editorial editorial
Opiniões
sustentável
para quem
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Não basta seguir à risca a legislação ambiental para ser sustentável. Ser ecoeficiente nos meios de produção atenua impactos, mas não resolve a questão. A obtenção de selos e certificações confirma o compromisso de fazer o melhor possível, mas fazer o melhor possível nem sempre é o suficiente. É dura a constatação de que a sustentabilidade – entendida como conceito central de um modelo econômico, político, social, cultural e ambiental equilibrado, que satisfaça às necessidades das gerações atuais, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer suas próprias necessidades – ainda é uma utopia. Estamos à procura de um novo modelo econômico que assegure ao mesmo tempo a produção de riqueza bem como a geração de emprego e renda, uma alternativa ao sistema hegemônico no mundo, descrito há quase 18 anos no relatório final da Rio-92 como um modelo de desenvolvimento "ecologicamente predatório, socialmente perverso e politicamente injusto". Mas, enquanto as ciências econômicas não perceberem o óbvio – os limites estabelecidos pela capacidade de suporte do planeta e os riscos inerentes ao colapso dos ecossistemas, amplamente denunciados pelas comunidades científica e acadêmica –, continuaremos privilegiando o
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crescer por crescer é a filosofia da célula cancerosa "