A LUTA PELO DIREITO À CIDADE NA AMAZÔNIA

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O DIREITO À CIDADE E O BEM VIVER NA AMAZÔNIA Yuri Santana Rodriues1 Ana Beatriz Oliveira Reis2 Muita gente me ajudou chegar aqui Foi aos trancos e barrancos que eu consegui Minha família, meus amigos, minha fé A vocês devo tudo Gratidão – Xande de Pilares

INTRODUÇÃO Por meio da compreensão do direito à cidade criada por Henri Lefebvre e pensada, na atualidade, por David Harvey, é possível perceber que essa expressão se constrói a partir da luta de diversos sujeitos políticos no meio urbano. Para Henri Lefebvre (2001) o direito à cidade se expressa na reinvindicação de uma outra sociabilidade contrária à do capital bem como na sua dimensão utópica, onde reside a possibilidade de construir um outro espaço. Na perspectiva das discussões de David Harvey, esse direito é muito mais que o direito ao acesso individual ou de um grupo que a cidade incorpora, e demostra que é um direito coletivo de mudar e reinventar a cidade de acordo com os nossos desejos (HARVEY, 2012). Nesse sentido, a expressão do direito à cidade surge em outras regiões do Brasil concebido a partir do meio urbano, abrangendo direitos como o direito à moradia, o direito a mobilidade urbana, ou simplesmente o direito de ir e vir (REIS, 2016). Por outro lado, aqui na Amazônia muitos movimentos se engajam na luta pelo direito à cidade, mesmo sem ter uma identificação imediata com 1  Graduando em Gestão Pública e Desenvolvimento Regional pela Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). 2  Professora de Direito do Programa de Ciências Econômicas e Desenvolvimento Regional da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). A LUTA PELO DIREITO À CIDADE NA AMAZÔNIA | 15


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