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O MUNDO DA

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USINAGEM

P U B L I C A Ç Ã O D A S A N D V I K C O R O M A N T D O B R A S I L ISSN 1518-6091 RG BN 217-147

PASTILHAS

Revestimento com baixo stress amplia vida da ferramenta SAÚDE NO TRABALHO

Intervenções ergonômicas geram ótimos resultados

RECICLAGEM

Sucata de aço movimenta R$ 3,2 bilhões/ano



Stockxpert

EDITORIAL

Toda jornada se inicia com o primeiro passo. A segurança se conquista com o tempo e com a prática, porém o êxito depende do saber onde se deve chegar ou contar com o apoio de quem sabe.

O Mundo da Usinagem

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ÍNDICE

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O MUNDO DA

EDIÇÃO 07 / 2008

USINAGEM

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USINAGEM

P U B L I C A Ç Ã O D A S A N D V I K C O R O M A N T D O B R A S I L ISSN 1518-6091 RG BN 217-147

PASTILHAS

Revestimento com baixo stress amplia vida da ferramenta SAÚDE NO TRABALHO

Intervenções ergonômicas geram ótimos resultados

Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISSN 1518-6091 RG. BN 217-147

RECICLAGEM Capa Foto: Usinagem de eixo-comando com ferramenta especial Sandvik Coromant Arquivo AB Sandvik Coromant

Flavio Luiz Russo

O MUNDO DA

Sucata de aço movimenta R$ 3,2 bilhões/ano

03 EDITORIAL 04 ÍNDICE / EXPEDIENTE 06 GESTÃO EMPRESARIAL: AÇO – UM CICLO QUE SEMPRE SE RENOVA 13 SUPRIMENTOS: CARGA PESADA 19 GESTÃO EMPRESARIAL: PASTILHAS – RECICLAGEM COM RESPONSABILIDADE 25 INTERFACE: A IMPORTÂNCIA DE MANTER A SAÚDE NO TRABALHO 31 PRODUTIVIDADE: NOVAS ALTERNATIVAS PARA A USINAGEM DE AÇOS 38 OTS: HAAS – CAPACITAÇÃO E SERVIÇOS DIFERENCIADOS 43 PONTO DE VISTA: A ARTE ELEVA O ESPÍRITO 46 INTERESSANTE SABER: COMO CAUSAR UMA BOA IMPRESSÃO E OUTRAS NOTÍCIAS 54 NOSSA PARCELA DE RESPONSABILIDADE 56 MOVIMENTO 58 DICAS ÚTEIS e-mail: omundo.dausinagem@sandvik.com ou ligue: 0800 770 5700

EXPEDIENTE O MUNDO DA USINAGEM é uma Publicação Sandvik Coromant do Brasil, com circulação de doze edições ao ano, tiragem de 20.000 exemplares, com distribuição gratuita. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP. Conselho Editorial: Aldeci Santos, Anselmo Diniz, Aryoldo Machado, Edson Truzsco, Edson Bernini, Eduardo Debone, Fernando de Oliveira, Francisco Marcondes, Heloisa Giraldes, Marlene Suano, Nivaldo Braz, Nivaldo Coppini, Nixon Malveira, Vera Natale. Editora: Vera Natale Editor Chefe: Francisco Marcondes Editor do Encarte Científico: Nivaldo Coppini Jornalista Responsável: Heloisa Giraldes - MTB 33486 Secretário de Redação: Kazuhiro Kurita Propaganda: Gerente de Contas - Thaís Viceconti / Tel: (11) 6335-7558 Cel: (11) 9909-8808 Projeto Gráfico: AA Design Capa e Arte Final: 2 Estúdio Gráfico Revisão de Textos: Fernando Sacco Gráfica: Aquarela

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GESTÃO EMPRESARIAL

Aço: um ciclo que sempre se renova

Uma das principais vantagens do aço para a reciclagem é o fato de poder ser reutilizado várias vezes sem perder suas características

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arros velhos, fogões, geladeiras, latas de aço e alguns resíduos industriais têm um destino muito diferente do que a maioria das pessoas imagina. Aparentemente obsoletos, estes produtos são uma das principais fontes de matéria-prima para as siderúrgicas e, nos bastidores, mobilizam uma outra indústria: a de processadores de sucata, que movimenta R$ 3,2 bilhões por ano, segundo o SINDINESFA (Sindicato das Empresas de Sucata de Ferro e Aço). Em 2007, foram 7,8 milhões de toneladas de sucata de ferro comercializadas para as principais usinas siderúrgicas nacio-

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nais (aciarias) e fundições. Este volume equivale entre 40% a 50% da sucata utilizada por estas indústrias e foi gerado pelas 45 empresas filiadas à entidade. Graças às suas características, o aço é um dos mais antigos materiais recicláveis. Pesquisas relatam que, na antiguidade, soldados romanos recolhiam espadas, facas e escudos abandonados nas trincheiras e os encaminhavam para a fabricação de novas armas. Atualmente no Brasil, como no resto do mundo, cada usina siderúrgica pode ser considerada uma planta de reciclagem, pois utiliza grande quantidade de sucata para produzir aço. Estima-se que


Leonid Streliaev

Pátio de Sucata – Gerdau Ameristeel Jackson.

60% do aço mundial é fabricado a partir da sucata. No ano passado, 66,9% da produção total do Grupo Gerdau foi a partir de sucata. A cada ano são reaproveitadas mais de 12 milhões de toneladas de sucata, atividade que posiciona o Grupo como um dos principais recicladores das Américas. OTIMIZAÇÃO DE PROCESSOS E ECONOMIA Uma das principais vantagens do aço é que ele pode ser reaproveitado várias vezes, sem que haja perda de suas principais características, como dureza, resistência e versatilidade. A econo-

mia para a indústria também é expressiva, pois evita-se as despesas da fase de redução do minério em metal, que envolve alto consumo de energia e conseqüente liberação de CO2. Além disso, dispensa a necessidade de transporte de grandes volumes de minério e instalações caras, destinadas à produção em grande escala. Segundo informações do Grupo Gerdau, a reciclagem traz ganhos expressivos na otimização dos processos, na redução do consumo de energia, no aumento de produtividade e na obtenção de custos operacionais cada vez mais competitivos. Nas unidades com fornos elétricos, a su-

cata é utilizada como principal insumo para a produção do aço, juntamente com o ferro-gusa e o ferro-esponja. A cobrança por uma política focada em um desenvolvimento sustentável também estimula o uso da sucata, que reduz o acúmulo de lixo nos aterros e locais impróprios. As atividades de coleta e processamento têm ainda importante papel social ao gerar oportunidades de trabalho e renda para milhares de pessoas. “Cerca de 43% da sucata processada mensalmente no Brasil (280 mil toneladas) é proveniente da chamada sucata de obsolescência, que se origina da coleta e O Mundo da Usinagem

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Flavio Luiz Russo

Pátio de sucata – Unidade de processsamento São Caetano.

produtos colocados em desuso, como veículos velhos, embalagens (latas e máquinas), entre outros. A maior parte da sucata, porém, é gerada nas indústrias metal-mecânicas, automobilística principalmente,” observa Sergio Camarini, presidente do SINDINESFA. IMPORTAÇÃO DE MÁQUINAS O Grupo Gerdau, por exemplo, possui sete unidades de coleta e processamento de sucata no Brasil. Entre os principais equipamentos instalados nessas plantas, utilizados no processo de reciclagem, está o Shredder. Cada equipamento tem capacidade média de processar, anualmente, uma quantidade de aço equivalente a até 750 mil veículos populares. Composto por um moinho triturador, esteiras transportadoras, sistemas de despoeiramento e de separação de materiais nãoferrosos, o Shredder fragmenta e limpa a sucata que será utilizada no processo de produção do aço. Uma das peculiaridades deste mercado, segundo Camarini, é o preço da sucata no país, que não segue a tabela internacional. “No 8

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mercado interno, está em torno de US$ 230 a tonelada, enquanto lá fora atinge a casa de US$ 650. Um dos aspectos desta diferença é que há uma concentração de compradores em dois grandes grupos, os maiores do País. Cerca de 85% da sucata é comercializada para a Gerdau e a ArcelorMital Brasil. Mas nos próximos anos há uma tendência de mudança des-

te cenário, com a chegada de outras companhias internacionais, o que deve estimular uma livre concorrência e maior equilíbrio para o mercado”, projeta. Com esta perspectiva, as processadoras filiadas ao SINDINESFA se mobilizaram e investiram R$ 27 milhões na importação de máquinas prensas-tesoura, para produção da chamada “sucata lim-


pa”, já pronta para ser despejada nos fornos das indústrias de aço. Com os novos equipamentos, o produto também é processado com maior densidade, o que facilita o transporte e, como conseqüência, diminui o frete. Outro obstáculo para expansão do setor, apontado por Camarini, é a falta de uma política de exportação e estrutura nos portos brasileiros. “Há pedidos da China, principalmente. Turquia, Índia e Coréia também têm interesse. Se não fossem as limitações para realizar as vendas para o exterior, poderíamos atender

esta demanda. Além disso, em função da alta atividade dos fornos das siderúrgicas – setor em contínuo crescimento – seus próprios processos produtivos geram mais sucata de ferro. Portanto, temos qualidade, certificação ISO 9001 e há excedente de sucata no mercado nacional, em torno de 4% a 5% do que é processado. Assim, há condições de exportar e gerar novas divisas para o País”, argumenta. DA SUCATA AO NOVO AÇO Presente no nosso dia-a-dia, o aço é empregado nos restaurantes,

cozinhas industriais, hospitais, laboratórios, empresas e residências graças às suas propriedades, como resistência a baixas e altas temperaturas, superfície que não permite o acúmulo de resíduos, composição química que impede o descascamento, longa durabilidade e baixo custo de manutenção. Tanta versatilidade tem impulsionado o setor. O consumo brasileiro de produtos siderúrgicos deve passar de 22 milhões de toneladas, em 2007, para 40 milhões de toneladas até 2015, representando um crescimento de 7,7% ao ano, praticamente o do-

Passo-a-Passo • Os materiais recicláveis (sucata de obsolescência) são coletados pelos catadores em lixos gerados nas residências, condomínios, estabelecimentos comerciais e outros; • Em seguida, passam por um processo de seleção realizado pelo catador ou depósito comprador (ferro-velho) para a valoração do material; • O ferro-velho comercializa os diversos tipos de materiais recicláveis com as processadoras, que utilizam equipamentos capazes de limpar, adensar e processar os materiais, atendendo às exigências das indústrias transformadoras, usinas siderúrgicas (aciarias) e fundições; • Ao chegar à usina de fundição, a sucata segue para fornos elétricos ou a oxigênio, aquecidos a 1550° C. Após atingir o ponto de fusão e chegar ao estado de lí-

quido fumegante, o material é moldado em tarugos e posteriormente transformado em placas metálicas, que serão laminadas e cortadas na forma de chapas de aço; • A sucata demora somente um dia para ser reprocessada e transformada novamente em lâminas de aço, usadas por vários setores industriais das montadoras de automóveis às fábricas de latinhas em conserva. O material pode ser reciclado infinitas vezes, sem causar grandes perdas ou prejudicar a qualidade; IBS • Os processos também diferem de acordo com o tipo de produto final. O minério (para os altos-fornos) resulta na chapa de aço e a sucata (fornos elétricos) se transforma em aço longo - (parafusos, vergalhões). Fonte: Sindinesfa

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Sindinesfa

Sucata já triturada vai para os fornos das aciarias.

bro da demanda prevista para o mercado mundial, segundo dados divulgados recentemente por Marco Polo de Mello Lopes, vice-presidente executivo do IBS – Instituto Brasileiro de Siderurgia. Para atender este incremen-

to da demanda, a capacidade de produção do setor deverá elevarse de 41 milhões de toneladas para 63 milhões de toneladas, entre 2007 e 2013. Esta operação – de aumento da procura e necessidade de mais oferta - de-

ve movimentar também os negócios das processadoras de sucata, fechando assim a cadeia do aço. Do desejo do carro novo – que impulsiona a indústria a produzir – ao descarte do carro velho – que chega às processadoras e volta a ser uma simples placa de aço nas usinas, o ciclo de vida do aço é contínuo e está sempre recomeçando. O consumidor nem percebe, mas são milhares de trabalhadores e milhões de reais em constante mobilização. Este é o mundo do aço: sonhos que movem as siderúrgicas, que precisam de sucata que, por sua vez, é coletada e reciclada e ressurge como o novo aço que irá fazer parte de um veículo zero, um eletrodoméstico com mais tecnologia ou uma simples latinha de bebida.

Edna Vairoletti Jornalista

Informações sobre a utilização da sucata e programas utilizados pelo Grupo Gerdau podem ser consultadas por meio da cartilha no seguinte endereço: http://www.gerdau.com.br/port/meioambiente/pops/cartilhaferreira/pg_01.asp

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Sindinesfa

Máquina Shredder processa sucata de ferro.

Números da Siderurgia Brasileira - 2007 Parque produtor de aço

Capacidade instalada

25 usinas, sendo que 11 integradas (a partir do minério de ferro) e 14 semi-integradas (a partir do processo de ferro-gusa com a sucata), administradas por oito grupos empresariais

41 milhões de toneladas/ano de aço bruto

Produção AÇO BRUTO:

5º maior exportador líquido de aço Exportações - importações: 10,3 milhões de t

Consumo aparente 22,0 milhões de t

Exporta para mais de 100 países

Saldo comercial US$ 4,7 bilhões - 11,7% do saldo comercial do país

Exportações indiretas Aço contido em bens: 3,6 milhões de t

PRODUTOS SIDERÚRGICOS:

13º exportador mundial de aço

Número de colaboradores

31,7 milhões de t

Exportações diretas

121.597

33,8 milhões de t

Fonte: IBS – Instituto Brasileiro de Siderurgia

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SUPRIMENTOS

Carga

pesada

Veículos industriais para transporte de cargas pesadas propiciam alta eficiência, mas requerem muita atenção em sua utilização eículos industriais de transporte de peças pesadas conseguem alcançar um alto grau de eficiência, pois transportam grande quantidade de cargas sem ocupar grandes espaços em solo e ainda possuem baixo custo operacional. Porém, o transporte ou içamento desses materiais requer segurança máxima e manutenção adequada. Por se tratar de uma operação complexa, depende de planejamento e precisão de execução, além de exigir do operador atenção e respeito às normas de cada produto. Muitas das peças transportadas chegam a valer milhões de reais e levam anos para serem produzidas – considerando toda a concepção, o projeto e, finalmente, a produção e testes. Os veículos mais usados neste tipo de operação são: talhas, motorredutores, guindastes, monovias, pórticos e pontes rolantes, geralmente acompanhados de correntes, blocos de gancho, polias e cabos de aço. Na hora de resolver comprar ou alugar um desses equipamentos, é preciso realizar uma análise detalhada de quais manobras serão realizadas, local onde se dará a operação e que cargas serão içadas. É a partir daí que você começará a ter uma idéia de qual ferramenta vai precisar e quanto terá que gastar. É importante que esses equipamentos sejam adquiridos de fabricantes já conceituados no mercado, e que ofereçam assistência técnica necessária e disponibilidade de peças de reposição em curto prazo. A vida útil de uma ponte, talha ou guindaste pode variar muito, dependendo da aplicação, ambiente de trabalho e a intensi-

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NO PROCESSO DE MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS, MEDIDAS DE SEGURANÇA E MANUTENÇÃO QUE DEVEM SER OBSERVADAS

QUALIDADE DOS MATERIAIS É FUNDAMENTAL A Berg-Steel – empresa de Araras, no interior de São Paulo, atua no segmento de movimentação de carga e fabricação de guinchos de alavanca, troles e talhas manuais e elétricas. O projetista Gilberto Bonine atenta para os cuidados com os equipamentos e diz que as peças desgastadas devem ser trocadas periodicamente, sem nunca se esquecer da lubrificação necessária. “No caso das talhas elétricas é muito importante fazer a lubrificação das correntes, o que certamente dará maior durabilidade ao equipamento”, diz Bonine. “A utilização desses equipamentos é bastante simples. Na própria embalagem enviamos folhetos ilustrativos para orientação, porém cada vez mais os clientes nos solicitam palestras para orientar os usuários quanto à segurança na utilização desses equipamentos”, completa. O operador aposentado Antônio José Flores, 62 anos, trabalhou por mais de 20 anos no transporte de equipamentos e içamento de peças. Ele assegura que a qualidade dos materiais utilizados faz a total diferença para que uma operação seja bem-sucedida. Flores conta que, certa vez, a lubrificação incorreta de um equipamento quase custou a vida de

PARA EVITAR ACIDENTES: 1. Mantenha-se com os pés firmes no chão ou em segurança, quando operar a talha. 2. Certifique-se de que o gancho superior da talha está seguramente preso ao suporte. 3. Certifique-se de que a carga está presa com dispositivo compatível e devidamente fixado ao gancho inferior. 4. Certifique-se de que a carga está livre para ser transportada e que não haverá obstruções no caminho. 5. Confirme que a trava de segurança do gancho, quando existente, está fechada e livre de qualquer carga. 6. Proteja a corrente de carga de locais onde haja perigos de “contaminação”, salvo se a mesma for fornecida de fábrica já adequada para esta condição. 7. Informe prontamente ao seu superior caso ocorra mau funcionamento, alteração de desempenho ou danos na talha. 8. Inspecione a talha regularmente, substitua peças danificadas ou gastas e mantenha sempre registros das manutenções. 9. Utilize somente peças recomendadas pelo fabricante.

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dade de uso, mas se respeitadas todas as indicações do fabricante esses equipamentos podem funcionar em perfeitas condições por até 30 anos.

10. Não sobrecarregue a talha além de seu limite de capacidade. 11. Não utilize a talha danificada ou que não esteja operando corretamente. 12. Não utilize a talha com a corrente trincada, torcida, danificada ou gasta. 13. Não acione a talha antes de verificar se a corrente está apropriadamente assentada na polia de carga. 14. Não utilize a corrente da talha para laçar a carga. 15. Não içar a carga a não ser que tenha total segurança em todos os elos da corrente. 16. Somente içar a carga se ela estiver apoiada no berço do gancho. 17. Não acione a talha com outro tipo de energia, a não ser manualmente. 18. Não permita mais de um operador ao mesmo tempo para talhas que possuam somente uma corrente de acionar. 19. Não use a talha para elevar, segurar ou transportar pessoas. 20. Não levante cargas sobre a cabeça das pessoas. 21. Não deixe uma carga suspensa sem a sua devida atenção, exceto quando tiverem sido tomadas precauções para que isso ocorra. 22. Não permita que a corrente ou o gancho entre em contato com eletricidade. 23. Não permita que a corrente ou o gancho sejam usados para aterramento. 24. Não permita que a corrente ou o gancho sejam tocados por um eletrodo de solda. 25. Não retire ou apague os avisos ou indicações contidas na talha. 26. Não ajuste ou conserte a talha a menos que esteja capacitado para executar a manutenção de talhas. 27. Não tente aumentar a extensão da corrente de carga ou reparar algum dano na mesma. Fonte: Koch Metal

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dois operários. “A carga era muito pesada e inadequada ao equipamento. O atrito das correntes quase fez a estrutura se romper”, lembra. Para evitar acidentes, Flores dá três dicas que considera fundamentais na hora de içar uma carga: Certificar-se de que todas as pessoas estão afastadas da carga suspensa; elevá-la cuidadosamente por alguns centímetros e checar seu equilíbrio antes de continuar o içamento e, por fim, evitar balançar a carga ou o gancho. Outro fator muito importante, apontado por Flores, é o treinamento das pessoas envolvidas. Para ele, os procedimentos de segurança devem estar claros e presentes em todos os lugares.

Para quem está interessado em realizar treinamento ou ingressar na profissão, a rede SENAI de educação oferece o curso de Operador de Equipamentos de Movimentação de Cargas. O profissional aprenderá funções como operação de talhas e guinchos para movimentar as cargas, fazer manutenções preventivas nos equipamentos, testar os aparelhos de forma adequada e verificar a estrutura de sustentação, disfunções e possíveis avarias. O curso tem carga horária de aproximadamente 200 horas/aula e o candidato deve ter o ensino fundamental. Segundo o SENAI, a remuneração inicial média de um operador oferecida pelo mercado de trabalho é de R$ 820,72.

CABOS DE SEGURANÇA A segurança realmente deve ser uma preocupação constante em todos os tipos de operação de levante. A garantia desse quesito é determinada através de bons sistemas de amarração e da utilização de materiais de boa qualidade conforme as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, que especifica o fator de segurança de cada tipo de equipamento. Por movimentar cargas de peso elevado e, muitas vezes, sob altas temperaturas, as usinas redobram os cuidados em relação à segurança operacional. Uma das principais preocupações das empresas do setor é na hora de escolher os cabos de aço a serem


Thomas Rose

utilizados para o transporte. Em boa parte delas, os cabos são usados em pontes rolantes para transporte de panelas contendo metal líquido e peças sólidas, como também nos processos de galvanização, estanhamento e zincagem de materiais. Os cabos são utilizados, inclusive, em elevadores e no processo de estocagem de bobinas e matérias-primas nos armazéns. Ali, as cargas transportadas chegam a pesar 340 toneladas. A segurança de um cabo de aço é garantida quando ele consegue suportar cinco vezes a carga de trabalho. Este fator pode aumentar dependendo da finalidade do cabo (cabos de elevadores, o fator de segurança é 7 para 1). Eles devem ser escolhidos pela sua carga de trabalho, e o dimensionamento correto envolve fatores como diâmetro de tambores, polias e quantidade dessas polias. A dica é só comprar cabos que vierem acompanhados do “Certificado de Qualidade”. Segundo pesquisa realizada por essa reportagem, as principais empresas do setor se utilizam de cabos da marca Simaf, porém outras marcas como IPH do Brasil e a importada Usha Martin também são bastante usadas. Luis Guidi Jornalista

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“Raio X” dos equipamentos PONTE ROLANTE Encontrada em áreas de produção onde se exige movimentação de materiais de características especiais. VANTAGENS: • movimento tridimensional com carga em qualquer ponto; • pode ter alta velocidade sem carga; • baixo custo operacional; • pode levar e transportar cargas em altas temperaturas; • não ocupam espaço do piso, diminuindo a necessidade de corredores; • grande capacidade de cargas. LIMITAÇÕES: • alto custo de implantação; • requer estrutura especialmente reforçada para suportar os trilhos; • podem exigir operador especializado; • espaço de movimentação limitado pela altura do rolo às vigas; • não fazem curvas; • movimento relativamente lento. TALHA PNEUMÁTICA Equipamento que pode ser utilizado combinado com vários módulos de transporte horizontal, uma vez que ela se aplica ao transporte unicamente vertical.

VANTAGENS • aplicada em ambientes corrosivos ou explosivos; • bom controle de posicionamento; • podem ser usadas em ambientes com temperatura alta e concentração de pó elevada. LIMITAÇÕES: • alto custo de aquisição; • raio de ação restrita; • operador com prática; • suprimento de ar comprimido. TALHA ELÉTRICA De utilização semelhante à talha pneumática podendo ser aplicada aos mesmos módulos de transporte horizontal. VANTAGENS: • utilizadas para elevar cargas variadas de modo rápido e preciso; • baixo custo operacional; • espaço livre no chão, não interferindo em outro sistema. LIMITAÇÕES: • requer estrutura ou equipamento complementar; • desaconselháveis para ambientes corrosivos ou explosivos. GUINDASTE Movimenta cargas pesadas a pequenas distâncias, é especialmente usado em linhas de montagem. Pode ser giratório de coluna ou giratório de parede.




GESTÃO EMPRESARIAL

Pastilhas de metal duro: reciclagem com responsabilidade A Sandvik Coromant do Brasil mantém o projeto Conceito de Reciclagem Coromant (CRC), que oferece serviço de reciclagem de pastilhas de metal duro tilizadas em grande escala em diferentes segmentos do mercado, como o automotivo, aeroespacial, engenharia mecânica, implemento agrícola e até prótese dentária, as pastilhas de metal duro são fundamentais na usinagem. Elas são intercambiáveis e fixadas mecanicamente aos seus suportes, facilitando o processo de troca de uma ferramenta gasta por uma nova. Versáteis, suas características permitem uma aplicação tanto em acabamentos quanto em desbaste de metais – do aço ao ferro fundido. Produto de valor agregado significativo, a pastilha não deve ser encarada como uma simples sobra da indústria no processo produtivo, no pós-consumo. Sua matériaprima, o pó de metal duro, formada pela combinação de vários minerais, como cobalto, tungstênio, carbonetos de titânio e nióbio, é proveniente de fontes não renováveis, que precisam ser preservadas. Com soluções de alta tecnologia, a escolha da pastilha pela indústria sempre leva em conta a produtividade e a melhor

AB Sandvik Coromant

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Imagens: AB Sandvik Coromant

relação custo-benefício, de acordo com o processo em que será utilizada. Porém, mesmo com estes cuidados, o volume de descarte é expressivo e a indústria enfrenta uma questão importante: qual destino dar à pastilha quando sua vida útil termina? Neste cenário, e do outro lado da cadeia, estão os fornecedores de pastilhas, que começam a se mobilizar para atender a indústria, que necessita de uma alternativa de absorção das pastilhas pós-consumo. Atenta a esta demanda e preocupada com o meio ambiente, evitando descartes de metais na natureza, a Sandvik Coromant do Brasil criou, em 1996, o projeto Conceito de Reciclagem Coromant (CRC), que passou a oferecer o serviço de reciclagem de pastilhas de metal duro. “Sempre tivemos uma preocupação com o desenvolvimento sustentável e a iniciativa visa garantir um destino, ambientalmente adequado, para a sucata de pastilhas e ferramentas inteiriças de metal duro usadas, além de contribuir para uma redução na extração de minerais da natureza”, explica o líder local do projeto, Rudinei Barbosa. Uma década depois da implantação, o CRC tem obtido resultados animadores. “Em 2006, houve um aumento de 266% do volume comprado, em relação a 2005. No ano passado, mesmo sob uma base de negócios expressiva, o acréscimo

Caixa de coleta de pastilhas usadas.

foi de 53%. Os primeiros meses de 2008 são positivos. Até maio, comparado com o mesmo período de 2007, o crescimento foi de 120%. Estes volumes têm garantido ao Brasil um lugar de destaque entre as subsidiárias do Grupo”, comemora Barbosa. O processo de reciclagem acontece em várias etapas. Antes da exportação para a planta de reciclagem na Índia é realizada uma triagem para garantir a qualidade da sucata de metal duro. Após o processamento, a sucata voltará à sua forma de origem, o pó, que, de acordo com o grau de pureza e qualidade, deverá ser utilizado na fabricação de produtos, a partir do metal duro. “É fundamental observar que as pastilhas não são reaproveitadas. Não há um trabalho de reafiação ou reuso dos insertos”, enfatiza Barbosa. “O que ocorre é um processo de reciclagem utilizando alta tecnologia que per-

mite a reversão da sucata em matéria-prima e em minerais”. Atrelado ao descarte das pastilhas está um problema sério que afeta no país diversos setores: a “pirataria”. “É comum as pastilhas serem compradas como sucata e, após uma recuperação ‘grosseira’, comercializadas como material autêntico e novo, inclusive com embalagens e apresentação semelhantes às originais. Além de uma prática de comércio ilegal e sonegação de impostos nesta operação, o risco para a indústria é grande. A reutilização de pastilhas previamente sucateadas pode comprometer a produtividade e etapas fundamentais do processo de usinagem, interferindo na qualidade final do produto”, alerta Barbosa. O líder do projeto observa, ainda, que mesmo com a divulgação do projeto de reciclagem pela Sandvik, existem casos de descarte de pastilhas usadas junto com a sucata de cavacos (aparas geradas nos processos de corte), o que pode implicar numa perda financeira na comercialização da sucata e na reciclagem. “A conscientização deve começar, internamente, e em todas as etapas do processo produtivo. Assim, o retorno é positivo para quem fabrica as pastilhas, quem se utiliza delas como ferramenta na produção e para o meio ambiente, que sofre extrações dos minerais em menor escala”.



ética e tem sido adotada pelas empresas de diferentes setores. “O projeto é uma forma de contribuirmos para uma política a favor da natureza e que seja realizada de forma ativa por nós e nossos clientes. O apoio deles tem sido fundamental para os bons resultados da iniciativa”, conclui Rudinei Barbosa.

AB Sandvik Coromant

ATUAÇÃO ATIVA Para participar do projeto é simples. A Sandvik Coromant orienta na seleção do material, dá suporte técnico, esclarece dúvidas, explica os benefícios do CRC e fornece as caixas de coleta. O ideal é uma para cada área de usinagem da fábrica. Elas são enviadas para as indústrias e, quando cheias, o conteúdo é transferido para as embalagens de transporte, que são retiradas regularmente, com nota fiscal de venda de sucata. O sucesso do projeto CRC se deve também ao maior empenho das indústrias em adotar uma postura ecológica e etica-

mente correta em relação aos seus materiais de descarte e buscar soluções dentro desta estratégia. A venda da sucata para os próprios fabricantes das pastilhas surge como uma solução sustentável e

Edna Vairoletti Jornalista Contato para mais detalhes sobre como participar do projeto CRC: rudinei.barbosa@sandvik.com




Que o trabalho enobrece o homem, ninguém duvida. No entanto, tanto os trabalhadores quanto as empresas precisam estar atentos a alguns problemas que determinadas funções podem provocar

saúde no trabalho dentro deste preceito que a própria Constituição Federal e a Lei Orgânica da Saúde, do Ministério da Saúde, prescrevem a necessidade da proteção e promoção da saúde e da segurança no trabalho, mediante a prevenção e o controle dos fatores de risco presentes nos ambientes de trabalho. O Ministério do Trabalho publica as Normas Regulamentadoras (NR) no Capítulo V da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em especial a NR 17 sobre ergonomia. Este capítulo aborda aspecto

É

das condições de trabalho que propiciam a ocorrência de doença. Por exemplo, nas atividades que exigem sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, o sistema de avaliação de desempenho para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar em consideração as repercussões sobre a saúde do trabalhador. Ele também estabelece pausas para descanso. Segundo o médico do trabalho e sanitarista Koshiro Otani, Caio Guatelli/Folha Imagem

INTERFACE

A importância de manter a

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Kazuhiro Kurita

Koshiro Otani: cuidado no trabalho é bom para a empresa e para o colaborador.

é sempre importante as empresas se preocuparem em aplicar uma intervenção ergonômica, com base no conhecimento da relação saúde/trabalho, de modo a propiciar as condições de trabalho consideradas seguras e saudáveis. “Tais condições devem ser adequadas no meio material em que se exerce a atividade, como a área construída, a organização do espaço, a concepção das máquinas, dos instrumentos, da vibração e dos gases tóxicos”, explica o médico, que é coordenador da área de Saúde do Trabalhador da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Otani lembra, porém, que não basta apenas a intervenção ergonômica nas questões físicas – luminosidade, controle de ruído e mobiliário, entre outras – se os atores sociais (empregadores e trabalhadores) não traduzirem em objetivo de ação. “Vale dizer que não basta adquirir o melhor mobiliário existente ou equipamento de informática ergonômico se o ritmo de trabalho es26 O Mundo da Usinagem

tabelecido for além da capacidade do trabalhador, assim como a exigência de tempo e sua rigidez, a variabilidade dos elementos da tarefa, as relações com outros trabalhadores e a hierarquia.” APOIO EM DISCIPLINAS CIENTÍFICAS A ergonomia, segundo Otani, se apóia em disciplinas como biologia, fisiologia, psicologia, sociologia e engenharia. Os princípios ergonômicos visam de forma integrada a saúde, a segurança e o bem-estar do indivíduo, bem como a eficácia dos sistemas. “Assim, luminosidade, layout do local de trabalho, mobília, arranjo físico das ferramentas, equipamentos adaptados adequadamente ao homem para o exercício do trabalho e sobretudo uma organização correta influenciam na produtividade e evitam o desgaste físico e mental do trabalhador e, conseqüentemente, previnem doenças laborais”, afirma. Entre os principais males que acometem os trabalhadores estão as Lesões por Esforços Repetitivos (LER) ou os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Tra-



balho (DORT), o estresse ocupacional e os transtornos mentais. As LER ou os DORT são resultados da combinação da sobrecarga das estruturas anatômicas do sistema osteomuscular com a falta de tempo para a recuperação da utilização excessiva de determinados grupos musculares. Ou seja, são conseqüências de movimentos repetitivos, com ou sem exigência de esforço localizado, pela permanência de segmentos do corpo em determinadas posições por tempo prolongado, especialmente quando elas exigem esforço das estruturas músculo-esqueléticas contra a gravidade. O estresse ocupacional e os transtornos mentais, por outro lado, são decorrentes da necessidade de concentração e atenção do trabalhador para realizar suas atividades. “Que podem ser agravados com a tensão imposta pela organização do trabalho, que interfere de modo significativo para o aparecimento destes males”, finaliza Otani, lembrando que promover e preservar a saúde e a qualidade de vida do colaborador é sempre um ótimo investimento para as empresas e para o próprio trabalhador. GINÁSTICA LABORAL A prática da ginástica laboral não deve ser considerada, isoladamente, a solução para a prevenção das doenças relacionadas ao trabalho como as LER. A implementação de um programa de Ginástica Laboral, aliada às outras iniciativas, ajuda a pro28 O Mundo da Usinagem

mover a integração e a motivação para o trabalho. Uma atividade física orientada, praticada durante o horário do expediente, traz benefícios pessoais no trabalho e reduz os impactos negativos oriundos do sedentarismo na vida e na saúde do trabalhador. São exercícios de aquecimento, alongamento ou relaxamento muscular, realizados em grupos ou individualmente, com periodicidade variável (uma a cinco vezes por semana), em geral com duração de 15 minutos, orientada por profissional de Educação Física ou Fisioterapia. Os alongamentos e as orientações das posturas corretas no trabalho têm a sua importância e deve ser incentivada a motivação para suas práticas. É necessário destacar que a organização adequada do trabalho é fundamental para a prevenção e que o trabalho realizado seja programado, a partir de prioridades que privilegiem o corpo no trabalho e respeitem as características de cada um. EXERCÍCIOS PARA A PREVENÇÃO DA LER 1. Relaxe os músculos do pescoço: Incline a cabeça para a esquerda, para direita, para frente e para trás. Mantenha cada posição por alguns segundos; 2. Rolagem de ombro: Com os braços soltos e com as mãos apontando para baixo, execute um movimento giratório nos ombros para frente, por três vezes, e para trás, por três vezes;


Thomas Rose

3. Rotação de antebraço: Levante os braços estirados, com as palmas das mãos voltadas para cima, até a altura dos ombros. Gire os braços lentamente para dentro até que o dorso das mãos fique de frente um para outro. Gire os braços novamente, retornandoos à posição inicial; 4. Rotação de punho: Com os braços retos e para os lados, gire lentamente as mão em círculo, trabalhando os punhos; 5. Alongamento e compressão dos dedos: Com as mãos para a frente e as palmas voltadas para baixo, estire os dedos o tanto

quanto puder, mantenha-os nessa posição por alguns segundos; em seguida feche as mãos com toda força; 6. Flexões das pontas dos dedos: Com a mão direita estendida, dedos juntos e palma voltada para baixo, force os dedos contra a palma da mão esquerda, mantenha a posição por alguns segundos e solte-os suavemente. Repita as flexões nos dedos da outra mão e assim por diante.

Kazuhiro Kurita Jornalista O Mundo da Usinagem 29



PRODUTIVIDADE

Novas alternativas para a usinagem de aços Pastilhas recém-lançadas apresentam benefícios de performance em processos de torneamento, reduzindo custos e flexibilizando a produção nvestir na eficiência do processo produtivo, acompanhando a demanda crescente por qualidade e produtividade é um desafio constante. A falta de atualização de processos põe em risco a meta do aperfeiçoamento contínuo. Entretanto, toda inovação deve ser feita com cautela e com base científica a fim de assegurar a eficácia das alterações necessárias, sem que os eventuais try-outs impliquem em excesso de paradas de máquinas. Em conjunturas como a atual, é muito importante ter em mente que substituições economicamente viáveis e tecnicamente simples de ferramental, que requerem investimento mínimo ou mesmo nenhum, podem gerar retornos expressivos.

Fotos: AB Sandvik Coromant

I

O Mundo da Usinagem 31


Custo por peça 1,00

Economia Custo Adicional

0,80

BRL

Custo da sala de ferramentas

0,60

Componente : Molde

Custo da ferramenta

0,40

Custo da pastilha

0,20

Indexação/Custo de substituição Custo Máquina

0,00

Material : 03.11 (270 HB)

Referencia

Operação : Torneamento Interno / Acabamento Sem Refrigeração

Referência

Recomendado

Economia

Economia anual R$ 2 275,00 Ciclo total por peça

Recomendado 0,20

CCMT 09T308 PM 4215

Vc = 180m/min fn = 0,20 mm/rev ap = 1,4 mm No. de passes = 2 Tc / peça = 0,16 min Vida : 40 pcs

Este é o pensamento que rege os fabricantes de ferramentas no desenvolvimento de pastilhas de metal duro destinadas à usinagem de aços. Um exemplo disto, é uma nova geração de classes, já disponível no mercado, que proporciona ao usuário maior produtividade, com segurança e confiabilidade das arestas de corte, gerando economia, diminuição nas paradas de máquina e uma produção sem interrupções. Esta nova geração, lançada inicialmente em 2006, compreende as classes 4235, 4225, 4215 e 4205. Um dos grandes diferenciais destas novas pastilhas está na cobertura para usinagem dos materiais do grupo ISO P, ou materiais de cavacos longos, abrangendo desde aplicações no campo P40, que requerem uma maior te32 O Mundo da Usinagem

Vc = 220m/min fn = 0,30 mm/rev ap = 2,8 mm No. de passes = 1 Tc / peça = 0,05 min Vida : 110 pcs

016

m in

CCMT 09T308 P 10

012

Operações Testadas

008

Operações Não Testadas

004 000

Economia horas / ano 9 h

nacidade, até o campo P01, caracterizado por sua maior resistência ao desgaste. Essa nova tecnologia já foi anteriormente utilizada nas pastiAB Sandvik Coromant

Rodrigo Gamarra

GC 4215 X P10 (Concorrente)

Substrato.

lhas para torneamento de ferros fundidos da geração 3200, lançada em 2003, e agora está sendo empregada também nas pastilhas para aços. Para entender o porquê destes benefícios é necessário falarmos um pouco sobre a cobertura com baixo stress, desenvolvida no processo de fabricação destas pastilhas. Na etapa de cobertura, as diferentes camadas da pastilha estão livres do stress, usualmente gerado por camadas sobrepostas sob diferentes coeficientes de dilatação. No entanto, estes diferentes coeficientes de dilatação térmica das camadas de cobertura iniciam o desenvolvimento de tensões residuais nas camadas durante o processo de resfriamento quando estão sendo produzi-



Custo por peça 0,20 Economias 0,16

Custo Adicional Custo da sala de ferramentas

BRL

0,12

Custo da ferramenta Custo da pastilha

0,08

Indexação/Custo de substituição 0,04

Custo da Máquina

0,00 Referência

Recomendado

Economias

Economia anual R$ 39 413,00 Componente : Bico Injetor Tempo total de ciclo por peça

Material : CMC 02.2

42 HRC

0,20

Operação : Desbaste

Recomendado

CNMG 120412 P10 / K10

CNMG 120412- PR 4215

Vc = 180 m/min fn = 0,20 mm/rev ap = 0,4 mm

Vc = 180 m/min fn = 0,20 mm/rev ap = 0,4 mm

Vida : 100 pcs

Vida : 300 pcs

das. Isso ocorre quando a temperatura atinge um nível no qual a tensão residual excede a resistência à fratura da camada de cobertura, fazendo com que se inicie a formação de microtrincas. Quando a temperatura ambiente é alcançada, a cobertura herda uma superfície reticulada e com alta tensão residual, apresentando trincas originadas no processo de resfriamento. Tudo isto ocorre para os insertos cobertos pelo processo MTCVD. Como se sabe, nada é tão prejudicial para a pastilha quan-

0,12

Operações Testadas

0,08

Operações Não Testadas

0,04

0,00 Referência

Recomendada

Economia horas / ano 178 h

to trincas térmicas e tensões de stress, já que ambas reduzem a tenacidade dos insertos revestidos. Para contornar esta situação, foi feito um pós-tratamen-

Tambor de embreagem sendo usinado com a GC4225.

34 O Mundo da Usinagem

m in

Referência

0,16

AB Sandvik Coromant

Rodrigo Gamarra

GC 4215 X P10 (Concorrente)

to na superfície da pastilha utilizando um processo de bombardeamento de partículas, o que proporciona uma cobertura com baixo stress e uma superfície lisa.



36 O Mundo da Usinagem

Rodrigo Gamarra

Estes processos possibilitaram a ampliação dos espectros de aplicação para cada classe específica dentro do seu campo. É possível perceber, inclusive, que as extremidades de aplicação de cada nova classe ‘tocam’ umas nas outras (ver gráfico), preenchendo eventuais gaps existentes nas classes mais antigas (geração 4000). Esta sobreposição das classes nas extremidades do campo de aplicação também nos mostra que eventualmente o usuário pode, num determinado momento, trabalhar em pontos extremos, com velocidades altas, usando uma classe mais tenaz com segurança e boa performance em aplicações onde também se enquadraria uma classe mais dura. Dessa forma é possível otimizar ainda mais os dados de corte e levar a uma usinagem mais econômica com segurança da aresta sem comprometimento da mesma. Prova disso foi a aplicação da classe GC 4215 nos processos de torneamento interno e acabamento sem refrigeração de moldes de aço. A nova pastilha possibilitou aumentos da velocidade de corte de 180 m/min para 220 m/min, bem como no seu avanço, passando de 0,20 mm/rev para 0,30 mm/rev, quando comparada a ferramentas antigas. Isto proporcionou grande diminuição nos tempos de usinagem. A mesma classe foi utilizada no desbaste de bicos injetores. Neste caso, a simples substituição da pastilha garantiu uma produção três vezes maior, mesmo

Sandvik Coromant - classes para torneamento de aços Posicionamento

F

M

GC4205

GC4215

F = Acabamento M = Usinagem Média R = Desbaste

GC4225 GC4235

GC4005

R P05

P15

P25

P35

Resistência ao desgaste Corte contínuo Condições estáveis

Tenacidade Corte Intermitente Condições difíceis

4205

4215

4225

F

4235

M

4015

4025

4005

4035

F = Acabamento M = Usinagem Média R = Desbaste

R P05

P15

P25

Resistência ao desgaste Corte contínuo Condições estáveis

P35

Tenacidade Corte Intermitente Condições difíceis

Os elos formados pela nova geração de pastilhas possibilitam a ampliação de determinadas áreas de aplicação.

sem alterações no set up. A troca também gerou uma economia de 178 horas/ano e mais de R$ 39 mil deixaram de ser gastos devido a maior eficiência. Resultados como estes apontam para a necessidade de reavaliar antigos processos de torneamento de aço. Os benefícios trazidos por esta nova geração de pastilhas são muitos: redução de

estoques, custos e prazos, além de ganhos em produtividade. Avalie seus processos e fale com seu fornecedor. A chave para a otimização pode estar mais perto do que você imagina.

Antônio Giovanetti Especialista em Torneamento da Sandvik Coromant



OTS

Haas:

Capacitação e Serviços Diferenciados Centros de treinamento chegam à região sul, fortalecendo a presença da Haas no país e garantindo mais competitividade à indústria nacional

38 O Mundo da Usinagem

rogramado para entrar em operação a partir do segundo semestre de 2008 em Curitiba, o novo centro de treinamento técnico da Haas voltado à região sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) irá oferecer a todos os usuários de máquinas atendidos pela Haas Factory Outlet Sul Ltda. mais do que simples venda e suporte técnico de seus equipamentos. Na unidade de 700 m2 vai ser possível encontrar um showroom onde, além de treinamentos básicos e operacionais, serão desenvolvidos regularmente seminários técnicos, workshops e try outs. A idéia já havia sido implantada em São Paulo pela Sartiec, distribuidora da Haas para o Estado de São Paulo, através do conceito HFO, cujo objetivo é oferecer aos distribuidores todas as qualidades, artifícios e ferramentas fornecidas pelo fabricante. O princípio também abarca todas as questões relacionadas ao

P

pós-venda, tais como suporte técnico, fornecimento de peças de reposição e unidades móveis equipadas com peças para um primeiro atendimento. Mas por que oferecer treinamento aos clientes? A resposta está na fidelização e no desenvolvimento da cadeia produtiva que começa no momento em que o cliente adquire sua primeira máquina. Quando o equipamento é vendido, o comprador já tem à sua disposição o treinamento operacional, que acontece in loco, durante a instalação na fábrica. “Entretanto, muitas vezes parte dessa informação não é assimilada e, em outros casos, existe a troca de funcionários, o que pode gerar deficiências operacionais para o cliente”, afirma Tadeu Evangelista, Gerente operacional da HFO Sul. O treinamento oferecido pela Haas Factory Outlet permite um aprofundamento maior em cada equipamento, buscando ir além das operações básicas de


Arquivo HAAS

Centro de usinagem vertical modelo VF-4 da Haas comercializado pela HFO-Sul.

CNC e possibilitando à empresa utilizar as ferramentas e componentes de maneira adequada. Dessa forma, é possível fazer com que a máquina possa trabalhar em melhores condições. Segundo Evangelista, “o objetivo é valorizar o cliente, fazendo com que o usuário final conheça mais seus equipamentos e tecnologias. Dessa forma, é possível otimizar processos, fornecer capacitação a toda equipe e atender às necessidades do mercado”. “Existem casos de clientes que seguram investimento em máquinas por não ter pessoal com conhecimento técnico adequado. À medida que nós temos uma estrutura que preenche essa dificuldade, nos tornamos mais

do que simples fornecedores e viramos parceiros”. Para aprimorar o foco dos cursos serão realizadas parcerias com empresas de renome no mercado, além de fornecedores de ferramentas, fluidos, sistema CAM e todos os componentes que integram as máquinas comercializadas pela unidade. O treinamento específico é direcionado a todos aqueles que já possuem uma máquina Haas ou estão em vias de adquiri-la. Entretanto, seminários em que serão trabalhadas condições mistas entre a Haas e seus parceiros serão abertos também aos potenciais clientes. “Se você consegue dar mais informação ao seu cliente e preO Mundo da Usinagem 39


Arquivo HAAS

Local onde será instalado o Centro de Treinamento HAAS em Curitiba.

parar melhor a mão-de-obra, conseqüentemente haverá otimização na utilização dos equipamentos, maior produtividade e um vínculo muito mais forte”, analisa Evangelista. “Trata-se de uma questão lógica”, finaliza. E é dessa forma, trabalhando em parceria com todos os envolvidos na cadeia produtiva, que a Haas agrega valor ao seu produto e ao seu cliente. Ela mostra que investir em capacitação, mais do que uma ferramenta de desenvolvimento, é a chave para consolidação das parcerias. HFO SUL: NEGÓCIOS PROMISSORES PARA A REGIÃO Fundada em 1983, a Haas Automation tornou-se em pouco tempo a maior empresa de equipamentos CNCs dos EUA, comercializando mais de 72 mil 40 O Mundo da Usinagem

máquinas em pouco mais de duas décadas de existência. Sua fábrica instalada na Califórnia é a maior e mais moderna unidade de produção de máquinas-ferramenta do país. A Haas Factory Outlet localizada na região sul do Brasil foi implantada em janeiro deste ano, com o intuito de comercializar centros verticais, fresadoras, tornos paralelos e ferramenteiros, todos dotados de Comando Numérico Programável (CNC). A expectativa da unidade de Curitiba é inaugurar um novo centro em Caxias do Sul em poucos meses. A representante ainda prevê crescimento na ordem de 15% a 20% para 2008. Diante do cenário e do empenho de todos os envolvidos, perspectivas mais do que possíveis de serem alcançadas. Fernando Sacco Jornalista




Reprodução

PONTODEVISTA

A arte eleva o

espírito

ndependente da dificuldade em definirmos o que é arte, o fato é que ela está sempre presente na história da humanidade, sendo inclusive um dos fatores que nos diferenciam de outros seres vivos. A arte pode ser manifestada de várias formas. Como arquiteto, vou abordar neste artigo as artes visuais, que são inerentes à minha profissão. A arte é a maior expressão do espírito e

I

isto, ao meu ver, é o que salva a humanidade de todas as misérias, injustiças, guerras, violência e desgraças que sempre a afligiram. Com exceção da arquitetura, as artes visuais, em teoria, não têm uma função prática. São exclusivamente contemplativas. Por este motivo, para nos aproximarmos delas, temos que nos desprender do lado prático da vida e deixar fluir as nossas mais sutis vibrações, O Mundo da Usinagem 43


Guettyimages

Guernica, painel pintado por Pablo Picasso em 1937.

que todos possuímos, mas que nem sempre temos oportunidade de desenvolver. E, junto a isto, despertar a nossa sensibilidade, prestando atenção se a emoção toma conta dos nossos sentidos. É importante lembrar que a arte, ao contrário da maioria das atividades humanas, é originada por uma força interior, uma necessidade que só o artista tem. Sem dúvida, é algo misterioso, um impulso que não se consegue deter. É, portanto, algo que não se aprende na escola, mas que pode e deve ser incentivada por ela. Voltando ao tema proposto neste artigo, ou seja, para as vantagens competitivas de um profissional da indústria com uma melhor formação cultural relacionada à arte sobre um essencialmente técnico, me vem à mente as manifestações do famoso mês de maio de 1968. Ele começou na França como um movimento revolucionário es44 O Mundo da Usinagem

tudantil e se espalhou por vários países da Europa, com adesão da classe operária. O movimento contribuiu para que o mundo ocidental fundasse e difundisse idéias que eram novas para a época, como as liberdades civis democráticas, os direitos das minorias, a igualdade entre os homens e as mulheres, entre outras. Nas fábricas e instituições sociais em geral, as autoridades deixaram de ser um dogma. No Brasil, o movimento é encampado pela classe estudantil, que lutava contra a reforma educacional implantada em 1967 e que passa a lutar contra o regime militar. Eu participei do movimento como estudante de arquitetura em Turim, na Itália, e me lembro de que uma das questões que os jovens estudantes levantavam era, coincidentemente, o papel do técnico na sociedade capitalista. Eu me recordo que a maior crítica que se fazia aos chamados


te para os mistérios do dia-a-dia, faz refletir sobre o sentido da vida, treina nossa percepção para a beleza, afina a sensibilidade e o espírito, nos ajudando a ficar antenados. Assim, não vivemos de forma alienada e passamos a ter uma visão maior, mais histórica, mais crítica e conseqüentemente mais política da sociedade. Quem é capaz de enxergar o próprio trabalho com um espírito mais evoluído tem a inevitável melhora da própria performance profissional e, por conseqüência,

Kazuhiro Kurita

técnicos, que evidentemente em boa fé não enxergavam a contradição, era a falta de visão crítica da própria profissão. Ao aceitarem passivamente e até com paixão o papel de especialistas, eles perdiam de vista o contexto geral da sociedade, perpetuando a própria alienação política e existencial. Desta forma, contribuíam na racionalização e na sofisticação cada vez maior de um sistema social e econômico perverso, onde o único valor era o consumo, os negócios e o poder. Portanto, no que se refere às vantagens de um técnico conhecer a arte e usufruir seus benefícios, reitero que a arte é uma viagem cujos resultados positivos me parecem óbvios. Ela abre a men-

da contribuição que pode dar para melhorar a qualidade de vida da sociedade em geral. Luciano Deviá Arquiteto


INTERESSANTESABER

Como causar uma boa impressão? A pergunta nos coloca diante de um dos mais interessantes dilemas da história do homem, pois a “impressão” que causamos é fruto de uma via de mão dupla: como se emitem e como se recebem sinais culturais que denotam valor, tanto pessoal quanto institucional ntes de mais nada, é preciso distinguir o próprio momento emissor e o objetivo básico daquele momento: estamos representando nossa empresa ou a nós mesmos, enquanto profissionais? Embora a resposta possa ser “representamos sempre as duas coisas”, ela é assim óbvia apenas quando estamos empregados. Neste caso, sempre representaremos a empresa, nossa maneira de ser se agrega ao conceito da empresa. Se somos desleixados, atrasados, não mantemos compromissos, o resultado é duplo: externamente incide sobre a imagem da empresa; internamente, incide sobre nossa própria imagem. Conseqüência lógica: quem for o responsável pela empresa tenderá, evidentemente, a nos afastar dela, para não continuarmos a comprometer sua imagem e, com ela, os negócios. Quando, em vez disso, procuramos uma colocação no mundo do trabalho, os cuidados são os mesmos, embora mais enfatizados, já que o funcionário

A

46 O Mundo da Usinagem


Rodrigo Gamarra

da empresa que nos observa, para decidir sobre a contratação, estará levando em consideração o bem ou o dano que poderemos causar à imagem da empresa, além da contribuição efetiva em nossa área de especialidade profissional. A centenária expressão “a primeira impressão é a que fica” deve ser balanceada por aquilo que o articulista Stephen Kanitz relembrou, em artigo recente, um dito popular muito verdadeiro e que chama nossa atenção para o fato que... “você nunca terá uma segunda oportunidade para causar uma primeira boa impressão”.... As empresas investem nessa “boa impressão” desde a qualidade de seus produtos até o pósvenda, fundamental para a continuidade dos negócios. Mas, para além dos produtos em si, o chamado marketing social ocupa, hoje, muita atenção das empresas. Aliando sua imagem a projetos sociais específicos, a empresa “registra” essa sua primeira impressão no consumidor. O progresso nessa área é tanto que a empresa nem precisa desenhar seu projeto específico: basta aliar-se a institutos que fazem isso por ela, como o projeto da Fundação ABRINQ, dedicado a cuidar da infância no país, presente em todas as áreas, da saúde à educação e ao lazer. O selo ABRINQ estabelece o claro mote: Empresa Amiga da Criança. Mas se as empresas possuem departamentos de marketing,

com pessoal formado justamente para cuidar de suas imagens, quem cuida do “marketing pessoal” de cada um de nós? O BOM SENSO DE ENTENDER O PAPEL DA EMPRESA E O NOSSO COMO INTERLOCUTOR DA MESMA O primeiro passo é acionar nossa capacidade de entendermos a empresa onde buscamos colocação ou onde já nos encontramos. A maioria das empresas, hoje, divulga seus objetivos e estabelece o que espera dos funcionários, inclusive em termos de aparência e comportamento pessoal. Nossa capacidade de percepção deve detectar, inclusive, mudanças de “ares” na empresa, às vezes tênues, mas nem por isso menos importantes. Não raro, a simples mudança de chefia em um departamento já aponta para a necessidade de mudanças de caráter pessoal no comportamento dos funcionários, dependendo do próprio caráter do novo chefe. É, portanto, a trilogia aparência, educação e sensibilidade que norteia e estrutura a impressão que causamos. O livro “Relações Interpessoais”, de Livio Callado, é um ótimo recurso para alinhar nossas idéias a esse respeito. Roupas discretas e harmoniosas, sem muitos detalhes, decotes e bijuterias brilhantes demais no caso das mulheres, é o ponto de partida para a boa “apresentação”. A vestiO Mundo da Usinagem 47


Rodrigo Gamarra

menta não deve chamar demais a atenção, pois desvia o foco que deve ser sobre o trabalho daquela pessoa e não sobre sua forma física. No entanto, recente pesquisa publicada no Journal of Sport & Exercise Psychology, nº 22, demonstra como a inatividade física pode ser desastrosa para a imagem de uma pessoa. A autora do trabalho, Kathleen Martin, aponta como os fisicamente ativos são considerados mais confiáveis, disponíveis e amigáveis, impressões

indicativas do que ela chama de “efeito halo”. Tal efeito, uma vez criado, passará a gerir o relacionamento das demais pessoas em relação a você. A educação e a simpatia, segundo Livio Callado, expressas pela sua maneira de falar, sentarse, escutar – sobretudo escutar – revelam seu nível social e capacidade de comprometimento com a dinâmica do grupo, onde imposições e “chefetes” são desestruturantes e negativos. Além disso, linguajar excessivamente informal, uso do primeiro nome e abandono do “senhor” e “senhora” antes de sermos convidados a fazê-lo devem ser evitados. No mundo corporativo atual, a cultura da matriz da

empresa deve ser levada em consideração, sobretudo em reuniões e atividades oficiais. Receita para a boa impressão não existe, embora a tática de evitar-se sempre os excessos seja a que mais se aproxima dela. Naturalidade, confiança, disponibilidade e respeito são atitudes bemvindas em qualquer espaço e não apenas no empresarial.

Equipe OMU

Para saber mais, aperfeiçoar-se e montar seu curriculum: www.curriculum.com.br http://vocesa.abril.com.br



INTERESSANTESABER

notícias BNDES avaliará capital intangível para classificar empresas Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou, no dia 2 de junho, que em breve implantará uma nova metodologia de análise de rating (classificação) das empresas e dos projetos que demandam financiamento da instituição. Essa metodologia vai se basear na avaliação do capital intangível das empresas e da inovação. O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou, durante a abertura do Congresso Internacional sobre Inovação Tecnológica e Desenvolvimento – 12ª Conferência Internacional Joseph Schumpeter, promovido pelo Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que “a percepção da qualidade do capital intelectual e das estratégias inovadoras das empresas será um elemento imprescindível na análise de todos os projetos de concessão de crédito ou de capitalização para o sistema operacional do banco”. De maneira geral, todos os setores econômicos poderão se beneficiar com a nova avaliação. Todas as empresas que têm conduta inovadora, mas especialmente as empresas de setores que são altamente intensivos em processos inovadores, como as áreas farmacêutica, de biotecnologia, da tecnologia da informação, mecânica avançada, nanotecnologia, química avançada e automação. São as áreas cuja intensidade de gastos sobre o faturamento em pesquisa e desenvolvimento ultrapassa os 10%. Essas são empresas onde a metodologia de intangíveis pode fazer uma diferença grande e positiva para o fomento do BNDES. Coutinho sinalizou que uma empresa que está investindo menos em inovação do que a média internacional vai ter uma pontuação menor do que aquela que está fazendo um esforço inovador proporcional ao que é feito no mundo inteiro naquele mesmo setor.

O

Fonte: Agência Brasil e WWW.ANPEI.ORG.BR 50 O Mundo da Usinagem


Quer recuperar o dinheiro investido em máquinas mais cedo? A Sandvik Coromant sabe como! r &TQFDJàDBÉÈP EP QSPKFUP r *OEJDBÉÈP EB NÃRVJOB r $PNQSPNJTTP DPN PT SFTVMUBEPT FTQFSBEPT r *OEJDBÉÈP EP GFSSBNFOUBM NBJT BEFRVBEP r &MBCPSBÉÈP EPT QSPDFTTPT r &TUVEP EF UFNQP r "DPNQBOIBNFOUP UPUBM EP QSPKFUP BP try-out r *EFOUJàDBÉÈP EB NFMIPS FTUSBUÊHJB EF VTJOBHFN r "OÃMJTF F BDFMFSBÉÈP EP i SFUPSOP TPCSF P JOWFTUJNFOUP

Ronaldo Ferreira

Supervisor OTS Sandvik Coromant do Brasil

Ligue para o departamento de OTS da Sandvik Coromant. (11) 5696 5680 (11) 8354 6994 www.coromant.sandvik.com/br


INTERESSANTESABER

notícias CPFL Energia busca parceiros para Inovação Tecnológica CPFL Energia, maior empresa privada do setor elétrico brasileiro, vai ampliar sua rede de parceiros para projetos de inovação tecnológica (P&D&I), com participação de empresas e instituições de todo o país. Para facilitar e agilizar o cadastramento dos interessados, a empresa criou uma página específica no seu site para esse fim. Em média, a CPFL investe R$ 30 milhões em cerca de 60 projetos de P&D&I ao ano. Este cadastramento servirá para todas as distribuidoras do grupo. A ficha de cadastro está focada nos núcleos de pesquisas e não somente nas instituições. A parceria com

A

fabricantes desde o início do processo também passa a ter papel fundamental na escolha. “O Brasil é um país rico em instituições de pesquisas, núcleos acadêmicos e fabricantes, e queremos mapear o maior número possível para futuras parcerias no processo de P&D&I”, afirma Marcelo Corsini Afonso, gerente de Inovação Tecnológica da CPFL Energia. Ele destaca que os novos projetos terão maior envergadura de forma a obter resultados práticos, com grande impacto tecnológico. Mais informações: www.cpfl.com.br Fonte: www.anpei.org.br



Questão de responsalidade e comprometimento o dia 23 de junho o grupo Sandvik deu mais uma demontração do interesse que tem no mercado brasileiro: a inauguração do novo centro de produtividade e da nova área comercial da Sandvik Coromant. Presente no Brasil desde 1949, o grupo vem constantemente investindo no país, em suas áreas comerciais e plantas produtivas. Em equipamentos e em pessoas! O novo centro de produtividade da Sandvik Coromant foi criado para atender à demanda do mercado brasileiro na área de treinamento. Para dar uma idéia desta demanda, nos últimos anos treinamos, em média, 8000 pessoas por ano, 25% das quais treinadas em nossa planta de Santo Amaro. Além da ampla experiência de nossos próprios instrutores, mantemos um acordo de cooperação com professores das principais universidades do setor metal-mecânico do país, que, juntos, colocam à disposição do mercado o mais alto nível técnico no ensino das técnicas de escolha e aplicação de ferramentas para usinagem. Com as instalações dedicadas do novo centro de produtividade, aumentamos em 20% nossa atual capacidade. As máquinas existentes no novo centro de produtividade são utilizadas para demonstrar na prática tudo aquilo que discutimos durante o treinamento teórico. O desempenho de nossas ferramentas é exaustivamente demonstrado, inclusive das ferramentas recémintroduzidas no mercado. Também através da utilização das máquinas no centro de produtividade, podemos criar e simular novos processos de usinagem, quando nosso clien-

N

54 O Mundo da Usinagem

te não tem disponibilidade de usar suas próprias máquinas na produção. Com relação às novas instalações da área comercial, podemos afirmar que foram projetadas e executadas para dar uma melhor qualidade de vida para nossos colaboradores e, com isso, um melhor atendimento ao nosso cliente. Mobiliário com design ergonômico, novo sistema de ar condicionado, áreas de descanso, novas salas de reuniões e treinamento são apenas alguns detalhes deste novo e moderno conceito de escritório. Com um ambiente clean, temos a certeza de estarmos proporcionando aos nossos colaboradores o que há de melhor em relação ao local de trabalho. Novamente, gostaria de salientar que os novos investimentos realizados pelo grupo Sandvik, no novo centro de produtividade e novos escritórios, são demonstrações claras de nosso interesse no Brasil e nos nossos colaboradores. Questão de responsabilidade e comprometimento! Claudio Camacho Diretor - Sandvik Coromant do Brasil

Adriana Elias

NOSSAPARCELADE

RESPONSABILIDADE



MOVIMENTO SANDVIK COROMANT - PROGRAMA DE TREINAMENTO 2008 Mês Ago

TBU

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Noturno

Diurno

TFR

UMM

EAFT

11, 12, 13 e 14

EAFF

04, 05 e 06

Set

01 e 02

Out

20 e 21

22 e 23

OUF

TUCAS

TGU

13, 14, 15 e 16

DPUC

18, 19, 20 e 21

29, 30 e 01/10

15 e 16 27, 28 e 29

Nov Dez

OUT

03, 04, 05 e 06 01 e 02

TBU - D - Técnicas Básicas de Usinagem (Diurno - 14 horas em 2 dias) TBU - N - Técnicas Básicas de Usinagem (Noturno - 14 horas em 4 dias - das 19h00 às 22h30) TFR - Técnicas de Furação e Roscamento com fresa de metal duro (14 horas em 2 dias) EAFT - Escolha e Aplicação de Ferramentas para Torneamento (21 horas em 3 dias) UMM - Usinagem de Moldes e Matrizes (28 horas em 4 dias) EAFF - Escolha e Aplicação de Ferramentas para Fresamento (21 horas em 3 dias) OUT - Otimização da Usinagem em Torneamento (28 horas em 4 dias) OUF - Otimização da Usinagem em Fresamento (28 horas em 4 dias) TUCAS - Tecnologia para Usinagem de Componentes Aeroespaciais e Superligas (14 horas em 2 dias) TGU - Técnicas Gerenciais para Usinagem (21 horas em 3 dias) DPUC - Desenvolvimento de Processos para Usinagem Competitiva (14 horas em 2 dias) - CURSO NOVO

10, 11 e 12



O MUNDO DA HGF Comunicação

DICASÚTEIS

USINAGEM

O leitor de O Mundo da Usinagem pode entrar em contato com os editores pelo e-mail: omundo.dausinagem@sandvik.com ou ligue: 0800 770 5700

FALE COM ELES Antonio Giovanetti – 11 5696 5677 Antonio José Flores – 11 9642 3611 Berg-Steel – 19 3541 0666 Claudio Camacho – 11 5696 5423 Gerdau – 51 3323 2000 Haas Factory Outlet Sul – 41 3074 2000 Instituto Brasileiro de Siderurgia – 21 2141 0001 Luciano Deviá – Ldda@uol.com.br Koshiro Otani – 11 3120 3000 Rudinei Barbosa – 11 5696 5545 Senai Taguatinga – 67 317 9769 Sindinesfa – 11 3251 0177

SANDVIK COROMANT - DISTRIBUIDORES ARWI Tel: 054 3026 8888 Caxias do Sul - RS ATALANTA TOOLS Tel: 011 3837 9106 São Paulo - SP COFAST Tel: 011 4997 1255 Santo André - SP COFECORT Tel: 016 3333 7700 Araraquara - SP COMED Tel: 011 6442 7780 Guarulhos - SP CONSULTEC Tel: 051 3343 6666 Porto Alegre - RS COROFERGS Tel: 051 3337 1515 Porto Alegre - RS CUTTING TOOLS Tel: 019 3243 0422 Campinas - SP DIRETHA Tel: 011 6163 0004 São Paulo - SP ESCÂNDIA Tel: 031 3295 7297 Belo Horizonte - MG FERRAMETAL Tel: 085 3226 5400 Fortaleza - CE GALE Tel: 041 3339 2831 Curitiba - PR GC Tel: 049 3522 0955 Joaçaba - SC HAILTOOLS Tel: 027 3320 6047 Vila Velha - ES JAFER Tel: 021 2270 4835 Rio de Janeiro - RJ KAIMÃ Tel: 067 3321 3593 Campo Grande - MS MACHFER Tel: 021 3882-9600 Rio de Janeiro - RJ

MAXVALE Tel: 012 3941 2902 São José dos Campos - SP MSC Tel: 092 3237-4949 Manaus - AM NEOPAQ Tel: 051 3527 1111 Novo Hamburgo - RS PS Tel: 014 3312 3312 Bauru - SP PS Tel: 044 3265 1600 Maringá - PR PÉRSICO Tel: 019 3421 2182 Piracicaba - SP PRODUS Tel: 015 3225 3496 Sorocaba - SP RECIFE TOOLS Tel: 081 3268 1491 Recife - PE REPATRI Tel: 048 3433 4415 Criciúma - SC SANDI Tel: 031 3295 5438 Belo Horizonte - MG SINAFERRMAQ Tel: 071 3379 5653 Lauro de Freitas - BA TECNITOOLS Tel: 031 3295 2951 Belo Horizonte - MG THIJAN Tel: 047 3433 3939 Joinville - SC TOOLSET Tel: 021 2290-6397 Rio de Janeiro - RJ TRIGON Tel: 021 2270 4566 Rio de Janeiro - RJ TUNGSFER Tel: 031 3825 3637 Ipatinga - MG

CORRIGENDA: Na Revista OMU nº 48, do mês de junho/ 2008 o telefone da Interlogis não foi publicado na Seção Fale com Eles: 11 3562 5670.

ANUNCIANTES NESTA EDIÇÃO O Mundo da Usinagem 49 Abimei . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 Arwi. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 Atlasmaq . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 Blaser Swisslube . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 CIMM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 Cosa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 Cross Hueller . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 Deb’Maq . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 Diadur . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Dormer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 Dynamach . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Efef . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Esab . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 Grob. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 Haas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 Hanna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 HDT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Hexagon . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Intertech . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05 Kabelschlepp . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Kone . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Mazak . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 Mitutoyo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 Okuma. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 Romi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Sanches Blanes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 Sandvik Coromant . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 e 60 Selltis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 02 Siemens. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 Stamac . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 Techmei. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 Turrettini . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 Villares. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 Vitor Buono . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

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