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Opiniões
precisamos ser protagonistas na
nova onda mundial O futuro do setor está nas mãos do próprio setor. O discurso não pode continuar difuso, reflexo dos diversos interesses presentes no segmento; precisa convergir para um caminho comum, aproveitar um governo, que é curto, mas que quer dialogar e deixar sua marca na história brasileira. "
Mário Campos Filho Presidente da SIAMIG
O objetivo de qualquer país é a busca do desenvolvimento econômico e social, com geração de emprego, renda e oportunidades para sua população. Seja de ideologias de esquerda ou de direita, ou até em países com regimes autoritários, esse tema sempre está presente nos discursos de seus líderes. Depois de anos de discussão, os líderes mundiais chegaram também à conclusão de que o mundo precisava se unir na preocupação com a qualidade de vida das próximas gerações e assinaram, em dezembro de 2015, o acordo climático de Paris, que entrará em vigor quase um ano depois, com o apoio das grandes potências econômicas mundiais. Assim, os discursos dos líderes ao redor do mundo incorporaram as ideias de sustentabilidade e todos debaterão formas de lidar com as mudanças climáticas e como o mundo será deixado para as próximas gerações. Essa nova forma de pensar, agora institucionalizada, chega num momento de grande transformação dos negócios, com a consolidação da era do conhecimento, onde a inovação virou regra e não uma opção para qualquer segmento econômico que pretende crescer. O aparecimento de tecnologias e de negócios disruptivos tem balançado as estruturas de segmentos econômicos já consolidados e mudando a forma de gestão ao redor do mundo. O mundo vive o tempo do empoderamento do consumidor, que, cada vez mais, tem moldado os rumos dos segmentos econômicos.
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Os consumidores querem saber o que compõe os alimentos que estão comendo, de onde vêm as roupas que estão vestindo e como todos os bens são produzidos, principalmente como são as relações sociais dentro de cada cadeia econômica e de onde vêm e como são produzidos os insumos. O Brasil tem um grande potencial de ser protagonista nessa nova onda mundial, principalmente porque temos inúmeras possibilidades de produção de energia limpa, setores produtivos já estruturados, além de um grande mercado consumidor de mais de 200 milhões de habitantes. Para que isso possa ocorrer, o País precisa de planejamento e gestão, transformar as ações essenciais para nosso futuro de política de governo em política de Estado, assim estaremos pensando nas novas gerações e caminhando de forma sustentável. O Brasil precisa modificar sua cultura do adiamento, o que gera grandes dificuldades de cumprimentos de metas, o famoso “jeitinho” brasileiro. Nos países desenvolvidos, quando uma meta é estabelecida, em geral, os segmentos econômicos procuram se antecipar; no Brasil, infelizmente, deixa-se tudo para a última ; hora e ainda se trabalha para um adiamento.