material de plantio
Opiniões
planejamento do
material de plantio
Um dos principais fatores envolvidos no planejamento e na escolha dos materiais genéticos para plantios florestais é a utilização que se quer dar à plantação, ou seja, que tipo de indústria vai consumir a madeira produzida. Há espécies e clones, cujas características da madeira são mais aptas a certos tipos de produtos. Pode haver antagonismo quanto às propriedades valorizadas para usos distintos, como madeira para celulose e carvão vegetal. Para a fabricação de celulose, há uma faixa específica de densidade, normalmente mais baixa do que seria ideal para a fabricação de carvão e para a produção de energia de biomassa. Da mesma forma, altos teores de lignina são valorizados na produção de energia de biomassa e na fabricação de carvão vegetal, mas podem ser indesejáveis na fabricação de celulose. Na produção de madeira serrada, dependendo do tipo de segmento de mercado que vai ser atendido (móveis, pisos, móveis para exteriores, etc.), pode não haver antagonismo com a produção de celulose, carvão e madeira para energia, ou seja, a madeira adequada a essas utilizações pode, ao mesmo tempo, ser adequada para serraria. Dessa forma, se nota que a adequação da matéria-prima florestal aos distintos usos deve ser olhada com cuidado para não se desvalorizar sua qualidade perante os mercados consumidores. A utilização da madeira, com qualidade, deve ter em consideração suas características exigidas para cada uso final. O ambiente de plantio é outro fator importante no planejamento e na escolha dos materiais genéticos para os plantios florestais. É no ambiente de plantio que se vão evidenciar os fatores que podem impulsionar a produtividade e os que podem funcionar como fatores redutores.
Embora uma grande área plantada possa ser indicativa do bom crescimento, qualidade da madeira e adaptação, a base genética reduzida é um risco que pode, a qualquer momento, acionar o gatilho de algum problema biótico. "
Teotônio Francisco de Assis Diretor da Assistech
Há que se levar em conta as características regionais no tocante ao clima, aos fatores bióticos e abióticos predominantes e o que o manejo pode contribuir para atenuar certas situações de campo. Nesse sentido, é importante saber quais fatores podem comprometer o desempenho dos distintos materiais genéticos, para que a escolha seja a mais adequada possível. O ideal é estabelecer testes clonais para guiar essa escolha, mas nem sempre isso é possível para os pequenos e médios produtores. Nesses casos, é importante conhecer o comportamento dos distintos materiais genéticos disponíveis. O mais simples é verificar quais materiais genéticos se adaptam a esses ambientes, sobretudo para os produtores que não desenvolvem programas de melhoramento. Nesse caso, funciona bem copiar o que está dando certo. Para novos materiais, sem tradição no ambiente foco, comparações climáticas entre locais onde esses materiais já são plantados com sucesso e os ambientes das novas fronteiras florestais podem ser úteis na indicação dos materiais genéticos mais adequados aos novos locais de plantio. É importante salientar que a utilização de clones tem que ser muito bem planejada para não ocorrer problemas decorrentes da especificidade ambiental de alguns materiais genéticos. Em locais de expansão florestal, os governos estaduais deveriam estabelecer redes de testes clonais para orientar pequenos e médios produtores na escolha adequada do que plantar.