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O MUNDO DA

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USINAGEM

P U B L I C A Ç Ã O D A S A N D V I K C O R O M A N T D O B R A S I L ISSN 1518-6091 RG BN 217-147

SENAI

Competência, Cidadania e Competitividade ACABAMENTO

Retificação ou torneamento duro?

FEIRA MECÂNICA

Expectativas de 7 bilhões em negócios no ano



Guettyimges

EDITORIAL

“Há prazeres na vida que custam menos do que parecem. Encontram-se na simplicidade das coisas feitas com amor. Ter acesso a estas coisas, muitas vezes, vale uma noite, saber partilhá-las vale uma vida.”

O Mundo da Usinagem

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ÍNDICE

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O MUNDO DA

EDIÇÃO 06 / 2008

USINAGEM

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USINAGEM

P U B L I C A Ç Ã O D A S A N D V I K C O R O M A N T D O B R A S I L ISSN 1518-6091 RG BN 217-147

SENAI

Competência, Cidadania e Competitividade ACABAMENTO

Retificação ou torneamento duro?

Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISSN 1518-6091 RG. BN 217-147

FEIRA MECÂNICA Capa Foto: GC4225 Arquivo AB Sandvik Coromant

Nathan Carvalho

O MUNDO DA

Expectativas de 7 bilhões em negócios no ano

03 EDITORIAL 04 ÍNDICE / EXPEDIENTE 06 GESTÃO EMPRESARIAL: RETIFICAÇÃO 12 SUPRIMENTOS: FLUIDOS REFRIGERANTES 16 GESTÃO EMPRESARIAL: JACUÍ 24 HORAS À DISPOSIÇÃO DO CLIENTE 22 SUPRIMENTOS: O PROJETO DO NOVO ARMAZÉM 26 INTERESSANTE SABER NOTÍCIAS: FINAME AMPLIA PRAZO DE PAGAMENTO 30 OTS: NARDINI – LIÇÃO BRASILEIRA DE SUPERAÇÃO 37 INTERFACE: CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL 45 PONTO DE VISTA: NEM TUDO SÃO FLORES NA COMUNICAÇÃO DIGITAL 48 INTERESSANTE SABER: FESTAS JUNINAS OU JOANINAS? E OUTRAS NOTÍCIAS 54 NOSSA PARCELA DE RESPONSABILIDADE 56 MOVIMENTO 58 DICAS ÚTEIS e-mail: omundo.dausinagem@sandvik.com ou ligue: 0800 770 5700

EXPEDIENTE O MUNDO DA USINAGEM é uma Publicação Sandvik Coromant do Brasil, com circulação de doze edições ao ano, tiragem de 22.000 exemplares, com distribuição gratuita. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP. Conselho Editorial: Aldeci Santos, Anselmo Diniz, Aryoldo Machado, Edson Truzsco, Edson Bernini, Eduardo Debone, Fernando de Oliveira, Francisco Marcondes, Heloisa Giraldes, Marlene Suano, Nivaldo Braz, Nivaldo Coppini, Nixon Malveira, Vera Natale. Editora: Vera Natale Editor Chefe: Francisco Marcondes Editor do Encarte Científico: Nivaldo Coppini Jornalista Responsável: Heloisa Giraldes - MTB 33486 Secretário de Redação: Kazuhiro Kurita Propaganda: Gerente de Contas - Thaís Viceconti / Tel: (11) 6335-7558 Cel: (11) 9909-8808 Projeto Gráfico: AA Design Capa e Arte Final: 2 Estúdio Gráfico Revisão de Textos: Fernando Sacco Gráfica: Aquarela

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GESTÃO EMPRESARIAL

Retificação: alternativa sine qua non para peças de alta precisão Demandas por precisão e mercado aquecido favorecem o segmento

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retificação é um processo de usinagem por abrasão que utiliza ferramentas de múltiplas arestas (multicortantes) a fim de melhorar o acabamento superficial da peça, eliminando irregularidades, fissuras, poros e corpos estranhos. Para executar este processo, utilizam-se rebolos em forma de disco, compostos por abrasivos e elementos aglomerantes. “Devido ao fato de possuir inúmeras arestas de corte, quando o rebolo em rotação entra em contato com a peça, retira cavacos bem pequenos. Com isso, a retificação é um processo que consegue obter na peça excelente precisão e, conseqüentemente, é um processo de acabamento de superfícies que já sofreram operações de usinagem anteriores, tais como peças de aço em um automóvel, eixos virabrequins, eixos da caixa de câmbio, válvulas, entre outras”, descreve o prof. Anselmo Eduardo Diniz, diretor da Faculdade de Engenha-

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Arquivo Saint Gobain Abrasivos

Retificação Creepfeed.

ria Mecânica da Universidade de Campinas (UNICAMP). A retificação geralmente consiste de diversas etapas de trabalho, avalia Edson Vergílio, engenheiro da Zema Zselics, empresa especializada na produção de retíficas cilíndricas CNCs. Na retificação cilíndrica, por exemplo, podemos enumerar as seguintes fases: • Aproximação • Desbaste • Semi-Acabamento • Acabamento • Faiscamento • Afastamento Todos estes processos garantem a excelência no acabamento de peças, tornando a retificação um processo indispensável quando o assunto é qualidade e atenção às tolerâncias. Entretanto, a retificação nem sempre teve ares tão nobres. As retíficas foram as últimas máquinas a receber o comando numérico que hoje define critérios de estratégia, condições de ciclo, taxas de remoção, condições de preparação dos rebolos e das ferramentas, entre outros processos. “As máquinas funcionavam bem com sistemas de acionamento hidráulico ou eletromecânico. Entretanto, demandas de qualidade cada vez maiores e gargalos O Mundo da Usinagem

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Arquivo Zema Zselics

Processo de retificação da Zema Zselics.

de produção passaram a ser relacionados a esse tipo de processo. A necessidade de aumentar a flexibilidade nas fábricas também fez com que os tempos de set up passassem a ser mais valorizados, obrigando a uma série de investimentos”, analisa o prof. João Fernando de Oliveira, da Universidade de São Paulo (USP). CUIDADOS NA HORA DE RETIFICAR Para se obter uma boa operação de retífica, alguns cuidados devem ser tomados, tais como: • Escolha da máquina e características técnicas, cuidados na instalação e manutenção, rigidez, sistema de guias e mancais; • Escolha do tipo de rebolo e da especificação; • Determinar corretamente o momento de dressagem do rebolo e nunca deixar este momen8

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to ser ultrapassado sem que a dressagem seja realizada; • Escolha do tipo de fluido refrigerante; • Forma da peça, material e sobremetal. “Todos os itens acima estão relacionados entre si e são critérios importantes a considerar em cada análise”, avalia Edson Vergílio, complementando: “Atualmente, cuidados na preparação e no set up são igualmente importantes e um bom planejamento das operações pode proporcionar garantia de qualidade, menor tempo de set up e flexibilidade de produção de vários modelos de peças”. “A Saint-Gobain, através da metodologia System Approach, procura entender a operação de retífica como um sistema. Desta forma, o abrasivo passa a ser apenas mais uma variável do processo, que depende também de máqui-

nas adequadas, operadores com conhecimento técnico, dressadores e óleos refrigerantes adequados e um ciclo de usinagem bem desenhado”, descreve Marcelo Yuti Sasaki, gerente da Engenharia de Aplicação da Saint-Gobain Abrasivos, multinacional especializada na produção de lixas, rebolos e discos de corte e desbaste. TORNEAMENTO DURO X RETIFICAÇÃO Ainda que o torneamento duro tenha avançado na área de acabamento de peças usinadas, a retificação ainda é um processo indispensável. Isto porque grande parte das ferramentas utilizadas no torneamento duro é bastante frágil e as vibrações surgidas no torneamento de eixos de aço endurecido, por exemplo, podem gerar quebra da ferramenta. Outro ponto decisório diz


Arquivo Saint Gobain Abrasivos

Retificação cilíndrica.

respeito ao tempo de produção, ou lead time, já que algumas operações de retificação são extremamente rápidas, como por exemplo a retificação cilíndrica sem centro (centerless) que, além de mais versátil, garante menos deformações. A análise financeira também deve sempre ser mensurada. Uma retífica pode custar de 3 a 10 vezes o preço de um torno, fazendo com que o tamanho do lote e a sua regularidade sejam fatores importantes. No que se refere à precisão, tolerâncias dimensionais na ordem de 20 mícrons podem ser obtidas por ambos os processos. Entretanto, quando falamos de variabilidades muito pequenas (aproximadamente 5 mícrons), a retificação torna-se mais indicada. “Mesmo com os avanços que os tornos tiveram nos últimos

anos em relação à precisão, é difícil equacionar uma máquina com um baixo custo, que permita elevados avanços na fase de desbaste e alta precisão na fase de acabamento por um longo período de duração do equipamento”, avalia o engenheiro da Zema Zselics, Edson Vergílio. No que se refere à questão ambiental, vale lembrar que o torneamento duro pode ser feito a seco, enquanto a retificação exige fluidos de corte, gerando gastos. A complexidade desta relação é muito grande, fazendo com que cada caso deva ser analisado individualmente. Porém, características do produto, disponibilidade de investimentos, precisão e produtividade são fatores que devem ser avaliados e quantificados. “De forma geral, não se pode dizer que o torneamento duro vai substituir a retificação já

que as retíficas também aumentaram muito seu desempenho”, conclui o prof. João Fernando de Oliveira. RETIFICAÇÃO EM PASTILHAS Tendo em vista que a indústria metal-mecânica exige precisões cada vez maiores, é inevitável que processos de acabamento acompanhem essa demanda. Operações de fresamento podem exigir até 40 pastilhas em uma única ferramenta e, nesse contexto, é indispensável garantir o rigor de tais medidas. Segundo Fernando Pereira, técnico de processos da área de retificação da Sandvik Tooling, “em processos de produção de metal duro, o material é prensado e posteriormente sintetizado, reduzindo o volume da pastilha. Nesta etapa, o metal duro pode sofrer O Mundo da Usinagem

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Arquivo Saint Gobain Abrasivos

Retificação plana.

algumas pequenas deformações e uma das funções da retífica é corrigir estas alterações de acordo com a aplicação do produto”. “A retificação garante que todas as pastilhas estão em uma mesma altura, aferindo um bom acabamento”, analisa José Roberto Meireles, supervisor da área de retíficas da Sandvik Tooling, complementando: “Além de determinar a espessura da pastilha, a retificação também garante sua planicidade em relação à base da ferramenta”. Tão importante quanto a qualidade da pastilha e da ferramenta, as máquinas utilizadas na produção podem garantir vantagens competitivas e agregar valor ao produto final à medida que aumentam a produtividade. Modelos como Magda, Wendt T/B Ro10 O Mundo da Usinagem

botizada e Agathon Combi 400 são apenas alguns dos exemplos de novos desenvolvimentos prometidos para este ano neste mercado. A aplicação, o acabamento e o custo final da peça são três elementos que podem ou não conferir à pastilha de metal duro operações de retífica. Mas para se ter uma idéia da importância deste processo no segmento, em 2008, estima-se que das milhões de pastilhas produzidas pela Sandvik do Brasil, 90% do total passem por este processo, o que demonstra a exigência e o potencial deste mercado, que mundialmente deve crescer 5% na área de pastilhas de metal duro e 12% em operações envolvendo retíficas. Fernando Sacco Jornalista



SUPRIMENTOS

Fluidos refrigerantes: da produtividade à preservação ambiental om a função de efetuar a lubrirrefrigeração – ou seja, lubrificar e refrigerar o ponto de contato com a peça para reduzir o calor do atrito e, assim, manter a integridade do rebolo e a qualidade superficial da peça –, os fluidos de corte refrigerantes e lubrificantes são imprescindíveis nos processos de retificação. Solúvel ou integral, o produto também limpa o rebolo, a peça e a máquina; melhora o processo de dressagem (que ‘acerta’ o rebolo, ou seja, torna os seus grãos novamente ativos, reafiados para novas operações); e protege a peça e a máquina contra oxidação e corrosão. Por promover a troca de calor mais rápida, o fluido solúvel (ou emulsionável) é o mais utilizado, mas, se o material em retificação for menos resistente ao calor, pode ser necessário o uso de fluido integral, ou, de acordo com a complexidade da operação, a substituição pelo fluido de corte multifuncional, que pode ser aplicado em diferentes materiais. “Os fluidos de corte refrigerantes influenciam diretamente as principais variáveis no processo de retificação. Por isso, produtos de melhor qualidade e empregados corretamente resultam em melhor acabamento superficial e estabilidade dimensional e geométrica das peças, proporcionando, conseqüentemente, melhor estabilidade do processo, o que reduz o custo total da operação e au-

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GuettyImges

Indispensáveis no processo de retificação, os fluidos de corte refrigerantes exigem dos usuários a parceria com o fornecedor e o descarte ecologicamente correto

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menta a produtividade”, afirma o gerente geral da fabricante Blaser Swisslube, Carsten Witthüser. A escolha correta, adiciona o consultor técnico da Castrol Brasil, Adriano Ventura, vai depender dos parâmetros da máquina (tamanho de tanque, vazão, pressão sistema de filtragem, tipos de elastômeros etc.), do tipo de peça e das questões relativas ao meio ambiente, ou seja, quanto maior for a durabilidade do fluido, mais tempo levará para o descarte e menor será o impacto na natureza. FORNECEDOR E PARCEIRO Com isso, na hora de fazer a escolha, o papel do fornecedor é fundamental. “O departamento técnico deve ser consultado para

indicar o melhor produto”, orienta Ventura. O engenheiro de aplicações da Blaser, Marcelo Kuroda, completa: “O fornecedor precisa ser mais do que um vendedor. Deve ser um consultor que, além de indicar o produto, avalia continuamente as necessidades do cliente e o provê com as novidades do mercado”. Segundo Ventura, o fornecedor pode oferecer outros serviços, como adicionar aditivos para prolongar a vida útil do fluido em uso; realizar análises laboratoriais para saber se o fluido pode ser aditivado ou se deve ser descartado; e auxiliar na avaliação de contaminação, que pode ocorrer em função de poeira, água de má qualidade, fungos, bactérias

ou outros fluidos utilizados na operação. “Nos casos de clientes de alta demanda, o fornecedor pode ficar responsável pelo gerenciamento e pela manutenção de todos os fluidos de usinagem pertinentes ao processo”. Na verdade, o sucesso da retificação é resultado do esforço conjunto. Kuroda diz que não só os fabricantes de fluidos buscam desenvolver continuamente novos tipos de produtos, como os fornecedores de rebolos estão sempre em busca de novos tipos de abrasivos e ligas de aglomerante para maximizar o processo. DESTINO FINAL A fabricante de ferramentas de corte Dormer utiliza mensal-


GuettyImges

mente em retificação 17 mil litros de óleo integral mineral e 600 litros de óleo solúvel que, diluídos, resultam em cerca de 20 mil litros de emulsão. Tal quantidade gera para a empresa o desafio de encontrar caminhos para que o seu descarte dos resíduos impacte o mínimo possível no meio ambiente e a reciclagem vem se mostrando a principal saída. O gerente de engenharia da Dormer, Clayton Danza, conta que os resíduos de óleo mineral em fase líquida são destinados a empresas especializadas para passar por novo refino e serem novamente comercializados. “Essa sucata de óleo é vendida a um preço simbólico e, com isso, deixa de ser destinada como resíduo, voltando à sua cadeia de utilização mediante aproveitamento ecologicamente correto.” Procedimento igual foi adotado pela Sandvik do Brasil, que, no processo de retificação, consome 200 litros de óleo solúvel por mês (cerca de 15 mil litros de emulsão). Os efluentes são coletados por um fornecedor especializado e levados para tratamento. Depois, o insumo é reciclado e revendido, a água é tratada e enviada para a Sabesp e os resíduos encaminhados para incineração. “Antes, pagávamos pelo tratamento da água e descarte dos efluentes; era 100% de despesa. Hoje, de um tambor de 200 litros de óleo usado, o fornecedor recicla pelo menos 20% e nos 14 O Mundo da Usinagem

paga. Passamos da despesa para a receita e agimos de forma ecologicamente correta”, salienta a técnica de meio ambiente da Sandvik, Yumi Tsuda Pan. DE OLHO NO FUTURO Não é de hoje que a Dormer busca uma solução para a reciclagem plena do resíduo de óleo. Recentemente, em parceria com outras empresas, ela desenvolveu um projeto para reciclar todos os componentes da lama de retífica, que, no processo até então desenvolvido, ainda apresenta deficiências por ser uma reciclagem parcial. O projeto-piloto obteve êxito com a recuperação integral do óleo e o aproveitamento total dos elementos de liga metálica presentes no particulado da lama. A expectativa é de que, até o final do ano, o projeto seja aplicado em escala industrial. Vale lembrar que a destinação de resíduos, seja para descarte ou reciclagem, passa por licenciamento de órgão ambiental competente. Em São Paulo, por exemplo, é a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), ligada à Secretaria do Meio Ambiente do Governo do Estado de São Paulo, que emite o Certificado de Autorização para Destinação de Resíduos Industriais (Cadri). Thais Gebrim Jornalista



GESTÃO EMPRESARIAL

Jacuí 24 horas à disposição do cliente á quem enxergue em uma situação difícil um grande problema, mas, por outro lado, há quem vislumbre nela uma grande oportunidade, ou desafio. A empresa Indústria de Equipamentos Industriais Jacuí Ltda., sediada em Charqueadas, a cerca de 52 quilômetros de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, nasceu justamente da visão empreendedora do Sr. José Nathan Carvalho

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Em pé, à esquerda, o fundador da Empresa, José Magnus, e seus filhos Guilherme Magnus, Eduardo Magnus e Mauricio Magnus.

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Magnus com o propósito claro de fazer um trabalho de qualidade no atendimento aos clientes em regime 24 horas. Com muita experiência no ramo Metal Mecânico, José Magnus não hesitou em levar adiante seu objetivo e, em 1992, fundou sua própria empresa. Não abandonou, num primeiro momento, o posto de supervisor de equipamentos de manutenção

que ocupava. Algum tempo depois, convicto de que sua empreitada era de fato um sonho que tomava corpo e forma reais, partiu para a vida de empresário que hoje compartilha com seus três filhos, seus sócios. Dedica-se, desde então, com sucesso à fabricação de peças para manutenção industrial, mecânica, hidráulica, pneumática, metalização e serviços de caldeiraria,


Nathan Carvalho

Colaboradores da Jacuí.

abrangendo diversos setores da indústria, como o automotivo, energia e construção naval, setor de aglomerados para móveis e, principalmente, para a área siderúrgica. O que mais surpreende na empresa é a flexibilidade que tem para usinar peças de materiais e perfis diversos, como cardans, rolos de mesa, redutores, acoplamentos, bombas de pressão, engrenagens, eixos e polias, em uma faixa de diâmetro que varia de 3mm a 1.600mm. Isso requer mão-de-obra qualificada, pois cada tipo de operação e perfil da peça tem suas próprias peculiaridades, exigindo do ope-

rador domínio total do processo. Para tanto, conta com pessoal devidamente treinado, que é escolhido criteriosamente – formação técnica, disponibilidade para trabalho fora do horário normal do expediente e, sobretudo, vontade para crescer junto com a empresa. Aos recém-ingressos na família Jacuí, como gostam de aludir os sócios, a empresa oferece cursos de matemática básica, de leitura e interpretação de desenho técnico, além do treinamento intensivo no chão de fábrica. Consideram como um bom tempo para o aprendizado técnico básico uma média de dois anos, mas

o que mais incentivam em cada um – e que está descrito no plano de ação da empresa – é o espírito de liderança, ou a autonomia de cada colaborador para que faça com maestria suas próprias tarefas. RELACIONAMENTO COM FORNECEDORES O foco principal da empresa é o serviço 24 horas, que se sustenta em bases sólidas. Por essa razão, ela é bastante criteriosa na escolha dos fornecedores. Na área de ferramentas de corte, os sócios são diretos quando declaram querer “basicamente” qualidade do produto e agilidade no atendimento. O Mundo da Usinagem 17


A Corofergs, distribuidor de ferramentas de corte para usinagem em Porto Alegre, por intermédio de Antonio Sparremberger e Marco Antonio Freitas, diretor e vendedor técnico respectivamente, atendem a Jacuí há cerca de 15 anos com o firme propósito de não apenas cumprir e aten-

Fotos: Nathan Carvalho

Um dos diferenciais é a usinagem de grande porte.

der aos requisitos da empresa, mas sobretudo o de estar 24 horas à disposição. Também buscam superar expectativas com relação à otimização da produtividade, visando sempre aumentar a competitividade do cliente e estabelecer um relacionamento transparente e de confiança mútua.

Não foi à toa que testes feitos com a fresa CoroMill R210 proporcionaram à Jacuí uma redução do tempo operacional da ordem de 60%, totalizando 960 horas de economia ao ano, gerando ganhos de até R$ 76.800,00/ano. NOVA SEDE Na segunda quinzena de julho de 2008, será inaugurada a sua nova sede de 3.100m2 em um terreno de 20.000m2, a poucos quilômetros do antigo espaço de 1.200 m2 de área construída que ficava às margens do Rio Jacuí e onde tudo começou. Satisfeito com as novas instalações e com

Usinagem com alto avanço utilizando a R210.

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buscando cada vez mais ampliar e diversificar seus serviços em 2008. Para isso, continuará a investir no processo de informatização da produção, bem como em tecnologia. Vera Natale Editora

Nathan Carvalho

um parque com mais de 37 máquinas operatrizes, sendo em torno de 12 totalmente novas, Magnus adianta que pretende agilizar o processo de manutenção e reparo ao qual se dedicam, ampliando o quadro de colaboradores dos atuais 86 para mais de 100,

Produtos feitos sob encomenda.

Premiações e Reconhecimento A Jacuí, com certificação pela norma NBR ISO9001:2000, já recebeu inúmeros prêmios como o de Talentos Empreendedores Sebrae, em 2004. Dentre os quesitos avaliados pelo Sebrae estavam itens de segurança, qualidade e responsabilidade sócioambiental, entre outros, com os quais a empresa é bem comprometida. Ela procura, por exemplo, minimizar ao máximo o impacto ambiental, reutilizando a água que é separada do óleo e graxa gerados nos processos de usinagem. Os resíduos metálicos são entregues a uma empresa especializada em descarte. A Jacuí também pratica ações junto à comunidade de Charqueadas, doando brinquedos, roupas, re-

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médios para creches, escolas e bairros carentes. A empresa participa constantemente de programas de capacitação, realizado por grandes grupos em nível nacional com o intuito de ser fornecedor Top de Linha, qualificado para qualidade 100% assegurada na realização de qualquer tipo de serviço de manutenção nas indústrias em geral, incluindo as siderúrgicas em todo Brasil. Recentemente, a empresa recebeu de um Grupo Siderúrgico o prêmio de Fornecedor Destaque de 2006 e 2007, que se destinou a gratificar a dedicação da empresa e de seus colaboradores ao longo destes anos. Mais um motivo de orgulho, finaliza José Magnus.


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SUPRIMENTOS

O projeto do novo

armazém

oi-se o tempo que o armazém era chamado de depósito. Lá era o local onde a empresa colocava as coisas que seriam guardadas, para depois serem vendidas. Neste tempo, ainda não se falava em logística. Hoje em dia, a visão nos países com tecnologia avançada é bem diferente. Os armazéns ou almoxarifados estão sendo considerados o diferencial competitivo das empresas que buscam oferecer um alto nível de serviços aos seus clientes. Mas aqui no Brasil, apesar do benefício, ainda são poucos os que possuem características construtivas de alto padrão. Como consultor de logística, algumas vezes eu tive que realizar a tarefa de identificar pontos de apoio à distribuição. Dois momentos foram marcantes: um na distribuição de água mineral e, em outro, na distribuição de cestas básicas de alimentação. Nas duas operações era necessária a locação dos galpões e isto se tornou um verdadeiro desafio, pois as empresas interessadas exigiam que o ponto fosse regulamentado. Das ofertas de galpões nas regiões procuradas, pouquíssimas atendiam a esses requisitos e, nestes poucos pontos ofertados, a qualidade era sempre sofrível, dado a características do pé-direito, do piso, da cobertura, da inexistência de docas e de infra-estrutura para o sistema de informação. A produtividade e a eficácia na operação logística são dependentes da qualidade construtiva do galpão. Nos Estados Unidos, na Europa e no Japão, são utilizados galpões de qualidade que possibilitam um menor custo operacional.

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Aqui em São Paulo existe uma demanda de galpões para operação eficiente, e aqueles que buscam investir na construção de galpões de qualidade é importante que considerem cinco regras básicas:


Guettyimges

A regra número 1 trata da questão da verticalização da armazenagem. Um pé-direito de 4 ou 5 metros utilizados atualmente já não atende às necessidades de empresas que possuem empilhadeiras elé-

tricas retráteis ou trilaterais para elevação de 9 a 12 metros. Considere que estas empilhadeiras estão cada vez mais populares. Com a globalização, qualquer empresa tem acesso a estes equipamentos. Os preços estão menores e o desenvolvimento tecnológico nesta área segue em passos largos. Além de tudo, com a popularização da produção industrializada de vigas e colunas, associada ao concreto de resistência controlada ou perfilados metálicos que possibilitam grandes alturas com preços cada vez mais acessíveis, está ficando cada vez mais fácil atender à necessidade da altura do pé-direito. As empresas estão percebendo que a verticalização possibilita uma melhor organização dos almoxarifados e fica cada vez mais fácil aos operadores realizar a separação dos pedidos de forma rápida e assertiva, trazendo produtividade e agilidade nas entregas. A regra número 2 trata da questão do modelo de operação que se dará no galpão, associado à qualidade do piso que deve ser O Mundo da Usinagem 23


Izilda França

Fernando Sobral: “A produtividade e a eficácia na operação logística são dependentes da qualidade construtiva do galpão”.

de alta resistência, para suportar o peso de pilhas de 10 a 12 metros de produtos e com capacidade de resistir ao desgaste provocado pelas rodas das empilhadeiras. Nos galpões do passado existiam juntas, desníveis, degraus, ângulos que não serão permitidos nos galpões do futuro. O piso deve ser de alta qualidade no tocante a desgaste e nivelamento. A regra número 3 trata da utilização de docas e dos niveladores de docas, quase sempre ausentes nos galpões do passado. Se encontrar um galpão regularizado é difícil, com doca, então, é uma proeza. Por causa disto, muitas empresas optam por construir seus próprios Centros ou Pontos de Apoio à Distribuição. A regra número 4 trata de como o galpão possibilita a preservação do produto no tocante a intempéries, segurança ou infestações de roedores e insetos. Os avanços tecnológicos das coberturas estão permitindo espaços com um mínimo de colunas e com uma grande estanqueidade, evitando umi24 O Mundo da Usinagem

dade ou goteiras que muitas vezes condenam o produto para venda. Bem diferente do passado quando as coberturas eram suportadas por tesouras de madeira fechadas e telhas cerâmicas. A regra número 5 trata da possibilidade de instalações de redes elétricas, telefônica e lógica. Um grande problema que as empresas encontram hoje é como fazer as instalações. Duas situações podem atender o futuro: através de redes sem fio, como os sistemas de radiofreqüência e “wireless”, ou por meio da utilização de pisos elevados. O estudo de tendências demonstra que os novos galpões associados aos investimentos na infra-estrutura de transporte vão certamente permitir às empresas o necessário avanço da logística. Fernando Henrique de Almeida Sobral Diretor da Interlogis – Logística & Embalagem. Professor, Arquiteto, Especialização JICA/TÓQUIO. Foi pesquisador no IPT, Vice-Presidente da ASLOG.



INTERESSANTESABER

notícias

Finame amplia prazo de pagamento para 10 anos

Às vésperas da 27ª edição da Feira Internacional da Mecânica, o governo federal anunciou a ampliação do prazo para o Finame, elevando os ânimos dos participantes do evento

26 O Mundo da Usinagem

momento não poderia ser mais propício ou estratégico. No dia 12 de maio, véspera da abertura da Mecânica 2008 – 27ª Feira Internacional da Mecânica, evento bienal de máquinas e equipamentos e considerado o maior do gênero no Hemisfério Sul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou a Política de Desenvolvimento Produtivo, que inclui a elevação de cinco para dez anos no prazo do Finame. No dia seguinte, foi a vez do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, visitar a feira. “Interessa crescer com inovação, com máquinas e equipamentos mais sofisticados, que contribuam para a produtividade do país. Não existe país desenvolvido sem uma indústria de bens de capital forte”, sentenciou.

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Resultado: apesar do dólar em baixa, do petróleo em alta e da ameaça de recessão americana, o clima no Pavilhão de Exposições do Anhembi, onde 1.950 expositores receberam cerca de 115 mil visitantes, era de puro entusiasmo. A equipe do BNDES atendeu mais de 150 empresários e o Banco do Brasil, só nos três primeiros dias, registrou 16 propostas de financiamento, com valor estimado em R$ 7 milhões.


Arquivo Alcântara Machado

Machado Feiras e Negócios, maior promotora de feiras da América Latina, com a americana Reed Exhibitions, maior do mundo.

A estimativa é de que a feira movimente aproximadamente R$ 7 bilhões ao longo do ano, 10% do faturamento previsto para 2008. “Temos muito mais a comemorar do que lamentar”, avalia Evaristo Nascimento, diretor de eventos da Reed Exhibitions Alcantara Machado (RXAM), promotora do evento. Diga-se de passagem, essa foi a primeira edição da Mecânica realizada após a união da sua criadora, a Alcantara

A PALAVRA DO EXPOSITOR As palavras de Nascimento são confirmadas por empresas de peso, como a WEG, que tem como carro-chefe os motores elétricos. Na Mecânica, a empresa lançou, em âmbito nacional, sua nova comunicação visual, desenvolvida a partir de mudanças implementadas nas unidades de negócios, como as de Transformadores e a de Máquinas, que foram unidas para compor a unidade de Energia. “Estou impressionado com a movimentação”, comentou o gerente de marketing corporativo Paulo Donizeti de Abreu, com o estande repleto de gente. Segundo ele, a participação da empresa na Feira tem mais foco de relacionamento do que de fazer negócios, até porque seus clientes são os fabricantes de máquinas, ou seja, quem expõe na Mecânica, não quem a visita. “O coração de suas máquinas são os nossos motores, mas acabamos fazendo negócios porque, quanto mais eles vendem na feira, mais compram de nós”, diz o executivo, informando que, no evento, a empresa lançou uma nova plataforma de produtos ambientalmente corretos: motores de indução trifásica que reduzem de 10% a 40% a perda de energia.

Outro estande movimentado foi o da Festo, que completa 40 anos de atuação no Brasil e atua no segmento de automação industrial. Presente desde a primeira edição da feira, para comemorar o aniversário, e com expectativa de atingir R$ 250 milhões de faturamento no país – 15% a mais que em 2007 –, a empresa, desta vez, levou somente lançamentos ao estande – 20 novas séries de produtos – e divertiu os visitantes com um simulador de Fórmula 1 para mostrar, de forma lúdica, como funciona a tecnologia de músculo pneumático. As estratégias garantiram uma visitação média de 3,5 mil pessoas por dia. “Nossa expectativa é de que os lançamentos gerem R$ 15 milhões em negócios nos próximos três ou quatro meses”, diz a gerente de marketing Áurea Cardoso. Outra participante desde a primeira edição é a Himaco, fabricante de máquinas injetoras para termoplásticos. “Com o anúncio da liberação de dez anos para o financiamento, muitas pessoas nos visitaram para saber mais detalhes e estão animadas com a nova política de incentivo industrial”, comenta o gerente comercial Cristian Heinen. Das três injetoras em funcionamento, uma em particular garantiu movimentação no estande, não só pelo equipamento em si, como pelas peças que produzia: bandejas coloridas para serO Mundo da Usinagem 27


Arquivo Alcântara Machado

vir sorvetes que, embora descartáveis, eram atrativas o suficiente para serem guardadas e levadas para casa. DEFINITIVAMENTE INTERNACIONAL A edição deste ano já prometia ser grandiosa: os promotores providenciaram 1.200 m2 a mais de exposição para receber novas empresas. E, mais uma vez, a participação internacional mostrouse expressiva: 40 países foram representados pelo público que circulou no Anhembi e 35 por marcas e empresas expositoras. Segundo Evaristo Nascimento, os números finais de visitantes estão em fase de consolidação, mas a expectativa é superar a edição de

Evaristo Nascimento, diretor de eventos da Reed Exhibitions Alcantara Machado.

2006, quando 1.547 estrangeiros passaram pelos estandes. No tocante aos expositores, Argentina, China, Espanha, Itália, Taiwan, Turquia e Estados Unidos destacaram-se, mas a vedete foi a Alemanha, com 189 marcas e empresas. “A Alemanha sempre tem

uma participação importante por ser um dos líderes mundiais do setor de bens de capital e referência no que diz respeito à tecnologia”, finaliza Nascimento. Thais Gebrim Jornalista


Linha do tempo 1959 Em meio ao otimismo econômico do governo Juscelino Kubitschek, nascia a Feira da Mecânica Nacional, criada por Caio de Alcantara Machado, fundador da Alcantara Machado Feiras e Negócios, com apoio de Einar Kok, então presidente do Sindimaq (Sindicato da Indústria de Máquinas do Estado de São Paulo). Realizada de 14 a 29 de novembro, no Pavilhão da Indústria do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, a feira reuniu 220 expositores e cerca de 200 mil visitantes.

1963 A terceira edição contou com os primeiros expositores internacionais, da Argentina e do México. Uma área foi reservada para a 1ª FEE – Feira da

Indústria Eletroeletrônica, a atual Feira Internacional da Indústria Elétrica e a electronicAmericas.

na conhecida Feimafe – Feira Internacional de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura.

1972

1987

A feira muda-se para o Pavilhão de Exposições do Anhembi. Com 270 expositores e duração de dez dias, passou a ser restrita ao público profissional.

A vitalidade dos fabricantes de máquinas para plásticos fez com que surgisse um outro embrião da feira: a Brasilplast – Feira Internacional da Indústria do Plástico.

1976

1992

A Mecânica é separada da FEE e a área de refrigeração e ar condicionado dá origem à Febrava – Feira Internacional de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação, Aquecimento e Tratamento do Ar.

Com 922 expositores – 287 estrangeiros –, a Mecânica se preparava para a internacionalização, concretizada em 1994, na 20ª edição, quando ganhou o nome de Feira Internacional da Mecânica.

1989

2008

O segmento de máquinas-ferramenta torna-se independente e transforma-se

Na 27ª edição, a feira é promovida pela Reed Exhibitions Alcantara Machado.


OTS

Lição brasileira de

superação indústria nacional de máquinas tem do que se orgulhar. A Nardini, uma de suas representantes mais tradicionais, está próxima de completar um século de vida. Sua história foi marcada por lances de crescimento vertiginoso por oito décadas e graves crises que puseram em risco sua existência, não fosse pelas decisões acertadas, no momento apropriado. Depois de 120 mil máquinas fabricadas, a Nardini produz atualmente 80 máquinas CNC e 160 convencionais por mês. “A Nardini é sinônimo de superação, competência, renovação e inovação, com muita dedicação às necessidades do mercado”, analisa Orlando Sanchez, diretor vice-presidente da empresa. Fundada em 1908, a Nardini só veio a dedicar-se à produção de máquinas-ferramenta em 1943, com a fabricação de seus

A

30 O Mundo da Usinagem

primeiros tornos paralelos e fresadoras universais. Foi somente no início da década de 1950 que passou à produção de tornos em escala industrial, incorporando inovações tecnológicas equivalentes às empregadas pelas grandes empresas mundiais do setor. Em 1965, introduziu no mercado o Fadon Stereomatic, torno paralelo com certo nível de automação, para atender à necessidade de produção seriada da época, e no final da década de 1960, a empresa já exportava para países latino-americanos. A partir do começo dos anos 1970, a empresa passou a se dedicar apenas à fabricação de máquinas-ferramenta, abandonando os segmentos de teares e implementos agrícolas. Tem início a aplicação de tecnologias inovadoras e sua produção se aperfeiçoa ao receber as primeiras máquinas CN/CNC. Desse pe-

Fotos: Arquivo Nardini

A centenária Nardini conheceu o sucesso, enfrentou grandes desafios e soube como vencê-los


Arquivo Nardini

Renato Franchi, diretor presidente das Indústrias Nardini.

ríodo são a primeira mesa de coordenadas CN fabricada no País, furadeiras radiais com limite de furação em aço de 120mm e braço de 3.000mm e a produção em série de tornos revólver com automação pneumática. Ao completar 70 anos, em 1978, a Nardini produzia mensalmente 400 tornos. Criou o Departamento de Engenharia de Controle Numérico e lançou o primeiro torno CNC fabricado no País. A máquina trazia inovações importantes, como unidade de comando com memória para até 99 programas. Também apresentou, pela primeira vez no Brasil, um sistema DNC apoiado por um computador externo. No ano seguinte, passou a produzir um torno frontal CNC com vídeo. As atividades da Nardini continuavam em alta. Exportações para a América Latina haviam

atingido US$ 11 milhões, em 1980. No ano seguinte, porém, máquinas prontas e outras em processo de fabricação, avaliadas em US$ 13 milhões, não puderam ser entregues ao México, que repentinamente bloqueou as importações. Além disso, uma forte retração do mercado levou a empresa a recorrer a uma concordata preventiva, desfeita em 1984. A Nardini reagiu investindo. A linha GPR de tornos CNC simplificados para atender à pequena e média empresa fez sucesso no mercado em 1986. No final da década, liderava a exportação nacional de máquinas. No começo dos anos 1990, fatores como o Plano Collor, juros altos e a falta de crédito interno para investimentos em bens de capital desencadearam nova crise. Ao mesmo tempo, a empresa tentava melhorar sua administração, até então familiar, com O Mundo da Usinagem 31


po, projetou o primeiro torno CNC nacional com o sistema teach in. Mas, em 1996, o agravamento da crise entre os acionistas levou à paralisação da fábrica por seis meses. A Nardini retomou suas atiArquivo Nardini

uma administração profissional, voltando, contudo, à gestão familiar em 1992. A empresa passou então a reforçar suas unidades de vendas e lançou a linha Logic com CNC nacional e vídeo. Ao mesmo tem-

O início de tudo A história começa com Domingos Nardini, imigrante italiano de 30 anos que desembarca no Brasil e se instala na cidade de Americana, interior de São Paulo. Era julho de 1908 quando Domingos fundou uma oficina de ferreiro e serralheiro dedicada à fabricação quase artesanal de pequenas peças de ferro, como machados, facões, foices, canivetes, tesouras e ferraduras. No começo do século 20, a industrialização do País não passava de um sonho acalentado por poucos. A agricultura, principalmente o café, dominava a cena. E foi exatamente a partir da vocação econômica do Brasil da época que Domingos Nardini percebeu a oportunidade de dar os primeiros passos em direção à vocação de seu negócio. Os imigrantes chegados da Europa e do sul do Estados Unidos – os quais originaram o nome do município – à região traziam na bagagem novos hábitos e necessidades tecnológicas. A partir da década de 1910, Domingos Nardini partiu então para a fabricação de implementos agrícolas – à época movidos a tração

32 O Mundo da Usinagem

vidades com uma nova administração que se viu diante de dificuldades com credores e a desgastada imagem da empresa. Segundo o diretor vice-presidente Orlando Sanchez, de 1998 a 2000, a nova forma de gestão sobreviveu às pressões e ”caminhou a passos largos, sempre com inovação e renovação técnica e administrativa”. A empresa passou então a produzir

animal –, como arados, carpideiras, plantadeiras e adubadeiras, e veículos como charretes, carroças e troles. Outro sinal de que era preciso aproveitar os rumos da conjuntura econômica para diversificar e crescer despontou durante a Segunda Guerra Mundial, quando os principais fabricantes de máquinas do mundo se dedicavam a abastecer o mercado de armamento. Enquanto isso, no Brasil, a indústria de máquinas atuava apenas na manutenção de equipamentos importados. Assim, em 1939, a Nardini realizou os primeiros projetos de fabricação de um torno e uma fresadora. Mas é em 1943, após a morte de Domingos Nardini, ocorrida dois anos antes, que a empresa fabrica suas primeiras máquinas: cinco tornos paralelos e três fresadoras universais. Anos depois, em 1951, a Nardini rumou decisivamente na direção de se tornar uma grande produtora de máquinas-ferramenta.Ampliou suas instalações e deu início à produção de tornos em escala industrial, incorporando às máquinas recursos tecnológicos inovadores para a época, como recâmbio de caixa de roscas e avanços tipo Norton. Esses foram os passos iniciais e decisivos da trajetória de uma das mais tradicionais empresas do país, que viria se tornar uma importante representante da indústria nacional de máquinas.


O Mundo da Usinagem 33


Fotos: Arquivo Nardini

Torno CNC Logic195.

Torno Universal Nodus 325.

novas linhas de máquinas e investiu em um departamento de Engenharia Integrada para agilizar processos. A grande virada, no entanto, aconteceu no começo do século 21. Com o aumento da demanda por máquinas CNC, a Engenharia Integrada foi reequipada com softwares inteligentes mais modernos. Em 2005, a Nardini iniciou o projeto do torno eletrônico Revolution e lançou um modelo totalmente nacional. Sua fundição recebeu novos fornos elétricos com capacidade de até 34 O Mundo da Usinagem

10 t/h e com baixo índice de emissão de poluentes. Perto de completar um século de existência, a Nardini não abandonou sua vocação de bancar inovações. Em 2007, entrou no mercado de usinagem pesada, lançando o torno CNC Logig750. E voltou-se para a diversificação, passando a dedicar-se também à produção de máquinas injetoras de plástico.

Henrique Ostronoff Jornalista




INTERFACE

SENAI-SP/Acervo Projeto Memória

Capacitação profissional, um cerne de competitividade para a indústria Há quase 70 anos o SENAI vem consolidando esta visão e ampliando a competência técnica no país

razão dessa história de sucesso deve-se à capacidade de perceber mudanças nas exigências do mercado e antecipar-se a elas. A formação profissionalizante de nível médio é a imagem mais freqüente que se tem do SENAI, mas sua ação é mais ampla e profunda. O SENAI oferece cursos de aperfeiçoamento que atualizam e complementam conhecimentos

A

que o trabalhador já possui, e os de especialização, que ampliam e aprofundam a formação já adquirida. O SENAI oferece também cursos de nível superior, sobretudo na formação de tecnólogos, pós-graduação, aperfeiçoamento e especialização em nível superior. Com uma rede de 707 unidades operacionais no país, a entidade oferece cerca de 1800 programas educacionais, que atendem O Mundo da Usinagem 37


SENAI-SP/Acervo Projeto Memória

às mais variadas atividades industriais, entre elas: Automação, Automobilismo, Construção Civil, Eletricidade, Eletrônica, Telecomunicações, Extração Mineral, Gemologia, Máquinas e Equipamentos, Metalurgia, Metrologia, Minerais não-metálicos, Petróleo e Gás, Química, Polímeros, Transporte etc. As 406 Unidades Fixas compreendem 250 Centros de Educação Profissional, 42 Centros de Tecnologia e 114 Centros de Treinamento. As 301 Unidades Móveis levam o atendimento do SENAI a regiões distantes dos centros produtores do país, em veículos terrestres e até mesmo em uma unidade fluvial. MUDANÇAS RECENTES Nas décadas desenvolvimentistas de 1950-1970, o SENAI investiu em parcerias com o Ministério da Educação e do Trabalho e formou seus alunos para atender à indústria de base, construção civil e metal-mecânica. Na década de 1980, no bojo da crise econômica, o SENAI investiu em tecnologia de ponta e em seu próprio corpo técnico, obtendo colaboração internacional junto a países de amplo espectro tecnológico, como Alemanha, Canadá, Japão, França, Itália e Estados Unidos. Assim, o momento que para muitos foi de retração e de perdas, para o SENAI foi de solidificação, que lhe permi38 O Mundo da Usinagem

tiu atuar, a partir de 1990, como a mais confiável alavanca para guindar a indústria brasileira a padrões internacionais no campo da tecnologia de processos, de produtos e de gestão. O Programa Educação para a Nova Indústria investe no perfil de profissionais necessários para a competição pela qualidade global na produção industrial. Comitês Técnicos Setoriais do Senai, formados por representantes de empresas, trabalhadores, especialistas em educação profissional e acadêmicos, estudam o perfil profissional requisitado e prevêem mudanças em função dos avanços tecnológicos, sugerindo novos cursos, novas qualificações e novas abordagens de formação.

O investimento na capacitação do Norte e Nordeste tem sido consistente. A Bahia, por exemplo, possui 30 cursos técnicos, 4 deles abertos em 2007. É também na Bahia que completa 5 anos de existência a Faculdade de Tecnologia Senai Cimatec, credenciada junto ao MEC e que conta com 7 cursos superiores de tecnologia: Mecatrônica Industrial; Inspeção de Equipamentos e de Soldagem; Gestão Logística, Sistemas Automotivos, Polímeros e Processos Gerenciais de Sistemas Produtivos. Os cursos técnicos atendem à demanda regional em áreas tradicionais e também na área de Meio Ambiente, Petroquímica, Segurança do Trabalho, Tecnologia da Informação e Telecomunicações. O Ceará tem recebido atenção especial, com cursos de maior conteúdo tecnológico, como os de Habilitação em Instrumentação – Controle de Processos, com ênfase nas áreas afins de Automação e Mecatrônica. A crescente preocupação com o meio-ambiente é visível nos cursos de Auditor Interno Ambiental NBR ISO 14001, Gerenciamento de Resíduos Sólidos, Licenciamento ambiental junto a órgãos do governo, que vêm sendo implantados em todos os estados. Outra preocupação de capa-



SENAI-SP/Acervo Projeto Memória

citação regional é clara em Goiás, onde desde 2004 funciona a habilitação técnica em Açúcar e Álcool, pioneira na região CentroOeste e inédita no sistema SENAI, atualmente oferecendo cursos em seis municípios, em parceria com as 18 usinas do estado. A MEDIDA CERTA... Metrologia, automação industrial, petróleo e gás e educação ambiental são as tônicas da modernidade na indústria atual. A Metrologia é o verdadeiro pulso dos avanços tecnológicos, já que ela é a base dos estatutos de qualidade. O SENAI possui uma das maiores redes privadas de laboratórios do país, com 171 unidades de medições, calibrações, ensaios e testes em todas as regiões do 40 O Mundo da Usinagem

país. Estes laboratórios prestam serviços a ministérios, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária, além da rede privada, tendo atendido, em 2007, a 7.033 empresas e executado 39.158 serviços. Praticamente metade destes laboratórios é creditada pelo INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. Um dos últimos estados incluídos na rede é o Acre, onde o primeiro laboratório de Metrologia trabalhará na avaliação da conformidade de produtos e processos de empresas do setor de madeira e móveis, tanto do estado quanto de países vizinhos. Um outro recurso exigido pela indústria contemporânea é o Programa de Comparação Inter-

laboratorial e Produção de Material de Referência na Área de Biocombustível, sediado no Rio de Janeiro, que oferece uma estrutura-chave em relação aos aspectos da medição, para melhorar o suporte aos produtores e distribuidores nacionais de biodiesel na qualificação de seus produtos. NO TEMPO CERTO..... A complexidade dos procedimentos industriais é simplificada pela automação que depende de controle automático e computadorizado dos processos. A integração de processos mecânicos e eletrônicos, como controle e automação de processos contínuos, robôs e manipuladores robóticos é o cerne da chamada “automação” industrial,



SENAI-SP/Acervo Projeto Memória

fundamental para o funcionamento orgânico da produção e respeito aos atuais preceitos de lean manufacturing, just in time, milk run etc., presentes em todos seus centros de formação. COM A CONSCIÊNCIA CERTA... A relação da produção e do consumo com o meio-ambiente é parte integrante das preocupações de formação e de cidadania do SENAI. Conciliar crescimento econômico e social com o equilíbrio ecológico é uma das metas da formação do SENAI, explicitada nos programas de Tecnologias e Gestão Ambiental em parceria com universidades brasileiras e a Ryerson Polytechnic University, do Canadá.

Unidade Móvel do Senai.

Voltado para profissionais que já atuam ou pretendem atuar na área, existem cursos a distância, com recursos multimídia, via internet, visando a aprendizagem colaborativa, o desenvolvimento de competências e a identificação e resolução de problemas Na medida justa, no tempo necessário, com consciência de es-

tar contribuindo para o desenvolvimento e a cidadania, esta tem sido a contribuição do SENAI ao longo das últimas 7 décadas. Marlene Suano DH-FFLCH-USP Saiba mais! Consulte www.senai.br e bons estudos!




PONTODEVISTA

Nem tudo são flores na 2 Estúdio Gráfico

comunicação digital ão dá mais para disfarçar ou fazer de conta que não é com a gente. A velocidade das informações obriga quase todo mundo a se integrar na era digital. E ela trouxe uma profunda mudança na forma de relacionamento, tanto pessoal quanto profissional. Afinal, os e-mails, as comunidades virtuais, os blogs e as mensagens instantâneas, entre outras facilidades, podem fazer com que percamos o contato pessoal com os amigos ou até mesmo com colegas de trabalho da sala ao lado. A despeito disso, é inegável que essas facilidades trouxeram produtividade, economia de tempo e dinheiro. Vejam o exemplo das organizações que desenvolveram soluções para integrar clientes, fornecedores, parceiros de negócio e automatizaram sua cadeia de suprimentos. O ensino à distância é outro bom exem-

N

plo. Esta infra-estrutura de comunicação, trouxe facilidades sem precedentes, permitindo que o processo de ensino e aprendizagem pudesse ser efetivamente aplicado. Os serviços públicos também passaram a ser disponibilizados via internet. Poderíamos listar uma infinidade de facilidades que mudaram alguns de nossos hábitos e ajustaram nossa maneira de nos comunicarmos. Por tudo isso, a velocidade com que a comunicação digital entrou em nossas vidas nos dá a impressão de que sempre nos acompanhou. No entanto, parece que muitos ainda não aprenderam a conviver com ela. Principalmente no aspecto profissional. Como a palavra-chave dos tempos atuais é a globalização, nos sentimos obrigados a estar inseridos no mundo digital. E, como em qualquer mudança, temos que ter consciência de que existem pontos positivos e negativos a O Mundo da Usinagem 45


ficamos acessíveis demais. Ou seja, nossa disponibilidade pode nos sobrecarregar, inclusive nos finais de semana. Outra desvantagem é que a facilidade de nos comunicar digitalmente e a dificuldade de locomoção numa cidade como São Paulo acaba nos levando a sacrificar o lado pessoal. Os encontros com os amigos ficam cada vez mais esporádicos e corremos o risco de nos tornar heavy users, ou seja, dependentes da internet, que usam a rede de forma excessiva como uma ferramenta social e de comunicação. De qualquer forma, para o bem ou para o mal, a estrada da comunicação digital já foi construída. As possibilidades são enormes e precisamos descobrir quais são os meios mais confortáveis e seguros de trafegar por ela. Marcos Raposo Coordenador de Projetos Sandvik System Development South America.

* Matéria captada pelo Depto. de Comunicação Corporativa da Sandvik do Brasil. 46 O Mundo da Usinagem

Imagem cedida pelo autor

serem considerados, para que os riscos de comprometimento de nossa vida pessoal ou profissional sejam minimizados. As empresas normalmente estabelecem determinadas regras básicas para um bom relacionamento com a comunicação digital. Medidas simples, como não fornecer o e-mail corporativo para amigos e familiares, não enviar anexos não autorizados, não mandar para colegas do trabalho mensagens com piadas, fotos etc. e não pressupor que todo e-mail será lido. Se o assunto for realmente importante, e não puder ser tratado pessoalmente, a melhor opção é recorrer ao telefone. Ele ainda nos dá aquela sensação imprescindível de contato humano. Outro aspecto importante no mundo corporativo é que existem mecanismos para restringir o acesso de acordo com o perfil dos colaboradores. O monitoramento é imprescindível, desde que os funcionários sejam informados e seja feito um mapeamento para identificar excessos, pois não é recomendável restringir o acesso de todos por causa de uma minoria. Por outro lado, precisamos estar atentos ao fato de que se não tivermos bom-senso corremos o risco de sermos mal vistos, desqualificados e até mesmo perder o acesso à rede e o emprego. Como foi dito, esta tecnologia traz vantagens e desvantagens. Como a comunicação ficou exageradamente facilitada, todos



INTERESSANTESABER

Festas Juninas ou Joaninas? S

e alguém buscar semelhanças entre o Brasil e a Suécia, pelo menos uma já encontrou: as festas “juninas”! Lá, como aqui, em meados de junho dança-se em torno do mastro – o majstången ou “mastro de maio” - nos principais vilarejos do país e as grandes cidades se esvaziam, pois todos buscam o campo para as celebrações, chamadas de Midsommarafton. Temos também semelhanças com vários outros países da Europa, pois – sobretudo na Península Ibérica, mas também na França, Polônia e Rússia – a festa retoma tradições e culinária do campo, com os participantes vestidos de camponeses. Existe, sem dúvida, uma sincronia entre as festas pagãs pelo solstício do verão, que pelo Calendário Juliano – anterior ao atual, que é o Calendário Gregoriano – era celebrada no dia 24 de junho, e o dia de São João, estabelecido por volta do século XII. Como vários outros santos muito populares são celebrados em junho – Santo Antônio (dia 13), São Pedro(dia 29) –, o nome da festa mudou de “Joanina” – de São João – para “Juninas”, compreendendo todas aquelas do mês de junho. Essas celebrações foram introduzidas no Brasil pelos portugueses e, apesar de serem

48 O Mundo da Usinagem

festas católicas, logo foram incorporadas aos costumes e práticas culturais dos indígenas e dos afro-brasileiros. A festa enraizou-se primeiro no Nordeste, onde começou a prática agrícola do Brasil Colônia, com plantio de açúcar, algodão e milho. São João e São Pedro, que já eram parte das celebrações agrícolas européias, passaram a ser agradecidos pelas boas colheitas também no Brasil. Por isso, as comidas típicas da festa são à base de milho: espigas assadas, canjica, curau, pamonha, pipoca. Estas festas sempre foram a melhor oportunidade do ano para congregação das pessoas de uma fazenda, pois, muitas vezes, era a única oportunidade em que um padre a visitava. Planejavam-se, então, casamentos, batizados e a primeira-comunhão para essa data e a festa se transformava em uma multifesta, celebran-


Benonias Cardoso/Folha Imagem

do diversos eventos, que envolviam várias fámílias, às vezes todas elas! Claro, em alguns casamentos, o noivo não aparecia ou fugia quando já ao pé do altar.... No final da festa, mais um contingente de meninos chamados Antônio, João, Pedro e meninas com os nomes das santas de cada período: Catarina, Luzia, Isabel, Cecília, Maria. O fazendeiro e sua esposa, ou seus filhos mais velhos, eram sempre convidados para padrinhos e, como seria grande desfeita recusar, a cantoria de “a bênção, padrinho” era um lugar comum nas antigas áreas rurais à passagem dos senhores da terra.

Pelo grande número de pessoas, o melhor local para a festa era o enorme “terreiro” da fazenda, maior área aberta e plana da propriedade. Ali se erguia o “mastro” que exibia, bem alto, a imagem dos santos, bordada ou impressa em tecido. Além da comilança – que era grande –, uma das maneiras de entreter tanta gente eram os jogos, tanto as apostas de se pular a fogueira quanto a de escalar o mastro do santo, até tocar sua imagem. O maior divertimento, contudo, era a “quadrilha”, dança que, dos salões da aristocracia francesa no século XVII, alcançou as camadas populares e camponesas, animada ao som de sanfonas e guitarras, instrumentos ibéricos por excelência, e tudo muito enfeitado com bandeirinhas coloridas, lembrança figurada dos grandes lustres de cristal dos salões europeus. Parte fundamental da festa era a fogueira, onde se assavam batatas-doce, abóbora com rapadura, espigas de milho. Diz uma antiga lenda que ela se deve à vontade de Isabel, prima de Maria, de avisá-la do nascimento de seu filho, João Batista. A grande fogueira teria sido feita e Maria, vendo-a ao longe, correu a auxiliar a prima e o recém-nascido, em um distante 24 de junho. A lenda é bonita, mas não podemos nos esquecer de que o 24 de junho marca o solstício de verão, com festas pagãs que acen-

diam fogueiras que duravam dias e noites seguidas, muito antes do nascimento de João Batista. No nosso hemisfério, no solstício de inverno, combinou bem para aquecer os festejos! Em astronomia, solstício é o momento em que o Sol, durante seu movimento aparente na esfera celeste, atinge o seu maior afastamento em latitude, da linha do equador. Os solstícios ocorrem duas vezes por ano: em 21 de dezembro e em 21 de junho. Quando o solstício ocorre no inverno, significa que esse dia é o menor do ano e a noite é a mais longa. Quando ocorre no verão, significa que é o maior dia e a menor noite do ano. Como decorrência da tradição da fogueira temos balões, fogos de artifício, muitos tradicionalmente manipulados por crianças, como traques, buscapés, estrelinhas, chuvas de prata, cobrinha. O “rojão”, porém, é cada vez mais anunciado como algo para manuseio de adultos e, mesmo assim, capazes de detoná-lo sem perigo. Os balões, desnecessário dizer, representam um perigo tão grande de incêndio, tanto na zona rural quanto urbana, que soltá-los é proibido. À medida em que a zona rural foi se urbanizando, as festas passaram a ser realizadas também no “arraial”, definição portuguesa antiga para “ajuntamento humano” sem definição administrativa, como era o caso de “vila”, O Mundo da Usinagem 49


Marlene Bergamo/Folha Imagem

“cidade” e “município”. O arraial era, portanto, um ajuntamento desordenado, constituído por casas de trabalhadores autônomos, pousadas para viajantes, carreteiros, muambeiros, errantes de toda natureza que, muitas vezes, acabavam se fixando ali.

É por esse motivo que, até hoje, as festas reproduzidas nas cidades são feitas em espaços chamados de “arraial”. A reprodução das festas juninas nas cidades brasileiras não é um acontecimento espontâneo. Elas foram incentivadas pelo Ministério da Educação e

Cultura do governo Vargas, o famoso Ministério Capanema, e difundidas em escolas, associações de bairros e clubes, como uma expressão da cultura cabocla brasileira. A moda pegou, sobretudo porque o crescimento das cidades brasileiras, a partir de 1955, início da industrialização, deslocou grande massa de habitantes do campo para as cidades. Em junho, trata-se de relembrar os bons tempos da roça, vestindo chita, uma camisa bem “caipira” e assumir que saudosismo aliado à manutenção de tradições populares deu certo: vamos ao arraial mais próximo tomar um quentão, que estamos em junho?... Equipe OMU



Olimpíada do Conhecimento SENAI-SP/Acervo Projeto Memória

INTERESSANTESABER

notícias

Olimpíada do Conhecimento é a maior competição de educação profissional das Américas. Realizada no Brasil há mais de 20 anos, a Olimpíada congrega, a cada dois anos, alunos do SENAI de várias ocupações profissionais e de todas as unidades da federação. Nesse evento, os alunos são avaliados segundo critérios de conhecimento técnico e tecnológico, de qualidades pessoais e de habilidades – requisitos essenciais para inserção e permanência do jovem trabalhador no mercado de trabalho. Para participarem da Olimpíada, milhares de alunos das escolas do SENAI em todo o país precisam vencer os desafios da etapa escolar. A seguir, os vencedores de cada ocupação disputam em nível estadual e os melhores são classificados para a etapa nacional. A disputa nacional é realizada a cada dois anos numa cidade brasileira, para que todos os estados possam acompanhar de perto as ino-

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52 O Mundo da Usinagem

vações pedagógicas e tecnológicas proporcionadas pelo evento. No grupo de alunos formado pelos primeiros colocados da Olimpíada do Conhecimento estão os representantes brasileiros que participarão, no ano seguinte, do Torneio Mundial de Formação Profissional. Em 2008, a Olimpíada do Conhecimento foi realizada em Santa Catarina (Blumenau), de 10 a 15 de junho; e terá outras etapas no Paraná (Curitiba), de 24 a 29 de junho; e Rio Grande do Sul (Porto Alegre), de 23 a 28 de julho. Dentro das diversas atividades paralelas à Olimpíada do Conhecimento 2008, o Departamento Nacional estará promovendo o “INOVA SENAI – Etapa Nacional 2008”, com o objetivo de incentivar e premiar alunos e docentes do SENAI que desenvolveram projetos e processos inovadores.

Fonte: http://www.senai.br


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De volta para o caminho emos tido, nos últimos anos, o privilégio de acompanhar, num ritmo substancialmente acelerado, a quantidade de investimentos que as empresas têm feito na aquisição de novas marcas, na compra de novos equipamentos, na reforma das fábricas prevendo logísticas mais adequadas, na reformulação dos escritórios para ambientes de trabalho mais agradáveis, enfim, é muito bom poder vivenciar todos esses movimentos que remetem às inovações e ao desenvolvimento. Há de se pensar também, em algum momento, que são milhões e milhões de reais destinados ao patrocínio de todo este desenvolvimento. Um imenso volume de dinheiro afetando os fluxos de caixa e aumentando em proporções importantes o capital da empresa para gerar os negócios. É neste ponto que gostaria de chamar sua atenção. Você que faz parte do mundo corporativo e que, com certeza, é peça integrante da imensa engrenagem organizacional. Ao pensarmos em sustentabilidade, haverá um momento onde a organização, após um período de grandes investimentos, buscará a estabilização de suas bases, voltando para o caminho de níveis aceitáveis do capital empregado, da geração de lucros e da performance que garantirá sua liderança no mercado. Ao abordarmos o tema Capital Empregado, ou Net Working Capital , dois processos significativos permeiam claramente o controle do capital e, ainda numa visão estratégica, também podem reverter-se em oportunidades de negócios. Vejamos aspectos que, embora tenham uma conotação simples e rotineira, propiciam eficácia de extrema importância. Estamos

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54 O Mundo da Usinagem

falando na racionalização do tempo em relação ao dinheiro. O processo se inicia quando tomamos componentes e matéria-prima e começamos a produção, onde o lead time está em foco: o menor e mais eficaz possível; o produto finalizado será entregue ao estoque e imediatamente disponibilizado para faturamento ao cliente. Tudo quanto possível deverá ser faturado, garantindo os menores volumes em estoque e, assim, evitando os excessos. O faturamento, espelho do pedido do cliente em preço, quantidade, imposto, material e prazo de entrega vão gerar o Contas a Receber, onde a assertividade do processo de vendas garantirá, em grande percentual, o recebimento do título em seu vencimento. Quando Níveis de Estoque e Prazos de Recebimento estão alinhados aos objetivos pré-determinados, o Capital Empregado está, em grande parte, preservado, tornando a organização mais flexível às negociações. Sandra Pascuti Controller da Sandvik Coromant do Brasil

Adriana Elias

NOSSAPARCELADE

RESPONSABILIDADE



MOVIMENTO SANDVIK COROMANT - PROGRAMA DE TREINAMENTO 2008 Mês

TBU

TBU

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29, 30 e 01/10 13, 14, 15 e 16

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OUF

03, 04, 05 e 06 01 e 02

TBU - D - Técnicas Básicas de Usinagem (Diurno - 14 horas em 2 dias) TBU - N - Técnicas Básicas de Usinagem (Noturno - 14 horas em 4 dias - das 19h00 às 22h30) TFR - Técnicas de Furação e Roscamento com fresa de metal duro (14 horas em 2 dias) EAFT - Escolha e Aplicação de Ferramentas para Torneamento (21 horas em 3 dias) UMM - Usinagem de Moldes e Matrizes (28 horas em 4 dias) EAFF - Escolha e Aplicação de Ferramentas para Fresamento (21horas em 3 dias) OUT - Otimização da Usinagem em Torneamento (28 horas em 4 dias) OUF - Otimização da Usinagem em Fresamento (28 horas em 4 dias) TUCAS - Tecnologia para Usinagem de Componentes Aeroespaciais e Superligas (14 horas em 2 dias) TGU - Técnicas Gerenciais para Usinagem (21 horas em 3 dias) DPUC - Desenvolvimento de Processos para Usinagem Competitiva (14 horas em 2 dias) - CURSO NOVO

10, 11 e 12



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MAXVALE Tel: 012 3941 2902 São José dos Campos - SP MSC Tel: 092 3237-4949 Manaus - AM NEOPAQ Tel: 051 3527 1111 Novo Hamburgo - RS PS Tel: 014 3312 3312 Bauru - SP PS Tel: 044 3265 1600 Maringá - PR PÉRSICO Tel: 019 3421 2182 Piracicaba - SP PRODUS Tel: 015 3225 3496 Sorocaba - SP RECIFE TOOLS Tel: 081 3268 1491 Recife - PE REPATRI Tel: 048 3433 4415 Criciúma - SC SANDI Tel: 031 3295 5438 Belo Horizonte - MG SINAFERRMAQ Tel: 071 3379 5653 Lauro de Freitas - BA TECNITOOLS Tel: 031 3295 2951 Belo Horizonte - MG THIJAN Tel: 047 3433 3939 Joinville - SC TOOLSET Tel: 021 2290-6397 Rio de Janeiro - RJ TRIGON Tel: 021 2270 4566 Rio de Janeiro - RJ TUNGSFER Tel: 031 3825 3637 Ipatinga - MG

Anselmo Eduardo Diniz: anselmo@fem.unicamp.br 19 3521 3265 Blaser Swisslube: 11 5049 2611 Castrol Brasil: 11 4133 7800 Corofergs: 51 3337 1515 Dormer: 11 5660 3000 Jacuí: 51 3658 1209 João Fernando de Oliveira: 16 3373 9393 Marcos Raposo: 11 5696 6949 Nardini: 19 3475 4026 Saint-Gobain Abrasivos: 11 2138 5000 Sandra Pascuti: 11 5696 5571 Sandvik do Brasil: 11 5696 5400 www.senai.br Zema Zselics Ltda. – 11 4397 6000

ANUNCIANTES NESTA EDIÇÃO O Mundo da Usinagem 48 Abimei . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 Arwi. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Atlasmaq . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Blaser Swisslube . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 CIMM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 CNC Service. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 Cross Hueller . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05 Deb’Maq . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 Diadur . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 Dormer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Dynamach . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 Efef . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Grob. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 Haas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Hanna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 HDT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 Hexagon . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 Intertech . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 Kabelschlepp . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 Kone . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Mazak . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Mitutoyo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 Mori Seiki . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Romi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Sanches Blanes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Sandvik Coromant . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 e 60 Selltis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 02 Siemens. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Stamac . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 TAG . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 Techmei. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 Turrettini . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 Vitor Buono . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

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