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Marcos Silveira Bernades
Marcos Silveira Bernades Professor de Produção Vegetal da Esalq-USP Ideótipo de cana: romantismo, idealização ou tomada de rumo
É unanimidade que a cana-deaçúcar deve elevar o patamar de pro- dutividade no campo e na indústria, apesar do setor já ter um histórico de contínua e positiva melhoria. A quan- tidade de cana que é colhida no campo e o seu conteúdo de açúcar aumenta, pelo menos, em 1% ao ano. A efici- ência de transformação na indústria também tem crescido continuamen- te e vez ou outra dá um salto, como no caso da capacidade de cogeração. Entretanto, o estoque de novidades está terminando. Atualmente, a gera- ção de conhecimento pela pesquisa e a inovação tecnológica são os princi- pais limitantes, uma vez que o país não investiu o suficiente nas últimas duas décadas. Fomos especialmente mesquinhos na alocação de recursos para pesquisar a planta de cana e seu funcionamento. Para cobrir essa lacuna, necessita-se de grande alo- cação de recursos, combinada com aplicação eficaz e retornos rápidos.
Assim, em termos práticos, res- tam as dúvidas: Qual o objetivo a ser almejado? Quais os caminhos a seguir? Nesse contexto, insere-se o uso de modelos matemáticos de simulação, que têm sido usados pela humanidade para, antes de tudo, gerar objetivos idealizados e pesquisar formas de atingi-lo. Eles permitem que o processo cíclico de “tentativa - erro - adequação - nova tentativa...”, inerente à pesquisa, ocorra com maior eficácia. O primeiro passo é descrevermos o ideótipo de cana. Esse termo, proposto por Donald, na década de
60, em analogia aos termos genótipo e fenótipo, descreve o modelo biológico idealiza- do, que age e comporta-se de forma previsível num dado ambiente, do qual se espe- ra que resista aos estresses bióticos e abióticos e tenha máxima produtividade, tanto em quantidade, quanto em qualidade. A cana ideal. Sabemos, pelo menos grosseiramente, que a cana-planta, em condições brasileiras, com irri- gação suplementar, tem que produ- zir algo entre 350 e 420 toneladas de colmos industrializáveis por hectare, com 160 kg de sacarose por tonelada, com ciclo de 12 a 22 meses.
Para chegarmos ao ideótipo da cana, quais os processos fisiológicos atualmente mais limitantes? Também parece unanimidade que pouco se es- tudou quanto à eficiência da intercep- tação, absorção e assimilação da ra- diação luminosa, refletindo em mais fotossíntese e produtividade. Por outro lado, vários estudos mostram pequena correlação entre o aumento da fotossíntese e a produtividade das culturas. Por quê?
Vários pesquisadores, atualmente, tentam buscar maior eficiência do aproveitamento da luz, criando variedades de cana com folhas mais eretas, baseadas em estudos teóricos e práticos com outras culturas. As folhas eretas permitem boa distribuição de luz por toda a copa das plantas, mesmo com grande área foliar. Para a cana, isso funciona dentro de condições específicas. Para uma grande área foliar, expressa como Índice de Área Foliar - IAF, de 6,5, na parte da frente no gráfico, feito através de modelo matemático clássico, verifica-se que a fração de luz perdida com folhas eretas, em comparação com folhas planas, fica na faixa de 0,1, com pequena mudança, mantendo-se a vantagem de excelente distribuição de luz pela copa das folhas eretas. Entretanto, quando a cana reduz sua área foliar, reação natural diante de estresse hídrico, outro tema de grande relevância na cultura, a fração de luz perdida com folhas eretas fica na faixa de 0,5 e é muito maior do que a de folhas planas, na faixa de 0,1 (ver parte do fundo do gráfico). Essa perda de luz pelas folhas eretas
é superior ao que pode ser compensado com sua boa distribuição de luz na copa, reduzindo, assim, a fotossíntese. Já no extremo, em condições de estresse hídrico muito acentuado, a reação da cana é de enrolar as folhas para minimizar interceptação de luz, uma vez que essa última é um dos principais fatores para perda de água. Nessa situação, a própria cana mostra-nos que a estratégia de folhas eretas pode atenuar os efeitos do estresse hídrico acentuado, ao contrário do que acontece com estresses intermediários.
Disso, podemos inferir duas proposições. Primeiro, que os modelos matemáticos e teóricos são úteis para traçar cenários, identificar temas de pesquisa, gerar hipóteses, avaliar cenários de difícil replicação ou de custo experimental empírico elevado, para direcionar prioridades, mas não suprimem as pesquisas aplicadas e envolvem análise conjunta de dados, no longo prazo. Segundo, que a busca por soluções agronômicas em fatores individuais e isolados, como em muitos casos da transformação genética da planta, com manipulação de poucos genes, pode resultar em absoluto fracasso, como já foi a busca por resistência às doenças, com base em caráter de controle oligo ou monogênico.
A busca do ideótipo de cana-deaçúcar numa visão estratégica apregoa a integração de pesquisa e tecnologia nas diferentes áreas de conhecimento, estimuladas igualmente, sempre avaliadas e testadas, em condições de campo. Se gasta muito dinheiro, porém, não há outra forma de evoluir. Os Estados Unidos da América investem mais em pesquisa para viabilizar a produção de etanol de celulose de ma- deiras retiradas de árvores nunca antes exploradas comercialmente, do que o Brasil com a cultura da cana, sendo o maior produtor do mundo e com 500 anos de história.
A SEW–EURODRIVE, empresa familiar de origem alemã e pioneira na aplicação de redutores planetários em moendas no Brasil, oferece soluções em acionamentos para todas as aplicações da usina, da recepção e preparo da cana-de-açúcar à expedição, passando pela moagem.
A partir deste ano, os redutores planetários e de grande porte da SEW-EURODRIVE já tem fabricação nacional. Para ampliar a capacidade de produção, uma nova fábrica em Indaiatuba (SP) está sendo construída, num terreno de 300 mil m². A 1º fase da construção entrará em funcionamento no 1º trimestre de 2009 e atenderá à crescente demanda do setor de açúcar e álcool. A SEW ainda conta com uma equipe técnica especializada, formada por 400 profissionais, que abrange todo o território nacional e é responsável pelo atendimento, consultoria pré e pósvenda, acompanhamento e start up dos equipamentos. Estes produtos já se encontram homologados junto ao BNDES para possibilitar aos clientes a efetuação de processo FINAME.
Atualmente, a SEW-EURODRIVE tem mais de 400 redutores planetários vendidos para aplicação em moendas no Brasil e no exterior e só no ano passado (período de março de 2007 a fevereiro de 2008) atingiu crescimento de 28% em vendas em comparação ao período anterior (março de 2006 a fevereiro de 2007). Segundo Alexandre Reis, diretor de Marketing e Vendas da SEW-EU- RODRIVE, o retorno das usinas é extremamente positivo, tanto que a utilização dos equipamentos se tornou uma tendência, que cresce a cada safra. “A SEW, como pioneira no uso de planetários para moendas, é a em- presa com maior experiência no assunto. Estamos acompanhando o funcionamento de planetários SEW em moendas que entrarão na oitava safra em 2008 e somos o único fabricante de redutores que possui este histórico. Os planetários que hoje disponibilizamos ao setor sucroalcooleiro são continuamente desenvolvidos e aperfeiçoados para esta finalidade específica com base na experiência que estamos acumulando nesta aplicação”, destaca o executivo.
Além da utilização dos redutores industriais SEW em ternos de moenda, os produtos podem ser empregados nas correias transportadoras, descarregadores/guinchos tipo hyllo, mesas alimentadoras, esteiras de cana, esteiras para distribuição de bagaço, cristalizadores e difusores.
As operações brasileiras estão centralizadas em Guarulhos, em uma área de 175 mil m², onde, além da fábrica e da montadora, a empresa mantém o SEW-SERVICE, complexo de atendimento 24 horas que oferece serviços de manutenção integrados e consultoria técnica pré e pós-venda. A Empresa conta ainda com a montadora de Joinville/SC e de Rio Claro/SP, 13 filiais regionais de vendas, 12 centros de serviços e uma rede de representantes que cobre todo o país. No total, a subsidiária brasileira emprega cerca de mil funcionários.
Lançamentos – Redutor Planetá- rio série XP e linha de redutores de grande porte série X.
A utilização de redutores planetá- rios - Série XP (uma evolução da Sé- rie Q, lançada na década de 90) - para o acionamento elétrico de ternos de moendas já é tendência no setor sucroalcooleiro.
O acionamento individual dos rolos do terno, possível com este tipo de redutor, permite experiências com parâmetros de extração que não podem ser realizadas com os acionamentos convencionais, permite ainda entrada do setor em projetos de cogeração de energia elétrica, passando por repotenciamento de moendas para atingir maior produtividade sem a substituição dos redutores originais a custos competitivos. O equi- pamento possui como principais características: alto torque de saída de até 3000 kNm, monta- gem com pés ou braço de torque, eixo de baixa rotação oco ou sólido, flange para motor ou eixo cardan, sistema de lubrificação forçada.
O maior diferencial da Série XP é a utilização de quatro engrenagens satélites no último trem planetário, permitindo melhor distribuição do torque ao eixo de baixa rotação e melhor absorção de eventuais choques provenientes dos rolos da moenda, sem comprometimento dos demais componentes do redutor; além de proporcionar redutores de menor massa e menores dimensões físicas. Os eixos e engrenagens e carcaças são produzidos em ligas de aço especiais.
Outro lançamento da SEW é a nova linha de redutores industriais Série X. A novidade apresenta graduações finas de torque, de 58 até 175 kNm. O grande número de acessórios prédefinidos oferece alto nível de flexibilidade para a aplicação específica, com um mínimo de componentes. A ampla faixa de reduções para redu- tores de engrenagens helicoidais e de engrenagens cônicas - de 6 – 400 - demonstra que a Série X é a mais completa e abrangente.
Pode ainda ser aplicada em diferentes posições de montagem com eixo oco ou maciço. A segurança operacional e a facilidade de manutenção também foram levadas em conta, especialmente no projeto da carcaça robusta, baixo nível de ruído e sistemas de refrigeração. A SEW- -EURODRIVE possibilita ainda customizar o redutor industrial Série X especificamente para aplicação do cliente.