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Publicação da Sandvik Coromant do Brasil

issn 1518-6091 rg bn 217-147

Prima Industrie

Automação e Laser 3D Alta Produção e Flexibilidade Ferramentas Especiais

Indispensáveis na racionalização da manufatura

Usinagem Aeroespacial

Materiais exóticos desafiam especialistas



editorial

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Quem há tanto tempo conhece as trilhas, não teme a noite, mantém o rumo firme e o olhar atento. Sob o lume emprestado da Lua, acautela o passo sem perder o caminho. Enquanto tantos outros dormem, investe no amanhã, pois tem certeza de que o Sol sempre volta a brilhar. É só uma questão de tempo.

O Mundo da Usinagem


Índice

52

Edição 10 / 2008

Publicação da Sandvik Coromant do Brasil

issn 1518-6091 rg bn 217-147

Prima Industrie

Automação e Laser 3D Alta Produção e Flexibilidade Ferramentas Especiais

Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISSN 1518-6091 RG. BN 217-147 Bombardier

52

Indispensáveis na racionalização da manufatura

Usinagem Aeroespacial Capa Foto: CoroDrill 800 Arquivo AB Sandvik Coromant

Materiais exóticos desafiam especialistas

03 editorial 04 ÍNDICE / EXPEDIENTE 06 GESTÃO EMPRESARIAL: corte e conformação 15 gestão empresarial: projetos especiais 22 ots: usinagem aeroespacial 34 suprimentos: as vantagens do consórcio modular 40 interface: assoc. brasileira de engenharia e ciências mecânicas 44 Interessante saber: o mercado de máquinas E outras notícias 56 Interessante saber: vida na roça 60 ponto de vista: o tititi entre as pessoas 66 NOSSA PARCELA DE RESPONSABILIDADE 68 MOVIMENTO 70 DICAS ÚTEIS e-mail: omundo.dausinagem@sandvik.com EXPEDIENTE O MUNDO DA USINAGEM é uma publicação Sandvik Coromant do Brasil, ou ligue: 0800 770 5700 com circulação de doze edições ao ano e distribuição gratuita para 20.000 leitores qualificados. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP. Conselho Editorial: Aldeci Santos, Anselmo Diniz, Aryoldo Machado, Edson Truzsco, Edson Bernini, Eduardo Debone, Fernando de Oliveira, Francisco Marcondes, Heloisa Giraldes, Marlene Suano, Nivaldo Braz, Nivaldo Coppini, Nixon Malveira, Vera Natale. Editora: Vera Natale Editor Chefe: Francisco Marcondes Editor do Encarte Científico: Nivaldo Coppini Jornalista Responsável: Heloisa Giraldes - MTB 33486 Secretário de Redação: Kazuhiro Kurita Propaganda: Gerente de Contas - Thaís Viceconti / Tel: (11) 2335-7558 Cel: (11) 9909-8808 Projeto Gráfico: AA Design Edição de Arte e Produção Gráfica: House Press Propaganda Revisão de Textos: Fernando Sacco Gráfica: Aquarela

O Mundo da Usinagem



gestão empresarial

Parceria MAN Ferrostaal

A oportunidade de visitar empresas em outro país naturalmente serve como referência e comparação, mas outro benefício é conhecer pessoas realizadoras

Francisco Marcondes

flexibilidade e produtividade em sistemas

A

convite da MAN Ferrostaal Equipamentos e Soluções Ltda, representante exclusiva da empresa PRIMA INDUS­­TRIE, “O Mundo da Usinagem” acompanhou um grupo de empresários brasileiros em uma visita à matriz da empresa em Collegno, Torino, na Itália. O objetivo foi de apresentar a estrutura industrial, bem como o centro de desenvolvimento tecnológico em soluções a laser e visitas a usuários. Desde 1977, a PRIMA IN­ DUS­TRIE vem construindo sua história no desenvolvimento de soluções em corte e solda a laser, para peças em 2D e 3D. Com seis plantas produtivas e um total de 750 empregados, seu faturamento

O Mundo da Usinagem

Peça de demonstração do corte a laser alcançou o valor de 180 milhões de euros e projeta resultados ainda maiores para o ano de 2008. A PRIMA INDUSTRIE possui atualmente mais de 2.500 máquinas/sistemas instalados em mais de 40 países. Com gestão verticalizada e know how completo do produto, a empresa desenvolve e

fabrica a estrutura, o ressonador, o hardware e os softwares de programação do CNC e do CAM. Sua divisão de eletrônica desenvolve seus próprios comandos numéricos que permitem aos usuários a utilização de outros softwares de programação CAM (Computer-Aided Manufacturing) e lembrando que


& PRIMA INDUSTRIE: o software próprio da PRIMA, “PICAM”, garante uma série de otimizações na programação, mais precisas do que as obtidas com outros softwares. Outra grande vantagem observada na hora de atender as necessidades dos clientes é constatada no momento da configuração da máquina que apresenta aspecto modular e flexível nas suas diversas opções de tamanhos de mesa, potências de ressonadores, operações em 2D e 3D, cabeçotes (corte e solda) e sistemas automatizados (carga, descarga e armazenamento). Segundo Marco Daimo, Overseas Sales Manager da PRIMA INDUSTRIE – Itália, a empresa tem mantido constante crescimento no volume de máquinas fornecidas e, para manter a vanguarda no

Fotos: Francisco Marcondes

de corte e solda a laser

Máquina a laser em operação segmento, a empresa investe 5% de seu faturamento global em pesquisa e desenvolvimento. Certificada pela norma ISO 9001 desde 1997,

o desempenho de seus produtos a levou à liderança de alguns setores do mercado metal-mecânico europeu, como no caso do segmento de aplicações em 3D, onde possui 45% de participação. O modelo “Syncrono” caracteriza estes esforços em pesquisa e desenvolvimento na busca de perfomance ainda não alcançada pela concorrência, destacando-se a aceleração de 6G nos eixos e considerada atualmente a máquina Exemplo de corte a laser tridimensional O Mundo da Usinagem


mais rápida do mercado. O ótimo desempenho é percebido principalmente no corte de chapas finas, podendo cortar espessuras maiores com êxito. Outro modelo de máquina que podemos destacar é a “Maximo”, que possui área de trabalho de até 3,0m x 36,0m, atendendo setores como os navais, estruturais, equipamentos pesados, etc. De acordo com Edson Oliveira, gerente geral do Departamento de Máquinas Operatrizes da MAN Ferrostaal no Brasil, a tecnologia de corte a laser já vem sendo aplicada em empresas brasileiras há algum tempo. Contudo, o corte em 3 dimensões (3D) tem muito a oferecer e é ainda pouco explorado. É possível executar até operações de corte e solda a laser na mesma máquina, com qualidade superior aos processos convencionais. Os clientes ficaram impressionados com a qualidade da solda a laser, que não consome os tradicionais insumos de uma soldagem convencional e é muito menos agressiva

Fotos: Francisco Marcondes

gestão empresarial

Da esquerda: Edson Oliveira, gerente geral do Departamento de Máquinas Operatrizes MAN Ferrostaal, e Marco Daimo, Overseas Sales Manager da Prima Industrie ao meio ambiente. É importante ressaltar que a solda é facilmente executada a distâncias de 200mm ou mais da peça, sem a deposição de material (cordões sobressalentes de solda), pois o que ocorre é a fusão das faces de contato. Empresas visitadas A oportunidade de visitar empresas em outro país naturalmente serve como referência e comparação, mas outro benefício

Máquina modelo Platino com carregamento automático

O Mundo da Usinagem

é conhecer pessoas realizadoras. Um exemplo disto é Lucchini Remigio (70), que aos 25 anos iniciou sua vida como empreendedor e hoje é proprietário da empresa Verona Lamiere, que concentra suas atividades industriais no corte de chapas laminadas e trabalhos de caldeiraria. Trabalhando em três turnos, 24 horas por dia e valen­­­do-se também dos sábados até às 12h, a empresa processa 100 toneladas de chapas ao dia e executa as manutenções preventivas das máquinas nas férias de verão em agosto. Atualmente possui 20 máquinas, incluindo lasers, puncionadeiras e dobradeiras, destacando-se o seu alto grau de automação, onde atinge um faturamento de 30 milhões de euros com apenas 100 funcionários. Apesar da escassez e da alta nos preços do aço na Europa, a empresa segue processando 100 toneladas de chapas ao dia. Segundo o depoimento de Remigio, a sua escolha pelas máquinas PRIMA




deve-se ao seu bom desempenho e ao baixo índice de intervenções. Além da Verona Lamiere, visitamos também a empresa Laser Net, onde nos chamou muito a atenção a habilidade de seu jovem diretor, Luca Gelli, que atende os mercados tradicionais como “terceirista” e também designers para as diversas aplicações artísticas. Os clientes que ainda não possuíam máquina a laser puderam verificar a grande flexibilidade no uso desta. Ao final da jornada, foi possível constatar o alto grau de satisfação de todos os participantes da viagem, que puderam encontrar nos produtos Prima soluções interessantes para as suas necessidades. Novo cliente de máquinas PRIMA no Brasil Localizada em Caxias do Sul e em atividade no mercado nacional desde 1995, a JOST Brasil Sistemas Automotivos Ltda, joint venture entre a brasileira Randon Implementos e Participações Ltda e a empresa alemã JOST-Werke,

Fotos: Francisco Marcondes

gestão empresarial

Exemplo de produtos Verona Lamiere recém-adquiriu duas máquinas Prima do modelo Platino 1530. Fornecedora de componentes e sistemas de acoplamentos para as montadoras de caminhões, fabricantes de reboques e semi-reboques, e também para o segmento de máquinas agrícolas, a empresa possui um amplo portfólio de produtos (quinta-roda, pino-rei, suspensor pneumático, engate automático, engate de contêiner, ponteira, rala, etc), o que acarreta um fluxo produtivo de lotes médios e muito variados. Para Albrecht Rückert, gerente industrial da JOST, a utilização do corte a laser confere maior versatilidade para atender tais demandas.

Lucchini Remigio, proprietário da empresa Verona Lamiere

Valter Ribeiro, gerente de produto do Departamento de Máquinas Operatrizes da MAN Ferrostaal, que nos acompanhou na visita, afirmou que a utilização do laser confere flexibilidade à produção, porque no caso de alguma alteração de produto solicitada ou necessária para atender novos projetos, por exemplo, a questão muitas vezes se resolve com a simples alteração do programa CNC, em vez da construção de uma nova ferramenta para o produto. Rückert alinhou três aspectos que fazem do laser uma alternativa interessante: a) Um dos aspectos é o custo. Um estampo, dependendo da peça, custa de 100 mil a 1,5 milhão de reais. Este investimento só compensa para altos volumes, O Mundo da Usinagem 11


Fotos: Francisco Marcondes

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Albrecht Rückert, gerente industrial da JOST

Quinta-roda fabricada pela JOST

assim, para lotes médios, o laser torna-se mais viável, pois corta com velocidade razoável e não precisa de estampo; b) O segundo aspecto é o aproveitamento da matéria-prima, pois a programação em CNC permite que se otimize o lay-out de corte, dada a liberdade de deslocamento

nos eixos X e Y. Em um estampo com ferramentas rígidas há mais sobra de retalhos. Com o preço do aço nos níveis atuais, economizar no consumo deste insumo passa a ser muito importante; c) O terceiro aspecto é a utilização do corte a laser para o desenvolvimento de novos projetos.

Luca Gelli, diretor da LaserNet Com o mercado do agronegócio, destacamos o da cana-de-açúcar que, aquecido pela demanda de etanol, espera manter o nível de crescimento atual da indústria de caminhões em franco desenvolvimento e alavancando novas oportunidades de negócios para a JOST e, conseqüentemente, para a PRIMA. Peça de arte produzida por Luca Gelli, utilizando corte a laser 12 O Mundo da Usinagem

Francisco Marcondes Editor-chefe


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gestão empresarial

Pequenos ganhos que fazem a diferença

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roduzir mais rápido a um custo mais baixo se tornou o grande desafio do mundo industrial moderno, caracterizado pela alta tecnologia e por extrema complexidade dos processos de fabricação. Diante desse cenário, as ferramentas especiais de usinagem ganham destaque, não só no Brasil como em todo o mundo. “A ferramenta especial vende o tempo”, resume Dimitri Vasilevich Kochugin, considerado o precur-

Fábio Moreira Salles/Casa da Photo

As ferramentas especiais são peças importantes na briga por mercado na ponta da cadeia produtiva, onde as pequenas reduções de tempo que elas proporcionam nos processos de usinagem se transformam em vantagens competitivas

Operação de corte com GC1125

Trem de fresa sor dos desenhos e projetos de ferramentas especiais no Brasil. Ele começou a trabalhar na área na década de 1960, em uma época onde tudo era feito ainda na pran-

cheta, sem ajuda dos softwares em duas e três dimensões. Dimitri se lembra de quando começaram a chegar as primeiras máquinas CNC no País, e O Mundo da Usinagem 15


gestão empresarial

de ter ouvido de seus colegas de trabalho que a arte de projetar e desenhar uma ferramenta especial, que desse conta de diversas operações em apenas uma, teria acabado. “Eu já imaginava que as ferramentas especiais voltariam a ocupar um lugar de destaque”, relembra.

Fresa planetária 16 O Mundo da Usinagem

Fotos: Fábio Moreira Salles/Casa da Photo

O sucesso de um projeto de ferramenta especial depende, essencialmente, da parceria entre o fornecedor e o cliente

"A ferramenta especial vende o tempo”, resume Dimitri Vasilevich Kochugin, considerado o precursor dos desenhos e projetos de ferramentas especiais no Brasil.

Nos últimos dois anos, o crescimento de pedidos de ferramentas especiais na Sandvik Coromant cresceu 44%, e a tendência é crescer ainda mais, diz Ranulfo Vieira, supervisor da área de Ferramentas Especiais da empresa. “Essa é uma área estratégica, voltada para soluções desenvolvidas sob medida para cada cliente e, por isso, com grande potencial de agregar ganhos de produtividade para as linhas de produção”, afirma. As ferramentas especiais desempenham diferentes papéis em uma linha de usinagem, todos convergindo para a otimização de processos. Na Mercedes-Benz, 15% de todas as ferramentas utilizadas podem ser consideradas especiais, explica Abelardo Barginski, gerente de Compras de Materiais Industriais e Serviços da empresa. “Há determinados

produtos da marca que têm diferentes geometrias e graus de acabamento, o que impossibilita a utilização apenas de ferramentas convencionais”, diz ele. No entanto, não só a característica do produto determina o tipo de ferramenta, mas também uma filosofia de incentivo à produtividade. “Temos uma regra interna que incentiva a utilização de adaptadores, suportes e insertos padrão nas máquinas, e essa orientação só é transgredida em casos de extrema necessidade”, conta Barginski. Peças exclusivas As ferramentas especiais também garantem segurança e estabilidade aos processos de usinagem, imprimindo maior qualidade às peças, acredita Alexandre Ortunho Serra, engenheiro da Fábrica de Motores da Scania.



gestão empresarial

“Nossas peças têm características exclusivas e, com as ferramentas especiais, aperfeiçoamos a qualidade da usinagem”, diz. O sucesso de um projeto de ferramenta especial depende, essencialmente, da parceria entre o fornecedor e o cliente, explica Vieira, da Sandvik. Quanto maior é o grau de confiança entre as duas partes, maior é a probabilidade da ferramenta atender às necessidades exatas para a usinagem da peça. O departamento de desenhos e projetos trabalha com informações sobre a máquina que receberá a

Fotos: Fábio Moreira Salles/Casa da Photo

Não só a característica do produto determina o tipo de ferramenta, mas também uma filosofia de incentivo à produtividade

Fresa segmentada ferramenta e sobre o produto a ser usinado. Quanto mais precisos forem os dados sobre o material, tratamento térmico, tolerância de forma e de posição e padrões de controle, maiores são as chances de sucesso do projeto. Atualmente, a tecnologia de CAD (Computer-Aided Design,

ou projeto assistido por computador) e de CAE (Computer-Aided Engineering, ou engenharia auxiliada por computador) facilitam o trabalho de desenho, modelagem e de simulação, não apenas agilizando o processo como também aperfeiçoando as dimensões no ajuste dentro dos parâmetros requeridos. Avelino Alves Filho, diretortécnico do Núcleo de Cálculos Especiais (NCE), empresa de consultoria em engenharia e implantação da tecnologia CAE, conta que a tecnologia computadorizada para projetos e desenhos começou a se desenvolver na

Ranulfo Vieira, supervisor da área de Ferramentas Especiais da Sandvik Coromant 18 O Mundo da Usinagem



gestão empresarial década de 1960, com o avanço do conhecimento sobre informática e evolução dos computadores. Com a globalização da economia e, conseqüentemente, com a postura mais competitiva das empresas no mercado, essa tecnologia ganhou importância ao permitir a redução de prazos e de custos envolvidos para a elaboração de projetos e, posteriormente, manufatura das peças. E isso é válido tanto para uma ferramenta especial quanto para o desenho de uma peça industrial, lembra o diretor da NCE. “Com os softwares, eliminam-se os processos de tentativa e erros

com os objetos reais, nos quais as peças tinham que ser testadas efetivamente, gerando custos extras e desperdício de tempo e de material”, explica. As peças são desenhadas e testadas nos computadores antes de seguirem para a fabricação. Se a tecnologia ameniza o árduo trabalho da prancheta, por outro lado Alves Filho avisa que o uso de software nenhum substitui a criação do profissional para modelar o problema. “A configuração e a precisão da peça manufaturada dependerão da capacidade do técnico de explorar,

com os recursos da tecnologia, as melhores dimensões para o projeto”, esclarece. Para que o resultado da simulação corresponda exatamente à efetiva condição de uso do que está sendo projetado, é preciso que o profissional alimente o software com as informações precisas de todas as solicitações que a peça terá, sob pena de fracasso do projeto. “Em caso de erro de um projeto, os prejuízos podem ser consideráveis”, finaliza ele. Carmen Torres Jornalista

Resultados positivos de tempo e ergonomia

Shutterstock

Além de reduzir tempo nos processos de usinagem, os projetos especiais podem colaborar para melhorar a performance de outras áreas nas linhas de produção. Na Mercedes-Benz, recentemente, a substituição de um antigo sistema de ferramentas dedicadas a entalhes, torneamento, e outros processos, trouxe, paralelamente à redução de tempo na operação, mais ânimo e motivação para os operadores.

20 O Mundo da Usinagem

A modificação aconteceu em uma máquina transfer, na usinagem de eixos, onde foi implementada uma solução inovadora com vários suportes com cápsulas e pastilhas intercambiáveis. As ferramentas antigas pesavam 40 quilos cada uma, e o manejo exigia grande esforço físico dos operadores da máquina. Com o novo sistema, a troca é apenas de cápsulas, por meio de conjuntos postiços. “O pessoal ficou muito motivado com a facilidade que o novo sistema trouxe à operação”, comenta Abelardo Barginski, gerente de Compras de Materiais Industriais e Serviços. Na Scania, um ganho de tempo aparentemente pequeno, de 5,4 segundos na usinagem de um furo de centro em um torno na área de virabrequins, permitiu à montadora aumentar o rendimento da máquina em 36%, e a produtividade em 26,3%. A melhora da performance foi possível com a substituição de duas ferramentas convencionais por uma ferramenta especial. Outra substituição, na Scania, conseguiu economizar nove minutos no tempo de set up de ferramentas na usinagem de eixos. O sistema de barras de mandrilar anterior foi substituído pelo sistema Coromant Capto modular, reduzindo em 90% os ajustes dimensionais na peça usinada.


Nova linha de centros de usinagem e tornos CNC Hardinge

Tecnologia em 1º lugar Tornear é uma arte tornear e fresar Centros de usinagem e fresadoras Bridgeport

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Horizontais e verticais Linhas standard e de alta precisão Curso longitudinal da mesa com variantes de 480 a 1600 mm Opções para 4° e 5° eixos Variantes com trocador de paletes Modelos para altas velocidades Estruturas de alta rigidez Ideais para produção, ferramentaria e modelação Comandos numéricos Fanuc, Siemens e Heidenhain

Tornos universais CNC Hardinge Linhas standard e de alta precisão Variantes com: 2 e 3 eixos (eixo Y), ferramentas acionadas, eixo C, contra-fuso, 2 revólveres (multitarefa) Usinagem com placas ou a partir de barras até 78 mm de diâmetro Comprimento de torneamento: variantes até 1050 mm Diâmetro de torneamento: variantes até 356 mm Comandos numéricos Fanuc e Siemens

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OTS

Usinagem aeroespacial desafios e tendências

Fornecer para o segmento aeroespacial requer mais do que máquinas modernas. Acompanhar as tendências se tornou fundamental

22 O Mundo da Usinagem


Fotos: Embraer

Terceira fabricante mundial de aeronaves para os setores comercial e executivo, a Embraer também fornece aviões para a Força Aérea Brasileira (FAB)

“A

usinagem de componentes destinados ao segmento aeroespacial cresce no país. Com a presença cada vez mais forte da Embraer no mercado mundial e o desenvolvimento mesmo que tímido de veículos lançadores e pequenos satélites por parte do governo, o Brasil se consolida em um mercado que deve movimentar em 2008, de acordo com o Ministério da Ciência e Tecnologia, mais de US$ 35 bilhões. Trata-se de um setor cujos produtos apresentam altíssimo valor agregado. Para se ter idéia, o valor médio para o quilo de produtos finais do setor agrícola é de R$ 0,30; para automóveis R$ 10; R$ 100 para eletrônicos; R$ 1.000 para aviões e R$ 50.000

para satélites, segundo dados da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (Aiab). E o setor aeroespacial ainda convive com uma grande tendência, a de trabalhar com materiais cada vez mais leves e mais resistentes a tensões, tais como ligas especiais de titânio, fibras de carbono e vidro, waspaloy, inconel, entre outros produtos compostos. Reduzir o peso dos materiais significa também um menor consumo de combustível, amortizando impactos ambientais e custos diante das variações no preço do petróleo. Um Boeing 747, por exemplo, consome por volta de 150 mil litros de combustível em uma viagem de 10 horas, e se levarmos em conta que no mundo mais de 85 mil aviões comerciais decolam

todos os dias, diminuir o consumo de combustível é cada vez mais uma questão estratégica. “Entretanto, além de leves, estes materiais são também cada vez mais resistentes, o que impacta diretamente nos processos de usinagem”, afirma Lúcia Ribeiro, especialista na área de desenvolvimento de negócios no setor aeroespacial da Sandvik Coromant. Desafios à usinagem Quando o assunto é usinagem aeroespacial, diversas particularidades devem ser levadas em conta. A usinagem de fibras de carbono e vidro, por exemplo, se distingue pela emissão de pó no lugar de cavacos. Isso faz com que seja necessária refrigeração a ar, além de um sistema de exaustão eficiente. O Mundo da Usinagem 23


AB Sandvik Coromant

Divulgação DMG

ots Nestes casos, também é imprescindível atentar para os ângulos da ferramenta, caso contrário o material pode sofrer lascamento gerando, conseqüentemente, um retrabalho. As fibras de carbono e vidro também são extremamente finas, com espessuras que vão de 3mm a 5mm. O titânio, por sua vez, demanda uma refrigeração mais abundante devido à sua abrasão. As ligas desse material, além de apresentarem cavacos abrasivos, caracterizam-se também por uma dureza muito DMU 340 FD, da DMG – Centro de usinagem universal alta. Mas é impossível cinco eixos com trocador de pallets e recursos de torneamento desprezar a importância destas ligas para o segmento aeroespacial. Estima-se que e, para driblar esse problema, foi e fresamento de cantos a 90º. o titânio representará 15% do peso desenvolvida a nova fresa Coromill Já os materiais como waspaloy das aeronaves no futuro. 690, específica para fresamento de e inconel demandam uma adeNo caso da indústria nacional, perfis em peças de titânio. Entre as quação dos parâmetros de corte o material mais usado é Ti6Al4V. suas principais características está para evitar o desgaste prematuro Porém, existe uma tendência de o novo assento piramidal, que pro- das ferramentas e, como são ligas substituição pela nova liga Ti-5553 porciona uma maior resistência às resistentes ao calor, também é neque oferece uma resistência supe- forças de corte axiais. Além disso, é cessário ter atenção ao processo de rior e alta resistência a fraturas. Sua possível observar um melhor esco- refrigeração. usinabilidade, todavia, é mais difícil amento de cavacos no faceamento Novos métodos O desgaste das ferramentas, principalmente o do tipo entalhe, é conseqüentemente maior na usinagem aeroespacial devido à resistência destes materiais. Por este motivo, são utilizadas ferramentas com pastilhas redondas, tais como a R200 e R300, que possibilitam uma maior remoção de material, com melhor aproFresa CoroMill 690 veitamento de arestas e melhor desenvolvida para dissipação do calor. fresamento de titânio 24 O Mundo da Usinagem



ots Fotos: AB Sandvik Coromant

Usinagem do trem de pouso

Na área de acabamento são utilizadas ferramentas inteiriças de metal duro, como a R216.42, com diâmetros entre 10mm e 16mm e raios de 3mm a 5mm. “A grande maioria das peças que compõem os aviões é de alta complexidade, possuindo, por exemplo, muitos bolsões internos, de difícil acesso e que exigem precisão tanto no que se refere a usinagem quanto na hora de realizar o acabamento”, afirma Jefferson Gomes, coordenador do Centro de Competência em Manufatura do ITA. E para acompanhar o desenvolvimento cada vez mais rápido de novos materiais é necessário trabalhar com novos métodos e equipamentos cada vez mais robustos. “Aplicações derivadas do laser, como a texturização e junção de superfícies em regiões onde você

Turbina de aeronave. No detalhe, pastilha CoroTurn 107, também usada para usinagem de peças aeroespaciais 26 O Mundo da Usinagem

pode melhorar a característica tribológica (atrito), também são uma tendência”, garante Gomes. Em termos de equipamentos, a recomendação é que as máquinas possuam mais de 5 eixos, refrigeração de alta pressão (high pression) para facilitar quebras de cavaco e sejam apropriadas para usinar perfis com espessuras reduzidas. Além disso, as velocidades de corte são quase sempre muito baixas por conta da resistência dos materiais, o que demanda, além de ferramentas robustas, dispositivos de fixação que garantam a estabilidade dos processos.

“Em relação às máquinas, podemos tomar como exemplo a multitarefa fabricada pela WFL e a Integrex produzida pela Mazak”, afirma Lúcia Ribeiro. A ELEB, empresa localizada em São José dos Campos (SP), trabalha com um parque de 50 máquinas, entre centros de usinagem e torneamento multitarefa destinados à fabricação de trens de pouso, componentes hidráulicos e eletromecânicos para a indústria aeroespacial. Segundo José Luíz Fragnan, diretor de operações da empresa, “a grande tendência na área de máquinas é integrar processos de mandrilamento, furação profunda, fresamento e torneamento em um mesmo set up”. Outro diferencial é o investimento realizado em pesquisa e desenvolvimento. A DMG (Deckel Maho Gildemeister), gigante no segmento aeroespacial, fundou recentemente na Alemanha um centro de excelência que coordena



um dos mais completos projetos de desenvolvimento de soluções turn key para a indústria aeroespacial. Segundo Henry Goffaux, CEO da DMG Latin America, caminhase para realização de uma usinagem completa. “Fresamento e torneamento em um equipamento continuarão a ser uma tendência para as máquinas-ferramenta. Além disso, as máquinas serão melhoradas com tecnologias como retificação que não só estarão disponíveis na produção de centros de fresotorneamento, mas também em tornos universais de menor custo. A automação também terá um papel maior nas soluções voltadas ao setor aeroespacial”. “Estrategicamente, a indústria aeronáutica busca criar condições para deixar de lado o conceito artesanal e se aproximar cada vez mais das indústrias de alta produtividade, como a automotiva, por exemplo. Mesmo não sendo uma indústria de alta demanda, o que se vê hoje é a customização dos equipamentos, permitindo que se use a maior quantidade possível de recursos tecnológicos disponíveis à manufatura e montagem em prol da qualidade e produtividade”, destaca Fragnan. Mas vale lembrar que não se trata apenas de alta tecnologia. Para se tornar fornecedor do segmento, é necessário certificar-se na norma de sistema de gestão de qualidade voltada para o setor aeroespacial, a NBR 15100. As palavras de ordem para todos que desejam ingressar nesse segmento são investimento e 28 O Mundo da Usinagem

Fotos: Bombardier

ots

No alto, jato da Bombardier Learjet 45 XR. Acima, interior da aeronave constante atualização. Os retornos, logicamente, são proporcionais. Trata-se de um mercado extremamente exigente, maduro e promissor. Pense nisso quando for explorar novos ares. Brasil voando cada vez mais alto O Brasil é o segundo maior mercado no mundo em aviação executiva. Hoje, esse segmento

responde por 1,5% do PIB nacional. Poucas pessoas sabem, mas o país recebe anualmente uma das maiores feiras de aviação executiva do Hemisfério Sul, a Labace (Latin American Business Aviation Conference & Exhibition), que este ano movimentou mais de US$ 340 milhões. E os negócios fechados por este segmento aquecem a indústria por muitos anos. “Nós trabalhamos com prazos



AB Sandvik Coromant

ots

O tamanho e a complexidade das peças exigem equipamentos robustos e capazes de usinar materiais cada vez mais resistentes

Embraer

longos. Então, eu diria que toda a produção da indústria está vendida para os próximos dois ou três anos. Logo, as perspectivas são muito positivas”, afirma José Eduardo Brandão, diretor comercial da Ocean Air Táxi Aéreo,

Lineage 1000, da Embraer 30 O Mundo da Usinagem

representante de empresas como Bombardier e AgustaWestland. Entretanto, grande parte da produção nacional está direcionada para a gigante Embraer, empresa que opera em 78 países nos cinco continentes.


Ocean Air

Helicópteros O mercado de helicópteros no país também se mostra extremamente promissor. A cidade de São Paulo possui a segunda maior frota do mundo, cerca de 500 unidades, e a expectativa é crescente. Dados da Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero (Abraphe) estimam que o país irá receber de dois a cinco novos helicópteros por mês nos próximos anos. Se comparado ao mercado de jatos executivos, pode-se dizer que se trata de um segmento ‘mais em conta’. Os modelos ditos populares custam a partir de R$ 400 mil. Pode parecer muito, mas vale lembrar que alguns jatos chegam a custar até R$ 41 milhões, ou cem vezes mais.

A unidade controladora, com 296 mil metros quadrados de área construída, emprega atualmente mais de 14 mil colaboradores e reúne dezenas de fornecedores, transformando a estratégica região de São José dos Campos em um pólo aeroespacial. A meta para este ano é entregar 220 aeronaves e para o ano que vem os planos são ainda mais ambiciosos, entregar uma aeronave por dia. Mas se no segmento aeronáutico o país se orgulha de abrigar uma

das indústrias mais competitivas do mundo, na área espacial os investimentos ainda são modestos. Desde 1961, quando as pesquisas espaciais começaram por determinação do então presidente Jânio Quadros, foi investido cerca de US$ 1,5 bilhão. Pode parecer muito, mas quando o assunto é tecnologia espacial as cifras são muito maiores. Os EUA, por exemplo, investem anualmente US$ 15 bilhões apenas na parte civil de seu programa espacial; a Índia, US$ 450 milhões por ano. Fernando Sacco Jornalista O Mundo da Usinagem 31




suprimentos

Consórcio modular traz vantagens às montadoras

Com o novo modelo de produção, as montadoras conseguem reduzir seus custos fixos, aumentar a produção e dividir riscos

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fim da Autolatina precipitou uma das principais mudanças no sistema produtivo utilizado pela indústria automobilística brasileira nas últimas décadas: a adoção do consórcio modular. Com a divisão dos negócios entre Volkswagen e Ford em 1996, a marca alemã foi obri­ gada a inaugurar duas novas plantas, pois, até aquele momento, se valia das instalações de seu ex-parceiro para a fabricação de alguns modelos. Tendo como principal incentivador o então presidente do conselho de Administração da 34 O Mundo da Usinagem


com pequenas alterações. Esse sucesso, segundo o gerente de Qualidade, Segurança e Módulos da Arvin Meritor, Rezende (RJ), Anatólio Brasileiro Martins, deve ser atribuído ao fim do tradicional sistema verticalizado, no qual as montadoras se responsabilizavam por tudo. Parceria na fabricação A nova planta passou a contar com áreas específicas para cada fornecedor, que respondem agora por sistemas completos e não peças isoladas. Para ilustrar melhor a Arquivo Volkswagen

VW no Brasil, José Ignácio Lopes de Arriortúa, o novo formato de produção foi adotado na planta de Rezende (RJ) ao custo final de US$ 250 milhões. Naquele mesmo ano, a empresa inaugurou uma fábrica em São Carlos (SP) para a produção de motores para o Gol. O sistema prometia proporcionar várias vantagens à montadora, previsão que se confirmou nos anos seguintes. Tanto que as novas operações da General Motors, em Gravataí (RS), e da Ford, em Camaçari (BA), adotaram a mesma filosofia de produção

O Mundo da Usinagem 35


suprimentos

A adoção do consórcio modular, bem como o condomínio industrial, tem se mostrado muito vantajosa situação, Martins explica que, no modelo antigo, a Arvin Meritor fornece apenas o eixo do veículo. Já no consórcio modular, a empresa tem a atribuição de comprar uma série de outros componentes, como cubos e freios, montar o sistema e instalar na linha de produção. “Criou-se as figuras do tier 1 e 2 – fornecedores de primeiro e segundo nível”, afirma. Dentro desse novo quadro, a montadora entra com a expertise de engenharia, concepção de produtos, mar­ keting e controles de qualidade e administrativos. Martins ressalta que, até a unidade de Rezende, o que se via no mercado eram processos no formato de condomínios industriais. “Nesse modelo, os fornecedores se instalam em volta da unidade principal e entregam as peças em seqüência para tornar a produção mais rápida. Já na planta da VW, os sistemistas estão dentro da fábrica e são parceiros na hora de fabricar o veículo”. A produção em Rezende tem início com a montagem do chassi pela Maxxion. Na fase seguinte, a Arvin Meritor instala os eixos e suspensões. Outros sistemas e acabamentos são 36 O Mundo da Usinagem

adicionados ao conjunto, como rodas e pneus (Remon), motor (Cummins e MWM), armação de cabina (AKC e Delga), pintura (Carese), sistema eletroeletrônico (Continental), até chegar ao final da linha para inspeção e aprovação final da Volkswagen. Ele explica que essa é a principal diferença entre a unidade da marca alemã e as fábricas da GM, em Gravataí, e Ford, de Camaçari, pois, nesses últimos dois casos, os sistemistas ficam fora da unidade produtiva. Redução de custo fixo A adoção do consórcio modular, bem como o condomínio industrial, tem se mostrado muito vantajosa. Martins afirma que as montadoras conseguem reduzir seus custos fixos, aumentar a produção e dividir riscos. Um bom exemplo de economia foi a implantação recente do terceiro turno. Em vez da VW contratar, controlar e treinar 1.200 novos funcionários, os parceiros ficaram responsáveis pela maior parte desse encargo. Esse relacionamento estreito entre sistemistas e montadoras permite ainda uma maior integração nas soluções de problemas, pois conta com representantes das empresas parceiras dentro da unidade. “Tudo é mais rápido, pois a interface é com o pessoal da matriz”, comenta. Essa interação se estende por outros pontos, como engenharia, concepção do produto, logística e qualidade. “A montadora deixa parte da manufatura para quem entende”, garante. “As decisões são compartilhadas”.



Arquivo Volkswagen

A transição de fornecedor para sistemista não causou impacto profundo nas operações da Arvin Meritor. Segundo Martins, o novo formato de trabalho exigiu conhecimento suplementar de montagem de veículos. A contratação de pessoal e o gerenciamento da fábrica a distância também estão entre os desafios vencidos. No entanto, o produto sofreu apenas pequenas mudanças. “Não estávamos acostumados à montagem”, admite. “Hoje, temos melhor relacionamento e maior interação com os subfornecedores em razão da implantação do sistema”. Sem contar a participação no consórcio modular da VW, a Arvin Meritor atende também no modelo tradicional as marcas Volvo, Iveco, Agrale, Ford e Mercedes-Benz, Scania e Encava. Este ano, a empresa conseguiu bater seu recorde mensal ao produzir 10 mil eixos. Para 2009, a expectativa é ultrapassar a casa das 11 mil unidades.

Arquivo Ford

suprimentos

Economia de tempo A Emcon Technologies, que fabrica escapamentos em Limeira (SP), atua de forma bastante similar na fábrica da Ford, em Camaçari. O gerente de Manufatura da empresa, Edinilson Kimura, explica que os sistemas de exaustão (coletores e escapamentos) equipam atualmente o modelo Fiesta e EcoSport. Os produtos da Emcon estão presentes em mais de 250 mil veículos por ano. Kimura ressalta também as vantagens obtidas com o sistema, principalmente o envolvimento dos

full services suppliers (sistemistas) do design à entrega do automóvel. Como ocorre em Rezende, a planta da Ford opera a partir de fornecedores, que oferecem pacotes completos de produtos. No entanto, é bom lembrar, a opção recaiu pelo condomínio industrial. No total, a montadora conta em Camaçari com 26 parceiros. Se no passado a produção de um veículo demorava quase uma semana, com o novo modelo é possível finalizar um automóvel em cerca de 16 horas. Para a Emcon, o sistema possibilitou a redução de estoque e maior envolvimento da produção do veículo. As adaptações necessárias para atuar no novo modelo se concentraram na logística em função das distâncias. “A planta fica a dois mil quilômetros dos centros tradicionais de produção”, explica Kimura. “Implantamos centros de recebimentos de materiais em São Paulo para realizar um processo integrado de entrega de diversos fornecedores na Bahia”. João André de Moraes Jornalista

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interface Associação Brasileira de Engenharia e

Ciências Mecânicas A entidade reúne pessoas físicas e jurídicas do meio para propagar o intercâmbio e a difusão do conhecimento de sua área de atuação 40 O Mundo da Usinagem

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á quase 25 anos existe uma sociedade civil, sem fins lucrativos, de caráter científico e cultural, atuando na área da engenharia e ciências mecânicas. Trata-se da Associação Brasileira de Engenharia e Ciências Mecânicas - ABCM, com sede no Rio de Janeiro e cinco divisões regionais (Norte-Nordeste, Triângulo Mineiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).

A Associação, fundada em 19 de abril de 1975, tem buscado - e conseguido - servir de ponto de encontro, base e centro de discussão para pessoas físicas e jurídicas envolvidas no desenvolvimento, aplicação e ensino da engenharia e das ciências mecânicas no Brasil. Um de seus objetivos, o de promover intercâmbio e difusão de conhecimento em sua área de atuação, poderia parecer redundante,


O necessário e devido intercâmbio A tão fundamental atualização profissional encontra, na ABCM, um suporte de peso, já que ela promove intercâmbios com outras associações técnico-científicas de seu segmento, no país e no exterior. Esse intercâmbio cria o espaço necessário para a realização de congressos, conferências, cursos e demais reuniões técnico-científicas. Por meio de boletins, os membros são informados de todos os eventos da área, tanto os patrocinados pela Associação quanto aqueles de que ela tem notícia. A velocidade do desenvolvimento científico e tecnológico em nossos dias exige, do profissional, sincronia com descobertas, propostas, leis, decretos, soluções industriais e, sobretudo, uma visão do mercado profissional em sua área.

Um grande auxílio a seus sócios é a intermediação que a ABCM faz nos diversos acordos de colaboração científica com entidades congêneres, nacionais e internacionais. Seus associados podem ter acesso a informações e participar de atividades conjuntas de entidades com as quais a ABCM possui acordos há 20 anos, como a ASME, e várias outras, igualmente importantes: ASME (American Society of Mechanical Engineers), CSME (Canadian Society for Mechanical Engineering), AMCA (Associación Argentina de Mecánica Computacional), JSME (Japan Society of Mechanical Engineers), ImechE (Institute of Mechanical Engineers), GAMM (Gesellschaft für Angewandte Mathematik und Mechanik) e STF (Société Française de Thermique).

Além desses acordos, a ABCM representa o Brasil em vários organismos internacionais, o que significa um contato muito profícuo para todos seus sócios, dado o altíssimo nível das informações que circulam nessas esferas. Os principais organismos internacionais em que a ABCM representa o Brasil são: ICOMES (International Congress of Mechanical Engineering Societies), ICAS (International Council of the Aeronautical Sciences), AIHTC (Assembly for Inte rnational Heat Transfe r Conferences), IFToMM (International Federation of Theory of Machines), IUTAM (International Union of Theoretical and Applied Mechanics) e ICHMT (International Centre for Heat and Mass Transfer).

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já que as universidades têm essa meta, além do ensino. A ABCM, no entanto, consegue ir além, já que congrega um fator importante a esse esforço: a indústria. Dessa maneira, graças à dinâmica de sua política, a ABCM publica e divulga artigos, monografias, textos variados que diversamente poderiam levar bem mais tempo para serem difundidos. A associação publica o Journal of the Brazilian Society of Mechanical Sciences and Engineering, que pode ser consultado por meio do Scielo data base, com link no site da ABCM. Várias outras publicações, como a ABCM Symposium Series também estão disponíveis online.

Você pode se associar São cerca de 900 membros das áreas de Engenharia Mecânica, Civil, Química, Aeroespacial, Naval, Mecatrônica, Petróleo, Materiais e Metalurgia, Física e Matemática Aplicada. Predomina o envolvimento dos membros com o mundo acadêmico, embora a Associação procure estreitar cada vez mais os laços com os profissionais da indústria, sobretudo os que trabalham nos setores que têm impulsionado os avanços da tecnologia brasileira. Uma das ações nesse âmbito é justamente a de aproximar os O Mundo da Usinagem 41


interface estudantes de engenharia, já durante a graduação, do universo de produção, do conhecimento científico e tecnológico e do setor industrial. As Seções Estudantis da ABCM vêm representando importante papel nesse sentido e o número de estudantes associados vem crescendo bastante. Podem ser sócios tanto pessoas físicas quanto jurídicas, em várias categorias associativas, como membros estudantes, efetivos, institucional, honorário e benemérito. Os sócios fundadores são, evidentemente, aqueles que assinaram a ata de fundação e os remidos adquirem tal qualidade após longo período de associação, por meio de decisão do Conselho. A entidade informa oficialmente, em seu site, que “todos os interessados no desenvolvimento de diferentes aspectos da Engenharia e das Ciências Mecânicas são bem-vindos a se afiliarem à ABCM”, bastando preencher e enviar um dos formulários disponibilizados no site. Aos sócios, além de acesso a todos os contatos nacionais e internacionais acima elencados, é garantido desconto especial em todos os eventos e iniciativas da ABCM.

Engenharia e Ciências Térmicas) e dois anuais (COBEF - Congresso Brasileiro de Engenharia de Fabricação, que vem sendo realizado desde 2001, e o CREEM - Congresso Nacional de Estudantes de Engenharia Mecânica, realizado desde 1994, com patrocínio da ABCM desde 1998). Além disso, promove também o DINAME (International Symposium on Dynamic Problems of Mechanics, que desde 1989 se reúne nos anos ímpares, dedicando-se às áreas de dinâmica, identificação e controle de sistemas mecânicos, incluindo a área de acústica e vibrações) e o ICONNE (International Conference on Nonlinear Dynamics, Chaos and Control, que tem o patrocínio da ABCM desde 1993, com 90 trabalhos em média publicados nos Anais). A ABCM promove também atividades esporádicas, como cursos, seminários, simpósios, conferências e workshops regionais, sobre temas específicos de interesse de seus associados. Comitês Técnicos têm papel fundamental no desenvolvimento dos trabalhos da ABCM e focalizam discussões de todas as áreas de interesse da Associação.

Principais eventos A ABCM promove cinco congressos, sendo três bienais (COBEM - International Congress of Mechanical Engineering; CONEM - Congresso Nacional de Engenharia Mecânica; ENCIT - Congresso Brasileiro de

Equipe OMU

42 O Mundo da Usinagem

Saiba mais Veja como a ABCM pode representar um importante passo em sua carreira e atividades na área de engenharia. Consulte o site: http://www.abcm.org.br



MAG South America (Cross Hueller)

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Bons ventos

Centro de usinagem da família Specht da Cross Hueller (MAG), referência em flexibilidade

para o mercado de máquinas Com aumento no faturamento, setor de máquinas confirma projeções e consolida 2008 como um grande ano para o setor

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pesar das incertezas vividas na economia global, o mercado de máquinas brasileiro se mostra otimista. Empresas têm mantido investimentos e, grande parte, renovado sua linha de produção, consolidando 2008 como um ótimo ano para o setor. 44 O Mundo da Usinagem

E esta inconteste política de investimentos pode ser confirmada através de alguns indicadores, entre eles o faturamento da indústria de máquinas, que fechou o primeiro semestre de 2008 com alta de 25% e um volume total de R$ 36 bilhões, segundo dados da ABIMAQ

(Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos). Outro dado que mostra o vigor do setor é o aumento nas operações de leasing. Nos cinco primeiros meses deste ano, as operações envolvendo máquinas e equipamentos atingiram R$ 10 bilhões, de acordo


Finame, cujo prazo de financiamento foi alongado de cinco para 10 anos. Além disso, o BNDES, em sua nova política de desenvolvimento produtivo, destinou R$ 244 bilhões para financiamento, aliado a políticas como a redução de prazo de apropriação de créditos de PIS e Cofins derivados da aquisição de bens de capital de 24 para 12 meses, bem como a eliminação da incidência do IOF de 0,38% nas operações de crédito do BNDES, Finame e Finep. Oportunidade para empresas de porte menor A depreciação acelerada em 50% do prazo e crédito de 25% do valor anual da depreciação contra a CSLL, a redução de 40% do spread básico de 1,5% ao ano para 0,9% ao ano e a redução da taxa de intermediação de 0,8 para 0,5% também foram bem aceitas. “Medidas como essa criaram oportunidade para empresas de MAG South America (Cross Hueller)

com a ABEL (Associação Brasileira das Empresas de Leasing). Segundo Roberto Schaefer, diretor presidente da MAG no Brasil, uma das principais fabricantes de máquinas-ferramenta do mundo, diversos fatores têm colaborado para os expressivos resultados no setor, mas o principal responsável tem sido o segmento automotivo e, paralelamente, a facilidade de crédito e a inadimplência sob controle. “Todas as montadoras, sem exceção, vêm investindo continua­ mente, o que gera aquecimento também nos setores de autopeças, moldes, matrizes e máquinas ligadas à automação. Trata-se de uma onda de investimentos que não se via há mais de 10 anos”, analisa Schaefer. É importante destacar que grande parte dos investimentos realizados pelos compradores de máquinas está ancorada em linhas de crédito especiais, tais como o

menor porte adquirirem novos equipamentos, renovando seu parque de máquinas, ganhando em competitividade e aumentando o número de empregos no setor (hoje em torno de 240 mil)”, elucida Schaefer. Os reflexos também podem ser sentidos na oferta de serviços voltados ao segmento, tais como assistência técnica, manutenções, acompanhamento de linha, retrofitting, entre outros. “É extremamente importante estarmos alinhados às demandas que compõem a cadeia produtiva, e não apenas no que se refere ao fornecimento de máquinas. Hoje, é normal encontrarmos fabricantes trabalhando em três, quatro turnos, e prover soluções integradas que acompanhem às necessidades do mercado é fundamental”, enfatiza o diretor presidente da empresa. Grande parte destas soluções está atrelada ao investimento em tecnologias mais modernas e equipamentos que flexibilizem a linha de produção. A divisão de motores da General Motors soube aproveitar estas tendências e respondeu com assertividade ao aumento da demanda interna. A empresa que possui somente na linha de cabeçotes Flexline mais de 30 máquinas da MAG Hueller Hille acaba de fazer novas aquisições.

Vista da unidade localizada em Diadema (SP) O Mundo da Usinagem 45


interessante saber

Fotos: MAG South America (Cross Hueller)

Em Joinville, onde será construída a nova fábrica da GM Brasil, com capacidade para produzir 120 mil motores e adicionais 80 mil cabeçotes/ano, serão instalados mais 46 centros de usinagem CNC. Segundo João Possidônio, gerente de engenharia de manufatura da divisão Powertrain, “a grande vantagem nestes equipa-

mentos está na flexibilidade, já que é possível reprogramá-los com muita facilidade. Além disso, o controle numérico e a alta rotação dos eixos garantem um bom desempenho quando o assunto é produtividade”. Dentre as novidades, a MAG está lançando uma nova família de máquinas cujos componentes bási-

cos (fusos, pallets, spindles) podem ser intercambiáveis. Trata-se da linha Specht, que já vendeu mais de 1.500 unidades em todo o mundo. E é neste decisivo momento da economia que grandes empresas mostram seu potencial. Entretanto, sem que haja uma base sólida, é impossível se firmar no mercado. Fornecer soluções integradas com qualidade e competitividade. Diante deste cenário, a economia poderá cada vez mais mostrar sua maturidade. MAG: 35 anos fornecendo qualidade O grupo MAG Industrial Automation Systems é composto por 13 grandes empresas do segmento de máquinas-ferramenta, distribuídas em sete países. No Brasil, o grupo é representado pela MAG South America, tradicionalmente conhecida como Cross Hueller Indústria de Máquinas Ltda. Fundada em 1973, a empresa instalada em Diadema (SP) sempre foi referência no fornecimento de máquinas para o segmento automotivo, entre elas centros de usinagem horizontais, tornos verticais, máquinas especiais, linhas transfer e flexíveis.

No alto: Início das operações da MAG (Cross Hueller) em 1973. Ao lado: Fachada da empresa, localizada em Diadema (SP) 46 O Mundo da Usinagem


Como o Autodesk Inventor ColoCA seu projeto à provA

O software Autodesk® Inventor™ permite que você elabore o protótipo digital completo de seu projeto e o coloque à prova sob várias condições, validando seu desempenho real. Assim, quando o projeto estiver pronto, você saberá exatamente como ele funciona – antes mesmo de construí-lo. Mais que um software para projetos 3D, o Autodesk Inventor é a verdadeira base da Prototipagem Digital oferecida pela Autodesk. Saiba mais em www.autodesk.com.br/prototipagemdigital

Imagem gentilmente fornecida por Prensas Jundiai. Autodesk, Autodesk Inventor e Inventor são marcas registradas da Autodesk, Inc., nos EUA e/ou outros países. Todos os outros nomes comerciais, produtos e marcas registradas pertencem a seus respectivos proprietários. A Autodesk reserva-se o direito de alterar as ofertas de produtos bem como suas especificações a qualquer tempo, sem aviso prévio, não sendo responsável por erros gráficos ou tipográficos que porventura possam ocorrer neste documento. © 2008 Autodesk, Inc. Todos os direitos reservados.


A empresa é responsável pela fabricação das principais máquinas do grupo, além da assistência técnica e comercialização dos produtos MAG, e hoje tem como foco principal diversificar sua área de atuação atendendo os mais variados segmentos da indústria nacional. “Nosso objetivo é aumentar nossa carteira de clientes. Já identificamos 18 segmentos potenciais, principalmente nos setores de petróleo, gás, açúcar e álcool, cimento, mineração, siderurgia, papel e celulose e máquinas agrícolas, todos em franca expansão”, afirma Schaefer. Com 35 anos de atuação no mercado sul-americano e mais de 150 funcionários, a MAG se destaca no mercado e projeta um

MAG South America (Cross Hueller)

interessante saber

Roberto M. Schaefer ao lado do ministro Miguel Jorge durante anúncio do Finame 10 anos faturamento 80% superior ao ano passado. Para o próximo ano, as previsões são igualmente animadoras e envolvem a fabricação de uma nova linha de máquinas e o

aumento da capacidade instalada da empresa. Fernando Sacco Jornalista


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Bradesco e Microsoft inauguram centro de inovação 2008

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Fundação Bradesco e a Microsoft Brasil inauguraram em setembro, em Campinas (SP), o primeiro Centro de Inovação para Tecnologias Educacionais - School Technology Innovation Center (STIC) do

País. A parceria visa fomentar a pesquisa, o desenvolvimento e a prova de conceito de soluções tecnológicas que atendam às demandas do setor educacional. O STIC está localizado nas instalações do Bradesco Instituto

de Tecnologia (BIT) e favorecerá, por meio da pesquisa, a implementação de um ambiente de aprendizagem baseado em ferramentas e práticas inovadoras. A atuação do STIC se dará em três vertentes: pesquisa e desenvolvimento, showroom de referência para soluções aplicadas à educação e a oferta de capacitações em novas tecnologias. O objetivo é oferecer soluções integradas, baseadas nas demandas de interoperabilidade de sistemas, P&D de novas metodologias, conteúdos, equipamentos e ferramentas educacionais. A intenção é dar seqüência à oferta de soluções que atendam às necessidades de alunos e educadores da Fundação Bradesco e da rede pública de ensino. Os projetos vão contemplar conteú­dos interativos para a educação básica, soluções para portais, interoperabilidade, mobilidade, colaboração, games e robótica. (Portal B2B). Fonte: www.anpei.org.br

Introdução à Engenharia de Produção recebe o Prêmio Jabuti

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livro “Introdução à Engenharia de Produção”, publicado pela editora Elsevier como parte da Coleção ABEPRO-Campus de Engenharia de Produção, é o vencedor do Prêmio Jabuti 2008, outorgado pela Câmara Brasileira do Livro, na categoria “Melhor livro de Ciências Exatas, Tecnologia e Informática”. Segundo o organizador do livro, o Prof. Mario Otavio Batalha, da Universidade Federal de São Carlos, receber o primeiro lugar em prêmio de tamanha relevância é “acima de tudo, um ganho para a comunidade de Engenharia de Produção do país.” Organizador: Prof. Mario Otavio Batalha

Co-autores: Adiel Teixeira de Almeida – UFPE, Afonso Fleury – USP, Alessandra Rachid – UFSCar, Alexandre de Avila Leripio – Univali, Ana Eliza Tozetto Piekarski – UNICENTRO, Ana Lúcia Vitale Torkomian – UFSCar, Ana Paula Cabral Seixas Costa – UFPE, Antonio Cezar Bornia – UFSC, Antonio Freitas Rentes – USP, Cid Alledi - UFF/Latec, Fernando César Almada Santos - EESC-USP, Francisco Soares Másculo – UFPB, Lucila Maria de Souza Campos – Univali, Marcelo Jasmim Meirino - UFF/Latec, Marly Monteiro de Carvalho – USP, Osvaldo Luiz Gonçalves Quelhas - UFF/Latec, Paulo Mauricio Selig – UFSC, Reinaldo Morabito – UFSCar e Ricardo Manfredi Naveiro – UFRJ. Fonte: www.abepro.org.br O Mundo da Usinagem 49


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Dedini e Fapesp fazem primeira chamada de projetos de convênio

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Dedini S/A Indústrias de Base e a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) divulgaram em julho a primeira chamada de propostas para o convênio de apoio à pesquisa sobre processos industriais para a fabricação de etanol de cana-de-açúcar. O convênio entre as duas instituições foi assinado durante o Simtec 2007, em julho do ano passado. Válido por cinco anos, o acordo terá aporte financeiro de R$ 100 milhões, dos quais R$ 50 milhões serão desembolsados pela Fapesp e R$ 50 milhões pela Dedini. O convênio apóia projetos cooperativos a serem estabelecidos entre pesquisadores da Dedini e 50 O Mundo da Usinagem

de universidades e instituições de pesquisa, públicas ou privadas, no Estado de São Paulo. Essa é maior parceria já firmada entre a Fapesp e uma empresa privada. Chamada de propostas Na primeira chamada, os recursos serão destinados exclusivamente às propostas que forem selecionadas pela Fapesp e pela Dedini, com a participação do Comitê Gestor da Cooperação. De acordo com José Luiz Olivério, vice-presidente de tecnologia e desenvolvimento da Dedini, a chamada será dividida em duas frentes: uma de melhoria nos processos tradicionais e outra direcionada ao chamado etanol de

segunda geração, produzida através da celulose do bagaço da cana. “Nesta etapa, serão aplicados cerca de R$ 20 milhões. Acreditamos que será suficiente para muitos projetos nessas áreas, já que se trata de uma chamada ampla e abrangente”, disse Olivério. A previsão é que sejam fomentados projetos de aperfeiçoa­ mento de tecnologias em uso na planta de demonstração de hidrólise ácida da empresa, bem como o desenvolvimento de inovações nessas tecnologias; produção de energia a partir de subprodutos de cana-de-açúcar; formas de reduzir o consumo de energia durante o processo industrial; e formas de aumentar a eficiência dos processos de destilação e fermentação. Segundo Olivério, um dos focos será desenvolver métodos de produção de etanol a partir de celulose, tanto no processo de hidrólise ácida quanto enzimática. “Já temos a tecnologia, mas precisamos desenvolvê-la de forma competitiva.” O convênio permitirá que pesquisadores das universidades e empresas trabalhem cooperativamente. “A base é que o trabalho se desenvolva na universidade com participação do departamento de pesquisa da empresa. Mas, se houver projetos que necessitem da construção de protótipo, provavelmente os pesquisadores da universidade virão para a usina”, afirmou Olivério. Fonte: www.anpei.org.br



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Cedida pela B. GROB do Brasil

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Início de um novo ciclo A B.Grob do Brasil amplia seus negócios para novos segmentos com a nacionalização de seus produtos

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om 52 anos de atuação em solo brasileiro, a B.Grob do Brasil está iniciando um novo ciclo, marcado pela abertura de negócios em segmentos até então inexplorados pela empresa. Pretende chegar a clientes para os quais o preço da qualidade e do prestígio da marca foram, durante muito tempo, obstáculos intransponíveis de acesso aos seus produtos. Reorganizações internas da produção e uma visão de mercado atenta para acompanhar 52 O Mundo da Usinagem

o acelerado ritmo de crescimento do setor automotivo são suas principais credenciais para acesso aos novos nichos. “A agilidade no prazo de entrega e a nacionalização de nosso produto stand alone têm nos permitido abrir o leque de atuação”, conta Christian Müller, vicepresidente da B.Grob do Brasil. A BZ 500T, máquina padrão de 4 eixos, com trocador de pallet para usinagem de peças de pequeno a médio porte, já conta com fi-

nanciamento total pela Finame, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Além disso, a empresa entrega o centro de usinagem aos clientes em prazo de até quatro semanas, um diferencial e tanto em época de aquecimento de mercado. Nos últimos três anos, a B.Grob do Brasil registrou crescimento de cerca de 35%, chegando aos US$ 115 milhões no ano passado. A unidade representa


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interessante saber

Cedida pela B. GROB do Brasil

À direita sr. Klaus Heydebreck, no meio Christian Grob (proprietário da Grob), à esquerda Michael Bauer (atual presidente da Grob)

cerca de 20% do total faturado pela empresa nas três fábricas no mundo – a matriz, da Alemanha, participa com 70% do total e a dos Estados Unidos com 10%. Outro sinal de aposta no mercado brasileiro dado pela empresa foi a inauguração de um showroom, no início de setembro, em sua planta, em São Bernardo do Campo/SP. Agora, os clientes e potenciais clientes da marca podem ver apresentações e demonstrações de usinagem e, ainda, ter acesso a treinamentos específicos, a partir dos modelos BZ 500T e também da G 350, centro de usinagem de 5 eixos lançada recentemente para usinagem de peças complexas em uma única fixação. A G 350 conta com 85% de nacionalização, mas a intenção é de que esse modelo alcance o percentual de 100%, para poder desfrutar do incentivo de financiamento do governo, via BNDES. 54 O Mundo da Usinagem

Sob novo comando Entre as novidades da B.Grob do Brasil está, ainda, a troca do comando, depois de 28 anos nas mãos de Klaus V. Heydebreck. Com pouco mais de 60 anos, Klaus passa a presidência para Michael Bauer, e Christian Müller assume a vicepresidência. No entanto, ele irá manter, por tempo indefinido até agora, um vínculo com a empresa, na condição de conselheiro. Bastante admirado e querido no mundo das máquinas-ferramenta, Klaus sempre gozou de prestígio também junto aos proprietários da B.Grob, a quem credita a importância que a unidade fabril brasileira tem dentro da estrutura do grupo. “O sr. Grob, fundador da empresa, sempre teve grande amor ao Brasil”, diz ele, para explicar o investimento que a matriz manteve na fábrica brasileira, mesmo diante das crises econômicas vividas nas últimas décadas.

A B. Grob é uma companhia alemã familiar, e o perfil apaixonado pela engenharia das máquinas de usinagem de seu fundador, e sucessores, marca a atuação da empresa até hoje, segundo análise de Klaus. “A unidade brasileira sempre teve acesso a todas as conquistas tecnológicas de outras unidades, e isso faz toda a diferença”. Apesar de não estar mais atuando na vida executiva da empresa, Klaus não tem dúvidas acerca do promissor futuro da B.Grob do Brasil. Isso porque, segundo ele, “se a qualidade e a tecnologia sempre fizeram a diferença no posicionamento de uma empresa no mercado até agora, no mundo globalizado e competitivo atual essas características são essenciais para sobrevivência de qualquer agente produtivo”. Carmen Torres Jornalista



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Vosmecê concorrda o

disconcorrda?

Há muito mais tradição do que se pensa por trás do falar “caipira” 56 O Mundo da Usinagem


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O significado da roça O termo “roça” vem do verbo “roçar”, que significa arrancar, cortar. Roçar o terreno significa, portanto, cortar o que nele está. De maneira geral, o termo significava cortar o mato do terreno para prepará-lo para o plantio. Os termos para cortar as plantas de terreno já plantado são diferentes: capinar e carpir (tirar o capim que cresce entre as plantas). Com o tempo, o verbo roçar deu origem ao substantivo

“roça”, que tem, entre nós, dois sentidos: o de terreno de plantio (ele está na roça) e o de uma determinada plantação (com o lucro da roça de mandioca...). O mais genérico, “viver na roça”, significa viver no campo produtivo. Infelizmente, como o fenômeno da urbanização no Brasil foi muito acelerado, os novos urbanistas sentiram-se logo superiores aos “roceiros” e, se não bastasse terem desenvolvido uma idéia de superioridade, como se as atividades urbanas fossem mais importantes que aquelas rurais, ainda passaram a se divertir caçoando dos “roceiros” e da “vida na roça”. Isso se deu no final do século

XIX e início do XX, quando se cunhou o termo “caipira”, que deriva de “caapora”, o famoso bicho do mato indígena. O falar do roceiro Claro está que um dos principais pontos de destaque e de caçoadas é a maneira de falar do homem da roça. E é por aqui que começam nossas descobertas. Você já parou para pensar como se deu a comunicação entre portugueses e indígenas, quando do descobrimento? Os portugueses mal conseguiam aprender os rudimentos de uma das línguas indígenas que, avançando um pouco no território, questão de poucos quilômetros, já encontravam uma outra língua, totalmente diferente daquela que tinham começado a aprender.

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stamos na cidade grande. Hoje, em termos de estilo de vida, pouca diferença há entre o corre-corre - ou melhor, o pára-pára - que vivemos em São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, Blumenau.... As características da vida urbana independem do tamanho propriamente dito da cidade. E nos pegamos sonhando com o campo, o verde, aquela rocinha de um tempo que alguns de nós chegaram a conhecer, mas que para a maioria é só papo de gente mais velha. No entanto, se pararmos para pensar um pouco no significado da nossa “roça”, vamos nos surpreender com o quanto aprenderemos e.... não somente sobre agricultura ou pecuária!

Em meio à correria da cidade, nos vemos sonhando com o campo O Mundo da Usinagem 57


Molhar?... moiá. Molhou?... moiô. Orelha?... oreia. Além disso, a senhora “agardecia” , “num carece alevantá”. E claro que maltratar animais era muita “inorância”. Sem dúvida, o leitor já reconheceu o “caipirês” ! Mesmo quando em 1757 o governo português expulsou os jesuítas do Brasil e, por decreto do Marquês de Pombal, em 1771, o

Folha Imagem

A surpresa teria sido maior se eles soubessem, então, o que os estudiosos ficaram sabendo já a partir do século XIX: existiam mais de 700 línguas indígenas diferentes quando os portugueses aqui aportaram! Para permitir a comunicação, os padres jesuítas, que foram aqueles que mais se interessaram pelos indígenas, fizeram uma mistura de palavras indígenas e portuguesas e passaram a chamá-la de “língua geral” ou ... nheengatú, que significa “língua boa”, que mereceu uma bela gramática elaborada pelo padre José de Anchieta. O nheengatú foi falado no Brasil, do Amazonas ao Paraná, tanto no campo quanto na cidade, até início do século XIX. Falava-se a língua geral até mesmo na Corte do Rio de Janeiro. A principal característica da língua geral era assimilar o falar indígena, incapaz de pronunciar o “lh” português, que se tornou “ié”. Mulher?... muié Colher?... cuié

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interessante saber

Helena Meirelles foi uma dama da viola caipira (1924-2005) 58 O Mundo da Usinagem

nheengatú foi proibido nas escolas, o povo continuou falando sua língua. As cidades foram se despindo do nheengatú, mas de vez em quando ela mostra sua cara até nas mais altas esferas: quando o então presidente Fernando Henrique Cardoso disse, diante de repórteres, “chega de nhenhenhém”, estava falando no mais puro nheengatú! Escondida, camuflada, espezinhada como “caipira”, a língua geral não morreu. Em São Gabriel da Cachoeira, a 850km de Manaus, no Alto Rio Negro, onde as 30 mil pessoas do lugar falam nheengatú, a língua voltou a ser ensinada nas escolas, com muito orgulho. Assim, quando tivermos tempo de passear pela roça e ouvirmos o roceiro priguntá si ocê qué apeá prá mor di si arrefrescá na bica, devemos saber que estaremos saboreando 500 anos de verdadeira tradição brasileira. Puríssima, como a “branquinha” da... caipirinha! Equipe Omu



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pontodevista

O tititi entre as pessoas O ser humano é um ser social, um tititi aqui alimenta outro ali e, num estalo, difusos comentários ganham forma e surge uma opinião generalizada 60 O Mundo da Usinagem

O

buxixo é um ato natural do ser humano. Somos propensos a falar e falar sobre nossas vidas, nossas coisas e nossas experiências, inclusive, como consumidores. É aí que o buxixo afeta os negócios e qualquer plano de marketing via ações tradicionais de comunicação. Como definido por Emanuel Rosen, no seu livro The Anatomy of Buzz: How to Create Word of Mouth Marketing, de

2000, o buxixo diz respeito àquilo que os clientes falam um para o outro. Não se trata, somente, de um simples diálogo entre pessoas. O buxixo vai mais fundo, é o tititi entre as pessoas. São comentários – informais, anárquicos, complementares, adversos ou virtuais – sobre algo ou alguém. E como o ser humano é um ser social, um tititi aqui alimenta outro ali e, num estalo, difusos



ponto de vista

comentários ganham forma e surge uma opinião generalizada, favorável ou não. Esse buxixo entre as pessoas faz com que elas se tornem hubs de uma rede sem fio e invisível, conectadas uma às outras por suas relações de conveniência, convivência, confiança e emoção. Seth Godin, em seu livro Marketing Idéia Vírus, de 2001, define as pessoas, em função da sua força conectora, como contaminadoras. E ainda as classifica em dois níveis: as poderosas e a promíscuas. As poderosas funcionam como megahubs, pessoas formadoras de opinião, celebridades da mídia e especialistas famosos, capazes de provocar um buxixo com uma fra-

Fotos: Shutterstock

Duas coisas podem dar partida ao buxixo: novidades ou idéias contagiosas que, por estarem associadas à curiosidade, ao inusitado e ao novo, conseguem mostrar-se simpáticas e atraentes ao hub disseminador

se ou um ato. As promíscuas formam redes locais, junto aos seus conhecidos, colegas de trabalho, amigos e familiares. Apesar de não terem a exposição dos megahubs, elas detêm o poder do diálogo e da proximidade com seus contatos – o termo promíscuas, na visão de Godin, vem do fato de não serem tão fáceis de serem identificadas,

assim como sua ação de contaminação. Basicamente, sob uma ótica de marketing, promíscuas são todas as pessoas que se relacionam com o negócio de uma empresa – funcionários, intermediários, parceiros e clientes – e poderosas são as influenciadoras e formadoras de opinião reconhecidas e identificadas pelo mercado em que a empresa atua. Estimulando o buxixo Duas coisas podem dar partida ao buxixo: novidades ou idéias contagiosas que, por estarem associadas à curiosidade, ao inusitado e ao novo, conseguem mostrar-se

Não se trata, somente, de um simples diálogo entre pessoas. O buxixo vai mais fundo 62 O Mundo da Usinagem



ponto de vista e como se disseminam, para tentar, de forma indireta, influenciar sua disseminação via ações de relacionamento e relações públicas. E, claro, os contaminadores devem alastrar opiniões positivas e favoráveis, ou seja, antes de tudo é essencial ter a companhia organizada, entregando bons produtos, prestando bons serviços e cumprindo suas promessas. O conjunto de ações de mar­ keting conscientes, planejadas e gerenciadas em prol do buxixo forma a tática chamada buzzmar­ keting. Portanto, o buxixo vem antes e sempre irá existir. E essa tática nada mais é que uma tentativa gerencial para influenciar esse processo. Por isso, de nada adiantarão ações repentinas e pontuais de relacionamento com megahubs – que poderão, depois, pela falta de continuidade, até causar efeito contrário. Decidir influir no buxixo é uma séria atitude. As pessoas não são bobas e falam. Ah, como falam! Cedida pelo autor

simpáticas e atraentes ao hub disseminador; e um bom trabalho de relacionamento com os megahubs, que são identificáveis, e os hubs, que, com esforço, podem ser rastreados e cadastrados. McConnel & Huba, autores do Buzzmarketing – Criando Clientes Evangelistas, de 2003, citam três ações para promover o tititi: primeiro, conte aos hubs sobre um novo produto ou serviço; em seguida, traga os hubs para encontros, físicos ou virtuais, em que possam conversar com outros hubs da companhia; depois, dê um jeito de se certificar que outras pessoas verão os hubs usando seus produtos. Eventos e feiras dirigidas cumprem as duas primeiras ações. A terceira ação, certificar-se de que outras pessoas verão os hubs usando seus produtos, é uma tática comum no mercado da moda e de produtos de altíssimo valor. Companhias fabricantes de relógios há muito tempo fecham acordos, formais ou não, com os megahubs, celebridades e formadores de opinião famosos, para que, simplesmente, circulem com seus relógios no pulso. Ultimamente, até clínicas de estética utilizam dessa artimanha operando próteses de silicones em celebridades emergentes, em troca da divulgação do seu nome. O buxixo, querendo ou não, é um fato. Cabe ao empreendedor e, principalmente, aos gestores de marketing, compreender seu conceito, entender como surgem

Marcelo Miyashita Consultor líder da Miyashita Consulting

Matéria captada pelo Depto. de Comunicação Corporativa da Sandvik do Brasil

64 O Mundo da Usinagem


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Coropak – Nosso receituário contra crises econômicas

N

esta época do ano, a atenção dos nossos engenheiros de produtos volta-se para a apresentação, aos clientes e ao mercado de usinagem, do pacote semestral de lançamentos, conhecido como CoroPak. É o que está acontecendo agora, com o CoroPak 08.2. É interessante ressaltar o alto investimento feito pela nossa empresa para, em ritmo constante de renovação, oferecer produtos de ponta e de alta tecnologia para usinagem. Nossos lançamentos são fruto de anos de pesquisa e desenvolvimento realizados em países longínquos, nos quais equipes de engenheiros, em conjunto com analistas de mercado, pesquisam, estudam e avaliam as necessidades e demandas dos vários mercados, sejam eles mais estáveis, como a Europa, ou em ebulição, como a China, Índia, Rússia e até o Brasil. Por meio desse trabalho é que são definidas as linhas de produtos a serem lançadas mundialmente. O CoroPak 08.2 traz novos conceitos tecnológicos em ferramentas para torneamento, fresamento, furação e holding tools que vêm atender às necessidades de aumento da produtividade e redução dos custos de usinagem, para que clientes do mundo inteiro melhorem suas linhas de usinagens e se tornem globalmente mais competitivos. São ferramentas planejadas e criadas para oferecer soluções aos principais segmentos de mercado, como o automotivo, que, no Brasil, apresenta crescimento constante nos últimos anos, e o aeronáutico, que também cresce no país e, principalmente, nos Estados Unidos, no Canadá e em alguns países europeus. Frente às perspectivas de crises mundiais e domésticas que nos assolam nestes dias, torna-se mais importante ser competitivo, pois a demanda reprimida irá selecionar quem for realmente competitivo diante de um cenário de muita

66 O Mundo da Usinagem

oferta e poucas oportunidades de negócios. Para finalizar, com base na minha experiência internacional, em que tive oportunidade de participar de vários CoroPaks fora do Brasil, gostaria de enfatizar mais dois pontos relevantes. Primeiro, posso garantir que, entre os nossos produtos lançados, sempre haverá uma solução para cada segmento industrial, seja para resolver um problema crônico ou aumentar a produtividade. Segundo: devemos sempre ter em mente que, junto com o pacote tecnológico de produtos, existem equipes de engenheiros de usinagem e de vendas dando total suporte técnico e comercial a todos os nossos clientes. Isso porque acima de toda tecnologia, está o ser humano. É por meio dos relacionamentos interpessoais que estabelecemos verdadeiros laços de colaboração, potencializando cada benefício lançado no CoroPak, de forma que os nossos clientes consigam atingir suas metas e possam comemorar os resultados. José Gamarra Gerente Técnico Sandvik Coromant do Brasil

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Design de torres especiais Rendimento de usinagem inteligente Posicionamento de alta exatidão As torres para os centros de torneamento da série SL da Haas, são fabricadas como uma unidade – completamente montada com acoplamentos, caixa de engrenagens e sistema de transmissão. Destaque para a linha de fabricação das torres, onde todas as características críticas em cada estação de trabalho são baseadas em movimentos de um único eixo. Depois a torre é indexada para a próxima estação. Isto garante a concentricidade absoluta de cada estação, com o centro real de cada torre. Este processo de fabricação, comparado com a usinagem da torre antes da montagem, reduz em até mais de 90% a variação de posicionamento de ferramenta para ferramenta. O resultado é um setup de trabalho mais fácil, maior exatidão e melhor repetibilidade. Made in the USA | www.HaasCNC.com

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MOVIMENTO SANDVIK COROMANT – PROGRAMA DE TREINAMENTO 2008 Mês

TBU Noturno

TBU Diurno

TFR

UMM

EAFT

Nov Dez

EAFF

OUT 03, 04, 05 e 06

01 e 02

TBU - D - Técnicas Básicas de Usinagem (Diurno – 14 horas em 2 dias) TBU - N - Técnicas Básicas de Usinagem (Noturno – 14 horas em 4 dias – das 19h00 às 22h30) TFR - Técnicas de Furação e Roscamento com fresa de metal duro (14 horas em 2 dias) EAFT - Escolha e Aplicação de Ferramentas para Torneamento (21 horas em 3 dias) UMM - Usinagem de Moldes e Matrizes (28 horas em 4 dias) EAFF - Escolha e Aplicação de Ferramentas para Fresamento (21 horas em 3 dias) OUT - Otimização da Usinagem em Torneamento (28 horas em 4 dias) OUF - Otimização da Usinagem em Fresamento (28 horas em 4 dias) TUCAS - Tecnologia para Usinagem de Componentes Aeroespaciais e Superligas (14 horas em 2 dias) TGU - Técnicas Gerenciais para Usinagem (21 horas em 3 dias) DPUC - Desenvolvimento de Processos para Usinagem Competitiva (14 horas em 2 dias) – CURSO NOVO

OUF

TUCAS

TGU 10, 11 e 12

DPUC



DICASÚTEIS O leitor de O Mundo da Usinagem pode entrar em contato com os editores pelo e-mail: omundo.dausinagem@sandvik.com ou ligue: 0800 770 5700

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Anunciantes nesta edição O Mundo da Usinagem 52 Arwi. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 Atlas Máquinas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 Autodesk. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 Blaser . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 CIMM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 Cross Hueler . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 Deb´Maq . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Diadur. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Dormer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 Dynamach. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Ergomat. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 GF AgieCharmilles. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 Goodyear. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Grob. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 Haas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 Hanna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 HDT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14/43 Hexagon . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 Intertech . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 Kabelschlepp. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 Kone . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Maclin. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 Mazak. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 Mitutoyo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Mori Seiki . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Okuma. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 ROMI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Sanches Blanes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 Sandvik. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4ª capa Sandvik Local. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 Selltis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2ª capa Siemens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3ª capa Stamac . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 Superbid. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 Turrettini . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32/33 Vitor Buono. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

# CORRIGENDA: Na matéria “Bosch: superando metas desafiadoras”, na página 20 da Revista O Mundo da Usinagem nº 51, o nome do entrevistado, Mauro Turin, foi grafado erroneamente na legenda da foto como Marcos Turin.

70 O Mundo da Usinagem



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