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Produtividade em Equipe Há já algum tempo que O Mundo da Usinagem vem procurando transmitir a seus leitores e amigos aquilo que nos parece o ponto fundamental da melhoria na produção empresarial contemporânea: o trabalho em equipe. Não se trata, contudo, daquele velho conceito de equipe que apenas tampa buracos ou, ainda, significa o sacrifício de alguns em benefício de uma miragem. O verdadeiro trabalho em equipe se baseia no melhor aproveitamento possível das características de cada um, potencializando um conjunto harmônico e de alta produtividade. Mas, se temos, em o nosso meio, um AutoTas que gerencia o suprimento de insumos e ferramentas de uma empresa, se temos as ferramentas para quem trabalha com High Speed Machining, que encurta tempos e aumenta enormemente a produtividade, o que temos para o gerenciamento de equipes humanas?

2 O Mundo da Usinagem

O ponto nodal, nos parece, é exercer a confiança e o respeito não apenas em relação a nossos colegasmas, sobretudo, em relação a nós mesmos. Isso implica em termos confiança para apresentarmos sugestões, modéstia para ouvirmos e incorporarmos críticas e auto-estima e maturidade para continuarmos tendo idéias e sugestões. Como bem explicitado na Carta do Diretor, a estima pelo que fazemos, o orgulho por nossas realizações, a confiança de estarmos buscando as melhores soluções para cada problema, tudo isso se espraia em beneficio de todos os envolvidos no processo produtivo, a partir de nós mesmos. Ao mesmo tempo elo inicial e final de uma corrente de comunicação, esperamos estar cumprindo nosso papel e esperamos po der merecer comentários, críticas e sugestões de nossos leitores e amigos.


O Mundo da Usinagem Publicação trimestral da Divisão Coromant da Sandvik do Brasil S.A. - ISSN

1518-6091

RG. BN 217.147

Já Começamos

e-mail: omundo.dausinagem@sandvik.com

Não há, entre nós, quem não tenha ouvido, pelo menos por uma vez que

EXPEDIENTE

fosse, que, no Brasil, o ano só começa depois do Carnaval. Aquilo, da frase, que

SANDVIK DO BRASIL Presidente: José Viudes Parra

muitos já acharam engraçado, mal camuflava um misto de derrotismo, desilu-

DIVISÃO COROMANT

são e falta de respeito pelo país, pelos outros e por si próprio. Hoje, felizmente, a idéia sintetizada em tal frase começa a ruir e ela é cada vez

Diretor-Coromant: Claudio José Camacho Gerente de Marketing e Treinamento: Francisco Carlos Marcondes Coordenadora de Marketing: Heloisa Helena Paes Giraldes Assistente de Marketing: Cibele Aparecida Rodrigues dos Santos

menos veiculada. Está perdendo a “graça” falar contra nós próprios, contra nossas

Conselho Editorial: Nivaldo L. Coppini, Antonio Borges Netto, Francisco C. Marcondes, Marlene Suanno, Heloisa H. Paes Giraldes, Tadeu B. Lins, Fernando G. de Oliveira, Aryoldo Machado e José Edson Bernini.

que se refletirão, sem dúvida, sobre nosso amanhã. Deixamos, finalmente, de espe-

Coordenadora da publicação: Vera Lúcia Natale Editoria: Depto. de Marketing da Divisão Coromant. Responsável: Francisco C. Marcondes Reportagem: De Fato Comunicações Fotografias: Izilda França Moreira Traduções: Vera Lúcia Natale Criação, Editoração Eletrônica: Arte Gráfica Fotolito: Digigraphic Gráfica: Fotoline Gráfica e Fotolito Jornalista responsável: Maurício Coutinho MTB 3390

CORPO TÉCNICO (DIVISÃO COROMANT) Gerente do Departamento Técnico: José Roberto Gamarra Especialista em Fresamento: Marcos Antonio Oliveira Especialista em Capto & CoroCut: Francisco de Assis Cavichiolli Especialista em Torneamento: Domenico Carmino Landi Antonio José Giovanetti Especialista em Furação: Donival Aparecido da Silveira Especialista em Die & Mould: Sílvio Antonio Bauco

realizações, contra nosso país. O terreno fértil e nosso esforço estão fazendo brotar a maturidade tão necessária para valorizar cada dia, para pesar cada possibilidade, para investir com segurança e planejar com tranqüilidade. Esta maturidade nascente está fazendo com que nos vejamos não mais como “o país do futuro” mas como o país do agora, do esforço de hoje, da dedicação de hoje, rar pelo futuro e começamos a construí-lo! Sem afobação mas... em high speed! A Teia da Vida não é uma expressão poética. Trata-se de milenar sabedoria condensada em uma curta frase. Tudo se associa na construção de uma estrutura sólida, onde todos tem seu papel e seu lugar. Não é nenhuma coincidência que, ao nos lembrarmos da Semana da Arte Moderna de 22 - movimento artístico-literário que agitou o Brasil há exatos 90 anos - , algumas idéias de então se entrelacem com nosso presente. O Brasil e a defesa de seu valor, delineados na Semana de 22, é este mesmo Brasil que hoje ganha coragem de fabricar e gerenciar aqui mesmo muitos componentes até então importados. Mario de Andrade, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Anita Malfati, para mencionar apenas alguns, foram escritores e artistas que, conhecedores do mundo artístico europeu, apostaram no Brasil e insistiram que nele se investisse; que suas cores e formas que seu folclore e sua cultura fossem temas de nossa arte e de nossa literatura. A arquitetura modernista brasileira é uma conseqüência direta da Semana de 22 e de sua propulsão rumo à produção que desse asas e espaço à capacidade criadora do brasileiro. Planejamento, confiança e ousadia são os ingredientes que devemos usar. O Brasil não mais “começa a funcionar só depois do Carnaval”! E a Sandvik Coromant sente-se muito realizada na certeza de estar contribuindo para esta mudança. Todo dia é dia de Brasil, de trabalho, de gerenciamento e de produção: todo dia é dia de nós todos.

Claudio José Camacho Diretor - Coromant

SAC (Departamento Comercial): (11) 5696-5604 Atendimento ao cliente: 0800 55 9698

Av. Das Nações Unidas, 21.732 - Santo Amaro — São Paulo — SP — CEP 04795-914

Sandvik Coromant do Brasil 3


TORNEAMENTO

Nós brasileiros estamos vivendo a era do racionamento de energia elétrica. É mister que todos os esforços sejam feitos para que se utilize o mínimo possível de eletricidade, a fim de que ela não venha a faltar em um futuro próximo. Para o meio industrial, mormente para a indústria metalmecânica, a diminuição do consumo de energia elétrica é um grande desafio, já que este tipo de indústria é intensamente dependente deste insumo. Outro grande desafio atual da indústria metal-mecânica é diminuir, ou abolir, a utilização de fluidos de corte. Estamos, também, numa época em que é fundamental que se diminuam os danos ambientais causados pela produção e que se tenha um ambiente de trabalho saudável para os que nele passam boa parte de seu dia. Para que isto seja possível utilizandose fluido de corte nos processos de usinagem, é necessário que se dispenda recursos para sua reciclagem sem dano ao meio ambiente, para sua manutenção livre Prof. Dr. Anselmo Eduardo Diniz Depto. De Engenharia de Fabricação – FEM – Unicamp Ricardo Micaroni Mestrando, F. De Engenharia Mecânica – Unicamp

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de bactérias e fungos ou ainda para a aquisição de fluidos que tenham vida mais longa (menor necessidade de reciclagem) e com nenhuma tendência à proliferação de bactérias e fungos (como é o caso dos fluidos sintéticos). Existe, porém, em muitos casos, a alternativa de se usinar sem fluido de corte. Este trabalho procura d ar uma resposta aos dois desafios citados. Os autores realizaram vários experimentos de torneamento de aço com pastilhas recobertas de metal, com e sem a utilização de fluido de corte. Eles concluíram que, retirando-se o fluido de corte do processo, diminui-se bastante o consu-

mo de potência (e, conseqüentemente, o gasto com energia elétrica) e a rugosidade da peça. Se a retirada do fluido for realizada sem mudança das condições de corte, os benefícios acima virão acompanhados de um maior consumo de ferramenta, pois sua


vida útil deverá diminuir. Pode-se, porém, modificar o avanço e a velocidade de corte de tal maneira a se manter ou até aumentar a vida da ferramenta, mesmo sem a utilização do fluido.

Descrição dos Experimentos Foram realizados ensaios de torneamento em peça de aço 1045, utilizando-se pastilhas de metal duro de código TNMG 16o4o4-PF GC4015 produzidas pela Sandvik Coromant. Esta pastilha é recomendada para processos de acabamento e possui tripla camada de cobertura de TiCN, A1203 TiN. Um ensaio consistia no torneamento destas peças com uma aresta de corte até que a ferramenta atingisse desgaste de flanco VB = 0,3mm. Durante a usinagem, a corrente elétrica consumida pelo corte era monitorada por um sensor de efeito hall montado no cabo de entrada da corrente elétrica no motor principal do torno. Como a máquina utilizada possui motor principal de corrente contínua, com tensão de alimentação constante na faixa de rotações utilizadas, a corrente elétrica monitorada é diretamente proporcional à potência elétrica consumida pelo processo. Os valores de corrente mostrados no próximo item são os valores líquidos, isto é, a corrente consumida pela simples rotação da placa com a peça (vazio) foi descontada da corrente medida, para que se tivesse a corrente (e, conseqüentemente, a potência) consumida pelo processo. A cada 1 minuto de corte, a ferramenta era retirada da máquina para ter seu desgaste de flanco medido em um microscópio óptico com ampliação de 50 vezes. A rugosidade da peça foi medida, também, a cada 1 minuto de cor-

te, em um rugosímetro portátil da marca Mitutoyo. Os ensaios foram realizados em um torno CNC Romi Cosmos 30. O fluido de corte utilizado foi o óleo sintético Agecool 939, na concentração de 6 %, com vazão e velocidade respectivas de 4,2 L/min e 5,8 m/s no bico aplicador da máquina. Os ensaios foram realizados utilizando as condições de usinagem mostradas na tabela 1 (figura 1), todas elas típicas de processo de torneamento em acabamento. A profundidade de usinagem utilizada em todos os ensaios foi ap = 1 mm e todos eles foram realizados ao menos duas vezes para se verificar a repetibilidade dos resultados. Quando tais resultados eram muitos dispersos, um terceiro en-

saio era realizado para que a confiança da média dos parâmetros medidos pudesse ser alta.

Resultados e Discussões A figura 2, na próxima página, mostra os valores de corrente elétrica monitorados no início da vida da ferramenta nos diversos ensaios. Vários pontos desta figura podem ser analisados, quais sejam: 1) Em todas as condições testadas, a potência de corte para a remoção do cavaco foi maior quando se utilizou óleo sintético. Isto se deve ao amolecimento do material da peça e do cavaco na região de corte, devido à alta

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temperatura que o corte a seco propicia, o que faz diminuir a pressão específica de corte (Ks -força por unidade de área de cavaco). Como a potência de corte (Pc) pode ser dada pela expressão 1, a diminuição de Ks, gerou a diminuição de potência verificada.

Pode-se verificar ainda que nos ensaios com velocidade de corte vc = 430 m/min, a redução de potência ultrapassou a casa dos 30%, o que pode ser considerada uma redução significativa de energia. Nos ensaios com velocidade de corte mais alta, a redução de potência consumida foi menor porque, quanto mais alta a velocidade de corte, mais difícil é para o fluido de corte chegar próximo à região de corte para propiciar seu resfriamento. Assim, com velocidade de corte de 540 m/min, mesmo quando se utilizou fluido de corte houve um certo amolecimento da peça e do cavaco próximo à região de corte, devido à maior temperatura, o que facilitou a remoção do cavaco. 2 ) Processos de acabamento são aqueles nos quais, por se desejar bom acabamento superficial da peça, utilizam-se, normalmente, altas velocidades de corte e baixos avanços. Assim, dentre as condições ensaiadas, aquela que é bastante típica para um processo de acabamento é aquela com vc, 540 m/min e f = 0,1 mm/volta. Consideremos, então, que estas condições estão sendo utilizadas em um processo de acabamento de uma empresa e que se deseja retirar o fluido do processo. Propõe-se aqui que, junto com a remoção do fluido, aumente-se o avanço para 0,14 mm/volta e reduza-se a velocidade de corte para 430 m/min. Como pode ser visto na figura 2, neste caso a redução de potência elétrica consumida é maior que 50%. Além disso, o 6 O Mundo da Usinagem

tempo de corte para a usinagem de uma peça vai diminuir, pois a diminuição de cerca de 20% na velocidade de corte foi acompanhada por um aumento de 40% do avanço. Poder-se-ía questionar: o aumento do avanço não causará aumento da rugosidade da peça? Além disso, o que acontecerá com a vida da ferramenta? Estes pontos serão discutidos a seguir. A figura 3 mostra os valores de rugosidade máxima da peça (Ry) nos diversos ensaios realizados no início da vida da ferramenta. Mostra, ainda, os valores de rugosidade máxima teórica (Ry teórico) que representa a contribuição geométrica que avanço e raio de ponta dão para a rugosidade da peça e é o menor valor de rugosidade máxima que uma superfície pode obter. Assim, uma superfície que tem rugosidade próxima de seu valor teórico, foi produzida por um processo próximo do ideal, em termos de vibração e formação do cavaco. Ry teórico para um processo de torneamento pode ser dado pela expressão 2.

onde r~ é o raio de ponta da ferramenta.

Os pontos a serem discutidos nesta figura são: 1) A rugosidade das peças obtidas com o corte a seco foi sempre menor do que a obtida com corte utilizando-se fluido de corte e também mais próxima aos valores teóricos, mostrando que o corte a seco realmente facilita a formação de cavaco ao diminuir a dureza e resistência do material próximo à região de cisalhamento do cavaco. 2) O aumento do avanço, como era de se esperar, causou aumento da rugosidade nas duas velocidades testadas, devido ao aumento da rugosidade máxima teórica (ver expressão 2). Porém, se for feita uma comparação entre a condição vc = ~4o m/min, f = o,i mm/volta e fluido de corte, com a condição vc = 430 m/min, f = 0,14 mm/volta, sem fluido de corte (comparação já feita anteriormente quando se abordou o consumo de potência), pode-se notar que a rugosidade se manteve. O aumento de rugosidade que seria causado pelo aumento do avanço foi compensado pela diminuição de rugosidade causada pela retirada do fluido de corte e, assim, a rugosidade se manteve. Tudo isto com diminuição do tempo de corte e da potência consumida, como já mostrado anteriormente. Assim, o primeiro questiona-


mento levantado quando se abordou o consumo de potência já está respondido: se o aumento do avanço for acompanhado pela retirada do fluido de corte, a rugosidade da peça não é prejudicada. Falta, agora, comentar sobre o que acontece com a vida da ferramenta, assunto abordado a seguir. A figura 3 mostra os resultados de vida de ferramenta em volume de cavaco removido para todos os ensaios realizados. Relembrando, a vida da ferramenta terminava quando seu desgaste de flanco atingia o valor VB = 0,3 mm. Alguns pontos merecem destaque nesta figura: 1) Como era de se esperar, o aumento da velocidade de corte causou queda da vida da ferramenta, com os dois avanços testados, com ou sem fluido de corte. Porém, o aumento do avanço causou diminuição da vida da ferramenta quando se utilizou fluido de corte, mas causou aumento da vida útil quando o corte era realizado a seco. Assim, quando se utilizou avanço f = 0,1 mm/volta, a vida da ferramenta no corte a seco foi 35% e 55% da vida que se obteve no corte com fluido, para as velocidades 430 e 540 m/min, respectivamente. Porém, quando se utilizou o avanço maior (f = 0,14 mm/volta) esta relação subiu para perto de 70% nas duas velocidades testadas. Isto demonstra que, quando se utiliza corte

a seco, deve-se utilizar também avanço mais altos pois, com isso, tem-se maior área da ferramenta para receber o maior calor gerado e, também, apesar de se ter maior calor gerado por unidade de tempo, o tempo para se cortar uma peça é menor. 2) A utilização de fluido de corte sempre proporcionou uma vida maior da ferramenta quando comparada com o corte a seco. Como já visto, a diferença entre estas vidas foi maior para o menor avanço e menor para o maior avanço. Porém, aqui também deve ser feita a mesma comparação já realizada anteriormente quando foram abordados os tópicos potência consumida e rugosidade da peça. Se um pro-

cesso estiver sendo realizado com velocidade alta e avanço baixo (vc = 540 m/min e f = 0,1 mm/ volta) e se queira remover o fluido de corte, é importante que, junto com a remoção do fluido, aumentese o avanço e diminua-se a velocidade de corte (nestes ensaios, isto foi feito passando-se a velocidade para 430 m/min e o avanço para 0,14 mm/volta), para que não haja perda em termos de vida da ferramenta. Pode-se ver, na figura 3, que esta mudança proposta causou um pequeno aumento da vida da ferramenta, mesmo sem a utilização de fluido de corte. Tudo isto com diminuição do tempo de corte de uma peça, da potência consumida e da rugosidade da peça.

Conclusões Baseado no exposto, pode-se concluir que é possível remover o fluido de corte no torneamento de aço médio carbono com pastilhas de metal duro em condições de acabamento conseguindo-se sensível reducáo da potência elétrica consumida pelo processo, sem dano para a rugosidade da peça e para a vida da ferramenta. velocidade de corte. Dependendo do nível de aumento do avanço e diminuição da velocidade de corte, pode-se até conseguir um peque-

no aumento da vida da ferramenta. Algumas perguntas ainda não foram respondidas com este trabalho. São elas: podem estes mesmos re sultados ser extrapolados para operações de desbaste, onde os avanços e profundidades de corte são maiores e as velocidades de corte menores? O corte sem fluido de cor é viável numa operação onde a peça é pequena ou com paredes fi nas, onde a dilatação térmica pode dificultar a obtenção de tolerâncias apertadas? O aumento do raio de

ponta da ferramenta não contribuiria ainda mais para que se tivesse um corte a seco mais eficiente. já que assim ter-se-ia um maior contato entre aresta de corte e peça para a mesma profundidade - de usinagem e. com isso, melhor causar distribuição do calor gerado? E a. utilização de pastilhas do tipo wiper não contribuiria, também - te para urna maior eficiência do cor te sem fluido? Estas são pergun tas que deverão ser respondidas em próximos trabalhos. Sandvik Coromant do Brasil 7


QUALIDADE

A apreciação da qualidade de um produto e tão velha quanto o própio inicio da história da fabricação de ferramentas e utensílios pelo homem. A Pré-História já nos revela zonas de descarte dos ceramistas e dos ferreiros! No Mundo do artesanato, o computador vê o defeito a olho nú e o “controle da qualidade” é automático.

C

om a Revolução Industrial, a partir do final do século XVIII, a produção de objetos por processos mecânicos nos introduz na era das máquinas: fiar, tecer, fundir metais. Ao mesmo tempo se desenvolvem as locomotivas, as ferrovias, os transatlânticos e todo tipo de pequeno maquinário, tanto de uso no comércio quanto hospitalar e doméstico. O fechamento desse período de invenções se dá com a eletricidade, o telefone e o automóvel. A Humanidade entra, assim, em uma época na qual máquinas produzem máquinas que o comprador não pode avaliar a “olho nú”. Ou seja, poderão surgir defeitos depois de um certo tempo de uso. O comprador perde sua capacidade de julgar apenas vendo o produto: como “ver” a qualidade de todas as peças de um carro, por exemplo? Assim, no início da industrialização, quando o comprador devia ainda ser “convencido” a deixar as máquinas entrarem em sua vida, elas eram produzidas para serem “confiáveis”. Há carros produzidos nos anos 30 ainda trafegando galhardamente pelas ruas européias! Contudo, quando as máquinas já eram parte da vida quotidiana e os compradores já não passavam sem elas, os produtores colocam os lucros acima da confiabilidade e passam a produzir dentro da expectativa de maiores

Fani Sakai,, com colaboração de Juliana Diniz respectivamente Supervisora e Técnica do Departamento de Qualidade Assegurada, Sandvik Coromant do Brasil. 8 O Mundo da Usinagem

vendas, tanto para compradores primários quanto em função de substituições. É o período do “taylorismo”, quando o chamado “gerenciamento científico” da produção prega a automação dos menores gestos dos trabalhadores, em nome da economia de tempo e maior produtividade. Instaura-se, a partir dos Estados Unidos, a “obsolescência programada”: o produto tinha uma vida pré-determinada, não em função dos materiais e de seu uso previsto mas em função da necessidade de produção e vendas das indústrias. Carros, vestimentas, eletrodomésticos de toda natureza, equipamentos médicos e sanitários, tudo é produzido em função de um determinado número de anos de vida útil. Entre os anos 45 e 60, a reconstrução da Europa reergueu velhas indústuas e fez nascer novas. A competição era enorme e o comprador começa a levar em conta a durabilidade do produto e confiabilidade da marca. Sempre visando maiores lucros, as empresas buscam aumentar os lucros com modelos novos que, às vezes, modificavam o anterior apenas na aparência. Neste quadro, as propostas de dois administradores americanos, JURAN e DEMING, de produzir qualidade não foram minimamente considerados nos Estados Unidos do pós-guerra. No Japão, contudo, que também se reconstruía depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1942), tais propostas foram encaradas como a grande possibilidade daquele pais recuperar a autoestima que a derrota na guerra tanto

abalara. A idéia de que apenas a total satisfação do cliente levava à vitória da competitividade tira o controle de qualidade do campo da Inspeção e do Controle Estatístico, comum nos anos 40, e o lança àquele das relações humanas e da engenharia da confiabilidade.

O programa Cinco-S O chamado programa Cinco S, do Japão (Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu, Shitsuke) implicava em profunda mudança comportamental nas relações produtor-produção-produto: conceitos de utilização, ordenação, limpeza, asseio e autodisciplina que, combinados, levam ao auto-desenvolvimento, pois aproveitavam ao máximo todas as possibilidades, tanto da matéria-prima quanto as capacidades do trabalhador quanto as do meio produtor. A verdadeira revolução de qualidade no Japão atesta a pertinência de tais princípios, adaptados pelos administradores japoneses Ishikawa e Tagushi. É contudo, ingenuidade pensar que foram os princípios de Juran e Deming a produzir o “milagre japonês”, pois seria desconsiderar as características culturais deste povo. O “milagre japonês” é fruto de toda uma nação desejosa de recuperar-se dos males da derrota e decidida a vencer de outra maneira: superando-se e a todas as demais em termos de qualidade Nasce, justamente nos anos 60, as iniciativas de “marketing” para divul-


gar, junto ao cliente, os procedimentos que as indústrias usavam para atingir o máximo da qualidade e da confiabilidade, buscando construir o nome de cada uma. Muitos outros nomes se juntaram aos de Juran, Deming, Ishikawa e Tagushi, tanto nos EUA quanto na Europa, na defesa dos princípios da qualidade: Drucker, MacGregor, Maslow, Herzberg, Bennis, Senge, Porter, Schon, Argyris, Toffler, Crosby, Peters, Waterman, Kanter, Belbin contam entre os principais teóricos da grande mudança: é a qualidade que produza satisfaçâo do cliente, que vence a competitividade e que aumenta as vendas. E a qualidade do produto é decorrência direta da qualidade do trabalhador que é conseqüência da qualidade dos objetivos da empresa em relação ao trabalhador e ao cliente! São comuns, hoje, as noções de aprendizado contínuo, capacitação na indústria, erro zero, fazer bem já na primeira vez, atendimento imediato, e muitas outras que levaram ao estabelecimento formal e oficial de sistemas da qualidade por organismos especializados internacionalmente.

Qualidade ISO 9000 O Sistema da Qualidade ISO 9000 é o mais usado no mundo inteiro porque dá condições de competitividade à empresa. As normas ISO 9000 foram criadas em 1987 na Suíça para facilitar as relações comerciais e melhorar a Gestão da Qualidade das empresas. Mais de 120 países adotam

este sistema, inclusive o Brasil. Num mundo globalizado, um sistema unificado da qualidade é um avanço para o comércio internacional. Em nosso país, essas normas são representadas pela ABNT — Associação Brasileira de Normas Técnicas — que detém os seus direitos de publicação. Quando uma empresa decide obter o certificado da ISO 9000 ela se submete a uma auditoria para provar que realmente implantou um sistema de gestão apto a garantir a qualidade de seus produtos e serviços. Para legitimar este processo de certificação, contrata-se um órgão imparcial e independente, reconhecido por um ou vários organismos internacionais. A Sandvik Coromant do Brasil é certificada ISO 9001 desde 1994 pelo órgão certificador BVQI (Bureau Veritas Quality International) com matriz na Inglaterra e sedes no Rio de Janeiro e São Paulo. O BVQI foi escolhido dentre vários certificadores por ser reconhecido em vários países estrangeiros que compram as ferramentas e pastilhas produzidas na fábrica em Santo Amaro-SP. A qualidade dos produtos é garantida pela fabricação que usa equipamentos de metrologia de última geração, softwares de inspeção e monitoramento pelo CEP (Controle Estatístico do Processo) além de treinamentos, todos seguindo rigorosamente o padrão de qualidade da matriz sueca. O processo de fabricação e a tecnologia são constantemente atualizados pelos engenheiros brasileiros que mantêm canal direto com o departamento de pesquisa e desenvol-

vimento na Suécia. Os operadores distribuídos em 3 turnos de produção são treinados freqüentemente por técnicos e especialistas a fim de garantir o padrão de qualidade do produto. E é graças ao fator humano que a fábrica de Santo Amaro tem batido recordes de maior volume de produção, menor índice de rejeição e melhor competitividade dentro do grupo, conforme benchmarking realizado entre nove fábricas do grupo Sandvik espalhadas pelo mundo (Japão, EUA, Suécia, Alemanha, França, China, Russia, India e Brasil). Não se pode olvidar a excelente qualidade no atendimento dado pelos engenheiros e técnicos de vendas que são assessorados pelo melhor time de vendedores internos do grupo. Todos são constantemente treinados e atualizados de maneira a fornecer o mais completo e moderno serviço aos clientes. Para se ter uma idéia da importância deste time, nenhuma auditoria de certificação ou manutenção pelo BVQI foi realizada sem passar pelas mesas de atendimento, além de se entrevistarem gerentes de vendas e assistência técnica. Outros departamentos de suma importância, tais como os de Logística, de Estoque e Expedição, de Projetos Especiais, de Treinamento, Manutenção e Administração, completam o quadro de eficiência e foco no cliente pois possuem pessoas que compartilham e vivenciam a Política de Qualidade da empresa: Clientes Satisfeitos, Zero Defeito e Melhoria Contínua. Sandvik Coromant do Brasil 9


Desenvolvido pela Sandvik Coromant, o software AutoTAS permite ao usuário o completo gerenciamento de seu ferramental: na produção e no almoxarifado, pedidos de compra, lista de produtos por fornecedores e com seus respectivos preços e até processos padronizados de usinagem. Entre seus principais benefícios está a redução do tempo de máquinas paradas para troca das ferramentas de corte.

um mercado cada vez mais concorrido, alternativas que tragam vantagens competitivas -em especial aquelas com capacidade de promover redução de custos -- merecem ser avaliadas. É o caso do gerenciador de ferramentas AutoTAS que a Sandvik Coromant está apresentando ao mercado brasileiro. Trata-se de um software que gerencia todo o processo de utilização de ferramentas dentro de uma fábrica, desde a compra dos itens, passando pelo controle de estoque, até a preparação do ferramental para a máquina. Com este sistema, é possível obter maior organização no fluxo das ferramentas no ambiente de produção e no almoxarifado, padronização de processos, confiança nas montagens, além da emissão periódica de relatórios. Por ser dividido

em módulos (são onze ao todo), cada departamento da empresa, como produção, engenharia, projetos, almoxarifado, compras e diretoria, pode consultar telas específicas conforme o interesse respectivo. O AutoTAS está sendo comercializado e implantado no Brasil pela Adept Systems, consultoria especializada no gerenciamento de ferramentas, criada há mais de dez anos nos laboratórios do departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina e hoje autônoma. “Procuramos um parceiro que tivesse conhecimento na área e encontramos na Adept uma empresa com competência para assumir a implantação, treinamento e assistência técnica necessários para os usuários do AutoTAS”, informa Marco Antonio Tahara, especialista em softwares da Sandvik Coromant.

Pablo Ricardo Amarante de Castro, engenheiro mecânico da Adept, é um dos profissionais que estão à frente do projeto AutoTAS, iniciado em Setembro do ano passado. “Trata-se de um programa extremamente útil para a indústria que tem na usinagem de peças o seu grande negócio. O AutoTAS comporta todas as informações disponíveis na empresa sobre o tema, reduzindo o tempo de preparação das ferramentas, a parada de máquinas e, conseqüentemente, os custos de produção, além de estabelecer padronização e nível de organização no chão-de-fábrica”, explica. Nos contatos com os primeiros clientes, informa Pablo Castro, a Adept conta com o apoio de seu agente comercial no Rio Grande do Sul, a Softec Informática, de Porto Alegre, para contatos naquele estado. Até Fevereiro, a Adept tinha


instalado o programa em duas indústrias (a Niehoff, de Barueri-SP, e a Tool Services, de Jundiaí-SP), e estava em processo de implantação na unidade Visteon, fabricant e d e sistemas automotivos em Guarulhos-SP. “O tempo de implantação do sistema depende do tamanho da empresa, do comprometimento das pessoas envolvidas e do nível organizacional, em ferramentas, em que esta se encontra”, salienta Castro. Na Niehoff, por exemplo, totalizará cerca de quatro meses, mas cada caso é um caso, não podemos estimar tempo de maneira genérica sem que uma análise seja feita”, salienta Castro. Marcos Tahara, da Sandvik, observa que o AutoTAS é a fusão de dois programas antigos da companhia: o CoroTAS e o Coroplan, que funcionavam no ambiente DOS. O primeiro deles era um gerenciador de estoques e o outro de dados de usinagem. “O surgimento do Windows tornou possível a integração dos dois sistemas dentro do padrão de 32 bits”, recorda Tahara. Embora seja novo no Brasil, o AutoTAS já tem cerca de 400 licenças rodando na Europa. Tahara acredita que em três anos haverá aproximadamente 40 licenças do programa em empresas brasileiras. Para Castro, a parceria com a Sandvik é uma combinação de experiências pois, “de um lado temos um grande líder na fabricação de ferramentas de corte e, de outro, a Adept, empresa que estuda há vários anos a administração de ferramentas no ambiente de produção”. Niehoff - A Niehoff, indústria alemã de máquinas para trefilação, instalou o AutoTAS no final do ano passado e já está colhendo os frutos. O programador CNC e técnico de ferramentas, Eduardo de Souza, conta que atualmente o processo de gerenciamento está na primeira fase: o cadastramento de todas as ferramentas da Niehoff para formar o banco de dados do AutoTAS. Na segunda fase, prevista para Março,

o programa já estará funcionando a pleno vapor. De acordo com Souza, hoje ainda não é possível mensurar a quantidade de ferramentas disponíveis na empresa. Até uma semana antes do Carnaval, já tinham sido cadastrados cerca de 800 itens, número que poderá ser ultrapassado em muito, considerando-se a quantidade de máquinas que operam na fábrica: 17, entre centros de usinagem, mandriladoras, furadeiras radiais, tornos convencionais (de pequeno, médio e grande porte), fresadoras, máquinas de serra e um torno CNC. “Não são apenas ferramentas da produção que iremos colocar no banco de dados, mas também dispositivos de fixação, calibradores, instrumentos de medição, equipamentos para controle de qualidade, etc.”, explica Souza. Outro dado importante é que o gerenciador poderá fornecer ainda listas dos materiais que a Niehoff utiliza na montagem de suas máquinas. Souza recorda que até poucos anos atrás a Niehoff utilizava apenas máquinas convencionais e o controle de ferramentas era feito pelo sistema Cardex. Mais recente-

mente, porém, com a aquisição de máquinas CNC, e a utilização de novas tecnologias, a quantidade de ferramentas subiu assustadoramente. “Apareceram novos tipos, cada um acompanhado com seus respectivos componentes tornando, assim, seu controle mais complicado. A cada nova aquisição, eu tinha de parar com meu trabalho e consultar um calhamaço de papéis, catálogos de fabricantes, escolher as ferramentas adequadas e passar para o setor de compras; era um processo demorado”, lembra Souza. A dificuldade de realizar um controle adequado, informa Souza, gerava a formação de uma espécie de almoxarifado paralelo na produção, cada operador montando seu estoque particular de ferramentas. Diante deste quadro, Souza percebeu que precisava de algo para administrar o fluxo do ferramental: um gerenciador. “Embora ainda estejamos na fase de cadastramento, já conseguimos centralizar tudo no almoxarifado, passo atuante para o desenvolvimento de um novo setor de preparação de ferramentas para as máquinas”.


Por se tratar de uma indústria de máquinas, que só usina as peças que necessita, não de uma fábrica que produz em série, aos milhares, o ganho inicial da Niehoff, com a adoção do AutoTAS, será no âmbito operacional. “Quando temos cada ferramenta em seu lugar, fica mais fácil trabalhar, é possível produzir mais e melhor, com rapidez e objetividade. Nessa primeira etapa de automação, nossa principal redução de custos será na organização da produção”, prevê Souza. O gerente de produção, Jochen W. Hahm, salienta que a aquisição do gerenciador precisou ser aprovada pela matriz alemã da Niehoff. Souza foi encarregado de levar o projeto do AutoTAS para conhecimento da diretoria, na Alemanha. “Embora nossa matriz esteja mais adiantada que nós em automação da produção, ainda não dispunha de um programa gerenciador de ferramentas, por isso queriam conhecer o AutoTAS”, informa Hahm. Marco Tahara, da Sandvik, observa que as melhorias proporcionadas pelo AutoTAS são mais visíveis para quem, como ele e Valdir

A Tool Services, estabelecida em Jundiaí-SP, é uma nova empresa criada para a prestação de serviços de Gerenciamento, Reafiação e Recobrimento de Ferramentas. Seu Centro de Reafiação, equipado com modernas afiadoras CNC – 5 eixos, oferece aos clientes reafiações e recobrimentos de brocas, machos, fresas de topo, alargadores, rebaixadores, escareadores e ferramentas especiais em metal duro. O gerente de operações, Onorival dos Santos, informa que, em relação ao gerenciamento de ferramentas, a empresa está atuando com importantes clientes como a

Américo, Vendedor Técnico da Sandvik, visitam a Niehoff algumas vezes por mês. “Quem está aqui todos os dias talvez não perceba as mudanças. Mas posso garantir que, com a organização do ferramental, a produção e o almoxarifado estão de cara nova”. Para Tahara, a Niehoff está realmente comprometida com o processo de controle de ferramentas e futuramente terá ainda mais beneficios quanto à redução de cus-

Visteon (Guarulhos-SP), Volkswagen (São Carlos-SP) e Bosch Freios (Campinas-SP). “Todo este trabalho seria impossível sem o uso de um sistema como o AutoTAS”, garante Santos. “Nós adotamos o AutoTAS como gerenciador oficial da Tool Services por ser um sistema modular, característica que o identifica com a nossa filosofia de trabalho e por vermos, no mesmo, benefícios fundamentais resultantes de sua aplicação na administração e no controle dos ferramentais”, explica o gerente da Tool Services, bastante satisfeito com o sucesso da utilização do AutoTAS em suas unidades.

tos propiciados pelo uso rotineiro do AutoTAS. Por se tratar de uma fabricante de máquinas, a Niehoff tem a maior parte do seu custo de produção centrada na matéria-prima: toneladas de chapas de aço de várias espessuras, tarugos de aço, de onde serão torneadas as peças cilíndricas, e outros materiais. O custo da ferramenta, adianta Hahm, é bem menor. Fazendo um cálculo aproximado, estima que, no ano passado, a companhia gastou cerca de R$160 mil na aquisição de ferramentas de corte. Localizada em Barueri-SP, a Niehoff completou 25 anos de Brasil em 2000 e 50 anos de Alemanha em 2001. É líder de mercado em seu segmento: máquinas feitas sob encomenda para trefilação de arames e fios. Seus principais clientes no Brasil são siderúrgicas e fabricantes de fios e cabos, como Pirelli, Belgo Mineira, Grupo Gerdau, Ficap e Cabelauto. No Brasil, faturou no ano passado R$ 9 milhões. Além de Brasil e Alemanha, o Niehoff Gruppe mantém fábricas nos EUA, República Tcheca e Índia.


Gerenciamento de Ferramentas é uma filosofia que tem por objetivo maior proporcionar a utilização de todo o potencial que uma ferramenta de corte pode oferecer. Este enunciado ilustra o que é gerenciamento de ferramentas, filosofia tecno-administrativa que considera o uso eficaz da informação como a chave para a solução dos principais problemas da fabricação na indústria metal-mecânica. Este “uso eficaz” é corporificado pelos sistemas especialistas informatizados. O gerenciamento computadorizado de ferramentas mostra-se muito eficiente no controle e acesso às informações da base de dados de ferramentas, máquinas, dispositivos e outros recursos. Mais do que simplesmente armazenar os dados, os softwares gerenciadores de ferramentas permitem a execução de várias funções com estes dados, tornando-se sistemas inteligentes. A intenção é a de agilizar o trabalho das pessoas e, em contrapartida, fornecer subsídios para que se conheça o que ocorre no interior da fábrica, possibilitando a tomada de decisões com base em fatos concretos. Custos - As ferramentas de corte podem representar até 20% do custo total de fabricação de um determinado produto. Além do consumo normal de

ferramentas, este percentual envolve: perdas por uso indevido ou por uso de ferramentas obsoletas ou improdutivas; gastos com manutenção das ferramentas; investimentos em estoques de tamanhos inadequados; despesas com armazenamento e transporte, envolvendo a falta de critérios; armazenamento inadequado; perda de tempo devido à dificuldade de localização de ferramentas no chão-de-fábrica, entre outros. Nas indústrias dos Estados

Unidos, 16% da produção programada não é realizada porque as ferramentas necessárias não estão disponíveis para a produção (Figura 1). Outro dado, também colhido na indústria nos EUA, informa que metade do estoque de ferramentas é considerado obsoleto, como mostra a Figura 2. Além disso, de 30% a 60% do estoque de ferramentas é desconhecido por encontrar-se fora do local de guarda


correto ou por estar espalhado aleatoriamente pela fábrica. No dia-a-dia, as empresas que atuam na usinagem encontram uma série de problemas relacionados com ferramentas de corte. Em trabalhos de consultoria, vários deles foram levantados, podendo ser classificados em três grupos: operacionais (falta de conhecimento das ferramentas disponíveis na fábrica, morosidade na seleção e preparação das ferramentas, etc.), administrativos (condições inadequadas de alocação de ferramental; super ou subdimensionamento do estoque etc.) e técnicos (falta de critérios de padronização de formas, dimensões, revestimentos, classes e de materiais etc.) Objetivos - O dinamismo e a flexibilidade que as empresas devem possuir atualmente para administrar e executar seus processos produtivos tornam-se viáveis somente com a utilização de computadores e recursos afins. Além da confiabilidade, ra pidez e segurança, com o emprego destes softwares buscase: reduzir o tempo de preparação das máquinas; reduzir estoques e eliminar ferramentas obsoletas ou desnecessárias; controlar o fluxo das ferramentas no chão-de-fábrica; eliminar controles manuscritos; possibilitar o controle individual das ferramentas que requerem atenção especial; sistematizar dados sobre controles

de quebra, localização, quantidade, necessidade de aquisição e planejamento de estoques; acompanhar a vida útil e a utilização de ferramentas desde a aquisição até o descarte; apresentar as informações na forma de relatórios etc. O gerenciador de ferramentas atua diretamente na organização do ferramental. Primeiro, porque induz a uma reavaliação de procedimentos e de lay-out buscando sempre uma maior funcionalidade. Segundo, porque é sua função retratar o que acontece no chão-de-fábrica, ou seja, integrar bem todos os aspectos de gerenciamento da produção. Benefícios - A aquisição e utilização de um sistema dedicado somente ao controle de ferramentas podem ser justificadas em três breves proposições: redução de custos com ferramental (aproximadamente 25% já no primeiro ano de utilização); aumento da produtividade devido à redução no tempo de set-up das máquinas (30%), além do incremento na qualidade dos produtos. Outros benefícios são: redução de itens no almoxarifado de ferramentas, resultante da reorganização física, do “redescobrimento” do universo presente no almoxarifado e da retirada de itens obsoletos ou inadequados e disponibilidade imediata das informações, além de adequação aos requisitos das normas ISO 9000. Com o tempo, pode-se aumentar a confiabilidade das montagens destinadas à máquina, na

medida em que se reduz a possibilidade do almoxarife ou operador empregar sua livre interpretação. Além disso, o sistema flexibiliza e dinamiza a produção pela facilidade do emprego de meios alternativos, quando da impossibilidade do uso dos meios planejados. Todo o processo de compras também é beneficiado. Havendo maior controle do uso, quebras, estoque, fornecedores, toda a sistemática de compras pode ser aprimorada, comprando-se então somente o necessário, na quantidade, no momento e no local adequado. O software possibilita, ainda, a difusão e perpetuação dos conhecimentos técnicos e administrativos relativos a ferramentas: aumenta o número de pessoas aptas a selecionar, manusear ou administrar as ferramentas. Os termos e tópicos aqui levantados - como padronização, abrangência, controle e conhecimento - demonstram que a filosofia de Gerenciamento de Ferramentas não se limita à área de fabricação, mas que pode ser inserida como ferramenta de Qualidade Total. Isto porque proporciona à empresa racionalização de recursos, redução de tempos, melhoria do aproveitamento e, conseqüentemente, uma redução nos custos.


A partir desse número, “O Mundo da Usinagem” incluirá uma seção denominada “Página da Abepro”. A ABEPRO - Associação Brasileira de Engenharia de Produção, é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, de duração ilimitada. O objetivo da ABEPRO é estimular o desenvolvimento, aprimoramento e difusão dos conhecimentos no campo da Engenharia de Produção, mediante:

Incentivo à pesquisa e realização de estudos; Promoção de eventos para difusão de conhecimentos; Realização de publicações; Promoção de intercâmbio entre pessoas e instituições; Assessoria a órgãos governamentais e privados; Contatos com entidades do setor produtivo; Análise e apreciação de matérias que se relacionem, direta ou indiretamente, com a pesquisa e o exercício profissional; Incentivo à discussão do ensino da Engenharia de Produção; Contatos com entidades congêneres no país e no exterior; Quaisquer outras atividades que contribuam para a consecução do seu objetivo; Concessão de bolsas de pesquisa para dar suporte às atividades listadas acima. A Sandvik do Brasil, entende que a difusão do conhecimento da engenharia é fundamental para que se obtenha maior competitividade nos setores industriais, tanto para as organizações, quanto para os profissionais que atuem nos departamentos de engenharia de produção. Assim passará a divulgar informações sobre as atividades da ABEPRO. É comum aos engenheiros abandonarem a prática da pesquisa, bem como o acompanhamento dos resultados dela provenientes. Após a conclusão do curso de engenharia partem para o mercado de trabalho e concentram-se em suas atividades particulares na empresa, especializando-se em determinados campos, contudo, deixam de debater ou trocar informações que poderiam acelerar o desenvolvimento da engenharia como um todo. Diferentemente, os profissio-

nais da área da medicina, por exemplo, apesar de atuarem em seus consultórios particulares ou hospitais, procuram manter contato com desenvolvimentos do setor, através de revistas especializadas, participações em congressos, para apresentarem resultados de suas experiências pessoais, ou, no mínimo para inteirar-se das novidades surgidas em seu campo de trabalho. Acreditamos que nós todos que atuamos no campo da engenharia, temos muito a aprender uns com os outros se adotarmos essa prática. Queremos convidar o leitor a ponderar sobre o assunto e juntar-se àqueles que desejam ampliar o debate em torno dessa área nobre do conhecimento. Muito se tem pesquisado nos laboratórios, da mesma forma que muito tem se vivido no chão-de-fábrica. A idéia é promover e incentivar o intercâmbio entre as partes.

Atualmente é promovido, uma vez por ano, um grande congresso de engenharia de produção – ENEGEP (Encontro Nacional de Engenharia de produção), que também conta com palestrantes do exterior. Seria ótimo se no evento próximo que se dará entre os dias 23 e 25 de Outubro, na PUC do Paraná em Curitiba, pudéssemos contar com um maior número de participantes oriundos da indústria. Mantenha-se atualizado com o desenvolvimento da Engenharia de Produção, filiando-se como membro individual e/ou institucional da ABEPRO. Utilize o formulário que se encontra em anexo à esta revista e, após preenchê-lo, encaminhe-o para a coordenação de “O Mundo da Usinagem”. Mais informações sobre a entidade no site www.abepro.org.br Prof. Dr. Nivaldo Lemos Coppini e Eng. Francisco C. Marcondes, respectivamente Presidente da ABEPRO e Gerente de Marketing da Sandvik Coromant.

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HIGH SPEED MACHINING

Capazes de reduzir substancialmente os tempos de processos e oferecer acabamentos melhores, as máquinas de usinagem rápida são cada vez mais procuradas no Brasil. As vendas de máquinas de usinagem rápida (HSC-High Speed Cutting ou HSMHigh Speed Machining) são crescentes no Brasil. Os motivos que levam as indústrias a procurarem soluções baseadas em HSM são a redução nos tempos de processo - que não raras vezes caem de dias para horas - e as exigências técnicas, cada vez maiores, que tornam impossível a utilização de outras tecnologias para usinar determinadas peças, como as produzidas em liga de alumínio para a indústria aeroespacial. 16 O Mundo da Usinagem

A demanda por soluções de usinagem em alta velocidade é tão grande que a Mikron, pertencente ao Grupo Agie Charmilles, comercializou sete máquinas de HSM em seis meses de atuação no mercado brasileiro. “E as sete máquinas cobrem toda a nossa linha de usinagem de alta velocidade, da menor à maior máquina”, afirma o gerente de Produto, Tariel Guy Djigaouri. “E veja que pegamos o ‘apagão’, a alta do dólar e os atentados terroristas aos EUA”, comenta. A Okuma Latino Americana comercializou perto de 20 máquinas para HSM em 2001, o que eqüivale a pouco mais de 15% das máquinas vendidas pela empresa na América do Sul (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e Venezuela). “Acho que é um bom número, porque não temos como

meta vender somente máquinas de usinagem em alta velocidade”, afirma o gerente de Engenharia de Aplicações e Assistência Técnica, Glauco Bremberger. O gerente de Vendas da Okuma, Carlos Eduardo Ibrahim, complementa: “Confesso até que o segmento (de máquinas de usinagem rápida) não é tão bem trabalhado por nós.” A Mazak Sulamericana possui cerca de 80 máquinas para usinagem em alta velocidade no país, mais de 10% de toda a sua base instalada no Brasil, calculada entre 650 e 700 unidades. “Em 2001 vendemos aproximadamente 15 máquinas da linha HSM, divididas entre a produção de moldes e usinagem de ligas de alumínio”, informa o Gerente de


Vendas, Jonas J. Gonçalves, ressaltando que a empresa aposta em dois segmentos de tecnologia para ampliar a sua presença no mercado nacional: máquinas multitarefas, “uma tendência na Europa, nos Estados Unidos e na Ásia”, e máquinas de usinagem de alta velocidade. “Nosso foco é pulverizar as máquinas multitarefas, representadas pela linha Integrex e as máquinas high speed”, afirma. O Engenheiro de Aplicação da Mori Seiki Brasil, Ulisses Takashi Tsutsumi também acredita que vale a pena investir em máquinas de HSM. No mercado brasileiro, a empresa tem destacado os modelos de médio porte da série SVD, disponíveis com mesa de 500 x 900 ou 600 x 1100 mm. “Nossos anúncios no Brasil focam as máquinas SVD, mas temos recebido pedidos de orçamentos para máquinas maiores”, elucida o Engenheiro Tsutsumi. Além das vantagens técnicas, é verdade também que as máquinas para HSM estão mais acessíveis - a partir de US$ 100 mil FOB (Free on Board, ou sem a incidência de seguro e frete) é possível se pensar numa solução para usinagem de alta velocidade - havendo opções de financiamento, inclusive em reais. O retorno do investimento pode acontecer em menos de dois anos. Tariel Djigaouri conta que está em negociações com uma empresa que fez cálculos bastante minuciosos. “Conforme os cálculos do cliente, o retorno deve acontecer em 19 meses, embora possa haver alguma variação em função dos n e gócios”, comenta. “Com este prazo de pay back, o investimento foi justificado perante a diretoria. Temos boas chances”, acredita. Claro está que um outro fator

que alavanca as vendas de máquinas para usinagem de alta velocidade é a própria exigência do mercado. “Fizemos um teste para matriz de forjaria e mesmo sem utilizar o ferramental ideal, em virtude da urgência do teste, conseguimos concluí-lo em 10 horas. No processo atual, a matriz é feita entre 30 e 40 dias, lembra Jonas Gonçalves. “Esta empresa, que faz parte da cadeia automotiva, nos procurou porque seu cliente sugeriu a modernização do processo de produção de matrizes”, afirma. Matrizaria — Um dos segmentos de mercado que mais busca as máquinas HSM é o de moldes e matrizes. Grande parte das empresas do setor necessita investir neste tipo de máquina porque precisa ganhar, sobretudo, agilidade aliada à qualidade. A obsolescência dos produtos é programada para ser cada vez mais rápida. São cada vez mais raros os produtos que permanecem no mercado por longos períodos, sem receber mudan-

ças significativas no design. Na indústria automotiva, por exemplo, era prática desenvolver modelos projetados para utilizar, por vários anos, uma determinada matriz. “Depois, esta mesma matriz era exportada para outros mercados (normalmente menos avançados) para ser utilizada por mais alguns anos”, lembra Glauco Bremberger. Assim, ciclos de fabricação de moldes, que em casos extremos demorava um ano e meio, não são mais permitidos. A exigência é fornecer a ferramenta em prazos cada vez menores e o risco de perder o cliente para um fornecedor mais ágil é presente. Neste sentido, as máquinas HSM são um aliado de peso. A Mikron apresenta um caso bastante elucidativo: a empresa foi procurada por uma indústria que demorava 25 horas para usinar um molde para faróis de carro. Apesar disso, a peça saía com problemas de qualidade de superfície, exigindo mais três dias de polimento.

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“No Centro Mikron de Transferência de Tecnologia (CMTT), fizemos a usinagem em cinco horas, dentro das tolerâncias exigidas, e o trabalho de polimento foi reduzido para apenas um dia”, relata Tariel Djigaouri. “O trabalho foi feito em aço temperado endurecido, com grau de dureza em torno de 48 a 50 HRc”, especifica. Tais ganhos de produtividade são possíveis porque a usinagem de alta velocidade permite alterações no processo produtivo, reduzindo ou simplificando os passos do processo convencional. “No processo convencional se fazia, pela ordem, o desbaste, semi-acabamento, acabamento, tratamento térmico, polimento e ajuste. Dependendo do molde, havia o processo intermediário de eletroerosão, o que ainda exigia a produção de um eletrodo”, lembra Glauco Bremberger. Já no processo HSM, eliminase consideravelmente a parte de eletroerosão e polimento. E o tratamento térmico, que era um processo intermediário, passa a ser feito antes de se agregar qualquer valor de usinagem à peça. “É possível pegar um bloco que já recebeu o tratamento térmico e se fazer, numa mesma máquina, desbaste, 18 O Mundo da Usinagem

semi-acabamento e acabamento, sem contar que o polimento, que é uma atividade artesanal, pode muitas vezes ser dispensado, porque as peças saem da máquina com grau de qualidade superficial elevada”, explica Bremberger. “Grosso modo, o processo normal implica em fazer o desbaste e o pré-acabamento em uma máquina convencional e o acabamento final em uma eletroerosão. Normalmente, o acabamento superficial obtido não é o desejado. Para o polimento da superfície entra a figura do

ferramenteiro que trabalha a peça manualmente. Além de ser necessária grande habilidade e experiência para realizar este tipo de trabalho, ele demanda um tempo considerável, diz Ulisses Tsutsumi, da Mori Seiki. Jonas Gonçalves, da Mazak, vai além. Em sua opinião, a tendência é que as máquinas de usinagem rápida venham a substituir os equipamentos de eletroerosão. “O processo de fabricação por meio de eletroerosão está em declínio, em virtude do custo elevado de fabricação, além de um Iead-time altíssimo. As máquinas-ferramenta de alta velocidade irão substituí-los ou reduzílos num futuro breve, prevê. Alumínio - A tecnologia HSM encontra também grande demanda na usinagem de ligas de alumínio, muito utilizadas na indústria aeroespacial e, mais recentemente, na indústria automobilística. “Para usinar uma peça de alumínio, a rigor, não há necessidade de alta velocidade, mas para peças utilizadas na indústria aeronáutica a tecnologia se torna imprescindível”, afirma Tsutsumi, da Mori Seiki. “Todas as peças de um avião devem ter o menor peso possível”, observa. Assim, as peças utilizadas na indústria aeronáutica são extremamen-


te delgadas, o que inviabiliza tecnicamente o emprego da usinagem convencional. As peças ficam muito finas e torna-se impossível usiná-las dos dois lados. “Ao se usinar peças de paredes finas, elas não suportam o processo convencional, que tem como princípio retirar muito material por vez, e se quebram. Aí entra o processo HSM, que retira pouco material a altas rotações e grandes velocidades de avanço”, explica Tsutsumi. Embora o peso das peças seja uma qualidade menos imperativa, a verdade é que a indústria automobilística também vem utilizando cada vez mais peças de ligas de alumínio, que são leves e proporcionam maior desempenho aos automóveis. “Os carros com motores de 1000 cilindradas, por exemplo, precisam ser mais compactos, de construção mais leve. Assim, as montadoras estão utilizando cada vez mais ligas de alumínio na produção de blocos de motor, carcaças de direção, de câmbio, cilindrosmestres, entre outros”, comenta Jonas Gonçalves, da Mazak. “Ao lado do segmento de moldes e matrizes, é uma área em expansão. Só numa empresa de Curitiba (PR) temos 20 máquinas para usinagem de alumínio instaladas”. A usinagem rápida de ligas de alumínio ganha adeptos também pelo desempenho. A Mikron realizou um teste para molde de garrafa de refrigerante com resultados positivos. Pelo processo convencional, a fabricação do molde para a garrafa exigia 70 minutos para o desbaste, 3.640 minutos para o acabamento e mais 240 minutos para o acabamento manual, o polimento. No total eram gastos 3.950 minutos para fabricar o molde. “Fizemos o desbaste e pré-acabamento em 4 minutos e o acabamento total do molde em 80 minutos”, conta o engenheiro de Produto da Mikron, Edson Lopes Romão. “E, provavelmente, não será necessário fazer polimento algum”. Ou seja, de 3.950 minutos, o tempo de processo caiu para 84 mi-

nutos, o que representa uma redução da ordem de 47 vezes. “Os dados que temos são do cliente, que ficou muito impressionado”, observa Romão. Ele enfatiza que na usinagem de alumínio, cobre e grafite, os ganhos proporcionados pela tecnologia HSM são brutais. “Trabalhamos com rotações de 35 mil rpm e 13 m/mim de avanço”, elucida. Tariel Djigaouri informa que a maior máquina da Mikron foi vendida para a Toyomatic, empresa fornecedora da Embraer. “Foi a UCP-1350, que trabalha com cinco eixos”. De acordo com Djigaouri, na usinagem de ligas de alumínio para a aviação, se retira muito material. “Por vezes, 95% do material vira cavaco”, afirma. “E a usinagem HSM possibilita a remoção rápida de cavacos e a execução de paredes finas que, pelo processo convencional, são inviáveis”, encerra.

O que é HSM A usinagem rápida (HSM-High Speed Machining ou HSC-High Speed Cutting), embora esteja ligada à velocidade de rotação do fuso e à velocidade de avanço, não pode ser definida só por estes dois conceitos. Aliás, não existem valores

mínimos para estas duas variáveis, suficientes para definir uma máquina como sendo de HSM. O motivo é simples: o avanço tecnológico possibilita rotações e velocidades de avanço maiores. Ulisses Tsutsumi, da Mori Seiki, diz: “As velocidades de avanço e fuso são relativas, estão em constante evolução. Máquinas de usinagem rápida são aquelas desenvolvidas para manter altas velocidades de corte, com pequena profundidade de corte e volume de cavacos removido constantemente. São máquinas que possuem recursos que permitem grande velocidade no fuso e controle preciso da movimentação em altas velocidades de avanços rápidos da máquina”. Jonas Gonçalves, da Mazak, coloca que a usinagem de alta velocidade deve estar diretamente ligada a alguns conceitos importantes, tais como: alta-rotação no eixo árvore e domínio da tecnologia de construção do mesmo; capacidade de aceleração/deslocamentos rápidos e programáveis, aliada a um comando com alta capacidade de recepção/transmissão de dados e processamento de informações, além de uma construção estável, capaz de atender às solicitações mecânicas exigidas. “Para nós, a usinagem em alta

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velocidade é aquela que beneficia a rápida formação de cavacos, reduzindo a pressão específica de corte”, afirma Glauco Bremberger, da Okuma. “Na verdade, quando se utiliza a tecnologia HSM, o material usinado é rompido de maneira diferente”,complementa. “O romper diferente está relacionado com a quantidade de energia e a forma como a energia é transmitida para o cavaco. No processo clássico, com a ferramenta de corte, se gera uma pressão sobre a peça, que provoca uma deformação elástica e, posteriormente, plástica. O rompimento ocorre por cisalhamento. Na usinagem rápida, a pressão específica de corte é reduzida e daí se originam todos os benefícios, tais como a possibilidade de usinar peças delgadas, redução de deformações térmicas etc.”, explica Bremberger. “Eu diria que a rotação do fuso é um dos critérios, mas de longe não é o mais importante Sem entrar em detalhes, o critério mais importante é a aceleração que a máquina propicia”, afirma Tariel Djigaouri, da Mikron. “É exatamente como um carro de Fórmula 1, que permite ao piloto chegar numa curva e frear no último átimo de tempo, reacelerar rapidamente e, na saída da curva, estar em velocidade total. É exatamente isso que uma máquina de usinagem de alta velocidade faz”, conclui. Assim, embora existam diferentes maneiras de conceituar a usinagem com altas velocidades, todos os especialistas concordam que a tecnologia só se torna possível quando se tem máquinas com características construtivas especiais, sistemas de controle finos e ferramentas de corte e elementos de fixação apropriados. Em suma, é pouco provável que se obtenham bons resultados em usinagem rápida sem o apoio de um bom fornecedor de ferramentas de corte. Neste sentido, a Sandvik oferece as ferramentas da família CoroMill e os sistemas de fixação CoroGrip, que vêm obtendo a aprovação dos fabricantes de máquinas, não apenas pela qualidade dos produtos mas,

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também, pelo suporte técnico. “A Sandvik e a Okuma têm uma parceria mundial. No Brasil, temos um acordo pelo qual duas de nossas máquinas ficam alocadas no Centro de Treinamento da Sandvik, em São Paulo (SP), para demonstrações, treinamentos e testes de ferramentas. Não falamos apenas da usinagem em alta velocidade e sim da usinagem em geral. Achamos necessário que um grande fabricante de máquinas tenha bons contatos com bons fabricantes de ferramentas, que não só forneçam bons produtos, como também ofereçam suporte técnico adequado e possibilite aos clientes da Okuma respostas de qualidade em tempo apropriado. Nós conseguimos isto com a Sandvik”, declara Bremberger. “Temos bons parceiros que fornecem ferramentas de corte. Porém, para usinagem de alta velocidade não temos muitas opções. São poucos os que investem em desenvolvimento de ferramentas de corte para high speed. Um deles é a Sandvik, um parceiro que não nos dá receio”, afirma Jonas Gonçalves. “Nós fizemos questão de testar as ferramentas de corte de vári-

os fornecedores para poder dar uma opinião objetiva ao cliente Mikron. Pela qualidade do produtos e suporte técnico, obtivemos excelentes resultados com a Sandvik. Sem nenhuma hesitação recomendamos as ferramentas de corte da Sandvik. Elas funcionam perfeitamente com os equipamentos Mikron”, garante Tariel Djigaouri. No que se refere aos elementos de fixação, há o ISO 40, que é indicado para rotações de até 20 mil rpm; para rotações superiores há o HSK e o Capto, da Sandvik, que são mais curtos. Há, também, a arquitetura Big Plus, que é similar à do ISo 40, mas proporciona dois pontos de apoio: no cone e na face, o que reduz a possibilidade de gerar efeitos indesejáveis em rotações elevadas.

Mikron, test drive em HSM A Mikron está oficialmente no Brasil desde a FEIMAFE de Maio de 2001. No período de Maio a Janeiro, a empresa já havia comercializado sete máquinas HSM, de diversos


portes, cobrindo toda a linha da marca Mikron, que desde 2001 pertence ao Grupo Agie Charmilles. Embora o lançamento tenha sido em Maio, a verdade é que a Mikron começou a trabalhar, de fato, no mercado brasileiro somente em Agosto-Setembro de 2001. Em média a empresa vendeu mais de uma máquina ao mês. “E vamos manter a média de mais de uma máquina ao mês em 2002”, diz o gerente de Produto, Tariel Djigaouri. Para ele, o expressivo desempenho da Mikron, no mercado brasileiro deve-se à opção que a empresa tomou de investir maciçamenteno País. “Investimos em pessoal e máquinas, não para figurar em show-room, mas para utilizar os resultados no Centro Mikron de Transferência de Tecnologia (CMTT), que tem como objetivo levar a solução high speed ao cliente”. E, ao que parece, os clientes estão muito interessados:hoje, o CMTT está trabalhando a plena carga e há alguma espera para se apreciar, ao vivo, as vantagens que uma máquina de HSM pode trazer ao processo. “Dependendo da complexidade, há até 15 dias de espera para se fazer um teste”, afirma o engenheiro de Produto, Edson Romão. O CMT é um forte argumento de vendas para a Mikron. A empresa, porém, tem outros ig ualmente convincentes: as máquinas de HSM (exceto as de maior porte) têm corpo em concreto polímero, “um concreto especial, capaz de absorver de seis a sete vezes mais vibrações que o ferro fundido, e que dá maior estabilidade à máquina”, segundo Tariel Djigaouri. Com fusos cerâmicos, as máquinas Mikron trazem ainda trocador de ferramenta integrado. A empresa oferece as linhas VCP/UCP 600; 800; 710; 1000; e 1350. O modelo básico é oVCP-600. Até recentemente o modelo existente no CMTT era o VCP 800, que foi vendido para CRW, de Guarulhos (SP), empresa da área injeção de peças técnicas em plástico. “A máquina foi preparada para usinar grafite”, comenta Edson Romão.

Tariel Djigaouri enfatiza que a Mikron, trabalha com muita precisão e com tolerâncias muito apertadas. “Todos os elementos do conjunto máquina e ferramentas devem respeitar tais tolerâncias, freqüentemente da ordem do centésimo de mm. Se a fresa apresenta variações de medidas superiores, não se alcançará o resultado desejado por melhor que seja a máquina. As fresas da Sandvik nos tem proporcionado a precisão necessária para a usinagem high speed’”complementa.

Mori Seiki: ênfase no médio porte A Mori Seiki aposta na linha de máquinas SVD para ampliar a sua presença no segmento máquinas de usinagem de alta velocidade. “D, de Die & Mould”, explica o engenheiro de Aplicação, Ulisses Takashi Tsutsumi. “Estas máquinas estão disponíveis com mesas de 500 x 900 ou

600 x 1100 mm, que suportam 500 e 1.000 kg, respectivamente, atendendo a uma boa gama de aplicações. A Mori Seiki também oferece opções de máquinas de maior porte”. Conforme Tsutsumi, a grande preocupação da Mori Seiki é oferecer máquinas precisas, robustas e confiáveis, além do melhor serviço para o cliente. “Todas as nossas fábricas ficam no Japão, porque assim temos um controle unificado para garantir a qualidade de nossos produtos”, observa. “Além disso, todos os componentes-chave, como os fusos de esfera, são feitos pela própria Mori Seiki, para garantir maior precisão”. As máquinas da série SVD são baseadas nos centros de usinagem verticais da série SV. “Tratam-se de máquinas que conseguem manter, em interpolação, velocidades de até 42 m/min.”, afirma Tsutsumi. As máquinas da série SVD são equipadas com régua óptica (escala de vidro), que permite posicionamento Sandvik Coromant do Brasil 21 Sandvik Coromant do Brasil 21


com maior precisão quando comparado aos sistemas convencionais. “A régua realiza a medição direta do posicionamento, sem a necessidade de conversões angulares”, diz Tsutsumi. “Atualmente, as máquinas SVD possuem fusos de 20 mil rpm e essas máquinas agregam sistemas para compensação de variações térmicas e rolamentos com assento cerâmico, entre outros recursos menos visíveis, para aumentar a precisão”, complementa. As máquinas da Môri Seiki são equipadas com CNC Fanuc ou Mitsubishi, “que podem utilizar processador mais rápido, tipo RISC, para melhor resposta às solicitações do High Speed. Outro recurso permite ao cliente que tenha um CAD/CAM utilizar interpolação NURBS diretamente, o que aumenta a precisão”, esclarece o engenheiro. É também seu parecer que outro diferencial é o MAPPS (Mori

22 O Mundo Mundo da da Usinagem Usinagem 22 O

Advanced Programming Production System) que, entre outros recursos, “permite que a interface com o operador, independente do CNC utilizado, mantenha sempre o mesmo padrão, uniformizando-se os comandos. Com isso, o operador treinado para operar uma máquina é capaz de operar outro modelo Mori Seiki diferente, sem exigir maiores investimentos, O MAPPS pode, também, ser interligado à rede de computadores, permitindo coleta, controle e troca de informações, desde dados de produção a status de máquina. O NV5ooo, lançamento mundial da Mori Seiki, com exibição programada para Junho próximo, em uma open house nas novas instalações da Scanner, nosso representante exclusivo, também incorpora este recurso, assim como fuso principal de alta rotação e interpolação em avanços elevados”, encerra, Tsutsumi.

Okuma, usinagem HSM aliado à clássica A Okuma Latino Americana, que atende todo o mercado da América do Sul, oferece diversos modelos de máquinas de usinagem de alta velocidade, com mesas de 760 até 10.000 mm de comprimento. Um dos destaques da empresa é o MD-55o, que possibilita a usinagem de alta velocidade bem como a usinagem clássica. “Notamos que algumas indústrias necessitam de máquinas flexíveis, que permitam aliar as vantagens da usinagem clássica às da usinagem em alta velocidade”, diz o gerente Glauco Bremberger. “A idéia é obter o melhor de cada método de usinagem, usufruindo de algumas vantagens da HSM e outras da usinagem clássica, buscando sempre a máxima eficiência possível. Quando o cliente necessita, podemos escolher em nossa linha um outro centro de usinagem dedicado à HSM ou mesmo um equipamento para a usinagem convencional, tudo depende da aplicação”, explica. A MD-55o trabalha com um sofisticado sistema híbrido de guias lineares e barramentos de ferro fundido no mesmo eixo, o que “proporciona grande absorção de vibrações, robustez e um reduzido coeficiente de atrito”, afirma Bremberger. “Este sistema é único no mercado criando um conjunto robusto e rápido. Com isso, as máquinas são capazes de fazer grandes reversões de movimento, em alta velocidade com grande precisão”, enfatiza Outro destaque daOkuma é o modelo MD-46 que trabalha com guias lineares e tem uma cinemática que permite excelentes resultados, segundo Bremberger. As máquinas Okuma são equipadas com CNC de fabricação própria que, segundo a empresa, trazem diversos beneficios aos usuários, entre eles a facilidade de utilização e poder receber programas


com instruções NURBS. “Porém, se o usuário possuir um CAD/CAM que não gere instruções NURBS, o CNC, possui um processador RISC dedicado, que recebe o programa a ponto e o reprocessa, para poder usinar não em ponto a ponto, mas sim com uma trajetória suave e próxima da supeffície original”, destaca Bremberger. Na verdade, não é só o CNC que é de fabricação própria. A empresa produz internamente os aciona mentos, motores e sistema de me dição absoluta (Abso-encoders).”É importante para a Okuma utilizar o melhor que existe, sempre buscando obter um conjunto máqui na—comando bem balanceado, de alta confiabilidade e que irá maximizar os resultados de seus usuários”, encerra Bremberger.

Mazak promove Open House A Mazak Sulamericana realizará nos dias 9, 10 e 11 de Abril uma Open House, em suas instalações de Santa Bárbara d’Oeste (SP) para divulgar as novas tecnologias, incluindo a HSM. Para isso, a empresa está renovando o show-room, que passará a contar com oito novas máquinas. “Esperamos um grande número de clientes nestes 3 dias de Open House. A meta é apresentar soluções e novos conceitos de usinagem, com equipamentos de ultima geração, tornando nossos clientes cada vez mais competitivos, alem de divulgar a estrutura que a Mazak dispõe no Brasil”, afirma Gonçalves. “Aliás, convidamos a Sandvik para fazer uma palestra sobre a usinagem de alta velocidade”, enfatiza. Haverá um modelo da linha de máquinas multitarefas Integrex entre as máquinas que serão expostas no show-room renovado, A tecnologia de usinagem de alta velocidade também estará em destaque: a empresa promete trazer um modelo Variaxis 500, de centros de

usinagem verticais de cinco eixos, e um centro horizontal FF 660, para usinagem de alumínio. Além da Variaxis 500, a Mazak oferece várias outras para usinagem de alta velocidade, tais como: FJV UHS 220/250 Ultra High Speed e SuperMoldMaker (centros de usinagem verticais); FF 660 e F3 66o, de centros horizontais. “Com esta gama de produtos cobrimos boa parte das necessidades do mercado. Atendemos desde o fabricante dedicado a fazer pequenos moldes, como os de garrafas, até grandes moldes, como os aplicados na produção de painéis de automóveis”, afirma Jonas Gonçalves. “Aliás, a nossa maior máquina foi fornecida para uma empresa que a utiliza para esta finalidade. A máquina é a FJV 60/80”. De acordo com Gonçalves, as máquinas Mazak caracterizam-se por terem construção do tipo portal, em que o spindle se desloca entre duas colunas, o que proporciona maior rigidez. Além disso, os fusos esféricos das máquinas

têm refrigeração interna e são monitorados, para evitar dilatações que podem reduzir a precisão. As máquinas são equipadas com PC Fusion CNC 640, de fabricação Mitsubishi, de 64 bits, com software desenvolvido pela Mazak. “Nosso CNC é uma fusão entre o CNC e o PC. Então o nosso comando tem HD, memória RAM e outros recursos, que permitem a transmissão de dados via rede, Internet/ intranet, Ethernet etc.” A Mazak dispõe de sistema CAM próprio, o CAMWare, mas todos os sistemas de CAD/CAM mais conhecidos no mercado são compatíveis com as máquinas da empresa. Os depoimentos desses fabricantes de máquinas para usinagem rápida demonstram que as mudanças introduzidas pelas soluções baseadas em HSM vieram para ficar. Reduzir os tempos de processo de dias para horas, além da qualidade final do produto, são testemunhos irrefutáveis de se estar trilhando o caminho certo na busca da melhor produtividade. Sandvik 23 Sandvik Coromant Coromant do do Brasil Brasil 23


MOLDES E MATRIZES

Foi o tema da mostra e seminário no centro técnico da Bridgeport Machines em Halifax, norte do Reino Unido. O fabricante de máquinas uniu-se a quatro parceiros para dar aos fabricantes de moldes e matrizes uma mostra da tecnologia disponível. Palestras interessantes e demonstrações reais foram os destaques dos dois dias do evento.

Setor em Crescimento Os principais elementos da produção de moldes e matrizes foram vistos como: a máquina-ferramenta, o sistema de controle e o software bem como o material da peça e as ferramentas de corte. A Bridgeport se associou a companhias especializadas, representando cada um dos elementos, para apresentar pacotes de soluções baseados em torno da sua família de centros de usinagem VMC, especialmente o Mouldmaster. “Moldes e matrizes está em cresArtigo produzido pela equipe técnica da AB Sandvik Diviséo Coromant, Suécia. 24 O Mundo da Usinagem

cimento como um setor produtivo e isso é muito importante para nós”, explicou Ed Matejak, gerente regional da Bridgeport. “O centro de usinagem vertical Mouldmaster se adapta especialmente aos fabricantes de ferramentas de pequeno e médio porte. Ele é rápido, preciso e confiável e tem um padrão de características impressionante, incluindo compensação térmica, escalas lineares nos eixos X, Y e Z, e um fuso com 12.000 rpm com 13 kW e deslocamento dos eixos de 1.ooo mm em X,

610 mm em Y e 6oo mm em Z”. O Centro Técnico e de Vendas da Bridgeport na região norte do Reino Unido, situado próximo a Halifax, está em operação há mais de cinco anos. Durante esse período foram desenvolvidas e seladas parcerias com várias companhias líderes no mercado de ferramentas de corte — a Sandvik em particular tem estado envolvida com a Bridgeport desde o primeiro dia de suas operações. Durante os dois dias de evento


Bridgeport, Sandvik, Heidenhain, N.C. Graphics e Uddeholm formaram um time formidável, ilustrando as vantagens e os últimos desenvolvimentos que cada um pode oferecer ao setor de ferramentas de moldes e matrizes.

Rotas Realistas Duas peças reais foram usinadas durante os dias de seminário: um molde para uma carcaça de bomba automotiva e uma matriz para forja. A carcaça de bomba foi feita a partir de material Uddeholm P2o, 32 HRC no novo centro de usinagem vertical Mouldmaster enquanto a matriz de forjamento foi usinada em um centro de usinagem VMC800. Do ponto de vista do material da peça, a Uddeholm diz que escolher a melhor classe de aço para moldes poderia incluir questões como: quão importante é o acabamento superficial? Há várias outras peças a serem incluídas? Será o material do molde corrosivo, abrasivo ou ambos? Quão critica é a situação para que as tolerâncias sejam seguradas dentro de limites tão estreitos? Que quantidades devem ser produzidas? O software MachiningStrategist oferece um percurso da ferramenta de corte rápido, eficiente e confiável. Esses são otimizados em formas complexas de usinagem em 3D em peças endurecidas e sem falhas. Os percursos otimizados são projetados para extrair o máximo do moderno maquinário e controladores, para minimizar a carga nas ferramentas de corte por meio de medições para evitar cantos vivos, mantendo contato com a peça e proporcionando cortes leves, porém rápidos. Os controles TNC 400 série M da Heidenhain oferecem versatilidade, controles para fresadoras, furadeiras, mandriladoras e centros de usinagem em nível de chão Sandvik Coromant do Brasil 25


de fábrica. Os controles de contorno do tipo M tem um controlemotor digital com estágio de potência integrado. O 426 usado no Mouldmaster é um controle de contorno para máquinas de até cinco eixos mais o fuso. O controle de movimento Iow-jerk para eixos é particularmente voltado para usinagem a altas velocidades (HSM) com ótimo controle de percurso a fim de prevenir oscilação da máquina em cantos e durante a aproximação de posição. O recurso look-aheadhabilita a manutenção do movimento de velocidade contínua, mesmo sobre longas seqüências de percursos curtos de usinagem para assegurar alta precisão de contorno.

Modernas ferramentas de corte para usinagem de moldes e matrizes A Sandvik Coromant foi representada pelo gerente de OTS (Original Tool Sales) Mike Nicholson, e por Rick Cowling, gerente de serviços local, de Warrington. Juntos, eles destacaram o crescimento do programa de modernas ferramentas de corte para a indústria de moldes e matrizes e a vantagem que elas oferecem sobre o ferramental desatualizado que ainda impera dentro desse setor. “As ferramentas certas, corretamente aplicadas podem fazer uma enorme diferença na economia de qualquer fabricante de moldes e matrizes, proporcionando uma alta taxa de utilização do maquinário e do tempo de produção disponível”, explica Mike Nicholson. “Nós quisemos alertar para essa mais recente visão durante os dias de seminário, onde nós combinamos com outras modernas tecnologias para mostrar para os fabricantes de moldes e matrizes que há ganhos reais a serem obtidos”. A família de fresas CoroMill, 26 O Mundo da Usinagem

BRIDGEPORT A Bridgeport é agora parte do Goldman Industrial Group, a quinta maior companhia de máquinas-ferramenta dos EUA. Uma líder de mercado na indústria de máquinas-ferramenta desde 1938, quando a companhia revolucionou a indústria com uma fresadora de torre giratória que ofereceu um novo nível de versatilidade e produtividade a um preço que qualquer oficina podia pagar. Hoje, 90% da unidade produtiva da Bridgeport em Leicester, no centro da Inglaterra, constituí-se de centros de usinagem verticais de até 2 metros de capacidade — 60% dos quais são exportados. No Reino Unido, a Bridgeport excede a casa de 20% de participação no mercado, uma fatia significante desse setor de moldes e matrizes. A Bridgeport é uma companhia certificada pela lSO 9001. As operações no Reino Unido são assistidas por um grande suporte de serviços técnicos, incluindo vinte seis engenheiros de serviços estrategicamente localizados por todo o Reino Unido. A sede da empresa Bridgeport é em Connecticut, EUA.

agora composta por seis modelos, junto com fresas de topo com pastilhas intercambiáveis tipo ball nose, mandris CoroGrip, barras de mandrilar e adaptadores antivibratórios, suportes Coromant Cap-

to e a nova geração de fresas de metal duro de diâmetros pequenos foram alguns dos exemplos parcialmente demonstrados nos centros de usinagem Bridgeport VMC para a indústria de moldes e matrizes.


FRESAMENTO DE ROSCAS

Todos sabem que a operação de roscar nem sempre é simples pois, dependendo do tipo de material, profundidade da rosca, tolerância da peça, entre outros quesitos, esse tipo de usinagem, quase sempre feito na peça quando ela já está no final do processo de produção, pode causar grande prejuízo caso haja refugo. Assim sendo, deve-se dar preferência, sempre que possível, a toda e qualquer ferramenta que tenha alto grau de confiabilidade, como é o caso das Fresas de Interpolar Roscas. Felizmente, com o desenvolvimemto de novas alternativas, as operações de roscar tem sido muito simplificadas ultimamente. Hoje, pode-se produzir roscas pelos métodos convencionais com machos de corte e laminadores de alta performance e agora a Titex Plus acaba de incluir em sua gama de produtos Fresas para Interpolar Roscas, inteiriças de metal duro ou com pastilhas intercambiáveis em uma grande variedade de dimensões e tipos de Marcos Soto Gerente de Vendas - Sandvik do Brasil, Divisão Titex Plus

rosca: Métrica(M), métrica fina (MF) e rosca para tubos (G e Rp) como Standard, UNC, UNF, NPT, NPTF e PG como semi standard. Além disso, outros tipos de rosca também podem ser produzidos sob pedido. O processo de interpolar roscas é simples, como pode ser visto no esquema abaixo: da aproximação da ferramenta junto à peça até o retorno são seis etapas rápidas.

Este processo é uma interessante alternativa, tanto do ponto de vista técnico quanto econômico, aos procedimentos de corte e laminação tradicionais. As fresas de interpolar roscas apresentam, do ponto de vista econômico, a possibilidade de reduzir consideravelmente os custos com ferramentas. De fato, apenas com um ajuste nos parâmetros da

Sandvik Coromant do Brasil 27


máquina, pode-se, com uma única Fresa de Interpolar, usinar praticamente todos os materiais, produzir roscas dentro de qualquer faixa de tolerância e em várias dimensões (de diferentes diâmetros, desde que o passo seja idêntico). Além disso, com uma mesma ferramenta, pode-se produzir roscas versão direita ou esquerda, em furos cegos ou passantes, e em qualquer faixa de tolerância (como dito acima), já que o ajuste pode ser dado pelo comando da máquina e nãô como nos métodos de corte e laminação, onde o diâmetro do macho é o que determina diretamente a tolerância. Pode-se, ainda, chegar com a rosca até o máximo da profundidade do furo (no caso de furos cegos — vide desenho abaixo) já que, ao contrário dos machos convencionais, na fresa não há chanfro principal. Esse processo é também bastante efetivo para uma usinagem prática em materiais de cavacos curtos ou longos, de baixa à alta tensão e com durezas até 55 HRC. Como conseqüência do processo de fresamento da rosca, são produzidos cavacos curtos, o que garante a segurança da operação de usinagem. A isso tudo, podese, ainda, adicionar vida útil prolongada e baixos valores de torque. Contudo, como toda ferramenta tem suas limitações, deve-se levar em

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conta, que os métodos de corte e de laminação com machos de alta performance são normalmente mais rápidos para a maioria dos tipos de roscas, podendo-se aplicar o processo de rosqueamento por inter-polação para roscas de grandes dimensões, caso haja na peça diversas dimensões de roscas com o mesmo passo ou roscas esquerda e direita, materiais endurecidos (até 55 HRC), aplicavel à HSC (High Speed Cutting - Altas Velocidades de Corte) ou em qualquer um dos casos que se encaixem nas vantagens técnicas e econômicas descritas acima. Devemos, além disso, considerar outros pontos, como: profundidade máxima que, dependendo do diâmetro da rosca, não pode passar de 2XD e o centro de usinagem deve ser equipado com controle 3D-CNC e avanço dinâmico adequado, embora praticamente todos os modernos centros de usinagem (e alguns mais antigos) tenham essas características. Tais máquinas também são fornecidas comum rido completo para fresamento de roscas como sub-rotina padronizada para a fabricação de perfis complicados de rosca. O programa CNC: com a nova versão 6.0 do TEC (Catálogo Eletrônico da Titex) a Titex Plus agora pode oferecer uma escolha otimizada de ferramentas para fresamento de roscas e o programa apropriado para sua máquina CNC.


N

ossos clientes e amigos foram informados, pela O Mundo da Usinagem 2001-4, que o tradicional cartão de Natal da Sandvik foi convertido em auxílio doado à Casa Assistencial Amor e Esperança, em São Paulo. Muitos demonstraram interesse em conhecer melhor essa instituição e é com prazer que divulgamos uma obra que prima pela solidariedade e dignidade humana. A Casa foi fundada em 1990 e tem como objetivo atender famílias carentes com crianças portadoras de câncer e patologias compatíveis, proporcionando-lhes condições ideais para o tratamento, sendo prioridade a conquista da cura, reintegrando a criança à sociedade para atingir seus objetivos como ser humano capaz de

contribuir para a coletividade. Atualmente a Casa recebe crianças e acompanhantes vindas também de outros locais, tais como Minas Gerais, Manaus, Brasília, Acre, Rondônia, Porto Velho, Cuiabá e Macapá e que estão em tratamento em núcleos hospitalares especializados no atendimento à criança com câncer e que não tem recursos financeiros para se manterem em São Paulo. A Entidade aloja somente crianças encaminhadas pelo Instituto da Criança (Hospital das Clínicas), Hospital A. C. Camargo, Hospital São Paulo, AACD, Hospital Sta Marcelina Itaquera, Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, todos núcleos hospitalares especializados no atendimento à criança com câncer.

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Consultec Representações e Comércio LTDA, de Porto Alegre, distribuidor autorizado Sandvik desde 1999 conquistou o Troféu Destaque Fornecedor 2001, concedido pela empresa DHB Componentes Automotivos ao melhor fornecedor de ferramentas para usinagem no ano. Os critérios usados pela DHB Componentes Automotivos para julgamento de seus fornecedores foram: Pontualidade na entrega, Qualidade do produto, Parceria, Flexibilidade de negociação, Atedimento pós-vendas e Assistência técnica.

A entidade mantém-se também com doações voluntárias de pessoas físicas e jurídicas e de rendas obtidas em eventos (chá, bazares, jantares...). Todos os esforços para manter a Casa Assistencial Amor e Esperança tem sido reconhecidos: no dia 22/05/97 ela recebeu uma comenda do Rotary CIub Internacional da Suécia, representada pelo Sr. Bengt Lindell por entender que a casa preenche todos os requisitos de uma casa de apoio ao menor com câncer. Desde Setembro/2000, a Casa passou a ser reconhecida como de Utilidade Pública Municipal (Decreto n0 39.867). Em Dezembro de 2001, a doação feita pela Sandvik do valor referente aos Cartões de Natal, embora pequena diante de tantas necessidades, auxiliou a manter a Casa nos meses de Dezembro/01 e Janeiro/ 02 e a compor verba destinada à compra de uma Kombi, indispensável para o transporte, principalmente das crianças transplantadas. A atual Presidente da casa é a senhora Ana Maria C. B. Bromatti, que poderá elucidar quaisquer outras questões. E, claro: qualquer tipo de auxílio é mais do que bem-vindo! É vital!

A Consultec realizou, portanto, segundo a empresa premiadora, um verdadeiro trabalho de parceria, colocando o bom atendimento ao cliente como uma meta que não se completa na concretização da venda. A qualidade do produto, vital em qualquer ramo de produção, pode perder-se diante da falta de pontualidade na entrega e atendimento pós-vendas precário. O Mundo da Usinagem cumprimenta toda a equipe da Consultec de Porto Alegre pelo recebimento de tal honraria. Sandvik Coromant do Brasil 29


O leitor de O Mundo da Usinagem pode entrar em contato com a revista para apresentar sugestões e (ou) críticas, além de fazer consultas sobre eventuais problemas técnicos de usinagem que vem enfrentando em sua empresa para que eles sejam avaliados e, se for o caso, solucionados pelo Corpo Técnico da Sandvik Coromant. Para isso, basta recorrer a: omundo.dausinagem@sandvik.com

Se preferir, o leitor também pode se comunicar com a Sandvik Coromant por telefone, entrando em contato com:

ADEPT SYSTEMS Rod. SC 4O1, km 01 - Parq. Tec. Alfa - Celta 88030-000 - Florianópolis - Santa Catarina Tel.: (0xx48) 239 2261 Fax: (0xx48) 239 2200

MORI SEIKI BRASIL LTDA R. República do Iraque, 1432 – 2º andar 04611-002 - Campo Belo - São Paulo - SP Tel.: (0xx11) 5543 1762 Fax: (0xx11) 5543 1948

CASA ASSISTENCIAL AMOR E ESPERANÇA Rua João Alves Pimenta, 74 V. Mirim, 02967000 São Paulo - S.P. Tel./Fax: 3978 1419 GUILHERME FADEL CURY Kvaerner Oilfields Products R. Francisco Sobania, 1300 CIC - Cidade Industrial de Curitiba 81450-150 - Tel.: (0xx41) 227 8578 MAZAK SULAMERICANA LTDA Av. Juscelino Kubistchek de Oliveira, 1350 13456-401 - Distrito Industrial Santa Bárbara d’Oeste - S.P. Tel.: (0xx19) 3463 7614 Fax (0xx19) 3455 3145 MIKRON AGIE CHARMILLES LTDA Av. das Nações Unidas, 21.689 04795-100 - São Paulo - S.P. Tel.: (0xx11) 5548 5444 / 5696 8322 Fax: (0xx11) 5694 8329 30 O Mundo da Usinagem

Departamento Comercial (011)5696 5604 Atendimento ao Cliente (Ligação gratuita): 0800 55 9698

NIEHOFF HERBORN MÁQUINAS LTDA R. Mar Vermelho, 780 - Caixa Postal 84 06412-140 – Barueri - S.P. Tel.: (0xx11) 4198 4322 Fax: (0xx11) 4198 4234 OKUMA LATINO AMERICANA COMÉRCIO LTDA AV. Vicente Pinzon, 173 - cj. 101a 04547-130 - Vila Olímpia - São Paulo - S.P. Tel.: (0xx11) 3846 6645 Fax: (0xx11) 3846 8303 TOOL SERVICES LTDA Av. Wady Badra, 296 13214-720 - Jundiaí - S.P. Tel./Fax: (0xx11) 4582 6638 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS UNICAMP Faculdade de Engenharia Mecânica Depto de Eng. de Fabricação Núcleo de Manufatura e Qualidade Campinas - S.P. www.unicamp.br


Sandvik Coromant do Brasil

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