produtores
Opiniões
2g: podemos triplicar a
produtividade por hectare vimos a produtividade de etanol por hectare passar de 3.500 litros na década de 1970 para 8.000 litros nesta década, agora podemos vê-la saltar para 20.000 litros de imediato, podendo chegar a 30.000 litros ou mais até o final da próxima década "
José Bressiani
Diretor de Tecnologia Agrícola da GranBio
O setor de combustíveis líquidos no Brasil experimentou mudanças significativas na última década. O aumento da frota de veículos leves ocasionou crescimento significativo do consumo de combustíveis, cujo atendimento, até 2008-2009, foi feito majoritariamente por meio do aumento da produção interna de etanol. Entretanto, a redução da competitividade do produto resultou em estagnação do investimento em novas usinas. Nesse cenário, a frota crescente de veículos passou a consumir mais gasolina, o que implicou o incremento do volume de importações, haja vista a capacidade limitada de refino no Brasil. Ademais, como as novas refinarias em construção no Brasil concentram-se mais na produção de diesel e de outros derivados de maior valor agregado, a manutenção do atual patamar de venda de veículos leves implicará a importação de volumes crescentes de gasolina. Desse modo, é indispensável a busca por novas formas de resgatar a atratividade econômica do etanol, cuja competitividade se reduziu nos últimos anos, entre outros motivos, pelo amadurecimento de seu atual paradigma tecnológico, tanto agrícola quanto industrial. O etanol de segunda geração, também conhecido como etanol celulósico ou etanol 2G, certamente será o responsável por resgatar a competitividade do etanol brasileiro, trazendo novamente o País ao patamar de liderança global.
O combustível é produzido a partir de material lignocelulósico proveniente da biomassa, mais especificamente a celulose e a hemicelulose. Diversas fontes lignocelulósicas vêm sendo estudadas para a produção de E2G, como palha de milho, de trigo e de arroz, resíduos de cana-de-açúcar, bagaço de sorgo sacarino, gramíneas, resíduos florestais. No Brasil, pelo fato de ser a matéria-prima predominante na produção de E1G, a cana-de-açúcar tem sido o foco dos principais projetos para a produção de E2G. No ano de 2011, com o lançamento pelo Bndes e Finep do Paiss, foi fomentada a construção de três plantas de E2G no Brasil, das quais duas entraram em comissionamento no segundo semestre de 2014, sendo uma delas da Granbio. O Bndes juntamente com o Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE) realizaram, com base em premissas discutidas com diversas empresas e especialistas, simulações sobre o potencial de melhoria de eficiência do E2G em diferentes cenários tecnológicos. O diagnóstico concluiu que, em razão de avanços nas etapas de produção e conversão de biomassa e da redução no custo de enzimas e equipamentos, o E2G pode ser mais competitivo que o etanol convencional e próximo do patamar de preço de barril de petróleo a US$ 44.00.
7