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Publicação da Sandvik Coromant do Brasil

issn 1518-6091 rg bn 217-147

Eletroerosão

Técnica de usinagem para precisão milesimal Liderança

Saiba como influenciar asua suaequipe equipe

Usinagem pesada

Pilar de sustentação da indústria de base



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pAra começar...

Quem passa distraído não se dá conta da singular beleza que ostentas. E duras tão pouco. Passa a vida, passa o tempo, passa o homem feito louco e aí, solitária, balanças ao vento. Exalando quem sabe um perfume discreto, ao homem despercebida lambuza o nariz do inseto, que sequer te vê em cores, não sente a pressão do tempo, no peito nem tem amores.

O Mundo da Usinagem


Índice

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Publicação da Sandvik Coromant do Brasil

Edição 03 / 2010

Eletroerosão

Técnica de usinagem para precisão milesimal Liderança

Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISSN 1518-6091 RG. BN 217-147 Divulgação Agie Charmilles

issn 1518-6091 rg bn 217-147

Saiba como influenciar asua suaequipe equipe

Usinagem pesada Foto de Capa: Divulgação Alstom

Pilar de sustentação da indústria de base

0 3 para começar... 04 ÍNDICE / Expediente 06 machine investments: máquinas de grandes dimensões conquistam espaço no mercado 12 gestão empresarial: eletroerosão - técnica de usinagem para a alta precisão 18 Chão de fábrica: Aprenda a montar um kit básico de ferramentas para tornos e centros de usinagem 24 Estudos de materiais: condições ideais para o manuseio do aço inoxidável superdúplex 30 ideias e pensamentos: bons líderes inspiram e motivam suas equipes 36 tendências e oportunidades: ferro fundido nodular é alternativa para o aço 40 Nossa parcela de responsabilidade 42 anunciantes / distribuidores / fale com eles Leia esta revista na internet: www.omundodausinagem.com.br

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O Mundo da Usinagem

EXPEDIENTE

O MUNDO DA USINAGEM é uma publicação da Sandvik Coromant do Brasil, com circulação de doze edições ao ano e distribuição gratuita para 20.000 leitores qualificados. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP. Conselho editorial: Aldeci Santos, Ancelmo Diniz, Aryoldo Machado, Edson Truzsco, Edson Bernini, Eduardo Debone, Fernando de Oliveira, Francisco Marcondes, Heloisa Giraldes, Nivaldo Braz, Nivaldo Coppini, Nixon Malveira e Vera Natale. Editor-chefe: Francisco Marcondes Coordenação editorial, edição de arte, revisão e produção gráfica: Equipe House Press Propaganda (Natália Carcavilla, Ronaldo Monfredo, Décio Colasanti, Rogério Morais e Tiago Marques). Jornalista responsável: Francisco Marcondes - MTB 56.136/SP Propaganda: Gerente de contas - Thaís Viceconti / Tel: (11) 2335-7558 Cel: (11) 9909-8808 Projeto gráfico: AA Design Gráfica: RUSH



Divulgação Romi

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Equipamentos de grande porte pesam de 60 a 500 toneladas

Supermáquinas avançam Demanda de máquinas de grande porte praticamente dobra nos últimos anos e equipamentos conquistam maior espaço no mercado

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om a expansão dos setores de petróleo e gás no mer­ cado brasileiro nos últimos anos, os fabricantes de máquinas pesadas registraram um aumento significativo na demanda por este tipo de equipamento. Segundo o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural, a participação da in­ dústria nacional nos investimen­ tos do setor aumentou de 57% em 2003 para 75% no primeiro se­ mestre de 2009. Este crescimento corresponde a US$ 14,2 bilhões em bens e serviços contratados no mercado nacional. Outro setor que exerce influên­

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cia no segmento de usinagem pesada é o de geração de energia, principalmente hidrelétrica e eólica. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética, o consumo de energia no Brasil cresceu 9,1% em janeiro de 2010 em compa­ ração com o mesmo mês do ano anterior. Este número, somado aos leilões de contratação de ener­ gia promovidos pelo governo no ano passado, também colaboram para a procura por máquinas de grande porte. Edson José Silva, gerente de produto da Man Ferrostaal, em­ presa que importa máquinas pesa­ das (além de máquinas menores),

assegura que a procura por este tipo de equipamento cresceu de maneira expressiva com a con­ juntura atual. “A demanda por máquinas pesadas ficou baixa ou praticamente estável por dez anos, mas registrou retomada em 2008 com um aumento de quase 100%”, aponta. “Estamos planejando vender mais em 2010 do que ven­ demos nos últimos quatro anos”, projeta o gerente. Gigantes de potência Pesando no mínimo 60 tone­ ladas e podendo chegar a até 500 toneladas, as máquinas pesadas seguem, em linhas gerais, os mes­


Da chapa à peça final No processo produtivo, as máquinas de grande porte apre­ sentam certas diferenças significa­ tivas em relação aos equipamen­ tos convencionais de usinagem. Uma destas diferenças está nas ferramentas que utilizam. Em sua maioria, elas são simplesmente versões maiores e mais pesadas das ferramentas tradicionais. Em­ pregadas em operações pesadas de desbaste, estas ferramentas podem exigir potências de até 50 kV da máquina. Para se ter ideia, a potência média suportada pelas ferramentas utilizadas em máquinas menores pode ser dez vezes mais baixa. Quanto aos acessórios, as má­ quinas pesadas também apresen­ tam algumas singularidades. Nos equipamentos maiores, a troca de cabeçotes é muito comum para

Máquinas pesadas podem executar operações de usinagem de eixos e cilindros de grande porte, além de fabricar grandes carcaças

Divulgação Alstom

profissionais. “Os tornos com pas­ sagens de 10 metros, por exemplo, podem usinar tanto peças com 4 quanto com 10 metros de diâme­ tro”, ilustra o profissional.

Divulgação DEB'MAQ

mos conceitos dos equipamentos menores. Entretanto, as máquinas de grandes dimensões contam com força mecânica muito mais reforçada, pois são compostas por chapas de aço fundido. Atualmen­ te, as máquinas desta categoria comercializadas no mercado são mandriladoras floor-type, fresado­ ras, tornos verticais e horizontais e retíficas planas ou cilíndricas. Os equipamentos de grande porte são mais comumente utili­ zados para a fabricação de eixos e cilindros de grande porte, além de grandes carcaças. As menores peças produzidas por eles pesam cerca de 10 toneladas, enquanto as maiores podem chegar a até 600 toneladas. Profissionais da área Comer­ cial da Taurus Wotan, fabricante que também produz máquinas pesadas, apontam a versatilidade como uma das vantagens deste tipo de equipamento. “Como trabalham principalmente com operações de desbaste pesado, os tamanhos e tipos de peças podem variar bastante”, explica um dos

Pá da Alstom para turbinas é usinada em mandriladora de cinco eixos que seja possível trabalhar com diferentes operações de desbaste. Conforme o tipo de operação executada, pode ser necessário utilizar cabeçotes retos, angulares ou universais para faceamento. Esta prática já não é tão comum em máquinas menores, nas quais geralmente é a ferramenta o item mais trocado, e não o cabeçote. Devido às maiores dimensões, a manutenção deste tipo de equi­ pamento é quase sempre mais trabalhosa. Marcelo Padovani, ge­ rente industrial da unidade fabril da DEB’MAQ – fabricante de máquinas pesadas – em Caman­ ducaia (MG), explica que a tarefa de manutenção dos equipamentos de grande porte envolve cuidados específicos, justamente por conta do tamanho das peças. “Durante as manutenções, muitas vezes pre­ cisamos utilizar aparatos de apoio como guindastes, pontes-rolantes e empilhadeiras”, relata Padovani. O Mundo da Usinagem


Machine Investments

Quanto mais experiência o operador tiver com o equipamento, menores serão as chances de se perder a peça

“Nestas ocasiões, precisamos con­ tar também com a colaboração de um número maior de pessoas para auxiliar o processo”, acrescenta. Sempre alerta Devido ao investimento con­ centrado nas peças de grandes dimensões que compõem estas supermáquinas, há cuidados que devem ser observados no proces­ so de usinagem destes materiais. A perda de uma peça de grande porte, como uma turbina ou uma “árvore de natal” (suporte utili­ zado nas operações de extração de petróleo em alto mar), pode significar altos prejuízos para a empresa. Além disso, por serem componentes de maiores dimen­ sões, não há a possibilidade de execução de tryouts do processo antes de iniciar as operações. Des­ te modo, qualquer problema no processo de produção destas peças é considerado falha gravíssima. Estas características exigem que todo o processo de usinagem seja planejado com muita precisão. De acordo com Hermes Lago, diretor de comercialização de máquinas-ferramenta da Romi

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– também fabricante de máquinas pesadas –, o principal cuidado está na preparação das peças para a usinagem. “Sempre que possível, a peça deve sair pronta da máqui­ na”, indica o diretor. “Para isso, as operações de usinagem devem ser executadas com a menor troca possível de fixações da peça”, ad­ verte Lago. Outra empresa que dedica especial atenção à preparação de suas operações é a Gerdau Açominas, que trabalha com a fabricação e usinagem de peças de grande porte em aço, como cilindros laminadores. Daniel Mesquita, diretor industrial da Gerdau Açominas, relata as preo­ cupações da empresa em preparar bem seus funcionários para traba­ lhar com equipamentos pesados. “Devidamente orientados, estes colaboradores ficam cientes da precisão no posicionamento das

peças e também observam todos os cuidados necessários na retirada dos produtos”, avalia o diretor. “Quanto mais experiência o ope­ rador tiver com a programação do equipamento, menores serão as chances de se perder a peça”, conclui Mesquita. Movendo montanhas Ainda outro ponto relevante ao lidar com peças de grandes dimensões é o transporte destes itens, tanto dentro da própria fábrica quanto no deslocamento do produto até o cliente. Qualquer pequeno impacto pode acabar prejudicando o componente, além de representar um perigo adicio­ nal ao chão de fábrica. Hermes Lago, da Romi, in­ forma que a avaliação pela qual o produto passa depois de pronto é muito detalhada. “As peças são inspecionadas pelos compradores

Grandes dimensões, grandes avanços Edson José Silva, gerente de produto da Man Ferrostaal – empresa que importa máquinas de grande porte, além de equipamentos menores –, observa que as máquinas pesadas para usinagem apresentaram muitas melhorias nos últimos anos, tendo como base os mesmos avanços tecnológicos das máquinas menores. O gerente destaca que um dos principais progressos destas máquinas foi o aumento da velocidade de movimentação dos eixos. “Hoje, vemos equipamentos com movimentações de eixos de 36 metros por minuto, o que é uma velocidade espantosa para as máquinas de grande porte”, relata Silva. Nos últimos anos, muitos fabricantes têm lançado no mercado máquinas de grande porte que, ao invés de utilizar bases fundidas em sua fabricação, são construídas com bases de aço soldadas. “Estes materiais deixam o equipamento mais leve, mantendo a mesma dinâmica”, revela. “Em alguns casos, máquinas construídas com bases fundidas ainda podem ser a melhor opção por permitirem maior estabilidade de operação”, compara o gerente.



na própria fábrica. Depois, são desmontadas e transportadas para serem remontadas e inspeciona­ das mais uma vez no local de sua entrega final”, relata Lago. Com 20 máquinas de grande porte em sua fábrica de Taubaté (SP), a Alstom – fabricante de equipamentos e serviços para geração de energia e transporte ferroviário – é outra empresa que efetua o transporte de equipa­ mentos pesados com frequência. As peças fabricadas em Taubaté são em sua maioria turbinas e geradores utilizados em usinas hidrelétricas. Januário Dolores, diretor de operações da unidade de Taubaté da Alstom, adverte que, ao trans­ portar peças de grande porte, é essencial certificar-se de que elas

Chapas de aço fundido garantem maior estabilidade aos equipamentos pesados

Divulgação Alstom

Machine Investments

Transporte de peças de grandes dimensões deve garantir integridade da peça e segurança nas estradas estão bem fixadas no veículo antes de iniciar o percurso. Além de promover a segurança nas estradas, o objetivo deste proce­ dimento é garantir que o balanço do produto seja mínimo. Mesmo assim, o veículo deve trafegar com velocidades reduzidas para evitar qualquer risco de impacto ou raspões na peça. O diretor da Alstom conta que a empresa também toma medidas importantes para a pro­ teção de seus operários no chão de fábrica. “Temos um sistema de alarme sonoro que adverte opera­ dores e visitantes quando peças pesadas são içadas, para evitar que transitem debaixo delas”, afirma o diretor. “Além disso, todas as

pessoas que entram em nossa unidade devem passar antes por um processo de integração, onde são dadas as instruções para um trajeto sempre seguro no chão de fábrica”, completa. Seguindo as normas de se­ gurança próprias para ambien­ tes fabris envolvendo máquinas pesadas, é possível aproveitar as oportunidades crescentes deste mercado promissor, trabalhando de forma eficiente, produtiva e sem riscos para os colaboradores. Thaís Tüchumantel Jornalista Veja mais maisinformações informaçõesem: em: www.omundodausinagem.com.br



Fotos: Divulgação Agie Charmilles

gestão empresarial

Processo de eletroerosão por penetração

Eletroerosão possibilita acabamentos

altamente precisos Técnica é ideal para a usinagem de materiais resistentes aos processos convencionais e que necessitam de precisão milesimal

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argamente utilizado na indús­ tria metalmecânica, o proces­ so de eletroerosão permite a usinagem de materiais metálicos já temperados. A técnica é consi­ derada ideal para a fabricação de peças de dureza elevada, resisten­ tes aos processos convencionais de usinagem e que necessitam de acabamento e precisão milesimal, como moldes e matrizes. Por ser um procedimento de­ morado, a eletroerosão é aplicada geralmente em peças isoladas ou em pequenas séries; contudo, ultimamente também tem sido utilizada em larga escala para a 12 O Mundo da Usinagem

fabricação de ferramentas em geral e em certos segmentos industriais específicos – como médico, odon­ tológico, naval e aeroespacial, entre outros. De acordo com Alberto Arnal­ do Raslan, professor da Faculdade de Engenharia Mecânica da Uni­ versidade Federal de Uberlândia (MG), o setor ligado à fabricação de moldes de injeção de polímeros e compósitos responde por 45% das operações de eletroerosão, en­ quanto o setor de microusinagem corresponde a 15%. Com base na usinagem por meio de descargas elétricas (Electrical

Discharge Machining), o processo de eletroerosão caracteriza-se pela remoção de partículas do material a ser usinado devido à passagem de uma corrente elétrica que ocorre entre dois materiais condutores de eletricidade – o eletrodo capilar (ferramenta de usinagem) e a peça – envoltos em um líquido dielétri­ co (veja quadro). Diversidade de técnicas Segundo Silvio Mitsunaga, di­ retor técnico da Agie Charmilles, fabricante de máquinas de eletro­ erosão e fornecedor de soluções e serviços de automação industrial, as técnicas de usinagem por eletro­ erosão mais utilizadas no mercado são eletroerosão por penetração e eletroerosão por corte a fio. Na eletroerosão por penetração são


utilizados eletrodos de cobre ou grafite que definem a geometria e as dimensões da peça, o que torna a técnica ideal para a confecção de moldes, fabricação de peças temperadas para cavidades cegas, com cantos vivos, profundas com superfícies texturizadas ou poli­ das, onde a usinagem fica sujeita a dificuldades com o diâmetro e o comprimento das ferramentas. “Estes eletrodos devem estar en­ voltos em um óleo dielétrico que tem a função de isolar, refrigerar e limpar o local da usinagem e o ma­ terial a ser usinado”, acrescenta. Já a eletroerosão por corte a fio emprega filamentos de materiais metálicos com boa condutividade elétrica – sendo mais comum o uso do latão – e de diâmetro variável, o que depende

Conjunto mecânico de um relógio suíço é composto por diversas peças usinadas pela eletroerosão a fio

do trabalho que será realizado. Fernando Alves Pereira, geren­ te técnico da Fanuc Machines no Brasil, representada pela Mitsui Motion – empresa especializada na comercialização das máquinas de eletroerosão a fio Fanuc –, explica que nesta técnica o flui­ do dielétrico aplicado é a água deionizada e, como o fio utiliza­ do no processo funciona como elemento cortante, a eletroerosão a fio está limitada a operações de corte, como a fabricação de peças temperadas para cortes paralelos, cônicas, com variação de ângulos, com perfis diferentes no topo e na base e que necessitem de acaba­ mento e precisão milesimal. Pereira acrescenta que tam­ bém existe a técnica de usinagem por eletroerosão para furo rápido, processo realizado por meio de eletrodos capilares de cobre ou latão. “Esta técnica é recomenda­ da para furações rápidas em ma­ teriais temperados em pequenos diâmetros e grandes espessuras, que não se conseguiria executar por meio de técnicas usuais de furação com broca”. Produtividade garantida Divididos basicamente em máquinas manuais convencionais e máquinas controladas por CNC, os equipamentos de eletroerosão são considerados de precisão mi­ lesimal e de usinagem lenta – mas, dependendo da aplicação, conse­ guem obter maior produtividade do que máquinas convencionais de usinagem. “O grande diferencial das máquinas de eletroerosão é a

Antes de adquirir uma máquina de eletroerosão, deve-se verificar grau de rendimento, precisão e acabamento desejados precisão do corte, capaz de pro­ porcionar um acabamento da peça que muitas vezes não é possível al­ cançar com outros equipamentos”, garante Dorvaldo Schulz, gerente técnico da Usifil – empresa que há dez anos oferece serviços finais de acabamento por meio da eletroerosão de corte a fio. De acordo com o professor Raslan, a produtividade destes equipamentos pode ser medida por meio da taxa de remoção de material (TRM) e da relação de desgaste do eletrodo (RD). En­ tretanto, o professor lembra que ainda devem ser considerados outros parâmetros relacionados à qualidade do processo, como sobrecorte lateral – diferença entre os raios do furo usinado na peça e o eletrodo; rugosidade superficial; variação de microdureza; extensão O Mundo da Usinagem 13


gestão empresarial da camada refundida e formação de microtrincas, entre outros. Para obter máxima produti­ vidade nas operações de eletroerosão, é essencial trabalhar com máquinas de qualidade e realizar manutenções preventivas e corre­ tivas – como limpeza, lubrificação, troca de filtros, de fluido dielétrico e de peças de desgaste. O diretor da Agie Charmilles explica que, antes de adquirir uma máquina de eletroerosão, deve-se verificar qual será a finalidade deste equipamen­ to e qual é o grau de rendimento, precisão e acabamento desejados. “É importante também procurar um fabricante idôneo que possa in­ dicar corretamente a melhor opção

de máquina para cada aplicação”, aconselha Mitsunaga. O gerente da Mitsui Motion res­ salta que máquinas de eletroerosão por penetração e para furo rápido necessitam de alguns cuidados espe­ ciais e devem ser instaladas em locais abertos ou em salas com exaustores, pois durante a usinagem exalam gases que devem ser dissipados. “Como estas máquinas trabalham com óleo dielétrico, é importante também que sejam instaladas em locais que disponham de extintores de incêndio”, recomenda. Quanto mais tecnologia e re­ cursos estas máquinas de eletroerosão possuírem para controlar a estabilidade de corte, maior será

Entenda como funciona o processo de eletroerosão Realizada por meio de descargas elétricas, a usinagem por eletroerosão é um processo complexo e em grande parte não visível. Alberto Arnaldo Raslan, professor da Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Uberlândia (MG), explica como acontece a eletroerosão. Primeiramente, um bloco do material que será usinado é afixado na base de um recipiente – chamado cuba – que contém um fluido isolante elétrico conhecido como fluido dielétrico. Após este procedimento, a ferramenta de usinagem – na maioria das vezes um eletrodo capilar – é acoplada no cabeçote da máquina e depois ambas as partes são ligadas a uma fonte de corrente contínua por meio de cabos elétricos. “Desta forma, gera-se um dipolo elétrico entre a peça (negativo) e o eletrodo (positivo) e, quando o espaço entre estes dois componentes é diminuído até uma distância determinada, forma-se uma ponte de íons entre eles”, complementa o professor. Após este fenômeno, é produzida uma centelha que superaquece a superfície do material – com temperatura variando entre 2.500°C e 50.000ºC. Finalmente, o material da peça se funde e cerca de 15% das partículas são erodidas da superfície por causa do movimento do fluido dielétrico. “As descargas sucessivas promovem a gradual retirada de material da peça e imprimem na superfície a geometria do eletrodo”, finaliza Raslan.

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Divulgação Eroma

gestão empresarial

Adquirir acessórios de fabricantes idôneos é indispensável para realizar operações seguras. Na foto, linha da Eroma para eletroerosão a produtividade obtida. Segundo Mitsunaga, nos processos de ele­ troerosão por penetração pode-se destacar recursos como geradores sem desgaste de eletrodo, alta ve­ locidade e precisão dos eixos e aca­ bamento polido em grandes áreas. Nas aplicações de eletroerosão por corte a fio, as novidades são as tec­ nologias que permitem cortes com dois fios de diâmetros diferentes e cortes sem repasse. Escolha certa Adquirir acessórios de fornece­ dores idôneos também é indispen­ sável para praticar operações bem sucedidas e seguras. Adriana Rahn, diretora da Eroma – fornecedor de materiais para eletroerosão –, lembra que cada aplicação necessita de um produto diferente, mas para ela existem três elementos que são indispensáveis para o bom funcio­ namento da máquina. “Em um processo de eletroerosão por corte a fio, além de utilizar o fio ideal para cada aplicação e resinas adequadas, é imprescindível que a máquina 16 O Mundo da Usinagem

possua um bom sistema de filtra­ gem; a micragem correta do papel do filtro é fundamental para se obter alta precisão”, esclarece. E como escolher os acessórios ideais? O professor Raslan explica que, em processos de eletroerosão por penetração, o eletrodo utili­ zado deve ser bom condutor de eletricidade e de fácil conformação, além de ser resistente ao desgaste. Já na eletroerosão por corte a fio é preciso prestar atenção à resistência mecânica do produto, para evitar o rompimento do fio. Para Pereira, da Mitsui Motion, as principais tendências para a eletroerosão serão o avanço nas usinagens de PCD (diamante po­ licristalino), o desenvolvimento de máquinas capazes de trabalhar sem operadores e o aumento tanto dos controles simultâneos dos eixos quanto da velocidade de corte. Fernanda Feres Jornalista Veja mais Confira asinformações novidades da em: eletroerosão em: www.omundodausinagem.com.br



Fernando Favoretto

Chão de fábrica

Comprei uma máquina nova.

E agora?

Saiba quais ferramentas básicas devem constar na lista de compras para iniciar a produção em centros de usinagem e tornos

E

sta é uma situação mais co­ mum do que se imagina: ao comprar uma máquina nova, às vezes as pessoas se esquecem de definir as ferramentas que deverão ser adquiridas para trabalhar com o novo equipamento. Para evitar equívocos como este, que no final das contas acabam prejudicando a produtividade da máquina e da empresa, é preciso atenção na hora de escolher o ferramental básico. Comece buscando a ajuda de pro­ 18 O Mundo da Usinagem

fissionais que detenham o knowhow desta área, como os fabrican­ tes de máquinas e ferramentas. De acordo com especialistas do setor, uma dica para começar bem um novo negócio na área de usinagem é empenhar-se no projeto do ferramental antes mesmo de adquirir uma nova máquina. Desta forma, é possível começar a produção de forma efi­ ciente e com qualidade logo após o recebimento da máquina.

Com o apoio dos fornecedores, a empresa pode fazer a escolha destes itens baseando-se nas ca­ racterísticas da máquina adquirida (limites de potência e norma que rege a fixação de suas ferramentas) e nas exigências do material a ser usinado. Estes dois fatores são fun­ damentais e irão ditar a escolha do ferramental e dos acessórios mais adequados para cada trabalho. Entretanto, mesmo nos casos em que não se sabe ao certo qual produto será usinado, alguns itens básicos devem sempre constar no planejamento das compras, pois são necessários para iniciar a maio­ ria dos processos e comuns à maior parte das operações de usinagem. Centros de usinagem Os centros de usinagem tra­ balham com operações de facea­ mento, furação, acabamento e abertura de canais. Para começar, as principais ferramentas para a utilização neste equipamento são as fresas de 45º e 90º. Outro componente impor­ tante são as brocas. De acordo com Carlos Ancelmo, especialista em Processos de Usinagem da Sandvik Coromant, algumas em­ presas chegam a utilizar os centros de usinagem para operações de furação com maior frequência do que em outros processos. Por isso, é bom contar com algumas variações destas ferramentas. “Aconselho a aquisição de um jogo de brocas, de diâmetros randomi­ camente variados em milímetros e em polegadas, para que se possa trabalhar com diferentes dimen­


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Fotos: Arquivo AB Sandvik Coromant

Chão de fábrica

Características da máquina e do material a ser usinado ditam a escolha do ferramental sões de furos. Lembrando que a partir do diâmetro de 12 mm já é possível encontrar brocas com pastilhas intercambiáveis”, sugere. Quando possível, deve-se identificar previamente qual o tipo de furação que será feito na peça. Em casos de furação para a fabricação de roscas, os catálogos de fornecedores de machos-má­ quina costumam indicar o diâ­ metro do furo pré-rosqueamento para que a rosca fique perfeita. Em furos de precisão, o mais indicado é a utilização de brocas inteiriças de metal duro; contudo, sempre que a tolerância e a dimensão do furo permitirem, as brocas inter­ cambiáveis são mais econômicas e produtivas, além de dispensa­ rem a necessidade de reafiação. Por fim, um jogo de fresas inteiriças de metal duro com­ pletam o kit básico para centros de usinagem. Assim como no caso das brocas, os diâmetros das fresas devem variar tanto 20 O Mundo da Usinagem

quanto a expectativa de larguras de rasgos que o usuário pretenda abrir em seu centro de usinagem. As fresas possibilitam executar fresamentos laterais, operações de acabamento e abertura de canais. Anderson Fernandes, especialista do departamento de Machine Investments da Sandvik Coro­ mant, recomenda que a empresa adquira duas amostras de cada ferramenta. “Desta forma não será necessário parar a produção caso ocorra alguma avaria na ferramenta em uso”, justifica o especialista. Tornos bem equipados No caso dos tornos, a lista do ferramental básico é um pouco maior. Os itens fundamentais co­ meçam com os suportes de ferramenta para faceamento, desbaste e torneamento longitudinal. Para esta função, os suportes de código ISO DCLNL/R ou MWLNL/R são os mais adequados. O primeiro destina-se a operações de desbaste mais pesado e utiliza as pastilhas losangulares de pontas de 80º (pastilhas de có­ digo ISO CNMG). Já o segundo é pró­ prio para executar operações de des­

baste mais leves ou operações de acabamento e, para isso, utiliza as pastilhas trigonais (de código ISO WNMG). Outro suporte que deve ser incluído na compra é o MTJNL/R, juntamente das respectivas pastilhas TNMG. Mais uma vez, as brocas devem estar incluídas neste conjunto de ferramentas. Se equipadas com pastilhas de metal duro, podem realizar inclusive operações de tor­ neamento interno, permitindo dar acabamento em um furo que tenha sido feito em desbaste. Para gerar diferentes relevos nas peças, é possível equipar os tor­ nos com as ferramentas para perfilar (de código DDJNL/R), que comportam pastilhas losangulares com pontas de 55º (ISO DNMG). Outras ferramentas importantes são as barras de mandrilar, nor­ malmente utilizadas para expandir ou dar acabamentos em pré-furos usinados ou forjados. Para aten­ der os centros de torneamento, o proprietário da máquina deve acrescentar em sua lista as fresas inteiriças de metal duro (para operações de perfilamento) e os cabeçotes de fresa com pastilhas redondas (para operações de des­ baste). Vale acrescentar que a utili­ zação dos cabeçotes dependerá da potência e do torque disponíveis no motor da torre. Em centros de usinagem é interessante contar com pelo menos um jogo de brocas para atender às diferentes dimensões dos furos que possam surgir


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Chão de fábrica Além disso podem ser utili­ zadas fresas a 90º, com pastilhas Wiper (alisadoras) que são dese­ nhadas especificamente para ope­ rações de torno-fresamento. Muito além das ferramentas Depois de ad­ quirir o ferramen­ tal básico, ainda há outros itens que são primordiais para o bom funcionamento de um equipamento. No caso dos cen­ tros de usinagem, os cones de fixação merecem atenção especial. Fernandes assinala que a escolha errada destes acessórios é muito frequente entre profissionais pou­ co experientes. “Cada ferramenta tem um tipo de fixação – podem ser fixadas por parafusos, chavetas ou mandris –, por isso deve-se estudar bem os itens que farão a usinagem”, aconselha. Em linhas gerais, é importante lembrar que em máquinas que se­ guem a norma de fixação ISO 40, por exemplo, a recomendação é que se trabalhe com fresas de no máximo 80 mm. Já em máquinas ISO 50, os diâmetros das fresas podem apresentar dimensões maiores. Fernandes aponta que, diferentemente dos centros de usinagem, os tornos não apresen­ tam muitos problemas de fixação. “Nestes equipamentos, as ferra­ mentas são montadas diretamente na máquina, exigindo um número menor de acessórios”, explica. No entanto, o especialista indica um fator importante que 22 O Mundo da Usinagem

Com fresas de 45º e 90º é possível realizar as principais operações de faceamento em centros de usinagem

deve ser observa­ do na montagem do ferramental dos tornos: a posição da torre em relação à placa da máquina. Se uma ferramenta esquerda opera em uma máquina com a torre posicionada na parte traseira do equipamento – em relação às placas de usinagem –, ela não irá conseguir operar em uma máquina com torre locali­ zada à frente da placa, pois desta forma ficará de costas para a peça, impossibilitando a operação. No caso de produções que trabalham com lotes de peças va­ riáveis em termos de dureza de ma­ terial e sobremetal deixado para o desbaste e também com perfis diferentes, o ferramental deve ser preparado para enfrentar este leque de desafios. Assim, o ideal seria optar por classes e geometrias mais abrangentes, evitando esco­ lher ferramentas muito específicas que podem gerar problemas com desgastes, avarias prematuras ou mesmo um controle deficiente da formação dos cavacos. Thaís Tüchumantel Jornalista Veja em: em: Saibamais sobreinformações os projetos turnkey www.omundodausinagem.com.br


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estudo de materiais

Aço inoxidável superdúplex é destaque na indústria

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mpregado nas indústrias petroquímica, farmacêutica, química, aeronáutica, naval, alimentícia e de transporte, o aço inoxidável é uma liga ferrosa composta basicamente por ferro, cromo, níquel e molibdênio. É considerada ideal para o segmento industrial em geral, pois não oxida em contato com agentes corrosivos – como a atmosfera, meios aquosos ou orgânicos. Este tipo de aço pode ser dividido em algumas categorias, sendo as mais comuns: ferrítico, 24 O Mundo da Usinagem

Divulgação Sandvik Materials Technology

Ideal para aplicações pesadas, esta matériaprima especial requer cuidados específicos durante processos de manuseio e fabricação austenítico e dúplex. Utilizados geralmente no setor automotivo e em utensílios de cozinha, os aços à base de ferrita são imunes à corrosão sob tensão e garantem boa resistência à corrosão por fadiga. Já os aços que possuem austenita como matriz apresentam alta ductilidade e tenacidade, além de boa soldabilidade. Com a intenção de obter um material que reunisse as melhores características dos aços ferríticos e austeníticos, iniciou-se na década de 1930 nos Estados Unidos

e na Europa o desenvolvimento do chamado aço dúplex. Entretanto, somente na década de 70 é que se conseguiu desenvolver uma composição mais estruturada da matéria-prima, obtendo-se um material com alta resistência a diferentes mecanismos de corrosão (tais como corrosão intergranular, por pite e sob tensão), além de excelente resistência mecânica, tenacidade e boa soldabilidade. No Brasil, este material começou a ser utilizado na década de


Raquel Romana:“Tratamentos de envelhecimento térmico foram realizados em amostras do aço inoxidável superdúplex para descrever a cinética de formação da fase sigma” a vida útil dos equipamentos, diminuindo o número de paradas para manutenção e gastos com mão de obra. O aço inoxidável superdúplex também pode ser utilizado em substituição às ligas de níquel, por apresentar custo mais acessível. Para obter máxima produti-

vidade com o aço superdúplex, o material deve ser processado e fabricado com tecnologia de ponta (veja quadro “Etapas fundamentais para o bom desempenho”) e em condições térmicas adequadas. Considerando a importância que este produto tem para a indústria, estudos sobre as propriedades mecânicas do material e sobre como ele reage a determinadas situações são sempre interessantes, pois possibilitam uma aplicação com resultados melhores e mais seguros. Estudo revelador Raquel Romana, mestre em Engenharia Mecânica formada pelo Centro Universitário da FEI (Faculdade de Engenharia Industrial), de São Bernardo do Campo (SP), realizou um estudo com o aço inoxidável superdúplex UNS S32750 (SAF 2507) da Sandvik Materials Technology, em que o comportamento deste material foi analisado após tratamentos

Divulgação Sandvik Materials Technology

Para aplicações severas Por garantir alta resistência mecânica e à corrosão e também por ser um material de alto valor agregado, o aço inoxidável superdúplex é especialmente recomendado para ambientes severos – como meios marítimos, refinarias e plataformas de petróleo. “Existem plataformas que possuem 30% de sua tubulação neste material, porque alguns processos envolvem meios com altas concentrações de cloretos (como a água do mar), que são altamente corrosivos”, ressalta Rodrigo Faveret Signorelli, especialista de produto da Sandvik Materials Technology. O aço inoxidável superdúplex também é altamente recomendável em situações em que os aços inoxidáveis comuns ou mesmo o aço carbono não apresentam a confiabilidade e a vida útil necessárias. Com a utilização adequada do produto é possível aumentar

Fernando Favoretto

90 e seu uso se estende até os dias de hoje, assim como a utilização do aço inoxidável superdúplex – uma evolução do aço inoxidável dúplex. Composta por maior teor de cromo, níquel, molibdênio e nitrogênio, esta liga apresenta melhor resistência à corrosão do que sua antecessora.

Por garantir alta resistência mecânica e à corrosão, aço inoxidável superdúplex é utilizado em ambientes severos. Na foto, um trocador de calor O Mundo da Usinagem 25


Fotos: Raquel Romana

estudo de materiais

Microestrutura do aço SAF 2507 solubilizado como recebido da Sandvik Materials Technology térmicos de envelhecimento em temperaturas entre 700ºC e 900ºC. O objetivo deste trabalho foi descrever a cinética de formação da fase sigma – principal fase intermetálica responsável pela degradação das propriedades mecânicas do aço estudado – para, assim, poder evitá-la. Segundo Raquel, durante o processamento ou soldagem do aço formam-se fases intermetálicas e até carbonetos e nitretos que modificam as características do material, como resistência ao impacto, corrosão e dureza. “Neste

Microestrutura da amostra do aço envelhecida a 850ºC por 10 minutos - fase sigma

estudo, focamos na fase sigma por ser a que se forma mais facilmente e em maior quantidade quando o material é aplicado sob temperaturas elevadas”, explica. A ideia central do trabalho foi identificar em que temperatura e após quanto tempo de exposição esta fase tem início. Para isso, Raquel realizou tratamento de envelhecimento térmico do aço em cinco séries, com temperaturas variando entre 700ºC e 900ºC e com diferença de 50ºC entre cada uma delas. Em cada série, foram tratadas 13 amostras

O que o ensaio concluiu Por meio do estudo com o aço inoxidável superdúplex foi possível identificar – em temperaturas mais baixas, entre 700ºC e 800ºC – a presença de morfologia lamelar nas microestruturas do material, decomposição eutetóide lamelar, precipitação descontínua e crescimento de sigma a partir de ferrita e austenita. Já as amostras que foram tratadas em temperaturas mais elevadas, entre 850ºC e 900ºC, apresentaram a fase sigma predominantemente em morfologia maciça. Nestas amostras ocorreram mecanismos de formação de sigma, como decomposição eutetóide divorciada, precipitação contínua e formação e crescimento de sigma a partir de austenita e ferrita. Assim, o ideal é trabalhar com o aço inoxidável superdúplex em temperaturas até 700ºC.

26 O Mundo da Usinagem

que ficaram expostas por tempos variados – entre 10 minutos e 1.032 horas. “Optei por trabalhar com períodos longos para descobrir como a amostra se comportava; se após um tempo a fase sigma se estabilizava ou se ela continuava crescendo”, esclarece Raquel. O que pôde ser percebido no estudo é que esta fase surge inicialmente a partir da ferrita existente na estrutura do aço, pois seus elementos estabilizadores – cromo e molibdênio – são os mesmos elementos formadores de sigma. Nas amostras tratadas a 700ºC, a ferrita do material foi totalmente consumida após 48 horas. Já nas demais temperaturas, isto aconteceu depois de 12 horas de tratamento. Após eliminar totalmente a ferrita do material, a sigma continua crescendo e começa, em menor proporção, a consumir também o cromo da austenita. “Percebemos que entre 750ºC e 850ºC esta fase é muito forte e consome rapidamente a estrutura do material a ponto de inutilizá-lo totalmente”, avalia Raquel. “Neste caso, para elimi-


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nar toda a sigma do aço é preciso solubilizá-lo, sendo, portanto, mais interessante trabalhar com o aço em temperaturas inferiores a 700ºC”, acrescenta. Obtendo melhorias Após o estudo, Raquel constatou que a dureza do aço inoxidável superdúplex SAF 2507 está diretamente relacionada com o volume de sigma em sua estru-

tura. Isto quer dizer que, quanto maior for a fração volumétrica de sigma, maior será a dureza medida no material (veja mais detalhes no quadro “O que o ensaio concluiu”). “Quando a dureza aumenta o aço fica mais frágil, modificando suas propriedades mecânicas, o que pode prejudicar a usinagem”, explica Raquel. De acordo com Signorelli, especialista de produto da Sandvik

Etapas fundamentais para o bom desempenho Poucas empresas no mundo produzem o aço superdúplex, pois este é um processo de fabricação que exige alta tecnologia e requer vasto conhecimento para que se possa evitar a formação de fases intermetálicas prejudiciais à estrutura do material – como a fase sigma. Fabricado na usina da Sandvik Materials Technology (SMT) na Suécia, na cidade de Sandviken, o aço inoxidável superdúplex SAF 2507 passa por diversos processos que garantem sua qualidade. “Nesta unidade possuímos equipamentos de alta tecnologia para a produção de aços inoxidáveis e ligas especiais”, ressalta André Marin, especialista de produto da SMT. De um modo geral, a produção desses aços acontece em quatro etapas: fundição dos metais em forno de arco elétrico; descarbonização em conversores AOD (Argon-Oxigen-Descarburisation) para a eliminação de excesso de carbono; refino do aço nos fornos de panela para o ajuste final dos elementos da liga; e lingotamento contínuo ou em moldes. A partir dos lingotes obtidos, após laminação e forjamento são produzidos tarugos e barras que serão posteriormente conformados em tubos, fitas e arames. Todos os produtos fabricados pela empresa são certificados e passam por testes específicos. Entre os testes realizados em tubos e barras encontram-se os ensaios de dureza, tração, corrosão, testes hidrostáticos, de achatamento e análise de tratamento térmico, entre outros. “Temos total controle sobre a sequência da produção, desde a seleção de metais para a fundição até a embalagem do produto final”, garante Marin. A qualidade dos produtos é comprovada por uma política de controle criada pela própria SMT, a Sandvik Steel’s Quality Policy, que atende os requisitos de diversos padrões e normas internacionais de qualidade de produção.

28 O Mundo da Usinagem

Divulgação Sandvik Materials Technology

estudo de materiais

Da esquerda para a direita: André Marin e Rodrigo Signorelli, ambos da Sandvik Materials Technology Materials Technology, o estudo realizado por Raquel Romana é muito expressivo para as empresas e indústrias que utilizam o aço inoxidável superdúplex como matéria-prima de seus produtos, pois ajuda a identificar as condições ideais para o processamento e o manuseio do aço. “Se o fabricante ao qual fornecemos este tipo de material não estiver informado sobre estes fenômenos, corre o risco de danificar as propriedades mecânicas do aço e reduzir a qualidade do produto final”, lembra. “Realizamos estudos similares, porém com foco mais voltado para a resistência à corrosão, aliás aspecto considerado como um grande diferencial do aço que oferecemos ao mercado”, complementa. Fernanda Feres Jornalista Veja mais maisinformações informaçõesem: em: www.omundodausinagem.com.br



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ideias e pensamentos

E

m um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, a presença de líderes em empresas de todos os portes é es­ sencial para que os bons resultados sejam alcançados. Com capacida­ de para influenciar e mobilizar pessoas na busca de objetivos comuns, o líder deve ter conhecimento, habilidade e atitude para colocar em prática ações que estejam alinhadas com os interes­ ses da companhia. Contudo, o bom líder é aquele que consegue desenvolver este trabalho de forma estratégica: com sensibilidade, sa­ bendo ouvir os seus subordinados e respeitando o espaço e a opinião de toda a equipe. Diversos estudos sobre este as­ sunto já foram realizados ao longo dos anos e todos demonstram que o conceito de liderança varia de uma situação para outra, em um processo que não depende apenas das características ou habilidades das pessoas. Um líder pode surgir 30 O Mundo da Usinagem

Liderança

O desafio de influenciar as pessoas positivamente Presença do líder no ambiente corporativo é fundamental para inspirar e motivar profissionais para a busca de um objetivo comum naturalmente no decorrer da his­ tória, se desenvolver as virtudes necessárias. James C. Hunter, um dos mais renomados especialistas em liderança dos Estados Uni­ dos e autor do livro O Monge e o Executivo, cita como exemplo de grandes líderes nomes como Mar­ tin Luther King, pastor americano e líder do movimento negro; Mahatma Ghandi, líder espiritual

e político da Índia; Nelson Man­ dela, líder sul-africano e ativista antiapartheid; e Sam Walton, fun­ dador da rede de hipermercados Walmart, entre outros. A figura do líder também pode surgir no ambiente corporativo quando a empresa concede a determinado profissional uma posição que exige ações de li­ derança, como um cargo de su­


Líder deve ter conhecimento, habilidade e atitude para colocar em prática ações que estejam alinhadas com os interesses da companhia pervisão, coordenação, gerência ou direção. No entanto, existem diferenças significativas entre o perfil do líder e o do ‘chefe’. Gestão estratégica Para Marco Antonio Lam­ poglia, analista e consultor sobre mudanças comportamentais, um líder deve manter boa comunica­ ção e bom relacionamento com sua equipe, e deve também ser respeitado por todos aqueles com quem convive – não só por causa de seus conhecimentos técnicos,

mas também por suas competên­ cias socioemocionais. “Quando essas habilidades emergem no con­ texto da organização, a liderança surge naturalmente”, explica. Já o relacionamento e a comunicação do chefe com sua equipe são mais diretos e menos afetivos. Enquanto a chefia se preocupa mais com efeitos e resultados, a liderança se concentra mais nas causas que podem gerar bons resultados. Segundo Lampoglia, estamos vivendo em uma nova era, onde o líder deve se preocu­ par com três principais vertentes: estratégia e tática, processos que se concentram dentro da rotina e gestão de pessoas. “O líder tem como foco o desenvolvimento do potencial das pessoas e a gestão de processos, sendo um formador de futuros líderes que orienta sua equipe dentro de uma estrutura de visão de negócios”, considera o consultor. Além de saber orientar sua equipe com eficácia, é essencial que o líder tenha iniciativa para

É dever do líder estimular e motivar cada colaborador para que todos permaneçam comprometidos com os objetivos da equipe

Líder deve saber comunicar com clareza as estratégias e os objetivos da equipe, definindo metas e cobrando resultados resolver situações difíceis e delicadas e que seja o responsável pelo planejamento de ações estratégicas. Para isso, o profissional que assume uma posição de liderança deve ter ampla visão do mercado e dos negócios. No entanto, o líder sozinho não é capaz de alcançar todos os resultados esperados e resolver todos os desafios de uma empresa. É preciso que ele saiba também formar equipes que trabalhem unidas para que os objetivos da companhia sejam concretizados. Estimulando atitudes Lampoglia acredita que a presença do líder influencia diretamente o estado de ânimo da equipe, sendo um ‘personagem’ fundamental na primeira fase de um planejamento anual da empre­ sa; o verdadeiro líder tem a capa­ cidade de inspirar os funcionários com métodos e técnicas que permitem buscar bons resultados, por meio do reconhecimento do trabalho de cada um. É por isso O Mundo da Usinagem 31


Além de saber orientar sua equipe com eficácia, é essencial que o líder tenha iniciativa para resolver situações de conflito que a pessoa que assume este papel deve conhecer profundamente cada integrante da equipe e saber lidar com os diferentes tipos de personalidades. Outra habilidade importante que o líder deve apresentar para motivar sua equipe é saber in­ tervir corretamente na solução de problemas, promovendo a orientação e a capacitação neces­ sárias para a eliminação destes

problemas. “O líder deve saber dar e receber feedbacks e fazer isto pontualmente, apontando erros e acertos”, aponta. Para influenciar positivamen­ te sua equipe, o líder também deve demonstrar segurança em relação aos desafios da empresa, e não permitir que seus problemas pessoais interfiram na vida profissional. “Mesmo nos momentos de dificuldade, o líder tem a responsabilidade de comunicar à sua equipe o que está acontecendo na companhia, escutar os colaboradores e orien­ tá-los da melhor forma possível diante dos desafios”, aconselha Guilherme Mendonça, diretor da Unidade de Negócios Energy Automation da Siemens. Na opinião do diretor – que trabalha há 18 anos na Siemens –,

Rumo ao triunfo Um pai de família, que enfrenta sérios problemas financeiros, está em busca de uma vida melhor. No percurso, é abandonado pela esposa, que deixa com ele US$ 21,39 e o filho de cinco anos para cuidar. Este é o início da história de Chris Gardner, o corretor da Bolsa de Valores que virou lenda em Wall Street (EUA), e que em 20 anos transformou seu pequeno patrimônio em uma fortuna avaliada em cerca de US$ 600 milhões. Gardner teve sua trajetória de vida contada em uma autobiografia chamada À Procura da Felicidade. Em 2006, foi lançada a versão cinematográfica do livro – de mesmo nome –, que relata a busca intensa de Gardner pela felicidade. Estrelado pelo ator americano Will Smith, o filme mostra o caminho percorrido por Gardner, que chegou a viver em abrigos e se tornou um empresário bem sucedido, e que alcançou o sucesso em função de sua garra, determinação e capacidade de administrar conflitos – características necessárias e fundamentais para uma pessoa que deseja desempenhar um papel de líder. Atualmente, Gardner ministra palestras de motivação e lançou seu segundo livro. Visite o site oficial de Chris Gardner e saiba mais sobre sua trajetória: http://www.chrisgardnermedia.com

32 O Mundo da Usinagem

Divulgação Siemens

ideias e pensamentos

Guilherme Mendonça, da Siemens: “É importante que o líder se integre totalmente ao time e seja cúmplice e parceiro nos desafios do dia a dia”

os principais desafios de um líder são comunicar com clareza as estratégias e os objetivos da equi­ pe, definindo metas e cobrando resultados e bons desempenhos. Mendonça acrescenta que estas metas devem ser realizadas com prazer e, portanto, também é dever do líder estimular e motivar a equipe para que todos os fun­ cionários permaneçam focados. “É importante que o líder se integre totalmente ao time e seja cúmplice e parceiro nos desafios do dia a dia, tendo sempre uma visão ampla do mercado e do que está acontecendo à sua volta”, complementa. Suporte essencial No entanto, tudo isso não quer dizer que líderes de primei­ ro escalão não possam cometer erros; mas, caso cometam, devem se responsabilizar por eles e resol­ vê-los de forma rápida e prática. Além disso, os bons líderes apren­ dem constantemente com suas próprias falhas. Segundo Sylmara Requena,



ideias e pensamentos diretora de Recursos Humanos da Siemens, a empresa possui premissas estratégicas que visam a excelência em gestão de pessoas, nas quais o papel do RH e dos próprios gestores é fundamental. Além disso, existem ferramentas de gestão para facilitar este processo de desenvolvimento de ‘líderes’. “É comum encontrar pessoas em cargos de liderança que possuem os conhecimentos técnicos necessários para ocupar a função, mas com muita dificuldade para gerenciar pessoas; nestes casos, procuramos focar nosso suporte de RH neste campo, para que este gestor possa suprir as principais lacunas da gestão”, ressalta. O processo utilizado na Siemens que tem como objetivo principal estabelecer uma cultura de alta performance mundial e local, com foco em poten­ cial e desenvolvimento, é o PMP – Performance Management System. O ciclo do PMP ocorre ao longo de todo um ano: inicia-se com o estabelecimento de objetivos indivi­

Alguns livros para a boa prática da liderança  MAXWELL John. As 21 irrefutáveis leis da liderança, Rio de Janeiro: Editora Thomas Nelson Brasil, 2007, 336.  ABRASHOFF Michael. Este barco também é seu, São Paulo: Cultrix, 2006, 200.  GONZALES Ricardo; PARREIRA Carlos Alberto, Formando Equipes Vencedoras. São Paulo: Editora Best Seller, 2006, 163.  TEJON José Luiz, Liderança para Fazer Acontecer. São Paulo: Editora Gente, 2006, 208.  MAXWELL John C., Livro de Ouro da Liderança. Rio de Janeiro: Editora Thomas Nelson Brasil, 2008, 283. Confira a lista completa em www.omundodausinagem.com.br

duais, seguido de um monitoramento, avaliação de cumprimento de metas, bem como a avaliação do colaborador com base nos resultados alcançados e nas competências Siemens de liderança, compara­ ção de performance e potencial, além do plano de desenvolvimento individual e feedback. “Estamos acompanhando de perto o cresci­ mento profissional de cada um de nossos líderes e dos potenciais sucessores com ações concretas de desenvolvimento, que visam a potencializar a atuação destes gestores que, por sua vez, maximizam o preparo de seus liderados”, comenta Sylmara. “Visamos fortalecer os profissionais que exercem cargos de liderança para que estejam preparados e atualizados tecnicamente, fornecendo recursos para facilitar sua gestão. Entretanto, acredito que o ponto alto de um líder está em construir uma relação de confiança com cada integrante de sua equipe, com feedback constante e execução de um plano concre­ to de aprimoramento e crescimento profissional”, completa a diretora.

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Tendências e Oportunidades

Ferro fundido nodular pode substituir o aço carbono

Utilização de barras de ferro fundido nodular na fabricação de componentes originalmente produzidos com aço resulta em redução de custos

A

substituição do aço car­ bono pelas barras de ferro fundido nodular (FUCO) tem se mostrado exce­ lente alternativa para empresas que desejam obter menor custo de fabricação, produzindo um maior número de peças por hora–máquina com menor con­ sumo de ferramentas. A melhor usinabilidade do ferro fundido nodular se dá pela presença de carbono livre em forma de grafita, o que facilita a 36 O Mundo da Usinagem

quebra do cavaco, bem como atua como lubrificante da ferramenta de corte. A presença de grafita também é responsável pela menor densidade (10% menor que a do aço), pela maior condutividade térmica e pela maior absorção de vibrações (menor ruído). Defeito zero O processo de fundição con­ tínua (veja quadro “Uma forma diferente de produção”) foi in­ troduzido no Brasil em 1975

pela Tupy, considerada uma das maiores fundições independentes da América Latina. Este processo único de fabricação possibilita a produção de barras de tamanhos e geometrias diferentes, isentos dos defeitos comuns da fundição convencional (areia), tais como rechupes, gases, inclusões, etc. Edison Guilherme Siedschlag, coordenador de Desenvolvimen­ to de Produtos da Tupy, aponta que o FUCO é capaz de substi­ tuir o aço porque mantém carac­



Tendências e oportunidades

FUCO é capaz de substituir o aço carbono pois apresenta propriedades mecânicas similares

As barras de ferro nodular FUCO são produzidas por meio do processo de fundição contínua horizontal e podem ser fabricadas em vários formatos. De acordo com Edison Guilherme Siedschlag, coordenador de Desenvolvimento de Produtos da Tupy, este processo consiste no vazamento do metal líquido em um forno alimentador, onde na parte frontal inferior deste forno é montada uma coquilha de grafite refrigerada a água, que confere a forma e a dimensão desejada do perfil a ser produzido. Quando o metal líquido entra em contato com a coquilha forma-se uma casca sólida; assim que esta casca tiver resistência para suportar a pressão metalostática (relacionada à altura ou carga do metal), a barra é tracionada no sentido horizontal. Após este processo, as barras são entalhadas com disco de corte e, em seguida, quebradas por punção de acordo com o comprimento desejado.

Oportunidade para poupar Segundo o coordenador, uma das principais razões que motiva a maioria das empresas a substi­ tuir o aço carbono pelo FUCO em suas operações é a redução

de custos no processo de usinagem. A economia pode não parecer imediata, mas com a uti­ lização deste material é possível usinar um número maior de peças por hora e aumentar a vida útil das ferramentas de corte. O menor peso deste material em relação ao aço carbono – cerca de 10% – também garante me­ lhor custo–benefício. De acordo com dados coletados pela Tupy, os gastos das empresas com usina­ gem podem ser reduzidos em até 50% a partir da utilização deste material. Siedschlag acrescenta que o material aceita todo tipo de tratamento térmico e proteção superficial – como galvanização e cromagem, entre outros. Divulgação Tupy

terísticas mecânicas similares às deste material, com as vantagens de ser mais leve e oferecer boa usinabilidade. De acordo com Siedschlag, as barras de ferro fun­ dido nodular FUCO das classes ferríticas são excelentes alterna­ tivas para aços de baixo carbono, refosforizados e ressulfurados. “Já as das classes perlíticas são ideais para substituir os aços de médio carbono, pois apresentam elevada resistência”, explica o coordenador.

Uma forma diferente de produção

Barras de ferro nodular são produzidas por meio do processo de fundição contínua horizontal 38 O Mundo da Usinagem

Fernanda Feres Jornalista

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A grande retomada

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epois da tempestade, espera-se pela bonan­ ça. Mas, mesmo que ela nunca dê o ar da graça, já é possível identificar no fim do túnel que o mundo se encontra num cenário bem diferente do que tínhamos ontem. O ano de 2010 tem tudo para ser extrema­ mente peculiar. Um ano com eventos importantes que irão transformar positivamente o dia a dia das pessoas. Quando falamos em economia, sabemos que existem diversas previsões – algumas mais otimistas, outras nem tanto. O fato é que nunca os fundamentos econômicos de nosso País estiveram com saldo tão positivo e promissor. Devido à escassez de crédito, o setor indus­ trial foi o mais prejudicado pela crise financeira internacional no ano passado. Com a recupe­ ração do crédito ao longo de 2009 e o esgota­ mento dos estoques, a produção industrial vem crescendo continuamente nos últimos meses, mas ainda não atingiu os patamares anteriores à crise – situação que deverá ocorrer no primeiro semestre de 2010. De um modo geral, uma empresa industrial compra o equivalente a 50% de seu faturamento, sendo 30% materiais diretos e 20% materiais e serviços indiretos. Esta mesma indústria busca atender o consumidor final da forma mais efi­ ciente possível, tanto por meio da redução de custos quanto por meio da adição de mais valor aos seus produtos finais. Entramos justamente neste ponto da cadeia produtiva; não somente como fornecedor, mas principalmente como um verdadeiro parceiro de nossos clientes, proporcionando-lhes serviços e produtos para usinagem de ultima geração. É através de nossos serviços customizados, somados à performance das novas ferramentas que desenvolvemos e apresentamos continua­ mente ao mercado, que conseguimos gerar para

40 O Mundo da Usinagem

nossos clientes melhorias na qualidade e aumen­ to de produtividade com redução de refugos, ampliando o valor agregado de seus produtos. Além disso contribuímos para a eliminação de gargalos na usinagem, redução nos tempos de corte com melhorias dos processos e aumento da vida das ferramentas e, consequentemente, colaboramos para o alcance das economias e reduções de custos tão almejadas. Finalmente, as turbulências estão diminuin­ do em nosso cenário econômico. O sol volta a brilhar no horizonte dos negócios e notamos o quanto pudemos aprender durante a tempestade junto a nossos clientes. Aqueles que realmente lutaram conosco e compartilharam a mesma filosofia de batalha sabem que sua retomada nos negócios será mais ágil e rápida, pois sempre contaram com o apoio de um parceiro que mesmo durante a tormenta econômica não parou de inovar. Assim, toma­ mos como nossa a responsabilidade de tornar nossos clientes e parceiros cada vez mais com­ petitivos em seus mercados de atuação. José Gamarra Gerente Técnico da Sandvik Coromant do Brasil

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COFECORT Tel: 16 3333 7700 Araraquara - SP

NEOPAQ Tel: 51 3527 1111 Novo Hamburgo - RS

COMED Tel: 11 2442 7780 Guarulhos - SP

PRODUS Tel: 15 3225 3496 Sorocaba - SP

CONSULTEC Tel: 51 3343 6666 Porto Alegre - RS

PS Tel: 14 3312-3312 Bauru - SP

COROFERGS Tel: 51 33371515 Porto Alegre - RS

PS Tel: 44 3265 1600 Maringá - PR

CUTTING TOOLS Tel: 19 3243 0422 Campinas – SP

PÉRSICO Tel: 19 3421 2182 Piracicaba - SP

DIRETHA Tel: 11 2063-0004 São Paulo - SP

REPATRI Tel: 48 3433 4415 Criciúma - SC

Dormer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

ESCÂNDIA Tel: 31 3295 7297 Belo Horizonte - MG

SANDI Tel: 31 3295 5438 Belo Horizonte - MG

Dynamach. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

FERRAMETAL Tel: 85 3226 5400 Fortaleza - CE

SINAFERRMAQ Tel: 71 3379 5653 Lauro de Freitas - BA

GALE Tel: 41 3339 2831 Curitiba - PR

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HAILTOOLS Tel: 27 3320 6047 Vila Velha - ES

TOOLSET Tel: 21 2290-6397 Rio de Janeiro - RJ

JAFER Tel: 21 2270 4835 Rio de Janeiro - RJ

TRIGON Tel: 21 2270 4566 Rio de Janeiro - RJ

HDT. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

KAYMÃ Tel: 67 3321 3593 Campo Grande - MS

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FALE COM ELES

O leitor de O Mundo da Usinagem pode entrar em contato com os editores pelo e-mail: faleconosco@ omundodausinagem.com.br ou ligue: 0800 770 5700

Adriana Rahn (Eroma): (47) 3249-2500 Anderson Fernandes (Sandvik Coromant): (11) 5696-6865 André Marin (Sandvik Materials): (11) 5696-5457 Alberto Arnaldo Raslan (FEMEC/UFU-MG): (34) 3239 4021 Área Comercial da Taurus Wotan: (11) 3842-5501 Carlos Ancelmo (Sandvik Coromant): (11) 5696-6935 Daniel Mesquita (Gerdau Açominas): www.gerdau.com.br Dorvaldo Schulz (Usifil): (47) 3026-6705 Edison Guilherme Seidschlag (Tupy): (47) 4009-8193 Edson José Silva (Man Ferrostaal): (11) 5522-5999 Fernando Alves Pereira (Mitsui Motion): (11) 2095-7972 Guilherme Mendonça (Siemens): www.siemens.com Hermes Lago (Romi): (19) 3455-9000 Januário Dolores (Alstom): (11) 3612-7000 José Gamarra (Sandvik Coromant): (11) 5696-5446 Marcelo Padovani (DEB’MAQ): (35) 3433-8310 Marco Antonio Lampoglia: (11) 5671-2344 Raquel Romana: kelromana@hotmail.com Rodrigo Signorelli (Sandvik Materials): (11) 5696-6988 Silvio Mitsunaga (Agie Charmilles): (11) 5694-8350 Sylmara Requena (Siemens): www.siemens.com

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42 O Mundo da Usinagem

Saiba como influenciar sua equipe

Usinagem pesada

Pilar de sustentação da indústria de base

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Blaser . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Bucci. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 Deb´Maq . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

Ergomat. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Eroma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Grob. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 Mecânica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Haas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

Intertech . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Mitutoyo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Ricavi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 Romi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 /21/23 Sandvik. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4ª capa Sandvik Local. . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 Selltis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2ª capa Stamac . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Turrettini . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3ª capa

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