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Publicação da Sandvik Coromant do Brasil

issn 1518-6091 rg bn 217-147

Suprimentos

Conheça os segredos da logística atual Gestão Empresarial

Gerencie melhor as ferramentas e reduza custos

Chão de Fábrica

Melhorias comportamentais garantem bons resultados



Johan Mathson

pAra começar...

Importante não é o quanto uma ameaça oferece de perigo, mas sim o quanto você está preparado para relacionar-se com ela. Ninguém chega ao domínio sem antes ter se sentido capaz.

O Mundo da Usinagem


Índice

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Edição 02 / 2009

Publicação da Sandvik Coromant do Brasil

issn 1518-6091 rg bn 217-147

Suprimentos

Conheça os segredos da logística atual Gestão Empresarial

Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISSN 1518-6091 RG. BN 217-147 Fernando Favoretto

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Gerencie melhor as ferramentas e reduza custos

Chão de Fábrica Capa Foto: Ferramenta CoroMill Arquivo AB Sandvik Coromant

Melhorias comportamentais garantem bons resultados

03 para começar 04 ÍNDICE / Expediente 06 MI: Alto rendimento para usinagens complexas 12 gestão empresarial: Gerenciamento de ferramentas 20 Chão de fábrica: qualidade dos processos produtivos 30 Artigo técnico: Siga as orientações dos catálogos técnicos 32 Suprimentos: segredos da logística atual 38 Interface: Os Benefícios de participar de associações profissionais 44 interessante saber: Universo da alquimia 48 Interessante saber Notícias: Projeto de reciclagem É premiado 52 Nossa parcela de responsabilidade 54 anunciantes / distribuidores / fale com eles

e-mail: omundo.dausinagem@sandvik.com ou ligue: 0800 770 5700

EXPEDIENTE

O MUNDO DA USINAGEM é uma publicação da Sandvik Coromant do Brasil, com circulação de doze edições ao ano e distribuição gratuita para 20.000 leitores qualificados. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP. Conselho editorial: Aldeci Santos, Anselmo Diniz, Aryoldo Machado, Edson Truzsco, Edson Bernini, Eduardo Debone, Fernando de Oliveira, Francisco Marcondes, Heloisa Giraldes, Nivaldo Braz, Nivaldo Coppini, Nixon Malveira e Vera Natale. Editor-chefe: Francisco Marcondes Coordenação editorial, edição de arte, revisão e produção gráfica: House Press Propaganda Jornalista responsável: Francisco Marcondes - MTB 56.136/SP Propaganda: Gerente de contas - Thaís Viceconti / Tel: (11) 2335-7558 Cel: (11) 9909-8808 Projeto gráfico: AA Design Gráfica: Van Moorsel

O Mundo da Usinagem



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Linha TB | S: alto rendimento em

Divulgação Ergomat

usinagens complexas

Novos centros de torneamento da Ergomat oferecem tecnologia de ponta para aplicação em condições extremas

O Mundo da Usinagem

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eduzir tempos de usinagem e ao mesmo tempo garantir repetibilidade dimensional e alta estabilidade. Estas condições tornaram-se fundamentais em setores cujos processos de fabricação envolvem peças de alta complexidade. Para atender aos padrões do exigente mercado metal-mecânico, muitas empresas dedicam um

grande número de máquinas para a fabricação de componentes cada vez mais sofisticados, tornando o processo de fabricação demorado e caro, já que envolve troca de máquinas e gastos com mão de obra. Pensando nisso, a Ergomat desenvolveu o centro de torneamento de carros múltiplos da linha


Linha TB|S: mesma máquina possibilita a realização de desbastes, rosqueamentos, torneamentos, fresamentos e furações TB|S, composta pelos modelos TB|Sx, com duas torres de ferramentas, e TB|Sy, também com duas torres, porém dotado de eixo linear Y na torre superior. O lançamento ocorreu em setembro de 2008 na Alemanha. No Brasil, os modelos foram apresentados na 10ª Expoergo, a exposição interna da Ergomat, realizada entre os dias 27 e 29 de novembro.

Fotos: Divulgação Ergomat

Tecnologia e produtividade Os equipamentos da linha TB|S comportam até 19 ferramentas, das quais três podem

operar simultaneamente, o que diminui consideravelmente os ciclos de usinagem. Além disso, o pacote de comando numérico e acionamentos, com programação em dois canais – que permite programar conjuntos mecânicos distintos –, contribuem igualmente para a redução dos tempos de preparação. A mesma máquina possibilita a realização de desbastes, rosqueamentos, torneamentos, fresamentos e furações, inclusive fora do centro frontal e lateral nos modelos TB|Sy, processos que não podem ser conjugados em máquinas convencionais. “A peça parte de uma barra em bruto e termina acabada”, descreve Alfredo Ferrari, diretor de Vendas da Ergomat. Com tantos atributos, não é de se estranhar que peças complexas possam ser usinadas em um único ciclo, eliminando a necessidade de novas operações e reduzindo o tempo secundário, ou tempo morto. Inevitavelmente, são notados aumentos

Novos centros garantem alta estabilidade na usinagem expressivos na produtividade e qualidade do produto acabado. As máquinas permitem usinar barras de até 42 mm ou de 60 mm de diâmetro, dependendo da configuração escolhida. Sistemas alimentadores de barra do tipo hidráulico ou magazines automáticos para a troca das barras podem ser ofertados opcionalmente. Outro destaque da linha é a possibilidade de se trabalhar com materiais de difícil usinabilidade, tais como aço inoxidável, titânio e aço-carbono, obtendo-se um grau de acabamento

Equipamentos da linha TB|S comportam até 19 ferramentas, das quais três podem operar simultaneamente O Mundo da Usinagem


Divulgação Ergomat

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Estação de usinagem posterior possui três estações de ferramentas superficial que atenda as mais altas exigências. O motor do fuso GE-Fanuc de alto rendimento garante uma grande capacidade de remoção de cavacos, enquanto características como barramento inclinado em 45º e o servoacionamento das tor-

res de ferramentas de oito posições proporcionam flexibilidade nas diversas operações realizadas por ambos os modelos. A torre de ferramenta do carro cruzado inferior possibilita a aplicação de ferramentas para usinagens externas e internas, bem

como usinagens no lado posterior da peça fixada na estação de agarre. A outra torre de ferramenta, localizada no carro cruzado superior, realiza usinagens axiais fora do centro da peça, além de interpolação com o eixo C nas operações de fresamento. O fuso principal, por sua vez, é montado em rolamentos de contato angular com lubrificação permanente. Entretanto, para se obter o máximo retorno em produtividade, devem ser usadas ferramentas apropriadas às condições a que serão submetidas. Dessa forma, também é possível garantir o retorno esperado em qualidade superficial em tempos de usinagem cada vez mais competitivos.



Investimento: uma questão de logística A aquisição de centros de tornea­ mento garante mais do que efeitos diretos na produção. É possível mensurar também economias com custos de administração, operação e mesmo otimização de espaço. Pode-se dizer que os modernos centros de torneamento realizam uma verdadeira revolução no processo produtivo, tanto no que se refere à qualidade do produto final quanto na logística operacional, que se torna muito mais dinâmica.

Fernando Sacco

MI

Teclado com layout de computador facilita o trabalho do operador

Ergomat 47 anos fornecendo competitividade Tradicional fabricante de tornos automáticos, a Ergomat já atingiu a marca de 17 mil tornos vendidos ao redor do mundo. Hoje, com 47 anos de experiência, já exportou para mais de 30 países nos cinco continentes. Sua linha de produtos conta com uma vasta gama de modelos entre tornos automáticos de carros múltiplos a cames e a CNC, tornos universais CNC, além dos centros de torneamento. A empresa também oferece serviços de reforma e modernização de máquinas, assistência técnica e centro de treinamento especializado. Complementando sua linha de produção, a Ergomat representa as empresas Star Micronics, fabricante japonesa de tornos automáticos CNC de cabeçote móvel e Hardinge, tradicional fabricante norte-americana de tornos universais CNC Hardinge, além de centros de usinagem Bridgeport. “O objetivo é fornecer soluções com a melhor relação custo–benefício, garantindo eficiente assessoria tecnológica e técnica”, completa Ferrari. A empresa, que cresceu 25% em 2008, espera manter um bom desempenho ao longo de 2009. “Acreditamos que, apesar da crise, estamos em um bom momento para realizar novos investimentos”, avalia o diretor de Vendas da Ergomat. “É interessante notar que, sempre que passamos por abalos na economia, as empresas emergem mais fortes, porque é inevitável uma evolução tecnológica e ao mesmo tempo uma reestruturação interna, sendo os investimentos direcionados à automatização e modernização da manufatura”, finaliza Ferrari.

10 O Mundo da Usinagem

“Há casos de empresas que substituíram até sete máquinas por um centro de torneamento Ergomat”, afirma Ferrari. Entre os segmentos que estão sendo beneficiados com a chegada da nova linha destacam-se os setores de telecomunicações, de medicina, aeroespacial e de autopeças, que produzem componentes com geometrias complexas em condições severas de usinagem. Como a fabricação é 100% nacional, é possível obter financiamento via Finame – linha de crédito do BNDES que desde o início do ano cobre o valor total do produto. “É importante lembrar que as empresas que adquirem este tipo de equipamento recebem todo o treinamento e suporte antes mesmo da instalação, a fim de conhecer os mecanismos necessários para alcançar a máxima capacidade produtiva”, ressalta Ferrari. Fernando Sacco Jornalista



gestão empresarial - Gerenciamento de Ferramentas

Planejamento logístico,

AB Sandvik Coromant

ótimo caminho para a redução de custos

Fundamental para a redução dos custos de estoque e de produção, processo ajuda a evitar o desperdício de ferramentas

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ando sequência à série de artigos relacionados ao Gerenciamento de Ferramentas, esta edição aborda o planejamento logístico das ferramentas de corte. Conforme visto anteriormente, o Gerenciamento de Ferramentas está dividido em três grandes áreas: planejamento tecnológico (tratado na edição anterior), planejamento logístico e planejamento estratégico. O planejamento logístico está

relacionado com a disponibilida­ de das ferramentas, no lugar, na quantidade e no momento certo. Ele trata de todo o controle do fluxo de ferramentas, desde o momento de seu recebimento como novas, passando por diferentes áreas no chão de fábrica, até o momento em que elas são descartadas. A grande diversidade de ferramentas existentes no mercado impacta diretamente na quantidade de itens encontrados em um


Fotos: Fernando Favoretto

Além de controlar informações técnicas, sistemas gerenciadores permitem também o controle total das ferramentas de corte

almoxarifado. Essa diversidade, aliada às peculiaridades normalmente encontradas no fluxo de controle de uma ferramenta de corte – como recondicionamento, presetting, setup de máquina – confere uma diferenciação no controle logístico destes itens em uma indústria, se comparados a outros itens como, por exemplo, canetas. Controles paralelos Atualmente, a maioria das empresas do setor metal-mecânico apresenta em seus sistemas de gestão o controle logístico de todo o seu mobilizado, inclusive das ferramentas de corte. O problema em questão é que estes sistemas apresentam limitações importantes se levarmos em consideração a forma de gestão que uma ferramenta de corte necessita, gerando diversos controles paralelos, principalmente por meio das “famigeradas” planilhas eletrônicas. A principal consequência desses controles paralelos é que cada setor apresenta diferentes formas

de administrar um mesmo item. O almoxarifado de ferramentas apresenta uma planilha para a gestão de itens usados que não podem ser inseridos no sistema de gestão; o setor de presetting tem outra planilha para a administração das preparações de ferramentas; e, por último, o setor de recondicionamento ou a pessoa que controla o recondicionamento no terceiro também apresenta uma planilha para a gestão deste serviço. Uma

vez que não há uma comunicação adequada entre os setores em função desses controles paralelos, a falta de rastreabilidade e de monitoramento das ferramentas causa um aumento nos custos de produção e, consequentemente, uma queda na produtividade e na competitividade das empresas. Outro problema recorrente na indústria está relacionado ao controle do circulante de ferramentas no chão de fábrica. Estudos

Ferramenta certa no lugar e momento certo: agilidade nas operações O Mundo da Usinagem 13


Fernando Favoretto

gestão empresarial

Organização e limpeza são essenciais para o planejamento logístico apontam que 54% das empresas não apresentam controle das ferramentas que estão dispersas no chão de fábrica, limitando-se à administração de itens novos no estoque. A falta de gestão do circulante tem como principal consequência um elevado número de compras desnecessárias, uma vez que certas ferramentas poderiam ser reutilizadas várias vezes em diferentes aplicações. Duas soluções Sem levarmos em consideração a limpeza e a organização física e visual – itens básicos para o planejamento logístico que envolvem armários e gaveteiros preparados para armazenar ferramentas –, existem hoje no mercado dois grandes grupos de soluções para o controle logístico das ferramentas, que visam eliminar os problemas citados anteriormente: os sistemas gerenciadores de ferramentas e as vending machines. Além do controle das informações técnicas, os sistemas gerencia14 O Mundo da Usinagem

dores de ferramentas permitem o controle total da logística das ferramentas de corte. Por meio de um único código, eles possibilitam visualizar a quantidade de itens novos e usados distribuídos no estoque, nas máquinas e até mesmo no prestador de serviços de recondicionamento de ferramentas. Já as vending machines têm como principal objetivo a restrição da retirada de ferramentas e, consequentemente, o controle do consumo – principalmente dos itens perecíveis. Estes equipamentos apresentam diferentes configurações em função do nível de segurança exigido para a retirada da ferramenta. Uma vending machine pode trabalhar integrada ao sistema gerenciador de ferramentas. Assim, todas as movimentações realizadas nela são lançadas no sistema gerenciador de ferramentas que, por sua vez, pode se integrar ao sistema de gestão da empresa, evitando qualquer duplicidade de trabalho no controle logístico.



Fernando Favoretto

gestão empresarial

Monitoramento e resultados Localizada em Caxias do Sul, a AGRALE apresenta um caso de sucesso na aplicação de sistemas

gerenciadores de ferramentas para o controle logístico. A necessidade de mudança na forma de controle partiu da identificação de um volume de estoque elevado, com

obsolescência de ferramentas e problemas no processo de reposição de estoque. Segundo Gabriel Scotti, atualmente no cargo de Planejador de Ferramentas e um dos responsáveis pela implantação do sistema em 2006, eram comuns os pedidos de compra emergenciais que levavam ao aumento do custo operacional. Além disso, a situação elevava também os custos de produção, pois a máquina permanecia parada devido à falta de ferramentas. Gabriel afirma que, após a adoção de um sistema gerenciador de ferramentas para o controle logístico, foi possível perceber uma melhora significativa na reposição e na otimização do volume de estoque. Adicionalmente, foi



gestão empresarial

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o planejamento técnico das ferramentas de corte com o objetivo de mapear o processo, permitindo fazer previsões de consumo de ferramentas de acordo com as peças e tamanhos de lote definidos. Em tempos de crise, a criatividade e a iniciativa da mudança de hábitos e costumes são peças-chave para a sobrevivência das empresas no mercado. Essa regra também se aplica diretamente à forma de administrar as ferramentas de corte. E sua empresa? O que ela está fazendo para melhorar o uso e a gestão das ferramentas de corte? Fernando Favoretto

Sua produtividade é nosso negócio!

possível combater a obsolescência de estoque e também realizar um mapeamento diário e semanal dos custos por máquina e por centro de custo. “Com o monitoramento diário foi possível identificar na produção anomalias que anteriormente não conseguíamos enxergar com facilidade”, comenta Gabriel. “Agora, podemos tomar ações rapidamente, evitando que o problema persista e alcançando uma redução nos custos de produção”, conclui. Como resultado, em 2008 a AGRALE obteve uma redução de aproximadamente 3% no valor de estoque de ferramentas de corte com relação a 2007, ao mesmo tempo em que a produção da empresa cresceu 43%. Além disso, a empresa obteve uma redução de 35% no custo dos itens obsoletos em estoque. No que se refere ao gerenciamento, Gabriel revela que o próximo passo é a realização de uma interface entre o sistema gerenciador de ferramentas e o sistema ERP da empresa. A Agrale pretende também realizar em breve

M. Eng. Adir Zonta Junior Analista de negócios da Adept Systems

Você sabia? Quer saber mais? Consulte-nos: Tel. 11 5049-2611 brasil@blaser.com www.blaser.com.br

Por meio de uma pesquisa realizada em 2007, foi possível observar alguns fatores relevantes sobre o planejamento logístico do gerenciamento de ferramentas, dentro de uma amostragem de empresas do setor metalmecânico no Brasil. Confira os principais resultados:  54% das empresas não apresentam um controle do estoque circulante;  64% não apresentam rastreabilidade das ferramentas no chão de fábrica;  56% afirmam apresentar elevada obsolescência em estoque;  46% não monitoram a vida útil das ferramentas de corte. Fonte: UFSC

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chão de fábrica Indústrias de classe mundial priorizam

Fernando Favoretto

o ambiente fabril

Buscando o melhoramento contínuo de seus processos, indústrias cultuam sistemas de gestão que valorizam o chão de fábrica saudável, ordenado e integrado 20 O Mundo da Usinagem

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necessidade de alcançar padrões de desempenho que pudessem levar uma determinada empresa a ser competitiva em qualquer parte do mundo, ou seja, tornar-se uma organização de classe mundial, alterou completamente o cenário do ambiente fabril. A antiga oficina de piso e teto escuros, com operadores vestidos com macacões azul-marinho puídos e amarrotados, operando máquinas ensebadas por respingos de óleo lubrificante, misturados a resíduos de fuligem, deram espaço

a modernos galpões extremamente organizados e limpos, que lembram mais a um hospital do que o antigo chão de fábrica de duas ou três décadas atrás. Ambientes bem iluminados, com pisos claros e espelhados e trabalhadores vestidos de roupas sociais claras, operando máquinas modernas, passaram a predominar o cotidiano das linhas de produção. Hoje, os profissionais do chão de fábrica gerenciam seu próprio trabalho, operam equipamentos de tecnologia avançada e


otimizam rotinas e processos, pois acreditam que tais procedimentos, além de sustentar o crescimento da empresa, melhoram sua qualidade de vida e garantem maior estabilidade de emprego.

Com a aplicação do 5S na Sandvik Tooling, processos foram padronizados e tarefas passaram a ser executadas sem desperdícios de foco e tempo sistemática de auditorias trimestrais – coordenadas pela área de Qualidade Assegurada da Sandvik Tooling e realizadas pelos próprios profissionais – que ocorre em todas as áreas da empresa, fiscalizando o cumprimento dos conceitos do 5S. “Quando auditamos e coletamos os problemas, dividimos o esforço entre os supervisores e os colaboradores para encontrarmos juntos as

Fotos: Fernando Favoretto

Cultivando excelência “A base para realizar um trabalho de melhoria da qualidade é uma combinação de organização, limpeza e segurança”, acredita Wilson Pedroni, gerente industrial da unidade Tooling Supply Brasil - Insertos, do grupo Sandvik. De acordo com o gerente, a cultura da qualidade no chão de fábrica é uma consequência dos procedimentos que priorizam um ambiente fabril limpo, ordenado e disciplinado. Assim, há cerca de três anos os conceitos do método 5S foram implantados na empresa, onde, somadas as áreas envolvidas no projeto, trabalham 230 colaboradores. O método 5S foi desenvolvido no Japão após a Segunda Guerra Mundial, pela Toyota, para resolver problemas com desperdícios,

alta variação nos processos e altos custos operacionais. Baseada em cinco conceitoschave (palavras em japonês iniciadas com a letra “S”), a técnica sintetiza uma filosofia de gestão que transformou o Japão na principal referência em processos de qualidade e produtividade industrial. As palavras do método significam: SEIRI – senso de utilização; SEITON – senso de arrumação; SEISO – senso de limpeza; SEIKETSU – senso de saúde e higiene; e SHITSUKE – senso de autodisciplina. “Com a aplicação deste método, padronizamos nossos processos e atitudes e passamos a realizar tarefas de forma enxuta, sem desperdícios de foco e tempo, procurando sempre atingir a máxima eficiência e facilitar o desenvolvimento das atividades”, detalha Pedroni. Segundo o gerente, existe uma

Wilson Pedroni, da Sandvik Tooling

Com o objetivo de manter a empresa limpa e organizada, também foi implementado na Sandvik Tooling um programa de coleta seletiva O Mundo da Usinagem 21


chão de fábrica

Senso de propriedade Na ArvinMeritor – multinacional especializada na fabricação de componentes para caminhões e

Camisa branca

ônibus –, o sistema de gestão Housekeeping (em inglês, cuidar da casa) foi implantado, a partir da década de 90, nas unidades da empresa nas cidades de Limeira e Osasco (SP). Originada na Inglaterra, a metodologia é equivalente ao 5S, pois sua meta principal é

A experiência com a implementação de métodos de melhoria contínua no chão de fábrica levou Antonio Guerreiro Filho a escrever o livro “O poder da camisa branca® – uma nova filosofia de gestão participativa”. Administrador de empresas, Guerreiro Filho empregou a Filosofia da Camisa Branca® com sucesso na antiga Rock­ well-Fumagalli, atual ArvinMeritor, empresa onde trabalhou por muito anos. Criada em 1984, a filosofia tinha o objetivo de ser um instrumento eficaz para a introdução Antonio Guerreiro Filho da gestão participativa dentro da organização. Após 25 anos de sua idealização, a técnica cruzou fronteiras e hoje é reconhecida e disseminada em várias empresas em todo o mundo. Segundo Guerreiro Filho, o Programa Camisa Branca® nada mais é do que vestir os operários com uma peça de roupa branca com a proposta de que, a partir das sujeiras que possam aparecer nela, eles identifiquem a razão das falhas. “Com esta metodologia o profissional aumenta seu potencial de crescimento e passa a identificar e resolver problemas, podendo assim evitar falhas e aumentar a produtividade de suas atividades”, explica o autor. “Conscientes da própria capacidade e valorizados pela empresa, os profissionais desenvolvem habilidades para atuar de forma participativa, fazendo com que todos sejam beneficiados”, indica Guerreiro Filho.

22 O Mundo da Usinagem

Fernando Favoretto

Auditorias trimestrais são realizadas na Sandvik Tooling para fiscalizar o 5S

Divulgação

melhores soluções”, explica ele. Até o momento, foram inúmeros os benefícios conquistados com a aplicação do sistema de gestão: melhora dos níveis de qualidade da comunicação e troca de informações entre os funcionários, adaptação rápida de novos colaboradores ao ambiente de trabalho, aumento da produtividade, níveis de qualidade da produção elevados e maior segurança, já que o chão de fábrica sempre organizado evita a ocorrência de acidentes de trabalho.

também buscar o Sistema de Qualidade Total nas indústrias. “Na época, decidimos primeiramente melhorar a comunicação entre gestores e seus subordinados, queríamos investir nos funcionários e mudar o estilo antigo de gerência, em que poucos mandam e muitos obedecem”, descreve Antônio Carlos Rossi, Diretor de Operações América do Sul da unidade de Sistemas para Veículos Comerciais, da ArvinMeritor. Ele conta que, para conquistar a credibilidade e a comunicação transparente desejadas, iniciou-se um trabalho árduo de melhorias da qualidade dos processos produtivos que visam a segurança, organização, padronização, limpeza e adequação visual da fábrica. “Antigamente, fazíamos mutirões para limpar e ordenar o ambiente fabril; mas aprendemos que limpeza não se faz, se mantém”, aponta Rossi. Para iniciar o conceito hou­ sekeeping, foi reunido um grupo de profissionais da unidade que participaram do projeto piloto de treinamento do sistema de gestão. “Na época, estruturamos um novo



Antonio Larghi

chão de fábrica

Na ArvinMeritor, cada funcionário limpa sua máquina, o ambiente no qual trabalha e tem orgulho de mantê-lo organizado ambiente, com piso claro, bem iluminado; depois mostramos aos colaboradores o espaço maior que ganhariam para desempenhar suas atividades e que investiríamos no desenvolvimento de cada profissional, ouvindo sempre suas sugestões”, detalha o diretor. A filosofia seguida na empresa – que tem como base conceitos semelhantes aos do método 5S – é de que cada funcionário cuida de sua máquina, do ambiente no qual trabalha e tem orgulho de mantê-lo organizado, além de estar com suas atividades em dia, evitando sempre o retrabalho e o desperdício. “Esta é a base do housekeeping que ado-

É importante que os colaboradores atuem de forma participativa, sendo autogestores, tomando decisões e propondo melhorias 24 O Mundo da Usinagem

tamos, pois é preciso participação e colaboração de todos para que as melhorias da qualidade sejam alcançadas”, acredita Rossi. Para introduzir um novo método de gestão que vise a melhoria da qualidade do chão de fábrica, Rossi aconselha que a diretoria faça parte do projeto e esteja comprometida em investir para que os objetivos sejam atingidos. “Ter o apoio integral da alta administração é fundamental”, informa ele. Mesmo sendo uma ação voluntária, os 967 colaboradores da unidade de Osasco fazem parte da filosofia de trabalho e a atuação da liderança de cada área funciona como exemplo. “Desde que implementamos o housekeeping, aumentamos a produtividade e tivemos melhorias dos principais indicadores operacionais”, afirma o diretor. Sobre como a metodologia é controlada, João Roberto Alboledo, supervisor de Manufatura, informa que o Comitê House­ keeping – formado por gestores,



operadores, supervisores e técnicos de segurança – aplica o trabalho e elabora o check list semanal composto por 40 questões. “Fixamos também estratégias de desenvolvimento em longo prazo para manter os bons resultados do programa; nossa melhora é contínua”, indica Alboledo. Gerente de Manufatura da ArvinMeritor, Luiz Antonio Pezutto, ressalta que senso de propriedade, maior envolvimento, participação e satisfação dos funcionários foram as grandes conquistas da empresa. “Quem faz o resultado da companhia são os colaboradores, portanto é importante que eles tenham autoridade para fazer o controle

Principal conquista da ArvinMeritor é a gestão participativa dos colaboradores da empresa

Fotos: Antonio Larghi

chão de fábrica

de seu próprio trabalho e sugerir melhorias para os processos da indústria”, pontua o gerente. “Ao oferecer uniformes bonitos e permitir que eles tenham forte participação nas decisões, os valorizamos como profissionais, dignificando seu trabalho”, destaca Pezutto. Rossi revela que a nova metodologia também agrada os clientes, pois ao oferecer produtos de alta qualidade, entregues sempre nos prazos estabelecidos, garante-se a competitividade no mercado. “Vi-

Antônio Carlos Rossi, da ArvinMeritor: “Fico feliz quando nos dizem que nosso maior diferencial é o sorriso nos rostos dos operários”

ramos modelo de gestão. Clientes, fornecedores e outras corporações querem conhecer nossa fábrica e ver como trabalhamos”, comenta. O diretor ainda confessa: “Fico feliz quando nos dizem que nosso maior diferencial é o sorriso sempre presente nos rostos dos operários”. Não é à toa que a ArvinMeritor foi dez vezes classificada como uma das melhores empresas para se trabalhar no Brasil pelo Guia Você S/A Exame! Natália Carcavilla Jornalista Bibliografia - GUERREIRO FILHO, Antonio. O poder da camisa branca® – uma nova filosofia de gestão participativa. Editora Futura, 2004. - Informações sobre a evolução do chão de fábrica, disponível em: http://www.scielo.br/pdf/gp/v12n1/ a06v12n1.pdf - Informações sobre o método 5S, disponível em: http://www.simpep. feb.unesp.br/anais/anais_13/ artigos/641.pdf

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Fotomontagem: Ronaldo Monfredo

artigo técnico

Na dúvida, consulte sempre

o catálogo Uso correto das recomendações técnicas garante mais segurança no processo de escolha de ferramentas ou dados de corte

A

busca frenética e progressiva por competitividade torna cada mínima melhoria algo a ser considerado. E assim ocorre também na adoção dos parâmetros de corte em usinagem. Apesar de a experiência ter grande valia, quando os catálogos e manuais técnicos dos fornecedores não estão por perto, o melhor procedimento será, sempre que possível, checar as recomendações dos seus respectivos catálogos, antes de iniciar-se qualquer processo de escolha de ferramentas ou de dados de corte. Seguir a orientação do fornecedor, além de constituir um procedimento racional, pode, inclusive, proporcionar ao usuário condições favoráveis ante o Código de 30 O Mundo da Usinagem

Defesa do Consumidor – caso algo saia errado na aplicação da ferramenta de um determinado fabricante. Atenção às orientações Na prática, pode-se afirmar que ao menos 80% das soluções encontradas para os problemas de usinagem da indústria vêm de sugestões dos catálogos técnicos dos fabricantes. Porém, o hábito de confiar nos próprios sentidos ao invés de consultar os manuais dos fornecedores é antigo – contudo, não raramente a intuição leva a resultados muito aquém do que seria possível alcançar. Embora os parâmetros encontrados nos catálogos sirvam apenas como ponto de partida, é muito

frequente os usuários utilizarem dados de corte abaixo do recomendado. Além disso, os processos de usinagem impõem uma série de variáveis, e a simples mudança de uma delas poderá alterar totalmente o panorama no que se refere ao comportamento das ferramentas. Deste modo, a obediên­ cia às recomendações feitas pelos fornecedores garante um mínimo de produtividade, da qual muitas empresas se privam, pois muitos profissionais preferem confiar em suas intuições. É comum o usuário fixar a ferramenta na máquina e sair usinando, tendo por base apenas os próprios sentidos. Para se ter idéia, as pessoas em geral não leem nem sequer os manuais de seus próprios automó-


da por instrumentos de medição, é importante observar também se a superfície, visualmente, atende ao especificado, se a estabilidade da máquina e da peça inspiram confiança, se não há trepidações e se a potência indicada no marcador segue estável ao longo da usinagem. No caso de se observar qualquer irregularidade, deve-se rea­ justar os parâmetros de corte de maneira paulatina, até que se chegue a uma condição otimizada de trabalho. Esse ajuste fino é útil, principalmente quando se tem mais de uma peça para usinar e não há disponibilidade de tempo para um trabalho de levantamento de dados mais científico. Benefícios compensadores Todo fabricante de ferramenta sabe que só volta a vender a um mesmo cliente quando este obtiver êxito na aplicação dos produtos que dele comprou. Para tanto,

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veis, que geralmente são objetos de grande estima. Imagine então o quanto estarão motivadas a ler os catálogos dos fornecedores de ferramentas de metal duro. É praticamente impossível prever todas as variáveis que podem interferir no rendimento da usinagem. Por exemplo, o estado de conservação da máquina, a composição exata do material a ser usinado, a distribuição da dureza do material ao longo das diferentes camadas de profundidade e a influência do comprimento da ferramenta e da peça em possíveis vibrações provenientes da operação de corte, entre outros fatores. Por esta razão, para se conferir maior grau de segurança ao processo, é aconselhável que se inicie a operação com cautela, observando a entrada da ferramenta em corte e certificando-se de que a formação dos cavacos está adequada. Além disso, mesmo sabendo que a peça pronta será posteriormente checa-

é fundamental que seus clientes saibam utilizar corretamente seus respectivos catálogos e manuais. Assim, oferecem treinamentos e cursos onde difundem as melhores técnicas para a seleção adequada do ferramental, tendo por base estes recursos tecnodidáticos. É fundamental que todo usuá­ rio saiba encontrar as melhores recomendações para velocidades, avanços e profundidades de corte em função das características específicas de cada pastilha de metal duro e de cada operação a ser executada. Embora a indústria brasileira apresente um bom nível de competência e maturidade, não faltam oportunidades para sermos ainda melhores. É muito importante que trabalhemos a cultura e os valores de nossos profissionais, para que incorporem a ideia de que nada acontece até que as pessoas decidam fazer o que deve ser feito da melhor maneira. Altos índices de competitividade nem sempre dependem de investimentos em novas ferramentas e equipamentos. Muitas vezes basta utilizar adequadamente o que já se possui, e esta prática passa pela utilização correta e adequada dos catálogos dos seus fornecedores. Carlos Ancelmo Instrutor técnico da Sandvik Coromant do Brasil

Obediência às recomendações feitas pelos fornecedores garante um mínimo de produtividade nos processos produtivos

Francisco Marcondes Gerente de Marketing e Treinamento da Sandvik Coromant do Brasil O Mundo da Usinagem 31


Divulgação: Mercedes-Benz do Brasil

Suprimentos

Logística afinada permite ajustes

em tempo real

Integração, produção flexível e pronta resposta às necessidades dos clientes são fundamentais na logística atual

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C

erca de dez anos atrás, a logística era compreendida basicamente como o transporte de mercadorias. De lá para cá, esta etapa da cadeia produtiva ganhou importância e complexidade, exigindo adaptações de fornecedores e o desenvolvimento de tecnologias para acompanhar a volatilidade do mercado e os desdobramentos desta condição de alta variabilidade sobre os

pedidos dos clientes. É imprescindível investir na diminuição do tempo necessário para fabricar os lotes de determinados componentes ou acessórios, à medida que tais lotes oscilam, em função de uma demanda progressivamente inconstante. Produzir mais rápido evita estoques elevados de segurança, frequentemente necessários para garantir o suprimento ininter-


tar acúmulos desnecessários, ou paradas na produção por falta de peças, torna-se vital para uma fábrica a melhoria contínua em toda a infraestrutura de entrega de produtos. Francisco Marcondes, mestre em Engenharia Mecânica pela Unicamp e editor chefe deste veículo, reitera que o panorama é realmente caótico, afirmando que “a única certeza é que, de uma hora para outra, tudo pode mudar, ou seja, a quantidade, o item, o prazo e o local para a entrega. Deste

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rupto de clientes importantes em valores negociados, mas cujas chamadas de entrega são imprevisíveis no que diz respeito às quantidades. “Este processo visa reduzir diversos custos, sendo um dos principais o de estocagem”, explica Fernando Arbache, professor e doutor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e diretor da consultoria Arbache Tecnologia. “Estoque de peças usinadas significa alto volume de capital parado”, complementa. Assim, para evi-

Fernando Favoretto

Professor Fernando Arbache: para uma fábrica é vital a melhoria contínua em toda a infraestrutura de entrega de produtos

O ideal é que os departamentos de produção e logística façam parte da mesma gerência para facilitar a comunicação O Mundo da Usinagem 33


suprimentos

Hoje, a logística integrada monitora, planeja e controla toda a cadeia produtiva, envolvendo a movimentação e armazenagem do que é produzido, além do transporte e entrega. Quando se menciona cadeia produtiva, é porque pouco adianta uma empresa ser impecavelmente organizada e eficaz, se os seus pares, fornecedores, subcontratados e demais elos Divulgação SKF

modo, a empresa que estiver habilitada a entregar, qualquer item, em qualquer quantidade, prazo ou lugar, com qualidade e a um custo competitivo, torna-se praticamente imbatível. Se a princípio tais exigências parecem utópicas, qualquer medida técnica ou administrativa que não seja tomada nesta direção estará na contramão do seu tempo”.

Roberto Silva

José Geraldo Vantine: para realizar as entregas no prazo são necessários investimentos em equipamentos capazes de produzir em alta velocidade

da corrente, não estiverem em pé de igualdade em tudo aquilo que possa contribuir para se obter um diferencial de competitividade, quanto às necessidades e exigências, principalmente, dos clientes preferenciais. E, neste momento de crise econômica, a logística pode fazer toda a diferença para superar este cenário de turbulência, tornando a empresa cada vez mais competitiva. O transporte ainda é um fator crítico quando se observa o escoa­ mento da produção, que deve ter velocidade e previsibilidade para abastecer estoques e nunca fazer com que faltem ou sobrem peças. Este desafio torna-se maior ao se considerar as grandes cidades e seus sistemas viários em condições precárias e sobrecarregados de trânsito, onde também encontram-se grandes plantas produtivas que necessitam de abastecimento constante. Mas o problema pode ser contornado com o desenvolvimento de sistemas, rotinas e roteiros que garantam entregas na hora certa, no local certo, na quantidade

Na SKF, o material sai da fábrica e segue diretamente para a linha de produção, eliminando o estoque intermediário 34 O Mundo da Usinagem



Arquivo AB Sandvik Coromant

suprimentos

Sistemas de gestão permitem que o fornecedor possa verificar a necessidade da produção certa, no menor tempo possível (just-in-time), mesmo que para isto sejam necessárias operações combinadas e em sinergia com outros fornecedores que se valham do mesmo itinerário. Evolução tecnológica Atualmente, as montadoras de automóveis representam um dos segmentos industriais mais evoluídos em termos de logística integrada no Brasil. Foram elas que trouxeram modelos que promoveram a associação de fornecedores, que passaram a ser 36 O Mundo da Usinagem

chamados agora de sistemistas, pois trabalham em conjunto para entregar às montadoras mais do que simples peças avulsas, mas sistemas completos a serem instalados em um veículo. O setor da usinagem foi um dos que mais se adaptou a estes novos tempos. Com processos flexíveis de manufatura, máquinas multitarefa, pallets transportadores e dispositivos de fixação automáticos, além de sistemas de troca rápida de ferramentas, a fabricação ganhou produtividade mesmo com as grandes oscilações do fluxo de encomendas. José Geraldo Vantine, diretor da empresa de consultoria Vantine Powerful Logistics Solutions, afirma que, sem tais investimentos seria impossível manter o equilíbrio entre a demanda e a entrega. “O segundo fator-chave para as empresas é eleger e implantar um método de gestão, que permita ao fornecedor a conexão com as necessidades logísticas do cliente,


permitindo assim a verificação da necessidade de produção em tempo real”, acrescenta. De acordo com Vantine, a tecnologia da informação deve trazer nos próximos anos novas configurações para os sistemas de gestão. “Em breve, será mais importante ter estoque de informação do que de material”, revela.

Fernando Favoretto

Gerenciamento e controle Sistemas de gestão fazem a diferença na SKF, empresa sueca que fornece rolamentos, vedantes, sistemas de lubrificação, tecnologia mecatrônica e serviços para diversas indústrias em todo o mundo. “Muitas vezes, as montadoras costumam mudar o programa de produção, por isso trabalhamos sempre com baixo estoque de produtos acabados e o sistema de abastecimento da fábrica foi aperfeiçoado”, conta Alessi Gabriel

Braga, Coordenador da SKF Logistics Services. Alessi revela que o projeto da SKF para este ano é trabalhar com estoques de apenas um dia. “Agora, o material sai da fábrica e segue diretamente para a linha de produção, eliminando o estoque intermediário”, detalha o coordenador. Alessi comenta ainda que o segredo das práticas da SKF está

O segredo do sucesso logístico de empresas fornecedoras está no trio flexibilidade na produção, reação rápida no envio e integração dos departamentos

no fato de que produção e fornecimento estão sempre alinhados e integrados. “Não adianta a logística encontrar o melhor fluxo de materiais se a produção não consegue reagir”, afirma. Quem aprova o método é Marina Sordi, supervisora da área de Recebimento, Transporte e Embalagens da Mercedes-Benz do Brasil e responsável pela Logística Interna da empresa. “Na Mercedes-Benz, os departamentos de produção e logística fazem parte da mesma gerência para facilitar a comunicação entre eles, e só com a aprovação de todos os envolvidos um programa é colocado em prática”, explica a supervisora. Segundo Marina, a montadora sabe que não adianta alterar a produção se os fornecedores não podem realizar entregas no prazo. Desta maneira, somente quando é possível abastecer a linha de montagem o programa de produção é modificado. Em outras palavras, o segredo do sucesso logístico de qualquer empresa fornecedora, seja ela de pequeno, médio ou grande porte, é o trio formado pela flexibilidade na produção, reação rápida no envio e integração dos departamentos. “Um processo logístico eficiente é capaz de gerar amplitude no atendimento a mercados diversos aumentando o market share (participação de mercado) e, consequentemente, a capacidade de sobrevivência das empresas no mercado”, ressalta o Professor Arbache. Bruna Zappa Jornalista O Mundo da Usinagem 37


Fotos: Shutterstock

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Associações profissionais Participar de uma associação profissional pode trazer benefícios que vão além do networking. Descubra quais são eles 38 O Mundo da Usinagem


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ada vez mais, na sociedade contemporânea, o associacionismo auxilia tramitações profissionais, diminui custos de encontros, publicações e divulgação das atividades dos sócios. Os encontros profissionais (como congressos, seminários, workshops e cursos de atualização) encontram-se entre as atividades absolutamente necessárias para o profissional não apenas manter-se atualizado como, também, construir e usufruir da tão necessária ‘rede de contatos’. Muitos chamam tal rede de ‘network de relacionamentos’, mas o termo é incorreto por ser repetitivo, já que a palavra inglesa network por si só tem o significado de ‘malha de relações de trabalho’, ou seja, ‘rede de contatos’, que podem ser tanto profissionais quanto pessoais, já que raramente se sabe quando um contato pessoal se transformará em relação de traba-

É importante que o profissional atualize sua rede de contatos lho. Na sequência, networking significa a ação de manter o network atualizado. Assim, o profissional até pode escolher sua maneira de se manter atualizado – lendo livros e artigos ou escutando palestras e conferências –, mas a atualização feita nas bibliotecas ou nos escritórios não

possibilita a formação e atualização da rede de contatos. O associacionismo também promove encontros que geram negócios e, inúmeras vezes, oferece soluções, inclusive jurídicas, que representam grande economia e, até, distinção entre fechar um negócio ou continuar funcionando. O que oferecem as associações De maneira geral, todas as associações oferecem aos associados pelo menos um encontro profis-

Associacionismo promove encontros que geram negócios e oferece soluções que geram resultados

O Mundo da Usinagem 39


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sional anual, cursos e workshops de atualização, uma publicação fixa e uma biblioteca temática, seja ela física ou disponibilizada apenas via Internet. A existência de um departamento jurídico, que disponibiliza assistência aos associados, é prerrogativa apenas das maiores associações. Mas mesmo as menores possuem acordos com profissionais que atendem os associados com descontos significativos em seus honorários. Tais profissionais, além disso, já estão habituados às lides do ramo, o que economiza tempo e aumenta o porcentual de sucesso no atendimento. A maioria das associações mantém relacionamentos de parceria com associações congêneres, tanto no País quanto no exterior, o que amplia as oportunidades dos associados de participarem de atividades extras ou mesmo utilizarem recursos variados. Também, o fato de todas elas terem seu próprio site facilita a 40 O Mundo da Usinagem

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Maioria das associações mantém relacionamentos de parceria com associações congêneres, tanto no País quanto no exterior

vida do associado para a realização de determinadas tarefas e, até, lançamentos de campanhas, promoção de workshops e congressos, entre outros. Finalmente, todos os sites possuem espaços para trocas de opi­niões e experiências de profissionais e o utilíssimo ‘banco de empregos’ ou, no mínimo, anúncios de empregos na área. Por onde começar Com o objetivo de oferecer um primeiro passo útil a nossos leitores, elencamos algumas das principais associações profissionais, para o ramo de atividades da

engenharia de produção e recursos humanos (veja quadro na pág. 42). Embora existam muitas e importantes associações estaduais, como a interessante ACATE – Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia – e, mesmo aquelas restritas a uma cidade ou região, como a AEAARP – Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto (SP) –, nos limitaremos, nesse momento, a elencar aquelas de caráter e expressão nacional. Associe-se! O resultado é compensador. Boa pesquisa! Equipe OMU



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Principais associações dos setores metal-mecânico e recursos humanos ABAL - Associação Brasileira do Alumínio www.abal.org.br Fundada em 1970 pela Alcan, Alcominas (atual Alcoa) e outras produtoras e transformadoras de alumínio. Serve de foro para questões da indústria do alumínio, do plano governamental às comunidades ligadas a esta indústria. ABC - Associação Brasileira de Custos www.abcustos.org.br Agrupa profissionais e estudiosos que atuam na área de custos sob uma abordagem multidisciplinar. ABCM - Associação Brasileira de Engenharia e Ciências Mecânicas www.abcm.org.br ABDL - Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Lideranças www.lead.org.br Iniciada em 1991 a partir da parceria entre a Universidade de São Paulo e a Fundação Rockefeller para desenvolvimento de lideranças em um mundo sustentável. ABEAV - Associação Brasileira de Engenharia e Análise de Valor www.abeav.com.br Tem por objetivo difundir e aplicar o método de análise e engenharia de valor para identificar e cancelar custos desnecessários. ABEMI - Associação Brasileira de Engenharia Industrial www.abemi.org.br Desde 1964 a associação desenvolve ações de valorização das atividades de empresas de engenharia e montagem industrial. ABENGE - Associação Brasileira de Educação em Engenharia www.abenge.org.br Com mais de 1.500 sócios individuais e 150 institucionais, desde 1973 a associação contribui para a formação do engenheiro no Brasil.

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ABEPRO - Associação Brasileira de Engenharia de Produção www.abepro.org.br Atua há mais de 20 anos como representante de docentes, discentes e profissionais de engenharia de produção junto a entidades públicas e privadas, além de organizar cursos e encontros. Associação Brasileira de e-business www.ebusinessbrasil.com.br Ajuda empresas e profissionais com informações, ferramentas e recursos necessários para assegurar o sucesso em iniciativas de e-business, considerando as particularidades de cada setor econômico. AEA - Associação Brasileira de Engenharia Automotiva www.aea.org.br Congrega engenheiros e técnicos com o objetivo de promover discussões técnicas sobre temas relacionados aos setores automotivo, energético e de transporte em geral. ABIMEI - Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais www.abimei.org.br Tem por objetivo principal proporcionar acesso a todos os equipamentos, máquinas e processos existentes no mercado mundial. ABIMAQ - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos www.abimaq.org.br Uma das mais antigas associações industriais do Brasil, busca fortalecer a indústria nacional em termos de tecnologia, capacitação de recursos humanos e modernização gerencial. ABM - Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais www.abmbrasil.com.br Nascida nos anos 40, atua no intercâmbio do conhecimento técnico-científico e reúne cerca de 3.500 associados.

ABINEE - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica www.abinee.org.br Fundada em 1963, representa os setores elétrico e eletrônico de todo o Brasil, operando como um agente facilitador dos objetivos estratégicos e táticos de seus associados. ABITAM - Associação Brasileira da Indústria de Tubos e Acessórios de Metal www.abitam.com.br Fundada em 1957, atua fortemente na formulação da política de desenvolvimento do setor. ABRACICLO - Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares www.abraciclo.com.br Fundada em 1976, além de representar os interesses dos fabricantes do setor, investe na melhoria de estradas, rodovias e do conceito de transporte de duas rodas. ABRAMAN - Associação Brasileira de Manutenção www.abraman.org.br Desde os anos 70, contribui para o desenvolvimento da manutenção e gestão de ativos e para a valorização de seus profissionais. ANPEI - Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras www.anpei.org.br Fundada nos anos 80, dá apoio e promove a engenharia empresarial, fomentando a inovação tecnológica nas empresas. ASLOG - Associação Brasileira de Logística www.aslog.org.br Fundada em 1989, promove a logística em todos os setores industriais de serviços. SBM - Sociedade Brasileira de Metrologia www.metrologia.org.br Desde 1995 complementa a ação de outras organizações privadas e governamentais, direta ou indiretamente envolvidas com a metrologia.



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Alquimia,

a fascinante busca do metal perfeito Desde os tempos antigos o homem busca a transformação dos metais. Confira aqui uma breve história da alquimia 44 O Mundo da Usinagem


Imagens: Reprodução feita por pirogravura em madeira, Miguel Calle, 2007

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á quase 2000 anos, um grupo de pessoas chamadas “alquimistas” arriscou suas vidas tentando fabricar ouro. Porém, até os dias de hoje não se sabe se o que eles buscavam era realmente ouro ou se tudo era apenas um pretexto para ocultar sua busca por algo maior. Mistérios abundam acerca da obscura história da alquimia. Apresentamos a seguir uma breve síntese dessa história. Desde o início da humanidade, o trabalho com os metais só foi possível graças ao domínio do fogo. No Egito e na China, a metalurgia era associada a uma arte espiritual. As etapas para a fabricação de utensílios e ferramentas com metais estavam relacionadas a práticas ligadas ao sacerdócio.

‘Splendor Solis’, Salomon Trismosin, século XVI, representação simbólica da purificação da matéria prima

Assim nasceu a alquimia, uma atividade deliberadamente concebida para não ser compreendida pelo povo. Considerava-se então que só os escolhidos por Deus, os realmente puros e os capazes de decifrar seu simbolismo, podiam deter este conhecimento. A partir do século III estes princípios começaram a ser divulgados entre grupos cristãos, em Alexandria e Bizâncio, e principalmente entre os muçulmanos. Surgiu nesta época o conceito da “pedra filosofal”, um enigma com o qual se acreditava ser possível transformar mercúrio ou chumbo em ouro. Os alquimistas trabalhavam para encontrar a pedra filosofal com base em manuscritos antigos e fórmulas secretas místicas que

‘O Azoth dos Filósofos’, Basil Valentin, século XV, representação simbólica dos sete estágios da Obra Alquímica eram em parte metalurgia, em parte mitologia. Porém, interpretar estes manuscritos não parecia fácil. Os livros que tratavam deste assunto escondiam os segredos da transformação dos metais em meio a metáforas indecifráveis e misteriosas imagens que até hoje são consideradas bizarras, grotescas ou mesmo eróticas. O Mundo da Usinagem 45


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interessante saber

Alquimia na Europa Foi só a partir do século X que a alquimia conseguiu chegar à Europa ocidental cristã, por meio dos muçulmanos, seguindo o caminho anteriormente trilhado pela filosofia clássica helênica. A partir dali, a alquimia passaria a fazer parte dos mais importantes aspectos da cultura medieval europeia. Porém, em 1317, a prática foi proibida pelo Papa João XXII, sob a acusação de bruxaria. Assim sendo, se entravam no laboratório do alquimista e cheiravam a enxofre, não havia dúvida de que “o demônio estava presente”. Por esta razão, muitos alquimistas foram mortos na fogueira. Ainda que fosse arriscado, muitos deles continuaram com seus experimentos alquímicos em segredo, manipulando principalmente mercúrio e enxofre, substâncias usadas também para a fabricação de detonadores e pólvora. Se os alquimistas vertessem estas substâncias no momento errado, podiam voar pelos ares o forno, o 46 O Mundo da Usinagem

No século X a alquimia chegou à Europa ocidental cristã e, desde então, passou a fazer parte da cultura medieval

frequente desta época que todos os nobres da Europa deveriam ter um alquimista em suas cortes. Pelo atrativo de viver às custas dos nobres, a alquimia virou a profissão mais popular e também a fraude mais habitual daquela época. Na maioria dos casos, os falsos alquimistas eram enforcados por charlatanismo. No entanto, há registros de transformações reais, provavelmente porque foram dealquimista e o laboratório inteiro senvolvidas muitas ligas maleáveis – o que acontecia frequentemente de aparência dourada e que não naquela época. se corroíam, e que por isso teriam No início do século XVI, a era passado por ouro. do Renascimento colocava fim ao Um alquimista notável deste antigo mundo medieval domina- período foi Paracelso, que se fez do pela igreja. Iniciava-se então famoso e respeitado por manipular uma era dourada para a alquimia, quimicamente metais que usava que saía à luz. Era pensamento para tratar doenças que os métodos tradicionais não tinham conseguido remediar, e que eram atribuídas a castigos divinos ou superstições. Outro personagem famoso até os dias de hoje por suas três leis da mecânica clássica, Sir Isaac Newton também era secretamente apaixonado pela alquimia. Este interesse lhe trouxe problemas de saúde quando, aos 51 anos de idade, foi atestado que sofria de delírios paranóicos pela constante exposição ao mercúrio – motivo pelo qual teve de abandonar suas práticas alquímicas. Após sua recuperação, já nos últimos anos de vida, confessou ‘Amphitheatrum sapientiae aeternae’, Heinrich Khunrath, século que sentia saudade da alquimia e que, se fosse mais jovem, a pratiXVI, o andrógeno como a união dos caria novamente. Mas os tempos dois princípios: enxofre e mercúrio


‘Amphitheatrum sapientiae aeternae’, Heinrich Khunrath, século XVI, o laboratório do alquimista

estavam mudando: na Europa do final do século XVIII os cientistas respeitados já não acreditavam mais nesta prática. Uma nova abordagem Depois de séculos fascinando os principais cérebros da Europa, a alquimia perdeu-se no tempo, e já parecia se encaminhar para a sucata da história. No entanto, no início do século XX surgiu novamente o interesse pela antiga arte, porém de uma forma inusitada. Um dos estudiosos mais notáveis da Europa, o psicólogo sueco Carl Gustav Jung, antigo discípulo de Sigmund Freud, declarou que seus pacientes viam imagens misteriosas em seus sonhos. Aquelas imagens não tinham nenhuma relação com a vida pessoal dos pacientes, mas sim com símbolos medievais alquímicos. Jung estava convencido de que as imagens eram mensagens de cura física provenientes do inconsciente do ser humano. Jung dedicou sua vida a desenvolver sua nova interpretação da alquimia como

Hoje, uma grande variedade de linhas influenciadas pela alquimia continuam surgindo e despertando o interesse das pessoas

uma escola secreta de psicoterapia sagrada. Acredita-se que seus discípulos continuem este trabalho até hoje. Assim, em pleno século XXI e por mais paradoxal que pareça, uma grande variedade de linhas influenciadas pela alquimia continuam surgindo. Entre estas linhas se destacam as que utilizam os princípios da alquimia para fins medicinais, empregando metais, cristais, óleos, essências, ervas e florais. Já outras trabalham com o lado mais terapêutico, embasadas na correspondência entre os princípios alquímicos e a psique humana. Existem também artistas que encontram nas lendas e gravuras alquímicas sua fonte de inspiração para a criação de obras literárias, músicas, pinturas e, atualmente, filmes, desenhos animados e mesmo jogos de videogame. A busca do alquimista sempre foi a busca do ser humano por sua

própria pedra filosofal interior – ou seja, aquilo que o aproxima mais da perfeição, por meio da sabedoria, da compaixão e da liberdade. É por isso que, por mais que o tempo passe, a alquimia sempre voltará de diferentes formas para fazer lembrar ao ser humano sua conexão com algo maior do que sua existência material. Miguel Angel Calle Gonzales Doutor em Engenharia Mecânica Grupo de Mecânica de Sólidos e Impacto em Estruturas Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Bibliografia - FERNANDES DE FARIA, Robson. História da Alquimia. Ed. Átomo, 2007. - HUTIN, Serge. A Tradição Alquímica, Ed. Pensamento, 1979. - HUTIN, Serge. A Alquimia, Ed. Moraes, 1991.  Alquimia ¿Magia o Ciencia? - Grandes Enigmas de la Historia, History Channel, 2005.

O Mundo da Usinagem 47


interessantesaber

Fotos: Divulgação Mercedes-Benz do Brasil

notícias

Da esq. para a dir.: Ricardo Viera Santos, Heinrich Reidelbach e Stefan Buchner (Mercedes-Benz), Claudio Camacho (Sandvik Coromant), Ronald Linsmayer (Mercedes-Benz), Mário Nogherotto (Sandvik Coromant) e Gerd Hartleb (Mercedes-Benz)

Consciência ambiental vencedora

Com um projeto de reciclagem criado há mais de dez anos, Sandvik Coromant recebe o Prêmio Interação 2008, da Mercedes-Benz

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uidar do ambiente em que estamos inseridos e exercer a sustentabilidade social. Durante os últimos anos estes foram alguns dos conceitos mais debatidos pela sociedade moderna. Estas discussões ganharam ainda mais força a partir de 2007, com a divulgação do último Relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), órgão vinculado à ONU. De acordo com o documento, 48 O Mundo da Usinagem

reverter o cenário ambiental seria possível somente se mudanças eficazes se iniciassem antes de 2015. Pensando em estimular esta mesma consciência no segmento empresarial, a Sandvik Coromant desenvolveu há dez anos – em parceria com seus clientes – o projeto Conceito de Reciclagem da Coromant (CRC). Prova de sua importância para o mercado e para toda a sociedade, o projeto foi homenageado na cate-

goria Ecologia do Prêmio Interação 2008, oferecido pela MercedesBenz do Brasil. Em dezembro do ano passado, José Cláudio Camacho e Mário Aparecido Nogherotto, respectivamente diretor e gerente regional de Vendas da Sandvik Coromant do Brasil, receberam o troféu que premiou os trabalhos desenvolvidos pelo CRC. Criada em 1991, a premiação tem o intuito de oferecer aos for­ necedores uma nova forma de


housepress

Aguarde uma GRANDE NOVIDADE na próxima edição.


cooperação. Deste modo, ao longo dos anos, o Prêmio Interação se consagrou como símbolo das relações da Mercedes-Benz com seus fornecedores, promovendo uma efetiva parceria. Para Marcelo Melo, vendedor técnico da Sandvik Coromant do Brasil, receber uma premiação como esta é sinônimo de reconhecimento por um trabalho que busca melhorias constantes. “As empresas estão inseridas na sociedade, por isso o maior prêmio para a Sandvik é poder ajudá-la como um todo”, ressalta Melo. Trajetória reconhecida Trabalhando de forma diferenciada e criando projetos inovadores, a Sandvik Coromant busca transformar positivamente o meio ambiente. Para Rudinei Barbosa, líder do projeto de reciclagem CRC na subsidiária brasileira, conquistar o Prêmio Interação é resultado dos investimentos contínuos

Troféu entregue aos melhores fornecedores da Mercedes-Benz do Brasil em 2008 50 O Mundo da Usinagem

em tecnologia, que minimizam a exploração de minerais na natureza. “É um trabalho que consiste em coletar para reciclagem toda a sucata de pastilhas e também de ferramentas inteiriças, utilizadas no processo de usinagem pelos nossos clientes, não importando a marca”, detalha Barbosa. Para Ricardo Vieira, diretor de Compras de Material da Mercedes-Benz, o objetivo do Prêmio Interação é exatamente este: homenagear os fornecedores que mais se destacaram durante o ano. Para Paulo Rogério Carvalho, supervisor da Administração de Ferramentas da Mercedes-Benz, nestes 40 anos de parceria com a Sandvik Coromant consolidou-se uma relação de cooperação e esforço mútuo em aspectos comerciais, programas de redução de custo de manufatura, otimização de processos de usinagem e desenvolvimento de soluções conjuntas, com aplicação de novas tecnologias. É com a postura de valorização da sustentabilidade e de destinação correta da sucata pós-consumo que a Sandvik Coromant conquista o respeito, a confiança em parcerias duradouras, além de ter o mérito de ser uma empresa ambientalmente consciente. “Iniciativas que representam compromissos merecem e devem ser reconhecidas; por isso a escolha dessa empresa como vencedora da categoria Ecologia do Prêmio Interação”, conclui Carvalho. Fabíola Perez Jornalista



Estado de ânimo

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m toda a história da humanidade, os líderes sempre ocuparam um papel importantíssimo na condução das pessoas a novos estados de ânimo. Destacam-se, ainda hoje, por sua firmeza de propósito, principalmente nas tribulações. Não se deixam abater por perspectivas menores, abaixo do limite de suas competências. Na verdade, desconhecem limites. Cientes de que tudo na vida é uma questão de escolha, escolhem a vitória, optam pelo prosseguir, adotam o agir otimista, seguem uma visão de glória, são positivos. Catalizam egos e crenças. Estendem horizontes. Levantam-se, erguem a cabeça, avançam, tomam para si a responsabilidade. Enfrentam fantasmas e os derretem na determinação de um olhar fixo no porvir. Na dúvida, decidem. A ousadia e a coragem lhes servem de bússola. Ignoram estatísticas e probabilidades. Não sabem o que é revés. Suas mentes propagam convicção e consolidam a certeza da conquista. Desafios são inspiração e motivo para a exaltação da honra. Em suas mentes ecoa o triunfo. Antes mesmo de vencerem de fato, já haviam vencido na mente. Forjadores do futuro, moldam o próprio destino e jamais abrem mão do objetivo de superar-se. De seus desígnios não há como desviá-los. Espíritos de luta, signos da fé, ungidos para o êxito. Antes da força, chega-lhes a vontade. Antes da vontade, o inconformismo.

Antes do inconformismo, a verdade. Antes da verdade, a sede de justiça. Comprometidos, não lhes foge o dever. Alguns, no entanto, são ainda superiores, pois não encerram em si mesmos os seus legados. Creem que algo superior paira sobre suas cabeças, sussurra em seus ouvidos, aquece-lhes o coração, irradiando-lhes a alma. Quando partem para o combate, levam consigo mais do que as respectivas potencialidades. Julgam-se instrumentos de um propósito maior que as próprias vidas e, assim, superam continuamente o improvável. Ao obterem aquilo que sob o olhar de tantos parecia absolutamente impossível, relaxam-se ao sabor da missão cumprida, suspiram profundo a fitar o inacreditável e voltam seus olhos ao firmamento. Possibilidades estas, quem sabe, questionáveis, manterão à margem da dúvida os céticos, até que o tempo, o cenário e as circunstâncias lhes ponham diante de algo mais além daquilo que possa lhes parecer lógico, dando-lhes, assim, a oportunidade de encontrar uma nova razão de vida. Eng MsC Francisco Marcondes Gerente de Marketing e Treinamento da Sandvik Coromant

Fernando Favoretto

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Melhorias comportamentais garantem bons resultados

Anunciantes nesta edição O Mundo da Usinagem 56

Alvex. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 Arwi. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Atlas Máquinas. . . . . . . . . . . . . . . . . 41 Blaser . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 Casa do Metal. . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 Deb´Maq . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3ª capa Dynamach. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Ergomat. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 Feimafe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Grob . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Haas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Hanna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 HDT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Intertech . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Kone . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Marubeni. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Mitutoyo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Mori Seiki . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Okuma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 RCC. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Intercapa Ricavi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 ROMI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 Sanches Blanes. . . . . . . . . . . . . . . . . 24 Sandvik. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4ª capa Sandvik Local. . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Selltis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2ª capa Stamac . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 Turrettini . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28/29

Movimento - Cursos

Durante todo o ano, a Sandvik Coromant oferece cursos específicos para os profissionais do mundo da usinagem.Acessewww.coromant.sandvik.com/br, na barra principal, clique em 'treinamento' e confira o ProgramadeTreinamento2009.Vocêpoderáparticipar de palestras e também de cursos in plant, ministrados dentro de sua empresa!




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