consultores e especialistas
projetos
de investimento florestal
A busca de alternativas de suprimento de madeira para a grande cadeia das indústrias de papel e celulose, chapas de fibras e carvão já vem ocorrendo no Brasil desde os anos de 1980. Iniciativas como projetos de extensão e de fomento florestal foram alternativas de desenvolver a cultura de plantios de árvores no meio rural, desenvolver um pulmão extra para momentos de crises ou expansões, criar uma alternativa de suprimento de madeira que fosse eficiente financeiramente e reduzir o aumento do ativo em terras. Essas iniciativas serviram como uma estratégia de se criar um mercado de produtores individuais de madeira. Até então, todas as formas de desenvolvimento estavam lastreadas pela transferência de tecnologia das grandes cadeias de produção industrial. Num certo momento, as empresas abertas começaram a ser questionadas pelos analistas financeiros pelo aumento do custo caixa da madeira, em função do aumento da compra da madeira de terceiros e fomentados.
Houve uma interrogação em razão da visão contábil versus a visão estratégica e financeira. Muitas instituições colocaram em dúvida a eficiência do modelo de ter programas de fomento no formato que era desenvolvido e até mesmo da eficácia da criação do mercado de madeira nas suas regiões de atuação. A partir do meio da primeira década deste século, começaram a discutir e a ser criadas empresas investidoras e gestoras de ativos florestais, trazendo para o Brasil o que já era comum em países do hemisfério norte, como Estados Unidos, por exemplo. Nas grandes corporações, existia a dúvida de se usar essa nova alternativa dentro de sua cadeia de abastecimento, em função da preocupação estratégica de garantia de suprimento; da pressão do mercado financeiro em função do aumento do custo caixa; da dificuldade de se criar contratos de compra e venda de madeira no longo prazo, dentre outras dúvidas. Mesmo assim, alguns investidores com capital internacional se lançaram à compra de ativos e à criação de novos gestores florestais, que não são os fazendeiros e empresários florestais criados pelos programas de fomento florestal. Criava-se uma nova classe de empresas florestais.
Investimentos florestais concorrem com outros investimentos, e esses investidores, na maioria das vezes, não terão nenhuma relação com a indústria, ou seja, estão procurando retorno e não viabilizar uma nova fábrica. " Marcelo Santos Ambrogi Diretor de Operações Florestais da Weyerhaeuser Solutions do Brasil
No paralelo, a crise financeira ocorrida no período de 2008 a 2011 incorreu em problemas de credibilidade na relação empresas e fomentados, com uma nova revisão estratégica nas empresas e um retrocesso no ânimo do produtor florestal em relação a essa alternativa de diversificação da produção rural. Houve, nos últimos anos, realmente, um grande número de empresas criadas e desenvolvidas para a realização de investimentos e para o gerenciamento florestal, e, com certeza, pela lei do mercado e da eficiência, ainda haverá uma seleção nas existentes, e haverá novos entrantes, mais preparados para o momento atual.
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