Opiniões
o valor das
externalidades
Negócios florestais são excelentes exemplos para tratar da forma como empreendimentos devem ser geridos nessa evidente mudança de paradigma em que vivemos hoje. Foi-se o tempo em que se discutia a pertinência da inclusão de elementos socioambientais na gestão de operações. É evidente que impactos ambientais, como danos aos recursos hídricos, à biodiversidade e aos ecossistemas de alto valor de conservação, emissão de poluentes, disposição de resíduos, degradação do solo, têm que ser levados em conta nas decisões estratégicas e operacionais. Felizmente, da mesma forma, não há a menor possibilidade de incorporação de práticas como trabalho em condições degradantes, contratações informais e cerceamento da liberdade de organização. Segurança no trabalho e relacionamento com as populações que vivem no entorno das operações são requisitos mínimos para qualquer empreendimento, rural ou urbano.
Desenvolveu um dos primeiros e, hoje, o mais reconhecido e bem-sucedido sistema de certificação independente do planeta, o selo FSC – Forest Stewardship Council. Embora ainda objeto de saudáveis discussões e controvérsias, além de ser demandante de desenvolvimentos complementares, a certificação florestal trouxe para o mundo empresarial o exercício da governança multistakeholder. Um conceito extremamente simples: é preciso ouvir a sociedade e considerar as demandas das partes afetadas, para a definição das práticas operacionais, administrativas e comerciais. A certificação coevoluiu com o evidente aumento do poder da sociedade civil na definição do que é aceito como efeitos primários e secundários da atividade produtiva. Instrumentalizou, por meio de princípios, standards e sistemas de auditorias independentes, como as empresas devem operar. Não só lida com “o quê”, mas
Um país que conta com imensas áreas subutilizadas como o nosso, com as condições de clima, relevo e solo, pode, como nenhum outro, surfar nas oportunidades de novos modelos de negócio que integrem florestas à pecuária, agricultura, mineração, turismo e outras atividades. " Roberto Silva Waack CEO da Amata
A gestão dessas práticas é fator de diferenciação empresarial. A forma como as empresas lidam com esses assuntos é um elemento competitivo central. Ou seja, o tempo “do que deve ou não ser feito” passou. Vivemos o momento do “como incorporar essas práticas no dia a dia”. O setor florestal foi um dos primeiros a lidar com esses elementos de forma concreta.
25