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Publicação da Sandvik Coromant do Brasil
issn 1518-6091 rg bn 217-147
Usinagem de inoxidáveis
Pré-sal revitaliza aplicação e cuidados Natal
Que sentido dar a data tão importante?
Cummins
Otimização de processos gera ganhos de capacidade
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editorial
Preparar, fundir, moldar, forjar, laminar, prensar, trefilar, prender. Cortar, tornear, fresar, centrar, furar, mandrilar, roscar, encaixar, rever. Soldar, dobrar, lixar, polir, montar, pintar, embalar, estocar, prover. Expor, cotar, argumentar, demonstrar, testar, aprovar, vender. Transportar, levar, conferir, entregar, faturar, cobrar e receber. Comprar, vestir, calçar, fotografar, ligar, dirigir, viajar, ouvir, beber. Ter tempo para dedicar a quem se ama. Melhor não pode haver
O Mundo da Usinagem
Índice
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Edição 12 / 2008
Publicação da Sandvik Coromant do Brasil
issn 1518-6091 rg bn 217-147
Usinagem de inoxidáveis
Pré-sal revitaliza aplicação e cuidados Natal
Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISSN 1518-6091 RG. BN 217-147 Divulgação ArcelorMittal
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Que sentido dar a data tão importante?
Cummins Capa Foto: Pastilha Sandvik Coromant para rosca Arquivo AB Sandvik Coromant
Otimização de processos gera ganhos de capacidade
03 editorial 04 ÍNDICE / EXPEDIENTE 06 GESTÃO EMPRESARIAL: cummins - trabalho em equipe amplia produtividade 12 suprimentos: aço inoxidável, versátil e sustentável 20 Produtividade i: torno-fresamento 26 ots: usinagem de peças - soluções sob medida 31 Produtividade ii: aço inoxidável - desmitificando a usinagem 42 Interessante saber: religiosidade e natal e outras notícias 50 nossa parcela de responsabilidade 52 MOVIMENTO 54 DICAS ÚTEIS
e-mail: omundo.dausinagem@sandvik.com ou ligue: 0800 770 5700
EXPEDIENTE
O MUNDO DA USINAGEM é uma publicação Sandvik Coromant do Brasil, com circulação de doze edições ao ano e distribuição gratuita para 20.000 leitores qualificados. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP. Conselho Editorial: Aldeci Santos, Anselmo Diniz, Aryoldo Machado, Edson Truzsco, Edson Bernini, Eduardo Debone, Fernando de Oliveira, Francisco Marcondes, Heloisa Giraldes, Marlene Suano, Nivaldo Braz, Nivaldo Coppini, Nixon Malveira, Vera Natale. Editora: Vera Natale Editor Chefe: Francisco Marcondes Editor do Encarte Científico: Nivaldo Coppini Jornalista Responsável: Heloisa Giraldes - MTB 33486 Secretário de Redação: Kazuhiro Kurita Propaganda: Gerente de Contas - Thaís Viceconti / Tel: (11) 2335-7558 Cel: (11) 9909-8808 Projeto Gráfico: AA Design Edição de Arte e Produção Gráfica: House Press Propaganda Revisão de Textos: Fernando Sacco Gráfica: Aquarela
O Mundo da Usinagem
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gestão empresarial
Cummins: trabalho em equipe
José Maurício Spagnuolo
realiza ganho em capacidade de produção
Equipes Cummins e Sandvik Coromant estão satisfeitas com os resultados positivos
Programa de Incremento da Capacidade de Produção alcança resultado expressivo
O Mundo da Usinagem
A
umentar a capacidade de produção da linha de blocos de cilindro C & ISC em três meses. Foi esse o desafio que a multinacional Cummins, maior fabricante independente de motores a diesel do mundo, precisou vencer para atender à demanda apresentada pelo mercado. A linha de produção já operava em três turnos apresentando o máximo do rendimento da capacidade instalada.
“Nós estávamos frente a um aumento da demanda jamais visto e não podíamos mais contar com a importação de blocos de outras plantas da Cummins, pois as mesmas já operam no limite de sua capacidade de produção para atender suas demandas locais”, afirma Blaumer Antônio Baldin, engenheiro de manufatura da Cummins do Brasil e responsável pelo projeto de expansão de capacidade.
Roberto Silva
Broca CoroDrill 880 usinando bloco do motor necessidades, partiu-se para a etapa de distribuição das operações nos Centros de Usinagem, de maneira a otimizar os tempos de ciclo de máquinas. Os estudos de engenharia abrangeram a análise de 81 ferramentas que foram substituídas por produtos de última geração, ou otimizadas, garantindo assim melhor performance. “Verificamos todos os itens, realizamos simulações, medições
Roberto Silva
Diante deste cenário, aumentar a capacidade de produção ao nível desejado pela direção da Cummins em um espaço de tempo tão curto não seria uma tarefa fácil. Para obter sucesso em tal desafio, a engenharia de manufatura da Cummins contou, entre outras providências, com a implementação de um Programa de Incremento da Produtividade (PIP) por parte de um de seus principais fornecedores de ferramentas. Criado pela matriz da Sandvik Coromant na Suécia, o programa consiste na avaliação e otimização de processos em parceria com o cliente, a fim de gerar o máximo em produtividade. A pedido de Francisco Silva, gerente de engenharia de Manufatura e Produção-Usinagem da Cummins, a iniciativa reuniu um time de especialistas de ambas as empresas para realizar o levantamento das oportunidades e necessidades do projeto. Uma vez identificadas essas
Aplicação de ferramenta especial Sandvik Coromant na usinagem do bloco do motor
e análise dos tempos. Todos os processos foram avaliados para alcançarmos os objetivos” relembra Eduardo Debone, vendedor técnico responsável pelo posto avançado Sandvik instalado nas dependências da Cummins em Guarulhos (SP). Ao final, obteve-se o resultado esperado com a otimização do ferramental. Neste período foram realizadas melhorias nas ferramentas, alteração dos parâmetros de corte e nos sistemas de fixação das ferramentas, entre outras. Com o trabalho cooperado entre as equipes envolvidas, foi possível buscar no mercado a melhor solução para cada operação, independentemente do fornecedor a ser utilizado. O foco sempre foi atender às necessidades da Cummins quanto ao menor custo e à melhor qualidade. Além dos ganhos obtidos com a alteração das ferramentas e dos parâmetros de corte, uma outra parte significativa do acréscimo da capacidade está sendo obtida pela O Mundo da Usinagem
aquisição e instalação de centros de usinagem GROB, empresa que também participou da iniciativa. “Quando realizamos um trabalho desse porte é necessário que todos os envolvidos no processo garantam a máxima dedicação, e foi o que pudemos encontrar em cada participante do projeto: competência e comprometimento”, aponta o supervisor de processos PIP da Sandvik Coromant, Sílvio Bauco. A equipe contou com a colaboração do gerente regional de vendas da Sandvik Coromant, Ivan Spolaor; o líder da linha, Paulo Macário; além dos operadores que acompanharam de perto as intervenções. Roberto Tino foi um deles: durante a implantação do PIP, ele se dedicou exclusivamente ao projeto e garante que “o grande desafio era realizar os estudos e modificações sem interromper a produção”, que foi um ponto primordial dentro da estratégia adotada na implementação do programa. Geraldo Sumitomo, supervisor de manufatura da empresa, resume
O Mundo da Usinagem
Arquivo Cummins
Blaumer Baldin, engenheiro de manufatura de usinagem da Cummins, responsável pela iniciativa do PIP na empresa a importância da parceria no sucesso do programa: “A Cummins não tinha como dedicar um time exclusivo para realizar esta tarefa. O fornecedor de ferramentas, por sua vez, já está familiarizado com os processos. Apostamos na cumplicidade que existe entre a Cummins e seus parceiros, e os dois lados colheram frutos”. O comprometimento de todos garantiu resultados expressivos. O tempo de ciclo das máquinas foi reduzido e o aporte em produtividade supera as expectativas. “Do planejamento à execução passaram-se apenas 90 dias. Diante do tamanho e complexidade dos processos envolvidos, podemos dizer que foi um PIP realizado em tempo recorde” afirma Sílvio Bauco. E tão importante quanto os resultados foi o fato de o programa Roberto Silva
Roberto Silva
gestão empresarial
Modelo fabricado pela empresa equipa veículos pesados
Em destaque, fresa CoroMill 365 da Sandvik Coromant usada na usinagem do bloco do motor C não gerar aumento dos custos, diminuindo, inclusive, o custo por peça usinada. “Se considerarmos gastos com mão-de-obra, maquinário e administrativo, nosso custo fixo ficou menor”, garante Luiz K. Ribeiro, supervisor de produção da Cummins. O investimento em confiança transformou metas ambiciosas em resultados concretos, mostrando que nenhum desafio é grande demais quando se trabalha com uma equipe segura e qualificada. Cummins – Crescendo com o Brasil Fundada em 1919, a Cummins é hoje a maior fabricante independente de motores a diesel do mundo, fornecendo produtos e serviços para mais de 197 países. No Brasil desde a década de 70, a empresa emprega mais de mil funcionários. O compromisso com a preservação ambiental está presente em todos os níveis, desde a certifica-
Arquivo Cummins
gestão empresarial
Linha de usinagem dos blocos de motor C, que obteve incremento na produção com otimização de ferramental
Arquivo Cummins
ção ISO 14001 até o desenvolvimento de motores mais limpos, que utilizam o biodiesel. A empresa também está certificada nas normas ISO 9001, QS 9000, ISO TS 16949, ABS e FORD Q1, o que mostra o comprometimento com a qualidade e segurança de seus produtos. Outro diferencial da empresa é o engajamento em projetos sociais, com destaque para o incentivo ao
Francisco Silva, gerente de Manufatura e ProduçãoUsinagem da Cummins 10 O Mundo da Usinagem
voluntariado. A Cummins cede quatro horas mensais aos funcionários que desejam participar de atividades, campanhas e eventos apoiados pela empresa. Atualmente, 7% dos funcionários estão inscritos em algum tipo de projeto. O programa Jovem Cidadão é um bom exemplo. Em funcionamento há pouco mais de quatro anos, o programa oferece qualificação profissional a jovens com idades entre 16 e18 anos. Muitos deles, inclusive, são contratados após o término do treinamento. Iniciativas como estas mostram a maturidade da Cummins, empresa que em pouco mais de três décadas no país conquistou o respeito e admiração do segmento automobilístico sem nunca deixar de lado a responsabilidade social e ambiental. Fernando Sacco Jornalista
Divulgação ArcelorMittal
suprimentos
Aço inoxidável:
versátil e sustentável
Liga ocupa um lugar de destaque em diversos segmentos e a tendência é que sua aplicabilidade se diversifique cada vez mais
D
escoberto em 1912, quando o inglês Harry Brearley pesquisava uma liga metálica que resistisse ao desgaste que ocorria no interior dos canos das armas de fogo e chegou a uma liga metálica resistente à corrosão, o aço inoxidável só teve sua produção industrial iniciada na década de 50. O volume de produção mundial atingiu aproximadamente 12 O Mundo da Usinagem
5 milhões de toneladas em 1985 e, desde então, este número tem se duplicado a cada 13/14 anos. Este crescimento se deve principalmente à sua variada aplicabilidade na indústria, transformando o aço inoxidável em itens presentes no dia-a-dia de milhões de pessoas em todo o mundo, como eletrodomésticos, pias, fogões, revestimento de elevadores, portas e peças, tubu-
lações e estruturas para indústria e construção civil (ver pág. 18). O aço inoxidável é uma liga de ferro e outros elementos, como o níquel, que juntos apresentam propriedades físico-químicas superiores aos aços comuns. Altamente resistente à oxidação e corrosão, contém, no mínimo, 10,5% de cromo em sua composição química, que – a partir deste
Fachada da Vivo no Rio de Janeiro: resistência e beleza no uso do aço inox na arquitetura
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discos de freio especiais. O duplex tem alta concentração de cromo (entre 18% e 28%) e destina-se a segmentos que exigem alta performance e segurança. Estas peculiaridades, aliadas às constantes pesquisas para maior aproveitamento das qualidades do aço inoxidável, têm impulsionado o mercado. A produção mundial cresce a um ritmo de 6% ao ano, desde os anos 50, tendo atingido em 2007 a cifra de 27,5 milhões de toneladas, concentradas em países como a China, União Européia, Japão, USA, Índia, Coréia, Taiwan, Tailândia, Brasil e Canadá e onde os grandes players são a Thyssen Krupp, Acerinox, ArcelorMittal, Nippon Nishing, Posco, Outokumpu, Xanxi Taigang e Yusco. No ano passado, a produção brasileira somou 462.000 toneladas, sendo 419.000 toneladas de produtos planos, produzidas pela ArcelorMittal Inox Brasil
Divulgação Núcleo Inox
valor e em contato com o oxigênio – permite a formação de uma fina película de óxido de cromo sobre a superfície do aço, que se torna impermeável e insolúvel nos meios corrosivos usuais e confere ao material uma peculiaridade única. A sua classificação se distribui em quatro grupos básicos de acordo com os níveis diferenciados de resistência à corrosão e à temperatura, implicando em aplicações também diversas. O austenítico é altamente resistente à corrosão. É considerado o aço inoxidável mais nobre e, por isso, seu uso ocorre em grande escala em equipamentos da indústria petroquímica, alimentícia e farmacêutica. O ferrítico também resiste à corrosão, porém é mais econômico por não conter níquel. Sua utilização é maior em eletrodomésticos, moedas e indústria automobilística. O martensítico possui dureza elevada. Sua aplicabilidade se destina à cutelaria, instrumentos cirúrgicos,
A cutelaria é uma das muitas aplicações do aço inox (ex-Acesita) e 43.000 toneladas de produtos longos, produzidas pela Gerdau Aços Especiais e Villares Metals, consideradas hoje as mais importantes indústrias deste mercado no país, segundo dados divulgados pelos Núcleo Inox, que agrega pesquisas do IBGE e ISSF (International Stainless Steel Forum). Demanda crescente Se há um incremento contínuo na produção, a demanda também está acelerada. O consumo de aço inoxidável no Brasil tem apresentado taxas de crescimento médio anual da ordem de 6,5% ao longo dos últimos oito anos. A cadeia do inox movimenta cerca de U$ 3,5 bilhões por ano e, em 2007, a demanda no Brasil cresceu 12,5%. “É importante, contudo, destacar que estas taxas de crescimento do consumo apresentaram níveis muito expressivos nos últimos dois anos. Porém, o consumo per capita nacional ainda é muito baixo quando comparado ao de países desenvolvidos e até mesmo os com O Mundo da Usinagem 13
Precisão em detalhes como solda garantem melhor acabamento níveis de desenvolvimento similares ao do Brasil. A média mundial de consumo per capita, em 2007, foi de 5,4 kg por habitante/ano, enquanto no Brasil, no mesmo período, atingiu-se 1,62 kg por hab/ano. Na China, o consumo foi de cerca de 4 kg, na África do Sul de 3,7 kg e no México de 2 kg”, compara Arturo Maceiras, diretor executivo do Núcleo Inox. O executivo destaca ainda que outro parâmetro neste mercado é o consumo aparente no Brasil em 2007, que foi de aproximadamente 300.000 toneladas. Muito abaixo da capacidade instalada de produção, que apenas na ArcelorMittal Inox Brasil (ex-Acesita), única produtora de aços inoxidáveis planos na América do Sul, é de 800.000 toneladas ano. Uma peculiaridade que pode impactar numa expansão mais acelerada no universo do aço inoxidável é que 90% das empresas da cadeia produtiva são pequenas e médias empresas, segundo pesquisas do Sebrae. Como ocorre em outros setores industriais, estas empresas apresentam algumas desvantagens que podem restrin14 O Mundo da Usinagem
gir o seu desenvolvimento e sua competitividade. “Pode-se citar, por exemplo, carências técnicas, mercadológicas, baixa escala de produção, limitada capacitação para exportar e baixa capacidade de gerar inovações. Por isso, o Programa de Certificação de Processadores de Aço Inoxidável, que está sendo desenvolvido pela ABNT e Núcleo Inox, visa ser uma importante ferramenta para evolução tecnológica destas empresas, com a implementação de um sistema de melhoria contínua que permitirá, a médio e longo prazos, construir uma cadeia produtiva mais competitiva, capaz de continuar gerando emprego e renda, através do fornecimento de produtos elaborados com aço inoxidável nos mercados interno e externo, com o conseqüente aumento do consumo brasileiro do material em níveis compatíveis com economias mais desenvolvidas”, projeta Maceiras. O crescimento da demanda também pode vir atrelado a outra importante característica do aço inoxidável, a de ser um produto Divulgação Schincariol
Divulgação Núcleo Inox
suprimentos
Xaroparia Schincariol: aplicabilidade do aço inox na indústria é crescente
Shutterstock
suprimentos
O aço inox é amplamente utilizado em eletrodomésticos que auxilia na sustentabilidade dos projetos, considerando que o alto índice de reciclagem é um fator de relevância dentro das preocupações ambientais em todo o mundo. “Os objetos de aço inoxidável nunca se tornam lixo ao final de sua vida útil. Separados e recuperados, o ferro, cromo, níquel e molibdênio – que compõem a liga do inox – entram novamente no processo de fabricação”, afirma Maceiras. “Atualmente, qualquer objeto de aço inoxidável tem um conteúdo reciclado médio de 60%, o que não altera a qualidade do produto final. Essas características ajudam a torná-lo um material mais sustentável”, ressalta. Momento de alerta De acordo com os dados da ISSF (International Stainless Steel Forum), entidade mundial dos fabricantes de aço inox, a produção mundial registrou uma queda de 1,8% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2007. Entretanto, o Brasil está entre os principais 16 O Mundo da Usinagem
mercados que devem apresentar crescimento no consumo deste material, juntamente com países como China, Vietnã, Índia, Rússia e Turquia. “A crise econômica mundial deverá afetar o setor neste final de ano, assim como afeta a economia de forma geral. Porém, as estimativas mais recentes apontam para uma recuperação no transcurso de 2009. Os preços têm apontado tendências de queda recentemente, devido à queda nos preços do níquel, matéria-prima que tem importante impacto na formação de custos dos aços inoxidáveis”, analisa Maceiras. Para o diretor executivo do Núcleo Inox, o consumo do aço inoxidável está diretamente relacionado com a evolução do PIB e em especial com o PIB da indústria. As variações de preços das matériasprimas e níveis de estoques têm também influência na demanda do material. “O consumo mundial de aço inoxidável tem apresentado níveis de crescimento da ordem de 5% ao ano nos últimos 20 anos. No Brasil este crescimento tem sido
Divulgação Núcleo Inox
suprimentos
Algumas de suas principais aplicações Cutelaria: talheres, panelas e baixelas. Indústria alimentícia e bebidas: de fácil limpeza, assegura melhores condições de higiene. As crescentes exigências de qualidade na prestação de serviços de alimentação vêm ampliando a utilização do aço inoxidável em restaurantes, lanchonetes, bares e cozinhas profissionais. Arquitetura e construção: utilizado em projetos arquitetônicos, de um simples corrimão ao revestimento de fachadas. Proporciona versatilidade na decoração de ambientes. Utilizado largamente em cubas, pias, coifas e reservatórios para água potável e sistemas de aquecimento solar. Bonito, resistente e com baixo custo de manutenção, é mais adequado no detalhamento de projetos que buscam versatilidade, estética e durabilidade. Indústria química: devido à sua principal característica, a resistência à corrosão, é usado em tanques para armazenamento de produtos, tubulações de circulação desses materiais, peças e equipamentos que manipulam produtos químicos. Móveis: o material ganha espaço no mobiliário urbano das cidades brasileiras e em móveis residenciais que traduzem padrões de requinte e sofisticação. Hospitais: os procedimentos de assepsia utilizados em hospitais e serviços de saúde são determinantes para a utilização do aço inoxidável em instrumentos cirúrgicos, móveis, utensílios hospitalares, etc. Moedas: por sua resistência à corrosão e ao desgaste mecânico, tem na fabricação de moedas uma das suas principais aplicações. Bens de consumo duráveis: a beleza, aliada à resistência, garante sua presença em produtos como geladeiras, fogões, máquinas de lavar roupa, lava-louças, fornos de microondas, fornos elétricos e outros bens de consumo duráveis. Indústria automobilística: nos sistemas de exaustão de gases dos motores, onde se exigem resistência à corrosão e a altas temperaturas. Indústria de açúcar e etanol: em chapas, na entrada e no terno das moendas; no shut donele; no cush-cush; nas esteiras de bagaço e nos difusores; no revestimento de cozedores e evaporadores; em partes dos cristalizadores e secadores de açúcar. Na forma de tubos, nas linhas de evaporação, nos aquecedores e nos cozedores.
18 O Mundo da Usinagem
Espessura das paredes das tubulações resulta em estrutura mais leve, sem comprometer qualidade e segurança
ainda maior, da ordem de 6 a 8% ao ano, dependendo do período. A expectativa é que, após a crise, os níveis mencionados sejam mantidos”, projeta. Nas tendências de expansão, o segmento petrolífero sinaliza de forma positiva. O mercado está atento às novas descobertas de reservas de petróleo e gás no Brasil, especialmente a gigante reserva da camada pré-sal. Especialistas observam que as características da futura prospecção e exploração do pré-sal das bacias já mapeadas devem exigir equipamentos com maior resistência à corrosão e ao desgaste. Por isso, nestas aplicações, espera-se o uso mais intensivo do aço inoxidável, o que já tem impulsionado estudos e testes com o material, não apenas nas universidades e centros de pesquisa, mas também pelas indústrias. “A cada ano, o aço inox se consolida como uma das melhores opções de material considerando-se sua durabilidade, sustentabilidade e custo versus benefício. Por isso, para a cadeia produtiva se ajustar aos novos desafios é fundamental que as pesquisas se intensifiquem”, conclui Maceiras. Edna Vairoletti Jornalista
PRODUTIVIDADE i
Torno-fresamento:
AB Sandvik Coromant
usinagem completa em um único set up
Método traz mais flexibilidade, mas exige ferramentas versáteis e operações mais complexas que o torneamento tradicional 20 O Mundo da Usinagem
A
demanda por flexibilidade e redução de custos na usinagem dos mais variados componentes, de diversos segmentos da indústria metal-mecânica, fez surgir há alguns anos as chamadas máquinas multitarefa, que têm como característica a junção de diversos métodos de usinagem na mesma máquina.
São máquinas que, dependendo da configuração, são capazes de fazer o torneamento interno e externo, furar, fresar, rosquear, retificar e até mesmo realizar tratamento por indução, embora seja mais comum encontrar no mercado máquinas destinadas ao torneamento, fresamento, furação e rosqueamento.
O que se busca basicamente nas máquinas multitarefa, além da flexibilidade, é justamente a possibilidade de usinar componentes completos em um único set up. Com isso, operações que levariam horas para serem realizadas em várias máquinas são feitas em minutos. Essa flexibilidade, por sua vez, demanda ferramentas mais versáteis e operações mais complexas, como é o caso do torno-fresamento.
centro da peça, de forma a atender as mais variadas necessidades de projetistas e designers de produtos. Para fresar uma superfície curva, a peça é rotacionada ao redor do seu centro usando o quarto eixo da máquina. Para usinar uma forma cônica, um quinto eixo é necessário. Para usinar formas excêntricas, é necessário o movimento simultâneo dos eixos.
Configuração de máquina multitarefa - vertical
Configuração de centro de usinagem de 4/5 eixos - horizontal
O torno-fresamento, em poucas palavras, resume-se em realizar uma operação de torneamento utilizando-se uma fresa. Daí o termo torno-fresamento. Logicamente, em se tratando de formas cilíndricas convencionais, o torneamento tradicional é mais preciso, rápido e eficiente em custos, porém a intenção de se tornear com uma fresa é o fato de se produzir formas complexas, como elipses, cames e superfícies cilíndricas com centro deslocado em relação à linha de
Torno-fresamento periférico externo
Torno-fresamento periférico interno
Torno-fresamento O torno-fresamento pode ser realizado por dois métodos, dependendo do tipo de máquina que se utiliza e da forma do componente que se deseja obter. Torno-fresamento periférico – é onde se utilizam três ou quatro eixos para sua realização. Caracterizado pela capacidade de usinar perfis externos ou internos, superfícies cilíndricas, canais/ rasgos estreitos e fresamento de formas, como o fresamento de roscas. Basicamente é realizado em máquinas horizontais. É muito similar à interpolação helicoidal, porém com a rotação da peça.
Torno-fresamento de face – é onde se utilizam quatro ou cinco eixos para sua realização. Com esse método, consegue-se trabalhar com ferramentas mais curtas, com pequenos diâmetros, se necessário, o que produzirá menor torque no eixo que comanda a ferramenta. Produzem-se formas excêntricas, componentes delgados e possibilita a usinagem tanto de perfis paralelos quanto cônicos.
Torno-fresamento de face O Mundo da Usinagem 21
produtividade i
Com máquinas multitarefa, operações que levariam horas para serem realizadas são feitas em minutos As maiores diferenças entre esses dois métodos são: Superfície gerada – o método de faceamento irá naturalmente gerar cristas ou uma superfície não cilíndrica. Contudo, pode produzir perfis externos 3D como pás de rotores. Já a forma produzida pelo método de fresamento periférico é uma cópia do formato da fresa. Exemplo: fresamento de rosca. Diâmetro da ferramenta e comprimento – o método de torno-fresamento periférico requer ferramentas de diâmetros maiores e aumentam na proporção em que aumenta o diâmetro do componente a ser usinado, a fim de se manter a estabilidade. Acessibilidade – o tornofresamento periférico não pode ser combinado com um contraponto limitando seu uso em usinagem interna e abertura de rasgos externos. O método de torno-fresamento de face só pode ser utilizado externamente. Programação Assim como no fresamento tradicional, o torno-fresamento pode ser dividido em operações de desbaste e acabamento onde, além dos dados de corte característicos de cada operação, deve-se observar a entrada e saída em 22 O Mundo da Usinagem
corte, o posicionamento da fresa em relação ao componente a ser usinado e a utilização de pastilhas alisadoras para as operações de acabamento. O posicionamento da fresa, por exemplo, em relação à linha de centro da peça é muito importante devido à superfície que será gerada e suas conseqüências tanto para a própria operação de torno-fresamento quanto para as operações que virão a seguir.
Diferentes conceitos de fresas também podem ser utilizados, como conceitos de aresta reta a 90°, 45° e 10° para altos avanços, long edge para grandes remoções e conceitos de aresta redonda. Cada uma com suas particularidades de uso e capacidades de remoção de material e geração de perfil.
Exemplos: Linhas de centro da fresa e da peça alinhadas irão produzir uma superfície convexa, a qual irá gerar maior pressão axial, risco de colisão com o centro da fresa e resultará em maior sobremetal para o acabamento. Portanto, não é recomendado. Linhas de centro da fresa e da peça deslocadas irão produzir uma superfície côncava, reduzindo a pressão axial e o sobremetal para acabamento.
Resumo Torno-fresamento significa movimento em pelo menos um eixo durante a rotação simultânea da peça. Uma superfície cilíndrica pode ser produzida somente quando se avança a fresa na direção axial durante a rotação. É freqüentemente usado para a usinagem de cilindros grandes, quando são necessárias altas taxas de remoção. Com o movimento simultâneo da fresa em duas direções, é possível produzir superfícies nãocilíndricas. Por exemplo, cames em eixos.
Torno-fresamento com alinhamento de centros
Torno-fresamento com linhas de centro desalinhadas
Fotos:AB Sandvik Coromant
produtividade i
Exemplos de peças usinadas por torno-fresamento Para operações de desbaste podem-se utilizar conceitos de fresas de aresta reta a 90° ou a 45°, como as CoroMill 390,
290 e 245, ou ainda conceitos com arestas redondas, como a CoroMill 200. Para acabamento, uma pastilha alisadora (Wiper) tem de ser usada, pois a superfície tende a ficar curva. Quando a fresa se move em mais que dois eixos, enquanto a peça está em rotação, é possível produzir peças mais complexas como lâminas de turbina. O movimento em mais que dois eixos requer uma ferramenta com capacidade para usinagem em rampa. Francisco Cavichiolli Especialista Sandvik Coromant em Fresamento e Sistema de Fixação
OTS
Usinagem de peças pequenas:
AB Sandvik Coromant
soluções sob medida
Máquina Ciitizen com ferramenta antivibratória Sandvik Coromant, na classe GC1020
Máquinas e ferramentas fazem a diferença em um mercado extremamente exigente
26 O Mundo da Usinagem
T
rabalhar com materiais de difícil usinabilidade, com perfis complexos e pequenos diâmetros, buscando, sempre, o máximo em precisão. Estas são condições unânimes para todas as empresas que realizam a usinagem de peças pequenas, ou microusinagem. O mercado de implantes odontológicos e ortopédicos é um bom exemplo desta demanda. Peças com tamanho extremamente
reduzido ou feitas sob medida exigem cuidados na escolha do ferramental, conforme explica Clodoaldo Martins, da IOL Implantes: “Como são peças muito pequenas, precisamos de insertos, fresas e suportes adequados para esta usinagem, além de um cuidado muito grande com o acabamento e qualidade superficial, que precisam chegar próximo do polido, pois todas as peças de inox precisam ter um aspecto brilhante
Arquivo Index
Usinagem completa Segundo o engenheiro Alfredo Ferrari, diretor de vendas da Ergomat, “a moderna tecnologia para a usinagem de peças pequenas se concentra na aplicação dos tornos automáticos CNC de cabeçote móvel. Trata-se de tornos automáticos que produzem peças cilíndricas a partir de barras que vão de 1 mm até 32 mm de diâmetro. Estas máquinas são aplicadas na produção de peças seriadas para
AB Sandvik Coromant
e todas as peças em titânio, um acabamento fosco”. Ferramentais específicos para essa indústria, como as pastilhas VCEX e o suporte CoroCut, garantem uma usinagem precisa, com melhor fluxo de cavacos, avanços mais agressivos e menos vibrações, que podem ser extremamente danosas neste tipo de usinagem. A escolha de ferramentas adequadas acompanha o cuidado com máquinas e equipamentos e o desenvolvimento de novas tecnologias nestas duas frentes tem sido fundamental para garantir a competitividade no segmento.
Na usinagem de peças pequenas, o uso de ferramentas adequadas proporciona retornos em qualidade e segurança nos processos as indústrias automotiva, aeroes pacial, aparelhos de medição de alta precisão, componentes para equipamentos hospitalares, parafusos ortopédicos e implantes dentários. As peças usinadas podem ser tanto delgadas e de usinagem instável quanto peças, em geral, de grande complexidade e elevada precisão. Além das operações de torneamento, este tipo de máquina permite a realização de operações de fresamento, furações e rosqueamentos transversais, furações de diâmetros extremamente pequenos e outras, garantindo usinagens completas e eliminando operações posteriores”.
Torno Index TNL 12
A Ergomat representa uma empresa especializada na fabricação de tornos automáticos CNC de cabeçote móvel, a Star Micronics, do Japão, que conta com uma vasta linha de modelos, de quatro a 11 eixos controlados, voltados para cada tipo de aplicação em função das peças a serem usinadas. O diretor industrial da HDT, Torcato Fernandes, reforça a importância de máquinas CNC de cabeçote móvel na usinagem de peças pequenas: “Para usinar peças delgadas e largas (comprimento acima de 3D) em série são necessários Tornos Automáticos de Cabeçote Móvel. A usinagem destas peças tem características muito singulares. Devido aos diâmetros muitos pequenos em relação ao seu comprimento, é a peça que avança para ser torneada, daí o nome Torno de Cabeçote Móvel”. A HDT, representante das máquinas da CITIZEN, específicas para este tipo de usinagem, também se destaca no mercado de microusinagem. O Mundo da Usinagem 27
AB Sandvik Coromant
ots
Ferramentas Sandvik Coromant para usinagem de peças pequenas “Além de tornearem as peças com grande precisão e produtividade, suas máquinas foram criadas para fresar, fazer operações transversais, operações posteriores, enfim todas as operações que a peça necessita a partir da própria barra”, explica Fernandes.
Crédito Arquivo Ergomat
Alta precisão A COSA Intermáquinas, que há nove anos representa no Brasil a empresa Hanwha Tech M, líder sul coreana e marca mundial mente reconhecida na fabricação
de Tornos de Cabeçote Tipo Suíço, fornece modelos de 12 a 38 mm e de 3 a 13 eixos controlados simultaneamente. “Na linha de produtos com até 13 eixos controlados, destaca-se a máquina STL 38H, onde podemos alcançar o maior nível de sofisticação na área de Tornos Cabeçotes Tipo Suíço em nível mundial, utilizando a máquina com usinagens simultâneas em suas diferentes estações, como torneamento com gang e torre simultaneamente, furações transversais, paralelas, rosqueamentos e fresamentos simultâneos onde o tempo de fabricação acaba por vezes sendo muito menor que o normal”, afirma Alex Fernando Robi, gerente de vendas da divisão Hyundai-Kia Machine e Hanwha Tech M. A INDEX TRAUB, por sua vez, fornece a linha TNL, com destaque para os tornos TRAUB
Torno automático CNC de cabeçote móvel, marca Star, modelo SR-20RIII 28 O Mundo da Usinagem
Arquivo IOL Implantes
Componente femoral, exemplo de usinagem voltada ao segmento médico
AB Sandvik Coromant
TNL 12, conforme explica o engenheiro de vendas, Ademar Sinji Ono: “Para os segmentos de odontologia e ortopedia, que são responsáveis por mais de 85% de vendas desse torno no Brasil, caracterizam-se as peças feitas de materiais nobres (aço inoxidável e titânio) de difícil usinabilidade e perfis cada vez mais complexos e precisos. E exatamente na fabricação de peças que possuem esses quesitos é que a TRAUB TNL 12 se destaca, oferecendo vantagens em produtividade, flexibilidade e confiabilidade de processo. Agregado a isso, para garantir alta produtividade, a máquina apresenta quatro sistemas de ferramentas com usinagem simultânea, sendo dois revólveres, um superior e outro inferior, e dois porta-ferramentas lineares tipo gang, um frontal e outro posterior. Desta forma, é possível usinar com até quatro ferramentas, simultânea e independentemente, e, em qualquer revólver, em qualquer estação, pode-se alojar ferramentas acionadas. O mesmo acontece no gang de ferramentas frontal e no posterior, obtendo assim uma
Nos segmentos de odontologia e ortopedia, caracterizam-se as peças feitas de materiais de difícil usinabilidade e perfis cada vez mais complexos e precisos máquina com ciclos de usinagem muito rápidos”. A possibilidade de integrar neste torno uma bomba de alta pressão, que permita realizar furações profundas com até 160 bar de pressão com o uso de brocas canhão, tanto pelo lado frontal quanto pelo lado posterior, bem como o sistema de filtragem fina e fusos de alta freqüência, também são diferenciais. As inúmeras opções em termos de máquina garantem constante atualização e respostas diretas em produtividade. Aliado a isso, a utilização de ferramentas adequadas proporciona retornos em qualidade e segurança nos processos. A escolha certa pode fazer toda a diferença neste mercado de alta precisão. Fernando Sacco Jornalista O Mundo da Usinagem 29
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PRODUTIVIDADE ii
Aço inoxidável:
desmitificando a usinagem
M
etal nobre, o quase centenário aço inoxidável conquistou espaço nos mais diversificados segmentos da indústria e hoje está presente no dia-a-dia de todo cidadão. Entre as características mais destacadas, o inox, como é popularmente chamado, apresenta resistência mecânica e à corrosão, graças ao teor de cromo que excede a casa dos 12% em sua composição. Na usinagem, o aço inoxidável representa um grupo específico de materiais que pode ser empregado na fabricação de vários tipos de peças, como flanges, válvulas, medidores de vazão e acoplamentos, entre outras. Além de versátil, resistente, anticorrosivo e, portanto, dono de uma vida útil prolongada, o aço inoxidável traz valor agregado em tempos de responsabilidade social corporativa. Seu alto índice de aproveitamento para reciclagem, além de ecologicamente correto, combina muito bem com redução de custos, palavra de ordem principalmente em tempos de crise. Tudo isso seria perfeito, não fosse o fato de que algumas de suas propriedades, quando comparadas às de outras matérias-primas, são teoricamente responsáveis
Shutterstock
Investimentos em pesquisas e desenvolvimento de tecnologias avançadas trazem vantagens na relação custo/benefício
por uma usinabilidade mais difícil, o que gera um certo receio na sua utilização. Um receio, entretanto, que hoje já não faz mais sentido. Isso porque há alguns anos, valendo-se de estudos, pesquisas, novas tecnologias e empenho, os fornecedores da indústria de usinagem movimentam-se – com grande êxito – para descobrir e desenvolver soluções diversificadas na utilização do aço inoxidável. Entre elas, encontram-se as ligas alternativas que, sem perder a resistência à corrosão, oferecem melhor usinabilidade, e as ferramentas de corte produzidas especialmente para atender às diferentes estruturas do metal, seja ele ferrítico, martensítico, austenítico ou duplex. São soluções que, quando aliadas às práticas adequadas, resultam em alta produtividade com economia em escala, gerando uma excelente relação custo x benefício, conforme é possível conferir, a seguir, nas palavras de quem entende do assunto. Thais Gebrim Jornalista O Mundo da Usinagem 31
AB Sandvik Coromant
PRODUTIVIDADE ii
Fácil de usinar A
usinagem pode se tornar um investimento alto quando falamos da fabricação de produtos em aços inoxidáveis, como conexões, flanges, selos mecânicos, válvulas, bombas, compressores, eixos, etc. Em alguns casos, o processo pode corresponder a até 70% do custo final de produção. Materiais que oferecem melhor usinabilidade, portanto, possibilitam às empresas aumentar a produtividade e 32 O Mundo da Usinagem
obter ganhos efetivos no custo total de produção. A figura abaixo demonstra uma estimativa da re-
dução no investimento que pode ser alcançada com uma melhor usinabilidade:
Economias no custo total, % 35
Aumento da taxa de produção, %
30
50
25 20
25
15 10
10 5
5 0
0
10
20
30
40
50
60
70 80 90 100 Custo do material no custo total, %
Entretanto, a busca por soluções para essa questão precisa ser confrontada com outras propriedades do material. No caso específico do aço inoxidável, essas propriedades são a resistência à corrosão, a resistência mecânica e a soldabilidade. Ou seja, melhorar a usinabilidade apenas não basta. É preciso desenvolver materiais que superem as dificuldades nesse quesito, mas que também preservem as demais características favoráveis à aplicação deste material. O desafio dos produtores de aços inoxidáveis é, portanto, obter um balanço entre as propriedades requeridas pelos fabricantes de componentes e uma performance confiável na aplicação. Foi pensando nessa necessidade que, há alguns anos, a Sandvik desenvolveu a liga de aço inoxidável denominada SANMAC (Sandvik Machinability Concept), que oferece melhor performance de usinabilidade, com ganho de produtividade e otimização dos custos. Disponíveis nas versões 304L, 316L, 316Ti e SAF2205 (duplex), essas ligas vêm sendo utilizadas em diferentes partes do mundo com ganhos significativos de produtividade para seus usuários. É importante destacar que a sua resistência à corrosão alcança os mesmos níveis obtidos pelos materiais convencionais, como por exemplo as ligas AISI 304/304L e AISI 316/316L. Essa resistência foi comprovada no teste que pode ser conferido na tabela a seguir:
Liga
Solução
Temperatura
Taxa de Corrosão
SANMAC 304L
5% H2SO4
20°C
0,07 mm/ano
AISI 304/304L
5% H2SO4
20°C
0,09 mm/ano
SANMAC 316L
5% H2SO4
65°C
0,64 mm/ano
AISI 316/316L
5% H2SO4
65°C
0,74 mm/ano
O mesmo acontece com a resistência mecânica, conforme é possível observar na tabela comparativa abaixo: Liga
Rp0,2%
Rp1,0%
Rm
Along.
Dureza
SANMAC 304L
210 MPa
240 MPa
515 - 680 MPa
40%
98 HRB
AISI 304/304L
210 MPa
240 MPa
515 - 680 MPa
40%
90 HRB
SANMAC 316L
220 MPa
250 MPa
515 - 690 MPa
40%
98 HRB
AISI 316/316L
220 MPa
250 MPa
515 - 690 MPa
40%
90 HRB
Além de manter as características de resistência à corrosão e resistência mecânica, o SANMAC apresenta outras vantagens em relação a aços semelhantes. Entre elas, podemos citar a possibilidade de se trabalhar com velocidades de corte mais altas e maiores taxas de avanço. O material permite manter o fio de corte da pastilha vivo por mais tempo, durante o processo de usinagem,
o que se reverte positivamente em menos desgaste das ferramentas. Para dar uma idéia, com sua aplicação, é possível acelerar a velocidade de corte em mais de 60% e ampliar a vida útil da ferramenta em aproximadamente 200%. Nos próximos gráficos, podemos observar comparativos referentes à velocidade de corte e à taxa de avanço.
Velocidade de corte, m/min 6982
300 AISI 304/304L
250
Deformação plástica
200
Martelamento de cavacos
Formação insatisfatória de cavacos
150
GC215 10 min
100
10 35,
2
50
GC 0
0,1
0,2
0,3
0,4
min
Microlascamento 0,5
0,6 0,7 Avanço, mm/rot
O Mundo da Usinagem 33
produtividade II Velocidade de corte, m/min
Velocidade de corte, m/min 6983
300 AISI 316/316L
250 Deformação plástica
200
6981
300 Deformação plástica
250
SANMAC 304L & 316L
200
GC215 10 min
Martelamento de cavacos 150
150
Formação insatisfatória 100 de cavacos
GC215 10 min
Formação insatisfatória de cavacos
Microlascamento
100
GC235 10MIN
Microlascamento 0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6 0,7 Avanço, mm/rot
50
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6 0,7 Avanço, mm/rot
Hiper-duplex é destaque pela alta resistência à corrosão em ambientes agressivos Há mais de 15 anos, a introdução do aço inoxidável super-duplex era considerada uma solução ampla para atender o mercado em suas diversas necessidades. Esta alternativa se tornou interessante devido à combinação atrativa de alta resistência à corrosão, excelentes propriedades mecânicas e também um relativo baixo custo, comparado a outros materiais de alta performance. Porém, em algumas aplicações, as propriedades destas ligas eram insuficientes para resistir a um clima tropical, como o do Brasil, onde as temperaturas são elevadas, causando a diminuição da vida útil dos equipamentos. Devido a estas condições severas, novas pesquisas foram realizadas para o desenvolvimento de um material que apresentasse propriedades superiores, tanto mecânicas quanto em relação à resistência à corrosão, especialmente na presença de cloretos.
A busca de uma alternativa exigiu vários anos de estudos para o desenvolvimento de um novo material: o aço inoxidável hiper-duplex, lançado com pioneirismo pela Sandvik Materials Technology. A proposta é aumentar a janela operacional deste tipo de material. É uma solução econômica em relação a alternativas de mercado. Graças à sua elevada resistência mecânica, é possível reduzir a espessura das paredes das tubulações, resultando em uma estrutura mais leve, sem comprometimento da qualidade e segurança. Estes diferenciais têm despertado grande interesse da indústria, como por exemplo, algumas refinarias de petróleo que já estão testando o material. O aço inoxidável hiper-duplex também tem sido recebido com bastante interesse por outras indústrias, como a petroquímica, química, nuclear, siderúrgica, etc. Um exemplo disso são as empresas que estão localizadas nas faixas litorâneas e que usam água do mar como um componente importante em seus processos.
Alan Souza Engenheiro de Aplicação da Sandvik Materials Technology do Brasil Shutterstock
50
34 O Mundo da Usinagem
Colaborou: Edna Vairoletti
PRODUTIVIDADE ii
Práticas certeiras
36 O Mundo da Usinagem
AB Sandvik Coromant
A
diferença entre os vários tipos de aços inoxidáveis resulta num comportamento também distinto da ferramenta de usinagem. Os inoxidáveis de estrutura ferrítica oferecem melhor usinabilidade com boa quebra de cavacos, comparável, inclusive, aos aços de baixa liga. Já os de estrutura martensítica possuem maior teor de carbono, o que eleva a temperabilidade do material, mas, por outro lado, com a maior dureza, e em combinação com a ductilidade característica dos aços inoxidáveis, pode tornar o material mais abrasivo, acarretando maior desgaste da ferramenta. Os melhores tipos de martensíticos, portanto, são aqueles com menor teor de carbono e cromo. Os aços inoxidáveis austeníticos, por sua vez, são mais utilizados na indústria, porém, se comparados aos outros, têm usinabilidade mais baixa. Esse tipo de inox é caracterizado pela tendência ao endurecimento por trabalho (encruamento). As altas temperaturas de corte devem ser evitadas, pois, em alguns casos, o endurecimento da superfície pode atingir em torno de 500 HB. A refrigeração bem direcionada e aplicada em abundância pode favorecer sua usinagem. Outro
problema típico da usinagem desses materiais é a tendência à adesão. As arestas postiças são comuns quando se trabalha com velocidades de corte abaixo das recomendações. Já nos aços inoxidáveis duplex e super-duplex, de estrutura mista – ferrítica e austenítica, praticamente numa proporção de 1 para 1 – o teor de cromo, em geral, é superior a 22%, o que aumenta a resistência à corrosão, mas, por outro lado, provoca maior resistência a temperaturas elevadas, demandando velocidades de corte mais baixas. Geração de calor Um dos fatores que diferenciam os aços inoxidáveis dos aços não ligados é a condutividade térmica – cerca de 25% mais
baixa nos inoxidáveis. Isso torna a temperatura na zona de corte muito mais elevada, já que o cavaco não irá dissipar tanto calor. Nesse caso, o uso de fluido refrigerante pode ser uma alternativa, principalmente se os teores de liga forem maiores. Em operações de fresamento, é recomendável que a refrigeração seja utilizada em baixas velocidades de corte, pois, nesse processo, a variação térmica pode dar origem a trincas com mais facilidade. De uma forma geral, a força de corte necessária para a usinagem de aços inoxidáveis é maior que em outros materiais e a variação dessa força pode causar uma superfície ondulada. Os cavacos típicos da usinagem dos aços inoxidáveis são os lamelares, também conhecidos como de cisalhamento.
Exigências para as ferramentas Por todos esses fatores, algumas características do material têm grande influência na vida da ferramenta, assim como o tipo de processo de obtenção pode alterar o seu comportamento. Muitas vezes, a mesma composição química em duas peças – uma fundida e uma trefilada, por exemplo – faz com que a pastilha tenha rendimento diferente em cada uma das situações. A dureza também é fator importante, pois tem efeito direto no desgaste. Peças que são forjadas a frio ou passam por algum tipo de deformação plástica durante sua fase de obtenção tendem ao encruamento, podendo atingir durezas extremamente altas.
Como já foi dito, a condutividade térmica, que possibilita melhor dissipação de calor em outros materiais, não é tão grande nos aços inoxidáveis, o que gera altas temperaturas na zona de corte, e pode, inclusive, originar deformações plásticas na ferramenta. Na norma ISO, as classes para usinagem de aços inoxidáveis são representadas pelo grupo M. A
cobertura dessas pastilhas, que poderá ser depositada pelos processos CVD – Chemical Vapor Deposition (para melhor blindagem térmica) e PVD – Phisical Vapor Deposition (para arestas de corte mais afiadas) terá grande influência na vida útil. Abaixo, é possível observar algumas classes ISO M para operações de torneamento:
Classes Sandvik Coromant para usinagem de aços inoxidáveis
produtividade II MM
MR
MF
10,0 MR 5,0
MM MF 0,5
1,0
Geometrias de quebra-cavaco e ângulos de saída. MR – desbaste, MM – Usinagem média, MF – Acabamento As geometrias devem apresentar arestas de corte bastante afiadas em combinação com ângulos de saída positivos, para contribuir com a menor variação das forças de corte e, por conseqüência, propiciar melhores acabamento e precisão. Já nas operações de desbaste, as geometrias apresentam uma proteção de aresta para aumentar a resistência aos choques mecânicos que ocorrem em altas profundidades de corte. Mecanismos de desgaste Os mecanismos de desgaste na usinagem de aços inoxidáveis são os mesmos observados em outros materiais. Um tipo de desgaste muito comum é o de flanco, causado pela abrasão, preferível em termos de previsibilidade da vida útil. Por conta da alta temperatura gerada em corte, outros mecanismos, como entalhe, deformação 38 O Mundo da Usinagem
plástica e craterização, essa última com origem na difusão do material usinado com a ferramenta, também poderão ocorrer. Já por apresentarem ductilidade maior do que outros materiais, os aços inoxidáveis têm mais tendência à adesão, facilitando a ocorrência de arestas postiças de corte. Em algumas situações, poderá ocorrer na usinagem desses materiais o martelamento de cavacos, causado pelo impacto dos mesmos numa aresta que não está diretamente em corte. Isso dará origem ao lascamento da pastilha. Considerações finais • Para usinagem de aços inoxidáveis, a rigidez é um fator de extrema importância, tanto quando se fala em sistema de fixação da ferramenta ou da peça quanto quando o assunto é a estabilidade da máquina.
Competência e know-how A importância do inox é tal que alguns pesquisadores medem o grau de desenvolvimento de um país a partir do volume de aço inoxidável consumido, pois este tipo de metal está associado à higienização, saúde, pasteurização, eliminação de impurezas, etc. Nas operações de usinagem, além da atenção que se deve dar à escolha dos parâmetros de corte, “é essencial também uma mão-deobra qualificada, pois é indispensável que o profissional tenha competência para utilizar todo o potencial das ferramentas – que devem ser de alta qualidade e precisão –, além do maquinário, para se garantir maior produtividade, com qualidade assegurada”, chama a atenção Silvio Donisete Q. Gomes, programador de CNC ( Comando Numérico Computadorizado), da Detroit Plásticos e Metais, empresa atendida pelo distribuidor de ferramentas Cofast. O profissional explica que outro ponto importante é a rotina na usinagem deste material, por ser uma das mais variadas. “Os aços inoxidáveis austeníticos formam o maior grupo em uso, representando entre 65% e 70 % do total produzido. Sua aplicação ocorre na indústria química, alimentícia, refino de petróleo e em casos onde são exigidas
• A escolha adequada da classe terá reflexos no comportamento da ferramenta quanto à resistência aos desgastes. Para aplicações leves, o uso de pastilhas mais resistentes ao desgaste, como a M15, melhora o comportamento da ferramenta também no que se refere aos desgastes do tipo entalhe, deformação plástica e craterização. Já na usinagem média, a classe M25 previne contra martelamento de cavacos, cortes intermitentes leves, deformação plástica e desgaste do tipo entalhe. E, finalmente, para operações de desbaste pesado em condições difíceis, fica a recomendação da classe M35, de maior tenacidade.
alta resistência à corrosão, facilidade de limpeza e ótimas características de fabricação”. Silvio ressalta que estas peculiaridades conferem ao aço inoxidável boa usinabilidade, essenciais para atender um mercado crescente e diversificado. “A demanda por peças em aço inoxidável chega a 10 ton/mês. Usinamos, diariamente, cerca de cinco mil peças. Uma importante vantagem é que não há perdas significativas. Porém, o desafio é sempre reduzir o consumo da matéria-prima. Uma opção é diminuir a largura de ferramentas de corte e assim obter maior aproveitamento”, explica. Por tratar-se de uma aplicação específica, o conhecimento sobre a aplicação dos aços inoxidáveis tem levado empresas a compartilhar conhecimento, como no caso da usinagem, onde fornecedores e usuários têm consolidado importantes parcerias em busca de resultados mutuamente rentáveis. É o caso da Detroit Plásticos e Metais S.A, hoje um dos maiores fornecedores de conexões em aço inox do Brasil, que conquistou a marca de Top Five, em 2007, pela revista NEI. A empresa atende diversos mercados e segmentos industriais, como químico e petroquímico, papel e celulose, siderurgia, mineração, óleo e gás.
• A exemplo da classe, a geometria da pastilha e também o raio de ponta devem ser escolhidos de acordo com a aplicação. A profundidade de corte não deve ser menor do que 2/3 do raio de ponta. • O uso do fluido de corte será importante para a vida útil da ferramenta e também para as tolerâncias de dimensão e rugosidade. A concentração da emulsão também terá influência no rendimento, porém deve se checar com o fabricante do fluido qual a concentração ideal para cada situação. Novos sistemas de ferramentas com refrigeração interna por alta pressão podem facilitar a quebra
de cavacos e maior dissipação de calor na usinagem. • Outro fator que pode contribuir para melhor resistência da ferramenta é o ângulo de posição. Ângulos menores do que 90 graus possibilitam a formação de cavacos de menor espessura o que possibilita um aumento da taxa de avanço para maior produtividade. Carlos Ancelmo Instrutor Técnico da Sandvik Coromant do Brasil Colaborou: Edna Vairoletti O Mundo da Usinagem 39
Tiago Keller/divulgação Prefeitura de Gramado
interessantesaber
Desfile de Natal, espetáculo do festival Sonho de Natal, de Canela (RS)
Religiosidade e Natal Estudioso diz que o sentido cristão do Natal está diluído
E
nvolto em um clima de festa, mal começa dezembro e o Natal é anunciado em letras garrafais em quase todos os cantos do Planeta. A árvore verde, de preferência um pinheiro, enfeitada com bolas coloridas e o bom velhinho de roupa vermelha e barbas brancas se fazem notar, acompanhados sempre de luzes brilhantes, da estrela cadente, dos colares de palha enfeitados de 40 O Mundo da Usinagem
fita nas portas das residências, do “dingo bell”... Nas escolas, nas empresas e nos mais diferentes lares, as pessoas traçam os planos para as festinhas de amigo secreto e a troca de presentes, além, claro, de organizar a ceia para o grande dia, 25 de dezembro, onde a abundância é quase sempre a marca registrada. Em meio a tantos estímulos e aparatos comemorativos, no
entanto, existe um sentido subjacente à forma espalhafatosa que o mundo contemporâneo foi construindo para festejar essa data, escolhida ao longo dos séculos, pela Igreja Católica, para marcar o nascimento de Jesus. Esse sentido, em geral, fica perdido e esquecido, na maioria das vezes, quando não é totalmente abandonado, junto com os papéis dos embrulhos de presente natalinos.
pecado original do ser humano”, diz. O segundo sentido, menos divulgado, é o defendido por São Francisco de Assis, e interpreta a aparição de Jesus como uma forma de Deus mostrar à humanidade as potencialidades divinas existentes no homem. Os outros símbolos do Natal, quais sejam o Papai Noel, o trenó, os presentes, a árvore, a ceia não estão ligados à idéia central do nascimento de Jesus. “Papai Noel não tem sentido religioso”, esclarece Vasconcellos. O estudioso tampouco endossa a origem que se tornou popular do bom velhinho, a partir de um bispo que teria nascido na Turquia cerca de 300 anos depois de Jesus Cristo, com o nome de Nicolau. Diz essa história que o bispo costumava ajudar as pessoas pobres, deixando saquinhos de moedas próximas às chaminés das casas. Depois de morto, ele
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Como festa cristã, o Natal marca a importância de Jesus Cristo para o mundo cristão. E essa importância é dada pelo que significou sua passagem pela Terra. No entanto, ainda hoje, 2008 anos depois, não há consenso sobre o que Jesus Cristo foi ou o que ele representou no mundo, apesar dos inúmeros estudos e pesquisas históricas e teológicas sobre o assunto. A própria Igreja Católica, religião cristã que mais concentra fiéis no mundo e no Brasil, não tem unanimidade em relação ao sentido de Jesus na história da Humanidade. Pedro Lima Vasconcellos, do Departamento de Teologia e Ciências da Religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), explica que há duas grandes vertentes para interpretar a vinda de Jesus à Terra. “A visão predominante é a que interpreta Jesus como um redentor do
O Mundo da Usinagem 41
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interessante saber
teria sido canonizado, devido aos milagres que várias pessoas teriam atribuído a ele. Vasconcellos também não atesta a origem pagã que alguns estudos atribuem aos festejos do Natal. Esses estudos vinculam os símbolos utilizados no Natal aos mesmos usados em festejos pagãos, por povos que viviam na Babilônia, entre a antiga Pérsia e a Síria, cerca de 1800 anos antes de Jesus Cristo nascer. A maior comemoração dessa civilização babilônica, que teriam dado origem aos presentes, à ceia e à árvore, acontecia em 25 de dezembro, para homenagear o nascimento de um grande e cruel imperador, de nome Ninrode. De acordo ainda com essa linha de pensamento, quando a Igreja Católica se tornou dominante no mundo ocidental, a festa pagã foi incorporada para a comemoração do nascimento de Jesus. Vasconcellos analisa que o sentido cristão de Jesus no Natal está realmente diluído, apesar até dos esforços da Igreja Católica para mantê-lo. No entanto, 42 O Mundo da Usinagem
surgem outros sentidos que, se não se vinculam aos sentidos dogmáticos do catolicismo, podem, de outra forma, recuperar nobres ideais humanos buscados na espiritualidade. No mundo contemporâneo, há diversas expressões de religião, e a diluição do sentido cristão do Natal não significa a redução do espaço para o sentido espiritual na vida das pessoas. “Vivemos no Brasil uma espécie de bricolagem religiosa, a partir do que a criação dos sentidos religiosos é bastante particular”, diz ele. Independentemente do Natal, o estudioso da PUC-SP acredita que cada um, à sua maneira, tem buscado caminhos ligados à religiosidade para lidar com a sua própria consciência. E, nesse sentido, a religião que, até pouco tempo, parecia estar fadada a desaparecer do centro da história, volta a cumprir um importante papel na história dos povos. Carmen Torres Jornalista
Pasquale Cipro Neto Escritor e professor de Português
A língua que escrevemos As normas do tratado internacional de unificação da escrita do português já estão sendo incorporadas no Brasil. Atualize-se!
A
partir de janeiro de 2009, a língua portuguesa nunca mais será a mesma. Por mais dramática que esta frase soe, não deixa de ser verdadeira. Isto porque acaba de ser aprovado, definitivamente, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. O decreto foi assinado pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva no dia 29 de setembro de 2008. Envolvendo todos os países falantes do português, o acordo visa unificar a escrita da língua, promovendo a cooperação social, política e comercial entre a comunidade lusófona. 44 O Mundo da Usinagem
Isto significa que o português poderá se tornar uma língua mais forte no cenário mundial. Com este ambicioso objetivo, o acordo levanta questões controversas e muitas dúvidas, especialmente por parte da população que não acompanha as negociações de perto. Pasquale Cipro Neto, escritor e professor de Português, propõe o debate: “A grande motivação do acordo é facilitar a divulgação internacional de documentos e obras. Mas será mesmo necessária uma grafia única?” Porém, antes de entrar em
questões complexas como as conseqüências do acordo, é importante conhecer a história por trás destas recentes e significativas mudanças na língua portuguesa, bem como o que acontecerá com o português do Brasil. História antiga A idéia de uma unificação da língua não é algo tão novo quanto parece. Na verdade, data de 1943 o primeiro acordo para a regulamentação da língua portuguesa no Brasil, assinado com Portugal. Desde então, o País segue o mes-
jair bertolucci
interessantesaber
"A língua portuguesa como falamos continuará a mesma. O que irá mudar é apenas a forma de escrever"
mo modelo ortográfico, e as propostas de mudança durante os 65 anos que se sucederam não foram poucas. A mais relevante alteração no sistema gráfico do português durante todo este tempo ocorreu em 1971, quando caíram os acentos diferenciais de palavras como molho, seco, somente e sozinho. Isto explica a polêmica que acabou surgindo com o novo acordo. “Novo” em parte, vale destacar. O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi proposto oficialmente em 1990. Foram 18 anos de intensa negociação, uma vez
que, para efetiva implementação da unificação proposta, foi preciso obter a aprovação dos oito países falantes da língua portuguesa: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Oito países podem parecer pouco, mas a realidade está longe disso, o português é uma das línguas de maior alcance do mundo. Isto explica por que muitas pessoas acreditam que é necessário uma reforma na língua – são 220 milhões de pessoas que escrevem e trabalham com normas muito parecidas, mas não iguais. As-
O que muda no Brasil As novas regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa entrarão em vigor em janeiro de 2009. As principais mudanças que afetarão o português de nosso país serão: •• Queda do trema ex: lingüiça linguiça •• Queda do acento em ditongos -éi, -éu, -ói ex: idéia ideia •• Queda do acento nos grupos -êe, -ôo ex: vôo voo lêem leem •• Queda de acentos de diferenciação ex: pêlo pelo •• Mudanças no emprego do hífen (-) ex: extra-escolar extraescolar microondas micro-ondas •• Mudança no alfabeto português Serão incluídas as letras k, w e y, que não faziam parte do alfabeto
sim, essas pequenas discordâncias podem fazer toda a diferença. As novas regras Por mais importante que seja entender o processo que levou à implementação do acordo, atingimos um ponto em que se tornou imprescindível conhecer quais serão as novas regras da língua portuguesa e o que irá mudar no Brasil. Pasquale esclarece alguns dos mitos e crenças populares a respeito dessas mudanças. Segundo ele, é importante ressaltar que a língua portuguesa como falamos vai continuar a mesma. “Na verdade, o que muda é apenas a grafia, ou seja, a forma de escrever a língua”, esclarece. Ainda assim, a mudança é menor do que parece. Apenas 0,5% das palavras do português sofrerão alguma alteração, a maioria de acentuação (veja quadro). Uma mudança relativamente pequena, mas que implica uma série de adaptações por parte da população, da mídia, das escolas e dos livros. Como ocorre com qualquer proposta nova, há um grupo significativo de especialistas contrários às mudanças. Segundo estes, a necessária adaptação da população e da mídia às novas regras e a reela boração de gramáticas e dicionários são esforços que superam as possíveis vantagens do acordo. Resta aguardar a implementação das novas regras e suas conseqüên cias para verificar de fato quais argumentos se concretizarão. Raíra Venturieri Jornalista O Mundo da Usinagem 45
Lucro da Siemens aumenta 33% em 2008
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Arquivo Siemens
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Siemens comemorou o fechamento do ano fiscal com alta de 33% em seu faturamento. “É o melhor resultado dentre os emergentes. Superamos China, Rússia e Índia, os chamados RICs, que são responsáveis por 13% dos lucros da empresa”, destacou Adilson Primo, presidente do grupo no Brasil, durante a coletiva de imprensa para a qual a revista O Mundo da Usinagem foi convidada. O balanço fiscal, encerrado dia 30 de setembro, apontou um faturamento líquido de R$ 4,6 bilhões contra R$ 3,5 bilhões do ano anterior e os Adilson Primo 46 O Mundo da Usinagem
grandes responsáveis pelo aumento foram os setores de automação industrial, gás e petróleo, drives, iluminação, papel e celulose, transporte, saúde, mineração e siderurgia. O segmento de energia, que também contribuiu para expansão, será um dos destaques da empresa em 2009. “Se o Brasil quiser gerar quatro mil megawatts/ano, necessários para acompanhar o crescimento da economia, grandes investimentos precisam ser feitos e a Siemens está se preparando para suprir essa demanda”, afirmou Primo. “Os equipamentos Siemens são responsáveis por mais de 50% da energia elétrica gerada no país”, ressaltou Newton Duarte, diretor da área de energia da empresa,
informando que, dentre outros projetos, a Siemens pretende fornecer os equipamentos para a nova Hidrelétrica de Jirau, bem como para a usina de Santo Antônio, ambas localizadas no complexo do rio Madeira. Além disso, projetos envolvendo turbinas industriais estão nos planos da empresa, que visa um incremento de 50% na produção. “Apesar da crise, é inegável que investimentos em infra-estrutura continuarão a ser realizados. Estamos otimistas e prontos para realizar novos aportes”, foram as palavras finais do presidente. O desafio agora é crescer 12% em 2009, ou quatro vezes o PIB brasileiro. A empresa inicia o ano com R$ 5,3 bilhões em pedidos consolidados, grande parte voltado ao setor de energia. Siemens e Brasil: relação centenária Presente em mais de 190 países, o Grupo Siemens atua há mais de cem anos no país. O primeiro registro da empresa no Brasil data de 1867, quando foi instalada a linha de telégrafo entre Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Atualmente, suas atividades são divididas em três setores: indústria, energia e cuidados com saúde. A multinacional emprega mais de nove mil colaboradores no país e conta com seis centros de pesquisa e desenvolvimento e 11 unidades fabris. Fernando Sacco Jornalista
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Breno Rotatori
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Desafio de conhecimentos
Alunos do Senai-SP montam cenários natalinos utilizando o que aprenderam nos cursos técnicos
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ara os alunos da Rede Senai do Estado de São Paulo, dezembro de 2008 foi um grande teste prático dos conhecimentos aprendidos durante os cursos. O Natal foi o desafio temático, a partir do qual esses jovens exercitaram seu talento e criatividade para desenvolver cenários natalinos diversos, com Papai Noel, presépio, árvores de Natal, fábrica de brinquedos do bom velhinho, entre outros motivos comandados por robôs e outros sistemas eletrônicos. Em 2008, foi o terceiro ano que 48 O Mundo da Usinagem
o Senai-SP montou a exposição “NatalTec”, reunindo os trabalhos de alunos das escolas da Capital e do Interior. Foram 40 diferentes trabalhos interativos, animados com recursos tecnológicos aprendidos nos cursos técnicos, como radiofreqüência, microcontroladores, sistemas elétricos e outros sistemas mecatrônicos. Ao final da mostra, uma comissão técnica selecionou os três melhores, com base em prérequisitos de criatividade, originalidade e montagem final. Houve, também, uma premiação de mérito pelo trabalho que utilizou todos os
recursos técnicos aprendidos nos cursos, e ainda reuniu elementos que consideraram e valorizaram a preservação ambiental. Os visitantes também votaram. “A participação dos alunos no NatalTec representa, para grande parte deles, uma oportunidade de ampliar os horizontes profissionais e até mesmo pessoais”, diz Daniel Correia de Mello, um dos coordenadores da exposição. Segundo ele, a mostra é uma forma de divulgar o potencial criativo dos estudantes do SenaiSP e incentivar o desenvolvimento tecnológico na rede. “Os alunos mostram que é possível trazer para o cotidiano, de forma inovadora e lúdica, a teoria aprendida nos diversos cursos ministrados pela instituição, além de passar conceitos como a importância da reciclagem e da preservação do meio ambiente”, afirma. Durante o processo de confecção dos trabalhos, os alunos são incentivados a agregar conhecimento de todas as áreas da rede Senai-SP, desde têxtil, automação, eletroeletrônica, mecânica, mecânica de precisão, fundição, metalurgia, manutenção, informática, metal-mecânica, mecatrônica, plástico, madeira, eletromecânica, couro, instrumentação, marcenaria, vestuário, caldeiraria, marcenaria, CNC, desenho, solda, mecânica de usinagem, elétrica, robótica, análises químicas industriais, CLP e eletricidade. Carmen Torres Jornalista
Crise exige criatividade
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ão se pode negar que o ano de 2008 tenha sido um ano realmente atípico. Iniciamos 2008 cheios de esperança e otimismo. Vivenciamos um dos melhores anos de nossa história até o final do terceiro trimestre. A partir de então, começamos a viver um momento de apreensão e incertezas. Difícil seria falar de 2008 sem mencionar o grande desafio que ele nos traz para 2009, pois, segundo algumas previsões, pode ser o início da pior fase da economia mundial desde a década de 1930. Se analisarmos o desempenho de nossa economia, bem como o de nossa indústria metal-mecânica, veremos que, apesar do excelente resultado apresentado até o terceiro trimestre, inclusive com um ótimo resultado em nível acumulado, em 2008 também atravessamos fases críticas de desenvolvimento. Quedas na exportação, supervalorização do real e explosão do preço do petróleo, para citar somente alguns fatos. Vários críticos e analistas profetizaram o fim de muitas empresas devido a alguns destes fatores, porém, como agora podemos analisar melhor, o caos não aconteceu. Muitas empresas obtiveram resultados e desempenhos acima do esperado para a suposta crise. Todos sabemos que, junto com grandes crises, aparecem as grandes oportunidades, e que o resultado que obtemos só depende do ângulo em que as enxergamos. O copo esta meio cheio ou meio vazio? Não devemos ser simplistas e levianos ao ponto de não considerarmos este um momento realmente difícil e delicado para a economia mundial. Talvez algo que poucos experimentaram em toda vida profissional e pessoal. O fato é que devemos nos preparar e tomar as decisões e medidas necessárias para enfrentar a crise, aproveitando as oportunidades ao mesmo tempo. Aqueles que conseguirem enxergar e agir mais rápido e com maior eficácia, sairão na frente.
50 O Mundo da Usinagem
Aproveitarão as oportunidades. O grande desafio é fugir das medidas comuns, que possivelmente trarão soluções a curto prazo. Medidas comuns geram resultados comuns, e este é o momento de ações e medidas diferenciadas. Medidas criativas, característica esta muito desenvolvida pelo povo brasileiro, após tantos anos de instabilidade. Nossa responsabilidade é a de não cair na tentação de tomar a medida mais fácil, ou mais imediatista, sem uma análise melhor e mais detalhada. Sem avaliar outras possibilidades. Estas medidas geralmente afetam muitas pessoas e empresas de forma, algumas vezes, irreversível. Devemos agradecer imensamente a tudo que nos aconteceu em 2008, pois, além de se mostrar um ótimo ano quanto ao desenvolvimento, também está nos trazendo novas perspectivas de aprendizagem. Façamos de 2009 um ano de oportunidades, cientes de todo o desafio que ele nos traz. Já fizemos isso outras vezes, e podemos fazer novamente. Muita seriedade, serenidade e criatividade! É o que nós, da família Sandvik Coromant, desejamos a todos nossos amigos, parceiros e clientes, além de muita saúde, paz e serenidade para enfrentar os desafios que nos estão reservados. Claudio Camacho Diretor - Sandvik Coromant do Brasil
Adriana Elias
nossaparcelade
responsabilidade
MOVIMENTO SANDVIK COROMANT – PROGRAMA DE TREINAMENTO 2009 Mês
TBU
TBU Noturno
UMM
TFR
EAFT
EAFT Noturno
EAFF
EAFF Noturno
OUT
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TUCAS
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Jan Fev
16 e 17
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02, 03 e 04
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Mai Jun
16, 17 e 18 06, 07 e 08
04 e 05 29 e 30 15, 16, 17 e 18
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Jul
01, 02 e 03 20, 21, 22 e 23 27, 28 e 29
Ago
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Set
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Out
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Nov
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03 e 04
17, 18 e 19
28, 29 e 30 05, 06, 07 e 08
19, 20 e 21 09, 10, 11 e 12
Dez TBU - Técnicas Básicas de Usinagem – Diurno e Noturno
OUT - Otimização da Usinagem em Torneamento
TFR - Técnicas de Furação e Roscamento com fresa de metal duro
OUF - Otimização da Usinagem em Fresamento
EAFT - Escolha e Aplicação de Ferramentas para Torneamento – Diurno e Noturno
TUCAS - Tecnologia para Usinagem de Componentes Aeroespaciais e Superligas
UMM - Usinagem de Moldes e Matrizes
TGU - Técnicas Gerenciais para Usinagem
EAFF - Escolha e Aplicação de Ferramentas para Fresamento – Diurno e Noturno
DPUC - Desenvolvimento de Processos para Usinagem Competitiva
23, 24 e 25
DICASÚTEIS O leitor de O Mundo da Usinagem pode entrar em contato com os editores pelo e-mail: omundo.dausinagem@sandvik.com ou ligue: 0800 770 5700
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SANDVIK COROMANT - Atendimento ao cliente 0800 559698
Ademar Sinji Ono (Index): (15) 2102-6076 Alan Souza (Sandvik Materials Technology): (11) 5696-5454 Alex Fernando Robi (Cosa): (19) 3886-3003 Alfredo Ferrari (Ergomat): (11) 5633-5000 Arturo Macieiras (Núcleo Inóx): (11) 3813-0969 Blaumer Antônio Baldin (Cummins): (11) 2186-4983 Carlos Ancelmo (Sandvik Coromant): (11) 5696-5595 Clodoaldo Martins (IOL Implantes): (11) 4071-8515 Daniel C. de Melo (NatalTec Senai/SP): (11) 3528-2000 Eduardo Debone (Sandvik Coromant): (11) 5696-5425 Francisco Cavichiolli (Sandvik Coromant): (11) 5696-5652 Geraldo Sumitomo (Cummins): (11) 2186-4829 Guinter Parschalk (Stdio IX): (11) 3872-9919 Ivan Spolaor (Sandvik Coromant): (11) 5696-5425 Pedro L. Vasconcelos (Depto Teologia/PUC/SP): (11) 3670-8000 Siemens: (11) 3908-2211 Sílvio Bauco (Sandvik Coromant): (11) 5696-5425 Silvio Doniste Q. Gomes (Detroit Plásticos e Metais): (11) 4360-6777 Torcato Fernandes (HDT): (11) 5621-6930
Anunciantes nesta edição O Mundo da Usinagem 54 Arwi. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Atlas Máquinas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 Blaser . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 Casa do Metal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 CIMM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 Cross Hueler . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Deb´Maq . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Diadur. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 Dormer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Dynamach. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15/17 Goodyear. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Haas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 Hanna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 HDT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 Intertech . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 Kabelschlepp. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 Kone . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Mazak. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Mitutoyo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3ª capa Okuma. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 RCC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . intercapa ROMI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Sanches Blanes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Sandvik. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4ª capa Sandvik Local. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Selltis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2ª capa Stamac . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Turrettini . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Vitor Buono. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
# CORRIGENDA: Na matéria “Gerenciamento de ferramentas: muito além do controle logístico”, publicada na Revista O Mundo da Usinagem nº 53, o nome correto da ferramenta na legenda da foto à esquerda, página 14, é fresa especial segmentada Sandvik Coromant para usinagem de eixo-comando e não fresa planetária.
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