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O MUNDO DA

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USINAGEM

Publicação da Divisão Coromant da Sandvik do Brasil ISSN 1518-6091 RG BN 217-147

ENTREGAS RÁPIDAS

Entenda melhor os sistemas mais utilizados CARBON FREE

que movimento é esse?

REAFIAÇÃO

Uma alternativa vantajosa



Francisco Marcondes

EDITORIAL

A prosperidade depende de se estar alinhado aos melhores caminhos que conduzem ao futuro. Cabe a nós definirmos as rotas e identificarmos os melhores atalhos, sendo que, para tanto, é indispensável conhecer o território e nos mantermos bem informados sobre tempo e circunstâncias. Boa leitura!

O Mundo da Usinagem

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ÍNDICE

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O MUNDO DA

EDIÇÃO 11 / 2007

USINAGEM

O MUNDO DA

41

USINAGEM

Publicação da Divisão Coromant da Sandvik do Brasil ISSN 1518-6091 RG BN 217-147

ENTREGASRÁPIDAS

Entenda melhor os sistemas mais utilizados CARBON FREE

que movimento é esse?

Publicação da Divisão Coromant da Sandvik do Brasil ISSN 1518-6091 RG. BN 217-147

REAFIAÇÃO Capa Foto: CoroBore 825 Arquivo AB Sandvik Coromant

Uma alternativa vantajosa

Izilda França

Fotos: AB Sandvik Coromant

03 EDITORIAL 04 ÍNDICE / EXPEDIENTE 06 GESTÃO: RECONDICIONAR AO INVÉS DE TROCAR 12 OTS: MÁQUINAS GLOBALIZADAS 16 GESTÃO: ROMPENDO BARREIRAS 23 INTERFACE: 70 ANOS DE SINAFER 26 SUPRIMENTOS: ENXUTO, ECONÔMICO E EFICAZ 33 PONTO DE VISTA: TECNOLOGIA: AGORA, SIM, É VERDADE! 36/42 INTERESSANTE SABER: FLORESTAS DE ALIMENTOS E OUTRAS NOTÍCIAS 40 NOSSA PARCELA DE RESPONSABILIDADE 44 MOVIMENTO 46 DICAS ÚTEIS e-mail: omundo.dausinagem@sandvik.com ou ligue: 0800 770 5700 EXPEDIENTE O MUNDO DA USINAGEM é uma publicação mensal da Divisão Coromant da Sandvik do Brasil S.A. com circulação de doze edições ao ano, tiragem de 22.000 exemplares, com distribuição gratuita. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP. Conselho Editorial: Nivaldo Coppini, Francisco Marcondes, Heloisa Giraldes, Marlene Suano, Aryoldo Machado, Anselmo Diniz, Sidney Harb, Fernando de Oliveira e Vera Natale. Editora: Vera Natale Editor Chefe: Francisco Marcondes Assistente de Edição: Michel Sorci Editor do Encarte Científico: Nivaldo Coppini Jornalista Responsável: Vera Natale - MTB 33847 Propaganda: Gerente de Contas - Thaís Viceconti / Tel: (11) 6335-7558 Cel: (11) 9909-8808 Projeto Gráfico: AA Design Capa e Arte Final: 2 Estúdio Gráfico Revisão de Textos: Fernando Sacco Gráfica: Fabracor

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O Mundo da Usinagem



Fotos: AB Sandvik Coromant

GESTÃO EMPRESARIAL

Recondicionar ao invés de trocar Empresas especializadas em recondicionamento fazem com que ferramentas restauradas rendam como se fossem novas

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O Mundo da Usinagem

om o desenvolvimento de ferramentas cada vez mais sofisticadas tecnologicamente, e em termos de geometria, tornou-se complexo o trabalho de sua manutenção. O gerenciamento dos processos de produção tornou-se o foco principal. Por isso, apesar de ferramentas trabalhando corretamente e com eficiência serem fundamentais para manter o ritmo de produção das máquinas e garantir a qualidade dos produtos, consumir tempo, energia e recursos internos para mantê-las sempre em boas con-

C

dições foi se tornando cada vez mais inviável. Por conta disso, a maioria das fábricas que utilizam ferramentas em máquinas de usinagem ou não, prefere confiar o processo de afiação e recondicionamento de brocas, fresas, serras e outras a empresas especializadas nesse tipo de serviço. “Há cerca de dez anos, as grandes empresas do mercado faziam a própria reafiação de suas ferramentas. Mas depois passaram a terceirizar esse serviço. Mesmo porque não tinham como recobrir as ferramentas”, diz


Cedida pela Tool Services

Clayton Paulino, supervisor da unidade da Tool Services, empresa que presta serviços nas áreas de recondicionamento e gerenciamento de ferramentas. ATool Services prefere chamar o processo de afiação de ferramentas de “recondicionamento” pois, segundo Paulino, a empresa “garante o rendimento das ferramentas como se fossem novas, com a mesma geometria, inclusive com a cobertura original”. Passam pelo processo de recondicionamento qualquer ferramenta rotativa, que é o foco principal da empresa. São brocas, fresas, ferramentas de perfil, machos, etc. A empresa é dedicada única e exclusivamente ao recondiciona-

AB Sandvik Coromant

É muito importante preservar a geometria original da ferramenta reafiada para não comprometer o rendimento da mesma

Broca CoroDrill Delta C.

mento de ferramentas e produz cerca de 6 mil ferramentas por mês, sendo que as brocas inteiriças de metal duro representam 75% da produção total. Quando as ferramentas chegam à empresa, o processo de re-

condicionamento é iniciado com uma análise de suas condições para se decidir qual o melhor procedimento para o recondicionamento ou recuperação. O trabalho é realizado na fábrica da Tool Services, em Jundiaí, São Paulo, por meio de cinco máquinas afiadoras CNC gerenciadas por um corpo técnico especializado. Usam-se programas CNC originais, utilizados na fabricação dos diferentes tipos de ferramentas. O resultado final as aproxima ou até mesmo as iguala às ferramentas novas. Um serviço prestado também pela empresa, que segundo Paulino constitui-se em um di-

Processo de reafiação. O Mundo da Usinagem

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Cedida pela Arwi

Centro de reafiação Arwi em Caxias do Sul, RS. ferencial, é o chamado Tool Box: “Para os clientes que utilizam nossos serviços regularmente, deixamos uma caixa especial para transporte onde são colocadas as ferramentas que precisam ser recondicionadas. Toda semana pegamos a caixa e deixamos uma outra com ferramentas já prontas para a reposição”. Para os clientes que utilizam com mais freqüência os serviços de recondicionamento, a retirada e entrega das ferramentas pode ser feita pela Tool Services. As peças são acondicionadas em caixas plásticas apropriadas para o transporte. Em situações especiais, a Tool Services mantém unidades de recondicionamento dentro de fábricas, o que ocorre na Cummins, em Guarulhos, e na Volkswagen, em São Carlos, ambas no estado de São Paulo. A Dormer Brasil, empresa do grupo Sandvik e que produz localmente uma linha completa de ferramentas rotativas integrais 8

O Mundo da Usinagem

em aço rápido e metal duro, especial e standard, também presta serviços de recondicionamento de itens de sua linha de produtos, utilizando os serviços da Tool Services. De acordo com o gerente Técnico e de Treinamento da empresa, Marcos Soto, as ferramentas da Dormer são recondicionadas com a geometria original de fábrica, garantindo o seu rendimento. “Quanto mais a geometria das ferramentas evolui para oferecer ao cliente o melhor desempenho e, portanto, uma redução de tempos e custos, mais é preciso cuidar para que essa geometria seja reconstituída depois da ferramenta atingir o desgaste máximo”, diz Soto. De fato, a simples reafiação sem o restabelecimento da geometria pode fazer com que o cliente não tenha o mesmo cus-



to-benefício de uma ferramenta nova. “Com o recondicionamento, a broca terá rendimento similar à nova; velocidade de corte e avanço também são mantidos”, diz o gerente da Dormer. O recondicionamento das ferramentas fabricadas pela empresa é realizado pela Tool Services nos mesmos tipos de máquinas que as produziram originalmente. Marcos Soto explica que o desgaste natural das ferramentas encontra um limite, determinado pelas próprias características de utilização e pelo critério de troca adotado no processo. Esse limite não deve ser ultrapassado, para que a ferramenta não desgaste demais ou quebre, inclusive podendo danificar a peça que está sendo usinada. Esse seria o ponto ideal para a ferramenta passar pelo recondicionamento. No entanto, afirma Soto, as ferramentas não podem ser reafiadas e recobertas indefinidamente. “Ferramentas têm um comprimento útil e algumas limitações em relação à própria geometria que impedem de se ultrapassar um número certo de recondicionamentos, as sucessivas recoberturas têm limite”, diz. A quantidade de vezes que 10 O Mundo da Usinagem

AB Sandvik Coromant

Broca CoroDrill Delta C com refrigeração interna.

poderá ser recondicionada vai depender de onde e como é utilizada. “Se, por exemplo, é aplicada em um determinado material cujo desgaste provocado na aresta de corte é relativamente elevado, e se é preciso remover da ferramenta grande volume de material quando na reafiação para depois ser recoberto, a vida útil da ferramenta é menor”. Soto recomenda que as ferramentas não passem por mais de 3 ou 4 vezes pelo processo de recondicionamento e recobrimento, em média. No entanto, acrescenta, há um grande número de variáveis que interferem na decisão. Existem casos que, pela complexidade da usinagem, configuração da ferramenta , tolerância da peça, etc., “apenas um recondicionamento já garante ao cliente o custo-benefício, podendo depois ser descartada”.


A Dormer tem realizado com mais frequência o recondicionamento de ferrametas inteiriças em metal duro, “o que não quer dizer que não recondicionemos ferramentas em aço rápido, desde que justifique o custo-benefício”, finaliza Soto. De acordo com Wilson Osmar D’ Agostini, proprietário da Arwi, sediada em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, “o recondicionamento é feito quando as ferramentas se desgastam e também quando quebram, deixandoas quase iguais às originais. Uma broca tem condições de readquirir até 90% de sua capacidade depois do recondicionamento, a um custo que pode ser de até 10% aquele de uma nova”.

Segundo D’Agostini, os custos do serviço variam de acordo com o tipo de ferramenta que será recondicionada. “As brocas escalonadas de metal duro ou aço rápido com vários diâmetros, e as fresas com perfil em metal duro são as que apresentam maior complexidade”, afirma. A reposição de cobertura das ferramentas, porém, é cobrada separadamente. Os tipos de ferramentas mais viáveis para o recondicionamento, segundo o proprietário da Arwi, são as brocas de metal duro escalonadas, as fresas de metal duro e alargadores. Quase todos os clientes enviam as peças que precisam de recondicionamento para a sede da Arwi. No entanto, a empresa lan-

ça mão de uma unidade in company de afiação de ferramentas para atender algumas empresas, como a unidade fabril 5 da Agrale, localizada em Caxias do Sul. Com a constante pressão que sofrem as empresas do setor automotivo por custos progressivamente menores, a terceirização dos serviços de recondicionamento e reafiação de ferramentas torna-se uma solução viável para as que precisam concentrar esforços em seu “core business” e um negócio próspero para os prestadores de serviços que apresentarem competência técnica e comercial para atender tal demanda. Henrique Ostronoff Jornalista


OTS

Máquinas globalizadas

Cedida pela Heller

A Heller fornece para o setor automobilístico nacional centros de usinagem fabricados no Brasil e com a mesma tecnologia que desenvolve na matriz alemã há mais de 100 anos.

Centro de usinagem horizontal Heller 350

12 O Mundo da Usinagem


Cedida pela Heller

entros de usinagem horizontais fabricados no Brasil, com as mesmas configurações dos desenvolvidos na sede alemã e iguais aos que se encontram em produção na Europa. Esse é o perfil das máquinas da Heller: independentemente do país em que são produzidas, mantêm o mesmo padrão, obtido por meio de um sistema de intercâmbio de peças entre a matriz localizada na Alemanha e suas filiais. “Não há diferenciais nem na tecnologia, nem na qualidade de componentes, entre as máquinas produzidas na matriz e a nossa filial, pois são montadas mundialmente com as mesmas partes e com as mesmas técnicas de montagem”, explica

C

Augusto Mestre, gerente de vendas da Heller Brasil para o setor automotivo. Esse processo permite atualmente à empresa realizar exportações intercompany de máquinas prontas e componentes para a Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos. Um dos principais aspectos de inovação tecnológica aplicado ao desenvolvimento das máquinas da Heller, de acordo com Mestre, é a concepção do projeto estrutural de suas principais peças, que utiliza a técnica de elementos finitos, que com “o auxílio de modernos métodos de elaboração de modelos matemáticos e simulações gráficas de esforços e tensões, permite desenvolver estruturas de elevada rigidez, otimizando

Panorama da fábrica

os parâmetros de peso e espaço ocupado”, explica. Ainda segundo o gerente de vendas, “nossas máquinas se destacam por apresentarem alta performance na remoção de cavacos, alta precisão de posicionamento e robustez, aliando precisão, desempenho e longevidade”. De acordo com Augusto Mestre, interessa à empresa a capacidade das máquinas de gerar ganhos econômicos durante sua vida útil, “o melhor resultado por centavo investido”. E para que seus centros de usinagem obtenham performance otimizada, seO Mundo da Usinagem 13


gundo Mestre, a Heller busca o “melhor balanceamento entre os diversos parâmetros que formam a ‘identidade técnica’ de uma máquina: rigidez estrutural, dados dinâmicos, capacidade de usinagem, precisão, robustez e confiabilidade”. Mestre acredita que em um mercado cada vez mais competitivo, os detalhes acabam fazendo a diferença. Por isso, ao projetar máquinas, a empresa está sempre atenta a aspectos como facilidade e menor custo de manutenção, ergonomia de utilização e impacto ambiental. No Brasil, a Heller oferece nove modelos de máquinas, de forma que, de acordo com Mestre, os clientes da empresa terão sempre “uma solução adequada às suas necessidades de usinagem, dentro da gama de centros Heller”. As máquinas também podem ser customizadas de acordo com as normas e demandas específicas das fábricas. Mestre acrescenta que a empresa oferece “suporte de Engenharia de Aplicação, para atingir a máxima qualidade e produtividade em cada projeto, com o menor investimento possível”. Os equipamentos são fornecidos em regime de turn-key – dotados de dispositivos de fixação, ferramental e programação própria – e acompanhados de contratos de manutenção e garantia de serviços completos de assistência técnica, reforma e retrofitting. Cerca de 85% das máquinas produzidas pela empresa são empregadas na indústria automobi14 O Mundo da Usinagem

lística. São mais de 1500 unidades, quase todas centros de usinagem horizontais. “Uma parte muito significativa da produção nacional de componentes automotivos é realizada com centros de usinagem Heller. Temos centros de usinagem em praticamente todas as montadoras que têm operações de manufatura, nas principais fornecedoras de motores diesel e de autopeças, além das grandes fundições e usinadoras do País”, afirma Mestre. Dentre os projetos mais recentes, destaca a parceria com a Honda no programa de nacionalização de componentes de powertrain (conjunto de motor e transmissão) da montadora. Novos produtos são desenvolvidos exclusivamente pela matriz alemã da Heller que, segundo Augusto Mestre, “tem em seu DNA e seus quadros, os especialistas e o conhecimento acumulado, uma verdadeira e necessária cultura técnica na sua essência. Assim, o desenvolvimento nunca pára, e a melhor máquina é sempre aquela que ainda está para nascer”. Mestre afirma ainda que tem crescido a participação de engenheiros da Heller Brasil na definição de parâmetros e no envolvimento direto em alguns projetos. Dessa forma, “as necessidades mais específicas do mercado brasileiro têm sido levadas em consideração na concepção de novos produtos do grupo”, acrescenta. Henrique Ostronoff Jornalista


Cedida pela Heller

Empresa multinacional de cunho familiar

Fachada da Heller em Sorocaba

Desde 1974 no mercado brasileiro, a Heller se autodefine como uma “empresa multinacional

usinagem, máquinas especiais e

de cunho familiar”. Fundada em

sistemas integrados de manufa-

1894, em Nürtingen, região de

tura e máquinas específicas pa-

Stuttgart, Alemanha, além da ma-

ra a produção de virabrequins e

triz alemã, mantém unidades de

eixos de comando.

produção na Inglaterra, Estados

po Heller é da ordem de € 450 mi-

Unidos e no Brasil e estruturas de serviços e vendas em outros 15

O faturamento médio do Gru-

lhões por ano, sendo que uma par-

países dos cinco continentes. A fi-

cela expressiva deste total é

lial brasileira está localizada em

originada na filial brasileira. A ex-

Sorocaba, interior de São Paulo.

portação, de máquinas montadas

Desde a fundação atua exclu-

e de partes, corresponde a cerca

sivamente no mercado de má-

de 30% da produção da unidade

quinas operatrizes – centros de

brasileira.

O Mundo da Usinagem 15


GESTÃO EMPRESARIAL

Rompendo barreiras Fotos: Izilda França

A partir de um programa de incremento de produtividade, a Techinousi Almar avança para outros patamares m 2004, os diretores da Techinousi Almar foram procurados por uma grande indústria de componentes para o setor automotivo que buscava um parceiro para a prestação de serviços. A encomenda era de respeito: cinco operações de usinagem em milhares de peças de aço forjado por mês. Isso representaria um acréscimo em mais de 20% de suas atividades. A Almar resolveu aceitar o desafio, mesmo sabendo que com o valor pago por peça parecia ser impossível cobrir os custos e que, para produzir na quan-

E

Tambor de freio

P I P: PLANO DE INCREMENTO DA PRODUTIVIDADE Trata-se de um Plano de Melhoria concebido pela matriz da Sandvik Coromant na Suécia e que vem, desde seu estabelecimento, gerando milhões de dólares de economia em usinagem para clientes de todo o mundo. A implantação do PIP obedece a um processo de relacionamento com os clientes cujo ponto de partida é dado por uma equipe técnica da Sandvik que realiza um pré-estudo na fábrica para conhecer, a partir de informações dos clientes, quais problemas precisam ser resolvidos para melhorar a produtividade.

16 O Mundo da Usinagem


Área CNC localizada no prédio I da Almar. tidade, com a qualidade e dentro do prazo exigidos era preciso investir, pois as máquinas, ferramentas e o preparo tecnológico não eram suficientes. A saída seria “promover um profundo trabalho de engenharia compartilhada no processo, estreitando o relacionamento com um fornecedor de ponta”, diz Marrara. Marrara, porém, acreditava

que “a nossa empresa, pelo porte, não interessaria a um grupo líder, que tem como clientes algumas das maiores empresas do setor”. Mas em um encontro de fornecedores da fabricante de peças com a qual a Almar assinou o contrato, Airton Marrara, lançou um desafio ao diretor da Sandvik, Cláudio Camacho – o de se “desenvolverem em conjunto”.

Em resposta, Camacho propôs a implantação, na Almar, do Programa de Incremento da Produtividade (PIP). A Almar foi a primeira indústria brasileira a receber o PIP, já presente em países nos quais a Sandvik atua. De acordo com Silvio Bauco, supervisor do programa no País, o principal objetivo do PIP é proporcionar aos

Desde que a filial brasileira da Sandvik adotou o programa no Brasil, cerca de 95 PIPs já foram finalizados. De acordo com Silvio Bauco, existem atualmente 58 processos em desenvolvimento. O período para a implantação do PIP, de 6 a 12 meses, depende do grau de complexidade do sistema de produção e “os resultados práticos são rápidos e geralmente os ganhos são bem maiores que as estimativas teóricas”, finaliza Bauco.

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Fotos: Izilda França

Gestores do projeto: Marcelo Palácio de Carvalho – Gestor de Cliente da Almar, Francisco Marrara – Diretor Industrial da Almar, Fernando S. Miranda – Vendedor Técnico da Diretha e Airton Marrara – Diretor da Engenharia da Almar. clientes ganho de produtividade e redução de custos. ” A partir da identificação do problema, especialistas orientados pelo supervisor traçam um diagnóstico e apresentam propostas de soluções. Após a concordância da empresa, começa a implementação. Com o fechamento do contrato de fornecimento de ferramentas, o processo industrial

passa a ser alterado para alcançar os objetivos”, diz. O PIP começou a ser implantado na Almar em 2006. Fernando Miranda, vendedor técnico da Diretha, distribuidora da Sandvik, conta que foi realizada uma radiografia a partir de observações na linha de produção, informações passadas pelos operadores das máquinas e

Centro de usinagem localizado no prédio I. 18 O Mundo da Usinagem



Izilda França

Colaboradores envolvidos. dados fornecidos pela diretoria. “Um dos pontos que verificamos era se tiravam o máximo proveito da máquina, pois em muitos casos quando não existe o bom aproveitamento, a primeira providência é a aquisição de uma nova máquina, desnecessariamente. Detectamos também os gargalos na produção. Havia um técnico para cada máquina além de um coordenador fazendo o monitoramento”, diz. Posteriormente, os diretores da Almar receberam o relatório com os procedimentos que deveriam ser adotados para que o processo de usinagem ganhasse em produtividade e qualidade. Para Airton Marrara, “o PIP só funciona com confiança mútua entre as partes, pois é preciso abrir dados de custos, o que muitos recusam”. De acordo ainda com Marrara, o PIP garantiu a satisfação do cliente e reverteu uma situação de prejuízo e inse20 O Mundo da Usinagem

gurança. “Hoje, temos domínio do processo e parâmetros dos limites. Sabemos que podemos até melhorar, mas sabemos que, agora, não muito, pois estamos próximos do ideal”, afirma. Outro resultado obtido pela Almar, segundo Marrara, foi “maior comprometimento do grupo de trabalho, a partir do aumento de conhecimento técnico e do intercâmbio de informações”. Fernando Miranda, da Diretha, afirma, no entanto, que no caso da Almar, o PIP está ainda em andamento: “Para as próximas etapas, está a busca de excelência e de uma maior interação com o cliente”. A partir do sucesso experimentado com o PIP, a empresa tem planos de expandir o programa para outras células de produção para ampliar a participação no mercado. Henrique Ostronoff Jornalista


Izilda França

Centros de Usinagem.

Evolução constante A Techinousi Almar foi fundada por especialistas em fundição e usinagem, em 1994, com duas máquinas instaladas em um pequeno galpão de 200 m 2. A empresa nasceu com o objetivo de abastecer o mercado de reposição de peças automotivas de qualidade comparável às das originais. Hoje, ocupando 6,8 mil m 2, a Almar dispõe de mais de duas dezenas de máquinas de última geração. Apesar de, a partir de 1996, ter se especializado em usinagem de peças fundidas para montadoras – 95% das atividades – a empresa ainda se dedica à sua antiga vocação. A Techinousi Almar detém o certificado ISO 9000 e está em processo para adquirir a ISO TS, específico para o setor automobilístico, e a ISO 14000, de gestão ambiental.

O Mundo da Usinagem 21



INTERFACE

70 anos

de SINAFER Sindicato da Indústria de Artefatos de Ferro, Metais e Ferramentas em Geral no Estado de São Paulo – SINAFER – pode se orgulhar de 7 décadas de história a serviço da produção metalúrgica no Estado de São Paulo. Exatamente em setembro de 1937, quando a indústria brasileira dava seus primeiros passos estruturais em direção à moderna produção, os industriais Jair Alves Horta, Ivo Fracalanza, Percival Cohn, Manoel Teixeira da Silva e Rodolfo Urschiz perceberam a importância da união de esforços para organizar o setor e formaram a primeira diretoria do então Sindicato dos Fabricantes de Artefatos de Metal de São Paulo. Menos de 5 anos depois, em 1941, as atividades tornaram-se mais abrangentes e o nome mudou para Sindicato dos Fabricantes de Artefatos de Metais em Geral de São Paulo. Em 1965 a expres-

O

são “Ferramentas” é acrescentada ao nome do Sindicato e em 1981 a base territorial passou a ser o Estado de São Paulo. O SINAFER vem acompanhando, desde sua fundação, os desenvolvimentos tecnológicos e os movimentos do mercado, assistindo seus filiados pelos caminhos nem sempre simples da indústria da produção em nosso país. O Sindicato chegou até nossos dias graças à dedicação de centenas de diretores que vieram se sucedendo e enfrentando os percalços do setor, além daqueles gerais da economia que tocaram a todos nós. Sob sua égide se reúnem hoje cerca de 2.500 empresas, responsáveis por aproximadamente 50 mil empregos no Estado de São Paulo. A estrutura de apoio oferecida aos associados compreende a tão necessária Assessoria Jurídica (Trabalhista, com as Convenções do setor; Sindical, Tributária, Fiscal e PrevidenciáO Mundo da Usinagem 23


ria); possui um setor de Informação/Divulgação de Assuntos Relativos ao Setor de Ferramentas, Artefatos de Ferro, Metais em Geral, incluindo Publicações Jurídicas, Cursos e Palestras, Atestados, Declarações e Consulta sobre Similar Nacional. Mediante acordo com a FIESP, os associados podem ter parceria em todos os eventos como a FEIMAFE, Feira Internacional de Mecânica, a TUBOTECH (Feira Internacional de Tubos, Válvulas, Conexões e Componentes), a METALTECH (Feira Internacional de Trefilação e Laminação de Metais), a METAL MECÂNICA, CORTE & CONFORMAÇÃO DE METAIS, a Feira da Indústria

Mecânica de Minas Gerais (MECMINAS),aT ECHMEI (Feira Internacional de Tecnologia em Máquinas e Equipamentos Industriais), para citar apenas as principais do setor. A diretoria do SINAFER para o triênio 2007-2010 acaba de ser eleita e tomar posse: José Duílio Justi, da Cooper Tools, substitui Maurice Costin na Presidência. Milton Pessôa Rezende e Waldir Magnani ocupam a 1ª e a 2ª Vice-Presidência. Carlos Roberto Stanzel é o Diretor Financeiro e Enzo Notarberardino o Diretor Administrativo, assessorados por nove diretores e seis conselheiros fiscais. A nova diretoria está con-

fiante em relação ao desenvolvimento da indústria que representa. Em 2006 as exportações do setor somaram US$ 199 milhões, enquanto importou-se, no mesmo período, US$ 190 milhões. Espera-se, para 2008, um crescimento de 8% em relação a 2007. Equipe O Mundo da Usinagem Mais informações acesse:

www.sinafer.org.br ou entre em contato com a sede, à Av. Paulista, 1313 - 7º andar -cj. 707 CEP 01311-923 - São Paulo/SP Tel.: (11) 3251 5411 e Fax: (11) 3251 5192.



SUPRIMENTOS

Enxuto, econômico

Não é de hoje que ser competitivo tornou-se imperativo no mundo dos negócios.

26 O Mundo da Usinagem

e eficaz oucos sabem, contudo, que data do início do século 20 a semente de um sistema de produção criado com o objetivo de conferir mais competitividade às empresas. A história começou no Japão, em 1902, no setor têxtil, quando Sakichi Toyoda (assim, com “d”) inventou o tear automático, que parava de funcionar quando a linha enroscava, abrindo caminho para a automatização dos teares. Mais tarde, ele fundou o Grupo Toyota que, em 1930, iniciou atividades no setor automotivo. À frente do empreendimento, Kiichiro, filho de Sakichi, foi para os EUA estudar o modelo de produção de Henry Ford e voltou determinado a adaptá-lo a pequenos volumes, para atender ao mercado japonês. A solução foi um sistema composto de diferentes processos seqüenciais, no qual cada um produzia somente os tipos e as quantidades de itens necessários ao processo seguinte e apenas quando fosse necessário. Nascia

P

o Toyota Production System (TPS) ou Sistema Toyota de Produção, que, em poucas palavras, quer dizer produzir com qualidade, na quantidade certa e no tempo certo, atendendo às expectativas do cliente. Do TPS derivaram outros sistemas visando à eficiência produtiva, como o kanban, jidoka e milk run, e a filosofia just in time (que pode ser traduzida como “na hora certa”), orientada para a eliminação de estoques e desperdícios. FOCO NO TRANSPORTE Aqui no Brasil, o JIT foi adotado na década de 1980. “As empresas de autopeças ainda não tinham familiaridade com o conceito, mas as matrizes das montadoras no exterior já forçavam sua adoção”, conta o diretor executivo do Instituto Imam, Reinaldo Moura. Pela falta de experiência, a busca pelo JIT resultou em um procedimento ineficaz: de acordo com a necessidade de produção, o cliente fazia os pedidos aos fornecedores que, ao fa-


Thomas Rose

zerem a entrega, formavam filas de caminhões nas portas das fábricas. A solução veio nos anos 1990, quando um modelo de coleta programada já existente no exterior, o milk run, passou a ser usado também no Brasil. Nele, as montadoras contratam transportadoras para, numa rota pré-estabelecida, um único caminhão coletar as peças nos fornecedores. O diretor-presidente da Transportadora Grande ABC, Antônio Caetano Pinto, conta que a expressão foi inspirada nos antigos entregadores de leite: os vasilhames eram deixados no lugar certo, na hora certa, na quantidade certa e recolhidos na hora certa, para que o leite não azedasse.

Atualmente, confecções e fabricantes de linha branca e de eletrodomésticos utilizam o milk run, mas o seu principal usuário continua sendo o setor automobilístico. Mas como toda novidade, exigiu esforços na implementação. O engenheiro de compras da Toyota do Brasil, Ewerton Takata, lembra que, em 1998, quando o Corolla começou a ser fabricado no país, foi necessário um grande movimento de conscientização junto aos fornecedores, para que toda a cadeia trabalhasse em sincronia e com a racionalidade necessária ao milk

run. Também na época foi preciso criar uma equipe para fazer follow up junto aos fornecedores e, com isso, garantir a coleta de peças e componentes por meio do milk run. CONTROLE TOTAL Com o amadurecimento do sistema, isso não é mais necessário, o que não quer dizer que não ocorram problemas. Pode acontecer de um fornecedor não cumprir o prazo da coleta e, nesse caso, o caminhão segue, ficando para ele, fornecedor, a responsabilidade da entrega. Mesmo assim, valem todos os esforços para que isso não aconteça porque, mais tarde, esse custo certamente virá embutido no preço das peO Mundo da Usinagem 27



Thomas Rose

ças. Caso mais grave é se houver problema na produção das peças do fornecedor, o que poderá afetar a qualidade do produto final. É aí que entra em cena o chamado jidoka – interrupção da produção para que o problema não passe para o processo seguinte e, lá na frente, acabe em retrabalho ou recall para o fabricante. Problemas à parte, o ritmo de produção é ditado pelo kanban (“cartão”, em japonês), sistema de controle de estoque por cartão: quando um cesto de peças vai para produção, automaticamente o kanban é retirado desse cesto e colocado num painel, informando, assim, a necessidade de produzir aquela quantidade novamente. Segundo João Ferro, analista de usinagem da Magneti Marelli Cofap, empresa do setor de autopeças famosa pelos seus amortecedores, o sistema garante a eficiência no relacionamento com os fornecedores e no atendimento aos clientes. “É essencial para evitar estoque intermediário, que é dinheiro parado”, afirma. Com os fornecedores diretos, a Toyota utiliza o e-kanban, via internet, e o seu ritmo é calculado com base no takt time de produção, que é o “pulso” do TPS, ou seja, é o tempo de produção de cada carro, para cumprir a demanda ditada pelo mercado. “Hoje, toda nossa produção trabalha com o takt time de 3.4 minutos. Ou seja, a cada 3.4 minutos fabricamos um veículo”, salienta Takata.

O Mundo da Usinagem 29


CUSTO X BENEFÍCIO A economia proporcionada pela produção enxuta, diz Caetano Pinto, da Grande ABC, “é violenta”: nada de armazéns para estocagem, nem inventários muito altos, nem risco de perder, por desvio, peças que ficam muito tempo no estoque. Isso sem falar da redução em até 60% da frota movimentada, que, além de economia, se traduz num procedimento ambientalmente correto em tempos de aquecimento global; e da agilidade para descarregar a carga: o tempo médio da Grande ABC é de meia hora; antes podia chegar até seis horas. Para o fornecedor também é vantagem, uma vez que, porcentualmente, o frete fracionado sai mais barato. “Quando era preciso enviar, por exemplo, 30 mil peças, o frete representava cerca de 3% a 4% do valor da mercadoria. No frete customizado e fracionado, cai para algo entre 0,7% e 1%”, exemplifica.

Todo esse avanço, diz Takata, da Toyota, significou uma mudança de cultura. “Antes, os gerentes consideravam os custos um ‘dado’, que estava fora de seu controle e os preços, uma variável que podia ser ajustada para acomodar as flutuações dos custos. Mas na atual competitividade do mercado global, compradores são os ‘árbitros’ dos preços e a única maneira de as empresas sobreviverem e assegurarem lucro é mantendo os custos mais baixos do que os preços que os clientes estão dispostos a pagar”. Os fornecedores da empresa também relatam melhorias nas relações gerente-colaborador, porque o sistema propicia “papéis” para os colaboradores, que desenham e gerenciam o próprio trabalho. Isso faz com que ambos busquem a melhoria da produtividade, qualidade e condições de trabalho. Thais Gebrim Jornalista

Para não ficar de fora

Thomas Rose

Segundo Moura, do Imam, ainda existem máquinas operatrizes de uma geração que não permite fazer a troca rápida (se-

30 O Mundo da Usinagem

tup ), criando dificuldade de o fornecedor produzir lotes menores, exigidos pelo milk run. A solução é uma só: modernizar os equipamentos.




Thomas Rose

PONTODEVISTA

á muito fala-se em inclusão digital no Brasil. Grande parte das estatísticas recentes gerou dúvidas, seja pela informalidade das informações ou até mesmo pelos baixos índices de brasileiros com acesso aos mais simples recursos tecnológicos. Mas esta incerteza quanto ao movimento de acessibilidade foi reduzida com o desempenho do mercado de PCs em 2006, quando as vendas ultrapassaram em quase 50% o ano anterior. Além disso, a manutenção dos incentivos do governo federal e a queda de preço dos produtos garantirão mais um ano de vendas crescentes e o brasileiro, pela primeira vez, deverá adquirir mais computadores do que televisores, segundo estimativa da ABINEE (Associação

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Tecnologia: agora, sim, é verdade!

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ba de adquirir o PC e que, com certeza, ambiciona possuir uma impressora. Hoje, com menos de R$ 300,00 é possível adquirir uma impressora de desempenho excelente, que imprime fotografias e que possui até tintas à prova d´água. É claro que sofremos muito ainda com a pesada carga tributária e a própria desigualdade social. Mas este momento aponta o Brasil para o desenvolvimento, fundamentalmente das pessoas, que poderão por meio da maior consciência, evolução intelectual e profissional contribuir com a construção de uma nação cada vez mais promissora e em igualdade com grandes potências mundiais. Um fato é inegável: vontade e criatividade nunca faltaram para o nosso povo. A inclusão digital só faz crescer a nossa esperança. Odivaldo Moreno Gerente Geral da Epson do Brasil. Imagem cedida pelo autor

Nacional da Indústria Eletroeletrônica). De fato, a venda de PCs em 2007 deve atingir 10,1 milhões de unidades, aumento de 23% sobre o ano passado, número que poderá ser superado se a valorização do real for mantida. Hoje, mais da metade dos computadores vendidos custa menos do que R$ 1 mil, o que impulsiona as vendas e coloca o Brasil em quarto lugar no ranking mundial do consumo do equipamento. E a cada ano o número de usuários da Internet cresce cerca de 20%. A conclusão mais importante desses dados vai além do acesso do brasileiro à tecnologia. Por trás deste movimento de inclusão digital abre-se porta gigantesca para o desenvolvimento econômico e social do país. Afinal, não é apenas no âmbito doméstico que o equipamento está mais presente. Nossas escolas cada vez mais cedo introduzem em seus programas de ensino a informática, o que melhora a formação dos estudantes e, conseqüentemente, o nível profissional no país torna-se cada vez mais elevado. Além disso, outros setores e indústrias se beneficiam da inclusão digital e muitas empresas estão se preparando para dar as boas-vindas a este novo e potencial consumidor. Os fabricantes de impressoras, por exemplo, têm desenvolvido equipamentos para o chamado “primeiro usuário”, aquele consumidor que aca-



INTERESSANTESABER

Florestas de alimentos tualmente, a consciência da grave crise ambiental em que nos colocamos, gerou dois movimentos de preservação sobre os quais devemos ponderar. O primeiro movimento, que já conta com milhares de empresas adeptas pelo mundo todo, visa diminuir ao máximo a emissão de carbono ao longo de sua rede de suprimentos e de fabricação final, oferecendo produtos de serviços de “baixo carbono” ao cliente final. As empresas Walters, Trinity Mirror, Boots e Marks & Spencer, todas inglesas,

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foram as pioneiras nessa linha e não por nada são todas afiliadas ao “Carbon Trust”, uma empresa privada, criada pelo governo inglês, com o objetivo de acelerar a mudança para uma indústria de baixa emissão de carbono no Reino Unido (http://www.car bontrust.co.uk). A chamada “auditoria de carbono” rastreia toda a emissão de carbono em cada estágio do ciclo de vida dos produtos, desde as fontes de matéria-prima, passando pela fabricação, até as prateleiras do consumidor e, claro, seu descarte. Isso é chamado de “pe-


Fernanda Martins

Navegando em “furo” próximo a Curuçá.

gadas de carbono” ou carbon footprint e a empresa Carbon Trust tem elaborado projetos com essa finalidade em todo o Reino Unido e já começa a se fazer presente em outros países da Europa. Essa linha de atuação, extremamente desejável e recomendada, é bastante lenta e sua implantação depende muitíssimo

da cultura vigente. Os britânicos, habituados a parcos recursos ambientais e às enormes privações das grandes guerras mundiais, são particularmente afeitos à consciência da necessidade de limites nas atividades humanas. O Brasil, terra do “em se plantando tudo dá”, moldado, como o resto dos países das Américas, na confiança dos recursos fartos e “inesgotáveis”, começa a interessar-se pela solução alternativa, de aplicação imediata, que pode minimizar a situação enquanto, esperamos, a educação ambiental e a cultura política ganham alento. A linha imediata é a da “neutralização do carbono emitido”, ou seja, neutralizar carbono com o plantio de florestas como um dos meios para combater o aquecimento global. Esse sistema, muito popular nos Estados Unidos, calcula a emissão de carbono de determinados eventos e verifica quantas árvores deveriam ser plantadas para compensar o carbono lançado à atmosfera. Determina-se o plantio de tais árvores e o evento passa a ser considerado – e anunciado – como “livre de carbono” (carbon free). Os ambientalistas radicais se insurgem contra tal prática, alegando que se trata de simples “compra de consciência tranquila”, já que o ideal mesmo é a redução das emissões.

Contudo, os ambientalistas mais pragmáticos e cientes do lento tempo necessário para mudanças não apenas tecnológicas como, sobretudo, de usos e costumes, vêem na alternativa da neutralização por meio do plantio de árvores, uma compensação mais imediata, que nos ganha tempo enquanto as mudanças maiores são encaminhadas. A revista O Mundo da Usinagem, para elucidar essa questão para nossos leitores, consultou a atuação do Instituto Peabiru, com sedes em São Paulo e em Belém do Pará, uma das entidades pioneiras em conservação e consumo sustentável em nosso país. Dedicado especificamente à conservação da floresta amazônica, embora mantendo outros projetos, o Instituto Peabiru vê, na compensação de emissões de carbono, uma excelente oportunidade de aliar o combate ao aquecimento global com a solução do mais grave problema da Amazônia: a falta de segurança alimentar (moderno nome para a “fome”) dos caboclos da região. O Instituto Peabiru iniciou o Projeto “Florestas de Comida” na zona mais devastada da Amazônia, o Nordeste Paraense, que pode ser chamado de “Mata Atlântica da Amazônia”, pois 97% da cobertura vegetal foi alterada pela ação do homem. Este programa faz parte de um eixo de trabalho da insO Mundo da Usinagem 37


ATIVIDADES E RESULTADOS As árvores como neutralizadoras do carbono (CO e CO2), além de terem ação direta no combate às mudanças climáticas, propiciam a ação de restauração da Amazônia pelos próprios amazônidas. O reflorestamento se faz em ecossistemas críticos – entorno de manguezais e nascentes – e com espécies úteis para Amazônia – açaí (Euterpe oleracea), bacuri (Platonia insígnia) e outras frutí38 O Mundo da Usinagem

Fernanda Martins

tituição, denominado Casa da Virada, que conta com apoio da Petrobras, entre outros parceiros. O Programa Casa da Virada é direcionado ao aumento da auto-estima das populações tradicionais do município de Curuçá, no Nordeste Paraense, valorizando o modo de fazer caboclo. Até o momento apenas os manguezais sobrevivem, e, mesmo assim já sofrem as conseqüências da erosão das áreas desmatadas. O Peabiru iniciou a neutralização de carbono de eventos e de outras ações voluntárias em agosto de 2007, com o Belém Fashion Days Iguatemi, em Belém do Pará, para o Shopping Iguatemi e para o SONAE Sierra, que lança o Manauara Shopping, em Manaus. Para cada um destes eventos foi calculado o plantio de 200 árvores que serão plantadas na estação chuvosa de 2007/2008 em Curuçá, Pará. O cálculo do número de árvores a serem plantadas é realizado de forma independente, pela Key Associados.

feras nas áreas de terra firme, e as 3 espécies de mangues nas áreas de mangue adjacentes. Durante o processo de reflorestamento dessa que é a região mais devastada da Amazônia, se alerta sobre os cuidados com a água, lixo, saneamento etc., em um amplo enfoque na educação ambiental. A utilização de espécies úteis – que produzem comida, atraem abelhas e pássaros (polinizadores e dispersores de sementes respectivamente), além de proteger as encostas contra a erosão, etc., oferece opção de sustentabilidade às populações locais. Nessas iniciativas, o Instituto Peabiru vem amealhando cada vez mais parceiros, pois para as


Colheita de açaí.

do Araguaia/Tocantins e o Oceano Atlântico. Trata-se, para o Instituto Peabiru, de excelente maneira de participar, de maneira direta, de ação ambiental com resultados práticos e de educação ambiental. Nesta ação, alertar sobre a questão da água, demonstrando a relação direta de proteção das nascentes que alimentam os manguezais, um dos ecossistemas mais ameaçados da Amazônia e que contam entre os maiores do planeta, leva à formação de forte relacionamento entre o Instituto Peabiru e as populações locais, pela atuação conjunta na produção e no plantio e manutenção das mudas. empresas que aderem, neutralizar o carbono gerado por seus eventos ou atividades, de forma sustentável e exemplar, caracteriza-se como atividade de responsabilidade sócio-ambiental. Demonstra, também, que a em-

presa se preocupa com o meio ambiente, associando sua marca à consciência ambiental perante o consumidor final, perante outros públicos e a imprensa. Curuçá é o ponto final de encontro entre o rio Amazonas e

Equipe O Mundo da Usinagem Para maiores informações e para participar da preservação da Amazônia, consulte www.institutopea biru.org.br.


Crescimento – mais que uma oportunidade, um imperativo do mercado uito se tem falado a respeito do crescimento da economia brasileira no ano corrente. Obviamente, os dados que encontramos na mídia nos causam um impacto positivo, mas também nos fazem refletir sobre a questão do crescimento em si e o planejamento de nossas ações futuras. Quais as implicações de tais projeções? O crescimento previsto está vinculado à maior demanda? Temos capacidade de oferta? De mão-de-obra qualificada? O que isso afeta o segmento metal-mecânico? Estamos preparados? Em que medida? A necessidade de expansão física ou de aumentar o parque fabril de muitas empresas do meio metal-mecânico já pode ser sentida pela maior demanda por máquinas-ferramentas e com exigência de entrega cada vez menor. Se isso, por um lado, denota o desejo de aumento da capacidade de produção e conseqüentemente da produtividade, por outro traz à tona a questão dos trabalhos de otimização dos processos. O fabricante de ferramentas deve esgotar todas as possibilidades que se descortinam à sua frente – de um lado, ferramentar as novas máquinas com ferramentas de última geração e alto desempenho que estejam alinhadas com o propósito de produzir mais, em menos tempo, gerando portanto maior produtividade. De outro, para aqueles que ainda não podem expandir fisicamente sua fábrica, mas que sofrem pressão igual por resultados mais econômicos e lucrativos, uma das soluções pode ser otimizar os processos de usinagem – do planejamento à peça acabada. Seja pelo aumento dos dados de cor-

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te, seja pela substituição de um produto antigo por um outro mais avançado tecnologicamente, com maior potencial para a desejada obtenção ou superação das metas estabelecidas. Cumpre dizer que independente da condição do cliente, apto a expandir fisicamente sua planta, ou a começar a otimizar seus processos de fabricação, deve fazer parte constante do objetivo do fabricante de ferramentas o trabalho em parceria para a análise e planejamento conjuntos, estabelecendo ações para extração de todo o potencial de melhoria da empresa que atende. Entendendo a sinalização de crescimento do mercado, podemos dizer que o ano de 2007 foi muito positivo – aumentamos nossa equipe, lançamos 3150 produtos apostando na idéia de que podemos continuar a dar suporte a todos aqueles que buscam a sonhada produtividade. José Edson Bernini Gerente Nacional de vendas Sandvik Coromant do Brasil

Adriana Elias

NOSSAPARCELADE

RESPONSABILIDADE



INTERESSANTESABER

notícias Empresas se unem para aumentar taxas de sucesso e inovação oi lançada em outubro último, durante a 14ª edição do Café Tecnológico do Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec), a Rede de Apoio à Inovação Tecnológica nos Empreendimentos em Criação (Raitec). A Agência Fapesp de Notícias divulgou que “o objetivo é unificar os esforços de 247 empresas residentes em dez incubadoras no Estado de São Paulo, de modo a aumentar suas taxas de sucesso no mercado, alavancar novos negócios e criar diferentes canais de comunicação entre as empresas. O projeto é apoiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), com as incubadoras investindo, ao longo de 2008, R$ 981 mil em atividades como outros cafés tecnológicos, participações em feiras de negócios, implantações de sistemas para avaliação das empresas e registros de marcas, patentes e softwares. ”. “Também fazem parte dessas ações o aprimoramento dos planos de negócio de pelo menos 50 novos empreendimentos que desejam se candidatar às incubadoras, além da capacitação dos empresários para o acesso a financiamentos oferecidos pelas principais agências de fomento do país”, disse o gerente executivo do Cietec, Sérgio Risola. “A nossa intenção é aproximar as demandas do mercado das empresas da rede, que estão num raio de 50 quilômetros da capital paulista”, afirmou. A rede deverá ainda, segundo Risola,

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aprimorar o modelo de gestão das incubadoras no acompanhamento de suas empresas por meio de plataformas computacionais integradas. O “pacote” inclui ainda cursos, oficinas e consultorias em assuntos diversos, como gestão empresarial, marketing, negociação com investidores e maneiras de atrair capital de risco. “Os pequenos e médios empresários, com a agregação do conhecimento dos pesquisadores da academia, representam os atores principais para o desenvolvimento da inovação tecnológica. Então, nada melhor do que criarmos uma rede para que as empresas incubadas gerem riqueza e tenham maiores chances de se tornarem globais”, disse Cláudio Rodrigues, presidente do Conselho Deliberativo do Cietec e Superintendente do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). Além do Cietec, compõem a Raitec a Incubadora de Empresas de Guarulhos, Incubadora de Empresas Barão de Mauá, Incubadora Aceleradora de Empreendimentos, In Nova Incubadora Tecnológica e Educacional de Santo André, Incubadora da Fundação de Estudos Agrários “Luiz de Queiroz”, Incubadora de Empresas de Santos, Incubadora Tecnológica de Empresas de Sorocaba, Incubadora de São Bernardo do Campo e Incubadora Tecnológica de Mogi das Cruzes. Fonte: Agência FAPESP



MOVIMENTO SANDVIK COROMANT - PROGRAMA DE TREINAMENTO 2007 Mês Dez

TBU

TBU

Noturno

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OUT

03 e 04

TBU - D- Técnicas Básicas de Usinagem (Diurno - 14 horas em 2 dias) TBU - N- Técnicas Básicas de Usinagem (Noturno - 14 horas em 4 dias - das 19h00 às 22h30) TFR - Técnicas de Furação e Rosqueamento com fresa de metal duro (14 horas em 2 dias) EAFT - Escolha e Aplicação de Ferramentas para Torneamento (21 horas em 3 dias) UMM - Usinagem de Moldes e Matrizes (28 horas em 4 dias) EAFF - Escolha e Aplicação de Ferramentas para Fresamento (21 horas em 3 dias) OUT - Otimização da Usinagem em Torneamento (28 horas em 4 dias) OUF - Otimização da Usinagem em Fresamento (28 horas em 4 dias) TUCAS - Tecnologia para Usinagem de Componentes Aeroespaciais e Superligas (14 horas em 2 dias) TGU - Técnicas Gerenciais para Usinagem (21 horas em 3 dias)

Para mais informações, acesse www.cimm.com.br (Treinamento Sandvik)

OUF

TUCAS

TGU


O MUNDO DA HGF Comunicação

DICASÚTEIS

USINAGEM

O leitor de O Mundo da Usinagem pode entrar em contato com os editores pelo e-mail: omundo.dausinagem@sandvik.com ou ligue: 0800 770 5700

FALE COM ELES Arwi – 54 3026 8888 Dormer – 11 5660 3006 Epson do Brasil – 11 5502 5444 Heller Máquinas Operatrizes – 15 2103 3221 IMAM – www.imam.com.br Magnetti Marelli Cofap – 11 2144 1569 Sinafer – www.sinafer.org.br Tool Services – 11 8447 6992 Toyota do Brasil – 11 4390 5100

SANDVIK COROMANT - DISTRIBUIDORES ARWI Tel: 054 3026 8888 Caxias do Sul - RS ATALANTA TOOLS Tel: 011 3837 9106 São Paulo - SP COFAST Tel: 011 4997 1255 Santo André - SP COFECORT Tel: 016 3333 7700 Araraquara - SP COMED Tel: 011 6442 7780 Guarulhos - SP CONSULTEC Tel: 051 3343 6666 Porto Alegre - RS COROFERGS Tel: 051 3337 1515 Porto Alegre - RS CUTTING TOOLS Tel: 019 3243 0422 Campinas - SP DIRETHA Tel: 011 6163 0004 São Paulo - SP ESCÂNDIA Tel: 031 3295 7297 Belo Horizonte - MG FERRAMETAL Tel: 085 3287 4669 Fortaleza - CE GALE Tel: 041 3339 2831 Curitiba - PR GC Tel: 049 3522 0955 Joaçaba - SC HAILTOOLS Tel: 027 3320 6047 Vila Velha - ES JAFER Tel: 021 2270 4835 Rio de Janeiro - RJ KAIMÃ Tel: 067 3321 3593 Campo Grande - MS MACHFER Tel: 021 2560 0577 Rio de Janeiro - RJ

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ANUNCIANTES NESTA EDIÇÃO O Mundo da Usinagem 41 Abimei. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Agie-Charmilles. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 Arwi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08 Blaser Swisslube. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 Deb’Maq . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05 Diadur . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 Dormer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Dynamach. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Ergomat . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 Esab . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Grob . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Haas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 Hanna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 HEF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 IGM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Intertech . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Kone . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 MachSystem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 MarktEvents . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 Mazak . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 Meggatech . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Nestor di Marco. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Romi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09 Sandvik Coromant . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 Selltis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 02 SKA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Stamac . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 TAG . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 Vitor Buono . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

SANDVIK COROMANT - Atendimento ao cliente 0800 559698 46 O Mundo da Usinagem


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