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Publicação da Sandvik Coromant do Brasil
issn 1518-6091 rg bn 217-147
Chão de Fábrica
Educação, uma vertente da competitividade Notícias e curiosidades
Ergonomia contribui para o rendimento profissional
Máquinas e Investimentos
FEIMAFE 2009 movimenta o setor em período decisivo
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pAra começar...
O frio não é severo onde há fartura e abrigo, onde há serenidade e partilha de afeto, um alicerce sob os pés e sobre a cabeça um teto. Mas reconhecimento e honra repousam no desafio, na coragem de alterar destinos e escrever a própria sorte, de encarar o frio e, se preciso, corrigir o norte, mas isso só é dado ao forte.
O Mundo da Usinagem
Índice
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Edição 04 / 2009
58
Publicação da Sandvik Coromant do Brasil
issn 1518-6091 rg bn 217-147
Chão de Fábrica Educação,
uma vertente da competitividade Notícias e curiosidades
Ergonomia contribui para o rendimento profissional
Fernando Sacco
Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISSN 1518-6091 RG. BN 217-147
Máquinas e Investimentos
Capa Foto: Acervo Reed Alcantara Ofício da Imagem
FEIMAFE 2009 movimenta o setor em período decisivo
03 para começar 04 ÍNDICE / Expediente 06 Machine investmentS I: veja os destaques da 12ª FEimafe 12 Machine investments ii: OKUMa - projetos diferenciados 18 gestão empresarial: Encontre oportunidades em períodos turbulentos 28 Chão de fábrica: capacitação continuada impulsiona carreira 34 tendências e oportunidades: velocidade de corte adequada 38 Notícias e curiosidades I: ergonomia, um caminho para a produtividade 42 Notícias e Curiosidades II: hexagon metrology amplia atuação 46 Notícias e Curiosidades III: Novidades para a intertooling Brasil 2009 48 Notícias e Curiosidades IV: GROb foca produtos para a usinagem pesada 50 Notícias e Curiosidades V: Site sobre a tecnologia do torno automático 52 Nossa parcela de responsabilidade 54 anunciantes / distribuidores / fale com eles
e-mail: omundo.dausinagem@sandvik.com ou ligue: 0800 770 5700
EXPEDIENTE
O MUNDO DA USINAGEM é uma publicação da Sandvik Coromant do Brasil, com circulação de doze edições ao ano e distribuição gratuita para 20.000 leitores qualificados. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP. Conselho editorial: Aldeci Santos, Ancelmo Diniz, Aryoldo Machado, Edson Truzsco, Edson Bernini, Eduardo Debone, Fernando de Oliveira, Francisco Marcondes, Heloisa Giraldes, Nivaldo Braz, Nivaldo Coppini, Nixon Malveira e Vera Natale. Editor-chefe: Francisco Marcondes Coordenação editorial, edição de arte, revisão e produção gráfica: House Press Propaganda Jornalista responsável: Francisco Marcondes - MTB 56.136/SP Propaganda: Gerente de contas - Thaís Viceconti / Tel: (11) 2335-7558 Cel: (11) 9909-8808 Projeto gráfico: AA Design Gráfica: Van Moorsel
O Mundo da Usinagem
Fernando Sacco
Machine investmentS I
Feimafe 2009
supera expectativas
Feira que reuniu mais de 1.300 empresas do setor metalmecânico sinaliza retomada de investimentos
O Mundo da Usinagem
U
ma agradável surpresa. Esta foi a sensação de visitantes e expositores presentes na 12ª edição da Feimafe – Feira Internacional de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura, realizada no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, entre os dias 18 e 23 de maio.
Para muitos, a edição do evento foi um ponto de guinada, uma oportunidade de reaquecer os negócios em um período de turbulência e estagnação econômica. Empresas como Cosa Intermáquinas e Ergomat são bons exemplos desta perspectiva. Já no primeiro dia da feira, a Cosa havia vendido 10 máquinas,
Indústria biomédica promete manter níveis expressivos de investimento. Prova disso foi a visita de diversos profissionais da área da saúde à feira
Romi reiterou sua aposta no segmento de máquinas pesadas e surpreendeu os visitantes com o torno CNC Centur 80, de 30 toneladas tions Alcantara Machado, “muitos empresários do setor postergaram decisões para verificar o que aconteceria no mercado. Entretanto, contrapartidas do governo, como a redução de impostos para a linha branca, automotores e materiais de construção, trouxeram uma nova dinâmica para a indústria, fazendo com que muitos setores voltassem a investir em tecnologia sob o risco de perder mercado”.
e Social (BNDES) por meio dos incentivos para a compra de máquinas via Finame – linha de crédito destinada a empresas de micro e pequeno porte – e do cartão BNDES. A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), por sua vez, promoveu a Rodada de Negócios Internacionais, que contou com a participação de 13 companhias compradoras estrangeiras, aquecendo ainda mais as vendas. Segundo Evaristo Nascimento, diretor de feiras da Reed ExhibiFotos: Fernando Sacco
totalizando R$ 3,8 milhões em negócios. Os profissionais da Ergomat também se surpreenderam com o número de visitantes e os negócios fechados durante os seis dias de exposição. “A feira era uma incógnita, mas agora percebemos que o empresariado está voltando a ter confiança. Fechamos negócios todos os dias, algo que sinaliza para um segundo semestre promissor”, destaca Alfredo Ferrari, Diretor de Vendas da empresa. Mas não se trata apenas de confiança, muitas iniciativas contribuíram para este sucesso, entre elas a presença do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
Para muitos, o evento foi uma oportunidade de reaquecer os negócios em um período de turbulência e estagnação econômica
Mercados aquecidos A Romi, líder nacional na produção de máquinas-ferramenta, reiterou sua aposta no segmento de máquinas pesadas e mais uma vez surpreendeu os visitantes trazendo à feira um torno CNC Centur 80 de quase nove metros de comprimento e trinta toneladas. Hermes Lago, diretor de Comercialização de Máquinas-Ferramenta da empresa, relembra que em 2007 (ano da realização anterior da Feimafe) muitos fabricantes de máquinas estavam ancorados no crescimento do setor sucroalcooleiro. “Este ano, o mercado de peças pesadas aposta na exploração dos novos O Mundo da Usinagem
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campos de petróleo e gás, além dos constantes investimentos em geração de energia hidroelétrica e eólica”, aponta o diretor. Hermes Lago afirma ainda que as quedas do preço do petróleo são circunstanciais e não devem desmotivar o crescimento do setor. “O Brasil começa agora a explorar seus supercampos e a produção de válvulas, tubos e árvores de natal, entre outros equipamentos, continuará extremamente significativa”, acrescenta. Outro setor que promete manter níveis expressivos de investimento é o da indústria biomédica. Prova disso foi a visita de diversos profissionais da área da saúde à feira, além de uma exposição intitulada “A Evolução da Tecnologia Brasileira - Máquinas para o Desen-
Fotos: Fernando Sacco
Atualmente, o mercado realiza constantes investimentos em geração de energia hidroelétrica e eólica
Profissionais da Ergomat se surpreenderam com o número de visitantes e os negócios fechados durante os seis dias de exposição volvimento - Qualidade de Vida”. Empresas especializadas como Baumer, Braile Biomédica, Gnatus e Opto também estavam presentes e contaram com o bom fluxo de visitantes. Giuliano Salin, engenheiro de Vendas da Mazak, acredita que máquinas voltadas a este segmento estarão na lista dos principais investimentos dos próximos meses. “São equipamentos que requerem tecnologia agregada e usinagens complexas, fatores extremamente importantes para o segmento”, revela o engenheiro. Já na área de ferramentaria foram apresentadas diversas tecnologias para a redução de custos operacionais. A Meggatech, integrante do Grupo Megga, por exemplo, expôs a máquina de polimento Meggatech expôs a máquina de polimento Aero Lap YT-300, fabricada pela empresa japonesa Okamoto
Aero Lap YT-300, fabricada pela empresa japonesa Okamoto. O equipamento utiliza grãos de base orgânica aglomerada com pó de diamante que são jateados em alta pressão sobre a peça para realizar o polimento. “Trata-se de um processo que proporciona um polimento mais rápido e uniforme do que o tradicional, sem a remoção de material da peça”, afirma Sandro Oliveira, engenheiro Comercial do Grupo Megga. O modelo é indicado para fabricantes de ferramentas, punções, matrizes de molde, jóias, próteses e outras aplicações. No caso de ferramentas de corte com camada “PVD”, o aumento da vida útil é de 100% a 200% em função da redução do atrito superficial na usinagem. “A Feimafe deste ano demonstra que a indústria está cada vez mais empenhada em investir em equipamentos de última geração para modernizar seu parque de máquinas, além de produzir de forma mais
eficiente, produtiva e com mais qualidade, sendo mais competitiva interna e externamente”, afirma o engenheiro Alfredo Ferrari, Diretor de Vendas da Ergomat. Esta edição da feira prova que, apesar da crise, o País abriga um mercado cada vez mais maduro, competente e em constante profissionalização. O que se espera é que nos próximos meses a indústria continue evoluindo e investindo sem medo. Desta forma, sem dúvida, a próxima Feimafe apresentará novas e agradáveis surpresas. Presença italiana A participação estrangeira foi outro diferencial da Feimafe 2009. Este ano, 30 países estiveram presentes no evento, mas poucos chamaram tanta atenção quanto os representantes italianos. O Instituto Italiano para Comércio Exterior (ICE) e a Associação dos Fabricantes Italianos de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados (UCIMU)
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Deb’Maq montou uma oficina de usinagem real para auxiliar professores e diretores de instituições de ensino reforçaram o interesse de fomentar negócios, além de estimular a troca de inovações tecnológicas. Para Giovanni Sacchi, diretor do ICE-Brasil, os investidores italianos estão analisando os mercados menos envolvidos na crise; e Brasil, China e Índia são países favorecidos para futuros investimentos no final de 2009 e no primeiro semestre de 2010. No primeiro trimestre de 2009, o Brasil importou US$
Um espaço para aprender A 12ª Feimafe também foi oportunidade para ensinar e aprender. A Deb’Maq levou à feira uma oficina voltada a professores e diretores de instituições de ensino. “Trata-se de um ambiente onde é possível encontrar máquinas executando uma série metódica de ensino, com as diversas operações que um aluno deve aprender, seja ele torneiro mecânico, ferramenteiro ou processista”, explica Carlos Alberto Recchia, gerente da Divisão Institucional da empresa. De acordo com Recchia, “muitas instituições no País estão deficientes na atualização tecnológica de seus docentes e em seu parque de máquinas, algo que acontece em todos os níveis, desde o treinamento, passando pelos cursos técnicos e o ensino superior”. Portanto, o espaço procurou fornecer orientação e ao mesmo tempo atualização de conhecimentos para levar competitividade também às salas de aula.
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34,04 milhões de equipamentos do setor metalmecânico, um crescimento de 48,7% sobre o mesmo período do ano passado. Em 2008, o montante importado foi de US$ 158,5 milhões, 90,7% a mais do que em 2007. Já nas exportações, o Brasil vendeu US$ 456 mil no primeiro trimestre de 2009, um aumento de 51,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior. “Este cenário se dá especialmente pelo fato de o Brasil ainda não ter tradição na produção no setor, além de tecnologia e preço. Além disso, o Brasil tem uma taxa de câmbio que dificulta a fidelização de preço com os novos mercados. Outra questão é que a Itália representa o segundo maior mercado de produção do setor na Europa e o quarto no mundo”, explica Ronaldo Padovani, analista Trade do ICE. Fernando Sacco Jornalista
Fernando Sacco
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Multus B300: máquina multitarefa inteligente possui características de tornos e centros de usinagem
Projetos altamente
confiáveis e eficientes F Sistemas desenvolvidos pela Okuma facilitam interação entre máquinas e proporcionam soluções inteligentes
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igurando entre as empresas líderes em tecnologia para máquinas de usinagem, a Okuma – fundada no Japão, em 1898 – oferece produtos para diversos setores. Seus produtos vão desde tornos e centros de usinagem até máquinas multitarefa. Segundo Alcino Bastos, gerente geral da Okuma Latinoamericana, o Brasil responde por aproximadamente 80% do mercado sulamericano. Atualmente,
as máquinas mais procuradas na região são os centros de usinagem horizontal – contudo, Bastos ressalta que as vendas dependem muito da demanda do mercado. “Com o crescimento do mercado de energia, estamos percebendo um movimento maior em direção a este setor, já que a procura por máquinas eficientes destinadas a esta aplicação está aumentando”, aponta o gerente geral. De acordo com Glauco Brem-
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Okuma matém filiais em todo o mundo e oferece produtos para diversos setores industriais
Alcino Bastos, gerente geral da Okuma Latinoamericana consagradas no mercado”, revela. Mesmo com a forte desaceleração da economia mundial – que aos poucos parece estar sendo superada –, muitos setores (como o automobilístico) não deixaram de comprar máquinas, embora tenham investido com menor intensidade. Entretanto, Bastos revela que a Okuma está sempre
ao lado de seus clientes e acredita que o mercado irá se recuperar rapidamente. “Estamos aprimorando a maneira como trabalhamos e pensamos até em lançar novas máquinas, pois confiamos em um futuro mais promissor”, observa o gerente geral.
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berger, gerente técnico da empresa, a Okuma possui produtos adequados para o setor de energia e os investimentos nesta área estão sendo ampliados para atender as necessidades do segmento. “Estamos atualizando linhas de produtos já existentes e criando soluções com base nos conceitos de nossas máquinas tradicionais
Profissionais do setor metalmecânico puderam visitar e conhecer as novidades da Okuma na 12ª Feimafe
Facilidade completa Como a produção de peças de alta tecnologia não depende somente da qualidade da máquina, mas sim da excelência de todo um sistema, a Okuma realizou parcerias com importantes empresas do setor para fornecer outros elementos necessários ao processo de usinagem, disponibilizando soluções completas e 100% confiáveis aos seus clientes. Com esta iniciativa, chamada de Partners in Thinc, a Okuma criou nos Estados Unidos um local para trabalhar em conjunto com as companhias parceiras, que oferecem desde alimentadores de barra até serviços de medição, O Mundo da Usinagem 13
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era possível, mas requeria soluções de engenharia muito específicas e complexas”, pontua. “Agora, os periféricos conseguem interagir com o centro da máquina de maneira bem mais facilitada, aumentando a produtividade das operações”, arremata o gerente técnico.
Multus B300 apresenta tecnologias inovadoras como o conceito Thermo-Friendly
Maior vantagem do comando numérico Thinc é a redução de custos na implementação de máquinas 14 O Mundo da Usinagem
máquinas; e com o novo comando, todo o processo torna-se mais rápido e simples”, explica Bastos. Para Bremberger, a maior vantagem desta tecnologia é a redução de custos na implementação de máquinas. “O comando proporciona aos clientes muitos benefícios: antigamente esta facilidade Fernando Favoretto
agregando mais qualidade ao processo e desenvolvendo ferramentas e produtos mais competitivos para o mercado mundial. Além do projeto pioneiro, a Okuma desenvolveu o comando numérico Thinc, que possibilita maior interação entre as máquinas e os componentes oferecidos pelas empresas parceiras. “Tivemos esta iniciativa pois, de certo modo, estes equipamentos têm que se comunicar com nossas
Empresa japonesa disponibiliza soluções adequadas para o setor de energia
Glauco Bremberger, gerente técnico da Okuma Latinoamericana
Máquina inteligente A tecnologia Thinc é utilizada também na máquina Multus B300, apresentada na 12ª Feimafe – Feira Internacional de MáquinasFerramenta e Sistemas Integrados de Manufatura –, que ocorreu no Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi, em São Paulo, entre os dias 18 e 23 de maio. Considerada uma máquina multitarefa inteligente – capaz de tornear e fresar, reunindo assim características de tornos e centros de usinagem –, a Multus se diferencia por sua flexibilidade. Além de possuir o comando Thinc – que permite a interação entre diversos periféricos –, a máquina é equipada com os sistemas CAS (Collision Avoidance System) e Thermo-Friendly, aplicando também a tecnologia Eco²Friendly,
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Okuma desenvolveu o sistema anticolisão CAS, que reduz o risco de erros cometidos pelo operador, oferecendo mais segurança
conceito que minimiza desperdícios e prioriza a preservação do meio ambiente na hora da fabricação dos produtos. Segundo Bremberger, as máquinas de hoje estão cada vez mais complexas e nem sempre há profissionais capacitados para operá-las; uma realidade que vem sendo superada pelas indústrias. Pensando em colaborar com este processo, a Okuma desenvolveu o sistema anticolisão CAS, que reduz o risco de erros cometidos pelo operador, oferecendo mais segurança durante as operações de usinagem. “Já observamos ótimos resultados com este sistema. A quantidade de danos causados aos produtos é menor e os acidentes de trabalho nas indústrias podem ser significativamente reduzidos”, comenta. Outro diferencial da Multus que permite preservar os componentes da máquina é a tecnologia Thermo-Friendly, um conceito 16 O Mundo da Usinagem
construtivo que minimiza possíveis erros decorrentes de variações de temperatura – já que nesta situação a máquina pode se expandir, afetando a tolerância final da peça. “A fábrica em que esta máquina estiver operando não precisará ser necessariamente climatizada, pois ela possui sensores que calculam e ajustam medidas de acordo com a temperatura ambiente”, relata Bremberger. A linha Multus da Okuma também apresenta a tecnologia Eco²Friendly, conceito econômico e ecológico, que permite que as máquinas economizem energia e lubrificantes. Um modelo da Multus B300 é uma das máquinas que estão expostas no Centro de Produtividade da Sandvik Coromant, local onde são realizados cursos técnicos voltados ao setor de usinagem. “É importante que uma máquina flexível e de alta precisão e rigidez como a Multus B300 esteja presente no Centro de Produtividade para possibilitar um melhor aprendizado aos profissionais da área”, conclui Bremberger. Além de fabricar soluções para diversos setores industriais, a Okuma oferece também suporte técnico de pré e pós-venda aos seus clientes, disponibilizando serviços de treinamento, instalação, auxílio na aplicação de máquinas e programas de softwares, além de reparos sem custo durante o período de garantia, geralmente de um ano. Fernanda Feres Jornalista
gestão empresarial - Racionalização em usinagem
Criatividade e qualificação
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fazem a diferença
Profissionais do setor apontam os melhores caminhos para encontrar oportunidades mesmo em períodos de desaceleração econômica
A
instabilidade do mercado é uma circunstância para a qual todo empresário deve estar preparado – e munido de estratégias eficientes – para enfrentar os obstáculos que possam surgir em sua trajetória profissional. No início de 2008, os Estados Unidos beiravam a uma forte recessão; a maior economia mundial começava a passar pela desaceleração de sua atividade econômica e, em poucos meses, foi instituída uma crise financeira internacional. O índice de desemprego aumentou, investimentos foram interrompidos, atividades industriais e comerciais foram sendo reduzidas e outras consequências surgiram. Hoje, após quase um ano do 18 O Mundo da Usinagem
boom da recessão mundial, diversas mudanças de planejamento e atuação marcaram a história de muitas empresas que se fortaleceram mesmo durante o período turbulento; são companhias que contornaram o cenário negativo e souberam encarar a situação, conseguindo colher bons frutos a partir do desaquecimento econômico.
Nos dias atuais, indicadores apontam para um início de recuperação da economia. Segundo a Fundação Getúlio Vargas, os dados do Índice de Confiança da Indústria de abril, que avançou 8,7% sobre março, consolidam o começo da reabilitação do setor depois do choque causado pela crise financeira global. Além disso, o grupo dos países do G7 – gru-
depende do quanto cada empresa está preparada para enfrentar os desafios que a instabilidade econômica impõe a gestores e estrategistas. Marcondes destaca que, quanto mais estreita for a visão do profissional, menos oportunidades terá para encontrar soluções. “O mais importante é o empresário ter visão, competência, motivação, recursos e um plano estratégico na gaveta, que tenha sido pré-elaborado, prevenindo situações difíceis que surgem em função das constantes oscilações do mercado”, complementa o gerente de Marketing e Treinamento Técnico. Entrar em pânico é tudo que um profissional não
Francisco Marcondes, gerente de Marketing e Treinamento da Sandvik Coromant: “É preciso tomar medidas adequadas, sem deixar que as emoções interfiram no processo de decisão” deve fazer quando surge qualquer tipo de crise –“É preciso ser rápido; tomar as medidas necessárias com segurança e assertividade, sem deixar que as emoções interfiram no processo de decisão”, acrescenta Marcondes. Por este motivo, todo bom planejamento deve contemplar cenários otimistas, neutros e pessimistas, pois assim que qualquer um deles surge, ações corretivas podem ser imediatamente disparadas, após pequenos ajustes, por terem sido previamente pensadas. Assim, para garantir a subsistência operacional, o primeiro passo é realizar um diagnóstico Shutterstock
Planejamento “Todos sabem que esta não será a última crise que viveremos. Em verdade, os empresários brasileiros têm vivido de sobressaltos econômicos. Somente nos últimos três anos tivemos uma situação um pouco mais estável”, observa Francisco Marcondes, Gerente de Marketing e Treinamento Técnico da Sandvik Coromant. Segundo ele, a toda ameaça sempre corresponde uma oportunidade, tudo
Fernando Favoretto
po formado pelas sete maiores economias mundias – estimou em abril, durante reunião em Washington (Estados Unidos), que a recuperação da economia mundial se iniciaria em 2009, e ainda se comprometeu a tomar todas as medidas necessárias no caso de um retrocesso do crescimento. Contudo, para alguns especialistas os efeitos do desaquecimento econômico ainda perdurarão por alguns anos, o que deverá fazer com que as empresas sigam mais algum tempo em estado de alerta, enquanto seus profissionais aproveitam o momento para iniciar uma cultura de inovação – quem sabe até alavancando os negócios da companhia.
Para garantir a subsistência operacional, o primeiro passo é realizar um diagnóstico completo da companhia O Mundo da Usinagem 19
gestão empresarial
empresarial, estabelecendo um planejamento completo do negócio da companhia. De acordo com Mirian Zacareli, consultora especializada em coaching (método de capacitação de líderes), diante de qualquer cenário adverso é fundamental revisar e alinhar o planejamento estratégico, restabelecendo metas específicas e tangíveis. “Para isso, é preciso analisar recursos disponíveis e maximizar os já existentes, eliminando qualquer tipo de desperdício e refazendo os planos de ação para que estejam direcionados a alcançar os melhores resultados”, detalha Mirian. Ao realizar o balanço geral da corporação será possível determinar indicadores e acompanhar a evolução do plano de ação por
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Mirian Zacareli: “A boa qualificação dos profissionais fará com que eles tenham as informações para elaborar soluções inovadoras” meio de opiniões ( feedbacks), reanálises e replanejamentos, quando necessário. “Além disso, a liderança da empresa deve permanecer em estado de alerta, ter planos preparados para enfrentar possíveis emergências e saber lidar com conflitos que possam surgir durante o período de crise”, completa a consultora. Esta foi a postura adotada pela multinacional fabricante de bombas Weatherford, que possui uma de suas unidades fabris em São Leopoldo (RS). Jucilmar Neumann, gerente de planta da empresa, conta que na companhia todos procuraram encontrar uma oportunidade de rever conceitos e processos, para que a atuação da Weatherford pudesse se tor-
Cinco principais conselhos para encontrar oportunidades na crise Restabelecer a ordem e comunicar-se de modo claro e direto Compartilhar informações de interesse geral da empresa Aumentar o grau de interação e comunicação da equipe Esclarecer responsabilidades e expectativas Aplicar métodos que possibilitem a racionalização adequada de custos, mas que, ao mesmo tempo, possam alavancar vendas
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Eliminar desperdícios é um bom começo. O investimento deve ser pensado nar ainda mais competitiva. “Ao redor do mundo existem muitos consumidores que irão comprar produtos de fornecedores que ofereçam soluções com as melhores condições de preço, qualidade e entrega”, acredita Neumann. Na Weatherford, primeiramente foram eliminados todos os desperdícios e realizados cortes que não impactassem a eficiência e a produtividade das operações da empresa. Outra medida foi colocar o corpo técnico em busca de novas alternativas, com o objetivo de reduzir custos para tornar o processo produtivo mais competitivo. “Buscamos inovação na produção; reformulamos layouts e trabalhamos com o conceito de células multifuncionais, para tentar diminuir ao máximo os desperdícios que tínhamos no momento”, relata o gerente de planta. Neumann pontua que os
líderes da companhia preferiram ir atrás de alternativas para tornar a crise menos impactante aos negócios, ao invés de ficar olhando a turbulência passar e esperar por uma possível melhora. “Estudamos o mercado e percebemos que havia espaço para produtos novos, principalmente no Brasil. Por isso, nossa engenharia está trabalhando fortemente para oferecer soluções diferenciadas ao mercado”, declara. Para o gerente da fábrica de bombas, o grande segredo está em escolher muito bem os investimentos que serão realizados, controlando despesas e erradicando o desperdício. “Estar ao lado do cliente, ajudando-o a entender e encarar seus desafios é algo fundamental”, aconselha. “É preciso ver as necessidades dos parceiros do mercado e auxiliá-los com as melhores soluções, pois assim ambos sairão ganhando”, observa Neumann. Informações estratégicas Em um cenário de crise, estudar o mercado antes de agir é também algo primordial. A em-
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Fernando Favoretto
gestão empresarial
Harumi Nomura, gerente de RH da Sandvik Coromant: “A gestão de pessoas se faz necessária por fazer parte do negócio”
presa deve reavaliar as estratégias de atuação para que todos os profissionais sigam a nova realidade do mercado. Desta forma, para começar a inovar, desenvolver um plano de fatores inibidores e facilitadores é um ótimo caminho. Francisco Marcondes acredita que elaborar um sistema eficiente de informação de mercado pode ajudar (e muito) as companhias. “Deve-se identificar onde estão os focos de incêndio e onde é possível redirecionar esforços para compensar algo que está sendo perdido”, assinala. “O principal é estar munido de ferramentas que auxiliem a prever o futuro do segmento de mercado onde se atua”, complementa. E é neste momento que os sensos de criatividade e inventividade farão toda a diferença servindo como base para projetos inovadores e realmente relevantes. “É preciso ter sensibilidade para saber qual teoria se aplica em cada momento; ter a percepção correta do mercado é muito importante”, opina Marcondes. 22 O Mundo da Usinagem
Estudar casos de sucesso de outras pessoas e empresas que encontraram soluções em tempos de crise é uma ótima forma de buscar incentivo e inspiração: com isso, poderão ser planejadas ações com base nos acontecimentos e na realidade atual. Neste contexto, quem conta com uma equipe de profissionais capacitados e bem treinados larga na frente na hora de montar uma nova estrutura de atuação e colocá-la em prática. De acordo com Mirian Zacareli, sempre se deve investir no desenvolvimento pessoal e profissional dos colaboradores da empresa. Contudo, na maioria das organizações, os profissionais operam com apenas 60% de sua capacidade – mais um motivo para se investir neste campo. “A qualificação das pessoas, seu aprendizado e conhecimento farão com que elas tenham as informações necessárias para elaborar soluções decisivas nos momentos certos”, esclarece a consultora. Harumi Nomura, gerente de Recursos Humanos da Sandvik Coromant, afirma que o melhor caminho é atua lizar constantemente os profissionais da empresa, inclusive recorrendo a treinamentos especializados. Segundo
gestão empresarial ela, desta forma os colaboradores estarão melhor preparados para tomar decisões e encarar novos desafios, trabalhando com mais segurança. “Treinar é essencial para obter resultados já no curto prazo”, enfatiza Harumi.
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Gestão atenta Na opinião da gerente de RH, a crise está evidenciando que as organizações requerem um plano eficaz de gestão de pessoas, pois assim poderão se destacar em termos de competitividade, já que estarão preparadas para enfrentar mudanças. “A gestão de pessoas se faz necessária por fazer parte do negócio, não deve ser vista como um apêndice de custo”, ressalta Harumi. Ao aplicar um método eficiente de gestão de pessoas, a empresa estará ciente de que em um momento de recessão é importante manter o quadro de funcionários composto por profissionais mais qualificados e produtivos; além de redistribuir as atividades entre os colaboradores e focar energia em ações que geram rentabilidade. A consultora Mirian Zacareli acrescenta dizendo que as energias
Estudar casos de sucesso de empresas que encontraram soluções em tempos de crise é uma forma de buscar inspiração 24 O Mundo da Usinagem
O treinamento dos profissionais é algo essencial para se obter resultados no curto prazo devem ser canalizadas para ações efetivas. “Os líderes devem ser realistas para perceber as oportunidades que situações turbulentas podem proporcionar, utilizando suas habilidades e competências para encontrar recursos, forças e mecanismos para alinhar as metas da organização com as dos indivíduos de cada equipe”, destaca. Além disso, é imprescindível que a liderança resgate na equipe o foco das atividades, reforce orientações de atuação e esteja sempre próxima para apoiá-la a assumir a nova postura e visão frente ao cenário econômico atual. O gerente de planta da Wea therford mostra-se bastante otimista com o momento vivido. “Acredito que esta seja uma grande oportunidade de crescimento interno para o País: se tomar as decisões corretas, seguramente o Brasil sairá muito mais fortalecido deste período”, pondera Neumann. Marcondes ainda finaliza: “Não é possível ter sucesso na crise sem gostar dela. É preciso apaixonar-se por desafios para buscar neles as oportunidades de se fazer grandes negócios”. Natália Carcavilla Jornalista
chão de fábrica
Educação continuada,
Divulgação Mercedes-Benz do Brasil
uma vertente da competitividade
Profissionais que acompanham as inovações técnicas ajudam a garantir a qualidade dos processos produtivos da fábrica
Atualização constante impulsiona carreira do colaborador e traz benefícios também para as empresas
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o mercado atual, as empresas que têm sucesso em seus negócios são formadas por profissionais que, além de competentes, estão sempre bem informados. Neste contexto em que a agilidade de trocas de informação é tão valorizada, o profissional deve buscar constantemente seu aperfeiçoamento, focando em
conceitos que sejam diferenciais no mercado. Esta atualização deve ser feita com certa periodicidade não só com a finalidade de desenvolver a carreira do colaborador, mas também para cooperar com a melhoria dos processos da empresa onde trabalha. Em 2007, somente o SENAI São Paulo registrou 930.449 ma-
Fotos: Divulgação Mercedes-Benz do Brasil
Treinamentos in-company apresentam uma alternativa econômica para renovação do conhecimento dos colaboradores trículas em cursos técnicos. Já em 2008, este número subiu para 1.160.994. Roberto Spada, diretor técnico do SENAI São Paulo, afirma que o aumento é sinal de que as empresas têm tomado iniciativas para qualificar seus gestores, configurando um corpo de funcionários que poderão garantir o diferencial no mercado em que atuam. “A busca de novos conhecimentos e o domínio de novas tecnologias é o que vai garantir que o profissional se mantenha no mercado, além de tornar eficaz e estratégica sua
Neste contexto em que a agilidade nas trocas de informação é tão valorizada, o profissional deve buscar seu aperfeiçoamento constantemente
função na empresa”, explica. De acordo com Spada, todos ganham com a atualização dos funcionários. Para o profissional, é um atrativo a mais no mercado, para a empresa, um aumento na competitividade e qualidade das operações e, para o País, a garantia da ampliação do desenvolvimento econômico.
Investimentos necessários Apesar de todos os benefícios que a educação continuada proporciona, o empresário deve estar ciente de que tempo e capital devem ser investidos neste processo. Segundo Nixon Vieira Malveira, Professor de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Paraná (UFPR), além das feiras, congressos e cursos on-line, há os treinamentos in-company, que são realizados dentro da própria companhia, e que podem apresentar uma forma econômica de levar informação aos funcionários. “Estes cursos abordam casos específicos focados na realidade do setor, apresentam custos mais baixos do que os treinamentos realizados fora da empresa, além de alcançarem um público maior”, explica Malveira. Rosemary de Almeida Silva, supervisora de Recrutamento,
Mercedes-Benz do Brasil realiza treinamentos regulares para garantir a atualização de seus profissionais O Mundo da Usinagem 29
Treinamento e Desenvolvimento de Pessoal da Mercedes-Benz do Brasil conta que, entre outras ações, a empresa também realiza os cursos de capacitação in-company com a finalidade de buscar o aperfeiçoamento de seus colaboradores. “Neste tipo de capacitação, a empresa e o funcionário contribuem com parte de seu tempo, mas os cursos devem ser programados em horários em que haja disponibilidade de ambos, para que não acarrete em prejuízo para as partes envolvidas”, acredita a supervisora. Responsabilidade profissional Atualmente, as empresas reconhecem a importância da atualização constante de seus profissionais e programam-se para que eles tenham a oportunidade de participar de ocasiões que agreguem conteúdo inovador ao seu trabalho. No entanto, cabe ao 30 O Mundo da Usinagem
Cursos técnicos do SENAI capacitam profissionais para que se tornem diferenciais nas empresas funcionário manter-se informado das novidades de seu setor e buscar capacitação para seu desenvolvimento profissional. A supervisora de Recrutamento da Mercedes-Benz afirma que a união empresa–profissional é vantajosa para o desenvolvimento das duas partes – entretanto, o maior interessado deve ser o funcionário. “A empresa pode e deve colaborar, incentivar e disponibilizar recursos, mas a responsabilidade do desenvolvimento cabe a cada indivíduo”, declara Rosemary. Paralelamente à busca do colaborador pelo aumento de sua produtividade e qualidade do que produz, também há a necessida-
de de promoção de sua própria capacitação e o desenvolvimento de suas habilidades. De acordo com a supervisora, estes dois âmbitos devem estar estritamente ligados, enriquecendo um ao outro mutuamente. “A reciclagem de conhecimento é considerada um dos itens essenciais para a manutenção da competitividade de nossa empresa, e com isso o profissional que a detém se torna cada vez mais essencial para a companhia”, garante. Com o objetivo de fornecer base para a educação continuada de seus funcionários, a Mercedes-Benz elabora treinamentos que são atualizados anualmente, alguns deles tratando de temas técnicos e outros abordando questões comportamentais. “Os programas que oferecemos estão disponíveis para todos os colaboradores, mas também avaliamos as necessidades individuais do profissional, que são atendidas de acordo com nossa escala de prioridade”, explica. Divulgação UFPR
Izilda França
Chão de fábrica
Alunos do curso de Engenharia Mecânica da UFPR aprendem com o professor Dalberto Costa sobre medição de potência e força de usinagem
Experiência externa Além de participar do cronograma de treinamento interno, é fundamental que os profissionais tenham uma visão ampla do que ocorre diariamente no mercado onde atuam, frequentando feiras, congressos e trocando experiências com outras pessoas do setor. “A grande vantagem dos eventos fora das empresas é que há uma troca de conhecimento entre várias realidades além dos muros da própria fábrica”, afirma Malveira, da UFPR. Segundo Francisco Marcondes, gerente de Marketing e Treinamento Técnico da Sandvik Coromant, o treinamento ideal é aquele que une os gestores da fábrica com a experiência de consultores especialistas de fora. “O profissional da empresa mostra a realidade interna, os principais desafios, limitações e oportunidades, além de explicitar o perfil do pessoal a ser treinado;
Divulgação Mercedes-Benz do Brasil
Chão de fábrica
Difundir as informações adquiridas nos treinamentos é essencial para o desenvolvimento de toda a companhia já o profissional que vem de fora contribui com o método de ensino, com a didática, dinâmicas de aprendizado e também com sua visão mais ampla do mercado”, opina Marcondes. Contudo, mais do que adquirir novos conhecimentos, é fundamental que estes sejam disseminados por toda a organização. De nada vale a perícia técnica recebida e absorvida pelo pessoal do topo da cadeia laboral, se esta perícia não puder ser convertida em ações
Diferença entre cursos de formação e atualização Após o período da formação acadêmica, o profissional encontra no trabalho uma oportunidade de consolidar na prática os conhecimentos adquiridos nos estudos. Depois de alguns anos, a reciclagem de seu conhecimento por meio da educação continuada pode significar uma propulsão em seu posicionamento no mercado de trabalho. Mas é importante notar que os cursos de formação e os cursos de atualização se diferem bastante em seu conteúdo. Os cursos técnicos de formação de aprendizagem na área industrial apresentam em média 1.600 horas. Já os de formação continuada têm uma carga horária de 100 a 200 horas e são voltados para profissionais que estão nas empresas e pretendem desenvolver uma competência específica.
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competitivas por parte dos demais elos da força de trabalho. A visão do novo deve contemplar todos os níveis funcionais, para que haja comprometimento e sintonia de ações. Para isso, é preciso que se desenvolva métodos e contextos que possam promover as novas visões e obter o comprometimento de todos para um futuro de melhoria contínua. “Não é possível ter uma empresa reciclada e atualizada se todos os setores envolvidos na estratégia de inovação não estiverem integrados e comprometidos com o processo”, assegura Marcondes. Portanto, o investimento das empresas na atualização de seus funcionários pode garantir que a companhia esteja à frente no mercado, já que a informação possibilita a tomada de decisões adequadas ao momento em que o setor se encontra e qualifica, tanto empresa quanto funcionário, para avançarem juntos no crescimento de seus negócios. Thaís Tüchumantel Jornalista
tendências e oportunidades
Economize
Arquivo AB Sandvik Coromant
praticando o óbvio
Ao identificar o intervalo mais eficiente para a adoção de uma velocidade de corte, é possível obter maior economia e produtividade nas usinagens 34 O Mundo da Usinagem
D
e acordo com a teoria da velocidade econômica desenvolvida por Taylor, é possível identificar o intervalo de máxima eficiência para a adoção de uma velocidade de corte. O conhecimento deste intervalo permite adequar o fluxo de produção entre a máxima economia ou a máxima produtividade da usinagem, em função do que for mais interessante em um determinado momento.
De modo genérico, utilizandose velocidades abaixo da de mínimo custo, a produção se encarece, devido ao tempo de usinagem que aumentará, gerando um custo maior por peça produzida, pois ao se distribuir o valor da hora/máquina por um menor volume de peças, cada peça, individualmente, custará mais. Por outro lado, ao se adotar velocidades acima da de mínimo custo, até um determinado ponto, obtém-se a vantagem de
Se o lote for de uma única peça, ainda que se aumente a velocidade de corte, a máquina seria parada de qualquer forma ao término do trabalho para a substituição da aresta, também tende a zero. Assim, se o lote for de uma única peça – ainda que se aumente consideravelmente a velocidade de corte –, a máquina seria parada de qualquer forma ao término do trabalho. massa x lote único Os custos improdutivos gerados com o manuseio de máquinas e ferramentas ficam muito mais evidentes nos casos de produção em massa; entretanto, nos lotes Fotos: Arquivo AB Sandvik Coromant
um volume maior de peças produzidas por hora, embora a um custo superior, devido ao aumento do consumo de ferramentas. Porém, quando a velocidade de corte for muito alta, fazendo com que as paradas de máquina para troca de ferramentas sejam tão frequentes que a produção horária de peças começe a cair, perde-se a vantagem mencionada anteriormente e fica-se apenas com o custo superior. Por esta razão, é interessante que se atue sempre entre os dois extremos, pois fora deles não se tem qualquer vantagem – nem economia, nem produtividade. Conforme já mencionado, velocidades de corte mais elevadas implicam custos com ferramentas mais dispendiosos; contudo, quanto mais próximo de zero for o lote de peças, relativamente menos importante se torna a resistência da ferramenta, pois, quando o volume de serviços é mínimo, o número de paradas de máquina,
Utilizando velocidades abaixo da de mínimo custo, a produção se encarece, devido ao tempo de usinagem que aumentará
com poucas peças a ordem de produção é encerrada antes que o operador se dê conta de quanto uma ferramenta é melhor ou pior. Alguém que trabalhasse só com lotes pequenos e desejasse fazer um teste comparativo entre duas pastilhas de metal duro, por exemplo, teria que acompanhar o quanto de serviços cada uma realizou até que chegasse ao fim da vida – ou seja, uma análise de currículo de produção. No total de serviços realizados, quantos metros teriam usinado cada uma delas? Que volume total de cavacos teriam removido? Quantas peças em desbaste, quantas em acabamento? E assim por diante. Ao fim de alguns acompanhamentos, seria possível identificar a pastilha mais realizadora, ou seja, aquela capaz de promover o melhor custo–benefício. Reforçando, o prejuízo por se O Mundo da Usinagem 35
Arquivo AB Sandvik Coromant
Quanto maior o volume de serviços, mais se torna interessante a utilização de ferramentas distintas para acabamento e desbaste
adotar uma ferramenta inadequada é mais evidente em produções em massa; contudo, perde-se muito dinheiro com ferramentas inadequadas na produção de lotes pequenos, justamente porque isto é menos visível. E tudo o que é menos visível tende ao desprezo. Ao se trabalhar com lotes de poucas peças, e não se pensando em tirar o máximo proveito de uma ferramenta em serviços futuros, uma alternativa é adotar a máxima velocidade permitida pela potência da máquina, obviamente levandose em conta o acabamento desejado na peça e os limites da pastilha em termos de resistência mecânica, considerando também uma formação aceitável dos cavacos. Quanto maior for o volume de peças a ser produzido e quanto mais frequente for a sua reincidência na produção, mais fácil será justificar o investimento em um ferramental mais sofisticado para a sua execução, e vice-versa. Para um volume anual de alguns milhões de peças, um ferra36 O Mundo da Usinagem
mental mais sofisticado e custoso é mais que justificável, pois nesses casos até mesmo a construção de uma máquina especial para a produção dedicada pode tornarse viável. O ganho de um segundo no tempo de usinagem de uma peça de lote único significa bem pouco; porém, o ganho desse mesmo tempo na produção de dois milhões de peças significaria a economia de dois milhões de segundos – ou 555 horas –, que passaria a ser um valor importante. Assim, quanto maior o volume de serviços, mais se torna interessante a utilização de ferramentas distintas para acabamento e des-
baste, enquanto que para lotes pequenos a mesma ferramenta utilizada no desbaste pode ser também utilizada para o acabamento, economizando assim uma troca de ferramentas. Todas as considerações acima são bastante óbvias, mas nem sempre observadas. Por esta razão, pode-se afirmar que muito da competitividade da indústria da usinagem se perde, ainda hoje, justamente por isso: pela falta de observância do óbvio. Francisco Marcondes Gerente de Marketing e Treinamento Técnico da Sandvik Coromant do Brasil
Divulgação Volvo
notícias&curiosidades I
Ergonomia
bem-estar e produtividade garantidos Aplicação da disciplina em ambientes fabris diminui o risco de acidentes e aumenta o rendimento dos colaboradores
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aixa produtividade, afastamento de profissionais e até acidentes de trabalho são adversidades que empresas de pequeno, médio e grande porte enfrentam constantemente. E todos estes problemas podem ser resolvidos com a ajuda de um simples conceito, a ergonomia. Mas o que é exatamente ergonomia? Esta ciência pode ser explicada de diversas maneiras; segundo a Associação Internacional de Ergonomia, é uma “disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou 38 O Mundo da Usinagem
sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema”. Portanto, a aplicação da ergonomia em ambientes fabris tem como objetivo a adaptação do local de trabalho às necessidades do indivíduo, visando a preservação da saúde e o conforto dos colaboradores. Alguns especialistas afirmam que o conceito sempre existiu, surgindo provavelmente com o homem pré-histórico, quando escolhia armamentos que se adaptassem bem ao seu corpo, como a preferência
por uma pedra que se encaixasse melhor nas mãos. No entanto, foi no dia 12 de julho de 1949 que a ergonomia surgiu oficialmente, quando cientistas e pesquisadores reuniram-se na Inglaterra com o intuito de formalizar este novo ramo da Ciência. Na prática De acordo com Fabiano Soto e Daniel Gomes, especialistas em ergonomia e diretores da Ergolife Consultoria, esta prática começou a ser aplicada em todo o mundo inicialmente no chão de fábrica,
Ergonomia busca a adaptação do ambiente de trabalho às necessidades do indivíduo
Fernanda Feres
onde sempre existiu maior demanda por soluções ergonômicas e, posteriormente, foi adotada também nos escritórios das empresas. “A necessidade é maior em locais fabris, pois as máquinas e ferramentas utilizadas raramente são adaptadas às necessidades dos profissionais”, revela Gomes. “No Brasil, na maioria das vezes, estes maquinários são trazidos do exterior e não estão de acordo com as características físicas do brasileiro, o que pode até gerar problemas de postura para o colaborador que opera o equipamento”, acrescenta o especialista. Segundo Soto, a adaptação do ambiente de trabalho é essencial para o bom desempenho geral da empresa, pois garante a satisfação e bem-estar dos profissionais,
Da esq. para a dir.: Daniel Gomes e Fabiano Soto, especialistas em ergonomia e diretores da Ergolife Consultoria evitando doenças ocupacionais, como tendinites e lesões na coluna. “Postos de trabalho mal planejados geram desconforto, desvios posturais, além de causar estresse e até acidentes, comprometendo a produtividade e saúde dos colaboradores”, explica. No Brasil, já se falava em ergonomia na década de 1970, mas foi nos anos 90 que ela começou a ser colocada em prática com a criação da NR 17 – norma regulamentadora que visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisio-
Dicas para o dia a dia Ao sentar, encoste-se na cadeira, mantendo a coluna reta Ao subir escadas, não incline o corpo para não sobrecarregar a coluna Ao andar, procure manter o tronco ereto, os ombros em linha reta e a cabeça erguida Não permaneça muito tempo na mesma posição durante o dia Durma de lado e com as pernas dobradas Utilize monitores de computador a 50 centímetros dos olhos para evitar a fadiga visual
lógicas (psíquicas e fisiológicas) dos trabalhadores. No início, a questão legal foi a principal motivação para a adoção da ergonomia no meio empresarial no País. Atualmente, fatores como diminuição de risco de acidentes e de afastamentos, assim como aumento do rendimento das operações, também são considerados na hora de investir nesta área. Soto acredita que a maior parte das empresas utiliza a ergonomia como uma solução para problemas gerados por ambientes de trabalho que não foram estruturados adequadamente às necessidades de operação dos colaboradores. Porém, ressalta que algumas companhias, como grandes multinacionais, já enxergam esta prática como preventiva e adotam-na com o intuito de manter a qualidade de vida de seus profissionais, obtendo assim maior rendimento e produtividade de todos os processos. “O que procuramos transmitir para as empresas é que a aplicação da O Mundo da Usinagem 39
notícias&curiosidades I
Benefícios da ergonomia Diminuição do risco de acidentes de trabalho e afastamento de profissionais Redução de doenças ocupacionais na equipe Aumento do rendimento e bem-estar do profissional Preservação da saúde do profissional Aumento da produtividade nos processos
ergonomia é um investimento que proporciona bons resultados e pode prevenir possíveis erros que no futuro custarão valores mais altos – portanto, é uma escolha que vale a pena pelo custo–benefício”, aponta Soto. Passo a passo Para quem quer começar a investir em ergonomia, o primeiro passo é entrar em contato com uma empresa desta área e marcar a visita técnica de um especialista na companhia. Soto aponta que é primordial identificar o motivo pelo
Adaptação do ambiente de trabalho é essencial para o bom desempenho da empresa, pois garante a saúde e bem-estar dos profissionais 40 O Mundo da Usinagem
qual a empresa está solicitando o serviço. “Muitas empresas procuram aplicar a ergonomia somente quando há profissionais afastados e lesionados, ou quando ocorrem acidentes de trabalho”, conta o especialista. “O ideal é que estes conhecimentos sejam adotados de forma permanente”, completa. Depois de identificadas as necessidades de melhoria, a empresa contratada realiza uma análise e aponta soluções, com a indicação de itens que devem ser modificados nos postos de trabalho. Soto explica que, para alcançar os resultados esperados, é fundamental manter um acompanhamento constante, tanto do consultor quanto da empresa cliente, pois a ergonomia é uma solução que apresenta seus resultados no médio e longo prazo. “Todo o processo é um trabalho de equipe e torna-se ineficaz se a empresa que solicitou o serviço não se compromete a realizar os procedimentos recomendados para cada caso”, especifica. Gomes destaca também a importância do crescimento do emprego da ergonomia no meio empresarial, visto que tem sido considerado por muitos um investimento que traz excelentes retornos. “É importante que as empresas continuem neste processo de conscientização, já que a aplicação destes cuidados é benéfica para o colaborador e para a companhia”, finaliza. Fernanda Feres Jornalista
Divulgação Hexagon Metrology
notícias&curiosidades Ii
Tecnologia de precisão intensificada Com inauguração de nova unidade e lançamento de máquina de medição por coordenadas, Hexagon Metrology expande capacidade produtiva no País
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etrologia é a ciência das medições, formada por aspectos teóricos e práticos que asseguram a precisão exigida no processo produtivo industrial; uma metodologia que garante a qualidade dos produtos e serviços por meio da calibração com instrumentos de medição. Neste sentido, a metrologia industrial é fundamental para o crescimento e inovação tecnológica do mercado, sendo capaz de promover competitividade e criar um ambiente favorável ao desenvolvimento industrial. 42 O Mundo da Usinagem
Considerada uma das empresas líderes mundiais neste segmento, a Hexagon Metrology oferece ao mercado soluções que vão desde calibradores manuais, braços articulados e softwares de medição até sistemas de escaneamento a laser e fotogrametria, construídos sob medida para aplicações específicas, como medição de estruturas de aeronaves ou de carrocerias de veículos e módulos espaciais. Presente em 38 países, a companhia de origem sueca mantém uma unidade fabril na cidade de São Paulo, localizada na região
de Interlagos, além de outras filiais distribuídas por todo o País. Apostando no mercado brasileiro, a empresa pretende ampliar sua produção com a abertura de uma nova fábrica, que deverá ser construída no interior de São Paulo. Crescimento Equipamentos das linhas Global, Discovery e Tesa são alguns dos itens fabricados na unidade de Interlagos da Hexagon, onde são montadas tanto máquinas de pequeno quanto de grande porte. Na nova fábrica, que deverá ser inaugu-
notícias&curiosidades Ii rada em meados de 2010, deverão ser fabricadas principalmente as máquinas maiores, com destaque para os modelos da linha Inspector, Pionner e Micro Hite 3D. Para Claudio Simão, diretor presidente da Hexagon, a construção da nova unidade de produção será importante para a expansão do grupo no território nacional. “Fabricamos hoje na unidade de São Paulo aproximadamente 150 máquinas por ano e, com esta nova fábrica, duplicaremos nossa capacidade de produção”, aponta. O diretor ainda ressalta que, por ser uma empresa globalizada, a Hexagon procura investir em países emergentes, pois acredita em seus potenciais de crescimento. “Vamos construir esta nova unidade porque acreditamos que o mercado brasileiro oferece muito espaço para a metrologia”, acrescenta. Além das linhas Global, Discovery e Tesa, a nova fábrica também produzirá a Inspector BR, novidade lançada durante a 12ª Feimafe - Feira Internacional de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura, que ocorreu no Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi, em São Paulo, entre os dias 18 e 23 de maio. Inspector BR, primeira máquina de medição por coordenadas CNC fabricada pela Hexagon Metrology no Brasil 44 O Mundo da Usinagem
Melhor custo–benefício Projetada para pequenas e médias medições e adequada para aplicações industriais como inspeção inicial e final de peças, qualificação de dispositivos de inspeção e controle de processos, a Inspector BR – primeira máquina de medição por coordenadas CNC fabricada pela Hexagon no Brasil – promete altas performances e ótimo rendimento operacional. Isso porque seu exclusivo desenho triangular na ponte de medição a torna extremamente rígida, proporcionando-lhe precisão e estabilidade. A máquina ainda possui motores remotos de acionamento que reduzem a massa móvel para alta velocidade, dissipando assim o calor para longe de sua estrutura. O produto também apresenta peso reduzido, oferecendo excelente velocidade e aceleração. Outro diferencial deste lançamento é seu projeto de contrabalanceamento pneumático patenteado, que melhora o desempenho da máquina. De acordo com Danilo Lapastini, Diretor Executivo da Hexagon, “a Inspector BR oferece um ótímo custo–benefício, já que não existe produto similar com estas características, que apresente tanto preço acessível quanto excelente desempenho para empresas de pequeno e médio porte”. Fernanda Feres Jornalista
Divulgação Messe Brasil
notícias&curiosidades iiI
Empresas expuseram novas alternativas para usinagem na Intertooling 2007
Intertooling Brasil traz alianças promissoras Três importantes eventos do mercado de ferramentais propõem integração para o setor
C
om o intuito de oferecer soluções para o mercado de ferramentais, a Intertooling Brasil 2009 – Feira e Congresso Internacional de Tecnologia de Ferramentais traz uma novidade para os visitantes e expositores de sua terceira edição, que ocorrerá no Expo Center Norte, em São Paulo. Entre os dias 14 e 17 de julho, três eventos serão realizados simultaneamente: 46 O Mundo da Usinagem
Intertooling Brasil, Moldes 2009 – 7º Encontro da Cadeia de Ferramentas, Moldes e Matrizes e 2º Encontro Nacional de Ferramentarias (Enafer). Direcionada a um segmento profissional específico, a feira pretende trazer inovações de alta qualidade, tanto para o mercado nacional quanto para o sul-americano. Daniel Pfeiffer, atuante comercial da Messe
Brasil, organizadora do evento, explica que o objetivo da união com a Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais é discutir e gerar soluções cada vez mais eficazes para as empresas. “O Moldes 2009 é uma proposta que debate a evolução de novas tecnologias na fabricação de ferramentais, e a Intertooling Brasil apresenta novas propostas e métodos de trabalho”, explica Pfeiffer.
Visitantes do setor reunidos para troca de experiências durante a 2ª edição da Intertooling contínua”, assegura Pfeiffer. De acordo com Richard Spirandelli, gerente de Marketing da Messe Brasil, o resultado mais significativo desta integração é o grande impulso comercial dado às empresas usuárias e fabricantes de ferramentais, para que ampliem e consolidem relacionamentos com seus fornecedores. “Atingir as expectativas de um público altamente capacitado, realizando um evento difusor de conhecimento e que apresente soluções seguras ao mercado técnico é, ao mesmo
Fotos: Divulgação Messe Brasil
Potencial de mercado Desde sua primeira edição, a Intertooling Brasil mantém o lema “Do Design ao Ferramental de Produção”. Mantendo sua proposta, o evento vem registrando um crescimento expressivo a cada ano. Em 2005, contou com a participação de 84 empresas expositoras; já em 2007, atingiu a marca de 107 e, para 2009, as expectativas giram em torno de mais de 110 expositores. “Estas empresas são fabricantes de ferramentais, que desenvolvem moldes para injeção de alumínio, plástico, além de ferramentas de corte, dispositivos e sistemas para usinagem especializada”, detalha. No mercado de ferramentais, a porcentagem de empresas que participam de feiras ajuda a quantificar os benefícios que os eventos trazem ao setor. “Em nossa segunda edição, mantivemos 98% das empresas que participaram em 2005, e a prova de que o evento gera resultados positivos é a adesão
Tecnologia e inovação no estande da FASTPARTS, na edição de 2007
tempo, desafiador e estimulante”, complementa ele. Incentivo Paralelamente ao evento, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) organizará o Prêmio de Excelência Técnica Intertooling Brasil 2009, por meio do Centro de Competência de Manufatura. O objetivo é tanto incentivar soluções para o crescimento da competitividade estratégica, nacional e internacional, quanto valorizar inovações em processos e produtos – capazes de resultar em um aumento constante da qualidade do trabalho em equipe, da racionalização dos processos de fabricação e da diminuição do uso dos recursos energéticos. Duas categorias foram definidas para a premiação, Desenvolvimento para Competitividade e Inovação Tecnológica. Os troféus serão entregues durante a Intertooling Brasil 2009, como forma de homenagear as empresas que melhor cumprirem os requisitos. Fabíola Perez Jornalista O Mundo da Usinagem 47
Máxima Performance Com o intuito de suprir as necessidades atuais do mercado, a Grob desenvolveu o centro de 48 O Mundo da Usinagem
usinagem horizontal high speed BZ640 – evolução do modelo BZ500T –, uma máquina de quatro eixos destinada à usinagem de peças de médio porte. “Este modelo é mais robusto que o anterior e apresenta elevado torque, além de alta potência e rigidez, sendo ideal para usinagens pesadas”, observa Rogério Secchiero, gerente de Vendas da B. Grob do Brasil. Já o centro de usinagem universal G350 é capaz de usinar diferentes materiais, desde plásticos até aço inoxidável em séries de
pequeno a médio porte. Como diferencial, o modelo apresenta o quinto eixo opcional, além de ser uma máquina flexível – por ter a possibilidade de ampliar o magazine de ferramentas de 140 lugares para 221 –, oferecendo também alta rigidez e máxima robustez. “É um produto muito bem aceito pelo mercado, portanto estamos apostando fortemente na fabricação de máquinas de cinco eixos”, finaliza Secchiero. Fernanda Feres Jornalista
Movimentando o mercado Com a proposta de auxiliar clientes na compra e venda de máquinas-ferramenta usadas, além de proporcionar alto fluxo de informações sobre o mercado, a B. Grob do Brasil desenvolveu o site “Vende-se Máquinas”, onde são comercializados produtos de diversos fabricantes. Nesta interface, o papel da empresa é apenas
Website facilita a compra e venda de máquinas-ferramenta usadas
Fernando Sacco
notícias&curiosidades IV
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B. Grob do Brasil foi uma das empresas que se destacaram durante a 12ª Feimafe – Feira Internacional de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura. Fundada em 1926, na Alemanha, a fabricante de máquinas de usinagem veio para o Brasil, ainda na década de 50, para atender à crescente demanda da indústria automobilística. Até hoje a empresa segue mantendo representatividade significativa no mercado metalmecânico. Durante a feira, que ocorreu entre os dias 18 e 23 de maio, no Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi, em São Paulo, os principais destaques da companhia foram os centros de usinagem horizontal BZ500T e BZ640, assim como o centro de usinagem universal G350 de cinco eixos.
Grob aposta em máquinas de alta rigidez
intermediar as negociações. Para anunciar na nova mídia, os interessados podem acessar o site www. vendesemaquinas.com.br e cadastrar-se gratuitamente.
notícias&curiosidades V
H
á três anos, o engenheiro mecânico Alfredo Ferrari decidiu facilitar o aprendizado de estudantes do segmento industrial e proporcionar mais conhecimento aos interessados pelas tecnologias dos tornos automáticos. Para isso, ele criou um blog onde postava informações sobre o assunto – conhecimentos adquiridos ao longo de muitos anos de trabalho na área de usinagem. Seu interesse pela indústria de máquinas começou desde criança, quando visitava a fábrica de seu avô e brincava com os tornos. Ferrari resolveu levar esta diversão adiante e de forma tão séria que anos mais tarde formou-se engenheiro mecânico, passando por diversas experiências até alcançar o cargo de Diretor de Vendas da Ergomat – uma das principais fabricantes de tornos automáticos do País, onde iniciou sua carreira profissional. 50 O Mundo da Usinagem
Conhecendo o universo dos tornos automáticos Website agrega valor diferenciado aos estudantes e profissionais do setor metalmecânico Mais informação Recentemente, todo o conteúdo do blog de Ferrari foi organizado no website ‘Tecnologia do Torno Automático’, uma ferramenta que facilitou a pesquisa e a busca de informações sobre este tipo de máquina. “É um site extremamente didático que criei com o intuito de auxiliar profissionais e estudantes com base nos aprendizados que desenvolvi durante minha carreira”, explica o engenheiro. O website é dividido em formatos de conteúdo, como reportagens, crônicas e vídeos, sendo possível encontrar informações que vão desde a história dos tornos, suas características e tecnologias, até dicas de como escolher a máquina ideal. Segundo Ferrari, a nova página da Internet – que possui ferramentas que permitem aos usuários tirar dúvidas e fazer comentários – já alcançou ótimos níveis de visitação.
“Recebi perguntas até de Portugal”, celebra o engenheiro, que se dedica a respondê-las rapidamente. Ferrari espera que sua iniciativa agregue valor diferenciado aos profissionais do setor e ofereça praticidade para todos aqueles que queiram aprender sobre tornos automáticos. “As instituições e os profissionais de usinagem consideram este projeto uma forma de apoio ao ensino e ao desenvolvimento do mercado”, comenta. “Espero que também as pessoas que não possuam conhecimento sobre o assunto passem a compreendê-lo melhor”, finaliza. Fernanda Feres Jornalista Acesse o site Tecnologia do Torno Automático: www.tornoautomatico.com.br
A força do trabalho positivo
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esta edição de O Mundo da Usinagem foram entrevistados vários profissionais do setor metalmecânico, além de especialistas em treinamento e gestão de pessoas, entre outras áreas, que indicaram os principais passos que uma empresa deve trilhar para alcançar o sucesso nos negócios, mesmo em períodos de estagnação econômica. Aprendemos que, para contornar possíveis cenários turbulentos, é preciso que os profissionais da companhia estejam capacitados para encarar diversas situações, pois quando uma crise se instala na organização, no País ou no mundo, as tomadas de decisão devem ser elaboradas e colocadas em prática com agilidade e segurança. Assim, para que gestores e líderes possam encontrar oportunidades durante períodos de dificuldade e, principalmente, estejam preparados para enfrentar a recuperação do mercado, é fundamental que a organização mantenha em sua filosofia de trabalho uma cultura de aprendizado e aperfeiçoamento profissional constante. Não há como sobreviver a uma crise sem contar com o esforço e brilhantismo de uma equipe bem coordenada e estruturada, que saiba detalhes sobre o mercado no qual a companhia atua, domine os mecanismos de sua área, conheça profundamente os produtos e serviços que a empresa oferece, além de estar preparada para desenvolver novas soluções e estratégias em momentos oportunos. Sem dúvida, todas estas características são fundamentais para que as organizações possam ampliar sua atuação e consolidar seus negócios. Contudo, não basta estar preparado para encarar o mercado somente com a munição técnica; é essencial que a empresa prepare também o emocional de seus profissionais, propagando entre os colaboradores o otimismo. Em tempos de crise, o estresse diário toma conta de todos os profissionais de uma empresa. A pressão e a vontade de resolver rapidamente
52 O Mundo da Usinagem
os problemas muitas vezes sugam a energia dos profissionais, que aos poucos vão se desmotivando e desacreditando em seu talento. Para que circunstâncias como estas sejam evitadas, é primordial que cada indivíduo saiba de suas responsabilidades e acredite em seu potencial; tendo em mente que, após o período turbulento, mais e melhores frutos serão colhidos a partir do trabalho realizado com dedicação e energias positivas. Para incentivar o bom astral em líderes, gestores, coordenadores, gerentes, operadores e em todos os demais funcionários, a organização pode promover trabalhos motivacionais e também de integração entre seus colaboradores. Com isso, a empresa poderá fornecer periodicamente suporte psicológico a seus trabalhadores e também incentivar a troca de experiências. Somente confiando em seu potencial, executando um trabalho eficiente e acreditando na filosofia da companhia é que cada colaborador alimentará os bons ganhos da organização. Precisamos trabalhar sempre pensando no futuro de forma positiva, pois assim encararemos as situações de forma otimista e conseguiremos chegar aos excelentes resultados que tanto desejamos! José Edson Bernini Gerente Nacional de Vendas Sandvik Coromant
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54 O Mundo da Usinagem
Alcino Junqueira Bastos (Okuma): (11) 3049-5600 Alfredo Ferrari (Ergomat): (11) 5633-5021 Baumer: (19) 3805-7675 Braile Biomédica: (17) 2136-7000 Carlos Alberto Recchia (Deb’Maq): (35) 3433-8310 Claudio Simão (Hexagon Metrology): (11) 5525-6000 Daniel Gomes (Ergolife Consultoria): (11) 4792-9234 Daniel Lapastini (Hexagon Metrology): (11) 5525-6022 Daniel Pfeiffer (Messe Brasil): (47) 3451-3000 Edson Bernini (Sandvik Coromant): (11) 5696-5580 Evaristo Nascimento (Alcantara Machado): (11) 3060-5000 Fabiano Soto (Ergolife Consultoria): (11) 4792-9234 Francisco Marcondes (Sandvik Coromant): (11) 5696-5424 Giovanni Sacchi (ICE-Brasil): (12) 3156-4764 Giuliano Salin (Mazak): (19) 3464-9100 Glauco Bremberger (Okuma): (11) 3049-5600 Gnatus: (16) 2102-5000 Harumi Nomura (Sandvik Coromant): (11) 5696-5678 Hermes Lago (Romi): (19) 3455-9000 Jucilmar Neumann (Weatherford): (51) 3579-8400 Mirian Zacareli (Consultora): (15) 9782-7224 Nixon Vieira Malveira (UFPR): (41) 3361-3599 Opto: (16) 2106-7000 Richard Speirandelli (Messe Brasil): (47) 3451-3000 Roberto Spada (SENAI São Paulo): (11) 3146-7201 Rogério Secchiero (GROB): (11) 4367-9100 Ronaldo Padovani (ICE-Brasil): (12) 3156-4764 Rosemary de Almeida Silva (Mercedes-Benz): (11) 4173-6611 Sandro Oliveira (Grupo Megga): (11) 4529-4850
uma vertente da competitividade Notícias e curiosidades
Ergonomia contribui para o rendimento profissional
Máquinas e Investimentos
FEIMAFE 2009 movimenta o setor em período decisivo
anunciantes nesta edição O Mundo da Usinagem 58
Arwi. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Atlas Máquinas. . . . . . . . . . . . . . . . . 33 Betamacchine. . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Blaser . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 Casa do Metal. . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 Deb´Maq . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3ª capa Dormer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Dynamach. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Ergomat. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Grob . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Haas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 Hanna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 HDT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Hexagon . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Intertech . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Mazak. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 Mitutoyo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 Mori Seiki . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Okuma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 Ricavi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 ROMI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 Sandvik. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4ª capa Sandvik Local. . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Selltis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2ª capa Stamac . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Takamaz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Turrettini . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26/27
Movimento - Cursos
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