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Publicação da Sandvik Coromant do Brasil

issn 1518-6091 rg bn 217-147

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Standard ou especial? Escolha a ferramenta certa Tendências e oportunidades

CNH investe em sistemas de corte de alta precisão

Equipes autogerenciáveis

Estratégia para estimular a iniciativa e a criatividade



Luka Rister

pAra começar...

Toda mudança de clima é precedida de sinais sutis da natureza e não há lugar melhor para percebê-los do que no campo. É preciso estar atento, pois é na atenta observância que o homem peceberá o momento certo de investir as suas melhores sementes. Plantando bem e no momento certo, não demorará muito para que os celeiros voltem a transbordar em fartura.

O Mundo da Usinagem


Índice

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Publicação da Sandvik Coromant do Brasil

issn 1518-6091 rg bn 217-147

MI

Edição 05 / 2009

Standard ou especial? Escolha a ferramenta certa Tendências e oportunidades

CNH investe em sistemas de corte de alta precisão

Divulgação WEG

Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISSN 1518-6091 RG. BN 217-147

Equipes autogerenciáveis

Foto de Capa: Scania / Wagner Menezes

Estratégia para estimular a iniciativa e a criatividade

03 para começar 04 ÍNDICE / Expediente 06 Machine investmentS: QUANDO USAR UMA FERRAMENTA Standard ou uma ESPECIAL? 10 GESTÃO EMPRESARIAL I: VANTAGENS DAS EQUIPES AUTOGERENCIÁVEIS 20 gestão empresarial II: WEG APRIMORA PROCESSOS PRODUTIVOS 28 TENDÊNCIAS E OPORTUNIDADES: cNH - Mais produtividade COM o sistema automatizado de corte a laser 34 Notícias e curiosidades I: CURSO SUPERIOR PARA A ELETRÔNICA INDUSTRIAL 36 NOTÍCIAS E CURIOSIDADES II: BIKETRIAL, UM ESPORTE PARA QUEM TEM equilíbrio 42 NOTÍCIAS E CURIOSIDADES III: segundo semestre promissor para a DEb'maq 44 Nossa parcela de responsabilidade 46 anunciantes / distribuidores / fale com eles

e-mail: omundo.dausinagem@sandvik.com ou ligue: 0800 770 5700

EXPEDIENTE

O MUNDO DA USINAGEM é uma publicação da Sandvik Coromant do Brasil, com circulação de doze edições ao ano e distribuição gratuita para 20.000 leitores qualificados. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP. Conselho editorial: Aldeci Santos, Ancelmo Diniz, Aryoldo Machado, Edson Truzsco, Edson Bernini, Eduardo Debone, Fernando de Oliveira, Francisco Marcondes, Heloisa Giraldes, Nivaldo Braz, Nivaldo Coppini, Nixon Malveira e Vera Natale. Editor-chefe: Francisco Marcondes Coordenação editorial, edição de arte, revisão e produção gráfica: House Press Propaganda Jornalista responsável: Francisco Marcondes - MTB 56.136/SP Propaganda: Gerente de contas - Thaís Viceconti / Tel: (11) 2335-7558 Cel: (11) 9909-8808 Projeto gráfico: AA Design Gráfica: Van Moorsel

O Mundo da Usinagem



Machine investmentS

Em busca da

escolha ideal Na hora de selecionar uma ferramenta de corte, uma empresa deve avaliar qual modelo se adapta aos requisitos de seu cliente e às condições da produção

C

ada empresa está inserida em um contexto diferente, atendendo clientes distintos e respondendo a demandas específicas. Por esta razão, as soluções projetadas para cada planta devem ser personalizadas para que os resultados finais sejam eficientes e os mais proveitosos possíveis. Esta estratégia de atendimento não é diferente no setor de ferramentas de corte para usinagem. Para alcançar a produtividade máxima das operações, a escolha da ferramenta de corte exata deve ser encarada como parte essencial do planejamento da empresa e, se bem feita, pode resultar

O Mundo da Usinagem

em um aumento significativo do nível de competitividade do produto no mercado. Assim, na hora de eleger a ferramenta de corte mais adequada às suas necessidades é preciso levar em consideração as características do produto que será usinado, a demanda dos clientes da empresa e o tempo de produção da peça, além das propriedades das máquinas que serão utilizadas no processo. Ou seja, a escolha da ferramenta não deve ser feita isoladamente, mas em conjunto com outros fatores que podem influenciar em seu desempenho final. Por isso, vale

a pena dedicar atenção especial a esta etapa do projeto para obter melhores resultados. standard ou especial? Em um grande número de aplicações, as ferramentas standard podem ser utilizadas com bons resultados; além disso, elas têm sido modernizadas a cada dia. Oferecendo uma vasta gama de possibilidades para todo tipo de demanda, as ferramentas standard podem ser utilizadas para realizar usinagens mais rápidas, com maior precisão. Por outro lado, a oferta de ferramentas especiais vem cres-


O principal atrativo das ferramentas especiais é a redução no tempo de usinagem que proporcionam é a possibilidade de produzir mais peças executando apenas pequenas alterações no desenho da ferramenta. “Quando a empresa produz peças diferentes basta trocar um componente da ferramenta especial para que ela mesma produza as outras peças daquela família”, ensina Ferreira. Desenvolvidas sob encomenda, as ferramentas especiais são fabricadas a partir de um projeto de engenharia particular, elaborado para atender as necessidades de cada empresa que irá utilizálas; este projeto pode combinar várias operações de acordo com o produto que será usinado. Porém, devido à sua exclusividade,

Como eleger a ferramenta certa? Em cada planta, as soluções de usinagem devem estar adequadas à estratégia adotada pela empresa e às possibilidades oferecidas pelos equipamentos disponíveis para a operação. Por isso, não existe uma resposta padrão quando se busca encontrar a ferramenta de corte ideal; cada empresa deve avaliar as condições de sua produção e buscar a opção mais adequada para suas necessidades. Neste sentido, os seguintes itens devem ser avaliados:  Limites da máquina (torque, rotação e potência)  Dimensional da peça  Número máximo de ferramentas suportadas pelo magazine da máquina  Volume de produção da fábrica  Limites de fixação do dispositivo

Fotos: Fernando Favoretto

cendo cada dia mais no mercado. Os modelos desta categoria unem diversas funções conjugadas em uma só ferramenta e podem ser utilizados em operações de mandrilamento, fresamento, torneamento e furação, por exemplo. De acordo com Ronaldo Ferreira, supervisor de Machine Investments da Sandvik Coromant, o principal atrativo das ferramentas especiais é a redução no tempo de usinagem que proporcionam, pois realizam duas ou mais operações simultaneamente. “A ferramenta especial diminui o tempo de fabricação da peça, aumentando a produtividade”, informa o supervisor. Também no processo de preparação das máquinas, a linha especial apresenta vantagem quanto à agilidade da produção. Isto porque, com uma só ferramenta executando diferentes funções, não há necessidade de parar a máquina diversas vezes para as operações de montagem. Outra vantagem importante

quando uma ferramenta como esta é danificada, dependendo da quantidade de funções que ela agrega, seu reparo pode tomar mais tempo do que a manutenção de uma ferramenta standard. Ranulfo Vieira, supervisor de Projetos de Ferramentas Especiais da Sandvik Coromant, sugere como solução para estes casos que a empresa aposte em uma estratégia capaz de reduzir o eventual tempo de máquina parada com reparo de ferramenta. “Orientamos o cliente para que ele compre sempre dois modelos iguais da ferramenta especial pois, caso uma delas seja danificada, poderá ser substituída rapidamente pela outra, evitando atraso na produção”, assegura Vieira. Solução personalizada Enquanto que para algumas indústrias a ferramenta especial pode trazer maior produtividade, redução no tempo de usinagem e custos de produção mais baixos, para outras as ferramentas standard ainda podem ser as mais indicadas – por se adaptarem melhor às condições apresentadas pelas máquinas, pelo dispositivo de fixação ou pela dimensão da peça. O Mundo da Usinagem


Div­ulgação Sandvik Coromant

Machine InvestmentS

A participação do fornecedor das ferramentas no serviço de manutenção é fundamental Para que o investimento seja feito na direção correta, Ferreira recomenda que a decisão de adquirir novas ferramentas seja tomada em conjunto com todos os profissionais envolvidos no processo de usinagem. “Para optar sempre pelo modelo certo, deve-se consultar o fornecedor da ferramenta – que conhece as características de seu produto –, o fabricante do dispositivo – que sabe os limites de fixação – e o fornecedor da máquina – que define os limites com que ela atua”, explica Ferreira. Neste processo, um dos fatores decisivos é a condição da máquina na qual a ferramenta de corte será aplicada. Dependendo da potência, torque, rotação e magazine da máquina, os modelos standard podem ser os mais indicados, pois algumas máquinas podem não suportar o uso de ferramentas especiais. Por isso, a análise prévia dos fatores mencionados acima é essencial para verificar a compatibilidade destes parâmetros com a ferramenta escolhida. Após a decisão e a compra da ferramenta, é importante que o fornecedor ofereça apoio à empresa que adquiriu suas peças, indicando qual a melhor forma de utilização do produto sempre que o cliente precisar. Contudo, mesmo tendo escolhido a ferramenta certa, se a empresa que adquiriu o produto não tiver informações suficientes para a sua utilização, tanto a máquina quanto a ferramenta e a peça podem ser prejudicadas, colocando em risco a performance de toda a operação.

O Mundo da Usinagem

Ciente da importância deste acompanhamento, é comum o fornecedor de ferramentas oferecer apoio aos seus clientes também no pós-venda, disponibilizando informações para que as ferramentas adquiridas (standards ou especiais) sejam utilizadas da melhor forma possível e cumpram seu bom desempenho. Além disso, a manutenção das ferramentas é outro serviço que deve ser fornecido pela empresa. “É fundamental a participação do fornecedor das ferramentas neste serviço, pois ele conhece a fundo o projeto e as estratégias definidas em cada operação”, aponta Ferreira. Portanto, antes de adquirir um novo tipo de ferramenta de corte, procure fazer um planejamento aprofundado junto aos seus fornecedores. Só assim o seu investimento na ferramenta estará assegurado a ponto de garantir os melhores resultados no futuro! Thaís Tüchumantel Jornalista



gestão empresarial I

organizacional do trabalho

Com a adoção de equipes autogerenciáveis, indústrias têm alcançado maior agilidade para enfrentar as oscilações do mercado 10 O Mundo da Usinagem

I

ndependentemente do momento econômico no qual um país ou o mundo se encontra, uma coisa é certa: a busca pela melhoria das operações e dos processos dentro de uma empresa deve ser algo constante. Vivendo em um cenário de recessão econômica global – porém, a cada dia, um pouco mais otimista –, muitos empresários puderam perceber a importância de valorizar métodos de gestão que possibilitam a melhor organização

das atividades no chão de fábrica e também na administração. Entre as diversas estratégias que vêm sendo implementadas nas indústrias do País, podemos destacar a formação de equipes autogerenciáveis (EAGs) como uma tática eficaz para as empresas que estão interessadas em motivar e satisfazer seus colaboradores, conquistando por meio da gestão participativa bons resultados e baixos índices de desperdício.

Divulgação Volvo do Brasil

EAGs, a evolução


de adaptação das organizações aos novos padrões de consumo e produção, além de ampliar sua competitividade frente às variadas oscilações do mercado”. Tendo trabalhado por mais de 10 anos como engenheiro da Qualidade na ZF Sistemas de Direção – empresa líder mundial no fornecimento de sistemas de direção para o setor automotivo –, Avileis implementou EAGs em algumas células de produção da companhia. “Foi uma atividade bastante complexa e desafiadora, Divulgação Volvo do Brasil

Responsabilidade Considerada uma forma de organização do trabalho, a equipe autogerenciável pode ser definida como um grupo de profissionais que atua de forma coletiva, sendo todos encarregados de uma sequência completa no processo de produção de um bem ou serviço, destinado a clientes internos ou externos. De acordo com o engenheiro Laercio Avileis Junior (*), “a implementação de equipes autônomas atende a necessidade atual

Scania/Wagner Menezes

Além do comprometimento dos gestores, o incentivo da alta administração é essencial para o sucesso da autogestão

Comunicação direta e eliminação de desperdícios foram alguns dos benefícios alcançados na Volvo do Brasil

mas com o envolvimento da diretoria e o entendimento dos colaboradores conseguimos alcançar muitas das metas propostas”, relata o engenheiro. Com base em sua experiência, Avileis aponta que as equipes constituem o que se chama de célula autogerenciável, ou seja: uma célula que possui autonomia; utiliza sistemas visuais de gerenciamento; tem os colaboradores como ‘acionistas’ comprometidos com os resultados; prioriza o trabalho em equipe, estimulando a iniciativa; e atribui funções e responsabilidades para cada um de seus membros, podendo ainda ser auditada e certificada. O engenheiro acrescenta que, para viabilizar o êxito deste método de gestão, alguns pré-requisitos tiveram que ser atendidos. “Na ZF trabalhamos seguindo importantes norteadores, como o incentivo e o suporte da alta administração, a elaboração de planos bem definidos, células com centros de custos indivi­duais e processos e operadores bem selecionados, além da elaboração O Mundo da Usinagem 11


Sua produtividade é nosso negócio!

Amilto Matiazo, da Scania: “Objetivo da estratégia foi dar autonomia aos funcionários, além de estimular a criatividade e agilidade nas decisões” de uma gestão fundamentada em times”, completa ele.

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Transição de processos Atuando nas áreas de gestão da produção e cadeia de suprimentos, o professor Antonio Batocchio, da Faculdade de Engenharia da Unicamp, é quem explica o contexto histórico em que surgem as equipes autogerenciáveis. Por volta do final da década de 60, as experiências da Escola de Relações Humanas dos Estados Unidos, com o apoio dos estudos de pesquisadores do Instituto de Tecnologia Tavistock, de Londres (Inglaterra), resultaram na denominada Escola Sociotécnica da Organização do Trabalho. “Naquela época, por conta do surgimento do sistema celular de produção, as mudanças que estavam ocorrendo no chão de fábrica motivaram movimentos operários que formaram grupos autônomos de trabalho dentro das empresas”, esclarece Batocchio. Mais tarde, durante os anos 70, o interesse pelo assunto se 12 O Mundo da Usinagem

Scania/Wagner Menezes

gestão empresarial I

espalhou pelos países escandinavos, principalmente na Noruega e Suécia. “Nestes países, as experiências realizadas pela Volvo e pela Saab tiveram sucesso e foram comentadas em todo o mundo”, adiciona Avileis. Depois, em meados de 1985, a atenção dos grupos autônomos foi tomada pelo Círculo de Controle de Qualidade – CCQ, idealizado no Japão. “Nesse momento, o Japão substitui a Suécia como modelo de trabalho em equipe; porém, a partir de 1990 o interesse por times de trabalho ressurgiu e até hoje tem sido aplicado e desenvolvido nas empresas”, esclarece o engenheiro que trabalhou na ZF. Ainda neste sentido, Batocchio pondera que, com o advento das células de manufatura e a necessidade de operadores multifuncionais, constatou-se que o emprego da estratégia de gestão das EAGs nas indústrias seria apropriado para conquistar os ganhos de produtividade necessários. Para isso, seria preciso investir na otimização da mão de obra – reduzindo o nú-


mero de operadores e enriquecendo suas funções, responsabilidades e autonomia.

tação do modelo de gestão desenvolvido na Suécia muitos anos antes. “Percebemos a necessidade de ter profissionais que pudessem trabalhar com a mínima supervisão direta, sendo eles conscientes e comprometidos em compartilhar responsabilidades”, detalha Daniel Lima, técnico da Qualidade da Volvo do Brasil. Com o tempo, os benefícios da opção por equipes autogerenciáveis começaram a aparecer na empresa: maior satisfação dos colaboradores, melhoria do ambiente de trabalho, cumprimento das metas departamentais, redução de desperdícios e custos de operação

Divulgação Scania

Grande Desafio Entretanto, o grande desafio para a implementação de EAGs está na transição do modelo convencional para o de profissionais que se autogerenciam. Para Batocchio, esta mudança passa por um processo de quebra de paradigmas dos colaboradores da empresa, o que pode despertar medo e instabilidade em algumas pessoas. “Quanto mais difícil for a quebra dos paradigmas, mais árduo será o processo de mudança”, pontua o professor. “Mas não se pode afirmar que há um processo de transição no Brasil, pois a maioria das empresas nacionais ainda trabalham com o modelo convencional; as experiências que temos são, em grande parte, de subsidiárias de multinacionais”, observa ele. Este é o caso da Volvo do Brasil, que iniciou em 1998 a implemen-

O ideal é buscar profissionais que tenham visão ampla e estratégica dos negócios da empresa

Uma forma de preparar autogestores é desenvolver no profissional características como liderança e pró-atividade O Mundo da Usinagem 13


gestão empresarial I

Para implantar uma EAG é fundamental estabelecer objetivos claros sobre o que será colocado em prática e otimização de recursos, além dos ganhos de produtividade. “Nosso grande acerto foi ter realizado todos os estudos necessários, aplicando paralelamente diversos treinamentos nas áreas, desde profissionais de base até o mais alto nível hierárquico”, comenta Lima. Segundo o técnico, a ideia era eliminar todos os modelos do passado para implementar

a nova gestão, seguindo a meta de identificar e erradicar desperdícios, atuando em um ambiente onde as pessoas interagissem sem barreiras entre elas. Planejamento Para não errar na hora de implantar equipes autogerenciáveis, é fundamental que algumas etapas sejam seguidas. Contudo, o professor Batocchio ressalta uma conduta em especial: “O principal é o estabelecimento claro e objetivo do que será posto em prática”. Em linhas gerais, é preciso elaborar um planejamento estratégico da organização especificamente para a adoção das células autogerenciáveis. Este planejamento inicia-se com a sensibilização e

conscientização sobre as EAGs: posteriormente, deve-se fazer um diagnóstico da situação atual da empresa e elaborar as definições de visão, missão, objetivos e metas que se quer atingir com o novo projeto. Após estas etapas, deve-se desenvolver a estruturação da célula EAG, bem como definir quais recursos serão necessários, as atividades que serão realizadas e o cronograma de implementação. Feito isso, deverão ser listados os indicadores de desempenho da área e também os pontos de controle. Na fase final, coloca-se o projeto em prática e cria-se um método de avaliação e certificação do que foi planejado. “O tempo de implementação


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gestão empresarial I

Equipes autogerenciáveis necessitam de colaboradores que aprendam a trabalhar em grupo e assumam responsabilidades de cada projeto varia dependendo da maturidade da organização, pois o diferencial das células de autogerenciamento está nas pessoas. De maneira geral, após seis meses os resultados começam a aparecer”, aponta Amilto Matiazo, gerente de Usinagem de Motores da Scania Latin América – montadora que implantou as EAGs em 1994, com o programa chamado Scania Anos 90. “O projeto preparava a competência dos colaboradores para os desafios do novo milênio; este foi o marco inicial para a gestão participativa dentro da companhia”, comenta Matiazo. O gerente explica que, na época, o objetivo da estratégia foi 16 O Mundo da Usinagem

dar mais autonomia e responsabilidade aos funcionários, além de propiciar o desenvolvimento, estimular a criatividade e buscar mais agilidade nas decisões da fábrica. “Hoje as metas continuam as mesmas; a diferença é que com o passar do tempo pudemos identificar facilmente os novos talentos dentro da organização”, detalha Matiazo. Sobre o perfil dos profissionais que formarão uma célula autogestora, o professor Batocchio indica que o ideal é buscar colaboradores que saibam ouvir, trabalhar em equipe e tenham visão ampla e estratégica das atividades da empresa. “Uma forma de preparar as pessoas é desenvolver nelas características como liderança, criatividade e pró-atividade”, alerta Batocchio. Matiazo complementa, ressaltando que “não existe um perfil mais ou menos adequado, mas é preciso que os colaboradores aprendam a trabalhar em grupo e assumam responsabilidades. O segredo está nas pessoas criativas e com vontade de se desenvolver profissionalmente”.


O treinamento dos profissionais ĂŠ algo essencial para se obter resultados no curto prazo


gestão empresarial I 100% de êxito Atualmente, toda a área fabril da Volvo é autogerenciável e, para o sucesso deste método de gestão, uma equipe formada por nove funcionários de diversas áreas da empresa auxilia os trabalhos das células autogestoras. “Realizamos pesquisas e treinamentos antes de implementar um modelo autogerenciável”, explica Lima. “Quando identificamos que em uma outra área é necessário implementar o modo de autogestão, informamos a diretoria e, após aprovação, iniciamos a aplicação do método”, revela o técnico. Segundo Lima, grande parte dos resultados obtidos pelas EAGs se deve à preparação dos autogestores. Ele conta que assim que

um novo profissional ingressa na empresa é realizada uma integração, momento em que são transmitidos todos os conhecimentos, princípios e benefícios da Volvo. Depois, é oferecido um treinamento completo sobre as equipes autogerenciáveis. “Nesta capacitação, explicamos a estrutura das EAGs na companhia e ensinamos até onde vão as competências de cada profissional”, acrescenta. Entre os benefícios adquiridos com a gestão, o técnico ressalta que o principal deles foi a comunicação direta entre os funcionários, já que as equipes resolvem os problemas entre si, eliminando desperdícios. “Consideramos a comunicação um grande ganho para a companhia; aumentamos a produção e

a agilidade de nossos processos”, comemora Lima. Enfático, o professor Batocchio conclui a questão: “Não há dúvidas sobre as vantagens e a validade da utilização da gestão com equipes autogerenciáveis; trata-se de uma evolução da organização do trabalho”. Natália Carcavilla Jornalista

*Depoimentos de Laercio Avileis Junior têm como base a Dissertação de Mestrado: ‘Autogestão em células de manufaturas: requisitos para aplicação e avaliação em uma empresa de autopeças’ Pós-Graduação em Eng. Mecânica Unicamp - 22/02/2006 Orientador: Prof. Dr. Olívio Novaski



Fotos: Foto Áurea/Edson Clóvis Scharf

gestão empresarial II

Na WEG Máquinas são usinadas várias bases por dia

WEG, em busca da

otimização constante F

Atenta à competitividade de seus processos, fabricante de motores elétricos desenvolve produtos na medida ideal para as exigências do mercado 20 O Mundo da Usinagem

undada em 16 de setembro de 1961 por Werner Ricardo Voigt, Eggon João da Silva e Geraldo Werninghaus – cujas iniciais deram origem ao nome da empresa –, a WEG, tradicional fabricante brasileira de motores elétricos, é uma companhia multinacional para a qual a usinagem tem grande importância. Em sua sede localizada em Jaraguá do Sul (SC) são usinados cerca de 30.000 eixos diariamente, além

de componentes em ferro fundido e alumínio injetado – algo que contribui para uma remoção mensal de quase 1.000 toneladas de cavaco. Com um mix bem variado de produtos, a empresa produz aproximadamente 6.000 diferentes tipos de eixos. Normalmente, são utilizados lotes médios de 200 peças para os motores destinados à chamada linha branca de eletrodomésticos (como máquinas de


lavar e secadoras). Já para a linha industrial, que comporta motores de maior porte, os lotes podem ter de duas a três peças. Quanto aos materiais usinados, cerca de 90% são compostos por aço SAE 1045 e os 10% restantes são constituídos por outros tipos de aço, como o SAE 4140 e aços inoxidáveis AISI 304, AISI 316 e AISI 420, entre outros. Os eixos acabados são montados nos rotores engaiolados e, após balanceamento do conjunto, seguem em kits para as áreas de montagem final. Com filiais de vendas em mais de 100 países, entre eles, Argentina, Chile, China, Dubai, Índia, México, Portugal e Rússia, a WEG é uma empresa genuinamente brasileira e parte de sua produção é exportada em forma de

subconjuntos CKD – Completely Knock-Down para algumas das subsidiárias que ainda não são autossuficientes em componentes. Buscando melhorias O sucesso da companhia se deve principalmente à competência técnica de cada colaborador, pois segundo frase de um de seus fundadores, Sr. Eggon João da Silva, o “E” de WEG, máquinas podem ser compradas ou tomadas por empréstimo; contudo, o que faz a diferença são pessoas motivadas. Além disso, todas as etapas de fabricação são realizadas internamente e a conduta adotada na companhia compreende e privilegia os aspectos de produtividade, racionalização de custos e otimização dos processos de fabricação. A equipe que atua

nos processos de usinagem, por exemplo , é altamente especializada e busca implementar constantemente os parâmetros mais adequados a cada situação em particular. Como a empresa trabalha com uma infinidade de pequenos lotes, a redução dos tempos de preparação de máquinas – o chamado set-up – é um procedimento fundamental, pois a todo momento ocorrem trocas de um lote pronto por outro que deve ser executado. Assim, quanto mais rápida for a troca entre os lotes, maior será a produtividade. Na WEG há uma busca contínua por melhores práticas e, por isso, a empresa estimula em seus fornecedores o desenvolvimento de alternativas em produtos e serviços que possam render me-

Conduta adotada na WEG privilegia produtividade. Na segunda foto, da esq. para a dir.: Antonio Petry, da Sandvik Coromant, André Luiz Klauberg e Pedro Roque de Moraes, da Engenharia Industrial da WEG O Mundo da Usinagem 21


Fotos: Divulgação WEG

gestão empresarial II

Etapas de fabricação de eixos envolvem operações de corte de barras, furações, torneamento, operações de fresamento e retificação lhorias que se mostrem mais econômicas ou produtivas. Quando se trabalha com altos volumes, embora os lotes sejam de poucas peças, um aumento de 5% no ritmo da produção pode significar um ganho enorme ao final de um certo período. Os equipamentos utilizados na usinagem de eixos são, na grande maioria, máquinas CNC – Computer Numerical Control –, sendo que 45% destas têm menos de cinco anos de idade. Somente no ano de 2008, a área recebeu 30 novas máquinas dos mais diversos modelos, indicadas para operações que variam do torneamento à retificação. As etapas de fabricação de eixos envolvem principalmente operações de corte de barras, furações (furos de centro e furos roscados), torneamento, operações de fresamento (aberturas de chavetas 22 O Mundo da Usinagem

e faceamento de superfícies) e retificação. A WEG oferece ao mercado mais de 30.000 tipos de motores, sendo que muitos deles são itens especiais que os clientes têm dificuldade em encontrar no mercado, ou seja, qualquer pessoa que necessitar de um motor com alguma característica específica, encontrará na companhia uma solução precisa e adequada.

Otimização de processos Atualmente, o ensino da usinagem está bem difundido nas faculdades de Engenharia Mecânica, mas não há como superar a experiência que se ganha enfrentando os desafios da área todos os dias no chão de fábrica. Assim ocorreu com André Luiz Klauberg, da Engenharia Industrial da WEG, que está há nove anos na companhia e há oito trabalha especificamente na produção de eixos. Segundo ele, para se obter o êxito esperado pela organização, além de todo o enfoque técnico que é destinado à produção, é também fundamental “comprar bem”. É preciso qualificar fornecedores e estabelecer parcerias que possam contribuir para o aumento da competitividade da operação. Na fabricação de eixos, um dos processos mais importantes é o torneamento e, por este motivo, a interação entre fornecedor e usuário se torna intensa. De acordo com Antonio Petry, vendedor técnico da Sandvik Coromant, são objetivos constantes a busca

Genuinamente brasileira, WEG mantém filiais de venda em mais de 100 países, entre eles, Argentina, Chile, China, Dubai e Índia


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WEG Energia Com a evolução dos negócios para a área de energia, surgiu a necessidade de montar a unidade WEG Máquinas, destinada à produção de motores e geradores sob encomenda. Entre os segmentos industriais que mais consomem estes produtos estão o sucroalcoleiro, naval/offshore (óleo e gás) e o siderúrgico. Edinei Gomes de Sales, da Engenharia Industrial da WEG Máquinas, informa que os produtos engenheirados exigem muitas ferramentas especiais. Os motores produzidos ali apresentam grandes dimensões, sendo que as carcaças Foto Áurea/Edson Clóvis Scharf

por geometrias que controlem adequadamente a formação dos cavacos e permitam acabamentos mais finos com parâmetros de corte mais produtivos, além de classes de metal duro que resistam melhor aos desgastes. Manter o fluxo de produção é tão importante para a WEG que a companhia criou uma espécie de almoxarifado móvel que realiza de duas a três rondas por turno, disponibilizando e repondo todo o ferramental necessário à produção – um método que evita a saída do operador da máquina para a busca de qualquer ferramenta. Além disso, o desenvolvimento dos custos é acompanhado com muita atenção. Para o gerenciamento de ferramentas, por exemplo, foram adotados indicadores específicos, monitorados mensalmente ou quinzenalmente por um grupo de analistas que cuidam especificamente da usinagem.

Divulgação WEG

gestão empresarial II

À esquerda, Antonio Petry, vendedor técnico da Sandvik Coromant, e à direita, Edinei Gomes de Sales, da Engenharia Industrial da WEG 24 O Mundo da Usinagem



e tampas podem ser caldeiradas ou fundidas, demandando muitas operações de fresamento de faces e canais, além do torneamento de eixos de maiores dimensões. A alta diversificação de itens impõe certos desafios para a otimização dos processos de usinagem. Justamente por não se tratar de produção seriada, o arranjo físico no chão de fábrica dedicado a estes produtos é funcional pois, como cada produto possui características específicas, inviabiliza-se a montagem de células de manufatura, por exemplo. As exigências técnicas e o volume de produção fizeram com que o atendimento, que anteriormente era oferecido por um distribuidor, passasse a ser feito diretamente pelo fabricante de ferramentas. Atualmente,

Divulgação WEG

gestão empresarial II

Com mix variado de produtos, empresa produz cerca de 6.000 diferentes tipos de eixos o fornecedor de ferramentas mantém o especialista em usinagem Antonio Petry à disposição da empresa para atuar em estreita parceria com os profissionais de Engenharia da WEG e com o grupo de lean manufacturing, (manufatura enxuta) em busca de soluções otimizadas para os processos que envolvam peças de grandes dimensões e usinagem pesada.

Investimentos expressivos Posicionada como fornecedora de motores elétricos para qualquer tipo de aplicação, a WEG possui hoje todas as certificações exigidas pelas principais indústrias dentro e fora do País, da automotiva à eletronuclear. Mais conhecida pelos motores elétricos, a empresa atua em quatro áreas distintas de negócio: motores, automação, energia e tintas industriais. Orientada para produtos de primeira linha, a companhia sempre investiu em qualidade e trabalha com grupos de CCQ (Círculos de Controle de Qualidade) há mais de 20 anos, o que tem contribuído para o processo de melhoria contínua de seus produtos e serviços. Nos últimos anos a WEG cresceu entre 20% e 30% ao ano, com ênfase voltada aos produtos dedicados ao segmento de energia. Segundo Andressa Pereira, assessora de imprensa do Marketing Corporativo da WEG, a empresa possui forte atuação no desenvolvimento social nas regiões nas quais está inserida, o que contribui para a qualidade de vida de seus funcionários e também das cidades onde mantém fábricas. Suas ações abrangem aspectos sociais, econômicos e ambientais, colaborando significativamente para a formação e capacitação de mão de obra especializada.

26 O Mundo da Usinagem

Os trabalhos de otimização visam não só a redução dos tempos de usinagem, mas também dos tempos de set-up que, em função do tamanho das peças, tendem a ser maiores. O trabalho conjunto também visa a eliminar gargalos. Um bom exemplo ocorreu na usinagem de uma placa de ancoragem (SAE 1045), onde a troca da classe do metal duro de GC 4030 para GC 4230 e a mudança da geometria de quebra cavacos de PH para PM, além de alguns ajustes nos parâmetros de corte, promoveram ganhos de até 48% nos tempos de usinagem. Hoje um dos principais fornecedores de ferramentas da WEG é a Sandvik Coromant, por proporcionar serviços de assistência técnica à altura das necessidades da empresa com prazos e custos competitivos. A julgar pelo êxito que vem obtendo ao longo dos últimos tempos e com o crescimento contínuo da WEG nos mercados aos quais se dedica, esta parceria promete consolidar-se cada vez mais. Eng MsC Francisco Marcondes Editor-chefe Revista O Mundo da Usinagem



tendências e oportunidades

Produtividade ampliada

Divulgação CNH

com corte a laser

Colhedoras Case IH, montadas em Piracicaba, já recebem componentes fabricados na unidade de Sorocaba

Fabricante de máquinas agrícolas, CNH reativa fábrica e constrói planta modelo equipada com sistemas de última geração

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irecionando seus produtos para os setores agrícola e da construção civil, a Case New Holland (CNH) – importante fabricante de equipamentos de origem italiana – é uma das empresas que compõem o Grupo Fiat. Em 2007, a CNH detectou a oportunidade de incrementar sua produção de máquinas agrícolas e de construção – equipamentos que apresentam em comum grandes dimensões e elevados níveis de

tecnologia embarcada. Para isso, a empresa resolveu reativar sua fábrica de Sorocaba (SP), que se encontrava inoperante desde o ano de 2001. Agora, com a planta totalmente reformada e atualizada, a fabricação das colheitadeiras será iniciada no final de 2009 e, ao final de 2010, a planta deverá produzir também máquinas para construção. Com a operação no Brasil, a unidade será referência mundial expor-


Ao lado, torres de prateleiras do sistema automatizado de alimentação de chapas marco histórico, já que compõem o primeiro sistema de corte a laser totalmente automatizado do Brasil. Processo especializado Para encontrar as máquinas mais adequadas à nova produção de Sorocaba, a CNH levou em consideração as condições específicas envolvidas em seus processos de fabricação – chapas de aço estrutural de alta espessura; lotes peFotos: Roberto Silva

tando para todos os mercados em que a CNH atua. O objetivo da empresa é tornar Sorocaba uma planta modelo que sirva de referência para o grupo. Com este propósito, o complexo fabril foi ampliado de 90 mil para 150 mil metros quadrados, incluindo o novo Centro de Logística e Distribuição de Peças, e passou a receber sistemas produtivos com recursos de alta tecnologia e alta performance. Para equipar a fábrica, a CNH adquiriu seis máquinas de corte a laser dotadas de um sofisticado sistema de alimentação de carga e descarga automatizado. As máquinas já instaladas em Sorocaba – que atualmente produzem componentes para a unidade de Piracicaba – estabelecem um

Máquinas de corte a laser proporcionam maior precisão, além de economizar matéria prima

quenos de produção; e fabricação de alta eficiência, que demandava agilidade para adaptações futuras de projeto. O sistema escolhido é formado por seis máquinas de corte a laser modelo Platino 1530, com 4.000 Watts de potência, divididas em duas linhas de operação; todas fabricadas pela empresa italiana PRIMA INDUSTRIE e fornecidas pela MAN Ferrostaal. O processo de corte ocorre quando o feixe de laser se forma a partir da excitação das partículas de três gases (hélio, gás carbônico e nitrogênio). Este feixe é refletido por um jogo de espelhos e convergido sobre a chapa que será cortada. Nivaldo Bezerra, engenheiro de Manufatura da CNH, destaca que o sistema trabalha com excelente precisão dimensional. Além disso, informa que outras vantagens do corte a laser são a agilidade da operação e a possibilidade de trabalhar com diversas espessuras de chapas de aço. O Mundo da Usinagem 29


Tendências e oportunidades

versatilidade Para atender a uma demanda por produtos cada vez mais complexos e altamente tecnológicos, as indústrias de equipamentos agrícolas precisam desenvolver modelos cada dia mais eficientes e adequados para cada aplicação. Deste modo, a versatilidade do processo de fabricação é uma característica valorizada na produção de equipamentos para este mercado. Considerando esta tendência, a CNH optou por trabalhar com o sistema de corte a laser, já que esta é uma solução que se adapta à produção de lotes pequenos e seriados. “As máquinas de corte a laser são destinadas a operações com altos volumes de produção e que possam estar sujeitas a sofrer alterações em seu projeto”, comenta Valter Ribeiro, gerente de Produto da Divisão de Chapas da MAN Ferrostaal. Segundo o gerente, o corte a laser possibilita que se faça alterações no projeto da fabricação do produto, pois se adapta facilmente ao corte de diferentes materiais e espessuras. De acordo com Ribeiro, o sistema de corte a laser automatizado tem proporcionado maiores 30 O Mundo da Usinagem

Roberto Silva

Sistema de automação das máquinas garante agilidade e segurança durante o corte

índices de produtividade para a CNH, devido à grande agilidade do sistema de alimentação automática acoplado a cada linha de produção. Neste processo, o manipulador da máquina retira a chapa de aço da prateleira, leva-a até o ponto onde será feito o corte e,

enquanto o laser opera sobre esta chapa, o manipulador movimenta outras chapas de volta às prateleiras. Apesar de o sistema envolver seis máquinas que trabalham simultaneamente, apenas dois operadores são necessários para supervisionar o funcionamento de toda a estação de corte. Ribeiro afirma que o nível de produtividade das máquinas aumenta significativamente no conjunto graças à ação do sistema de automação. “Elas podem realizar as operações de carga e descarga 100% automáticas”, explica. “Além disso, também apresentam alta velocidade tanto no corte quanto no deslocamento das chapas”. Atendendo às especificações


da CNH nos aspectos de agilidade, produtividade e segurança das operações, as máquinas de corte a laser PRIMA INDUSTRIE também oferecem a vantagem de economizar matéria prima, realizando cortes sem rebarbas, além de conseguir operar em chapas de maior espessura – 10 milímetros no caso da planta de Sorocaba –, podendo cortar chapas de até 25 mm. “Queríamos poder contar com equipamentos eficientes e produtivos, por isso optamos pelo sistema de corte a laser automatizado”, afirma o engenheiro Bezerra, da CNH.

Made in Brasil Há 50 anos no mercado brasileiro, a CNH conta com quatro plantas instaladas no País – além das unidades de Sorocaba e Piracicaba, existem também as de Contagem (MG) e Curitiba (PR). Segundo Bezerra, a proposta original da reativação da fábrica de Sorocaba é trazer para o País uma parte importante da produção dos equipamentos importados. A meta é atender com estes produtos toda a demanda do mercado latino-americano. Com o intuito de assegurar a agilidade e qualidade na produção, a CNH também adotou a estratégia de centralizar todos os processos de fabricação na própria planta de Sorocaba, sem terceirizar etapas (veja quadro abaixo). “Para isto, contamos com o trabalho de engenheiros especializados nas áreas de corte, dobra, usinagem, solda, montagem e pintura, que garantem que todos os requisitos exigidos pela empresa sejam atendidos”, afirma Rogério

Na contracorrente Uma das estratégias adotadas pela CNH na fábrica de Sorocaba é a verticalização do processo de produção das colheitadeiras. Enquanto a maioria das empresas opta pela terceirização na fabricação de seus produtos, a empresa escolheu trazer para dentro da planta toda a cadeia de produção, podendo assim acompanhar de perto as etapas dos processos, a fim de disponibilizar ao mercado um produto final de alta confiabilidade. Para Nivaldo Bezerra, engenheiro de Manufatura da CNH, a verticalização é importante para que a empresa não perca o know-how da produção. “Quando a empresa conhece o processo de fabricação, pode avaliar qual a melhor forma de colocar o projeto em prática e também alterá-lo, de acordo com as necessidades do cliente”, explica Bezerra.

Roberto Silva

Na unidade de Sorocaba também será construído o maior centro de distribuição de peças da CNH na América Latina

Da esquerda para a direita: Valter Ribeiro, da MAN Ferrostaal e Nivaldo Bezerra, da CNH Rosetti, gerente da Engenharia de Manufatura da CNH. Para Bezerra, a tecnologia aplicada na fabricação dos equipamentos agrícolas é o que assegura o diferencial do produto da empresa. “Ao adquirir os equipamentos para fabricar as colheitadeiras, procuramos o que havia de melhor no mercado”, revela ele. No momento, sob a liderança do diretor industrial Theodoro Paraschiva, a fábrica está trabalhando no desenvolvimento de todo o parque industrial e do projeto piloto das colheitadeiras, e novas máquinas estão sendo testadas para adequar a produção da fábrica às exigências operacionais da CNH. Nesta fase, os

Com a verticalização da fabricação dos produtos, empresa mantém maior controle sobre os processos produtivos O Mundo da Usinagem 31


Tendências e oportunidades

profissionais da companhia estão empenhados em adaptar os projetos dos produtos desenvolvidos no exterior às condições de trabalho que encontrarão no Brasil. Priorizando a tecnologia na fabricação das colheitadeiras e retroescavadeiras, a planta contará com processos modernos de fabricação, como solda mig com tecnologia pulsativa (50% menos energia e respingo), tecnologia

Divulgação CNH

Unidade de Sorocaba teve área ampliada para 150 mil metros quadrados

Várias marcas e força mundial Subsidiária do Grupo Fiat, a Case New Holland (CNH) foi criada em 1999, resultado da fusão da Case Corporation com a New Holland N.V. Operando atualmente em 170 países, a companhia registrou faturamento global de US$ 18,5 bilhões em 2008, sendo que os equipamentos para o mercado agrícola representaram 70% deste total, enquanto que os equipamentos destinados à construção civil responderam por 24% dos negócios e as operações de serviços financeiros pelos 6% restantes. Mantendo aproximadamente 31.500 colaboradores em nível mundial, a empresa possui 40 fábricas e 27 centros de pesquisa estrategicamente distribuídos pela Europa, América do Norte, América Latina e Ásia. A região composta pela América do Sul e América Central responde por cerca de 12% das vendas globais no segmento agrícola e 20% dos negócios no setor da construção. Considerada a maior fabricante mundial de tratores e colheitadeiras agrícolas, a CNH fabrica também equipamentos para construção como retroescavadeiras, minicarregadeiras, pás-carregadeiras, escavadeiras, motoniveladoras e tratores de esteira. Todas as plantas da CNH na América Latina estão localizadas no Brasil. Em Contagem (MG) são fabricadas as máquinas para construção; em Curitiba (PR) são produzidos equipamentos agrícolas; em Piracicaba (SP) são fabricadas as colhedoras de cana de açúcar e café, e na fábrica de Sorocaba serão produzidas máquinas agrícolas, máquinas de construção e componentes para a unidade de Piracicaba.

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AGV (Automated Guided Vehicle) para movimentar o produto automaticamente entre os processos e pintura com a possibilidade de aplicação mono ou bi componente, que possui alto teor de sólidos e baixa temperatura, reduzindo assim a emissão de compostos orgânicos voláteis. Na unidade de Sorocaba também será construído o maior centro de logística e distribuição de peças da CNH na América Latina, com o objetivo de ser o mais moderno do Grupo Fiat. Nos 60 mil metros quadrados do centro, serão instalados equipamentos de última geração para a movimentação e embalagem dos produtos, e o estoque será abastecido com 154 mil diferentes tipos de peças. Thaís Tüchumantel Jornalista



Divulgação SENAI Anchieta

notícias&curiosidades I

Eletrônica industrial ganha curso superior Com o credenciamento da Faculdade de Tecnologia SENAI Anchieta, rede de ensino amplia área de atuação e promove mais benefícios ao mercado

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rocurando atender a crescente demanda por mão de obra qualificada na área de eletrônica da região metropolitana de São Paulo, a Faculdade de Tecnologia SENAI Anchieta criou o Curso Superior de Tecnologia em Eletrônica Industrial. O objetivo é formar profissionais que estejam melhor preparados para atuar no mercado industrial. Credenciada em novembro de 2008, a instituição de ensino superior iniciou suas operações em julho deste ano com o ingresso da primeira turma de futuros tecnólogos em eletrônica industrial. 34 O Mundo da Usinagem

O curso promove aos alunos o conhecimento sobre a integração de tecnologias da eletrônica, acionamentos eletromecânicos e controles inteligentes por meio de trabalhos realizados em computadores, microcontroladores e controladores programáveis. De acordo com Augusto Lins de Albuquerque Neto, diretor da Faculdade de Tecnologia, o novo curso formará profissionais capacitados para projetar, implementar e realizar manutenção de produtos e processos eletrônicos voltados principalmente para a automação industrial. “É muito importante

formar profissionais em nível superior para a área da eletrônica, pois este é um setor indispensável para as empresas que encontram-se em constante desenvolvimento”, explica. O diretor ainda ressalta que a formação de profissionais capazes de lidar com os desafios do mercado de trabalho oferecerá mais competitividade às companhias e instituições da região paulistana. Segundo Neto, o conteúdo tecnológico desenvolvido para o curso desempenha papel fundamental no processo produtivo das empresas, já que a eletrônica é a base da opera-


Fotos: Divulgação SENAI Anchieta

ção dos equipamentos e sistemas industriais modernos. “Com colaboradores melhor preparados, os serviços oferecidos ao mercado poderão ser cada vez mais eficientes”, acrescenta ele. Aprendizado de qualidade O Curso Superior de Tecnologia em Eletrônica Industrial tem duração de três anos e é constituído por quatro módulos: básico, específico I, específico II e final. Depois de concluir o módulo específico I, com duração de dois semestres, o aluno acumula o conhecimento necessário para atuar como programador de produtos e sistemas eletrônicos para automação industrial; para atuar como mantenedor, deve concluir o módulo específico II. Para formar-se tecnólogo em eletrônica industrial, é necessário que o aluno cumpra 2.400 horas de aulas teóricas e práticas, realizadas no período noturno, e mais 400 horas de estágio supervisionado. Pensando no desenvolvimento e bem-estar dos estudantes, a

Laboratórios do Curso Superior de Tecnologia em Eletrônica Industrial proporcionam conhecimento prático aos alunos Faculdade de Tecnologia SENAI Anchieta oferece infraestrutura completa de ensino. Além das salas de aula, onde é ministrada a parte teórica do curso, a unidade possui laboratórios de eletrônica, automação e robótica, assim como biblioteca com acervo, salas de estudo e área de consulta. De acordo com Neto, o SENAI é conhecido por realizar a união perfeita entre teoria e prática, algo imprescindível para o bom aprendizado dos alunos. “Com os laboratórios, os estudantes terão

a oportunidade de colocar em prática o que aprenderão nas aulas teóricas, ampliando assim seu conhecimento e a excelência de suas atividades”, conclui o diretor. Fernanda Feres Jornalista

Processo seletivo Os interessados em participar do processo seletivo do Curso Superior de Tecnologia em Eletrônica Industrial deverão se inscrever na Faculdade de Tecnologia SENAI Anchieta ao final de cada semestre. A prova é composta por uma redação e um teste com 70 questões de múltipla escolha – nível de conclusão do Ensino Médio. Para mais informações, entre em contato com a Faculdade de Tecnologia SENAI Anchieta: Rua Gandavo, 550 - V. Mariana - SP Fone: (11) 5579-7426 www.sp.senai.br/eletronica

Faculdade oferece infraestrutura completa de ensino O Mundo da Usinagem 35


Fotos: Antonio Larghi

notícias&curiosidades ii

Biketrial, uma maneira singular de andar de bicicleta A arte de utilizar a bicicleta para transpor obstáculos tem conquistado cada vez mais adeptos em todo o mundo

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á para imaginar uma bicicleta sem banco? É assim que os praticantes do biketrial se locomovem. Há 31 anos, o piloto espanhol de mototrial (esporte em que se utiliza uma motocicleta para transpor obstáculos) Pedro Pi criou o biketrial. Dedicado a ensinar o mototrial a seu filho de apenas seis anos e ciente do peso da moto, Pedro Pi – detentor de 36 O Mundo da Usinagem

30 títulos consecutivos na modalidade – criou uma bicicleta adaptada que pudesse ultrapassar os mesmos obstáculos. Na época, o esporte ainda estava em seu início e era chamado de trialsin – da expressão espanhola trial sin motor (trial sem motor). A primeira bicicleta de trial do mundo, a Montesita T5, criada na fábrica de motocicletas Montesa,

mais se parecia com uma motocicleta – apenas não era dotada de motor. Sentindo a necessidade de aumentar a produção de bicicletas adaptadas e com uma vasta experiência na área, Pedro Pi abriu sua própria fábrica especializada em produtos para biketrial, a Monty Bicycles. Hoje, a empresa figura entre as expoentes do ciclismo de


Peças usinadas em CNC: processo proporciona mais segurança para o biker competição, liderando mundialmente as vendas de bicicletas para biketrial. Comandada por Pedro e seu filho Ot Pi, a fábrica Monty exporta seus produtos para mais de 30 países, sendo que Inglaterra e Japão encabeçam a lista da popularidade alcançada pelo esporte. No Japão, o biketrial é considerado um esporte nacional. A cidade de Seki-Itadori tem até um museu especialmente dedicado a Ot Pi, onde se pode encontrar desde os primeiros modelos de bicicletas para biketrial até os mais moder-

nos fabricados atualmente. Já inscrito como modalidade esportiva na União de Ciclismo Internacional (UCI), o biketrial foi criando identidade com o tempo. Mais tarde, com filosofia e regras já determinadas, o esporte deixou de fazer parte da UCI e criou uma união própria – e foi neste momento que passou a se chamar biketrial. A União Internacional de Biketrial, instituída em 1992, tem sede em Seki-Itadori e conta com delegados responsáveis em vários países.

Edu Capivara, publicitário, implantou o biketrial no Brasil em 1985

Limite máximo Transpor obstáculos naturais e artificiais sem encostar pés ou braços no chão é o principal objetivo dos praticantes de biketrial. O esporte fica ainda mais desafiador quando se sabe que a dificuldade dos obstáculos aumenta conforme a prática do biker. Pedras, barrancos, pedregulhos e costeiras de mar são alguns tipos de obstáculos naturais. Já escadas, muros, pallets (módulos de madeira) e tambores são classificados como artificiais. Para vencer as provas, o participante precisa cometer menos faltas do que seus adversários ou zerar o percurso – isto é, não cometer nenhuma falta. Por se tratar de um esporte radical, o praticante deve estar protegido contra possíveis acidentes, devendo usar equipamento especial. Durante o exercício do esporte é necessário utilizar capacete, luvas (com dedos fechados) e calça de moletom ou nylon. Caneleiras, camisa de manga longa e tênis “cano alto” são acessórios de uso recomendável. Por outro lado, joelheiras e cotoveleiras não são obrigatórias, pois restringem o movimento do esportista. Quem deseja praticar o biO Mundo da Usinagem 37


notícias&curiosidades Ii exemplo, apoiar um pé no chão acrescenta um ponto no cartão do participante; dois pés (alternadamente) – dois pontos; dois pés (juntos) – cinco pontos; e assim sucessivamente. Quem acumular menos pontos é o vencedor da competição. Recordes mundiais Mundialmente famoso entre os amantes do esporte, Ot Pi é o piloto que mais coleciona vitórias em campeonatos mundiais e nacionais. Patrocinado pela Monty, o biker também conta com recordes validados e registrados pelo Guinness World of Records. Campeonatos nacionais e mundiais são realizados anualmente em vários países. A Europa sai na frente quando o assunto é biketrial, seguida de Japão e América do Norte. Nos locais com maior número de praticantes, a organização das provas pode envolver mais de dois milhões de dólares, como ocorre Antonio Larghi

ketrial deve possuir habilidades naturais de coordenação motora, força física e velocidade de resposta. Estas qualidades são essenciais, já que superar os obstáculos pode ser uma tarefa perigosa. Muitas vezes, o piloto tem frações de segundo para compensar erros de cálculo ou situações de desequilíbrio. As competições apresentam um percurso com várias sessões. Cada sessão varia de seis a dez grupos de obstáculos, que por sua vez podem ter de 20 a 50 metros de extensão. Cada um é delimitado por fitas plásticas. Dois minutos é o tempo que o piloto tem para concluir cada sessão. Para quem exceder este tempo, há penalização de cinco pontos. No total, são 32 regras que devem ser seguidas pelos competidores. As penalizações são relativas aos apoios realizados pelo biker – nome pelo qual os praticantes do biketrial são chamados. Por

Coordenação motora, equilíbrio e força física são habilidades indispensáveis na prática do biketrial por exemplo no Japão. Além disso, investimentos milionários também podem ser vistos no campo da tecnologia aplicada às bicicletas para trial. Os equipamentos têm se adaptado de acordo com a evolução dos pilotos, uma facilidade a mais para quem pratica o esporte. Nova modalidade No Brasil, o biketrial surgiu em 1983, porém com outro nome. Velotrial foi o nome dado ao esporte por Eduardo Tadeu da Fonseca, quando o piloto achou que tinha inventado uma nova modalidade. Eduardo, que já praticava bicicross e freestyle por diversão, resolveu adaptar sua bicicleta para transpor sessões de mototrial, e muitas vezes terminava o percurso sem cometer nenhuma falta. Edu Capivara – apelido pelo qual é conhecido no meio – teve contato com o biketrial em 1985, quando Pedro Pi esteve no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, para organizar uma competição de motos. Pedro Pi se interessou em saber que havia pessoas praticando o esporte que ele havia inventado



Divulgação

notícias&curiosidades Ii

À esquerda, Ot Pi com uma bicicleta de transporte pessoal, modelo Monty EF-38. À direta, Pedro Pi, com uma bicicleta de biketrial, modelo top de linha Kamel 221

Fabricação Em 1988, nasciam as primeiras bicicletas dotadas de freios hidráulicos e, em 1992, as fábricas de bicicleta para biketrial passaram a utilizar alumínio como matéria-prima. Desde então, a tecnologia não parou de evoluir. Atualmente as gancheiras de rodas, suportes de pinças e manetes de freio, entre outros componentes, são usinados em CNC, o que oferece maior segurança para o biker, já que o controle numérico computadorizado é um processo que aumenta a qualidade dos componentes e diminui o retrabalho e o desperdício na usinagem.

40 O Mundo da Usinagem

e ajudou Edu Capivara a comprar uma bicicleta adequada. Na mesma época, aconteceria o campeonato mundial de biketrial na Espanha – onde participaram profissionais da Alemanha, Bélgica e França. Convidado pelo fundador do esporte, Edu Capivara pôde ter mais contato com a modalidade. “Fiquei hospedado na casa dele”, lembra o piloto. Naquele momento, Edu Capivara voltou a São Paulo com planos de implantar o biketrial no Brasil. O biker se tornou, então, delegado da União Internacional de biketrial e começou a organizar campeonatos. Segundo o esportista, a prática desta modalidade no Brasil tem sofrido altos e baixos.

“Na época em que elaborei projetos para incentivar o esporte, a prática cresceu; depois ficou muito tempo escondida”, comenta. Durante 17 anos – período em que se dedicou ao esporte – Edu Capivara deixou de lado a carreira de publicitário e passou a participar regularmente de shows, programas de televisão, lançamentos de produtos e organização de campeonatos. “Nesta época, o biketrial chegou a ter mais de 200 atletas cadastrados em todo o Brasil”. Depois de ter ganho mais de 30 prêmios em função do biketrial, o piloto deixou o esporte para dar continuidade à sua primeira profissão. Hoje, Edu Capivara ministra palestras e transmite seus conhecimentos para jovens interessados no esporte. De acordo com Capivara, ainda existem muitos empecilhos à entrada de novos adeptos ao esporte. “Os equipamentos continuam caros, limitando o interesse de quem quer iniciar-se no esporte”. Sobre os diferenciais do biketrial, ele ressalta:“É o limite máximo do controle em uma bicicleta, não há nenhuma modalidade que exija mais do que esta, tanto em relação à resistência do corpo quanto à resistência dos componentes do equipamento ”. Mariana Blessa Jornalista Para saber mais sobre biketrial acesse: www.biketrialbrasil.com



42 O Mundo da Usinagem

Divulgação Deb'Maq

notícias&curiosidades III

A

lém de grandes oportunidades para viabilizar negociações, as feiras direcionadas a setores específicos da economia proporcionam momentos decisivos para as empresas. De acordo com Mauro Trevisan, gerente de Marketing e Vendas Internacionais da DEB’MAQ, passados os primeiros meses após a Feimafe – Feira Internacional de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura, já é possível discutir e avaliar os resultados decorrentes das ações realizadas no evento. “Houve melhora significativa na qualidade do público; os visitantes estavam interessados em conhecer e adquirir os equipamentos expostos”, pontua Trevisan. Em relação às últimas edições da Feimafe, o gerente explica que, embora o mercado esteja vivendo um período de recuperação econômica, o volume de negócios realizados durante o evento deste

Sinais de um segundo semestre promissor Com base nos resultados obtidos na Feimafe, DEB’MAQ identifica melhorias para seus negócios

ano surpreendeu e superou em 8% os números da edição de 2007. Para Trevisan, o clima favorável originado na Feimafe deve se estender e, ainda, estimular a ampliação das estratégias de mercado utilizadas pela empresa no segundo semestre de 2009. “Além dos resultados imediatos alcançados durante a semana da feira, os profissionais da área de Vendas continuam trabalhando nas negociações iniciadas no evento”, ressalta. Perspectivas de mercado Outra tendência que eventos como a Feimafe possibilitam identificar é a reação do mercado frente aos lançamentos e às novas tecnologias apresentadas. Por meio da divulgação de produtos, serviços e outros projetos, as empresas conseguem obter perspectivas mais amplas em relação aos rumos do segmento. “Durante a Feimafe identificamos

sinais evidentes de melhora para a economia do setor”, afirma o gerente. “Em consequência deste panorama chegaremos ao mês de outubro com expectativas promissoras”, acredita. Segundo Trevisan, geralmente as máquinas mais procuradas pelos clientes são os tornos universais, que representam 50% das vendas anuais da empresa. Entretanto, neste ano os equipamentos de grande porte – como tornos verticais – também registraram grande procura durante a Feimafe. O gerente ressalta que a feira também ofereceu oportunidades de estreitar parcerias com diversas instituições de ensino. “Já estamos com a programação de visitas de nossa Unidade Móvel de Difusão Tecnológica definida até junho de 2010”, comemora ele. Fabíola Perez Jornalista


Formação de profissionais capazes de lidar com os desafios do mercado oferecerå ainda mais competitividade para as empresas


Para não errar, opte pela simplicidade

C

ertamente estamos passando pela maior crise econômica dos últimos 50 anos e não temos previsões claras sobre a sua extensão. Neste cenário de recessão, as empresas são levadas à busca de soluções que possam ao menos mantê-las vivas. Questões como fluxo de caixa ou net working capital (eficiência do capital líquido aplicado) se tornam ainda mais relevantes, e a redução de custos passa a ser a prioridade nas organizações. Isto é o óbvio. Desta forma, passamos a procurar uma receita ideal para esta situação e percebemos que não existe uma fórmula mágica que resolva todos os problemas. O que existem são decisões referenciais, mas que não se aplicam a todas as empresas. A verdade é que, ainda que exista uma forte redução de demanda na cadeia produtiva, simplesmente cortar custos não irá garantir a existência de nossa empresa. Precisamos sim buscar a eficiência de custeio em todos os nossos processos, mas não podemos perder a visão estratégica em nossos negócios e, sobretudo, não podemos suprimir investimentos essenciais à manutenção e perenidade da nossa organização. No momento em que as decisões para redução de custos são inevitáveis, devemos ter uma visão holística e procurar ver nossos clientes e fornecedores como parceiros e não inimigos contra os quais temos que travar uma batalha. Este é o momento de usarmos a sinergia para buscar e potencializar novas oportunidades de crescimento. Na ênfase de buscarmos as óbvias e necessárias reduções de custos, muitas vezes focamos

o fator preço e deixamos de lado os conceitos básicos da eficiência de custeio, que estão na melhora da produtividade dos processos, algo que também parece óbvio para todos. Todavia, embora a criatividade e inovação sejam fatores imprescindíveis para o sucesso das empresas, focar o óbvio pode, às vezes, ser a solução mais certeira para a obtenção de nossas metas. A frase que ouvi de um amigo elucida bem essa ideia: “A nossa experiência no mercado metalmecânico tem mostrado que a maior parte das organizações erra mais; não porque deixam de criar coisas novas, mas sim porque deixam de fazer as coisas óbvias”. Talvez neste momento, devamos resgatar alguns conceitos e questionar algumas decisões antes de implementá-las. Por exemplo, antes de solicitar a um fornecedor que reduza os preços de seus serviços ou produtos, talvez devamos perguntar o que mais ele poderia fazer para nos ajudar a reduzir nossos custos e tornar nossas empresas mais competitivas. Pense nisso! Fernando G. de Oliveira Gerente Regional de Vendas Machine Investments e Soluções Especiais Sandvik Coromant

Antonio Larghi

nossaparcelade

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CNH investe em sistemas de corte de alta precisão

Equipes autogerenciáveis

Estratégia para estimular a iniciativa e a criatividade

anunciantes nesta edição O Mundo da Usinagem 59

Arwi. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Blaser . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 Casa do Metal. . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 Deb´Maq . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 Dormer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Dynamach. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Ergomat. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Grob . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Haas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 HDT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Hexagon . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 Intertech . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Marubeni . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 Mazak. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Mitutoyo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Okuma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Ricavi. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 ROMI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Sandvik. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4ª capa Sandvik Local. . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Selltis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2ª capa Stamac . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Turrettini . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3ª capa

Fernando G. Oliveira (Sandvik Coromant): (11) 5696-5587 O leitor de O Mundo da Usinagem pode entrar em contato com os editores pelo e-mail: omundo.dausinagem@sandvik.com

ou ligue: 0800 770 5700

Francisco Marcondes (Sandvik Coromant): (11) 5696-5424 Laercio Avileis Junior: (11) 3506-6999 Mauro Trevisan (DEB'MAQ): (35) 3433-8310 Nivaldo Bezerra (CNH): (15) 3334-1700 Ranulfo Vieira (Sandvik Coromant): (11) 5696-5560

SANDVIK COROMANT Atendimento ao cliente 0800 559698

46 O Mundo da Usinagem

Rogério Rosetti (CNH): (15) 3334-1700 Ronaldo Ferreira (Sandvik Coromant): (11) 5696-5680 Valter Ribeiro (MAN Ferrostaal): (11) 5522-5999

Movimento - Cursos

Durante todo o ano, a Sandvik Coromant oferece cursos específicos para os profissionais do mundo da usinagem.Acessewww.coromant.sandvik.com/br, na barra principal, clique em 'treinamento' e confira o ProgramadeTreinamento2009.Vocêpoderáparticipar de palestras e também de cursos in plant, ministrados dentro de sua empresa!




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