ONFIRE 59 | We Only Love One Thing: Surf | Oct-Nov 2012

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www.onfiresurfmag.com | nยบ59 ano X | Outubro Novembro 2012 bimestral pvp cont 3euros [iva 6% inc]





*A melhor forma de prevenir o futuro é ser o primeiro a inventá-lo. **Techno Butter, tecnologia exclusiva da O’Neill: 20% mais leve, 30% de menor absorção de água, propriedades de secagem mais rápida, altamente elástico.

PROGED SA: infoproged@proged.com



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*”Precisas de ter a tua mente decidida” - na procura de ondas com Ry Craike. **Para mais informações vai a dcshoes.com/surf



*O fato mais rápido a secar no mundo. **Prémio Sima de fato do ano e Prémio Eurosima. Votado como o melhor fato na Europa e EUA. ***Descobre mais. Com o teu telemóvel faz um scan e descobre mais sobre o Flashbomb plus.


É geralmente no Outono que Portugal produz dias mágicos pois aqueles primeiros swéis de Inverno cruzam-se com as ainda quentes temperaturas do Verão. Se juntarmos a isso a deslocação da areia excessiva, acumulada durante os quentes meses que passaram, para o outside, temos então fundos perfeitos. Uma das praias que mais rapidamente sente estas mudanças é a Praia Grande, e um dos surfistas que rapidamente aproveita estes dias é o Nicolau Von Rupp. Há algum tempo que andávamos a picar o Nicolau sobre quando conseguiria voltar a fazer uma capa na ONFIRE, ao que ele respondia que já estava na altura. Nós dizíamos (com toda a honestidade) que isso só dependia dele pois ele é que tinha de produzir um momento mágico! Quando este primeiro dia mágico de Outono chegou, o mago das lentes da casa OF, Carlos Pinto, estava, como sempre, presente. Nicolau não falhou e deu este tubo incrível, o qual o fotógrafo captou com uma mestria que só o próprio sabe fazer! E foi assim que Nicolau conseguiu fazer mais uma capa na ONFIRE! OF ON FI RE

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Sinopse

............................................ . A perfeição diante dos teus olhos (desde que estes estejam a apontar para a foto e não para os textos).


We LOVE Winter!!! Porquê? Ondas perfeitas e o melhor e mais eficaz filtro de crowd do mundo: o frio! | photo by carlospintophoto.com

.............................................................................................. Não há manobra que Nicolau Von Rupp não domine mas quando se trata de tubos ainda mais mestre este surfista é! | photo by carlospintophoto.com

...................................................................... .024 Feedback .026 Coffeebreak .028 Stuff .030 Check-Out .032 DNA .034 Opinion Lider .036 OF Virtual .035 Chill’Out .036 Opinion Lider .038 À Deriva .040 Uma Pedrada no Charco .080 Art Riders .082 Rubber Quiver .........................

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Slideshow

................................. ...e também teria (o tal especial fotografia que atrás falámos), fotos como as que podes ver neste Slideshow.

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Xpression

......................................... Se um dia fizéssemos um especial fotografia a 100% este teria fotos do calibre desta Xpression do início ao fim!...

.044 Especial

.056 Surftrip

......................................... Seis nomes, seis histórias! Alguns nomes conheces, outros já ouviste falar e outros provavelmente desconheces mas uma coisa é certa, as histórias que aqui irás ler são-te completamente desconhecidas!

........................................... O espaço aéreo açoriano foi invadido, não só por alguns dos melhores surfistas portugueses (e são estes que aqui podes ver) como alguns dos melhores do mundo! Vê os Açores de cima nesta Surftrip!

Entrevistas

Voar Pelos Açores



O caminho de um surfista nem sempre é simples e fácil mas o sítio onde esse caminho vai dar é, por norma, sempre uma fonte inesgotável de prazer. photo by carlospintophoto.com

........................................................................................ Uma das introduções da nossa rubrica Especial Entrevistas poderá precisar de mais informação do que era possível encaixar naquele espaço. Trata-se da entrevista de João Macedo (sem “de” para os amigos)! De facto o surfista da Praia Grande sempre teve algo que nenhum outro da sua geração tinha, excepto talvez André Pedroso. E estamos a falar de uma geração, a dita “Lightning Bolt”, que tinha a sua dose de surfistas com bastante “go for it”. Na minha memória destacase a atitude de Nuno Telmo e ainda dos desaparecidos Carlos Bakker e Hugo Lemos. Há mais, Pedro Monteiro e Ruben Gonzalez têm tudo no sítio para o dia que quiserem perseguir as ondas gigantes ainda mais a sério. E Tiago Pires, que é uns anitos mais novo que todo este grupo mas já provou o que vale em ondas de consequência. Mas o Macedo sempre teve uma tendência maior para ondas pesadas. Lembro-me de um dia em que surfava com o João e mais uma série de amigos, e entrou um set um pouco maior do que tinha vindo até ali. Todos tentaram passar a onda mas aquele “júnior lunático” lembrou-se de virar de repente a prancha e arrancar completamente no limite. Muito pouco tempo depois “Massas” arrancava para o Havai e trazia uma fotografia de um drop incrível no segundo reef de Pipe, onde se via claramente muita atitude numa prancha muito pequena. Esse drop deixou a pergunta “Será que é suposto fazer isto?”, na cabeça de uma geração! Momentos destes foram-se repetindo de tempos em tempos e apesar de só nos últimos ter realmente ganho fama pela sua atitude, nós já sabíamos! “Yep, that’s a big wave rider”! _ António Nielsen

........................................................................................ Já alguma vez tiveram a sensação que têm tanto para fazer que nem sabem para onde se virar? É o que ultimamente tenho sentido… Entre preparar cada edição da ONFIRE, entre os Scrapbooks, filmagens, vídeos, actualizações de site, campeonatos, eventos, organização de arquivo fotográfico e mais 10 mãos cheias de outros projectos em desenvolvimento (os quais ainda não posso falar) - e já sem falar das funções ligadas à parte empresarial - só queria ser um daqueles seres vivos que só precisa de dormir duas horas para ficar como novo. Juntando a isto aquela “obrigação” de surfar diariamente, então aí já preferia ser um animal que nem precisa de dormir! Se bem que depois essas duas horas seriam passadas a receber telefonemas de surfistas a saber quando o clip de vídeo está pronto ou a combinarmos para ir filmar eheh (vocês sabem quem são mas continuem sempre a fazê-lo pois isso puxa pela minha pessoa :). E, como já perceberam, nem estou a colocar nesta complicada equação a variável da vida pessoal, que, se na maioria das vezes é um pilar fundamental de ajuda para a vida profissional (e vice-versa), por vezes, quer queiramos quer não, acabo por dificultar a já díficil equação de trabalho. Apesar de tudo, sempre que paro para pensar nas 30.000 coisas que tenho para fazer, é impossível não me sentir afortunado! Mesmo com o stress de trabalho acumulado, de prazos a cumprir e de situações muitas vezes chatas de resolver, no fim do dia não posso deixar de sentir que estive a trabalhar no que realmente gosto, SURF! Mesmo que os prazos não sejam cumpridos a 100%, acabam por se cumprir, e no fim do dia isso é o importante, não o perfeito, lógico, mas o importante. Penso que este - fazer-se o que se gosta - é um dos grandes segredos do sucesso da ONFIRE (e de qualquer negócio). Independentemente de todas as dificuldades, que, quer queiramos admitir ou não, numa época como este de crise mundial financeira aumentam bastante, e de nem sempre o caminho que temos de percorrer ser fácil e simples, no fim deste caminho está sempre uma inesgotável fonte de prazer! _ Nuno Bandeira

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DistribuĂ­do em Portugal por: www.marteleiradist.com | info@marteleiradist.com | Tel. 21 297 20 54


*Analog está constantemente a mostrar o trabalho do seu team, artistas e amigos atrave´s do projecto “Permanet Light Archive”. Os princípios são o processo criativo e muitos artista têm isso na sua natureza, e o PLA como a eles como a luz que nos permite experenciar a arte visual. Essas imagens têm um impacto nas nossas vidas e cultura. A arte de Arto Saari no granito e escadas do mercado da sua terra, Seinajoki, Finlândia, seria a fundação de uma carreira feroz de um skater, que viajou pelo mundo várias vezes. Nas suas viagens, Arto apaixonou-se pela fotografia. Ele é inspirado por Sturt, Atiba, Grant, Swift, Burnett e Skin, assim como, James Nachtwey, Don McCullin e Richard Avedon. O máximo que ele gastou de uma só vez foram 17.000 dólares numa Hassleblad que acabou por ser roubada em Barcelona nos bancos da Uni. Arto agora vive em Los Angeles, Califórnia e estas são as suas fotos.


Três coisas foram ditas sobre esta foto no momento da escolha: uma óbvia, uma muita rebuscada e uma duvidosa. A primeira é a explosão animal de Justin Mujica nesta onda do continente africano, e é, como é fácil perceberes, a óbvia. A rebuscada é “o pormenor dos pés do surfista por trás do leque de Justin que lembra um tubarão” (dissemos que era rebuscada certo?). A terceira e última, a duvidosa, tem a ver com o que a pessoa que escolheu esta foto disse sobre ela como argumento para a usar: “Já viram como o fato do Justin tem as mesmas cores da palmeira e e do guarda-sol. Que bonita combinação... Esta tem de ser publicada!” Já perceberam que dúvidas nos começaram a surgir certo?... .............................................................................................................. photo by Hugo Valente




O surfista da Poça, Nuno Telmo, quase que já pode ser considerado da velha geração. Para nós e para os seus alunos da geração do Vasco Ribeiro não o é, mas para os seus alunos mais jovens, na “casa” dos oito anos, apesar de eles não lhe dizerem, já quase o consideram um avôzinho. E isto não tem lógica nenhuma pois Telmo está na casa dos 30 (não dos 80) e esta é uma idade em que tudo se aperfeiçoa. A prová-lo está esta sequência que deixa qualquer um da nova geração em sentido e a pensar: “Quero surfar como o Telmo!”.

........................................................................................................................................... photo by Hugo Valente


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De certeza que na noite após esta surfada, Pedro Correia Boonman estava cheio de dores nos maxilares. Porquê? Aqui fica a explicação quaseeee científica: descobrimos (graças à nossa análise de milhares de fotos de surf e de posições corporais humanas em sites que por qualquer razão são classificados com a letra ‘x’) que há uma ligação entre os músculos dos ombros e os da mandíbula inferior, no sentido em que quando os músculos dos ombros te elevam os braços, os da mandíbula fazem com que esta baixe. Descobrimos também que quanto mais alto for o aéreo, mais os braços estão esticados para cima, logo maior é a abertura da boca do surfista. E quem sofre com isto são as maxilas (local onde se insere a mandíbula). .................................................................................... photo by Tó Mané


ON F IRE I n s t a g r a m n a s m ão s d o Óscar ............................................................. Voltámos a pedir ao Sr. Óscar de Hollywood para usar todo o seu corpo e mente dourados para avacalhar com os Instagrams da ONFIRE e de alguns dos surfistas nacionais. Eis o resultado! ............................................................. Óscar “Mensão Honrosa”

Prancha de Andy Irons descoberta no Dr. Ding. Instashot by ONFIRE

.................................................. Óscar “Into the Wild”

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No Feedback desta edição sentimos algum ódio e revolta mas sabemos que é a vossa forma de desabafar a situação do país! Estamos cá para aguentar e para vos responder, sempre, com Amor! |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||

Carlos Pinto, Frederico Morais e Richard “Dog” Marsh somewhere in Bali. Instashot by Frederico Morais

............................................................. Óscar “Perfect Start”

Obrigadinho... por NADA! Vocês são mesmo “amigos”! Mostram-nos o paraíso de Kandui Villas, as suas ondas perfeitas, os alojamentos de luxo com todas as mordomias e mais algumas, deixam-nos com a certeza imediata que é aquele o nosso destino no Verão que vem e depois, pimba!!! Mostram-nos a PESADÍSSIMA factura!!! Obrigadinho... por NADA, pois sou um (agora) pobre cidadão comum (a ser constantemente “encavado” pela situação económica do nosso país) sem perspectivas nenhumas de um futuro onde a minha presença em Kandui seja uma realidade. Abraço a todos, _ Manuel Graveto

Manel, és tu e somos nós! Mas porque não fazes como nós e te sentes abençoado por pelo menos teres a oportunidade de estar em Kandui desta forma? Ok, nunca sentirás realmente a perfeição daquelas ondas e daquele sítio mas tens de admitir que por momentos, enquanto viajavas pelo artigo, sentiste que estavas no paraíso! Abraço!!! ............................................................................................................................................ Ácidos ou Cogumelos? Epá, vocês andam a tomar ácidos aí no escritório da ONFIRE ou quê?!? Sabem que o tempo dos cogumelos mágicos já passou de moda?!? Digo isto pois quando acabei de ler o vosso artigo “Summer Madness” da última edição achei mesmo que só poderiam andar a dar nestas substâncias ilícitas. Atenção, não estou a dizer que não gostei do texto, pois ri-me que nem um animal (ainda por cima estava no metro à hora de ponta e tudo a olhar para mim), mas daí a acreditar no que li... Mas é como disse, gostei mas também gostava mesmo de saber quais as partes mesmo verídicas desse texto. Podem dizer-me? Grande abraço e continuação de bom trabalho,

Um dia perfeito na Praia Grande e que marcou o início do Inverno! Instashot by ONFIRE

............................................................. Óscar “Melhor Surfista Sinaleiro”

_ José Albuquerque

Olá José! Como que parte? Tudo aquilo é verídico... Ok, quase tudo. Na realidade o Fernando Pisco (autor) não foi de avião até Paris mas sim de comboio, mas fora isso tudo o resto é a mais pura das realidades eheh. Quanto a ácidos e cogumelos, desculpa mas aqui o staff é totalmente contra as drogas. A única que usamos à séria é a imaginação, mas apenas quando necessário, não quando recebemos textos fantásticos como os do Pisco! Abraço!!! ............................................................................................................................................ “Come to me!!!!”, pede o surfista da foto em questão, o leitor deste primeiro Feedback e o resto do mundo surfístico! photo by Kandui Villas

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Zé Ferreira em “O Arrumador da LX Factory”. Instashot by Francisco Alves

............................................................. Se fores corajoso o suficiente para enviar os teus Instagram ao Sr. Óscar podes fazê-lo! Só tens de o enviar para staff@onfiresurfmag.com. Se não tiveres tomates, nós continuaremos a usar os nossos (Instagrams, não os tomates!).


*O equilĂ­brio dos opostos.


On A Mission

GiveAway

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1 _ Dizer o que significa ON A MISSION. 2 _ Dizer qual é o teu produto preferido da OAM (dica: procura em www.oamsurf.com) 3 _ Fazer like na página portuguesa da On A Mission (www.facebook.com/OnAMissionPortugal) e no Facebook da ONFIRE (www.facebook.com/Onfiresurf). Se já o fizeste não terás de fazer novamente. 4 _ Estar atento ao website da ONFIRE pois é lá que vais encontrar o código “OAM GiveAway”, junto com mais um desafio que temos para ti. Depois é só enviar tudo para staff@onfiresurfmag.com e se fores o primeiro com tudo correcto serás o vencedor!!! Good Luck!!!

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22 de Setembro | Um dia antes do previsto, para aproveitar as melhores condições disponíveis, terminou o EDP Surf Pro Estoril com a vitória de Justine Dupont em Carcavelos. Maria Abecasis foi a melhor representante nacional, terminando na 13º colocação. | photo by ASP 30 de Setembro | Frederico Morais acabava a sua presença na Liga Meo Pro Surf da mesma maneira que tinha começado, com uma vitória. Em ondas de meio metro mas com pouca consistência, na Figueira da Foz, Frederico derrotou Nicolau Von Rupp na final do MEO Figueira Pro para garantir a sua segunda vitória em quatro etapas!. | photo by ONFIRE

17 de Outubro | Frederico Morais termina a sua prestação no Oakley World Junior Championship em 5º lugar. Realizado em Keramas e Canggu, Bali, Indonésia, esta foi a última presença deste surfista numa prova júnior, fechando assim a sua carreira nestes circuitos com um bom resultado. Também qualificado para esta prova estava Vasco Ribeiro que terminou em 17º lugar.

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29 de Setembro | Depois de alguns dias à espera de melhores condições, terminou a versão feminina do SATA Airlines Azores Pro. A vencedora foi a jovem Sul-Africana Bianca Buitendag que dominou a final em boas ondas até um metro na Praia de Santa Barbara, em São Miguel, Açores. Entre as portuguesas presentes neste evento, Carina Duarte foi quem tirou a melhor classificação, um 19º lugar. | photo by ASP 7 de Outubro | Ao vencer a última etapa da Liga Meo Pro Surf, o Caixa Geral de Depósitos Peniche Pro, Maria Abecasis garantiu o seu segundo título de campeã nacional consecutivo. A sua principal adversária era Keshia Eyre e quem ficasse à frente entre as duas nesta final seria campeã. Francisca Santos ficou em segundo lugar na final, seguida por Keshia e Carina Duarte! Parabéns Maria! | photo by ONFIRE 19 de Outubro | O australiano Julian Wilson conseguia a sua primeira vitória no WCT ao vencer o Rip Curl Pro Portugal. Esta etapa foi realizada na Praia dos Supertubos, em Peniche, e a final foi envolta de alguma controvérsia pois grande parte do público e competidores acreditavam que o brasileiro Gabriel Medina teria sido um mais justo vencedor. Fica a saber mais sobre este evento a partir da página 42. | photo by ONFIRE

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29 de Setembro | Enquanto isso, no Continente, mais precisamente na Figueira da Foz, Vasco Ribeiro garantia o seu segundo título de campeão nacional da Liga Meo Pro Surf. Ao garantir uma presença nos quartos de final man-onman o surfista da Poça garantiu que todos os outros candidatos excepto Frederico Morais (que já tinha comunicado que não iria participar da etapa seguinte), não o conseguissem alcançar no ranking. Parabéns Vasco! | photo by ONFIRE 7 de Outubro | Cerca de 30 minutos mais tarde saía da água outro campeão, desta vez da versão masculina do Caixa Geral de Depósitos Peniche Pro. Numa final realizada em boas ondas nos Supertubos, Nicolau Von Rupp derrotou um inspirado João Guedes para terminar o circuito de 2012 em grande forma! | photo by ONFIRE

26 de Outubro | Depois de um jejum de vitórias de 6 anos na ASP Tiago Pires “facturou” o Islas Canarias Santa Pro, um WQS de 6 estrelas. Saca fez um percurso impecável durante todo o evento e ao derrotar Gabe Kling na final aumentou radicalmente as suas hipóteses de se manter entre os 32 melhores surfistas do mundo. Parabéns Tiago! | photo by ASP

26 de Outubro | Umas horas antes, Marlon Lipke conseguiu garantir o seu primeiro título do circuito Europeu Profissional. Marlon conseguiu alguns resultados sólidos ao longo do ano mas nesta última etapa teve que aguardar resultados de outros adversários. Marc Lacomare era o último surfista com hipóteses matemáticas de o passar mas perdeu com Tiago Pires nos quartos de final. Parabéns Marlon! | photo by ASP

Vencedor

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ONFIRE ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| O Rip Curl GiveAway foi mais uma vez muito disputado. Sofia Santos foi quem se esforçou mais para ficar com este pack da Rip Curlpor isso foi a grande vencedora. Parabéns. 24 ONFIRESURFMAG.COM


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iPad Surfboard, a melhor forma de jogar jogos de surf ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||

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Agora já podes ver o que filmas com a tua Go-Pro ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||

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Não que seja um defeito filmares com uma Go-Pro sem veres o que estás a filmar, mas quando quiseres começar a usar a tua Go-Pro para produções de vídeo mais profissionais – a verdade é que ao fim de uns tempos de uso com uma Go-Pro sentirás que queres dar o próximo passo, tentando profissionalizar um pouco mais os teus clips caseiros –, é obrigatório conseguires ver o que estás a filmar. E caso não saibas, a verdade é que há muitos videomakers profissionais a usar Go-Pro nas suas produções, não só devido à sua qualidade, mas acima de tudo devido ao seu tamanho e versatilidade (não há um sítio onde não consigas colocar uma Go-Pro). Foi muito provavelmente devido à grande utilização da Go-Pro nestas produções profissionais que a marca decidiu lançar o LCD BacPac, que não é mais do que um pequeno ecrã que encaixa na perfeição na parte de trás da Go-Pro e te permite ver o que estás a filmar. Dando seguimento à excelente qualidade da Go-Pro, também o LCD tem uma qualidade de imagem soberba. Obviamente que mesmo com o LCD incorporado continuas a manter a tua camera pequena e leve, não fossem estes dois dos grandes pilares em que assenta todo a realidade da Go-Pro. Claro que teres o LCD na Go-Pro não só te permite ver o que estás a filmar como te permitirá ver na hora o resultado (em fast forward e fast reverse se quiseres). Caso o resultado não tenha sido o que esperavas, podes então ver onde está o erro e repetir a filmagem. Ao comprares o LCD Bac Pac, além do compartimento não estanque para o LCD, recebes também, como não poderia deixar de ser, o tão precioso (para nós surfistas principalmente) compartimento estanque. A única coisa que tens de ter atenção quando usares o LCD é que, como é óbvio, gastarás a bateria muito mais rapidamente. No entanto, este não deixa de ser um precioso e poderoso acessório para a tua Go-Pro, mesmo que nunca vás produzir um filme para Hollywood. w w w . 26 ONFIRESURFMAG.COM

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Se és um dos afortunados que possui um iPad então a prancha da Apstik tem de ser a tua próxima aquisição! Como viciado em surf que és, de certeza que 99% do tempo que passas agarrado ao teu iPad é a jogar jogos de surf, como o “Wildcard Pro Surfing”, entre muitos outros. Agora, com a prancha da Apstik, a tua experiência a surfar no iPad passará da ponta dos teus dedos para os teus pés, ou seja, tornar-se-á mais real do que nunca pois poderás simular de uma forma quase perfeita o surf fora de água. A única coisa que tens de fazer é colocar o teu iPad no espaço próprio para este na prancha Apstik, escolher o jogo de surf (ou skate ou snowboard) que queres jogar e carregar em play. É depois deste processo que vem o melhor de tudo: só tens de te colocar em pé na prancha inclinar o corpo na direcção para a qual queres que a prancha do teu personagem se dirija, no fundo, (quase) tal e qual como se tivesses a surfar. E acredita que vais ficar impressionado com o grau de precisão e realismo que a prancha Apstik te transmite. A prancha Apstik é fabricada em madeira laminada e que tem na parte de baixo um denso bloco de um material tipo espuma densa o qual é responsável por transmitir os teus movimentos ao iPad, ou mais concretamente, aos jogos de surf (skate ou snowboard) que funcionam com um acelerómetro. Se jogar sempre foi divertido (o staff da ONFIRE tem por obrigação passar umas horas por semana a jogar jogos de surf, porrada e tiros para se inspirar e manter o seu lado criativo activo), acredita que com a prancha Apstik ainda mais fun se tornou! www.ap s t i k . b ig c ar tel .co m

Fala ao telemóvel com... uma luva (ao mesmo tempo que mandas um shaka)! ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||

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O frio já chegou, e um par de luvas é mais do que obrigatório para o longo Inverno que se avizinha. E, como sabes, atender ou fazer uma chamada de luvas é tudo menos fácil. Aliás, chega mesmo a ser desesperante e irritante! A MOCHE, em associação com a italiana hi-Fun, decidiu lançar um dos mais inovadores, divertidos e futuristas acessórios para telemóvel, a luva MOCHE hi-Call! Com esta luva conseguirás então fazer e receber chamadas com mesma facilidade com que o fazes quando estás com as mãos “despidas”, mas na realidade não só estás com luvas como manténs, consequentemente, a agradável e quente temperatura dos teus 20 importantissímos apêndices terminais superiores! A luva MOCHE hi-Call é, além de um óbvio par de luvas, um auscultador e microfone para smartphone e que se liga por bluetooth ao telemóvel. No seu pulso tem três botões: um para activar o dispositivo bluetooth e os outros dois para atender e desligar as chamadas. O teu polegar transformar-se-á em auricular enquanto o teu dedo mindinho será usado para falar, uma vez que é aqui que está integrado no tecido o microfone. Permitam-nos agora chamar a atenção para um “detalhe” que provavelmente te passou: polegar na orelha e mindinho na mão formam que sinal gestual mundialmente famoso? O shaka, sinónimo de “olá”, “yeah, cool” e/ou “adeus, fica bem”. Este pormenor é, quanto a nós, de tal forma brilhante que esperamos sinceramente que a campanha da MOCHE hi-Call passe por um teaser com um surfista a caminhar por Lisboa a dar “shakas” de resposta aos milhares de pessoas que estão embrenhadas a falar ao telefone por motivos de trabalho e, sem saberem, a fazer “shakas” ao mesmo tempo! Óbvio que essas pessoas ficarão indignadas com o surfista que passa por elas e, simpaticamente, apesar de alguma indignação também, lhes retribuirá gentilmente e amavelmente o “shaka”. Sentimentos de ternura e afecto ecoarão pelo ar e todos ficarão mais felizes! The end! Caso sejas cliente MOCHE, mediante a aquisição do novo BlackBerry Curve 9220, receberás grátis esta luva futurista. Este novo BlackBerry está disponível na MOCHE Store online (ver link no final) ou nas lojas Ensitel por 139.90 euros. O staff da ONFIRE ainda não teve oportunidade de experimentar a MOCHE hi-Call mas como já é “pró” em mandar “shakas” certamente que conseguirá falar ao telefone com este revolucionário, útil, futuristo e divertido par de luvas! www.store.moche.pt



Última vez que te sentiste enganado... Pelo meu gato, que num segundo me pedia festinhas e no outro mordia-me a mão. Última boa surfada... Carcavelos . Última decisão difícil... Deixar de estudar este ano lectivo. Última desilusão... Achava que iam dar altas ondas ontem em Carcavelos , como no Domingo, mas estava horrível! Última vez que tiveste medo... Quando fui apanhado pela polícia depois de cometer uma transgressão em Peniche !! Achei que ia ficar sem carta... Última viagem que não rendeu... Hoje, Ericeira . Última vez que deste um bom tubo... Carcavelos , há 2 dias. Último campeonato que venceste... ahahahaah... Último patrocínio que tiveste... . Último heat que venceste... Foi em Peniche durante a última etapa da Liga . Última surfada em Carcavelos ... Ontem. Última vez que foste dropinado... Ontem, pelo Dapin! Última vez que sentiste saudades... Sinto todos os dias saudados do meu avô. Última discussão de que te lembras... Com a minha mãe, por causa da roupa espalhada no meu quarto... Último bom conselho que recebeste... Do meu pai, a dizer para viver cada dia como fosse o último porque esse dia irá chegar!

Volcom

Meo Pro Surf

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photos by ToMané |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||

Luís Rosas nas palavras do fotógrafo ToMané |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| “Luís Rosas é um dos melhores surfistas da zona de Aveiro, com um grande apetite para ondas power. Já há algum tempo que o conheço e já tive oportunidade de apanhar vários dias clássicos numa das suas ondas preferidas, a Costa nova. Dono de um grande “Go for it” em ondas pesadas, podes vê-lo a mandar altos tubos e carves com power no pocket nas suas constantes aparições. Com certeza, que se alguma vez surfaste na Costa Nova já viste o Rosas a passear em altos tubos. Neste momento divide o seu tempo com o Restaurante Flor da Praia na Vagueira, do qual é proprietário, e na buscas das melhores ondas da sua região. Segundo o próprio, os seus objectivos são correr o nacional de Surf e Longboard, o Regional de Aveiro e a Taça de Portugal sem esquecer as surftrips na procura dos melhores tubos. Força Rosas!” TM

|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| nome Luis Rosas praia Praia da Barra | Aveiro idade 28 anos apoios Tribo do Sol MSD [ Manila Surfboards Design ] Restaurante Flor da Praia Gim Tónico Ginásios ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| 30 ONFIRESURFMAG.COM



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.............................................................................. Aqui fica a segunda parte, e esperemos que a última, da descrição pormenorizada do remodelado site da ONFIRE! .............................................................................. Depois de te contarmos ao pormenor, na última edição, o que acontece no campo ONFIRE TV e Blog, e de te falarmos sobre a opção, que teve grande resposta por parte dos nossos seguidores, dos comentários, este ilustre artigo irá agora falar sobre o campo Scrapbooks, Instagrams e Revista. Óbvio que nesta altura é quase inglório continuar a descrever o site da ONFIRE pois já sabes tudo o que ele faz de trás para a frente; já conheces todos os seus cantos e divisões escondidas; nem as palmas das tuas mãos conheces tão bem como o remodelado site da ONFIRE! Mas temos de o fazer pois gostamos de acabar o que começámos! Posto sito, “bamos” lá então! No campo Scrapbooks encontras aquele que é o mais recente projecto online da ONFIRE, e que, resumidamente, não é mais do que a forma perfeita de te mostrar as melhores fotos (e, consequentemente contar a história por trás delas) seja de free surf ou de competições, no fundo dando continuidade à revista que tens nas mãos e da mesma forma, ou seja, desfolhando mas, neste caso, online! Como certamente já sabes, neste momento tens à tua disposição sete Scrapbooks: no primeiro analisámos o top 16 de 2011, em cinco mostramos-te e contamos-te tudo o que se passou em cada etapa da Liga Meo Pro Surf 2012, e no sétimo e último, o “Unseen Photos”, podes ver as fotos que não couberam na edição 55 da ONFIRE. E este, o “Unseen Photos” é um projecto que em 2013 iremos dar continuidade. É verdade que estava projectado para esta ano mas acabámos por decidir só lançar o primeiro para te dar um gostinho do que lá vem, ou seja, em 2013 a intercalar cada edição da ONFIRE em papel terás um “Unseen Photos” a dar continuidade a cada edição. Claro que além destes (e ainda para este ano) temos outros preparados e que certamente irás adorar! O campo Instagram é aquele perfeito para quem não tem um smartphone (e sabemos que ainda são muitos pois estes não são baratos). Mas mesmo para quem os tem, este é de extrema importância pois a quantidade de vezes que o Instagram é actualizado a cada hora (para não dizer minuto) torna-se impossível vê-los a todos. E no fundo, o módulo de Instsagram do site da ONFIRE dá oportunidade a todos de verem não só os que nós colocamos (a imagem em destaque) como os dos surfistas que nós seguimos (tal como Kelly Slater, Alana Blanchard, Miguel Mouzinho, Filipe Jervis, Francisco Alves, Zé Ferreira, entre quase todos os outros surfistas nacionais e internacionais que te possas lembrar, assim como alguns dos melhores fotógrafos do mundo (onde se inclui o “nosso” Carlos Pinto) e marcas do nosso meio. Por último não poderíamos deixar de falar do campo Revista. Neste podes encontrar três submenus: a edição em banca (onde podes ler um resumo dos principais conteúdos do número que tens de adquirir para juntar à tua fabulosa colecção), as edições passadas (onde, acredites ou não, elas estão em formato digital 100% completas à tua disposição) e, por último, o submenu “About” (onde encontras informações preciosas sobre a História da ONFIRE), aquele que quererás ver se fores uma pessoa curiosa! E voilá (como adoramos esta palavra para “rematar” os artigos), está assim fechada a descrição do remodelado site da ONFIRE!!! IUPIIII! Ou será que falta algo... Não percas o próximo episódio porque nós TAMBÉM NÃO (obrigado Dragonball)! OF

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LIVRO

| Ericeira _ World Surfing Reserve

M i gu e l Ru i v o ........................................................................ Muito ao estilo do livro lançado no fim de 2010, “Sumatra – Regresso ao Paraíso”, ou não fosse da autoria de Miguel Ruivo, um dos autores do livro atrás mencionado. Se o seu objectivo era homenagear a terra que recebe as melhores ondas do nosso país, pode considerar-se que a sua missão foi cumprida pois, depois de folhear este belíssimo livro, ninguém terá dúvidas do potencial de surf Ericeira. Para ilustrar “Ericeira - World Surfing Reserve”, Miguel reuniu imagens de praticamente todos os fotógrafos de surf relevantes do nosso país e o dedo do nosso “staff photographer” Carlos Pinto é bem visível. Carlos foi responsável por muitas das melhores imagens de surf e praticamente todas as que documentam Vila em si nos dias de hoje. Mas não só de surf fala este livro pois conta a interessante história deste local, desde o tempo da ocupação do povo Fenício até aos dias de hoje. São cerca de 200 páginas, divididas em oito capítulos, que contam ainda com textos Paulo Martins, José Caré Junior, José Diogo Quintela e João Braga de Macedo. “Ericeira - World Surfing Reserve” é um livro obrigatório na estante de qualquer surfista (e uma excelente sugestão para o Natal)! [ pontuação 7.5 ]

LIVRO

| Portugal Surf Guide

U z i n a ........................................................................... Portugal Surf Guide é uma agradável surpresa. Francisco Cipriano e António Pedro de Sá Leal fizeram seguramente o melhor apanhado de surf spots já feito até hoje no nosso país. Estes dois surfistas comprometeram-se a catalogar a nossa costa de norte a sul, sem esquecer as ilhas, deixando, felizmente, algum espaço para exploração de pedaços de costa menos “celebrados”. Toda a informação é exposta de uma forma bastante simples e acessível em português e inglês, fazendo assim da nossa costa literalmente um livro aberto! Portugal Surf Guide torna-se assim um companheiro importante para qualquer surfista que viaje à procura de ondas dentro das nossas fronteiras, e obrigatório a quem venha de fora com o intuito de surfar! Tão obrigatório como uma chave de quilhas! [ pontuação 8.0 ]

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Locais

Necessitam-se em Carquistan [ Carcavelos ]

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Já tinha tido essa impressão, mas “carimbei” a ideia na minha cabeça quando o meu amigo Pecas, numa reunião do Clube dos Lombos no meio de um contexto específico, articulou uma frase bem real, “já não há locais em Carcavelos”. Faço um regresso ao passado, aos últimos 40 anos, tendo em conta que eu já visitava Carcavelos, ali mesmo, entre o Pérola do mar e da Estrela do mar, na barriga da minha mãe. Não tenho dúvidas que o areal de Carcavelos é o local mais emblemático na história do surf nacional, arena onde o surf foi catapultado para o que é hoje. Um desporto saudável, um estilo de vida que toda a população pode praticar, da classe mais inferior à elite social, ligados todos pelo amor ao mar. A minha amada praia de Carcavelos e o meu quintal foi grande responsável pela evolução que o surf nacional desencadeou nestes últimos 40 anos. Está bem presente na minha consciência, a sua génese, e o que ela hoje representa. Vi tudo isto acontecer no areal que vai desde o Forte da Barra de S. Julião ao Pontão de Rana. Nesta altura alguns dos meus leitores, que têm a paciência de ler as minha mixórdias, devem estar a pensar que já estou em estado avançado de demência, já não sei o que digo, como se as minhas palavras fossem uma espécie de diarreia verbal. E perguntam, mas o caquéctico não conhece aquele pedaço de paraíso de 4 km com os melhores point breaks da Europa? Pedra Branca, Reef, Ribeira D’Ilhas e ainda os Coxos? Ou a praia dos Supertubos, em Peniche, que é elevado a melhor beach break da Europa pelo evento mundial de surf que lá passa todos os anos (paralelo à feira das vaidades que faz procissão por altura de Outubro como se fosse o caminho de Santiago de Compostela)? O meu argumento é simples, e além de argumento é uma pergunta... De onde eram os primeiros desbravadores da extensa costa de Portugal Continental? De onde saiu a maior taxa de competidores e campeões nacionais de Portugal? Nomes como os Rochas, Nuno Jonet, Paulo Inocentes, Luís narciso, Tomás Saraiva Lobo, Rodrigo Herédia, Jose Gregório, Jorge Leote, os Furtunas e, claro, João almeida. E já me esquecia do Paulo Cunha, glória do surf de joelhos e agora comentador de campeonatos de surf do FuelTV, dignificaram o nome de Carcavelos, catapultaram o espírito “carcavelino” por toda a parte fazendo grande da história do surf português como a conhecemos hoje. No entanto, Carcavelos era mais conhecido, além das ondas e das bolas de Berlim da Maria, pelos terríveis e exacerbados fundamentalistas locais, autênticos xerifes dentro e fora de água que ditavam a lei naquele espaço brutal de areia com 1.4 quilómetros de ponta a ponta. O localismo de Carcavelos reflectiu-se mais tarde no nascimento de outros locais por Portugal fora. Acho que os locais de Carcavelos foram o cliché para outros locais de praias de Portugal. Nomes como Roxy, Pilas, Matos, Pinóquio, Gémeos, Bud, Bana, Vasco Vidal e mesmo os pézinhos que faltavam à lei de Murphy em Carcavelos dentro e fora do água. Para quem vinha de fora funcionavam como repelentes, monstros, marginais. Mas eu nunca os vi como tal porque eu era de Carcavelos. E para quem chamava Carcavelos a sua casa, quem a amava, eram tutores que nos ensinavam a respeitar a lei do mar e entender de uma forma pouco convencional a sua gloriosa mística. Recordo como se fosse ontem o dia em que fui ao Calhau (o pico do lado esquerdo de Carcavelos) com creme Nivea na cara como tinha visto na revista SURFER, e o “Pilas” e os gémeos interpretaram de uma forma agressiva. Se eu era palhaço do Circo Chen, rapidamente aprendi que para visitar o Calhau era necessário passar despercebido. Outros acontecimentos: fui assaltado por um bando de “pézinhos” e ameaçado que se fizesse queixa da próxima vez seria muito pior (rapidamente aprendi a desviar-me deles); observei os locais mais velhos com grandes pedradas, e percebi de uma forma empírica que as drogas não prestavam - cheguei a escrever numa prancha um “claim” do estilo “larga o pó, agarra a vida”. No fundo pretendo demonstrar que Carcavelos tem perdido o pilar mais importante na sua mística, os locais. Apesar de ainda existirem alguns e ainda respirarem alguns dos últimos moicanos, como o Edgar e Samurai, que à sua maneira continuam a ditar as leis em Carcavelos, há falta de sangue novo. Novos locais que amem Carcavelos e eduquem, pois perdemos o risco de perder a mística de Carcavelos para o banal e corriqueiro. Faço um apelo aos mais novos carcavelinos para dar gás à chama de Carcavelos, não a deixem extinguir ou cair no banal. Nota do autor: A partir de agora as minhas crónicas serão acompanhadas de banda sonora. Nesta edição Será que uma destas cabeças será a do próximo local de Carcavelos?

a escolha para a minha crónica é a seguinte: Prison Bound dos Social Distortion. Vão ver que é perfeita para acamar as minhas ideias relatadas acima. MA


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A caminho do Hawaii e com quatro semanas de férias, resolvi fazer uma paragem na Califórnia - Malibu, claro, para desfazer mais um mito - e depois uma rápida passagem pelo México, onde vim a conhecer um surfista local chamado Jesus Juárez. Dez anos mais novo que eu, Jesus era um rapaz tranquilo, magro, com o estilo típico dos mexicanos modernos, calças largas e descaídas, t-shirt dos Giants, boné de esguelha na cabeça, cordão dourado ao pescoço e apresentado numa pickup preta topo de gama. Mexicano puríssimo, como vêem, só não se chamava John Wayne. Mas Jesus era muito boa onda, tranquilo como disse, sempre com miúdos à volta dele a pedinchar migalhas de vida e ele não se fazia de rogado; distribuía notas e moedas como se fosse dono da fábrica e pudesse ousar nas sobras de tinta e papel, coisa estranha para quem vivia num bairro de lata. Apresentou-me a mãe e os irmãos. No todo, seis. Em escadinha, da esquerda para a direita, do menos ranhoso para o mais ranhoso, do mais alto para o mais pequenino e depois desse ainda a mãe, a afundar-se no chão. Muito boa gente. E já volto à mãe daqui a um par de linhas. Havia outra coisa no Jesus que me deixava perplexo; apesar de ser um surfista com um nível de surf razoavelmente bom, ele só surfava com pranchas velhas. As pranchas na parte de trás da pickup eram mais amarelas que brancas. Mas os miúdos a quem dava boleia para a praia chegaram a dizer-me que as pranchas novas que tinham eram ofertas de Jesus. Penso que falavam do mexicano, não do filho do carpinteiro. Acho. E quando lhe perguntei por que não tinha pranchas novas, respondeu-me laconicamente “porque não preciso”. Havia terreno no qual ele não me deixava avançar. Voltando à mãe, e ao nome dado a Jesus, disseram-me que foi uma meia confissão da culpa dela por ter tido ali um filho (se nos esquecermos dos outros cinco), uma fraca tentativa de expurgar todo o mal do mundo dela com o bem maior que alguma vez se lhe atreveu sair do ventre, e foi isso mesmo que ditou o nome do meu amigo - Jesus Juárez - a junção da cidade mais violenta do mundo com a aparição no terreno do filho do mais famoso carpinteiro da história, filho esse que nem por isso descobriu como escapar às artes da madeira e pregos. Jesus era um mistério, os dois, mas o mexicano um pouco mais, e de ar sereno só contava o que o abonava. Vivendo no bairro em que vivia, cumprimentando quem eu o via a cumprimentar e talvez também o facto de termos quase sempre um carro de vidros fumados a arrastar-se vagarosamente atrás de nós fez-me crer que estava na presença de um dos “protegidos”, figuras acarinhadas e com insinuadas ligações às máfias locais, muitas vezes sem parte activa nos negócios da branca - como acredito ser o caso outras apadrinhados por estranhos graus de parentesco e direitos transmissíveis. Jesus preocupava-se com a sua comunidade, com os outros e com o poder valer a quem dele precisasse e o carinho que todos nutriam por este era notório, mas dentro de água ele parecia viver uma espécie de redenção velada, contrária ao que era a sua postura a seco. Quase como se evitasse contaminar o mar com os crimes – de sangue ou não - que pudesse ter cometido e que não tivesse outra forma de os expiar. Surfava com pranchas velhas e uns calções de pano mal cosido pela mãe. De um pano velho que parecia ser tirado de um saco de batatas. Deve ser por isso que agora, uns anos depois, sempre que vejo reportagens e fotografias de ondas e de figuras a meia-luz dentro dos tubos mexicanos tento reconhecê-las pelos calções. Qualquer coisa parecida com uma serapilheira faz-me logo levantar e ir buscar a lupa para melhor aproximar a cara de um amigo. RV

Será que se Jesus Juárez viesse surfar a Portugal, mais concretamente ao Reef na Ericeira, também iria usar um fato velho, cheio de buracos e todo remendado pela sua mãe? Ou iria percorrer as tocas do Reef com um fato novinho em folha como aquele que Vasco Ribeiro usou neste sessão? photo by carlospintophoto.com

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“ASQ?...” texto de Miguel Pedreira photo by carlospintophoto.com

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“Mas porque quatro finais em cinco etapas não chegaram para Kikas ser campeão ou vice-campeão europeu? Porque nem todas as etapas tiveram o mesmo peso na atribuição de pontos, o que põe em causa o próprio conceito de circuito.” ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||

Quem lidera actualmente (e ao longo de boa parte do ano) o ranking de atribuição do título mundial? Joel Parkinson. Quantas vitórias tem no circuito WCT (sim, voltou a chamar-se aquilo que já tinha sido, embora alguns ainda insistam em usar a sigla WT)? Zero. Niente. Nicles! E porquê? Regularidade meus amigos! Parko tem como pior resultado um nono lugar nas Fiji, acumulando pontos de uma forma bastante consistente graças a três segundos lugares, três terceiros e dois quintos nas restantes oito provas. Um percurso exemplar, seguindo as regras básicas de um circuito – ganha quem for mais consistente, não necessariamente quem vence mais provas! E porque o mesmo não aconteceu no circuito europeu Pro Junior deste ano? Ora aí está uma pergunta para a qual ainda não obtive resposta! Sabem quem foi o surfista mais consistente nas cinco etapas deste circuito? Frederico Morais, com dois segundos lugares, um terceiro, um quarto e um quinto. Terminou em quarto lugar do ranking, ameaçado pelos atletas que o perseguiam... merecia seguramente um prémio melhor pela sua consistência, no ano em que terminou a sua carreira júnior na ASP! Mas porque quatro finais em cinco etapas não chegaram para Kikas ser campeão ou vice-campeão europeu? Porque nem todas as etapas tiveram o mesmo peso na atribuição de pontos, o que põe em causa o próprio conceito de circuito. Curiosamente, Kikas acabou o Pro Junior Mundial em quinto lugar, uma compensação merecida. Este exemplo serve para lembrar que a ASP (Association of Surfing Professionals – entidade que supostamente rege o surf profissional em todo o mundo) tem tido algumas falhas e bastantes incongruências a diversos níveis, sobretudo nos últimos anos. Acho que nem preciso de lembrar as críticas cada vez maiores ao julgamento, mesmo no WCT, dois anos após a saída forçada do anterior Chefe de Juízes internacional, o australiano Perry Hatchett, por supostamente favorecer mais o surf de alguns surfistas em detrimento de outros... Outro exemplo do grau de amadorismo com que fomos brindados pela ASP este ano foi a sobreposição da prova única de atribuição do título mundial Pro Junior, em Bali, na Indonésia, com os dois únicos WCT’s na Europa. Ou seja, a realização dessa prova em Bali, naquelas datas, impediu os quatro melhores juniores europeus (dos quais dois são portugueses!) de estarem presentes e eventualmente terem uma oportunidade de entrarem em duas provas da elite mundial, para as quais estão supostamente a preparar-se, através dos circuitos Pro Junior!... algo não “encaixa” ou é impressão minha?... Mas aquilo que mais me choca são as alterações às regras sempre que o circuito mundial chega ao Hawaii. Porque aí já não se trata sequer de amadorismo e sim de cedências inaceitáveis a pressões locais! Duas etapas Prime com Round de 128 atletas, quando todas as outras obedecem à regra de se iniciarem no Round de 96 atletas?... a última etapa do WCT com 16 atletas locais a mais, além dos habituais 34?... campeonatos a terminarem às 16h, para os locais poderem surfar?... mas estamos a brincar às organizações!?... que idoneidade tem um circuito que termina com regras tão diferentes? Nenhuma! Mas porque não temos também a presença de 16 especialistas dos Supertubos na etapa portuguesa do WCT!?... afinal, este tipo de cedências, sobretudo quando títulos mundiais e requalificações estão em jogo, só contribuem para desprestigiar a luta e o trabalho árduo, de forma consistente, que representa uma qualificação para a suposta elite mundial!... afinal, a ASP manda ou não manda no surf profissional!?... São essas as questões que têm de ser rapidamente resolvidas pelas pessoas que trabalham na e para a ASP, muitas delas de grande competência profissional, mas que assim vêm o seu trabalho ofuscado por nebulosas inconvenientes. Não é possível continuar desta forma, refém de interesses de regiões, de meia-dúzia de marcas e de apenas um dos lados do surf profissional. Os surfistas profissionais (afinal... a ASP!) têm de exigir a clarificação das regras e a abertura aos mercados exteriores ao surf, com pena de não serem suficientemente interessantes para os eventuais patrocinadores externos e apenas estarem a alimentar um sistema que se destrói a si próprio! Com a entrada da ZoSea e as alterações anunciadas (embora ainda não muito claras!), pode ser que o Surf Profissional dê um passo em frente e cresça enquanto entidade. A recuperação dos direitos de imagem das etapas do WCT pela ASP, que estavam com cada uma das marcas que as patrocinava (talvez o maior erro da ASP nos últimos anos, uma vez que alienou e dispersou o seu maior bem!), pode ser o ponto de partida para um futuro que se quer risonho e sustentado em poder real por parte de quem faz realmente o “circo” mexer – os surfistas. Aguardamos atentamente as “cenas dos próximos capítulos”! MP ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||

|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| Se há um surfista que é sinónimo de consistência é Frederico “Kikas” Morais, quer no full power rail surf, como demonstra aqui para uma plateia de luxo, seja no surf aéreo!


O N F I R E S U R F M A G . C O M

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|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| texto de ONFIRE photo by WOA|Way of Arts [ w w w.wayo f a r t s .c o m ]

Se algo descreve a história e o percurso de um surfista, é o seu quiver... aquele muro de esculturas que vamos empilhando no quarto ou na varanda e que guardamos eternamente pelas recordações que nos representam. Mas se achas que já viste quivers alucinantes, acredita que nunca viste um assim... porque sim, as esculturas que vês são pranchas reencarnadas, dentro do tema “Reincarnation of a Surfboard”, do reconhecido artista californiano Ithaka. E cinco anos depois [sim, já foi há cinco anos!!!] o surfista/artista voltou a Portugal com a sua mais recente série para exibição e aquisição, na galeria da WOA Way of Arts, empresa de conservação e restauro e projectos de engenharia cultural que tocam a multidisciplinariedade da cultura e arte, onde entre um atelier de artes e ofícios expõem arte contemporânea do leque de artistas que representam. O evento, que ocorreu na sexta-feira, dia 23 de Novembro, pelas 19h na morada da DNA Cascais, Cruz da Popa 2645-449 Alcabideche, teve a presença do próprio artista que apresentou as peças mais recentes da sua colecção memorável e sem igual. Mas mesmo que tenhas falhado à inauguração do ano [porque bem podes morder os lábios a sangue de tão cool que foi!!!] ainda vais a tempo de ver as pranchas [aka Freakin Works of Arts awesome as hel!!!] e comprar a tua própria prenda de Natal! Para os freaks que ainda não conhecem a história deste emblemático surfista, artista de hip-hop, fotógrafo, pintor e escritor, aqui vai:

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Ithaka, que nasceu e cresceu no Sul da Califórnia, percorreu e viveu no Japão, Grécia, Portugal e Brasil, onde actualmente reside. Aquando a sua passagem por Portugal, Ithaka gravou os seus primeiros dois álbuns, “Flowers” e “Color of Paint and Stellafly”, cuja música “Escape from the City of Angels” participou na banda sonora do filme “The Replacement Killers”, da Columbia Pictures. Em adição, Ithaka foi igualmente escritor e vocalista da música “So Get Up”, dos Underground Sound of Lisbon. Mais tarde, regressou à Califórnia onde gravou com o produtor Conley Abrams III o seu terceiro álbum, “Somewhere South of Somalia”, cujas letras das músicas foram escritas durante uma viagem de dois meses a Este do continente africano. Algum tempo depois, Ithaka passou a viver no Rio de Janeiro, onde gravou os seus dois álbuns mais recentes, “Recorded in Rio” e “Saltwater Nomad”, tendo regressado por um curto período de tempo a Portugal, em 2007, para compor, cantar e gravar a música “You”, com DJ Vide, ex membro do Underground Sound of Lisbon, altura em que realizou a sua última exposição da série “Reincarnation of a Surfboard”. Paralelamente à música, a sua série de “contos”, intitulada de “Fishdaddy Chronicles”, tem sido publicado nas mais diversas revistas de surf do mundo, tais como a Surfer, The Surfer’s Journal, Water e Transworld Surf, tendo sido publicado em 2009 o conto “Miracle at Malibu” no Surf Story book, um volume de contos e cultura surf, complicado por Robb Havassy [um coleccionável imperdível!!!]. O trabalho abstracto que desenvolve no seu corpo de esculturas e fotografia, mundialmente reconhecido como “The Reincarnation of a Surfboard”, tem sido assiduamente exposto, a nível global, cujas séries mais recentes foram apresentadas na galeria WOA|Way of Arts [ Lisboa | Portugal | 2007 ], The Champ [ Costa Mesa | Califórnia | 2010 ] e galeria Alma do Mar [ São Paulo | Brasil | 2010 ]. Actualmente, Ithaka encontra-se a desenvolver grande parte do seu trabalho no seu pequeno rancho em Recanto Akahti, na América do Sul, situado na tangente da Floresta Tropical de AkahtiLândia, no Brasil. OF ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| tniW _ 10 01 _ Winter Keys [peça 02] _ born in California . EUA . 2009 ecarI _ 20 02 _ Iracema _ born in AkahtiLândia . Brasil . 2010 sohG _ 30 03 _ Ghost Prism Five _ born in AkahtiLândia . Brasil . 2012 ohG _ 40 04 _ Ghost Prism One _ born in AkahtiLândia . Brasil . 2012 tniW _ 50 05 _ Winter Keys [peça 01] _ born in California . EUA . 2009

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p h ot

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carlo

s p i nt

op h o

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Paulo Almeida já foi um dos surfistas mais mediáticos de Portugal mas recentemente tem andado um pouco “desaparecido em combate”. Já sabíamos que não tinha deixado o surf de lado mas andávamos um pouco desencontrados dele. Por isso aproveitámos a oportunidade para lhe fazer uma pequena entrevista e meter a conversa em dia!

“Pauleta” temos-te visto pouco, por onde andas a surfar? Nos últimos dois anos andei um bocado mais pelo Algarve. Estive a remodelar uma casa e a surfar com o pessoal de lá. Foi isso, apanhei altas ondas e “ganhei” uma casa nova a meu gosto. Reconstrui-a quase do nada com um pedreiro amigo e estive presente em todas as fases, muito bom! Desde Abril deste ano estou cá por cima, uma vez que o nascimento do meu primeiro filho foi em Maio! Foi a maior alegria/ choque(/”árvore da vida”o filme) que tive. Only a father knows the feeling!!! Mas o surf continua a ser a tua profissão? Desde há muito tempo que me considero um free surfer profissional, ou seja, sou pago para surfar diariamente e dar retorno aos meus patrocinadores mas sem entrar em competição. Muitos surfistas sentem uma certa quebra na sua evolução quando deixam de competir. Concordas com isso? Sinceramente acho que isso acontece e é até acho inevitável! Quanto mais não seja porque já não tens a obrigação de acertares todas as manobras! Existe um abrandamento do teu foco. Provavelmente é impossível de provar porque não se consegue fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Penso também que existe uma diferença entre inovação e evolução, sendo que associo o free surf a inovação e o surf competição a evolução. Além de surf, o que fazes? Nos últimos anos o apoio dos patrocinadores foi diminuindo gradualmente, e como tal tive de “hipotecar”, em parte, o surf em prol de algo que me desse um futuro mais estável. Então tenho vindo a investir o meu tempo na remodelação de casas! Já lá vão três e se tudo correr bem mais uma virá brevemente! Assim consigo ter algum controlo sobre o que quero e posso fazer, incluindo surfar todos os dias, ter tempo para estar com a minha família e aproveitar bem a vida e desfrutar ao máximo, que só cá estamos uma vez. Chegaste a ser top16 do circuito nacional, qual era o teu sentimento em relação ao surf de competição? Acho que nunca fui bom competidor. A competição para mim foi um meio para eu poder evoluir e surfar melhor com os melhores de Portugal. Nunca tive oportunidade monetária para correr o circuito europeu, mas se a tivesse, tinha ido, sem dúvida. Mas mais tarde iria abandonar a competição para me dedicar ao free surf. Eu não gostava de ganhar as prioridades, de ter que estar em cima do outro para ele não fazer ondas, e de saber que quase todas as pessoas davam mais importância aos meus resultados que eu. Sinto-me muito mais “stoked” quando aparece uma foto na revista ou ouço um assobio dentro de água quando sai umas daquelas manobras! Como estás a nível de patrocínios neste momento? Actualmente estou a trabalhar com o Rabbit da ORG Surfboards e a conseguir desenvolver altas pranchas! Tenho também o patrocínio da Madness wetsuits e acessórios, e da ANALOG! Recentemente lançaste um clip de vídeo. Como e quando começaste a trabalhar nesse tipo de formato? Já tinha tido um clip de vídeo há muitos anos, quando ainda andava na Universidade e ainda estava na marca Ovelha Negra. Este último clip foi feito pelo Nuno da Joyfaktor e saiu curtido! O feedback tem sido bom e é apenas uma pequena amostra do que estamos a projectar para um futuro próximo! Para terminar, ganhaste fama a nível nacional com os teus aéreos, tens tentado algum aéreo mais técnico recentemente? Tenho andado a tentar fazer um backside double grab reverse! Se calhar já é básico para alguns, mas para mim é como se fosse brand new!! E o bom do surf é isto, estar sempre em descoberta constante! Para uns é cortar a onda pela primeira vez, e para outros é surfar canhões da Nazaré, para mim é o double grab! Não só de aéreos vive Paulo Almeida. Full rail power carva na sua adorada Costa da Caparica. photos by carlospintophoto.com

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João de Macedo sempre foi um big wave rider. Inicialmente ainda não o sabia, mas os seus amigos sabiam. Quando descobriu por si a sua apetência especial ainda mostrou alguma resistência em assumir-se como tal, talvez por humildade, talvez por ainda não estar pronto para largar o estatuto de grande surfista de ondas pequenas e gigantes. A ONFIRE trocou algumas palavras com o big wave rider da Praia Grande sobre sessões épicas, atitude e medo!

Ouvi dizer que fizeste umas sessões de surf épicas na Nazaré logo a seguir ao Rip Curl Pro Portugal... Tinha ido lá uns dias antes, com o (Pedro Monteiro) Pecas, e o vento tinha acabado de rodar no momento em que estávamos mesmo a entrar. Então ficou aquele feeling de “temos que voltar”. A ideia era aproveitar para aprender um pouco com o Garrett (McNamara) que realmente é um dos melhores gajos de ondas grandes do mundo. Quando voltámos foi no dia que estava também o Joel Parkinson, eram aí umas 6 da manhã e estávamos lá mas o swell ainda não tinha entrado. Então fomos estando atentos e, depois de um almoço leve, arrancámos. Que tamanho estava? Estava pelo menos uns 5 ou 6 metros havaianos. Eu comecei na remada, tinha a minha gun e apanhei umas assim. Mais tarde fiquei a fazer tow com o Garrett, apanhámos muitas ondas e perdemos o jet ski umas três vezes. No dia seguinte o mar subiu muito, parecia quase o dobro. Só estávamos nós e apareceu o Sílvio Mancusi, um big wave rider brasileiro. Este dia já estava parecido com o da onda que o Garrett apanhou para ganhar o XXL. O “vibe” já era outro, estava tudo muito concentrado, eu fui lá ter às 6:30 e quase perdi a boleia, estava tudo pronto para entrar. Essa sessão foi animal, o mar estava um bocado absurdo. Fiquei cerca de uma hora e meia a boiar. Depois o Garrett rebocou-me numas, senti que ia a “abrir”, numa velocidade que nunca pensei que fosse possível. Apanhei uma que me parecia gigante e depois mais umas três ou quatro. Como acabam essas sessões? Quando são “varridos” do line up? Quando a surfada está a correr estás sempre com vontade de ir ficando mas tens de saber quando te retirares sem ser “expulso” pelo mar. Há que não ser ganancioso, sentes-te invencível mas tens de ter cabeça para saber sair. Visto de fora, o surf de ondas grandes muitas vezes parece mais uma missão do que uma surfada por prazer. Para ti é uma das duas ou uma mistura de ambas? Às vezes há a tendência para glorificar demais o surf em ondas grandes e perde-se a noção do divertimento e do “vibe” que aquilo é. Não é um pesadelo, é um sonho muito nítido associado ao que se tenta fazer em ondas grandes. Eu acho que ainda há uma mistura de sentimentos, da maneira de justificar. É preciso treinar, é um bocado difícil, e às vezes parece que o que se vê muito é o pesadelo e o medo. E parece que se esquece que há ali uma recompensa incrível que é aquela sensação de apanhar uma onda linda com sucesso. Estás a agir no limite mas ao mesmo tempo muito feliz e leve. É bom lembrar que é por isso que apanhamos as ondas grandes, por prazer! Sei que vais ser pai em breve, achas que isso vai mudar alguma coisa na tua atitude dentro de água? Vais conseguir manter aquela atitude de invencibilidade com nada a perder que os surfistas de ondas grandes muitas vezes têm? Já estou há muito tempo para ser pai, e é um objectivo pessoal que de alguma maneira me alivia e liberta. Se me acontecesse alguma coisa e eu não fosse pai seria pior, estaria incompleto. Há sempre coisas que te travam de ser completamente desinibido. Acho que isso são recursos de sobrevivência que te permitem viver para contar a história. Por um lado há um espírito natural de puxar os limites e é preciso encontrar esse limite que vai ser sempre um mistério. Haverá sempre umas sessões em que vou estar a pensar no meu filho e não me vai estar a apetecer mas sei que também vai haver outras que me vou sentir muito libertado. Se é para acontecer alguma coisa, que aconteça no mar, no lugar que amo e onde sinto uma paixão e um privilégio de estar. E se for para morrer nesse ambiente será uma bênção em vez de ser atropelado ou ter uma morte sem sentido. Há uma responsabilidade adicional por ser pai mas acima de tudo quero canalizar também essa responsabilidade para uma sensação de libertação e do milagre que é ter um filho. OF João de Macedo na Nazaré, na véspera do dia gigante. photo by Baleixo Photography



Miguel Blanco surfou muito na mesma sessão de free surf em que Medina deu o gigantesco aéreo cujo vídeo, produzido pela OFa, correu o mundo. No entanto, o surfista de S.João do Estoril não ficou mundialmente famoso por este reentry mas por aparecer na onda de trás da de Medina eheh. | photos by Jorge Matreno


O aéreo que Gabriel Medina considerou como o mais alto que já deu aconteceu, como sabes, durante uma sessão de free surf do Rip Curl Pro Portugal, e esse momento foi captado pelas lentes da OF. O vídeo que produzimos teve mais de 170 mil plays e apareceu em todos os medias de surf do mundo! Mas não foi só a ONFIRE que fez História no surf nacional com este vídeo… Um surfista português tornou-se também no mais famoso do mundo… O seu nome é Miguel Blanco e é o surfista que arrancou na onda de trás da de Medina! Com todo o bom humor da OF e apenas uma pitada de seriedade, decidimos entrevistá-lo, e ele mostrou-se um verdadeiro compincha e aguentou-se que nem um bravo às nossas “provocações”!

Sr. “Migas” tudo bem? Tens 5minutos para uma entrevista via telefone? Ya, na boa. Mas já ligaste um bocado fora de horas… Sabes que o trabalho não escolhe horas! Ya isso é verdade. Agora agora não posso… Pode ser daqui a 5 minutos? Ya na boa! Até já! Até já! [ 10 minutos depois, às 22:45 em ponto… ]

‘Tou, podemos então falar cinco minutos? É rápido, é só uma mini-entrevista para o site da ONFIRE… Ya, na boa, na boa! OK. Primeira pergunta: Como é que é ser o surfista português mais famoso do mundo? (silêncio…) Eiiiiiiii…. Essa pergunta foi mesmo chata! Então porquê? (silêncio…) Oh, sou o mais famoso da pior maneira… E mesmo assim quase ninguém percebe… Só quem me conhece bem é que sabe que sou eu que estou na onda de trás da do Medina. Mas sabes que nunca o mesmo surfista português apareceu no site da Surfing, Surfer, Transworld e Stab, para não dizer todos os outros? É por isso que és o mais famoso do mundo!!! Ya… Ya…. Bacano… Não tás contente por aparecer nos mais importantes surf media do mundo? Claro que não! Ficava contente se fosse eu a dar o aéreo, não por ser o gajo que está na onda de trás! Olha, viste o aéreo ou nem te apercebeste? Ya, estava na onda e vi! Claro que não me apercebi que tinha sido tão grande… Espera aí, quando estás a surfar estás concentrado na onda ou no que os outros estão a fazer? Não, eu dei a primeira manobra, olhei para a frente e… Mas qual primeira manobra?! Tinhas acabado de dropar quando o Medina deu o aéreo!… Então como é que eu vi aquilo… Espera aí deixa-me lembrar. Sabes que nesses momentos uma pessoa nunca se lembra bem… É que não estamos a ver os teus treinadores a ensinar-te que quando estás numa onda deves ver

as dos outros (David Raimundo e Nuno Telmo, os treinadores, estavam presentes e a rir que nem perdidos)… Eu sei mas eu dei-lhe o bottom e quando ia a mudar a cabeça… tipo, do fundo da onda para o lip vi de “ladecos” e vi que o gajo tinha dado o aéreo. Pensei: “F@d@££e, acho que o aéreo até foi alto”, mas nunca pensei que fosse aquela monstruosidade. Então estavas com um olho na parede da tua onda e um olho no Medina (risos)? (silêncio…) Sei lá! Eu já não me lembro como é que vi o gajo mas eu vi esse aéreo ao vivo! Não és estrábico pois não (risos)? (risos) Não! Então não consegues mesmo ter um olho na parede e o outro no Medina! Epá, foi assim, eu estava a fazer o bottom e na transição de olhar do bottom para o lip o meu campo de visão passou por aquela área e vi o aéreo do Medina! Ah…. Então de que cor eram as quilhas dele ? Hummm... Eram um protótipo… Sei lá, eram laranjas!!! Sei lá… F@d@££e mais essas perguntas! (risos) Pronto, não te chateamos mais! Só queríamos saber como te sentias por seres o português mais famoso do mundo! Ya… E para mandar aquele abraço não é? Claro!!! E beijinhos também! Olha, estão-me aqui a perguntar atrás de quem é que te vais pôr amanhã? (risos) Pááá, sei lá. Para aí do John John (risos)! Já agora, vais ter “photo incentive” dos teus patrocinadores uma vez que o “teu” clip correu o mundo e teve milhares de plays? Não! Mas como eu ia a dizer, quando o John John ganhar e estiver nos ombros do pessoal e eu tiver a surfar, está tudo a tirar-lhe fotos e se calhar eu estou atrás a dar um manobrão (risos). Ya! Mas a falar a sério, vais meter este vídeo no teu CV (risos? Claro que não!!! Porquê?!? Já viste a vergonha que é? Está um gajo a dar um aéreo H-A-R-D-C-O-R-E e eu apareço meio segundo lá atrás a dar um bottom! Espera que há uma pessoa que quer falar contigo! (silêncio)… (David Raimundo) Miguel, tás-me a ouvir? Sabes quem fala? Com essa vooozzzz… Ouve lá outra vez… Esta é a voz que te guia, que te orienta! (risos). Vais perder 2000 euros na tua conta (mais risos)! Ainda não sabes? Claro que sei David! Só para te dizer que o bottom está uma porcaria (risos). Corres o mundo e fazes passar má imagem dos teus treinadores (risos)! Ó David, a onda nem tinha força!!! Claro, só apanhas ondas de meio metro (risos)!!! Mas aquela era tipo alta onda que apareceu… Alta onda é a do Medina, que tá a voar a dois metros de altura acima da tua cabeça (risos)! Mas pronto já vais ter os teus cinco minutos de fama. É um bom começo para 2013! Ya!… Vá, vou passar aqui à ONFIRE que já me diverti (risos)! Ya. Tchau (risos)! (ONFIRE) Gostaste da brincadeira ou não? Ya, foi fixe, é uma cena diferente! OF


O júnior português recebeu um convite invejável da parte do seu patrocinador, a Hurley, para ir até aos EUA treinar e assistir ao WCT de Lower Trestles. Ver (e fazer) surf incrível, passar uns dias com Miguel Pupo e ficar a conhecer a pior comida do mundo foram algumas das experiências que marcaram este surfista de Carcavelos.

Temos mesmo de começar com esta pergunta: Califórnia é ou não a terra do silicone? Fiquei desapontado, o Californication só mostra os melhores momentos. Ainda assim, vi muita coisa que me fez ficar à procura do queixo no paredão de Huntington! Podemos imagina eheh. Conta-nos lá como surgiu a oportunidade de ires para os EUA? Surgiu através da Hurley, pelo Allen Johnson, que já me tinha convidado para passar uns dias com ele e com o Rob Machado em França. Quando estava a ser “entregue” ao meu treinador, o Rodrigo (Sousa), disse ao Allen que queria ver o Hurley Trestles. Ele depois disse-me que ia haver um camp e treinos dados pelo Barton Lynch lá, e que eu estava convidado. Para que zona foste? Fui para San Clemente, mesmo perto de Trestles. Há muitas ondas por aí, mas cheguei a ir a Huntington… Só não foi é para surfar, foi para tomar o pequeno-almoço eheh! E conseguiste surfar em Lower Trestles, provavelmente a onda mais performance do mundo? Sim! A onda é como um jogo de playstation. Além de Lowers que outras ondas surfaste? Uppers e Cottons que estão todas na mesma baía. Também surfei T-Street, Oceanside, uma outra esquerda que deve ter um nome, ainda que eu não me lembre dele, e até uma onda estática numa piscina em Oceanside. Estranho é que podia ver-se o line-up da praia à frente, ao surfar essa onda estática. E como é o crowd? É, sem dúvida, um crowd diferente do normal. A impressão com que fiquei foi de que todos estavam no modo “sobrevivência”, remavam rápido, davam voltas, sempre atentos, mas não havia, como no Hawaii (e cá, às vezes) aqueles que acham que estão acima disso e que ficam até violentos se alguém disputa uma onda segundo regras normais. Lá todos disputavam ondas de igual para igual, e isso criava bom ambiente, mesmo com muito crowd. No geral, como se vive o surf em San Clemente, comparativamente ao que se passa aqui no nosso “cantinho”? Muito intensamente, há mais competição, há mais seriedade. É uma concentração enorme de muito nível na água e isso faz-se notar no empenho de cada um. Toda a gente quer fazer boas ondas (em Trestles) e isso aumenta em muito o nível. Não diminui a diversão que se tira de cada surfada mas aumenta-a, porque se surfa melhor e porque o objectivo mantém-se aceso em cada onda. Assististe ao Hurley Pro, a etapa mais performance do WCT. Como foi ver ao vivo os melhores do mundo naquela que é a onda mais performance do mundo? Foi, sem dúvida, muito mais intenso do que ver pelo webcast. Cada manobra boa passa a parecer muito boa. Principalmente nos últimos dias, a praia ficava ao rubro! Mas nisso, Portugal ainda está bastante

à frente! Outra coisa foi ver os surfistas ao vivo individualmente. Por exemplo, quando estive uns dias com o Miguel Pupo depois do fim do campeonato, perguntava-me a cada onda: como é que este indivíduo ainda não ganhou um WCT? E quem foi o surfista que mais te surpreendeu durante todo o campeonato? Sem dúvida o Michel Bourez, que estava a destruir e que no heat em que perdeu dava quase para sentir a força das manobras na área VIP ( que ainda está num sítio alto). Percebi que ele estava a dar tudo contra o Medina. Não sei, nesse heat, se aquela onda foi feita feliz ou infelizmente para o Medina. E no free surf? No free surf o surfista que eu observei mais foi o Miguel Pupo, porque fiquei uns dias com ele. No meio metro nunca tinha visto nada igual. Nem o Medina em França me surpreendeu tanto. Agora que estás de volta e já refletiste bem, o que mais gostaste durante a tua estadia? Especialmente de poder surfar em Trestles, a onda é perfeita e o nível na água fez-me querer evoluir a cada manobra. Também gostei muito do tratamento que a Hurley me deu, tivemos condições ideais. E menos, afinal tudo tem um lado negativo? A comida, Meu Deus, a comida é muito má… comem-se tacos de feijão e queijo. Não admira que seja o país mais gordo do mundo. E o que mais te “chocou”? A quantidade de miúdos sub-10 a dar aéreos nas esquerdas de Trestles, e, por outro lado, a quantidade de “velhotes” a partirem a loiça. OF


Esta sequência de João Kopke pode não ser em Lower Trestles mas também aconteceu numa das ondas mais performance das Mentawaii.. Adivinhas qual? | photos by Hugo Valente


Tiago Nozes passa mais horas na ĂĄgua em Carcavelos do que qualquer outro, seja dar carves poderosos, a dar aulas ou a embirrar amorosamente com o seu irmĂŁo. | photo by Rui Pereira Photography


Tiago Nozes, o irmão mais novo de Edgar Nozes, cresceu na praia de Carcavelos. Teve de batalhar por um lugar no fechado grupo de locais da altura e hoje está no topo dessa hierarquia. O localismo mudou muito desde que começou a fazer surf, e hoje fala-nos do que é, para ele, ser local dessa praia!

Tiago, como começaste a fazer surf? Comecei com 9 anos. O meu irmão (Edgar nozes) tinha 10 e já havia aquela interacção com o pessoal da praia. Nessa altura havia uma grande rivalidade bodyboard/surf e eu acabei por mudar para o surf mais numa de ser diferente do meu irmão (risos). Pensava que não havia dois irmãos bons no mesmo desporto e quis mudar (hoje há e muitos) e acabei por me focar mais no surf. E claro que a influência dos locais de Carcavelos nessa altura, como o Marco (Anastácio) e o “Ninho”, entre outros, também ajudou à mudança (risos). Como era o localismo em Carcavelos nessa altura? Era quase como uma religião. Tinhas de ter respeito dentro de água. Havia hierarquias, como há em todo o lado. Havia educação dos mais novos para com os mais velhos, e às vezes em exagero dos mais velhos com os mais novos… A ideia com que fiquei é que alguns dos mais velhos eram mais hardcores pois muitos tinham vários problemas, não só com drogas, mas pessoais. Eram um bocado wilds da sociedade mas a verdade é que apesar de posturas menos correctas tentavam passar aos mais novos não esses valores mas os correctos. E como foi a tua integração nesse restrito grupo? Foi terrível (risos). Era um núcleo muito fechado e onde era muito difícil entrar. Era como uma sociedade com regras que tinhas de respeitar se quisses entrar. Mas se tinhas respeito e mostravas pica e dedicação ao surf e à praia então começava a ser na boa. E não eras local por seres bom surfista mas por teres pica e dedicação. Quando conseguias esse estatuto “de local” eras tratado quase como um filho, apesar das várias brincadeiras de praxe… Conta-nos algumas das praxes que sofreste. Há duas míticas. Sempre que chegava com o fato seco à praia, tanto o Duda como o Jorginho (ambos bodyboarders), assim como o Marcos Anastácio e o Paulo do Bairro, agarravam no fato e metiam-no logo numa poça. Não existiam fatos secos para ir surfar nessa altura por causa deles (risos). A outra

era ter de dar sempre um beijinho na mão do padrinho, que eram, novamente, o Paulo e o Marcos. Se não déssemos o beijinho tiravam-nos a prancha e/ou o fato e não podíamos surfar. Eram praxes engraçadas que nos acabaram por envolver e incluir ainda mais no ambiente. O que é para ti um verdadeiro local? O verdadeiro local preserva a praia de onde é porque aquilo é quase como uma namorada, aquilo que sente pela praia e pelo surf é Amor. É uma pessoa que respeita, e que com esse respeito que mostra acaba por ser respeitado. Acho que deve ser uma pessoa sempre justa, exemplar, e que está lá para ajudar mas também intervir se necessário mas sempre com educação. Tentar através de atitudes positivas fazer ver como são as coisas no surf. Deve ser uma pessoa que chama à razão de uma forma calma e positiva. Mas, como todos sabemos, há sempre quem tenha atitudes de desrespeito dentro de água, tal e qual como se estivessem no trânsito e tivessem a mania que a estrada é toda deles... É por isso que às vezes as pessoas perdem a cabeça. Antigamente guiava-me por impulsos e acontecia-me muito. Era miúdo e tinhas atitudes parvas. Hoje tento ter sempre atitudes exemplares pois já cresci e sei que é isso que quero transmitir. Por exemplo, tento não levantar a voz para não fazer espectáculo, tento não transmitir atitudes negativas. Sei como foi antigamente, em que os locais eram pessoas 5 estrelas mas tinham muitas atitudes menos positivas para quem vinha de fora apesar de, como disse, sempre nos tentarem educar com atitudes positivas e não com essas. No fundo, o local deve tentar responder a essas pessoas da forma certa para que percebam como é estar na água e abandonarem a postura de bad boys. Hoje, como é a tua relação com a praia onde cresceste? Neste momento trabalho nela pois sou monitor do Angel’s Surf School, trabalho para o Marcos Anastácio, e adoro o que faço. No fundo faço o que fizeram por mim, que é educar crianças e ensinar um bocadinho do surf. Um bocadinho pois acho que o surf é por si, é trabalho, é horas dentro de água, é dedicação. Eu estou a dar-lhes o início do surf e as bases da educação desta nossa sociedade. Eles estão em baixo e para subirem a hierarquia e serem surfistas têm de ter uma determinada educação e valores. E como é a tua relação com o teu irmão, o famoso Edgar Nozes? É duro, é duro (risos)!!! Chateamo-nos todos os dias (risos). Dentro de água ele tem atitude de pai comigo: ou me incentiva, quando está bem disposto, ou, quando está mal disposto, tenta desmoralizar-me e dizme que já sou velho para o surf e que devia ir para a faculdade tirar um curso e ser uma pessoa “normal”. Mas já lhe expliquei que é este o lifestyle que gosto. Até hoje consegui pagar as minhas contas e viver do que ganho do surf e assim quero continuar, pelo menos enquanto der. Mas o meu irmão é o meu ídolo, e para mim dos melhores surfistas portugueses. Ah, e para o ano quero correr a Liga Meo Pro Surf, sem compromissos e por diversão, para, e podes mesmo escrever isto, picar o meu irmão pois ele vale muito mais do que o que mostra! Algum agradecimento especial, além do teu irmão claro eheh? Além do meu irmão claro, um agradecimento geral à família pois hoje sou quem sou devido a eles. E aos meus patrocinadores, Diego Fernandes e Gabriel Richie das pranchas DF50, e ao André da Guilty68 Never End Fun, que é um projecto de roupa recente mas que estão a fazer um bom trabalho. OF



O Rip Curl Pro Portugal não só é o maior evento da história do surf nacional como é o mais complexo de organizar. Este evento tem uma equipa a trabalhar quase a 100% o ano todo para tornar o WCT de Portugal possível. A ONFIRE entrevistou Frederico “Iko” Teixeira, um dos responsáveis pelo evento, para saber um pouco sobre o backstage deste verdadeiro festival de surf!

Quando começa para vocês o WCT, a nível de organização? O nosso trabalho já começou para o evento de 2013. Acabámos o campeonato em meados de Novembro, com os reports, e as reuniões com os patrocinadores. Esta fase passa por contactar e “sentar” com todos os patrocinadores do evento de 2012 e com alguns novos. Para já ainda estamos num ritmo baixo, que começa a acelerar em Abril com a “máquina a rolar” a 100%. Sempre a tentar trazer mais e mais valor ao evento. A primeira parte do trabalho passa por garantir que há condições para continuar a fazer o evento em Portugal, nesta fase difícil que o país atravessa. O que envolve fazer um WCT, além da angariação de patrocínios? Temos o evento dividido por áreas. Há a área de operações pela qual estou responsável juntamente com o Fernando Costa, no projecto managment está o Francisco Spínola, e na área de comunicação temos a agência mas sempre em comunicação connosco. E ainda temos o Zé Farinha que é quem está acima de tudo e dá o ok, ou não. Na parte das operações temos o objectivo de melhorar cada vez mais “a máquina”, melhorar as infraestruturas e facilidade de acesso. São muitas reuniões com Câmaras Municipais, polícia e segurança. Trabalhamos também para melhorar ou optimizar todo o processo de alojamento e transporte, o “welcome” a todas as pessoas que visitam quer para trabalhar, quer para assistir ao evento. É uma área mais logística. São 400 pessoas que trabalham directamente no evento. Como organizadores do evento respondemos à Rip Curl mas temos uma grande autonomia de trabalho a nível de adaptação e criação. Além da Rip Curl, quem são as marcas que fazem este evento ser possível? Os main Sponsors são a Moche e o Turismo de Portugal. Logo a seguir temos a EDP e a Ford, e depois tens a Buondi que é uma marca que ajudou a cimentar este desporto e foi uma das primeiras fora do surf a investir. É um evento que é visto como um caso de sucesso a nível de evento privado. Se olhares para fora, para o World Tour, não existe outro com estas características. Qual é o maior pesadelo de um organizador de uma prova como esta? O pior dia da história do Rip Curl Pro foi em 2009, quando acabámos de montar a estrutura às 3 da manhã e foi tudo “washed away” às 5 da manhã. Tens outras coisas, a nível de catering tens várias zonas que estão planeadas para ter uma mecânica se estiver on, e outra se estiver off. Imagina que se faz um call para dois heats, como se fez uma vez este ano. Entras numa “contra dinâmica” na equipa de 400 pessoas que é difícil de gerir. Mudar de localização também é uma operação muito complicada, mudar dos Supertubos para os Belgas envolve muita coisa. Essa mudança faz com que os patrocinadores percam parte do retorno? Não. Hoje em dia um dos nossos grandes motores de retorno é o broadcast, é a internet e a televisão, que defendem sempre o retorno. Depende também do dia da semana que é, se está bom ou mau tempo. O feedback que têm dos competidores é positivo, ou os atletas são mais uma dor de cabeça? Os competidores gostam de Portugal e de ter a praia cheia de pessoas a assistir. É gratificante para eles ver, como este ano, que eram 7:30 da manhã e estava frio e a chover e já estavam 500 pessoas na praia para os primeiros heats do dia. Para terminar que podes revelar a nível de números deste evento? O orçamento do Rip Curl Pro Portugal é 1.5 milhões de euros! E entre 50 a 60% desse orçamento são custos directos da ASP, isso incluí “fees”, prize moneys, media rights, etc. Os dados que tenho de retorno em 2011 são de 12 milhões de euros. Tens valor expressivos como por exemplo na internet, a nível de visualizações tínhamos 2.8 milhões de viewers, sendo que desses, 300.000 eram portugueses. Este ano tivemos um dado curioso, que 50% das pessoas que estavam a assistir pela internet estavam numa plataforma móvel, ou seja, tablet ou smartphone. OF [ Podes rever toda a acção do Rip Curl Pro Portugal brevemente aqui ] Frederico Teixeira [ de verde ] em acção. | photo by Jorge Matreno


Ir para os Aรงores implica voar, e, para um surfista profissional, essa viagem implica continuar a voar uma vez em terra, seja no free surf ou no SATA Airlines Azores Pro. photos by carlospintophoto.com texto e legendas by ONFIRE



Fora de água Nicolau Von Rupp muda de ideias a cada minuto mas dentro de água sabe perfeitamente o que vai fazer em cada secção. Nesta onda deu um impressionate aéreo reverse com direito a saída do pé de trás da prancha e tudo!


“Tenho a sensação de que me falta algo...” Viajar para os Açores implica, nos dias de hoje e por norma, voar! São quase duas horas no mundo onde a água sofre naturalmente o processo de condensação. Uma vez na ilha de S.Miguel, onde nem a sensação de estarmos numa ilha temos, tive no entanto a sensação que passei os primeiros três dias ainda a voar, mas pelos céus dominados pelo Açor (o pássaro que deu o nome a estas ilhas), tudo graças a Filipe Jervis e a uma esquerda perfeita que partia solitária na praia ao lado daquela que é a mais famosa da ilha, os Areias de Santa Bárbara (onde estava sediado uma das maiores competições em Portugal, o Sata Airlines Azores Pro, WQS de seis estrelas). O plano era, aparentemente, simples. Ir uns dias antes de começar o campeonato com o Nicolau Von Rupp para filmarmos e fotografarmos. Resolvidas as burocracias do carro e alojamento, onde supostamente o Nicolau ficaria com um amigo fotógrafo, passámos às burocracias dos bilhetes... Dei por mim sozinho no avião a ver o processo de condensação ao vivo nas pequenas janelas que embelezam estes engenhos. Ao meu lado, três lugares vazios permitiam-me viajar mais confortável que nunca, mas davam-se a sensação de que me faltava algo... Computador, material para filmar, pranchas? Check, check, check. Escova de dentes? Ya, é isso! Mas sem stress que isso é fácil de resolver. A sensação de que algo extremamente importante me faltava não me abandonava e foi quando aterrei em Ponta Delgada que se fez luz! O Nicolau!!! Falta o Nicolau! Antes de arrancar perdi a conta ao número de vezes que o Nicolau “alcunha que não posso aqui escrever” Von Rupp me enviou mensagens sobre o seu dia de partida (o meu foi o que combinámos inicialmente eheh), de tal forma que perdi completamente o fio à meada do em que ele afinal chegava. “Sorte a minha que ganho uns dia de surf!”, pensei quando li a (nova) mensagem do Nicolau a dizer que só chegava passado três dias. “BIP!”, gritou o telemóvel na sua voz metálica. Apostei comigo mesmo que era o Nicolau com mais alterações do seu voo, talvez a chegar mais cedo... Era o Jervis a confirmar que arrancaria no dia seguinte às 6 da manhã! “Despacha-te!!! Não imaginas a esquerda que está na praia ao lado! Vais-te passar!”, respondi-lhe. Juntamente com esta mensagem, que também seguiu para o Nicolau, foi uma foto (Instagram claro!). Jervis Airlines Eram 9 da manhã e Filipe Jervis corria que nem “uma louca” pela areia para saltar para a água (morna) e remar que pelo canal para se posicionar na esquerda perfeita que partia solitária. A praia do Limo Verde (ou Ribeira Grande) é um daqueles beach break onde raramente não há um pico bom e que parece um point break. Com um WQS estacionado em S. Miguel e com a fabulosa estrutura de apoia de praia nos Areais de Santa Bárbara, o Limo Verde quase que parecia ter caído no esquecimento, mesmo situando-se a 5 minutos de carro. Claro que quem compete tem ou quer treinar no praia onde vai acontecer o campeonato mas nem todos pensam assim... Foi o caso de Jervis e Nicolau Von Rupp (quando chegou). Percebo que se vais competir num sítio deves habituar-te à onda em questão mas quando essa está substancialmente pior que a que parte na praia ao lado parece-me difícil resistir à tentação de surfar ondas melhores.

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E no fundo o que interessa não é surfar para ter a prancha no pé, o surf afiado e a motivação mental? Talvez sim, talvez não. Os treinadores de surf terão a sua opnião (e muito provavelmente dirão que a minha é bárbara), tu terás a tua, e o surfista em causa nesse momento de decisão terá a sua. O que vos posso fizer é que no caso do Jervis, e apesar deste não ter tido um resultado expressivo (passou apenas um heat), este foi sem dúvida o call certo! Encontrou na esquerda a onda que parecia ser desenhada para o seu surf. Uma corrente (que com mar maior era infernal) aguentava as paredes da esquerda verticais e “em cotovelo”, e, no inside, fazia com que a onda dobrasse ainda mais trazendo uma secção perfeita para voar! E foi isso que Jervis fez, passou quatro sessões de free surf (duas por dias) a voar e a mostrar todo o seu vasto reportório de aéros: normal, double brab, slob, stalefish! Ao fim de um dia tinha ondas para um clip, ao fim de dois dias o surf que produziu já foi o suficiente para dificultar seriamente na esolha final de quais as ondas que deveriam ficar fora do clip (que certamente já viste no site da ONFIRE, intitulado “The Left”). Claro que Jervis surfou também na praia do campeonato, num pico difícil e com 1000 gajos do WQS. Mas via-se que Jervis estava num estado mental perfeito, aquele que lhe dava a confiança e segurança necessária para competir... No seu primeiro heat, Jervis mostrou isso mesmo. Surfou calmo e muito seguro do seu surf. O mar estava longe de bom mas Jervis mostrou a fluidez, power, performance e a confiança que ganhou nos últimos dias. No seu segundo heat, Jervis acabou por não conseguir apanhar as ondas boas para mostrar o seu surf. Coincidência ou não, Jervis perdeu no dia em que a esquerda, apesar de continuar boa, já estava longe da perfeição dos dois primeiros dias. E quem sofreu com isso foi Nicolau (e a sua corte)! A Corte de Nicolau Von Rupp Nicolau chegou passado três dias, também ele no voo das 6 da manhã. Não trazia fotógrafo mas dois dos seus grandes amigos da Praia Grande, João Burnay e João Bon de Sousa. Quando lhes mostrámos a esquerda já se via que esta tinha mudado. Nicolau olhou para nós como quem diz: “Pois, a velha conversa do devias ter cá estado ontem” mas depois de ver as filmagens percebeu o que tinha perdido! Nicolau, além de ser um dos melhores surfistas para viajar pois não sabe o que é estar chateado, tem histórias mirabolantes para contar, e está sempre pronto para surfar! É verdade que numa hora muda de opinião 50 vezes, seja em relação à hora de ir surfar, seja ao que se vai almoçar, mas consegue com que tudo isso aconteça de uma forma espontaneamente divertida. “Sofreu” a corte que o acompanhava quando numa maré cheia (ou seja flat na esquerda) se decidiu ir à “Caldeira Velha”, uma poça natural de onde vem água quente de uma cascata. Voltas e mais voltas, vacas e mais vacas, uma hora a ajudar um açoriano que tinha partido a roda do atrelado da sua bicicleta e onde levava uma banheira e 300 outros estranhos objectos, a descoberta de uma caldeira que não era quente mas sim a ferver, e uma paragem para comer pão com chouriço mas como não havia chouriço, apenas pão, - o que fez o “Rei” Nicolau mudar de ideias -, e lá chegámos à velha caldeira. Dizer que o banho de água quente ajudou a tirar o stress não é possível pois, acreditem ou não, esta foi a mais divertida e relaxada situação de “estar perdido e às voltas” que já passei. Com qualquer outro grupo já teriam voado agressões verbais por todo o lado instalando-se o mau ambiente. O espírito descontraído de Nicolau quase que desaparece dentro de água. O poderosos goofy parece estar possuído no meio líquido e se fica muito tempo sem apanhar uma onda começa a ficar impaciente. Por vezes tem um efeito negativo pois Nicolau não consegue esperar a onda certa, apanhando muitas ondas más, mas na maioria das vezes a sua postura traduz-se em algo simples: quanto mais ondas, mais oportunidades para aperfeiçoar o seu surf, e é isso que acontece. A esquerda oferecia agora um lado melhor, a direita. A maré cheia, que nos primeiros dias originava flat, oferecia uma esquerda no outro canto da praia. Foi entre estes dois picos que Nicolau Von Rupp e os dois “Joãos” surfaram praticamente sozinhos. Jervis apenas os acompanhou numa surfada pois abandonou a ilha após ter perdido. Nicolau demorou um pouco a encaixar o seu surf em S.Miguel, e foi quando a direita começou a funcionar, e este encaixou algumas das mais poderosas pauladas de backside (com rotações de tail incríveis) e aéreos, que também começou a entrar nos seus abusos de frontside. O surfista da Praia Grande não parava de dizer o quanto estava a gostar da sua estadia. Comida excelente, companhia 10 estrelas e ondas com pouco crowd e água quente. Mas por trás deste ambiente de surftrip havia uma competição, e quando chegou a vez de Nicolau este entrou num modo mais reservado, ou, se preferirem, focado. Nicolau queria dar-se bem neste WQS pois o seu objectivo para 2012 era ficar nos 100 primeiros, garantindo assim acesso aos Primes de 2013. O objectivo adicional era fazer bom free surf para, ou fazer um clip da sua estadia nos Açores, ou usar alguma onda para o seu clip no Innersection ou juntar estas imagens com outras filmadas no continente e fazer um clip. Nicolau nas suas divertidas indecisões eheh. Apesar de perfeito, havia poucas ondas boas. As direitas estavam melhores que as esquerdas e o backside de Nicolau estava afiado, pelo menos para todos nós. Já para Nicolau a coisa não eram bem assim! Este é um dos surfistas mais exigentes e críticos do seu surf! Uma manobra animal para nós é muitas vezes para ele uma manobra “boa...”, sempre deixando no ar a sensação de que falta algo. Isto para dizer que talvez na sua mente o seu surf não estivesse afiado, causando alguma insegurança na

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Quando Frederico Morais foi surfar na “praia ao lado” já as direitas estavam melhores que “a esquerda”, o que em nada foi problemático para Morais pois ele tanto gosta de voar, e de preferência sem mãos, para um lado como para o outro.


E se Guedes optou por voar para a esquerda, Zé Ferreira optou por bater e fazer voar o tail para a direita, tudo no mesmo pico de free surf. ...............................................................................................................................................................................

competição (Nicolau acabou por perder no primeiro round. Surfou bem mas cometeu dois erros: não soube esperar pelas boas, e, na sua última onda, se tivesse surfado psicologicamente solto teria encaixado manobra atrás de manobra verticalizando e explodindo de backside e recebendo a nota. Precisava de um 4.57, recebeu um 4.13 mas facilmente faria um 6. Escusado será dizer que de fora é sempre fácil criticar). No free surf Nicolau já tinha feito ondas boas mas ainda faltava acertar algumas daquelas manobras impossíveis. E foi o que aconteceu no última dia da sua estadia, onde, numa sessão, encaixou cinco ou seis manobras daquelas que ele considera mesmo boas! Morais, Callinan e um “Cão” lendário Frederico Morais chegou a S.Miguel juntamente com o fotógrafo da casa ONFIRE, Carlos Pinto, e o seu treindor Richard “Dog” Marsh. Juntamente vinha ainda parte do team Billabong júnior, Ryan Callinan, Solei Bailey e Mateia Hiquily. Morais e Pinto vinham de meses na “Estrada”, ou melhor, de muitas milhas aéreas angariadas pelos céus do mundo, e esta seria a última paragem antes do regresso a casa. Os Açores seriam o sítio perfeito para descomprimir mas não ajudámos muito pois tivemos de lhes dar a “ensaboadela” do pico perfeito sem crowd - relaxar quando se sabe que há bom surf é impossível. E claro que um WQS de 6 estrelas também não ajudava! Depois de umas surfadas na praia do campeonato, acabaram por se render às sessões na “praia do lado”. Numa altura em que Jervis já se encontrava no continente (daí não veres fotos suas neste artigo), a praia sem ninguém via o seu máximo de crowd: 10 surfistas (além de nós, alguns locais e outros competidores do WQS). Morais foi o primeiro surfista português a competir no SATA Azores Airlines Pro e rapidamente encontrou boas direitas para mostrar todo o seu power carve e pauladas a tirar o tail, passando fácil para o round seguinte. Foi aí que encontrou o único representante português no WCT, Tiago “dispensa apresentações” Pires, que encaixou esta etapa perto de casa no seu calendário para conseguir pontos caso a sua vida no WCT se complicasse. Pires não deu hipóteses mas Morais não se deixou ficar atrás, avançando também para o terceiro round, onde, infelizmente, acabou por perder. Só lhe restava fazer mais uma coisa em S. Miguel antes de voltar para casa: usufruir de um excelente

jantar no famoso Gato Mia, seguido de um “saltinho à noite açoriana apenas para dar um check”... Let’s Party? Se há uma altura em que um surfista profissional pode descontrair na noite é quando a sua prestação num campeonato acaba, principalmente se isso acontecer numa sexta-feira e se no dia seguinte a previsão for de flat! O plano era um bom jantar seguido de uma olhadela rápida no que se passava em Ponta Delgada. Falaramnos numa festa de rua e lá fomos preparados para estar em casa passado duas horas máximo. Nicolau Von Rupp, também já fora da competição, um dos “Joãos”, o Burnait, que o Bon de Sousa já tinha abandonado a ilha – de papo cheio de bom surf -, e dois obrigados à força a ir, Carlos Pinto e o representante da OF nos Açores, estavam também presentes. Quando chegámos à festa, as duas horas rapidamente passaram para “uma bebida e vamos embora”. Não fosse essa bebida tomada num sítio onde uma caipiroska tinha 90% de vodka e 10% de gelo e lima, e a noite teria terminado por ali. Mas não... Não posso adiantar muito mais do que a imagem de um bar apinhado de gente e o “sequestro” de um carro mínimo onde, vá-se lá saber como, couberam, no banco de trás, os personagens desta noite e duas locais que passaram a viagem de dois minutos até ao bar a dizer “Oooooh my God!!!”...


Os areias de Santa Bárbara voltaram a receber um WQS, este ano de seis estrelas, mas a grande extensão desta praia permitiu que João Guedes voasse pelos céus açorianos no free surf que acontecia uns metros ao lado da competição.

And the winner was... Foi quando (quase) toda a comitiva portuguesa presente em S.Miguel se encontrava no continente (como Eduardo Fernandes, João Guedes, Vasco Ribeiro e Ruben Gonzalez; excepção para Zé Ferreira), que, depois de uma manhã de on-shore, os Areias de Santa Bárbara mostraram a face que colocou S.Miguel no mapa mundo do surf o ano passado. Ondas de dois metros, offshore, sol e triângulos tubulares, que partiam em frente ao mais famoso e melhor bar de praia de Portugal, o Tuká Tulá, brindavam os finalistas do SATA Airlines Azores Pro. Durante toda a semana de competição houve um nome que sobressaiu dentro de água, quer no free surf quer na competição, Wigolly Dantas. O poderoso goofy estava com uma sintonia impressionante com as ondas, apanhando as melhores e largando bombas atómicas nas suas paredes. Rápido, preciso, fluido e com um power impressionante, é de estranhar que este brasileiro não esteja no WCT. Chegou facilmente à final e só não a venceu porque o destino quis escrever uma história perfeita, aquela em que um surfista que usa a mesma prancha há dois anos e

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Se Gony Zubizarreta é o espanhol mais português, Ryan Callinan é o australiano mais português (pelo menos para a ONFIRE), não só por ter Frederico Morais como anfitrião mas por dar manobras de tal forma abusadas que não conseguimos não as publicar nas páginas da OF. Slob perfeito em céu São Micaelense.

que não tem um patrocínio de renome internacional (logo, um budget reduzidíssimo) venceu perto do fim do heat. O seu nome é, como sabes pois acompanhaste toda a cobertura diária no site da ONFIRE, Messias Félix, e este é um dos mais simpáticos e humildes brasileiros do surf mundial! A perfeição paga-se cara! Depois de terminado o campeonato, seguiu-se uma sessão insana de free surf até o sol desaparecer. Nessa noite, enquanto Jervis provavelmente revia os seus clips de S. Miguel, e Nicolau Von Rupp desfazia as malas e pensava como estariam os fundos da Praia Grande ao mesmo tempo que se questionava se na Ericeira não iria estar melhor, os ares em S.Miguel mudavam... O vento norte fazia-se ouvir demasiado e a chuva regressava com força. O dia acordou da mesma forma que tinha terminado, e consequentemente os perfeitos picos dos Areais de Santa Bárbara não eram mais do que um caldeirão de corrente e onshore! Um dia depois regressava ao continente, desta vez enlatado num daqueles aviões mínimos onde temos de ter cuidado para não mexer o dedo do pé para não pisar o vizinho. Não havia lugares vazios, e o única vazio que sentia era por ter chegado ao fim uma das melhores surftrips (com carisma competitivo). Nicolau Von Rupp, Filipe Jervis, os dois grandes “Joãos”, Frederico Morais e Carlos Pinto foram os principais responsáveis de 12 dias incríveis! Obrigado pela companhia e pelos inesquecíveis momentos (desde a famosa “perseguição” ao “zabela” até ao famoso perfume local e passando pela incrível história do Nicolau que envolve cocó... eheheh).

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Rubez Gonzalez, Praia Grande | photo by carlospintophoto.com











Filipe Jervis, Praia Grande | photo by carlospintophoto.com



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texto by João Rei

||||||||||||||||||||||||||||||||| Dá-nos uma breve introdução à tua pessoa como artista. Quando e como começaste, o que tens feito e o que te define, te diferencia e te relaciona com a arte. Sou um tipo bastante criativo, comunicativo e gráfico. Adoro misturar técnicas, tanto no surf como na arte. Sou o chamado homem dos sete ofícios: sou ourives (prateiro, cinzelador e joalheiro), já pintei pranchas para a Semente, Kauai surfboards e Dxs, entre outras, já fiz troféus para os nacionais e mundiais de surf, e até criei e pintei as primeiras t-shirts da Ericeira Surf Shop. Também gosto de pintar quadros, aguarelas e utilizar outros formatos. Trabalhei muitos anos como vendedor de várias marcas do mercado do surf (Nixon, Billabong, Dakine, Xcel, etc.). Além disso, trabalho como freelancer na indústria da produção de filmes publicitários, onde faço produção, realização, mockup art e mais umas coisinhas... Comecei desde muito cedo a ter um especial gosto pelo desenho e, desde aí, sempre gostei de experimentar novos materiais e fui parar à Escola de Artes António Arroio, onde acabei por tirar o curso de ourives e artes do fogo, um pouco por acaso. Depois fui para o norte, para Gondomar, para um centro de formação da área (CINDOR), onde aprofundei ainda mais esta área. Nessa altura, o Paulo Martins da Despomar pediu-me para fazer um troféu para o primeiro Pro Júnior que o Saca ganhou e, a partir daí, foi sempre a aviar. Quais os projectos que tens estado envolvido ultimamente? Os últimos projectos em que estive envolvido foram a elaboração de um troféu para o EDP Surf Pro Estoril, em que elaborei e executei uma coroa em latão e prata para coroar a vencedora do evento e, em simultâneo, criei uma onda feita de metal e garrafas de plástico que me foram sendo entregues pelo público do próprio campeonato e que resultou muito bem já que, ao mesmo tempo que ia construindo a onda, as pessoas iam limpando a praia. Foi uma experiência muito gratificante! A malta participou activamente neste projecto: não só contribuiu para a construção da onda entregando garrafas, como disse, como também fez fila para tirar fotografias encenando todo o tipo de manobras dentro do tubo. Terminado o campeonato, a onda foi para o WT de Peniche, o Rip Curl Pro, e, de seguida, foi oferecida pela EDP à Câmara Municipal de Peniche, encontrando-se actualmente no Centro de Alto Rendimento de Peniche. Quais os teus materiais e/ou temas preferidos? Tenho uma preferência especial pela prata, pelos metais não ferrosos e por materiais reciclados, que tenho vindo a utilizar cada vez mais nas minhas criações. O gosto e predisposição pela reutilização está também relacionado com o facto de, actualmente, fazer parte do núcleo da Surfrider Foundation da Ericeira, criado recentemente. Este núcleo pretende organizar limpezas de praia, das quais resultarão esculturas criadas com o material recolhido pelos voluntários. Neste momento, estou também a preparar uma exposição com um “mix” de técnicas e materiais que está intimamente relacionado com o mar e com o surf. Os temas mais recorrentes na minha obra artística são o mar e as ondas, pois são eles que servem de escape ao stress do dia a dia, e é neles que encontro a paz. Que relação encontras entre o surf e a arte? É a arte que influencia o teu surf ou o surf que inspira a tua arte? O surf e a arte, na minha opinião, têm muitos pontos em comum. Isto é, se não estiveres inspirado, tanto para o surf como para a arte, a coisa não se dá. Além disso, o surfista desenha linhas na onda e cada um tem o seu estilo particular, tal como acontece com os artistas. Podes pedir a dois ou mais artistas para representarem o mesmo objecto e o resultado é sempre diverso. E, muitas vezes, é totalmente diferente, à excepção das semelhanças ao assunto que foi objecto da representação artística. Outra coisa que adoro, tanto no surf como na arte, é experimentar ferramentas diferentes daquelas a que estou habituado, sejam elas pranchas ou pincéis... Em relação à segunda parte da pergunta, penso que o surf influencia a arte, tal como a arte influencia o surf. É uma espécie de simbiose. Vou beber inspiração ao surf e ao mar quando estou a criar e, quando estou dentro de água, olho para as ondas e para a paisagem que me rodeia com um olhar artístico, para depois reproduzir esse feeling quando faço as minhas cenas. JR idade: 39 local: Ericeira patrocinios/apoios: não tenho patrocínios nem apoios. No entanto, são bem-vindos. website/portfolio: www.facebook.com/goncalo.osorio | http://goartefactos.deviantart.com

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Billabong SGX 4/3mm | 294.20 € Rip Curl Flashbomb Plus 4/3mm | 430.00 € Estamos a falar daquele que é o topo de gama da Rip Curl! Estamos a falar daquele que é o fato mais rápido do mundo a secar. Estamos a falar de alto conforto e elasticidade (ou não fosse o seu neoprene o E3). É o fato mais caro dos que aqui apresentamos, é verdade, mas é um topo de gama e um fato que te permitirá surfar o dia inteiro nos mais gelados dias do nosso Inverno (agora imagina nos outros dias... calor para dar e vender).

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Fabricado no avançado material japonês Airlite Superflex, o SGX da Billabong é um fato quente, flexível e muito confortável. Com fecho no peito, e selado com neoprene líquido exterior e interiormente, é sem dúvida um fato a teres em conta para este Inverno. www.billabongwetsuits.com

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Exclusivamente à venda nas lojas Decathlon, este modelo da Tribord é Ultra maleável e as suas costuras são cosidas e coladas, e, externamente, vedadas com silicone. O seu design foi pensado para uma liberdade total de movimentos. É também o fato mais barato dos que aqui apresentamos!

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