ONFIRE 56 | Surf's UP | Abr-Mai 2012

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www.onfiresurfmag.com | nยบ56 | ano X | aBriL maio 2012 | bimestral | pvp cont 3euros [iva 6% inc]



*A Vida ĂŠ melhor em Board Short



*Lã de prata pura no tecido. X-Static aprovado pela NASA, Forças Especiais Americanas e Atletas Olímpicos. Anti-microbial, anti-odor e 100% natural

O’Neill Portugal: oneillportugal@sportzun.com



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*O paĂ­s com as raparigas mais bonitas? Eu diria que o meu! **Save mais sobre o Jesse em dcshoes.com/surf



*É como se não usasses nada.


.012 Sinopse

........................... Perfeição na imagem, imperfeição nas palavras!

.016 XPression

................................ Uma sequência e um still, é esta a linguagem que usamos para denominar o que podes ver. Há aéreos e aéreos. Este do Pedro Boonman é um aéreo dos mais altos e controlados que já vimos

.038 Destinos

(mesmo que em double grab, que segundo os experts é mais fácil que os outros) | photo by hugo Valente

.........................................................................................................

.............................. Ghana Procurando ouro no Golfo da Guiné ...................... Um destino de surf que, certamente, nunca viste em nenhuma outra revista e que agora, com perfomances de Tomás Valente e Alexandre Grilo, te apresentamos!

O Enredo ......................................................................................................... O Enredo da foto da capa desta edição não será sobre como é que esta foi conseguida mas sim como foi escolhida. Isto pois este abusado (e nunca a palavra abusado ficou tão bem empregue como neste caso) aéreo de Pedro Boonam aconteceu durante a última viagem da nova geração às Mentawai, e cuja reportagem tiveste o prazer de ver na edição 54 da ONFIRE, onde ficaste a saber todos os detalhes dessa viagem. Juntar alguns dos melhores surfistas da nova geração nas perfeitas e “performáticas” ondas “mentawaianas” só poderia dar numa coisa: tremendas dores de cabeça para o editor de fotografia. É que há dois cenários medonhos para um editor de fotografia ao ver as fotos de uma viagem: ver que as fotos são tão más que conceber um artigo é algo (quase ou mesmo) impossível ou ver fotostão boas que o difícil é escolher a melhor de cada surfista. Este último caso é, graças aos fotógrafos com que trabalhamos, uma constante, e geralmente são várias as fotos de capa que nos chegam de uma viagem! Foi o que se passou com esta foto do Pedro Boonman, que a considerámos tão boa que não poderia ter outro destino senão a capa; até na Xpression achávamos que era um “desperdício”. Assim, guardámos a foto religiosamente no nosso arquivo na pasta que diz “Ks”, aguardámos uma edição após a da viagem (onde quem fez a capa foi o Francisco Alves) e, chegados a esta edição, não conseguimos aguentar mais! E é assim que Pedro Boonman (que estes últimos meses nos deve ter chamado todos os nomes por não termos publicado esta foto na reportagem) faz a primeira capa da sua carreira! Congrats!!!

.046 Spotlight

............................... Tomás Fernandes Segunda Geração ................................. Tomás Fernandes é mais um surfista da nova geração e de segunda geração. Tendo a Ericeira como o seu campo de treinos, e surfistas como Tiago Pires como referência nas ondas que mais frequenta, Tomás tem, tal como os restantes surfista da sua idade, a ambição de uma carreira internacional.

OF

.054 Surftrip

.................................... (Down) Under Progression .............................. .. A Austrália é o destino para onde no início de cada ano e ano após ano, os maiores nomes do surf mundial rumam para evoluir. A nova geração nacional também faz questão de entrar nessa peregrinação. E ,tal como eles, também nós o fazemos, e é por isso que vos mostrando tudo o que aconteceu em mais uma temporada australiana.

.070 Slideshow

................................. Power surf, performance surf, sequências, stills, ondas portuguesas, surfistas portugueses, fotógrafos portugueses! Bem-vindos a mais um Slideshow!

.020 Feedback .022 Coffeebreak .024 À Deriva .026 Stuff .028 DNA .030 Check-Out .032 Opinion Lider .034 OF Virtual .035 Chill’Out .036 Rubber Quiver .080 Art Riders .082 Preparação


*Para mais informaçþes sobre o team: Nike6.com/surf


Para nós, dias como este na Costa da Caparica são dias com um final feliz mas, infelizmente, para um banhista menos prevenido, estes dias podem transformar-se, rapidamente, num pesadelo... | photo by Mauro Motty ...............................................................................................................................................................................................................................................

A esta altura já deves ter reparado em algo estranho na ONFIRE que tens nas mãos. À primeira vista está muito semelhante a todas as que viste até agora, mas no “toque” é perceptível que está mais “magrinha” que antes. De facto é a ONFIRE com menos páginas que já saiu até hoje, 84. Até agora nunca a ONFIRE tinha tido menos do que 100 páginas e já chegou a ter 136 “noutros tempos”. Mas a verdade é que a ONFIRE é um reflexo da conjuntura actual, em que tudo e todos se têm de se adaptar a uma realidade diferente, que esperamos que seja breve. Esta “dieta” nas páginas não se deve em nada às vendas da revista em banca pois os nossos leitores felizmente têm-nos acompanhado sempre, e não dispensam a revista nas suas colecções. A nível de artigos também tudo se mantém, quatro artigos de fundo mais os outros do costume. Esta diminuição deve-se principalmente a uma quebra nos anunciantes, que nesta fase vêem os seus orçamentos reduzidos. Sabemos que não o fazem porque querem, mas sim porque não têm outras possibilidades. De facto há muitas empresas que se aproveitam da crise em seu benefício, para poupar simplesmente “porque podem”, mas não creio que isso aconteça nas marcas de surf. Mas acreditamos que nesta fase mais difícil se estamos todos a dar um passo atrás é para ganhar balanço para depois dar dois para a frente! E o resto é conversa!!! ................ antonio nielsen


Uma História verídica com um final feliz! Infelizmente já não há muitas mas tive o prazer de viver uma muito recentemente... No Inverno passado, Carcavelos apresentava um belo pico de direitas e esquerdas que funcionaram durante semanas. Mas, literalmente no meio deste parque de diversões, estava o terror dos banhistas, o típico agueiro. Foi num dia de ondas pequenas, e mais um de sol e bem quente, que do nada ouvi alguém aos gritos. “Mais uma banhista “bifa” toda feliz!”, pensei, para, poucos segundo depois, ouvir a Editora da Girlz, Mariana Leite (como disse no meu último editorial este é um projecto em stand by), a chamarme desenfreadamente enquanto remava na direcção da banhista. Para encurtar a história, por uma questão de espaço físico desta página, um senhor, pai da rapariga, tinha-se sentido mal e boiava de cabeça para baixo. Depois de o tirarmos da água com a preciosa ajuda de muitas outros surfistas, entre os quais David Prescott, professor na escola de Marcos Anastácio mas mais conhecido pela sua voz como speaker nos campeonatos, e já na areia, o homem tinha olhos abertos, respirava, não falava, e a sua família estava, obviamente, em pânico. Duas filhas, mulher e um casal amigo, todos tinham optado pelo sol português para uns dias de descanso. Os paramédicos chegaram - nunca me vou esquecer a calma com que atravessaram as areias de Carcavelos até chegar ao senhor como se nada fosse; talvez seja sempre assim, não sei... - e trataram do caso... Já na ambulância, um dos paramédicos saiu para dar novidades... Um grito, muito choro e a ambulância saiu do parque de estacionamento rumo ao Hospital... O homem estava em coma e aquela mãe e duas filhas totalmente desesperadas. Rapidamente nos prontificámos a levar a família ao Hospital, de Cascais segundo nos disseram, para chegarmos a Cascais e nos informarem que entretanto tinham

decidido ir “para o S. José, o que não é bom sinal”. Engoli em seco e, obviamente, que apenas disse que teríamos de ir para outro hospital. Voámos para Lisboa numa situação que, como podem imaginar, é bem delicada, daquelas que não sabemos o que dizer e onde parece sempre que tudo o que fazemos não é suficiente. Deixámos a família no hospital, e partimos com o sentimento que poderíamos ter feito mais, enquanto desejávamos que tudo corresse bem! Não soubemos o desfecho deste pesadelo. Ouvimos que o homem tinha ficado em coma e acabado por falecer mas sem certezas. Sete meses mais tarde, a Mariana recebeu uma mensagem no seu Facebook do Prescott. “Não vais acreditar, o homem está vivo e entrou em contacto connosco. Vem a Portugal para nos agradecer”! E foi assim que, sete meses depois, novamente na Praia de Carcavelos, esse senhor voltou a mergulhar nas nossas águas 100% recuperado e verdadeiramente agradecido a todos os que o ajudaram (e que alguns reencontrou nesse dia). Nota: como perceberam, esta Sinopse nada tem a ver directamente com esta edição que tens nas mãos, excepto pelo facto de esperar que, sempre que chegas ao fim de uma edição da OFR, sintas que foi mais um momento com um final feliz! ................ nuno Bandeira



*Rodas de skate gastas sĂŁo usadas para fazerem os teus jeans mais macios e confortĂĄveis.

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Por qualquer estúpida razão, os portugueses têm a mania que nada de bom se produz no nosso país! Esta sequência do Zé Ferreira nas Mentawai prova o contrário de duas formas! A primeira, e a mais óbvia, é a produção nacional de mais um grande talento surfístico, a segunda, e certamente desconhecida por muitos, é que o software do passaporte que o Zé usou para viajar até à perfeição destas ilhas indonésias foi desenvolvido por uma empresa portuguesa! | photos by Hugo Valente .........................................................................................................................................................................................................................




Como já deves ter reparado, há ali uma zona perto de Sagres que está repleta de moinhos de vento para produzir energia, e isso só ajuda a colocar Portugal como o 4º maior player mundial de energia eólica. No dia em que conseguirem transformar a energia muscular de Alex Botelho, toda ela aqui centrada num abusado aéreo de backside na Arrifana, em energia eléctrica, então aí não seremos o 4º do mundo mas o primeiríssimo no campo das energias renováveis! photo by Mauro Motty .......................................................


................................................................................ Ahhhh, nada sonhar com beldades do sexo oposto com tendências provocadoras! Acreditem ou não, a culpa destes pensmanetos não é nossa, mas sim do autor de uma das cartas com que vos presenteamos neste Feedback! Tomás Magalhães, Take II Olá. Já enviei uma vez umas fotos, e agora gostava que me dissessem o que acham destas. São todas de surfadas no Algarve no Inverno 2012, sou eu a surfar, Tomás Magalhães, e as fotos foram tiradas pelo meu primo Philipp Breen, e pela minha mãe Christiane Thormann. Obrigado e abraço, Tomás Magalhães ....................... Olá Tomás, como uma imagem vale mil palavras (então se forem nossas uma imagem vale 1.000.000 de palavras pois esta coisa de letras, sílabas, palavras e frases não é bem o nosso forte, como estamos fartos de dizer), aqui fica o nosso feedback do que pensamos sobre as fotos que nos enviaste: dignas de aparecer nas páginas da ONFIRE. E só esperamos que um dia ainda venhas a aparecer com mais destaque! Força e grande abraço! .................................................................................................

Seres Universitários Femininos Provocadores Boas pessoal da maior revista de surf de todos os tempos! Bem, ontem quando soube que a nova ONFIRE já tinha saído pensei logo que finalmente as minhas aulas iam ter cor, e as paredes brancas e cinzentas passariam a ser mais azuis. Hoje de manhã a primeira coisa que fiz quando cheguei à faculdade foi ir direito a uma papelaria para comprar esta nova edição, e desde já quero dizer que gostei bastante da alteração da ‘imagem’ e grafia desta nova ONFIRE, para não falar da capa abusada. Já ‘devorei’ grande parte da vossa revista, mas notei que na página do ‘Coffeebreak’, onde costumam vir os vencedores dos GiveAways anteriores, nesta edição não estão, por isso decidi escrever-vos. Também posso não ter visto por culpa do belo dia que esteve, o que obrigou os seres femininos lá da faculdade a irem de forma provocadora. PS: Tenho a dizer que em relação à religião surfista sou decididamente muçulmano, continuem com o grande trabalho!!! João César ............................................. Grande João, e nós a pensar que tínhamos o melhor trabalho do mundo... Afinal, tu é que o tens. Ora vejamos, vais para as aulas – sim, ser estudante, à séria claro, é uma profissão ao contrário do que muitos pensam - e no fundo estás a fazer surf pelas páginas da ONFIRE, sais das salas de aulas e estás, segundo dizes, rodeado de seres femininos provocantes! Quanto à secção do Coffebreak, tens toda a razão e já não voltaremos a cometer esse erro (que acabou por ser emendado neste Coffebreak). Ah, e temos de te desvendar o óbvio porquê da nossa religião surfística muçulmana: as 70 virgens que nos esperam no Além e o facto de, enquanto essas esperam por nós, podermos ter um harém de seres provocantes eheh.

Tomás Magalhães, snapada na Ponta Ruiva. | photo by Philipp Breen .................................................................................................................. Este é um excelente exemplo dos seres femininos provocantes que nos rodeiam enquanto trabalhamos! | photo by Mauro Motty

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ocean&earth giveaway ........................................................................................................ Desta vez o pack que estamos a oferecer é para a tua menina, ou pelo menos, a tua menina na água (i.e. prancha)! para que ela esteja sempre no seu melhor comportamento, a o&e oferece-te este belo pack que consiste num leash, deck, tubo de resina (para que remendes na hora qualquer ding) e ainda uma capa de neoprene para o teu computador! mas este pack é muito especial por duas razões, o leash, segundo a ocean&earth, é o mais forte do mundo, e o deck é um customix, modelo de assinatura de owen Wright! por isso, para te candidatares a receber este pacote tens de nos dizer o seguinte: 1 | Dizer qual é a particularidade especial deste deck (dica: página 26); 2 | ir ao site do representante nacional da marca (www.indodreams.pt) para nos dizeres em que ano surgiu a ocean&earth; 3 | Dizer quem é o teu patrocinado nacional e internacional preferido da ocean&earth; 4 | Juntar o código “ocean&earth Giveaway” que estará no site da onFire no momento em que menos esperares, por isso tens de o visitar regularmente; 5 | Fazer um like/gosto na página do facebook da onFire! Depois é só juntar tudo o que pedimos e enviar para staff@onfiresurfmag.com, se fores o primeiro com tudo correcto serás o vencedor!!! boa sorte!!!

errata onfire 55

.................................. na expression da edição passada substituímos uma imagem de nicolau Von rupp fotografada por carlos pinto por outra do mesmo surfista mas capturada por alex laurel. infelizmente esquecemo-nos de trocar o crédito da mesma e saiu timeline março/abril 2012 ............................................................................................ “by carlospintophoto.com” em vez de “by alex Laurel”. 18 de março frederico morais abre bem o seu ano competitivo sorry Guys, we suck!!! na liga meo pro surf (lmps) com uma vitória na primeira etapa, o meo ericeira Pro, realizado em ribeira d’ilhas. na final, Frederico encontrou, e derrotou, Vasco ribeiro e esta dupla tinha eliminado Vencedores Zé ferreira e francisco alves nas meias finais, mostrando que a onfire 54 e . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .55 nova geração está com muito força em 2012! parabéns Kikas! ..... e como um erro nunca photo by carlospintophoto.com vem só (ler errata onFir e 55), também nos esq de atribuir um venced uecemos or para o rip curl giveaw ay da onFire 54. ainda cima este passatempo por 04 de abril o português do World não era nada fácil pois tinhas de dizer quem era vencedores dos evento m os tour, Tiago Pires, fez o seu primeiro s search da rip curl, e ain da dizer que foi o team rider a conseguir 20 pon grande heat de 2012. Foi no rip curl tos numa etapa da asp em 2011. os leitores estavam atentos e estão Pro Bells Beach que saca se mostrou todos de parabéns ma s o mais rápido foi o sandro filipe que sabia superior ao sempre perigoso australiano, que tinha sido Gabriel me dina a conseguir o “perfect score”! parabé adrian buchan. infelizmente, no seu heat ns sandro! Já o prémio do analog do round 3 contra Josh Kerr, tiago não giveaway foi todo par ao Jorge santos que também conseguiu repetir o feito mas acabou foi muito rápido e acerto u em todos os desafios! par melhorou o seu ranking ao acabar em 13º abéns Jorge! lugar nesta etapa. | photo by asP

22 de abril pouco depois de acabar a etapa de carcavelos, os melhores surfistas portugueses abaixo dos 18 anos arrancaram para o panamá para disputar o DaKine isa world Junior championship. o melhor português em prova foi também o melhor surfista em prova, Vasco ribeiro. infelizmente, na finalíssima, foi surpreendido por dois brasileiros, matheus navarro e Deivid silva, e acabou em terceiro lugar. mesmo assim a sua prestação, combinada com o resto da equipa, rendeu à selecção nacional o oitavo lugar do ranking final. parabéns a todos! photo by isa rommel gonzalez ao mesmo tempo, nas nas geladas águas de vendeé, França, alguns dos melhores surfistas do nosso país brilhavam no Protest Vendee Pro, um WQs de 3 estrelas. mas quem se destacou mais foi nicolau Von rupp (13º), Justin mujica (9º), frederico morais (5º) e claro, o vencedor, marlon Lipke. parabéns a todos! photo by aquashot/asPeurope

07 de abril o campeão nacional mais novo de sempre, Vasco ribeiro, regressou à liderança do circuito lmps com uma brilhante vitória no Guincho. o TVi cascais Pro começou com poucas ondas em carcavelos mas passou para o Guincho onde acabou com altas ondas. ribeiro derrotou na final o galego gony Zubizarreta, e nas meias finais ficaram ruben gonzalez e filipe Jervis. | photo by Pedro mestre


*Um lugar ao sol... para pessoas com 贸culos.


............................................... texto by ricardo Vieira ricardovieira30@gmail.com........................................................................................................

Depois de longos momentos a hesitar entre o atropelo ao sr. agente e o cumprimento da maldita ordem para parar, lá optámos – infelizmente – pela segunda…

será que depois de um burro e um bófia (e muitas outros percalços pela estrada nacional), o desfecho foi uma surfada em ondas destas? photos by carlospintophoto.com (onda e burro) e mauro motty (bófia) ..........................................................................................

Foi um dos dias mais chatos que já tive na procura de ondas. se soubesse como ia passá-lo, tinha ficado na cama, quietinho. o destino era a lourinhã, mais concretamente a praia do areal, onde ia acontecer mais uma edição da taça de portugal. Um amigo meu que ia participar da competição lá me convenceu a partir à aventura de ir experimentar uma nova praia, onde nunca tinha surfado antes. arrancámos às oito da manhã rumo à estrada velha da ericeira, que as portagens não eram para nós. e decidimos ir assim como que “depressa, depressinha”, que o heat do meu amigo estava marcado para as dez e não sabíamos muito bem o caminho. azar o nosso, assim que entrámos na estrada velha “gozámos” quinze minutos atrás de um tractor que ia a nove à hora! velocidade mais do que suficiente para nos fazer perder a cabeça. saímos do carro e demos uma valente paulada na… nã… mentira… o homem continuou lá sentadinho em paz com o mundo. mas assim que pudemos, colámos o pedal do acelerador e ultrapassámos o tractor com uma pinta que ele até se engasgou! Yupi! caminho livre! mas… mas… o que é isto?! Um mercedes de empreiteiro a arrastar-se a oito à hora?! e lá foram mais dez minutos de seca! não adiantava buzinar porque o condutor usava boné axadrezado e, nesses casos, levam séculos para se aperceberem do que lhes está a acontecer. acreditem. só nos restava segurar os nervos por mais alguns quilómetros até finalmente conseguirmos deixar o sr. construção civil para trás. acto feito, um alívio que nos soube a renascimento! lourinhã, here we go! mas de repente… nÃo !!! eU nÃo acreDito nisto!!! Dois velhotes numa carroça puxada por um burro?! À 24 ONFIRESURFMAG.COM

nossa frente?! contando com os dois burros no carro a caminho da taça de portugal já éramos três! isto é impossível de acontecer! sofremos silenciosa e telepaticamente por mais umas quantas medidas de alcatrão, enquanto observávamos o bamboleio radical provocado pelos velozes sete quilómetros de velocidade que o moderno veículo alimentado a palha e puxado a ferradura levava no corpo. mas eis que… Uma recta! e não vem ninguém de frente! É só ultrapassar..! vrrrUUUUmmmmm! e foi tão fácil que até tive pena dos estáticos velhotes, teimosos na sua intenção de remoer os fundos às jardineiras nos paus da esconjurada carroça. agora sim, éramos senhores do universo! Uma respiradela mais descontraída para nos aumentar a fé e prego a fundo que se faz tarde! tínhamos o caminho livre e nada nos podia travar! ou quase nada… porr… falei cedo de mais. Um vulto pula para o meio da estrada e levanta a mão. mas o que quer este gajo… este gaj… tem… tem um colete verde fluorescente vestido?! nÃo!!! não pode ser… bÓFia ?!aQUi?! a mim?! Depois de longos momentos a hesitar entre o atropelo ao sr. agente e o cumprimento da maldita ordem para parar, lá optámos, infelizmente, pela segunda. o prémio? Uma multa por excesso de velocidade! Quantos quilómetros a mais do que o permitido por lei? Um! Um misero QUilÓmetro a mais, alcanÇaDo nUma UltrapassaGem a Um bUrro!!! Depois da multa passada e quando nos preparávamos para voltar à estrada, somos obrigados a ceder passagem a um veículo já em marcha. em cima de meia dúzia de tábuas mal pregadas, assentes num par de pneus velhos e gastos, dois idosos sorriem e acenam-me com a mão. Um trote monocórdico invade-me os ouvidos. a carroça está outra vez à nossa frente… rV



Personaliza a cor do teu grip ........................................................ ocean & earTh owen wrighT cusTomix Pro ............................... 45.00 € customix pro é o nome do novo grip pro-model do australiano owen “avatar” Wright. Já no passado te mostrámos aqui o seu pro-model da altura, cujo desenho do grip era a famosa garra que está sempre presente nas suas pranchas. mas parece que owen decidiu abandonar essa marca registada para este novo pro-model e a razão é simples: o customix pro dá-te a possibilidade de criares um deck ao teu gosto, ou seja, não faria sentido ter as garras aqui presentes. ok, vamos com mais calma para perceberes ao certo do que falamos. o que a ocean & earth te proporciona com o customix pro é a possibilidade de poderes personalizar o teu deck. no fundo, tens à tua disposição oito partes laterais, todas elas com diferentes cores (quatro para um lado e quatro para o outro; apenas a peça central se mantém fixa em cor). assim, e como owen afirma, tens a possibilidade de mostrares a tua identidade única na tua prancha. imagina que és uma daquelas pessoas que tem uma atracção inexplicável por tudo o que é obscuro e sombrio, adoras o lado das trevas e o teu herói é, como não podia deixar de ser, o Dark “i’m Your Father luke” vader (por favor ler “i’m Your Father luke” com a voz mecânica do personagem para entrar realmente nesta nossa forçada piada). então, muito provavelmente o teu sonho é ter um deck 100% preto. mas agora imagina uma pessoa para a qual tudo está sempre bem - mesmo que o mundo esteja à porta do abismo - pois sente que o simples facto de existir é uma bênção; para ela, cada acordar é como um arco-íris de oportunidades e essa pessoa sabe que tem constantemente alegres borboletas a esvoaçar calorosamente à sua volta, roçando levemente as suas pequenas asinhas nos seus cabelos e ponta das orelhas, provocando-lhe felizes e divinais sensações de cócegas... essa pessoa optará, obviamente, pelas mais coloridas partes laterais. com o customix tens 16 combinações possíveis consoante o teu gosto muito pessoal. aproveita para decidires aqui qual a combinação que preferes para, quando fores à loja, pedires já as três peças que mais gostas e que irão embelezar o tail da tua prancha. ah, escusado será dizer que o customix, tal como os restantes grips da o&e, são excelentes no que toca a cola, durabilidade e tracção! ....................................................................................................................................................................... www.oceanearth.com www.indodreams.pt

a forma f mais confortável e Limpa de Vestires o fato ............................................................................................. surf grass maTs ............................... n.D. surf Grass é uma recentíssima empresa de dois surfistas do sul da califórnia que decidiram criar uma forma inovadora e funcional para que vistas e dispas o fato enquanto manténs os teus pés e roupa limpos. para tal decidiram criar o surf Grass mats que, com podes ver nas imagens, não é mais do que um rectângulo de relva artificial de leve peso, e que podes enrolar facilmente e prender com um velcro para transportares contigo. Uma vez que o seu lançamento comercial só acontecerá no dia 1 de Junho – mas podes já fazer a encomenda do teu no site da marca – ainda não temos conhecimento do seu preço nem de pormenores técnicos. mas algumas questões surgem-nos de imediato: sem dúvida que conseguimos manter os nossos pés limpos no momento de vestir o fato mas e no momento de despir? É que, parece-nos, que isto só seria possível se antes passasses os pés por água o que, como sabemos, só é possível caso tenhas uma garrafa de água em tua posse (são raras as praias com chuveiros e ainda mais raras as que têm chuveiros a funcionar o ano todo), um preciosismo que poucos têm tempo para fazer - e para não falar que muitos fazem questão de guardar alguns grãos de areia nos pés para manterem o sentimento que estão na praia, apesar de estarem enfiados num escritório ou numa sala de aula! outra questão, será um produto de fácil limpeza? Quer queiramos quer não, alguma areia irá infiltrar-se na relva artificial... outras dúvidas menos publicáveis neste prestigiada revista surgiram-nos, coisas que envolviam um espécimen do sexo oposto e a possibilidade de, num tão pequeno pedaço de confortável relva artificial, efectuar algumas posições mais habilidosas de cópula... brett simpson e michel bourez foram dois surfistas do Wt que, durante o nike lowers pro, evento prime, experimentaram o surf Grass mats, e, pelo que apurámos, ficaram fãs! mal o staff da onFire consiga colocar as mãos, aliás, os pés, neste inovador produto, podes estar certo de que te daremos mais detalhes sobre aquele que nos parece ser o produto mais confortável do momento para vestires e despires o teu fato de surf, afinal, quem se pode de dar ao luxo de, neste preciso momento, vestir sempre o fato em cima de relva antes de todas as surfadas? ......................................................................................... www.surfgrassmats.com 26 ONFIRESURFMAG.COM


*O equilĂ­brio dos opostos.


as

últimas de...

antóniosilva

................................................................................................................................................................................................................ photo by Mauro Motty ............................. Última noitada... Com o (João) Guedes algures por aí... Última vez que tiveste medo... Num caldo na Peralta este Inverno, fiquei duas ondas debaixo de água! Último choque cultural... Em Lombok... A maneira como eles tratam os cães é uma “alarvidade”. Para eles é super normal arrastar um cão por uma corda agarrada a uma mota. Última viagem que não rendeu... Havai 2010. Última viagem que rendeu... Indonésia 2012 com o “tio Pipas” pelas Mentawai. Foi de sonho, obrigado “uncle”. Última vez que foste surpreendido... Quando vi milhares de pessoas no evento de surf à noite, nunca tinha visto nada assim em Portugal! Incrível! Última prancha que partiste... Nos Supertubos recentemente, uma SUPERbrand nova em folha. Último campeonato que venceste... Não sei, talvez tenha sido quando ainda era júnior ou um ou outro evento de aéreos, mas fico 10 vezes mais realizado e feliz se der um bom tubo! Último heat que perdeste... Em Peniche, no Capítulo Perfeito, acho que foi o primeiro campeonato em que perdi e fiquei na areia o dia todo a ver o show de surf. Última onda na Cave... Este Inverno. Estava nos Coxos e o crowd estava ridículo. Dei uma remada para a Cave e ainda apanhei uma ou outra, mas nada de especial. Última vez que foste dropinado... Hoje, por alguém que estava a aprender, nem sabia o que estava ali a fazer coitado! Última vez que riste até chorar... Qualquer “sessão” em casa do meu amigo Manuel Cotta. São sempre memoráveis com a nossa Joana! OF

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*Personaliza a cor do teu grip. A tua prancha é uma tela branca à espera que mostres a tua identidade única. O Customix Grip dá-te a força para personalizares a tua prancha. As possibilidade são infinitas, a escolha é tua...


texto e photos by ToMané ...................................................................... “Há bem pouco tempo, João André era uma promessa do futebol nacional e atleta da academia do Sporting. Entretanto encontrou o surf há dois anos, e assim a sua realização desportiva! A primeira experiência surgiu com o Professor João Carlos Alves, e a partir daí a sua progressão tem sido exponencial. Há quase um ano atrás começou a treinar na Onda Pura, e é já um surfista de referência nacional. O seu “palmarés” conta com um actual segundo lugar no nacional do surf esperanças sub-16, um primeiro lugar na segunda etapa do Grom Search 2011, e várias vitórias em campeonatos regionais. Embora seja um surfista com um curto percurso na modalidade, demonstra já alguma maturidade técnica e táctica competitiva, com uma margem de progressão enorme, e é um surfista que sem dúvida irá mostrar excelentes resultados no futuro. O seu surf caracterizase por muito power nas manobras, surf no rail e pocket surf, e boa transição entre manobras. Segundo o próprio, “o que gosto é de surfar ondas com power, onde possa fazer carves fortes no pocket, é onde me sinto mais seguro com o meu surf. Gostava de poder viajar para um sítio de altas ondas, água quente, e tubos a bombar (risos...). Quero treinar para evoluir, e vou manterme focado nesse objectivo”. Os seus objectivos para esta época competitiva são defender a sua posição no ranking nacional, procurar apuramentos para a as finais europeias dos campeonatos de qualificação, e participar em alguns campeonatos da Liga Meo Pro Surf para ganhar experiência competitiva e evoluir junto com os melhores nacionais. Vê no atleta João Guedes uma referência para o seu treino, e considera uma mais valia enorme poder partilhar surfadas e treinos físicos com ele.” Fiquem de olho no João! TM

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com um bottom destes, alguém dúvida que João andré poderá ir longe?

........................................................................................................................................... nome: João andré Praia: praia de matosinhos | porto idade: 14 anos Patrocínios: el nino Komunity onda pura surflocal surfshop polen surfboards



o

em que

dia

o tigre

virou gatinho…

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crónicas de um

Líder de Opinião

............................................................ texto by Marcos Anastácio photos by carlospintophoto.com

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Preciso de inventar uma solução para navegar nesta hora de paz e harmonia. Olho para o lado e lá esta ela, uma revista de surf com a minha última saída. Mais do que lida, só restam aqueles artigos que só servem para encorpar a revista. Depois de desfolhar algumas páginas deparo-me com uma foto que tem sido um cliché dos últimos 10 ou 15 anos no palco do surf nacional, uma foto do PB (Paulo do Bairro) na baía dos Coxos. Quem o conhece sabe que o PB adora ondas grandes e que o desafiem, mas o que realmente o destaca é que ele sabe o que faz com um controle perfeito, tornando-se um dos expoentes máximo da pequena elite da baía que puxam os limites ao máximo, como não existisse amanhã. Mas o que é mais engraçado, apesar destes tomates todos, é que eu já o vi a chorar que nem uma criança a pedir pela mãe. Passo a contar: Já no século XXI eu, o (José Gregório) Grego e o “Tigre” dos Coxos, fomos a uma etapa do já extinto EPSA, mais propriamente à cidade do País Basco que o comum espanhol chama de San Sebastian e o povo raçudo basco chama de Donostia. É uma cidade linda, cheia de carisma e boa onda, em que a praia de Gros faz parte do centro da cidade. Depois de oito horas de carro, chegámos ao fim do dia cansadíssimos pela viajem e o calor sufocante que apanhámos no meio de Espanha. A primeira coisa que fizémos foi procurar sítio para ficar, o que foi muito difícil pois na mesma altura da prova existia uma grande festa local e tudo que era hotel, pensão e hostel estava ultra esgotado. Como “quem tem boca vai a Roma”, lá conseguimos um pequeno T0.5 no meio da parte mais antiga da cidade. Depois de instalados e do “banhinho

São 22 horas, a hora mais “zen” da minha casa. No ar ouve-se um pequeno som de TV, faço um “zapping” e, se de um lado só se fala desgraças que tiram ao mais forte e positivo ser humano a vontade de acordar no dia seguinte, do outro está aquele programa do “Querida Mudei a Casa”, que chega a ser ainda mais deprimente que os jornais informativos. Tento ver uma segunda parte do glorioso, mas infelizmente só na SporTV...

Os anos passam mas a única coisa que continua mais aguçada que a língua de Marcos Anastácio é o seu backside attack! ........................................................................................................................................

catita” para retirar todos odores e resíduos da extenuante viagem, fomos encher a mula a um restaurante chinês nosso conhecido, mesmo em frente à praia. Abastecemo-nos daqueles pratos universais que existem em todos os restaurantes chineses que existem por essa Europa fora, e o Tigre só se gabava do seu prato com camarões! Já de barriga atestada fomos directos dormir com aquele “nervoso miudinho” que nos invade na noite anterior a uma prova. Quando as luzes estavam apagadas, começo a ouvir um murmurinho do Tigre, que rapidamente passou a uma angustiante queixa de comichão e suposição que a cama estava com bichos que lhe davam comichão. O Grego mandava-o calar, mas ele continuava a queixar-se e cada vez de forma mais intensa. Finalmente ligo a luz e o Tigre, de tanga, tem um ataque de choro e começa a pedir pela mãezinha. O Grego continuava a tentar “hibernar” e o primeiro a vê-lo sou eu... Os seus olhos pareciam da personagem que o Roberto de Niro interpreta no “Raging Bull”, quando leva uma valente sova e cai no tapete do ringue. Isso foi um catalisador para eu reagir rapidamente e, juntamente com o Grego, levámo-lo ao hospital mais próximo. Depois de preencher a papelada na entrada das urgências, perdemos o Paulo por três horas. Andávamos de um lado para o outro preocupados, tentámos dormir na sala de espera, brincámos com as máquinas de cafés… tudo aquilo que podíamos fazer para o tempo passar mais rápido! Finalmente lá veio uma enfermeira que nos disse que o nosso amigo tinha sofrido uma alergia a algo que tinha comido e lembrei-me logo dos camarões e do chinês. Mas já estava tudo bem, tinha sido medicado e já o podíamos levar. Encontrámo-lo numa caminha confortável, vestido com aquelas batas de hospital, e diz-nos com um sorriso no canto da boca que tinha estado a dormir. Sem mais demoras fomos ainda tentar passar pelas brasas mas acordei todo roto. O único que se apresentava fresquinho, apesar de ainda deformado, era o senhor Tigre. No campeonato eu perdi e a única coisa de que me lembro era do peso dos meus braços a remar. O Grego também não foi mais longe! E o Tigre perguntam vocês? Pois, o Tigre, “mocado” como estava com as drogas do hospital, apesar de também ter perdido, elevou o seu surf para outro patamar a tentar dar aéreos e outras manobras “americanas” no meio do heat. O mais engraçado é que nem mostrou aqueles ressentimentos normais de quem acaba de ser derrotado! Muito antes pelo contrário, toda a sua cara inchada transbordava de alegria e energia! Moral da história, os homens também choram! MA

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Falar apenas do site da ONFIRE já é demasiado redutor pois a OF está presente de várias outras grandiosas formas no grande mundo virtual. ............................................................................................................................. para não variar, os últimos tempos nos vários espaços virtuais da onFire têm ido ao rubro. mas começando pelo mais “velhinho”, o site (www.onfiresurfmag. com): actualizações constantes e diárias do melhor que acontece a nível nacional e internacional. competições, entrevistas, notícias estranhas, atraentes e algumas muito sexy; montras de produtos que tens de ter pelo meio e, voilá, é assim que te temos entretido diariamente, dia após dia e sem falhar um, no teu site preferido (esperamos nós claro). a nível da onFire tv, uma das várias secções dentro do site, foram vários os vídeos que colocámos na secção “sponsored”. o grande destaque (a nível de views) foi o vídeo de nicolau von rupp, “FluoroWeekend”. no campo das produções feitas por nós, pudeste ver um belo resumo do melhor que se passou no meo ericeira pro, primeira etapa do mais importante circuito nacional, a liga meo pro surf (lmps). Foi também a nível da lmps que a mais recente revolução da onFire voltou a brilhar. como já sabes, o onfire scrapbook é uma edição online que lançamos sobre vários temas. Depois do primeiro número, lançámos mais dois scrapbook. ambos te mostraram de uma forma única e totalmente inovadora no nosso país alguns dos melhores momentos dentro e fora de água das duas primeiras etapas da lmps: o meo ericeira pro e o tvi cascais pro, sendo ambos

estes scrapbook powered by meo (aliás como os restantes da lmps). perto da data de saída desta edição em banca, a nova revolução que tanto falávamos nos últimos tempos, e ainda a nível do revolucionário scrapbook, aconteceu: saiu o primeiro scrapbook onde pudeste ver as fotos que não couberam, literalmente, na edição (em papel) da onFire, neste caso da 54. the Unseen photos of... é o mote dos scrapbook que intercalam a saída de cada edição da oF em papel. assim, ao teres uma edição da oF na mão, que tem as fotos premium no nosso famoso papel mate, já sabes que um mês depois terás uma edição online a dar continuidade aos principais artigos dessa edição em papel. e, um mês depois desta, voilá, uma nova edição em papel na banca! perfeito!!! na mais famosa rede social de fotografia do momento, o instagram, aumentámos exponencialmente o nosso número de seguidores, fruto desta famosa aplicação para smartphones estar agora também disponível para o sistema android (só existia para macinstosh). É aqui que podes ver o dia a dia da onFire sob a mais simples e esmagadora forma de comunicação, a fotografia (pelo menos para nós), e onde nós podemos fazer o mesmo, uma vez que seguimos os melhores surfistas nacionais e mundiais, assim como as principais marcas e organizações do mercado (e que muitas também nos seguem, como, a título de exemplo, a famosa marca de pranchas de tiago pires, chilli surfboards). a destacar os comentários da rip curl europe (“Charging the groms! Lets meet at the #gromsearch12 soon!”) e da marca de acessórios creatures of leisure (“That’s an awsome cover!!”) no nosso instagram sobre a capa da edição 54 da onFire, onde Francisco alves, patrocinado de ambas as marcas, apareceu a voar cheio de estilo pelo céu australiano! a mais recente novidade da onFire é a nossa newsletter. se não sabes o que isto é nós explicamos: é a forma que tens de receber, semanalmente, aquelas que são as notícias que consideramos como as mais importantes das que colocámos no site da onFire nessa semana. caso não tenhas conseguido acompanhar as nossas multi-actualizaões diárias, podes subscrever a nossa newlsetter (neste momento podes fazê-lo enviando-nos um email: staff@onfiresurfmag.com), e nada mais te passará ao lado. além disso, sempre que sai uma onFire ou um scrapbook, também a nossa newsletter é accionada. pelo que receberás então, no teu email, essa informação que, como fazemos questão, segue uma linha gráfica muito minimalista e com destaque absoluto para a imagem e sua qualidade. se há um espaço que realmente regrediu foi o blog da oF (http:// onfiresurfmag.blogspot.com). mas há uma razão para tal e durante os próximos dois meses irás perceber porquê... .... of

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DVD – Hot100 ............................. SURFER ........... Não sabemos porque razão a bíblia do surf, revista SURFER, demorou tanto tempo a fazer a transição deste importante artigo para vídeo. O Hot100 é um artigo que define quem são os 100 surfistas de referência até aos 20 anos. Consta nas páginas da SURFER há mais de 30 anos e recentemente passou a ser anual. O vídeo é um complemento do mesmo artigo e igualmente impressionante. Pela negativa, tal como no artigo, o vídeo destaca sempre mais os surfistas americanos e havaianos do que os do resto do globo, mas isso é algo que já nos habituámos quando se trata de revistas americanas. Mas claro que não dá para esconder o valor de surfistas como Gabriel Medina e Miguel Pupo que, quando aparecem, mostram que estão mesmo na vanguarda do surf mundial. Outro destaque tem que ir para o pequeno aussie Jack Robinson que mostra uma maturidade talvez nunca vista num surfista daquela idade. O melhor de tudo é que este filme foi produzido para download gratuito e podes encontrá-lo tanto no youtube.com como no site da ONFIRE (procura na secção ONFIRE TV). Este vídeo foi visto mais de 140.000 vezes em menos de um mês, por isso, de que estás à espera? Vai ver!!!

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Livro – The Eighties at Echo Beach ....................................................... ChroniCle Books .......................... no fim dos anos 80 e início dos 90 seria impensável que, uma década ou duas depois da era “echo Beach”, esta não fosse recordado como um dos grandes momentos da história da indústria do surf. Mas a verdade é que fora de newport Beach, o nome “echo Beach” hoje em dia diz muito pouco. É por isso que é bom que existam livros como “The eighties at echo Beach”! Pode-se fazer uma justa analogia entre os Z-Boys de Dog Town e a echo Beach de newport. Apesar de se focarem em desportos diferentes (skate e surf), o impacto que cada um teve no seu meio foi semelhante. outra similaridade é o facto de ambos terem sido muito bem documentados, Dog Town por Craig stecyk e echo Beach por Mike Moir. Caso isso não tivesse acontecido, a expressão destes movimentos teria sido menor e muito menos duradoura. e enquanto o primeiro foi responsável pela evolução do skate moderno, já o livro em questão é uma retrospectiva do momento em que o surf profissional “engrenou” numa direcção muito especifica. Como diz Joel Patterson na introdução, “echo Beach não foi só um local ou uma época, foi uma atitude”! obrigatório ter e ler!

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CRÉDITOS ONFIRE SURF 56 ... The Freakin’ Director Nuno Bandeira | The Psycho Editor António Nielsen | Editor de Fotografia Hugo Valente | La Editora Mariana Leite | Arte & Design Marcelo Vaz Peixoto Fotógrafos residentes Carlos Pinto [www.carlospintophoto.com] e Mauro Motty | Photo maniacs Jorge Matreno . John Callahan . Carvalhão . Tó Mané . Miguel Dolce . Pedro Silva . Sérgio Villalba André Carvalho . Sandro Bravo | Escribas colaboradores Ricardo Vieira . Zaca Soveral . Xibanga . YEP . Mikaeel Kew ... Contabilidade Remédios Santos | Departamento Comercial António Nielsen | Proprietário Magic Milk Shake Produção Audiovisual, Lda | NIPC 506355099 Impressor Lisgráfica | Distribuição Vasp | Tiragem MÉDIA 10.000 exemplares | Revista bimestral #56 ... Registo no ERC nº 124147 | Depósito legal nº 190067/03 | Sede da Redacção/Sede do Proprietário Rua Infante Santo nº39, 1º Esqº, 2780-079 Oeiras Mail staff@onfiresurfmag.com | Interdita a reprodução de textos e imagens.


.Xcel . . . . . . . Infiniti . . . . . . . . . . .X . . . Zip . . . . . .2. . Comp .........

SUMMER suits

............................................................................................ Não há nada melhor do que tirar algum peso extra do corpo para surfar! E é no Verão que podes fazê-lo da forma mais simples, colocando o teu fato 4/3mm do Inverno de parte e agarrando num confortável, altamente elástico e leve 3/2mm. Afinal, para surfares as típicas ondas de meio metro moles do Verão, tudo ajuda! Podes ver neste “mostruário” alguns dos melhores modelos disponíveis no mercado para os próximos meses!

Deeply DP 3/2mm . . . . Performance ..................... 109.00 € Fabricado com neoprene de elevada elasticidade e confortável, selado com neoprene líquido exteriormente para reduzir ao máximo a entrada de água pela zona das costuras, fecho no peito que te permite entrar e sair facilmente, junção das costuras interiores seladas para conforto extra, e glide skin na zona do pescoço (material mais suave e confortável para impedir as dolorosas assaduras e que, com o calor do Verão, ainda mais fáceis são de aparecer), estas são algumas das principais características deste Deeply DP Performance para este Verão! Sem dúvida uma boa opção para quem está com os bolsos pouco recheados de euros.

.................... www.sportzone.pt

3/2mm

249.00 € Logo abaixo do topo de gama da marca, o Drylock, está este modelo que, por isso mesmo, tem características premium do número 1: sistema de selagem Fusion (exclusivo) nas costuras internas e revestimento interior do neoprene com material de fibras recicladas e elevadas capacidades de retenção de calor, características responsáveis pela excelente temperatura, elasticidade, conforto e peso. O sistema de fecho no peito ajuda a garantir estanquicidade máxima. Isto traduz-se em passares o tempo que quiseres na água sem pinga de frio ou desconforto, e que ainda consigas surfar em vários dias do nosso Inverno.

......................... www.xcelwetsuits.com

Rip Curl 3/2mm E-Bomb . . . . . . . . . . . . . Pro+ ....... 280.00 € Com mais 30% de elasticidade graças ao neoprene E3+, este tem sido o modelo que nos últimos anos te temos apresentado no artigo de fatos de Inverno (4/3mm). No fundo, todas as maravilhosas características do 4/3mm estão presentes no 3/2mm, sendo por isso uma excelente opção em termos de elasticidade, peso, temperatura e conforto para todo e qualquer dia do nosso Verão (tendo em conta que naqueles dias mais quentes irás assar!). A novidade no modelo deste Verão são novos painéis E3+ na zona que abrange os braços e costas, assim como um painel mais maleável à volta da zona dos joelhos. Fecho na zona do peito, sistema de drenagem para expelir a água que possa entrar pela zona lateral do fecho, reforços nos pontos de stress, são outras das características deste modelo que poderás usar perfeitamente nos dias menos frios de todo o nosso Inverno. Está na gama dos fatos mais caros dos que aqui apresentamos mas, mais uma vez, tens de ter em conta que o poderás usar durante uma grande parte do ano (e já para não falar que tens alguns dos melhores materiais e características da marca presentes).

................... www.ripcurl.com

Billabong 3/2mm . . . . . . . . . .Revolution ................ 185.00 € Sem dúvida uma grande opção para quem procura adquirir um fato, para este Verão, que tenha uma boa relação preço/qualidade. Selado com neoprene líquido por fora para garantir maior estanquicidade e consequentemente maior retenção de calor, estas duas características são ainda reforçadas com o sistema de fecho no peito. 100% constituído pelo neoprene ultra-elástico da Billabong, o Superstrech, o Revolution é também um fato muito confortável e leve, e que é indicado pela marca para usar em temperaturas de água que variam entre os 14 e os 16ºC.

............................... www.billabongwetsuits.com


Madness Unlimited 3/2mm . . . Steamer ............. 189.00 € Este é o fato topo de gama dentro dos modelos 3/2mm da Madness, e por por isso mesmo todo ele é constituído com neoprene 100% elástico. As suas costuras são coladas e cozidas e, no seu interior, o neoprene é revestido por um material mais quente, enquanto que exteriormente tem um material que repele a água, tudo para que te sintas leve, confortável, quente e passes horas e horas na água mesmo nos dias mais frios do nosso Verão!

............................ www.madnessurfing.com

O’Neill 2mm Gooru . . . . . . . . . . . GBS ...... 150.00 € A O’Neill optou por te mostrar este modelo meia-manga de 2mm para este Verão. Por ser todo ele concebido com o novo neoprene Ultraflex DS da marca e ter, como dissemos, uma espessura de 2mm, sem dúvida que irás sentir que estás praticamente de calções. Uma óptima, leve e confortável opção para a grande maioria dos nossos dias de Verão e para quem quer dar um saltinho às mornas águas das ilhas nacionais ou do sul de França nesta mesma altura do ano. Este é o modelo preferido do team O’Neill para surfar em águas que variam entre os 15º e os 20º, responsabilidade de todos os pequenos (e grandes) detalhes deste modelo: selagem nas zonas criticas, painéis estratégicos na zona de remada, joelheiras em plasma. Nos dias de Verão em que a água resolve ficar gelada, o Gooru 2mm poderá não ser a melhor opção se quiseres passar o dia inteiro de molho.

............................ www.oneill.com/wetsuits

Body 3/2mm Glove . . . . . . . . . . Pr1me .......... 279.00 € Situado em segundo lugar na tabela de modelos da Body Glove (o modelo Vapor é o número “uno”, o topo de gama), irás usar o Pr1me, devido às suas características, para lá do Verão, pois servir-te-á também para fazeres a transição dos quentes meses para os frios dias de Inverno, altura essa em que se quiseres passar horas e horas seguidas na água já convém voltar a tirar o 4/3mm do armário. Seja como for, é um fato que poderás usar durante grande parte do ano, tudo devido ao neoprene que existe do peito para baixo e que lhe confere uma elevada temperatura e elasticidade, o Advance Pyrostrecth. 100% selado externamente com neoprene líquido - sendo este ligeiramente mais estreito que o normal e que, segundo a Body Glove, torna o fato 100% impermeável pelas costuras e diminui o seu peso em 10% - o Pr1me tem também um corte anatómico (atenção que, como é óbvio, isto não significa que o fato assente que nem uma luva a todos afinal cada pessoa tem um corpo, daí a importância de ires a uma loja e experimentares vários modelos e marcas). O sistema de fecho no peito tem uma entrada cerca de 15% mais pequena eliminando-se desta forma as duas camadas de neoprene sobre o ombro direito, algo muito comum neste tipo de sistema de fechos. O resultado é, segundo a marca, maior conforto, mobilidade e estanquicidade. Estas características (e outras) fazem com que o Pr1me tenha um preço elevado mas é, como dissemos, um fato que usarás para lá do Verão (e que em muitos dias terás é dificuldade em arrefecer o corpo).

....................... www.bodyglove.com



texto e photos by Hugo Valente ..............................................................................................

Aterrámos em Accra durante a noite, a capital de um país completamente desconhecido, tanto para mim como para Alexandre Grilo e Tomás Valente, os dois surfistas que acompanhei nesta aventura. Depois de muitas confirmações, desmarcações e suposições, tínhamos decidido embarcar apenas os três numa viagem pouco habitual no roteiro do surf e que vos apresentamos, penso que em exclusivo mundial, nas páginas de uma revista. Ghana, Freedom and Justice, era quase tudo o que sabíamos sobre um país cuja bandeira facilmente se pode confundir com a do movimento Rastafari.


Tal como tinha sido “mal” combinado, Ken aguardava-nos na recepção por voltas das oito da manhã. Não seria ele a conduzir-nos durante o dia, ocupado que estaria com a tripulação da TAP, mas para nos apresentar a George, seu cunhado, e que teria a responsabilidade de nos fazer chegar ao nosso objectivo. Ken era a excepção que habitualmente confirma a regra, um exemplo de profissionalismo num país onde tudo corre devagar, onde a primeira resposta é sempre um não e onde quem não insiste raramente obtém o que deseja. Pouco depois de sairmos do hotel, entramos numa auto estrada com oito faixas de rodagem que nos levaria até bem próximo da nossa primeira paragem nesta nossa busca pelas ondas. Confesso que não esperava este tipo de desenvolvimento num país “de terceiro mundo” e, não conseguindo esconder a minha surpresa, questiono o nosso condutor. “Foi uma oferta do Governo dos Estados Unidos”, respondeu-me George. Well, Well, Well, god Bless america! Não demorou muito até percebermos que não será a partir do nosso condutor que obteremos uma resposta fiável à pergunta que mais nos preocupa no momento, onde podemos encontrar boas ondas(?), e a conversa flui para outros caminhos. Desde a presença portuguesa, passando pelas atracções de um país para nós pouco conhecido, até à situação económica daquele que é considerado um dos estados mais estáveis de África, “um exemplo a seguir” segundo o Presidente Obama. George fala-nos da recente descoberta de petróleo no país e ri-se quando acrescentámos que começámos a entender tanta generosidade forasteira.

Pelas cores da bandeira é impossível não associar o Gana ao movimento Rastafari. O reggae pode ser a música oficial do movimento mas Tomás Valente prefere dar-lhe no Rock and Roll.

Tomás Valente era o especialista em aéreos da viagem mas Alexandre Grilo não quis passar despercebido e mostrou que também sabe descolar!


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Devo confessar que não viajámos à espera de encontrar a nova Santocha; naquelas latitudes as probabilidades de encontrar ondas consistentes e com qualidade eram diminutas, e movia-nos mais o gosto pela aventura e descoberta do que a esperança de encontrar tubos de esmeraldas. O trabalho que tínhamos feito em casa também não alimentava muito as nossas expectativas. As fotos que encontrávamos perdidas pela rede mostravam quase sempre ondas pequenas, fundos de areia e um vento que persistia em destruir o pouco que o mar insistia em oferecer. Não esperávamos o paraíso e preparávamo-nos para o Inferno. E foi assim, sem grandes surpresas e sem grandes desilusões, que surfámos meio metro on-shore no nosso primeiro dia em Till´s, um pequeno e modesto resort turístico a hora e meia da Capital que contrastava com o luxo do seu vizinho de White Sand´s Beach. Sessenta dólares ofereciam cama e pequeno-almoço no primeiro, seiscentos não chegavam para dormir no segundo! Algo mais havia que distinguia os dois... mas isso só descobriríamos mais tarde! Por sugestão da tripulação da TAP, acabámos por jantar na pizzaria Bella Roma. O Chef, um italiano cinquentão e bem disposto, simpatizou com os três surfistas portugueses de visita e mesmo antes de termos pedido o que quer que fosse já nos deliciávamos com um fabuloso carpaccio, cortesia do Chef, que haveria ainda de nos oferecer o tiramissu de sobremesa e um licor, que desconhecemos a origem, para o remate final! O mote estava lançado, era sexta-feira e a noite de Accra chamava por nós. Mas chinelos e calções não combinam bem com saídas por estas paragens e novamente o Chef haveria de ser fundamental para convencer o “elefante” que nos queria impedir a entrada na discoteca vizinha do restaurante. A pista estava ainda vazia. A noite mal tinha acordado. Mas elas dançavam ao som de um ritmo que não era definitivamente o nosso, talvez fosse das poucas cervejas ao jantar, desculpava-me eu... e dançavam, oh, se dançavam, insinuando perigosamente cada curva de um corpo que facilmente poderia esconder as melhores ondas que o Ghana tinha para oferecer. Se não tínhamos vindo à procura do Paraíso, confirmava-se que definitivamente poderíamos aqui encontrar o Inferno.... fosse esse o nosso desejo. 42 ONFIRESURFMAG.COM


Problemas com a bagagem prenderam-nos na capital por mais dois dias durante os quais repetimos como rotina surfar o pouco que havia em oferta. Durante o fim de semana a praia conheceu mais gente e, entre uma e outra surfada, Tomás e Grilo iam dando umas aulas de surf grátis aos miúdos locais. Pelo meio conhecemos um grupo de voluntárias alemãs que acompanhavam um grupo de órfãos na sua visita de Domingo à praia. Partilhamos uma cerveja e amendoins, e ficámos a conhecer melhor a realidade do voluntariado em África. Entre um avião e outro, sempre sem notícias da bagagem, fomos conhecendo as tripulações da TAP que connosco partilhavam o imenso areal e a quem ficamos a dever um excelente jantar de lagosta grelhada regado com muita cerveja! Partimos ao quarto dia, decididos a procurar ondas junto à fronteira com a Costa do Marfim, não seria difícil de nos habituarmos a esta vida de sol, cerveja e lagosta, mas o nosso objectivo eram as ondas e a aventura tinha de continuar. Arrancámos ao final do dia, apesar de desaconselhados pela possibilidade de assaltos durante a noite nas estradas da região. Parámos pelo caminho para jantar num restaurante local e, sinceramente, da insegurança que nos falavam não me apercebi nem por um instante... talvez o verdadeiro perigo seja conduzir nestas estradas durante a noite! Chegámos à uma da manhã convictos de ter reservado a noite num resort de luxo em Busua Beach mas, aparentemente, estávamos enganados! O hotel estava cheio, uma qualquer convenção africana preenchia todas as camas disponíveis e não havia grandes alternativas... na verdade, uma hora depois de vaguear pela pequena vila, chegámos a pensar que não haveria mesmo alternativas e acabaríamos a dormir na rua. Aquele era mesmo o único hotel aberto na zona e, àquela hora, não seria fácil encontrar uma cama com um tecto para nos instalarmos. Foi pura sorte tropeçar num “lodge”, ao lado de uma das hipóteses que tínhamos pesquisado ainda em casa, que estando fechado tinha um guarda à porta que nos interpelou. Ar condicionado era coisa que não existia, mas um colchão e uma ventoinha eram já um enorme upgrade a partilhar o Land Cruiser com mais três pessoas, dois sacos de pranchas e toda a restante bagagem. Busua auto intitula-se de colónia de férias do Ghana. Um extenso areal que inicia a oeste com uma pequena aldeia de pescadores e que vai intervalando pequenos lodges de aspecto ocidental, com habitações locais, esgotos a céu aberto, bares de praia de inspiração reggae e resorts de luxo, tudo no mesmo areal. Incrível como a extrema pobreza e o luxo podem conviver tão próximos um do outro. Poderíamos acreditar que tanto sacrifício seria compensado com um line up vazio e ondas perfeitas pela manhã mas esse não seria o nosso fado. O melhor que encontrámos foi ausência de vento, já que as ondas continuavam mínimas. Depois de garantirmos a dose diária do surf possível, e que ia mantendo a sanidade mental entre as tropas, arrancámos para Cape Three Points, a ponta mais a Sul do Ghana. Confesso que as expectativas não seriam muitas, por esta altura já tínhamos percebido que a ondulação entrava mais ou menos da mesma forma em toda a costa, mas só a viagem


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Contactos úteis Ken, ou yes you can, como gosta de se apresentar. Se precisarem de um carro com condutor contactem-no pelos números móveis (+233-24-3425393 / +233-20-7055554) ou para o fixo (+23-303-413574). Por cerca de 60 euros por dia têm carro e condutor para vos levar a explorar as regiões mais próximas da Capital. .......................................................................................... Em Busua surfámos as ondas mais pequenas da viagem, ondas onde o comum dos mortais teria dificuldade só para arrancar! Claro que isso não foi impedimento para Tomás Valente conseguir descolar.

seria já uma aventura. De certa forma a compensação pelo Safari que não conseguimos fazer por nos obrigar a viajar durante um dia inteiro até ao norte do país. Estradas em terra batida ladeadas aqui e ali por pequenas aldeias em madeira e barro, mostravam-nos a verdadeira África, aquela que preenche o nosso imaginário sempre que se fala do Continente Negro. Resignados, decidimos regressar depois de mais uma noite e um dia em que o mar pouco mexia. Regressámos ao ponto de partida e fruto de um pequeno milagre surfámos umas ondas pequenas em frente ao tal resort dos 600 dólares mas que nos mostraram um pouco do que o Ghana pode realmente oferecer. Um dos points estava a funcionar, embora de forma pouco consistente, e dava para perceber que não precisaria de muito mais ondulação para oferecer paredes com mais de trezentos metros e uma das melhores surfadas das nossas vidas. Longas direitas, a água mais quente que alguma vez senti e total ausência de crowd. A vossa ilha de Sonho difere muito disto? Se esta foi a viagem para onde parti com menos expectativas de encontrar boas ondas, foi certamente uma de onde regressei com mais vontade de voltar... conhecendo o local e as condições necessárias para funcionar, pode estar aqui uma mina de ouro ainda com muito por onde explorar. O País Apesar da instabilidade em muitos países vizinhos, e dos inúmeros golpes militares desde a sua independência em 1957, o Ghana vive desde 1992 num clima de paz que certamente é a base do seu desenvolvimento. O motor, esse é outro. Longe de colocar o país ao lado dos gigantes do petróleo africanos, Angola e Nigéria, as recentes descobertas serão suficientes para mais do que duplicar o crescimento económico local, de 5% para 12% ao ano! Depois do ouro, o petróleo parece atrair de novo a atenção dos ocidentais para um país que já era um dos maiores produtores mundiais de cacau. a presença Portuguesa Tem sido a sina africana, séculos e séculos de exploração pelos brancos europeus, em muitos casos substituídos agora pelos norte-americanos e chineses, mas quase sempre com um rastilho comum, Portugal. Também aqui, como em quase todo mundo, fomos nós a abrir o caminho a uma relação comercial que sempre tirou muito mais do que deu, embora, hoje em dia a balança pareça querer inverter o seu desequilíbrio. Não será muito importante precisar a data do primeiro desembarque nas areias das suas praias, mais certa é a data da edificação do Forte de São Jorge da Mina, hoje conhecido por Elmina, a primeira marca da presença ocidental por aquelas bandas, mandado construir por D. João II em 1481. Reconhecido pela Unesco como património Mundial, o Castelo de Elmina foi o primeiro forte construído em todo o Golfo da Guiné, servia de entreposto comercial e é o edifício mais antigo ainda existente construído a Sul do deserto do Sahara. A intenção seria negociar com os povos Akan, principalmente com o Império Ashanti que dominava a região na época. Ouro, marfim e escravos seriam a base das transacções, primeiro apenas com os portugueses, mais tarde também com holandeses e britânicos que acabariam por ali estabelecer uma colónia em 1874, The Gold Coast, soa-vos familiar o nome? as Ondas E se tudo o que foi dito atrás pode parecer novidade à maioria dos vossos ouvidos, já o nome Gold Coast não deve deixar nenhum surfista indiferente. Curiosamente foi de Kirra que me lembrei, no dia em que surfamos a longa direita em fundo de areia, protegida pelas pedras de uma das extremidades de uma baía que nos dias certos produz certamente ondas de grande nível. Não tivemos sorte com a ondulação, quase sempre demasiado pequena para surfar nos points, mas esta pequena amostra deixou-nos com água na boca para regressar. Os personagens Tomás Valente faz do surf o seu trabalho, não através da competição, mas percebendo de forma exemplar a necessidade da relação com os fotógrafos, cameramans e jornalistas, para que os seus aéreos ou as suas sessões em ondas grandes não passem despercebidas ao grande público, seja através de fotografias nas revistas especializadas, ou de filmes que ele próprio idealiza e viagens que também ele organiza. Depois de algumas tentativas goradas e de planos em conjunto, foi a primeira vez que viajámos juntos. Alexandre Grilo, empresário, surfista, operador turístico, baptizado por terceiros de o “Rei de Marrocos”, passa mais tempo em aeroportos e aviões que muitos de nós dentro de água, acumulando mais milhas durante um ano no seu cartão de passageiro frequente que o comum dos mortais durante uma vida inteira. É fácil viajar assim. De forma relaxada, sem grandes indecisões, sem grandes planos ou obrigações, numa postura relaxada que dificilmente leva a desentendimentos e nos permite absorver a energia do local. Como ir A TAP voa para o Gana quatro vezes por semana por um valor aproximado de 760 Euros. O Ghana não é definitivamente um dos destinos mais baratos do mundo, mas talvez essa seja também uma das razões porque nos dias certos os line ups continuam vazios. Contactem a Agência Tagus que certamente vos conseguirá reunir a opção mais em conta de acordo com a vossa carteira, e sempre com um acompanhamento excepcional durante a viagem. Visitem-nos em www.taguseasy.pt ou contactem-nos pelo telefone 707 22 00 00. Onde ficar Existem inúmeros hotéis em Accra onde podem pernoitar. Nós optámos pelo African Regent por ser o ponto de encontro com o nosso contacto local de transporte, mas as opções são inúmeras e muitas delas certamente mais em conta. Se preferirem podem ficar no resort em Feteh onde surfámos perto de Accra mas ficam limitados às ondas, já que nada mais se passa por lá. Aconselho apenas em caso de as ondas estarem mesmo a bombar.


tomásfernandes

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segunda

geração

........................................................................................................................ .................................................................................... texto by onfire photo by carlospintophoto.com

não há muitos talentos como tomás Fernandes no nosso país. apesar de ainda não ser tão conhecido como outros surfistas da sua geração, o nível técnico que apresenta aos 16 anos diz mais do que os seus resultados ou expressão no media. o seu percurso ainda está no início, e com a idade que tem o seu futuro ainda é uma incógnita. mas se continuar a evolução dos últimos tempos poderá ser o próximo grande nome da ericeira no circuito mundial!




nos dias de hoje, se quiseres ser alguém no surf não podes fazer um reentry sem soltar o tail. tomás sabe disso, por isso solta! ............................................................................................... photos by carlospintophoto.com

a caminho de casa de tomás Fernandes, mas ainda a passar a terrugem atrás de dois domingueiros em pleno dia de semana, recordo-me da primeira vez que o vi surfar. era um dia de ondas de um metro on-shore na linha e era previsível que a sua passagem pela praia mais urbana do país se devesse à falta de condições na ericeira. nessa altura já se ouvia falar dele mas, com os seus 11/12 anos e nesse dia com condições pobres em carcavelos, não me impressionou. De frontside já se viam “rasgos” de potencial, mas o backside deste regular ainda era típico de quem surfava mais direitas que esquerdas. na vez seguinte que o apanhei na água, talvez uns dois anos mais tarde, tomás já era outro surfista e a sua linha de surf e técnica em cima da prancha mostravam que este miúdo podia dar “qualquer coisa”. apanho-o na sua rua e seguimos para ribeira d’ilhas mas muita rapidamente percebemos que não haveria surf “pré-entrevista”. o vento forte deteriorou de tal modo as condições que dentro de água apenas estavam três surfistas. era a equipa de treino de Zé pyrrait. sabia que pyrrait tinha sido o seu primeiro treinador mas antes que lhe tivesse oportunidade de perguntar se a relação com o seu ex-treinador era “pacífica”, já ele o tinha ido cumprimentar como se de grandes amigos se tratassem. não deixei de o questionar por que razão o levou a deixar esse grupo de treino. “Uma vez apanhei um susto na água que me tirou um bocado de “à vontade” no mar. Pouco depois parti o pé e estive uns tempos a recuperar. Era puto e irresponsável, e não estava a levar as coisas muito a sério, queria era estar na brincadeira com os meus amigos e ir surfar. Ele é uma pessoa de quem eu gosto imenso e é super rígido e avisou-me que se quisesse treinar, teria que levar as coisas mais a sério. Era algo que na altura, por causa da idade, ainda não queria e por isso saí.” entretanto conta-me que, uns meses mais tarde, surgiu na ericeira como treinador um dos mais reconhecidos surfistas de mar grande da sua época, miguel ruivo. artur, pai de tomás, conhecia-o bem e perguntou ao seu filho se queria experimentar treinar com ele. “Os treinos não eram muito diferentes mas voltei a ganhar um grande à vontade no mar e superei um pouco os meus limites. Comecei a treinar juntamente com a Joana Rocha, João Pinheiro, Ivo Cação e, por uns tempos, Nicolau Von Rupp. Entretanto o Miguel seguiu outro percurso profissional e deixou de treinar!” chegou então a altura de se juntar a um dos mais credíveis grupos de treino da europa, a surftechnique. o surfista da ericeira já conhecia os principais monitores deste grupo, David raimundo e nuno telmo, desde a sua primeira viagem às maldivas, uns anos antes. “Nessa viagem o mar estava muito grande, eles obrigavam-me a entrar e eu começava a chorar (risos). Fiquei com uma ideia de que eles só queriam era que eu surfasse mar grande. Então ao início não quis ir treinar com eles, mesmo sabendo que eles eram dos melhores treinadores em Portugal e que tinham o grupo que tinham. Mas, uma vez que ultrapassei os meus medos, fez todo o sentido ir treinar com eles.” Umas horas antes, ao telefone, o seu treinador David raimundo não poupava elogios ao potencial e técnica de tomás. “Ainda temos muito trabalho pela frente com ele, mas acredito que vai longe! Sendo da Ericeira, está habituado a fundos de pedra e point breaks e em competição ainda se vê que fica à espera que as ondas vão ter com ele. Mas isso é algo que se corrige com o tempo. Mas a posição dele na prancha é muito boa e isso é meio caminho andado”, conclui David! ONFIRESURFMAG.COM 49



Ser da Ericeira tem muitas vantagens e sem dúvida que uma delas é ter paredes onde meter o rail! photo by carlospintophoto.com

Na sua segunda viagem às Mentawai, Tomás soube-se enquadrar bem na “paisagem local”. photo by hugo Valente

De volta a ribeira d’ilhas, a nossa conversa regressa ao pyrrait e aos seus primeiros tempos no surf. Umas semanas mais cedo o seu pai tinha-me descrito como foi a sua iniciação. conta artur: “Desde sempre foi comigo para a praia mas vivíamos em Lisboa, e ao fim de semana ia surfar com os amigos. O Tomás via-me ir para dentro de água, mas nunca quis experimentar. Da minha parte ficava sempre com o bichinho de o pôr a surfar mas nunca o quis pressionar. Aos quatro anos fomos viver para a Ericeira, e aos sete anos eu fui de férias com ele para Palma de Maiorca. Depois de uma semana “a banhos”, eu já suspirava por ondas. Mas num dos dias de férias tinha-lhe prometido que, aquando do regresso, iria com ele e com a irmã ver o Homem Aranha ao cinema. Mal aterrei queria vir surfar mas o Tomás cobrou a ida ao cinema e eu não quis falhar e lá fui até ao Cascaishopping. No regresso ele pergunta-me o que eu ia fazer e ai, já no meu limite, disse-lhe, “agora vou surfar até Ribeira” e lá detrás ouvi “eu vou contigo, tu cumpriste o que tinhas prometido e eu vou agora fazer umas ondas contigo”. Cheguei a Ribeira e estava um metro bem medido e maré cheia e decidi logo que não era o melhor dia para ele se iniciar. Encontrei o Diogo Sarmento e expliquei que ia levar o Tomás a surfar pela primeira vez e ele disse-me “vamos amanhã os dois para São Julião com os miúdos pois eu também vou levar a minha filha (Ana Sarmento) a surfar pela primeira vez”, e assim foi, no dia seguinte a Ana Sarmento e o Tomás iniciavam a sua relação com o surf.” talvez por ser tão novo quando aconteceu, tomás não se lembra destes pormenores. É natural em surfistas de segunda geração. não se lembram do momento em que o surf entra nas suas vidas porque ele esteve sempre presente. mas lembra-se dessa primeira vez em s. Julião, e a partir daí o bichinho estava instalado, tomás Fernandes era surfista e não ia parar mais. no fim de semana seguinte começaram as aulas com o pyrrait em ribeira d’ilhas. enquanto falávamos um pouco sobre esta fase uma das suas ex-colegas de treino, Joana rocha, agora aluna de Zé pyrrait, fazia a melhor onda do dia, duas rasgadas, um floater e o “heat estava ganho”. apesar da onda bem surfada não nos motivou a entrar na água. entretanto tomás apontou-me para um pico chamado de “pedra preta”. “É ali que gosto de surfar, estou sempre lá com o João Pinheiro, Luís Reis e o David. Hoje não dá para ver bem mas dá boas esquerdas, e direitas com boas secções para tentar aéreos”. estava resolvida a questão do surf de backside, que entretanto tinha evoluído muito, sem ter que perguntar nada. acrescentou ainda que hoje em dia até gosta mais de surfar de backside e que sente que o seu surf é mais explosivo assim, mas mais seguro e consistente de frontside. muito cedo descobriu o surf de competição e nunca esqueceu do primeiro heat da sua vida, em que perdeu contra vasco ribeiro e um dos melhores surfistas da ericeira, rui Henriques. mas não desmotivou. no campeonato seguinte já passou dois heats, ficando apenas a um lugar da final, competindo com vários surfistas que o acompanhariam na evolução dos anos seguintes, miguel blanco, João Kopke, rui Henriques e vasco ribeiro. Quando todos estes subiram de categoria, dos sub12 para os sub14, no circuito esperanças, tomás conseguiu com facilidade o seu primeiro título nacional, na categoria de sub12. Ganhou quatro das seis etapas mas, no ano seguinte, passou para os sub14 e não conseguiu repetir o feito. teve de esperar que os adversários mais “perigosos” subissem novamente de categoria para conseguir o seu segundo título de campeão nacional, desta vez na categoria de sub14. se assim continuasse, em quatro anos teria mais dois títulos nacionais mas em 2011, o seu primeiro nos sub16, inverteu os papéis e não venceu essa categoria mas sim a de sub18. se correr o circuito este ano deve conseguir vencer pelo menos os sub16, e assim ter os tais quatro títulos com dois anos de antecedência. mas os seus objectivos são outros. “Considero o meu melhor o resultado a final que fiz no campeonato Europeu de equipas nos sub14. Em Portugal há bons atletas mas se quero ser alguém no surf tenho de ir lá fora, batalhar com os estrangeiros. Lá é que há grande nível de surf, no ano passado fui a uns quartos de final no Pro-Junior e este ano gostava de chegar pelo menos a umas meias finais.” no primeiro ano em que foi campeão nacional, com 12 anos, começou o ano com um patrocínio que o acompanha até hoje, a billabong. De facto tomás já era conhecido no grupo que representa a marca para portugal antes de começar a “dar cartas” no surf. o seu pai, artur Fernandes, é um dos sócios fundadores da cadeia de lojas ericeira surf shop e director de retalho da Despomar, empresa que representa a billabong (e muitas outras marcas do grupo) e é proprietária da cadeia de lojas. o encaixe é perfeito para todas as partes e o seu cv e surf falam por si, mas tomás mostra-se pouco à vontade com este tema. “O meu pai trabalha na marca e se calhar sou hoje patrocinado pela Billabong por isso, pelo menos isso teve alguma influência. É uma marca que adoro, desde pequenino. Nunca pensei muito em ir para outra marca, acho que nunca surgiu um convite e eu não estou muito dentro do assunto e peço ao meu pai para tratar dessas coisas”, conta tomás. por ser humilde não o exprime bem em palavras, mas é perceptível que tem uma boa noção que tem feito por merecer estar numa equipa como a ONFIRESURFMAG.COM 51


billabong. e a gestão do seu patrocínio é feita pelo seu pai mas com uma postura de quem não trabalha na marca, evitando conflitos de interesses. não tinha sido fácil combinar uma data para fazer o seu spotlight, mas esta “inacessibilidade”, que durava há cerca de três semanas, era por uma boa razão. a primeira vez que o contactei, tomás já estava a caminho do panamá onde foi representar a selecção nacional na categoria de sub16, acabando como o segundo melhor classificado individual nas categorias masculinas. Quando voltou também não o consegui apanhar de imediato. apesar de se mostrar muito interessado em fazer a entrevista, tinha uma obrigação que obviamente era prioritária, estudar para um exame importante. Depois de duas semanas fora, teve de voltar a focar-se nos estudos e só depois do exame estaria 100% disponível. não foi a primeira vez que os estudos se sobrepuseram às obrigações do surf. em 2011 foi seleccionado para representar a selecção nacional no peru, mas sozinho chegou à conclusão que isso lhe podia custar o ano

lectivo. “Já tinha faltado muito esse ano e teria de faltar mais 20 dias. Falei com o meu pai e com a minha mãe, e optámos por ficar cá. Fiquei triste por não ir, era um campeonato muito importante mas chumbar no 9º ano era impensável!” com o surf a crescer cada vez mais e a ser uma real possibilidade de carreira, são muitos os surfistas em ascensão que estão a meter os estudos em segundo plano e o surf em primeiro. mais ainda no caso de surfistas de segunda geração onde os pais muitas vezes apoiam demais o surf em detrimento dos estudos. mas não é o caso da família Fernandes, e tomás está bem consciente das suas responsabilidades. “Acima de tudo os meus pais querem que faça o 12º ano, para o caso de não me dar bem


com o surf. Estou no 10º ano e está a ser um bocado difícil porque tenho viajado muito, não estou com grandes notas mas acho que dá para passar. O meu pai apoia-me no surf e apoia-me na escola, mas diz que a escola está acima de tudo apesar de saber que é difícil conciliar as duas coisas.”

tomás faz manobras como a que ilustrou a capa da onFire 54 com facilidade! | photos by hugo Valente

para os próximos anos a escola continuará a ser uma prioridade mas o seu horário permite-lhe manter a sua enorme progressão no surf. com o caminho “pavimentado” por tiago pires, a geração de tomás Fernandes sabe a direcção a seguir. muitos acreditam que este é o próximo grande talento a sair da ericeira, e agora é uma questão de dar tempo ao tempo e acompanhar a sua carreira e ver até onde chega. acreditamos que seja longe!!! of ONFIRESURFMAG.COM 53



[ ]progression UNDER down

textos by Carlos Pinto/Francisco Alves photos by carlospintophoto.com ..............................................................................................................

O Havai pode ser a Meca do surf mundial mas é na Austrália, no início do ano, que qualquer surfista em ascensão prepara o seu ano competitivo. Este ano alguns dos melhores surfistas da nova geração portuguesa juntaram-se a Tiago Pires para meter a nossa bandeira cada vez mais para cima, dentro e fora de água. O resultado é o que podem ver nas próximas páginas!


Devido às constantes viagens e obrigações, Tiago Pires também não tem passado muito tempo à frente das lentes. O que vale é que sempre que o apanhamos ele brinda-nos com momentos como este “manobrão”, e garante logo a sua presença na revista! .................................................................................................................................

Filipe Jervis foi o primeiro a arrancar nesta longa jornada competitiva que seria a perna australiana do circuito mundial. 2012 seria a sua terceira temporada consecutiva na país onde se respira surf de manhã à noite. Enquanto que no ano anterior o surfista do Guincho estava completamente focado no World Junior Championships, este ano o WQS era o seu objectivo mais concreto. Mas esta viagem não seria apenas para competir mas sim para evoluir e treinar para um ano que seria muito importante na sua carreira. Coolangatta era o seu primeiro destino. Esta área situa-se na ponta mais a sul da faixa de praias que faz fronteira com o estado de New South Wales. Na década passada, o mundo do surf ficou a conhecer este pedaço de areia pelo impacto que três surfistas que aí habitavam tiveram no surf profissional. Joel Parkinson, Mick Fanning e Dean Morrison tomaram de assalto o World Tour e, ao ganharem a denominação de “Coolie kids”, meteram Collangatta no mapa! Mas a praia a que Jervis se direccionava tinha ganho notoriedade quase duas décadas antes. Cabarita Beach era o local de treinos de um dos melhores surfistas do mundo nos anos 80, Glen Winton. Winton, ou Mr. X como era conhecido, era uma espécie de Matt Wilkinson do seu tempo e sozinho conseguiu tornar célebre dois acessórios de surf que entretanto já caíram em desuso, o full deck e as luvas de neoprene com ventosas. O full deck, como o nome indica, era um deck que começava no tail, como os que se usam hoje em dia, mas depois preenchia a parte de cima da prancha até onde chegava o pé da frente. Deste modo o surfista nem tinha que usar wax. Através de um modelo da marca que o patrocinava - a Winton e à nata do surf mundial e australiano na altura -, estes decks tornaram-se tão populares que a certa altura se especulou que no futuro o wax iria deixar de ser utilizado, mas acabou por ser a “cera” que ganhou esta batalha. O outro “item” popularizado por este surfista, as luvas de neoprene com ventosas, ajudavam o surfista a apanhar melhor as ondas e estimava-se também que um dia todos os surfistas na água estariam a usar essas luvas. Mais uma vez o tempo tratou de rotular estas (muitas vezes florescentes) luvas obsoletas. Mr. X ainda surfa com regularidade em Cabarita, mas sem full deck nem luvas. Jervis não se cruzou com Winton mas apanhou boas ondas nessa praia e meteu o surf em dia enquanto os seus amigos não chegavam e o jet lag não passava!




Menos de uma semana depois começavam a chegar o resto dos “tugattack”. Frederico Morais e o fotógrafo residente da ONFIRE chegavam no fim da primeira tempestade desta jornada. Chamar “residente” ao “nosso” Carlos Pinto é redundância, “Charlie” vive na “estrada” e temos a certeza que se fizermos bem as contas ao tempo que passa fora de Portugal, este seria superior ao que passa no nosso país. Se houvesse uma “versão fotográfica” de um surfista do WQS seria ele. Carlos é o melhor fotógrafo de surf português de surf da actualidade e quem “recheia” a ONFIRE com os melhores momentos dos melhores portugueses pelo mundo fora. Frederico “Kikas” Morais é o seu “comparsa” mais habitual a nível de viagens e sessões de fotografias. Aos 13 anos, Morais fez a sua primeira grande viagem sem ser acompanhado pela família e foi aqui que esta dupla começou um longo que percurso que ainda hoje continua. Um puxa pelo outro e o resultado é um arquivo fotográfico que talvez nenhum outro surfista em Portugal consiga acompanhar, a nível de quantidade como qualidade. Logo de seguida chegou o “team surftecnique”, o treinador David Raimundo e ainda Vasco Ribeiro, Francisco Alves, Zé Ferreira, Miguel Blanco e Tomás Fernandes. Já com o grupo completo, apesar de dividido por casas, os portugueses conheceram uma faceta da Austrália que até aí nunca tinha conhecido, o “Down Under under water”. A chuva intensa durante quase uma semana limitou muito o surf e causou inundações na Gold Coast. Isso não fez com que o team treinasse menos, pois surfaram todos os dias, mas quando parou de chover, a “goldie” não parecia a mesma que os nossos surfistas tinham visto à chegada. A água estava castanha, e em terra tudo um pouco “devastado” e foi preciso mais de uma semana para as coisas voltaram ao normal. Mas poucos portugueses se queixaram e Francisco Alves definitivamente não sei queixou. Este surfista da Caparica estava visivelmente contente por estar onde estava, e nunca a expressão americana “happy go lucky” lhe encaixou tão bem. Isso está patente na descrição que lhe pedimos para fazer desta temporada Australiana:

.............................................................................................................. Do Francisco Alves chegou-nos uma enorme diversidade de material mas achámos que nenhuma imagem representava melhor o seu surf do que esta curva de rail! ONFIRESURFMAG.COM 59


“em relação a austrália, há sempre muito a dizer e não sei muito bem como descrever tal sensação. viajar com os amigos, treinar, competir e podermos estar todos juntos a fazer aquilo que amamos. a austrália foi realmente incrível em todos os aspectos!!! ondas fantásticas, povo acolhedor, sem dúvida um lugar onde se sonha ir desde miúdo. agora tenho pena de não ter ido mais vezes. Foi uma viagem muito boa pois éramos um grupo bem grande e composto por excelentes surfistas e com muita paixão em relação ao desporto que praticamos. no primeiro mês fiquei com o meu treinador David raimundo e resto dos meus colegas de treino, Zé Ferreira, tomás Fernandes, miguel blanco e vasco ribeiro. treinamos juntos, viajamos juntos, torna-se por isso quase uma grande família no surf. Já no segundo mês fiquei com os meus grandes amigos, carlos pinto, Frederico morais e o vasco ribeiro. tanto no primeiro mês como no segundo, apanhámos dias de boas ondas mas também com muita chuva à mistura e por vezes algum frio na água, mas nada que nos fizesse desanimar. É sem dúvida um destino a voltar. as muitas horas de voo para lá chegar são mesmo o pior desta viagem mas, no final, somos recompensados com a maravilhosa imagem que nunca esquecerei de ver, as ondas a quebrarem à volta da costa da Gold coast. as ondas são realmente muito boas para todo o tipo de treino pois é dos poucos lugares do mundo onde há beach breaks incríveis e podemos surf de calções. todos conhecemos a famosa onda de snapper rocks; sem dúvida, apesar do crowd, foi o meu sítio preferido para surfar. acho que é realmente uma onda muito completa pois podemos fazer quase tudo numa só onda! ...................................................................................... Há quem diga que Vasco ribeiro ainda não usa muito os rails da sua prancha mas algo nos diz que essa “aresta” está muito perto de ser “limada”!


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Filipe Jervis está a acertar uma grande diversidade de aéreos mas não é só no ar que tem brilhado. ................................................................................................................................................ O jovem surfista da Ericeira, Tomás Fernandes, parece que foi dos que mais evoluiu nesta temporada Australiana e a cada surfada soltava mais o tail.

Adorei a experiência de estar a ver um ídolo para todos nós a competir na Gold Coast. Tiago Pires, apesar de ter perdido no WT, estava a surfar mesmo muito bem e sem dúvida que nas próximas etapas vai tirar um excelente resultado em nome de todos nós, os Portugueses. Acompanhar de perto Tiago Pires e ver a sua garra no meio de tantos e ser o único até agora, é realmente motivante e faz-nos acreditar! A vida na Austrália é sem dúvida aquilo que todas as pessoas dizem, tudo na boa, sem stresses e a família toda na água, no entanto, torna-se difícil fazer surf sem ninguém na água. Gostei e penso que todos gostámos também de ver a prestação dos nossos juniores portugueses nos campeonatos na Austrália, tais como Vasco Ribeiro, Frederico Morais, Zé Ferreira , Filipe Jervis, Miguel Blanco e Tomás Fernandes. Uns melhor que outros, mas todos tentaram honrar as nossas cores. Acho que estamos todos muito orgulhosos com o alto nível de surf português. Eu, em particular, adorei estar a competir entre juniores vindos de todo o mundo, fez-me realmente crescer em alguns aspectos poder ver de perto como está o nível internacional. A vida na Austrália não é nada barata mas sem dúvida é um local onde, na minha opinião, se deve estar naquela altura do ano. Espero cada vez mais ver camadas mais jovens a seguir o mesmo destino que nós seguimos pois vai sem dúvida fazer-nos crescer e tornarmo-nos cada vez mais fortes a nível internacional. Nós por enquanto estamos cá para o fazer! Para finalizar deixo um conselho: quem puder e tem sonhos, acredite que um dia vai chegar onde quiser!”

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Frederico Morais é o surfista português que neste momento passa mais tempo em frente às lentes dos fotógrafos. Tendo isso em conta não é de estranhar que esteja a produzir alguns dos melhores momentos alguma vez vistos em Portugal! ...........................................................................................................................................................................................................................................................

Como Francisco comentou, Tiago Pires também estava na Austrália. Não se pode dizer que Saca completou o grupo pois o surfista do World Tour está noutro “campeonato” a muitos níveis. Tiago é o “original” que todos estes surfistas devem seguir. Pires tem deixado a sua marca na Austrália nos últimos 10 anos, e já é bastante conhecido e reconhecido no “Down Under”. Este ano juntou-se aos juniores em algumas sessões mostrando o seu conhecimento e domínio nesta parte do mundo. Durante esta estadia do grupo, além de muitas sessões de surf e treinos, houve competições para todos os portugueses. WTs e WQS para o Tiago, e Pro-Juniors e WQSs para o resto. Os grandes momentos competitivos nesta temporada foram a prestação de Saca no Quiksilver Pro da Gold Coast, apesar de não ter tirado um bom resultado, e a presença nas meias finais do WQS de 4 estrelas Breaka Burleigh Pro dos ainda juniores Vasco Ribeiro e Frederico Morais.

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Houve outros grandes momentos dentro e fora de água. alguns deles envolvendo groupies, ou fãs, dos nossos melhores juniores, mas essas história vamos ter de guardar para outra oportunidade. mas é bom saber que os nossos surfistas são assediados (no bom sentido) do outro lado do mundo e que alguns poderão estar a criar raízes “Down Under”, mas já estamos a falar demais por isso ficamos por aqui! o WQs e pro-Juniores de new castle fecharam a temporada para os melhores portugueses, que uma vez despachados dos campeonatos na terra dos cangurus, regressaram de imediato. mas o regresso a portugal foi outra aventura pois todos eles estavam de olho na primeira etapa da liga meo pro surf, o meo ericeira pro. enquanto que tiago pires, Zé Ferreira, miguel blanco, tomás Fernandes e até Francisco alves chegaram com tempo de sobra, vasco ribeiro, Frederico morais e Filipe Jervis (e ainda carlos pinto), estiveram em sério risco de não chegar a tempo. por sorte, o primeiro dia de prova começou tarde e nenhum deles falhou os seus heats. Depois foi só aplicar o que aprenderam e, no final do evento, os quatro últimos em prova faziam todos parte do grupo que esteve a treinar na austrália, por isso é justo assumir que a viagem valeu a pena! e, de certeza absoluta que, para o ano há mais!!! ...................................................................................................................................................... Zé Ferreira não passou tanto tempo em frente à lente do nosso fotógrafo carlos pinto como o resto da turma mas com um surf destes não precisou de muito para garantir o seu “shot”. Na sua primeira temporada australiana, Miguel Blanco mostrou uma grande maturidade dentro e fora de água. .................................................................................



Filipe Jervis, Frontside Air, S. Torpes | photo by carlospintophoto.com


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Diogo Appleton, Frontside Tail Out, Mentawai | photos by Hugo Valente


Edgar Nozes, Frontside Tail-Out, Peniche | photo by Marco Gonรงalves


Nuno Telmo, Frontside Power Hack, Guincho | photo by Diogo Soutelo


Jo達o Kopke, Frontside Reentry Layback, Algarve | photos by Mauro Motty



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eduardo fernandes, Frontside air reverse, algarve (somewhere...) | photos by mauro motty


Sagres

SURF culture

............................................................................................................. texto by manuel castro photos by ricardo Bravo design poster by João rei ..................................................................................... “tendo como “objectivo promover a partilha de conhecimentos, sentimentos e ideias sobre a arte e a cultura do surf e permitir que todos os participantes vivam um fim de semana inspirador e relaxante num local especial com cheiro a mar e muito surf à mistura” nasceu o sagres surf culture, evento que decorre de 25 a 27 de maio no fantástico memmo baleeira Hotel, naquela vila algarvia. o conceito passa por criar um evento anual que esteja em constante evolução e reunir, no mesmo local, o melhor do que o surf tem criado e inspirado em portugal, revelando a excelência do trabalho artístico produzido por surfistas. Durante dois dias, no incrível cenário natural e espírito único de sagres, vão debater-se motivações, a filosofia e os processos relativos a ser criativo tendo o surf como inspiração, dando lugar a uma ampla reflexão sobre o tema. Filmes, palestras, exposições e música ao vivo constarão da ementa deste fim-de-semana mágico. o sagres surf culture reunirá algumas das personalidades mais activas no campo criativo e cultural nacional. nomes como João rei (nr: colaborador fixo da onFire com a rubrica art riders), stuck (nr: colaborador regula da onFire), João catarino, pedro adão e silva, João valente, tiago machado, Gonçalo mar, João bracourt, João Grama, Kiko saraiva, mário belém, paulo arraiano, pedro batista, sam alone, ricardo bravo e os lions & lambs estarão presentes em sagres. este evento, que conta com a organização de João rei, promete ser um marco, não só pela qualidade do painel multidisciplinar que reúne, como pelos novos paradigmas criativos e culturais que quer estabelecer, inspirando todos os participantes e novas e futuras edições deste evento. o saGres sUrF cUltUre conta com os importantes apoios da vans, rhythm, rvca e nixon. como media partners estarão presentes a onFire, sUrFportugal, Jornal i, staf magazine, surftotal, Zona radical, puro Feeling, computer arts, vert, stick2target e Don’t panic. Um agradecimento especial ao memmo baleeira Hotel, por acolher este evento e pelas exclusivas promoções que disponibiliza a todos os participantes.” mc


*boardshorts na água, walkshorts em terra. **Junta-te a 60 anos de inovação

o’neiLL PorTugaL ONeillPOrtugal@sPOrtzuN.cOm


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the

Ultramarathon

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não sabemos se Paulo almeida seria capaz de fazer as ditas 4 séries de elevações, mas também não nos parece que Dean Karnazes seja capaz de voar assim! .....................................................................................................................................................

texto by Zaca soveral photo by carlospintphoto.com .......................................

não gosto de correr. mas há quem goste e muito. em 2006, o americano Dean Karnazes, conhecido como, The ultramarathon man, propôs correr uma maratona em cada um dos estados dos eua. não contente com a proeza, quis corrê-las seguidas, ou seja, 50 maratonas em 50 estados em 50 dias! começou em st Louis e terminou na famosa maratona de nova iorque. numa das muitas entrevistas que deu, falou do treino complementar que faz, isto é, para além de correr quem nem um cavalo! Fiquei surpreendido com o facto de ser, entre outras coisas, surfista ao ler que “surfa ondas enormes no Havai e na califórnia”. para além do surf desenvolve um conjunto de actividades como o stand Up paddle e o btt. mas o que mais me surpreende é a simplicidade do seu treino de força. máquinas de musculação? pesos livres? elásticos? não. Faz simplesmente 4 séries de 50 flexões e 4 séries de 15 elevações por dia. todos os dias. Um amigo seu navy seal (espécie de fuzileiro da marinha americana) aconselhou-o a fazer este treino diariamente com a garantia de resultados. Gostei tanto da ideia que comecei a treinar desta forma, começando com progressões para atingir este objectivo. Uma vez que o peso do corpo não aumenta, acabamos por nos habituar a ele. com o tempo, as flexões e elevações custam-nos cada vez menos, até que um belo dia lá estamos nós a fazer 200 flexões e 60 elevações por dia sem nos apetecer ir de novo para a cama a seguir! na última edição da nossa revista abordei o conceito de treino Funcional. terminei com uma série de perguntas retóricas, sendo a última: posso melhorar o meu surf só com máquinas sem recorrer a bolas suíças ou plataformas de instabilidade, ou mesmo sem qualquer equipamento? para não me meter em águas profundas e ficar sem pé, reformulo ligeiramente o início da pergunta. em vez de: posso melhorar o meu surf(?), proponho, posso melhorar o meu desempenho no surf? sim podes, e muito. Faz como eu e segue este simples treino. tenho a certeza que é mais do que estás a fazer neste preciso momento.

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