência, a for-

ça de avanço e o torque disponíveis são adequados verifique se a pressão e a vazão do líquido refrigerante são suficientes selecione a ferramenta adequada e aplique-a corretamente

troque o parafuso de fixação da pastilha na broca regularmente estabeleça a melhor combinação entre a velocidade de corte mais alta e a faixa de avanço adequada para o escoamento dos cavacos

... e medidas adicionais para otimizá-la, segundo Dangerfield estabeleça uma vida útil seguramente predeterminada com a melhor classe de pastilha disponível use um diâmetro mínimo e siga a sobreposição recomendada estabeleça faixas de avanço reduzidas para furos em superfícies irregulares, esféricas e angulares ou se o furo não for em cheio ou atravessar outro furo

esteja ciente da versatilidade de brocas com pastilhas intercambiáveis para várias operações, desde a remoção eficaz de grandes quantidades de metal até a usinagem não-convencional de furos de precisão considere a adequação do tipo da ferramenta e a operação a ser realizada: a broca Coromant U (com pastilhas) significa altas velocidades de corte e baixos

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avanços; a Coromant Delta (com ponta de metal duro soldada) é para menores velocidades/maiores avanços relativos à máquina e à operação.


Voando mais alto com ferramentas e métodos de usinagem modernos Muitas peças dentro das indústrias do segmento de aeronaves e aeroespacial são usinadas a partir de blocos sólidos de metais exigentes, o que significa a necessidade de remoção de grandes quantidades de material e, tradicionalmente, implica grandes tempos de usinagem. Para empresas como a Air Industries, no entanto, isso ficou no passado depois que uma revisão de métodos de usinagem e do próprio ferramental comprovou que os tempos de corte podem ser reduzidos tão efetiva e drasticamente que parece que máquinas e ferramentas estão, na verdade, voando.

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provável que os métodos e ferramentas de corte dentro da indústria aeroespacial não estejam avançando tanto como na maioria dos outros setores de manufatura, que realmente estão adotando máquinas-ferramentas e sistemas de programação computadorizada a cada dia mais intensamente. É perceptível uma certa hesitação da indústria de aeronaves em Este artigo foi produzido pela equipe técnica da AB Sandvik (Suécia), Divisão Coromant.

adotar tecnologias mais novas de usinagem de metais, o que se deve, em parte, às suas estritas regulamentações sobre métodos e qualidade, além da própria tradição de seus funcionários especializados. As ferramentas de aço rápido dominaram o mundo da usinagem durante décadas e ainda são muito usadas na indústria aeroespacial para operações em que o metal duro já tomou seu lugar há um bom tempo atrás em outros ti-

Luis Peragallo, programador CNC da Air Industries Machining, com Alex Tentas, engenheiro da Sandvik Coromant. Vê-se na foto um bloco típico de liga de titânio que é cortado diagonalmente por uma fresa de disco e de facear T-MAX Q-Cutter com pastilha intercambiável. Esta operação leva menos de uma hora para ser completada, enquanto que a serra de HSS usada no passado demorava 18 horas

pos de indústrias. Claro que mesmo nestas indústrias algumas operações ainda são executadas com fresas de HSS, porque elas podem ser afiadas de modo bastante efetivo para o formato desejado, mas para muitas operações, especialmente aquelas em que a remoção de metal é o critério, as modernas fresas com pastilhas intercambiáveis estão sendo freqüentemente mais adotadas.

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As estruturas da montagem do trem de pouso são usinadas a partir de material sólido 4340. As modernas fresas CoroMill 200 com pastilhas redondas e as fresas de facear cantos a 90° CoroMill 290 reduziram o tempo de corte para aproximadamente um quinto do que se estava acostumado

A Air Industries Machining, de Bay Shore, EUA, é uma empresa que já provocou mudanças substanciais nesta história: há alguns anos ela vem obtendo melhoras crescentes na usinagem — desde que passou a usar fresas com pastilhas de metal duro intercambiáveis. Seu pessoal técni-

co encontrou um moderno sistema para fresamento, com diferentes tipos de fresas, para realizar diferentes operações dentro da sua principal especialidade, que é a fabricação de peças usinadas para aeronaves, além das respectivas montagens mecânicas e estruturais.

Peças a jato e muito mais competitividade

Um centro de usinagem Dixi, de alta precisão, com 5 eixos controlados simultaneamente e um trocador de palete, é uma das mais recentes aquisições da fábrica, que tem obtido expressivos ganhos depois da mudança para métodos e ferramentas de corte com pastilhas intercambiáveis. Luis Peragallo diz que a avançada capacidade CNC combina com as modernas ferramentas de corte da Sandvik Coromant para a usinagem eficaz de peças da indústria aeroespacial

“De 1996 até agora fomos do zero até o amplo uso da mais recente tecnologia em ferramentas de metal duro com pastilhas intercambiáveis”, conta Luis Peragallo, programador CNC da Air Industries Machining. “Depois que vimos o que essas ferramentas poderiam fazer pelas nossas operações, passamos a acreditar plenamente que estávamos adentrando um caminho inevitável. Temos que realizar muitas operações de

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usinagem que envolvem inúmeros cortes de avanço rápido, perfilamento e corte por serra e, se tivéssemos optado por métodos antigos envolvendo as tradicionais fresas de HSS, não teríamos sido capazes de desenvolver nosso nível de competitividade para

As máquinas-ferramentas convencionais também se beneficiam das vantagens das modernas ferramentas de metal duro para melhorar o tempo de corte. Essas fresadoras horizontais já são um tanto antigas, mas estão agora operando melhor com as fresas de disco e de facear CoroMill 331 e as fresas CoroMill 200 com pastilhas redondas


nos enquadrar dentro do mente, resultando em perfil que as indústrias duas peças em formado setor aeroespacial to de cunha, e isso geexigem dos fornecedoralmente significava res, que realmente têm 18 horas de trabalho. de ser qualificados”. “Com a Q-Cutter de Peragallo diz que as 315 mm de diâmetro modernas fresas de memontada na fresadora tal duro com pastilhas horizontal, que, aliás, intercambiáveis tiveram já era um pouco obsoum efeito profundo na leta e não estava em capacidade e capabiliboa muito condição, dade de produção da Air apresentando folgas e Industries. “Nós, como outros inconvenientes, qualquer empresa que a operação foi compleaspira a ser classifica- Os centros de usinagem e perfilamento CNC da Air tada em menos de uma Industries estão agora usando intensamente fresas com da sempre como pro- pastilhas intercambiáveis hora”. Agora a empregressista, entramos em sa tem um bom númeum longo caminho e prero de operações similares a essa ramentas da família CoroMill, tendemos ir ainda em que aplica os mesmos método como a T-MAX Q-Cutter e as mais além”, explica e ferramenta. brocas Coromant-U, tornaele, lembrando que As estruturas da montagem do ram-se nosso ferramental muitas tarefas que trem de pouso exigem muita usinafeijão-com-arroz”, diz. antes causavam pregem para que possam ser fabricaExemplos de juízo agora são rendas a partir de blocos sólidos de aço usinagem, ou táveis graças aos méto4340, de onde é removido um vomelhor, de ganhos dos e ao ferramental novos. lume bastante alto de material com “A fresa com pastilha redonda avanços rápidos. “As antigas freDe início já foi obtida uma demonstrou qualidade já no início, sas de HSS realizavam isso em um melhora subsna usinagem de nossas peças, e isso tancial da openos alertou para as possibilidades ração com a que se abriam para a empresa, essubstituição da pecialmente no que diz respeito ao serra de HSS tempo de usinagem gasto em muipor uma fresa tas das nossas peças. Várias opede disco e de rações eram passíveis de ser realifacear T-MAX zadas de maneiras muito mais efiQ-Cutter, fina cazes e nós seríamos capazes de e com pastilhas manter os níveis de qualidade e conintercambiásistência exigidos. A aplicação da veis . Segundo fresa CoroMill 200 propiciou grancontou Perades ganhos no que se refere aos cusgallo, os blo- Em uma única operação, as fresas de disco e de facear tos de usinagem por peça”. Tanto cos de liga de CoroMill 331 mandrilam e fazem o faceamento, que Peragallo afirma, salientando titânio tinham inclusive da parte posterior, dessas peças de aço que não há nenhum exagero nisso, inoxidável. A broca Coromant-U também faz parte do que ser corta- ferramental “feijão-com-arroz” que mudou os métodos que considera essa fresa a mais dos diagonal- na Air Industries durante os últimos cinco anos robusta possível. “Todas as ferO Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000 13


Voando do porão para o sucesso com qualidade e segurança Fundada em 1969 como uma fábrica de porão que tinha apenas duas fresadoras Bridgeport, a Air Industries Machining é, hoje, fornecedora de peças e montagens para aeronaves e tem seus sistemas de qualidade aprovados por muitos fabricantes do segmento aeroespacial e de aeronaves dos EUA, onde se incluem gigantes como a Boeing, Northrop, Grumman, B.F.Goodrich, Sikorsky e outras,

cujas exigências são rigorosas. Além de capabilidades avançadas em usinagem, mão-deobra especializada e engenharia CAD/CAM, a empresa também possui unidades completas de inspeção e montagem. Com cerca de 140 funcionários e amplas instalações, conta com equipamentos avançados de programação CNC e sistemas de controle de processos de manufatura, A Air Industries Machining tem como principal nicho de competência a fabricação de peças usinadas para aeronaves e suas respectivas montagens mecânicas e estruturais

como as técnicas AQS e SPC. Entre as suas muitas máquinasferramentas encontram-se 10 centros de usinagem CNC de três eixos para operações de contorno, oito centros de usinagem sendo um centro Dixi de cinco eixos, de alta precisão, com trocador de palete , e várias perfiladoras e fresadoras convencionais.

tempo de cerca de 48 horas e hoje o mesmo trabalho não demora 10 horas com as fresas CoroMill 200 com pastilhas redondas e as fresas de facear cantos a 90 graus Coromill 290”, compara Peragallo. Há ainda o caso de uma outra peça, cuja estrutura também é de aço inoxidável e que tem vários cortes que agora são realizados em uma operação com uma única fresa, e não mais com várias ferramentas, como antes. O furo na extremidade da peça é

usinado por meio de uma operação de interpolação circular com a fresa de disco e de facear CoroMill 331. O furo é mandrilado e as faces são usinadas inclusive por trás. “A fresa de topo CoroMill 390 tem sido vantajosa para a empresa e as versões Tailor Made otimizaram as operações no interior das peças, sendo usadas para muitos cortes típicos de desbaste que anteriormente eram feitos com

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fresas de HSS. “Embora usadas com dados de corte elevados, a segurança das ferramentas 390 é alta e nós não dispensamos a segurança do calço para o corpo da fresa”, disse Peragallo. “As brocas com pastilhas intercambiáveis da série Coromant-U são usadas nos diâmetros de 0,5 até 2,25 polegadas e as ferramentas modulares Coromant C apto garantem uma grande estabilidade do acoplamento entre a ferramenta e o porta-ferramenta”.


Competitividade, sim. Mas sem esquecer o homem e o meio ambiente Soluções de usinagem a custos tão otimizados que garantiram uma competitividade tal que a produção das máquinas Champion nem bem começou e já pode ter que ser aumentada pela Volvo. Este é um caso em que a Sandvik Coromant atuou como elemento de superação de barreiras técnicas e financeiras à fabricação de um produto, mas ela não se limita a isso. Com a ArvinMeritor relançou o Programa Reciclar para evitar que pastilhas usadas sejam um problema a mais para o meio ambiente e com a ZF do Brasil colocou o ser humano no lugar que lhe compete: sujeito e objeto de uma campanha por mais qualidade de vida.

Volvo inicia a produção de motoniveladoras no Brasil o adquirir a centenária produtora canadense de motoniveladoras Champion em 1997, o Grupo Volvo passou a ter em mãos um filão de bons negócios de fazer inveja a qualquer um. Mas ainda que a decisão de produzir as motoniveladoras no Brasil fosse de extrema importância para os planos da Volvo no quesito “mercado brasileiro”, a opção sobre os componentes que seriam produzidos localmente e o que seria importado tinha que obedecer a critérios de custo. Tudo bem, a Volvo já mantém aqui um parque industrial bastante flexível onde são fabricados produtos que guardam alguma semelhança com as motoniveladoras, como pás-carregadeiras e caminhões articulados. Ainda assim, porém, era ne-

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A motoniveladora Champion entrou em produção na fábrica da Volvo, em Pederneiras (SP), e levou a indústria a redefinir seus processos e suas ferramentas para ganhar ainda mais competitividade

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dos. Capacidade para produzir mais desenvolvimento de ferramental cessário um elemento que funcionasela tem. E competitividade também. para várias peças”, disse Santos, “e se como o elo perfeito para definitiuma das soluções que merecem desvamente justificar a empreitada. E Contrariando normas — taque foram as barras de mandrilar ponha empreitada nisso. Depois que um grupo de funcionáantivibratórias da Sandvik CoroAfinal, o início da produção na rios da Volvo esteve no Canadá mant”. Embora não se possa dizer Volvo em Pederneiras, SP, marcaria para conhecer o processo de faque sejam um lançamento recente, uma mudança radical na história da bricação da linha Champion, em as barras ainda não eram utilizadas Champion: até então suas motonive1999, era hora de arregaçar as em Pederneiras quando a PS Ferladoras só eram produzidas em Gomangas e partir para o que viria a ramentas, representante da Sandvik derich, no Canadá, apesar de serem ser a atual espinha dorsal da proCoromant para a regiões noroeste conhecidas mundialmente como uma de São Paulo e das melhores marcas norte do Paraná, dentro de seu nicho de entrou de cabeça mercado. Mais que no processo com o isso: a opção pela proapoio do Departadução no Brasil não mento de Projetos poderia se chocar e dos especialistas com a questão da da Sandvik. competitividade. “A Até agora esimportação de uma tão sendo empremáquina para ser cogadas oito dessas mercializada no merbarras em várias cado nacional é penaaplicações. “Nas lizada com uma caroperações mais suga excessiva de imjeitas a vibrações, postos, de tal sorte em condições difíque a motoniveladora As máquinas, principalmente mandriladoras, que já fabricavam as pásceis, com o fuso da poderia não conseguir carregadeiras como a desta foto e os caminhões articulados da marca mandriladora proboa participação no Volvo também estão fabricando as motoniveladoras Champion jetado para fora da mercado”, explica dução brasileira das motoniveladomáquina, as barras alcançam muito João Roberto dos Santos, chefe da ras. Santos contou que a diferença boa performance”, diz o processista engenharia de fabricação. básica entre as duas unidades fasênior da Volvo, Luiz Augusto CaA importação estava descartada bris era a verticalização. “Em Gonavesi, que se surpreendeu com o e, portanto, a fabricação local era a derich praticamente todos os comfato de algumas contrariarem a noropção que restava. De cara, porém, ponentes são usinados na própria ma de usinagem que se refere ao pesava sobre ela a necessidade de fábrica, cuja variedade de máquicomprimento das barras convencioatingir um custo de produção comnas é bastante grande, e a produnais, que não podem exceder quatro petitivo. Isto ocorreu e as motonição está concentrada em centros vezes o seu diâmetro. veladoras Champion estão saindo de usinagem de diversos portes, Um exemplo? Canavesi é rápido: da linha de montagem de Pederpapel que em Pederneiras cabe a “É o caso de uma barra muito fina, neiras desde o último mês de jumandriladoras de grande porte”, recom 320 mm de comprimento com lho. sumiu. Os reflexos de uma diferendiâmetro de 31,75 mm usada na peça A Volvo já está lançando seus ça assim brutal, no entanto, tinha hub ring, ou cubo de roda, onde a olhos prescrutadores sobre mercaseu impacto sobre a produção loprojeção do fuso é de 680 mm e nordos de outros países, o que, aliás, é cal, ainda em desenvolvimento. malmente a ferramenta ficaria em um dos pontos do redesenho da “Trazer a produção de motonibalanço, mas com a barra de manestratégia da marca introduzida por veladoras para o Brasil envolveu o drilar antivibratória houve um ganho ela para conquistar novos merca16 O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000


efetivo já de início e que pode melhorar ainda mais”. Na verdade os resultados são tão bons que já se pensa em substituir as barras de mandrilar convencionais usadas na usinagem de peças para a linha de pás-carregadeiras. As cápsulas micrométricas que se adaptam às barras de mandrilar e são equipadas com sistema de roscas para compensar o desgaste da ferramenta também deram seu quinhão para que se chegasse aos níveis de qualidade e produtividade que viabilizaram a produção das motoniveladoras, segundo Canavesi. “O sistema da Sandvik é o mais simples e eficiente que eu já utilizei, permitindo que a usinagem fique sempre dentro da tolerância exigida em projeto”, afirmou. Em princípio questionado pelo departamento de engenharia da Volvo, o sistema de fixação Capto também acabou se saindo melhor que o esperado e ganhou seu lugar nesta história. Por utilizar magazine, considerava-se que ele não teria os benefícios da troca rápida, mas a rigidez que o sistema propicia dissipou

toda e qualquer insegurança quanto ao seu uso. “É o melhor sistema que já vi, o mais preciso, além de formar uma harmonia completa com a barra de mandrilar antivibratória”, garante Canavesi, cuja dúvida agora é bem outra: “Não sei se usando outro sistema teríamos tanto sucesso”, comenta.

Um (muito) bom negócio — “Fizemos um levantamento de todas as ferramentas que estavam em operação na fábrica e o passamos para a PS”, contou Santos, acrescentando que os bons resultados da união

Luiz Augusto Canavesi, processista sênior da Volvo, e Roberto Belons, da Sandvik. Canavesi diz que as barras de mandrilar antivibratórias, às quais são adaptadas cápsulas micrométricas, equipadas com o sistema de cremalheiras para compensar o desgaste da ferramenta, foram muito importantes para que a Volvo conquistasse a qualidade e a produtividade que viabilizaram a produção da linha Champion no Brasil. “Elas contrariam a norma de usinagem que afirma que o comprimento de uma barra convencional não pode exceder quatro vezes o seu diâmetro”, surpreende-se O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000 17

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Mandrilamento de um furo em uma peça para a motoniveladora Champion na fábrica brasileira da Volvo

A usinagem do tandem — peça de redução final que transmite torque para os pontos onde estão os pneus — está sendo testada com a aplicação da fresa R 390, que faz interpolação circular e spot face. Embora ainda não se tenha realizado um estudo de tempo, João Roberto dos Santos diz que dois pontos positivos do uso desta ferramenta já são bem visíveis: a quebra de pastilhas e a vibração, que tinha reflexos na qualidade da usinagem, foram minimizados. “A parada para a troca das pastilhas quebradas significava perda de tempo e a vibração implicava a diminuição da rotação da máquina, de maneira que só com isso já percebemos que certamente teremos um ganho”, explica.


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vários fornecedores”, emendou Canavesi. Hoje, 90% das ferramentas de metal duro utilizadas na Volvo de Pederneiras são fabricadas pela Sandvik. Se o leitor ainda Jorge Aparecido Afonso Prado, da Volvo, participa tem alguma dúvida soativamente dos testes com a fresa R 390 da bre os benefícios disso, Sandvik, que faz interpolação circular e spot face. Os resultados obtidos até agora já deixaram claro Santos simplesmente que a quebra de pastilhas e a vibração foram diz que se a Sandvik minimizadas e, com isso, a qualidade da peça passou a ter a quase usinada melhorou exclusividade do forneVolvo-Sandvik derrubou mitos que o cimento, a Volvo tem a tranqüilidade mercado ainda cultiva. “Antes comque precisa quanto ao suporte. “Basta právamos de vários fornecedores, dizer que a quantidade de horas que mas decidimos fechar esse leque a PS dedicou a estes desenvolvimenporque ficou evidente que é melhor tos, realizando estudos para nos apreser um grande cliente de um fornesentar duas ou três opções de escocedor que um pequeno cliente de lha, fez com que o custo das ferra-

mentas Sandvik estivesse muito bem justificado para nós”. Quer mais? Pois saiba que um acordo de consignação firmado entre ambas as empresas vai tirar do mapa as preocupações da Volvo com o estoque de ferramentas, seja pela falta seja pelo excesso de itens. “Como a cada três meses a Sandvik lança um complemento de catálogo e nós estamos constantemente nas fábricas mostrando e testando estas novidades, a consignação tem ainda o efeito de manter os estoques dos clientes permanentemente atualizados”, esclarece o engenheiro Paulo Marcus Sidinani, diretor da PS Ferramentas. Uma das vantagens do trabalho em conjunto é justamente poder implantar otimizações num curto prazo de tempo. “Em um trabalho solitário levava-se um tempo enorme entre identificar uma possibilidade de melhoria, receber a visita de um técnico, testar e implementar alguma solução para usufruir desse ganho, mas com a Sandvik aqui dentro nós visualizamos praticamente jun-

Elas não são Champion apenas no nome, com certeza A Volvo de Pederneiras investiu US$ 500 mil em ferramental e treinamento e não há como não comemorar: até o início do mês de agosto 20 motoniveladoras já haviam saído da linha de produção com nível de nacionalização próximo de 60%, o que já é suficiente para pleitear sua inclusão no Finame. Ponto para a empresa, que agora acrescentou à sua linha de produtos uma campeã dentro de sua categoria, com cacife para enfrentar a concorrência tranqüilamente.

As motoniveladoras Champion se destacam no mercado mundial devido a algumas de suas características técnicas, entre elas a adequada distribuição de peso. É muito importante o peso exercido sobre a lâmina, um detalhe que garante a produtividade da máquina , frisa João Roberto dos Santos, chefe da engenharia de fabricação da Volvo, acrescentando que outro ponto de destaque é a transmissão, que não permite que a máquina, mesmo em esforço pesado, perca a tração e, por-

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tanto, cause imperfeições no trabalho. Além disso, o sistema de sustentação e giro da lâmina é muito robusto , diz. Em princípio, apenas a parte estrutural da máquina era produzida ali, mas agora em outubro a cabine já entra em produção efetiva e alguns cilindros estão em fase de desenvolvimento. Em curto espaço de tempo só não serão produzidos em Pederneiras ou por terceiros, no Brasil, componentes cujos volumes não justificarem a produção local , adianta Santos.


Champion nem bem chegou e pode ter que aumentar a produção de junho no parque industrial da Volvo Equipamentos de Construção, em Pederneiras (SP), que merece destaque pela flexibilidade com que acolhe novas linhas de produção. Seus 30 mil metros quadrados de área construída estão plantados em um terreno de 430 mil metros quadrados e servem de ponto de partida para que os bem conhecidos produtos Volvo como pás-carregadeiras e caminhões articulados ganhem o mercado. A competitividade das motoniveladoras produzidas em Pederneiras possibilita que alguns mercados antes abastecidos pela fábrica do Canadá

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passem a ser atendidos pelo Brasil a Argentina, o Chile e o Peru, entre outros, estão incluídos aí. Boa parte dessa competitividade se deve à forma de buscarmos otimizações da produção e às soluções que encontramos em conjunto com a Sandvik , conclui Santos.

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Ainda pouco conhecida no mercado brasileiro, a marca canadense Champion tem forte presença na Europa, Canadá, EUA e Argentina e está perto de completar um século de fundação já como uma brasileira de peso: adquirida em 1997 pela Volvo, cuja rede brasileira garante aos compradores de seus produtos todo o suporte e assistência técnica, ela entra no Brasil pela porta da frente e com o pé direito. Antes disso, enfrentou dificuldades por aqui devido, primeiro, ao mercado fechado, e, depois, ao pesado imposto de importação. Coisas do passado, porém. As motoniveladoras da Série 6, modelos 710 A e 720 A, estão sendo produzidas des-

“O custo do ferramental da Sandvik é justificado pelas horas de desenvolvimento, estudos e testes que o seu pessoal dedicou à otimização das operações de usinagem da Volvo”, diz o chefe da engenharia de fabricação da Volvo, João Roberto dos Santos, acrescentando que os ganhos da Volvo são ainda maiores porque as empresas fizeram um acordo de consignação de ferramental. A foto mostra, da esquerda para a direita, Adriano Ribeiro Martins e Paulo Marcus Sidinani, respectivamente vendedortécnico e diretor da PS Ferramentas, João Roberto dos Santos, chefe da engenharia de fabricação da Volvo, e o gerente regional de distribuidores da Sandvik, Roberto Belons

tos as possibilidades de otimização e o processo corre mais rapidamente”, diz Santos. Neste momento, por exemplo, estão em estudo algumas importantes otimizações, entre as quais uma das mais aguardadas se refere ao circle, peça que segura a lâmina da motoniveladora e que até agora é produzida com a utilização de três fresas. A PS Ferramentas e a Volvo pretendem substituir as três ferramentas por uma única fresa da família CoroMill, capaz de facear, fazer interpolação espiral e o faceamento traseiro. “Inicialmente devemos derrubar o tempo de usinagem em 35%”, diz Paulo Sidinani. “E nós, além da melhora do tempo de produção, vamos ganhar dois postos de ferramenta no magazine”, acrescenta Canavesi.

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jeto”, contou o assistente de manufatura e responsável pela área de ferramentas de corte na ArvinMeritor, Mário Correia. “E daí surgiu a idéia da colocação, na produção, de pedestais para acondicionar e destacar as caixas onde são depositadas as pastilhas usadas, além de folhetos e cartazes para divulgar a iniciativa e motivar os funcionários a participar dela” “Como recentemente a ArvinMeritor obteve o certificado ISO 14000, resolvi levar a idéia da reciclagem das pastilhas à direção da empresa e, com o sinal verde da chefia, contatei a Sandvik”, lembrou Correia. “É a primeira empresa para a qual foi desenvolvida toda essa parte visual e de divulgação”, ex-

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Uma pastilha de metal duro tem em média 1 cm e pesa em torno de 10 g. Um objeto tão pequeno e inerte parece não representar perigo ao meio ambiente. E na verdade não o representa do ponto de vista de contaminação por componentes nocivos, que, com certeza, não fazem parte dessas ferramentas cuja aparência frágil e em muitos casos até bonita é inversamente proporcional ao seu poder de arrancar cavacos de materiais de variadas durezas. Mas só o mercado brasileiro é estimado em 10 milhões de pastilhas/ano, o que equivale a cerca de 100 toneladas, e é de se imaginar o volume de resíduos gerados com o seu uso e o porquê da Sandvik Coromant ter um programa para reciclá-las. Não foi por uma razão qualquer, portanto, que no dia 24 de agosto o auditório da ArvinMeritor estava lotado: ali se realizou o lançamento do Projeto Reciclar Sandvik - ArvinMeritor. “Existem outras empresas que já reciclam pastilhas, mas nós quisemos dar uma dimensão maior ao pro-

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Pastilhas usadas são recicladas. E não só a natureza agradece

O assistente de manufatura e responsável pela área de ferramentas de corte na ArvinMeritor, Mário Correia, fez a apresentação do projeto para o pessoal da empresa 20 O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000


zada em julho de 2000 entre a Arvin, empresa com faturamento global de US$ 3,5 bilhões, com a Meritor, com faturamento de US$ 4,5 bilhões. No Brasil, a Arvin conta com duas plantas — em Juiz de Fora (MG) e Gravataí (RS). Além da unidade de Osasco, a Meritor mantém plantas em Limeira (SP), uma joint-venture com a Random, em Caxias do Sul (RS), e uma unidade dentro do consórcio modular da Volkswagen, em Resende (RJ). Studio Amat

Sucata muito boa —

A Sandvik desenvolveu todo o material necessário ao Projeto Reciclar

plicou o vendedor técnico da Sandvik, Sidney Pedro Harb, que atende à ArvinMeritor e que acredita que esta iniciativa servirá de exemplo para outras empresas. A ArvinMeritor, antiga Braseixos, de Osasco (SP), fabricante de eixos traseiros e dianteiros para caminhões e ônibus, é uma grande usuária de pastilhas. Com 910 funcionários, a empresa é o resultado da fusão concreti-

Além do produto não ser depositado no solo, o Projeto Reciclar traz benefícios à própria ArvinMeritor, como, por exemplo, contribuir para as próximas auditorias da ISO 14000, norma que exige melhorias contínuas. E com as caixinhas próximas aos postos de trabalho, líderes, supervisores e técnicos poderão analisar a performance das pastilhas e avaliar se elas estão sendo bem utilizadas ou não, se foram usadas todas as arestas de corte e, “em uma conversa com o fornecedor sobre problemas de desgaste ou

outros, tem-se uma evidência à mão”, disse Mário Correia. Mas a história vai mais longe, se refletindo inclusive em redução de custos de usinagem. Correia contou que recentemente realizou uma verificação na sucata e surpreendeuse: “É incrível o desperdício. Encontrei pastilhas novas que foram descartadas e pastilhas de oito lados com só um deles usado”. Aliás, tirar da sucata o que ainda é bom já é comum na ArvinMeritor. “Após análise, cerca de 30% das pastilhas da sucata voltam para a produção”, afirmou Correia. Já durante as discussões para a implantação do Projeto Reciclar surgiram idéias para o melhor aproveitamento das pastilhas. Como existem linhas de produção que utilizam pastilhas com mais de um ângulo de corte mas só podem usar um desses ângulos, decidiu-se repassar essas pastilhas para outras linhas que podem utilizar o ângulo restante. É o que já está acontecendo na linha de coroas. “E tem mais”, ressaltou Correia, “a Sandvik nos paga por essa sucata”. Sidney Harb diz que o projeto traz

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Nelson Mariano, operador de máquinas da ArvinMerior, mostra a caixa com pastilhas descartadas. Ao seu lado, Mário Correia, que diz que 30% destas pastilhas voltam para a produção depois de analisadas. Os vendedores técnicos da Sandvik, Mário Nogherotto e Sidney Harb, participaram do dia de lançamento da campanha. Sidney Harb explicou que a Sandvik também analisa as pastilhas descartadas pela ArvinMeritor e a partir daí pode sugerir mudanças que melhoram a produtividade da sua produção O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000 21


benefícios à própria Sandvik, que pode tirar daí informações importantes para melhorar ainda mais o atendimento ao cliente. Avaliando as pastilhas usadas, depositadas na caixa de sucata, é possível acompanhar melhor o que está sendo usado na produção e sugerir ao cliente substituições para pastilhas que estão apresentando muitas quebras, desgastes além do previsto, ou, ainda, pastilhas mais adequadas a determinadas aplicações.

Um passo bem dado — Alexandre F. Marien, gerente de manufatura da ArvinMeritor, vê a iniciativa como uma excelente contribuição para o trabalho que a empresa faz no âmbito da ISO 14000. Após uma auditoria em setembro de 1999, a ArvinMeritor recebeu o certificado ISO 14000 em janeiro de 2000, concedido pela ERM, consultoria internacional que está certificando todas as filiais do grupo no mundo. “É mais um passo no sentido da preservação, mas o que mais me deixou satisfeito

foi o fato de que a idéia do projeto não nasceu da alta gerência e sim da fábrica, o que mostra que a preocupação com a preservação da natureza se enraizou entre todos os funcionários”, comemora. O objetivo agora é ampliar o Projeto Reciclar para outros tipos de produtos, contatando fornecedores de rebolos, lixas e outros, procurando estabelecer parcerias no sentido de obter benefício mútuo da reciclagem e até do descarte do material, “A Sandvik é pioneira até pelo fato de dar à questão ambiental a importância que ela merece”, diz o gerente de produção e logística da Sandvik, José Carlos Fiorezi. Foi ele quem coordenou a implantação do projeto no Brasil em 1996/1997 seguindo as orientações da matriz, na Suécia

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Alexandre F. Marien, gerente de manufatura da ArvinMeritor, se diz especialmente satisfeito porque a idéia do Projeto Reciclar não veio da alta gerência, mas sim da fábrica

nos casos em que a reciclagem não é possível. O descarte, aliás, é um fator de custo para as empresas e também um dos pontos a que a ISO 14000 faz exigências estreitas. “Não se pode simplesmente dizer ‘joguei o lixo fora, não está na minha empresa’, pois o local e o modo do descarte são muito importantes”, explica Alexandre Marien. Atualmente, todo papel, papelão, plástico, vidro e madeira utilizados na ArvinMeritor já são reciclados. A receita obtida com a reciclagem desses materiais é destinada à organização da festa de confraternização de final de ano. Para se ter uma idéia do volume, em média são coletados 9 mil kg por mês. “Esse volume todo gerou uma receita de R$ 2.192 no período de novembro a junho e, além disso, não


foi jogado no aterro sanitário”, diz Érica Cristina de Oliveira, controladora de expediente.

Primeira até nisso — “Mais uma vez saimos na frente com uma atitude inédita”, alegra-se o gerente de produção e logística da Sandvik, José Carlos Fiorezi, que coordenou a implantação do projeto no Brasil em 1996/ 1997 (veja abaixo o box “A iniciativa não é nova, mas ainda assim é pioneira”), e que diz não saber da existência de algum outro fornecedor de pastilhas no mercado bra-

sileiro que tenha um programa semelhante. “Assim como a matriz, a Sandvik do Brasil dá à preservação do meio ambiente toda a importância que ela merece”, acrescenta, lembrando que há muitos anos a fábrica de São Paulo conta com uma estação de tratamento para neutralizar a água que sai do processo de cobertura das pastilhas. Já certificada com a ISO 9001, a

Sandvik do Brasil está, hoje, trabalhando para obter a QS 9000, dentro da subdivisão TE, voltada para os fabricantes de ferramentas. “Tenho certeza de que quando começarmos a nos preparar para a certificação ISO 14000, o que deve ocorrer em breve, já estaremos atendendo a muitos dos requisitos da norma”, diz, e emenda: “Praticamente só falta pedir a certificação”. Francisco Carlos Marcondes, gerente de marketing da Sandvik, inclui o programa de reciclagem de pastilhas entre as modernas formas de relacionamento comercial. Segundo ele, até pouco tempo atrás vigorava

A iniciativa não é nova, mas ainda assim é pioneira

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Já no ano de tilhas usadas . 1996 a matriz da Uma intensa Sandvik lançou campanha puuma campanha blicitária colomundial envolcou o programa vendo as suas em prática no subsidiárias em Brasil no início 130 países, vide 1997 e o resando à compra sultado foi a codo maior volume leta de 30 tonepossível de pasladas de pastitilhas usadas por lhas usadas seus clientes o maior volume para promover a arrecadado nasua reciclagem. quele ano entre Mesmo que não todas as filiais dê lucro e o ma- Francisco Carlos Marcondes, gerente de marketing da Sandvik: da Sandvik no terial reciclado “Nossa matriz e todas as suas 130 subsidiárias espalhadas pelo mundo. Apenas mundo fazem questão de cuidar dos resíduos daquilo que produzem” não possa ser um dos clientes encontro dos interesses dos novamente empregado na brasileiros tinha 11 toneladas clientes, conforme foi detectaprodução de pastilhas, que estocadas. Nos anos seguindo por meio de uma pesquisa exigem alto grau de pureza tes, o volume coletado caiu realizada em 1996 nos oito dos componentes, o programa para uma média de 10 tonelaprincipais mercados da emse insere na filosofia de cuidas e é considerado baixo, presa, que incluiu os países do dar dos resíduos daquilo que uma vez que a Sandvik coG-7 e o Brasil. A pesquisa produzimos , conta Francisco mercializa cerca de 40 t/ano. revelou uma grande preocupaCarlos Marcondes, gerente de Este é um dos motivos prinção dos clientes com a recimarketing da Sandvik. Secipais da retomada do prograclagem e o descarte das pasgundo ele, o programa veio ao ma , diz Marcondes. O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000 23


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As pastilhas não são contaminantes, mas também não se decompõem

A Sandvik paga R$ 5,50 pelo quilo de pastilhas usadas e as envia para a Alemanha, para serem recicladas. “Não há qualquer margem de lucro neste preço”, diz o atual responsável pelo Programa Reciclar da fabricante brasileira de ferramentas, Chan Chuen On, “mas realmente reprocessamos este material e, então, quem ganha é o meio ambiente”

Descartadas após o uso, as pastilhas de metal duro não apresentam riscos ao solo ou aos rios, porém, como não se degradam e nem entram em decomposição, e como são usadas em grande volume pelas indústrias, acabam merecendo toda a atenção quando já não servem mais aos propósitos da usinagem de peças. Elas são resultado da sinterização de pós em cuja composição entram vários minerais, como o cobalto, tungstênio, titânio, tântalo e outros, e, com o desenvolvimento de a relação “ganha-ganha”, na qual fornecedor e cliente, trabalhando em parceria, obtinham lucros e benefícios. “Hoje o que existe de mais moderno é a relação “ganha-ganha-ganha”, onde o fornecedor tem o seu lucro, o cliente também ganha na

processos para reciclar esses materiais, nada melhor que reutilizá-los. Especialmente porque alguns desses elementos, como o cobalto e o titânio, são cada vez mais escassos na natureza. O atual responsável pelo Programa Reciclar, Chan Chuen On, diz que de 1997 até agora a Sandvik conquistou cerca de 20 clientes regulares que lhe vendem cerca de 10 t/ano de pastilhas usadas. Segundo ele, o volume coletado ainda é baixo porque algumas empresas medida em que recebe produtos que vão proporcionar produtividade, economia de custos e competitividade à sua empresa, e ganha também a sociedade, com produtos que não agridem o meio ambiente”. Mário Correia concorda. E diz que houve quem

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dão preferência aos sucateiros que, na verdade, selecionam e às vezes reafiam e comercializam parte do material. O resto é descartado. Onde e como não se sabe , lamenta. O crescimento do volume coletado para reciclagem depende muito do aumento da conscientização das empresas brasileiras em relação ao meio ambiente, o que deve ocorrer a partir de uma maior difusão da ISO 14000 no Brasil. As indústrias que estão cientes da importância da norma ambiental preferem vender para nós, mesmo que por um preço menor que o pago pelos sucateiros, porque sabem que realmente reprocessamos o material , diz Chan. A Sandvik da Suécia estabeleceu o pagamento de R$ 5,50/kg na compra de pastilhas usadas, um valor que, somado ao custo da embalagem, do frete e do seguro para a Alemanha, onde o material é reciclado, não permite qualquer margem de lucro. Os minerais recuperados são utilizados na fabricação de produtos de menor exigência técnica que as pastilhas, como rolos de laminação, cilindros, peças de desgaste e calços de metal duro. achasse o slogan da campanha, “Faça o mundo sorrir”, exagerado, “mas é através de pequenas coisas, de detalhes, que a atitude das pessoas vai mudar em relação ao meio ambiente, dando motivos para que o mundo sorria”.


“A qualidade dos produtos e serviços deve começar com as pessoas, ou seja, ela deve vir de dentro para fora, não o contrário”. A frase é de Philip Crosby, um dos grandes promotores da qualidade no ambiente industrial norte-americano, que simplesmente diz não acreditar que alguém possa produzir com qualidade se não viver com qualidade. Indiferentes ao que o especialista americano pensa ou deixa de pensar, no entanto, muitas empresas ainda atribuem a essência da qualidade de seus produtos a métodos, processos, máquinas, ferramentas e a um acompanhamento freqüente das atividades profissionais de seus colaboradores, seguindo uma metodologia gerencial comum a quem se especializou em métodos de gestão que não priorizam

o lado humano. Não há como negar que é mais fácil administrar máquinas. Desprovidas de humor e vontade própria, elas agem exatamente conforme o que lhes foi programado. Mas há um porém: ninguém jamais pôde afirmar que existe um mé- O gerente de manutenção da ZF não só gostou da todo ou máquina palestra “Motivação para a Competitividade” como cujo desempenho aprovou seu enfoque, que “toca o coração das pessoas e também chama a atenção de todos para o sentido de seja absolutamente brasilidade que as ações humanas devem ter” independente do ser humano. E este ser, de quem as de raciocínio e criatividade. Daí que máquinas dependem, é provido não enquanto gerenciar métodos e prosó de humor e vontade própria como cessos é algo técnico, liderar pessoas é uma arte. E quanto maior o número de empregados de uma empresa, maior é o desafio que seu gestor enfrenta. É difícil imaginar, por exemplo, que cada um dos 1.800 funcionários de uma fábrica de autopeças esteja consciente de sua importância para o sucesso da empresa, de si mesmo e da coletividade. Que, movidos pelo sentimento de companheirismo e tendo por sustentáculo desse estado de espírito a inteligência emocional, eles sejam capazes de tornar o seu ambiente de trabalho um lugar aprazível, que contribui também para o bem-estar pessoal e a prevenção do Solange Baladelli Cardoso, supervisora de planejamento e desenvolvimento stress cotidiano. Um ambiente assim de RH da ZF: “O objetivo é motivar os funcionários a perceberem que eles mesmo são os agentes de mudanças em suas vidas” é propício ao desenvolvimento tanto O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000 25

Studio Amat

Onde a excelência do produto vale tanto quanto a qualidade de vida


Studio Amat

dois ou três meses visando à motivação das pessoas, levá-las à reflexão e a mudanças de postura em relação aos aspectos pessoais e profissionais de suas vidas”, “A palestra é muito positiva, estimulante e original, levando os entusiasmaque a assistem a questionar-se sobre melhorias profissionais se Solange e pessoais”, diz Anders Johan Yngve Carlén, gerente de Baladelli Carintegridade de produto e marketing da ZF, referindo-se à apresentação feita por Francisco Carlos Marcondes, gerente doso, superde marketing da Sandvik do Brasil, Divisão Coromant, que até visora de plahoje já a apresentou para mais de 30 mil pessoas nejamento e da empresa como dos funcionários. desenvolvimento de RH da ZF do Isso não é utopia. Este lugar não Brasil. “Nosso objetivo principal é “disó existe como nele são produzidas recionar os funcionários em sua buspeças que posteriormente passam a ca por uma melhor qualidade de integrar veículos comerciais, de pasvida”, diz. seio, off-road e barcos. Lá a prioridade dispensada aos produtos não é Chacoalhada emocional — menos importante que a que é dada Saindo de uma das palestras do proao relacionamento humano e há a grama, o gerente de manutenção da conscientização de que a qualidade ZF, Geraldo Ernesto Pansera, dizia começa dentro das pessoas e não que a mensagem deu uma chacoasimplesmente nos métodos e proceslhada em todos. “Para motivar o ser sos de fabricação. Tal lugar chamahumano é preciso tocar-lhe o corase ZF do Brasil, empresa que está ção e isso só se consegue por meio implementando uma série de ações da emoção”, explicou, emendando na área de recursos humanos com o que “as pessoas, as objetivo de manter a motivação dos empresas e o prófuncionários de sua planta localizada prio Brasil estão em Sorocaba (SP). mesmo precisando O dicionário Aurélio traz sete dede uma segunda finições para o verbo motivar. A princhacoalhada”. (A cipal delas é dar motivo a; causar; primeira teria sido a produzir. Outra é despertar o interesabertura do mercase, a curiosidade. “Queremos promodo, ocorrida em ver palestras sobre este tema a cada 1990). “Nós, brasiMaria Flávia Borges e Márcia Nunes Sanches Francisco dizem que os funcionários promovem a melhora da qualidade de suas vidas e da empresa, além de levarem a mensagem para seus familiares e amigos 26 O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000

leiros, temos que acreditar que o que fazemos, fazemos bem”, frisou, “e isso vale para os trabalhadores em geral, já que todos estão capacitados a realizar melhorias e não precisam esperar sinalizações de seus chefes nesse sentido”. Segundo ele, a palestra, associada a outras atividades que a ZF vem promovendo, ajuda a minar a resistência que muitos funcionários têm às mudanças. Para abrir o ciclo de palestras, a ZF convidou Francisco Carlos Marcondes, gerente de marketing da Sandvik Coromant, que abordou o tema ‘Motivação para a Competitividade’, que, para Maria Flávia Borges, analista de treinamento, tem como um dos aspectos principais o fato de estimular os funcionários a serem mais participativos dentro da empresa e, assim, sentirem-se como partes de um todo. “A palestra incentiva à ação, sugerindo ao funcionário que sua iniciativa pode gerar mudanças na empresa”, disse. Paralelamente, por enfocar a importância do aprendizado constante, Flávia acredita que ela contribui para alterar a postura dos funcionários no que se refere à participação nos cursos técnicos promovidos pela empresa, muitas vezes vistos como uma obrigação, “e ajuda a quebrar sua


dos cursos técnicos que a Sandvik Coromant oferece aos clientes, Francisco Carlos Marcondes passou a enfocar aspectos voltados para a conscientização dos participantes sobre a importância do uso da ferramenta adequada e seus benefícios para a empresa, para os próprios funcionários e até mesmo para o país. Segundo o gerente de marketing e treinamento da Sandvik, na avaliação final dos cursos percebia-se que quando havia esta abordagem introdutória, os resultados alcançados pelos participantes dos cursos melhoravam substancialmente. A partir daí, a palestra passou a ser requisitada por muitos clientes da Sandvik e paulatinamente ganhou corpo, com a inclusão de temas do cotidiano das empresas e de seus trabalhadores, como a importância da reciclagem de conhecimento para a educação continuada, a necessidade de perceber mudanças e se adaptar às novas exigências do mercado e o desenvolvimento da auto-estima no trabalho, além de reforçar aspectos como civismo e brasilidade. Ela também tem sido apresentada em convenções de vendas, congressos e várias instituições de ensino, como Unicamp, Fatec, FAAP, ITA, CTA, PUC-BH, entre outras. Nos últimos anos, mais de 30.000 pessoas já a assistiram. A própria ZF é palco das apresentações de Marcondes desde 94 e, numa delas, realizada no início deste ano durante a Semana da Qualidade, organizada pela Divisão A-Brasil juntamente com o deO gerente de marketing da Sandvik, Francisco Carlos Marcondes, chama a atenção da platéia partamento de RH da também por enfatizar a importância dos aspectos “civismo” e “brasilidade” em qualquer particular de sua vida — seja no trabalho, seja fora dele empresa, o gerente da Studio Amat

um deve fazer não só no trabalho, mas também na vida pessoal”. Estas opiniões vão ao encontro das de Márcia Nunes Sanches Francisco, analista de treinamento, para quem a palestra estimula Márcio José da Silva, montador do setor os participantes a agir no sentido de peças e serviços da ZF, se mostrou de alcançar pessoal e profissionaltocado pelo que ouviu na palestra e já se propõe a tomar atitudes que podem levá- mente uma mudança para melhor, incentivando a reciclagem e a lo ao aperfeiçoamento não só profissional constante busca da atualização. “Motiva as pessoas a buscarem uma resistência em participar dos treinamelhor qualidade de vida e a não fimentos internos, além de enfatizar car esperando que alguém o faça por que é fundamental ao ser humano elas”, diz, acrescentando que seu alnão se acomodar e sim, ao contrário, cance pode ser ainda maior porque estar constantemente estabelecendo os funcionários estarão levando esta objetivos e metas e esforçando-se mensagem para suas famílias e seus para alcançá-los”. grupos de amigos. “A gente perceO gerente de integridade de probe, por exemplo, que deixa de fazer duto e marketing corporativo da ZF, muitas coisas para simplesmente fiAnders Johan Yngve Carlén, qualificar em frente à televisão”, comenca ‘Motivação para a Competitividatava Márcio José da Silva, montador de’ como muito positiva e estimulando setor de peças e serviços da ZF, te, destacando sua originalidade. “Não que prometia, depois de assistir à paé uma palestra baseada em estereótilestra, selecionar melhor o que aspos, como tantas outras. Aborda fasiste na TV e dedicar algum tempo à tos e hábitos de nossas vidas, coisas leitura de livros. que fazemos sem dar-lhes o devido peso, sem refletir, e este é um dos seus Reflexão abrangente — principais diferenciais, pois provoca ‘Motivação para a Competitividade’ um questionamento na platéia sobre nasceu há oito anos quando, antes o que é preciso ser feito e o que cada

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Líder mundial em autopeças, a ZF também diz não à agressão ao ambiente Fabricante de autopeças e líder mundial em transmissões automáticas, transmissões mecânicas para veículos utilitários, reversores para barcos e eixos dianteiros de tratores, a ZF Friedrichshafen AG foi fundada em 1915, na Alemanha, pelo conde Ferdinand Von Zeppelin, criador do dirigível batizado com seu so-

A ZF não se ocupa apenas com o desenvolvimento de tecnologias de ponta, como a avançada linha Ecomat — seus 1.800 funcionários estão sendo alvo de uma série de ações para mantê-los motivados em sua busca por uma melhor qualidade de vida

gralmente à Zeppelin Foundation, faturou cerca de US$ 6 bilhões. O grupo é formado por 55 fábricas em 17 países e tem 33.400 funcionários. A ZF aportou no Brasil em 1959, seguindo os passos da indústria automobilística que por aqui acabara de se instalar. Hoje, suas atividades estão concentradas em Soroca-

brenome. Em 1999, o Grupo ZF, cujo capital pertence inte-

ba (SP), onde mantém quatro divisões transmissões para veículos comerciais; offroad (eixos para máquinas agrícolas); Marine (reversores para barcos) e peças e

Sandvik foi convidado a participar da série de ações na área de motivação que estão sendo realizadas, depois que os representantes da área de treinamento da ZF propuseram à diretoria estender o acesso à sua palestra a todos os funcionários. “Nós quisemos proporcionar a eles a oportunidade de reflexão que ‘Motivação para a Competitividade’ oferece”, justifica Solange, “pois ela agrega valor à intenção da empresa de motivá-los, e, principal-

mente, levá-los a se perceberem como seus próprios agentes de mudanças pessoais e profissionais”. Marcondes já levou sua palestra para quase 1.000 funcionários da ZF entre os últimos meses de maio e junho. Ao ouvir do gerente de marketing e treinamento da Sandvik Coromant que “todos podem e devem dar sua contribuição para que o Brasil seja um país melhor no futuro, Geraldo Ernesto Pansera fez uma via-

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serviços e também abriga a ZF Sistemas de Direção, empresa independente criada em 1999 a partir da jointventure formada com a Robert Bosch GmbH. Com 1.800 funcionários e faturamento de US$ 131 milhões no ano passado, a ZF do Brasil inaugurou em junho mais uma unidade fabril em que já foram investidos US$ 3 milhões e que receberá ainda US$ 7 milhões ao longo dos próximos três anos. A nova fábrica está produzindo um dos mais recentes desenvolvimentos do grupo, a ZF Ecomat, linha de transmissões automáticas para ônibus urbanos, gerenciada eletronicamente, com opções de 4 a 6 marchas para a frente e torque entre 600 e 1.600 Nm. A Ecomat proporciona condução mais segura e confortável, trocas de marcha suaves e precisas, além de economia de combustível e menor emissão de poluentes.

gem de volta no tempo. Gaúcho, o gerente de manutenção da ZF se sentiu particularmente tocado por recordações da infância, quando seu pai plantou alguns pés de araucária, árvore de longo período de maturação cujo fruto, o pinhão, só recentemente pôde ser colhido. “Tenho repetido esta experiência com meus filhos porque, afinal, se não plantarmos agora nenhum de nós poderá colher no futuro”.


Peças, clientes e materiais diferentes, lotes pequenos... e muito sucesso Não se pode dizer que o dia-a-dia na Forth Tool & Valve é monótono. Nem que suas atividades sejam repetitivas. Nesses seus 25 anos de existência ela tem atuado em todas as áreas de subcontratação de serviços de usinagem para usuários finais — da indústria aeroespacial à marítima, de fabricantes de ferramentas a fabricantes de moldes e matrizes e inclusive de equipamentos para terraplanagem. A variedade dos materiais e dos lotes de peças e, também, da geometria e do tamanho das peças que entram em usinagem Stewart Sutherland, da Coromant (direita), conversando com o diretor estão sempre mudando tudo no chão-de-fábrica. A única rotina, lá, de produção de Forth Tool & Valve, John Falconer é a superação do crescimento da indústria petrolífera sabe muito bem o que signiempresa. Ano após ano. ficam os altos e baixos dos períodos de recessão,

A

Este artigo foi produzido pela equipe técnica da AB Sandvik, Divisão Coromant (Suécia).

mas conseguiu fazer com que as conseqüências ruins disso tudo não passassem para o lado de dentro de suas portas. E teve um crescimento fenomenal. Outras, como a automotiva, por exemplo, experiO Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000 29


mentaram tanto as delícias do apogeu quanto a dureza da queda. Parecendo completamente alheia a isso tudo, a Forth Tool & Valve (FT&V) (UK) bateu impressionantes recordes de crescimento e ganhou ainda mais reputação devido à qualidade do seu trabalho. Como? Seu diretor, Alex Simpson, diz que a diversificação do atendimento a um espectro mais amplo de indústrias usuárias finais foi a chave da sobrevivência e do crescimento da empresa enquanto outras foram menos bem-sucedidas. A Forth Tool & Valve é membro do BI Group, que tem seu escritório central em Birmingham (UK) e subsidiárias em Houston (Texas) e Abu Dhabi. A implantação da fábrica de Houston, que recentemente fez bodas de prata, seguiu a experiência da operação escocesa, que é reconhecida como o centro de excelência do Grupo. No início, segundo Simpson, a fábrica tinha cerca de uma dúzia de funcionários. Hoje seu staff tem mais de 150, o que faz dela uma das maiores empregadoras da região de Glenrothes (UK).

O caminho é mais longo e difícil para aqueles que o trilham sozinhos

O diretor da Forth Tool & Valve, Alex Simpson

“Desde os primeiros dias de operação”, contou Simpson, “tínhamos como bem claro o fato de que era imperioso estabelecer uma boa reputação enquanto uma empresa de engenharia de excelência e com uma lista impressionante de clientes em vários setores líderes da indústria”. Os progressos neste sentido já foram ratificados: a empresa é qualificada pela ISO 9002 e recentemente ganhou o prêmio Queens Award for Export.

Dada a natureza das operações realizadas, a equipe de produção da fábrica de Glenrothes faz um trabalho notável. Os tempos de entrega são invariavelmente curtos e a necessidade de uma reação rápida é imperativa quando se fornece para empresas como as petrolíferas, que tendem a não manter grandes estoques de peças para substituição. Os materiais das peças variam enormemente — desde o aço inoxidável, passando pelo titânio e o Inconel, até outros bem mais exóticos. A característica-chave do sucesso da Forth Tool & Valves, porém, não está apenas nos serviços que ela presta aos clientes, mas também nas parcerias que construiu com seus principais fornecedores. Quem entra na fábrica, por exemplo, vai notar que predominam as máquinas Giddings & Lewis. A explicação é simples: “Quando iniciamos o investimento em máquinas, a Giddings & Lewis ficava a poucas milhas de distância, em Arbroath, e nós estávamos ansiosos para incentivar as indústrias locais”, diz Simpson. “Por estarmos tão perto deles também nos beneficiamos enormemente quanto à assistência técnica às máquinas”. A resposta do fornecedor de pastilhas para uma empresa com um ambiente tão diverso assim é tão importante quanto a resposta que a Forth Tool tem que dar às indústrias a quem presta serviço. O Coromant Capto e a família de ferramentas Coromill estão ganhando espaço na FT&V

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A Sandvik Coromant se envolveu com a empresa baseada em Glenrothes há 20 anos e neste tempo seus negócios em conjunto se desenvolveram a tal ponto que hoje ela é a maior fornecedora de ferramentas da Forth Tool. Isso quer dizer que suas respostas à demanda por pastilhas da linha Coromant também deve ser rápida e confiável o suficiente para dar pronta assistência à empresa. “A Forth Tool é de muitas maneiras exclusiva”, diz o engenheiro de vendas da Sandvik Coromant, Stewart Sutherland, que tem atendido à empresa nos últimos 17 anos. Ele e os especialistas da Coromant em Halesowen (UK) mantêm rigorosamente a continuidade do suporte técnico ao ferramental que lhe é fornecido. A maioria das ferramentas rotativas usam o Vari-

O engenheiro de projeto sênior John Whyte inspeciona uma das barras de mandrilar ITS

lock, mas o uso do sistema Capto está crescendo visivelmente e, além disso, uma ampla gama de ferramentas da família CoroMill — R245, R290, R331 e R390 — também está em alta por lá.

As peças especiais pedem ferramentas também especiais

tes outras classes também são usadas com sucesso. Por exemplo, as classes para alumínio têm sido usadas nas aplicações automotivas e, nos EUA, as classes para ferros fundidos provaram ser altamente apropriadas para o mandrilamento profundo de peças aeroespaciais. As vantagens das barras de mandrilar incluem a habilidade de programar as máquinas-ferramentas equipadas com ferramental ITS não apenas para mudanças múlti-

A experiência da Forth Tool & Valve não se restringe à usinagem de metais e à fabricação de peças para terceiros. Ela também dá boas cartadas com a sua própria gama de ferramentas fabricadas por sua divisão ITS (Innovative Tooling Solutions, ou Soluções Inovadoras de Ferramentas). As ferramentas ITS para mandrilamento controlado, por exemplo, abrangem uma série de barras de mandrilar controladas de alta eficácia e cabeças para contorno que podem ser usadas para executar uma ampla variedade de operações de usinagem de precisão a partir de um único set-up. Cada produto inUma das barras de mandrilar ITS que corpora um mecanismo de pre- contém pastilha da Sandvik Coromant, classe GC 4035 cisão interno que é acionado pelo CNC da máquina para um controle preciso do movimento raplas de diâmetros, mas também dial das ferramentas durante a opepara usinagem automática de georação de usinagem. metrias complexas — cones, raios, chanfros, perfis — e rosqueamenITS: garantia total to com um único set-up. Isso reduz de seus produtos drasticamente os tempos de troca só com pastilhas das ferramentas e o número de opeCoromant rações secundárias, trazendo um grande aumento de produtividade Embora tais ferramentas sejam para a aresta de corte. de desenho personalizado e pioneiEm tempo: seja qual for a opero da ITS, todas as pastilhas que são ração, a ITS oferece garantia total importantes para o processo e o dos seus respectivos equipamentos equipamento são fornecidas pela apenas se eles forem usados com Sandvik Coromant. A classe GC pastilhas da Sandvik Coromant. 4035 é a preferida na maioria dos “Não poderia ser diferente depois casos, predominantemente na geode 25 anos de uma união longa e metria CCMT com arestas de 6, 9 produtiva entre ambas as empreou 12 mm. sas”, justifica o diretor da Forth Para as aplicações mais exigenTool & Valve, Alex Simpson. O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2000 31


Furos de até 4 x D com rapidez e sem quebra da broca

Ao introduzir no mercado a família Coromant U a Sandvik apresentou às indústrias ferramentas com diâmetros a partir de 12,7 mm que mudam todas as regras convencionais sobre furação e produzem furos de boa qualidade ainda que o material

da peça não permita uma formação perfeita de cavacos. Mas a quebra de barreiras à usinagem otimizada não se limita a isso. Basta dizer que as brocas Coromant U têm condições de executar furos cuja profundidade vai até 4 vezes o seu diâmetro mais rapidamente e sem o risco de quebra, sendo adequadas para produção com supervisão limitada ou automatizada porque combinam propriedades como escoamento acelerado de cavacos e desenho estável, além de simplesmente eliminarem a possibilidade de problemas quando a estrutura do material

varia — se os cavacos mudam, mesmo assim as ferramentas mantêm o seu desempenho, que, aliás, é excelente particularmente em materiais de cavacos longos. Para que a escolha da classe seja a mais simples possível, as classes GC 1020 e GC 1120 LCMX 02 P-53 cobrem uma ampla área de aplicação, de maneira que tanto os tempos de máquinas paradas como os de especificação de ferramentas são minimizados.

Duas arestas reais que cortam e ranhuram até AP 20 mm Para aqueles que já pensaram em pelo menos dobrar a produtividade em operações que envolvem corte e ranhura, esta pode ser uma das melhores notícias dos últimos tempos: a Sandvik Coromant lançou a nova CoroCut-2 arestas,

cujo desenho torna possível usar a segunda aresta de corte mesmo que a primeira esteja bastante desgastada, o que significa que com ela as indústrias obtêm realmente o que adquiriram, ou seja, uma pastilha com duas arestas efetivas. Uma só pastilha CoroCut-2 arestas pode substituir duas ou três ferramentas convencionais, dependendo da operação, aumentando ainda mais o potencial de redução de custos das indústrias pela diminuição de itens mantidos em estoque. O novo desenho incorpora o sistema track (trilha) em pastilhas acima de 4 mm e o sistema

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de fixação por parafuso as torna extremamente estáveis e resistentes a altas forças laterais, de maneira que o usuário pode aumentar seus dados de corte ao mesmo tempo em que minimiza as vibrações. A Sandvik Coromant também fornece suportes equipados com o Coromant Capto, acoplamento flexível e robusto que melhora a performance geral da produção graças aos tempos reduzidos de máquinas paradas. As pastilhas CoroCut-2 arestas têm perfil exclusivo que, em conjunto com as vantagens das novas classes revestidas com PVD e MTCVD, as coloca em uma posição de destaque dentro de uma gama muito abrangente de aplicações.


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Porto Alegre e-mail: fsvendas@ez-poa.com.br

SANTA CATARINA (SC)

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MATO GROSSO DO SUL (MS)

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Porto Alegre e-mail: consultec@voyager.com.br

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Belo Horizonte e-mail: escandia@terra.com.br

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