01 12 2014

Page 1

JANEIRO DE PARABÉNS O SEU JORNAL DE SEMPRE COMEMORA HOJE MAIS UM (146) ANIVERSÁRIO

Há 146 anos, sempre consigo. 1868

Continente - 0,60 € (iva incluido) – Ilhas - S. Miguel e Madeira - 0,75 € (iva incluido) – Porto Santo 0,80 € (iva incluido)

Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |

|

DIÁRIO NACIONAL

Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |

Ano CXLVII | N.º 01

Segunda-feira, 01 de dezembro de 2014

COSTA PEDE MAIORIA ABSOLUTA MAS NÃO DEIXA DE PISCAR OLHO À SUA ESQUERDA

MUDAR

POL!TICA S n O secretário-geral do PS encerrou o XX Congresso Nacional com apelos aos partidos à sua esquerda para que participem numa futura solução governativa, críticas duras ao Governo e um discurso que quis centrado “nas pessoas”. Dirigindo-se ao PCP e BE, António Costa avisou que não contem com os socialistas para se manterem numa posição de protesto e “não virem também trabalhar para a solução”, recusando que no “arco da governabilidade” apenas caibam PS, PSD e CDS-PP. O novo líder reiterou o objetivo de ter uma maioria absoluta e sublinhou que “não é possível ser alternativa às atuais políticas com quem quer prosseguir as atuais políticas”, dizendo que “não é um problema de nomes” dos protagonistas mas “um problema de políticas”...

CANELAS

População não desiste dos protestos e padre volta a sair sob escolta da GNR

SIDA

Hoje assinala-se o Dia Mundial e a luta continua

BLOCO

João Semedo deixa de ser coordenador mas diz que o partido “está mais unido”


2 | O Primeiro de Janeiro

local porto

Segunda-feira, 1 de Dezembro de 2014

Quarto domingo consecutivo em Canelas

Assembleia Municipal

Bairro do Aleixo em discussão

Padre sai escoltado pela GNR Pelo quarto domingo consecutivo, o novo padre de Canelas, Gaia, saiu da igreja escoltado pela GNR e sob protestos e assobios de centenas de pessoas que exigem o regresso do antigo sacerdote, destituído pela Diocese do Porto. Vestidas de preto e com t-shirts com a imagem do antigo pároco Roberto de Sousa, as pessoas concentradas à porta da igreja iam cantando e gritando “Roberto, o povo está contigo”, empunhando bandeiras negras onde se lia “A igreja passou a tribunal, só saem com escolta policial”, enquanto decorria a homília. A decisão de afastar o padre Roberto de Sousa da paróquia de Canelas foi tomada em finais de julho pela Diocese do Porto, tendo chegado a haver um recuo a meio de setembro, mas a determinação fi-

CANELAS. A população não desiste e voltou a manifestar-se junto da igreja, fazendo com que o padre tivesse de sair mais uma vez escoltado pela GNR cou concretizada no início de novembro. O novo sacerdote, Albino Reis, aproveitou a oração do “Pai-Nosso” para dizer “livrai-nos de toda a perturbação”, em vez de “livrai-nos de todo o mal”, numa alusão ao que acontecia no exterior. A terminar a Eucaristia, o sacerdote pediu aos católicos para se reunirem na próxima quinta-feira, no Salão Paroquial de Canelas, para se encontrarem novos ministros da comunhão, acólitos, leitores, cantores e catequistas, dado se terem demitido em protesto com a saída de Roberto de Sousa. “Há coisas paradas que não deviam estar, tal como a catequese”, disse. E acrescentou: “Obrigado por terem vindo”. Uma habitante de Canelas Maria Ferreira afirmou que o padre Albino Reis é uma “excelente pessoa”, classificando os protestos como “fanatismo e

doença”. Referindo “nada ter” contra o antigo padre, Maria Ferreira adiantou que “não foi isto” que ele ensinou aos paroquianos. Por seu lado, o responsável pelo movimento de apoio ao padre Roberto de Sousa “Uma Comunidade Reage!” frisou que “este é mais um domingo como outros que virão”. Ao longo de meses, o movimento organizou um cordão humano, uma vigília, uma marcha silenciosa e recolheu 5800 assinaturas para um abaixo-assinado para evitar a destituição do padre Roberto de Sousa. “Até termos uma explicação válida por parte da Diocese do Porto, continuaremos irredutíveis”, disse Miguel Rangel. O dirigente salientou já terem enviado uma carta para Roma e pedido um reunião com o Núncio Apostólico. O antigo

sacerdote de Canelas dirigiu uma carta ao bispo do Porto, ameaçando divulgar uma história de “comportamentos indevidos” imputados a um colega de outra diocese. Na sequência, o bispo do Porto revelou, num comunicado, que denunciou às autoridades um “caso grave de comportamento de um sacerdote”, fora desta diocese e ocorrido em 2003. A Arquidiocese de Braga assumiu que se trata de um padre de Fafe e que “por prudência pastoral” o suspendeu. Sobre este facto, Miguel Rangel disse que “ninguém sabe” se ele já havia denunciado a situação e que, “até prova em contrária”, acredita no padre Roberto de Sousa. O Conselho Presbiteral da Diocese do Porto manifestou, numa nota, “consternação” pelos protestos da população.hões de euros, menos 1,7 milhõ

‘Boom’ turístico no Porto é uma porta que se abre…

Oportunidade de emprego para licenciados Entre as caves do vinho, as dezenas de ‘hostels’ que apareceram no Porto e os novos ‘tours’ que vão surgindo, o ‘boom’ turístico da cidade tem servido de solução de curto prazo para muitos licenciados sem trabalho. “Durante um ano tentei arranjar algo na minha área, mas a resposta era sempre a mesma: não tinha no meu portefólio traduções reconhecidas por nenhuma entidade”, explicou Ana Sousa, formada em Línguas, Literaturas e Culturas. Foi este vazio de opções que, em março de 2013, um ano depois de ter terminado um mestrado em Estudos de Género, a levou a tentar a sorte nas caves Sandeman, como guia. “Aceitei por ter visto aí uma oportunidade de melhorar o inglês e o alemão”, explica, garantindo que todos os seus colegas, licenciados nas mais variadas áreas, viram ali um “escape”. Ainda assim, agora que não lhe renovaram contrato por ter terminado a épo-

ca alta, não esconde a frustração: “Andei quase 18 anos a estudar para arranjar um trabalho que não é, de todo, aquilo para que estudei. Sentia-me ainda pior por ser tão mal paga tendo tantas competências”, recorda, lamentando o facto de ganhar perto de 500 euros, apesar de trabalhar das 10 às 19 horas. O cenário estende-se aos ‘hostels’ que, ao longo da última década, se foram multiplicando na cidade ao mesmo ritmo que foi crescendo o número de turistas que fazem dela destino de eleição - em 2012 e 2014, o Porto venceu mesmo o prémio de Melhor Destino Europeu. Segundo os últimos dados, dos 10 ‘hostels’ da cidade com maior pontuação no Booking.com – uma página na Internet que permite reservar alojamento e na qual os utilizadores podem avaliar os locais onde ficaram hospedados –, oito contam com jovens trabalhadores licenciados em áreas que vão desde a arquitetura, ao design, pas-

sando por engenharia, marketing, nutrição, educação, sociologia ou multimédia. Para todos, o turismo vai servindo de “solução temporária”. É este o caso de Daniela Martins, licenciada em Ciência e Tecnologia do Ambiente que, para fugir ao desemprego, concilia um ‘part-time’ num ‘hostel’ com o trabalho numa empresa de ‘free walking tours’ - visitas turísticas gratuitas, que se baseiam num sistema de gorjetas. “Comecei a fazer tours um ano depois de me licenciar, quando vi que os currículos que enviava na minha área não mereciam qualquer resposta. Como estava à vontade no inglês e no espanhol, encarei isto como uma forma de ganhar algum dinheiro”, conta, garantindo que não quer “viver do turismo para o resto da vida”. O caso da Pancho Tours, a empresa para que Daniela trabalha, em funcionamento no Porto desde 2009, é paradigmático: em sete guias, seis têm formação

superior e destes apenas uma estudou turismo. Uma situação que merece críticas aos guias profissionais. “Fiz um curso de três anos, passei um verão inteiro a estudar para o exame e agora vêm estes meninos tirar-nos trabalho”, lamenta Joana Rocha Leite, guia profissional a tempo inteiro desde 1988, pedindo que algo “seja feito” para corrigir a situação. Apontando o dedo ao facto de estes “concorrentes” não pagarem impostos, a profissional de turismo não poupa críticas aos “jovens que agora acham que o turismo os pode salvar”: “Às vezes são eles que trabalham e nós ficamos em casa, sobretudo em época baixa.” De acordo com números da Associação de Turismo do Porto e Norte, a hotelaria do concelho registou, em 2013, perto de 2,5 milhões de dormidas, um número que representa um aumento de mais de 100% face aos valores de 2004 (pouco mais de um milhão de dormidas).

A Assembleia Municipal do Porto discute hoje a auditoria interna ao fundo imobiliário do Bairro do Aleixo, que para o PS mostra que a Câmara pode ter “potenciais prejuízos elevados” e que o PSD não é credível. A CDU admite propor o envio do documento para o Tribunal de Contas e para o Ministério Público, revelou o deputado Honório Novo. Segundo este responsável as recomendações da auditoria “são no sentido de se pôr uma pedra sobre o assunto e que aquilo tem salvação”, o que para a CDU, porém, não faz sentido. “Sustenta isso é chover no molhado”, reforçou Honório Novo, referindo que o documento encerra “um emaranhado de incertezas” e nada diz sobre “o futuro daquele escândalo e daquele imbróglio”. A auditoria foi pedida em abril pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, o qual argumentou que o fez depois de ser alertado que o fundo, constituído em 15 de novembro de 2010 pelo seu antecessor, Rui Rio, estava com problemas de liquidez. Mais de meio ano depois, o trabalho chegou ao fim e vai agora à Assembleia Municipal com a designação “Relatório final de auditoria interna para apuramento das condições de constituição e funcionamento do INVESURB - Fundo Especial de Investimento Imobiliário Fechado”. “O relatório não é credível porque emite juízos de valor”, considera o líder do PSD naquele órgão, Luís Artur. O social-democrata disse ainda que a auditoria “não tem matéria de graves irregularidades” e que, depois de a ler “duas vezes”, concluiu que a “montanha pariu um rato”, uma vez que não se diz o que fazer daqui para a frente. “Há três torres por demolir (duas já foram demolidas), há o realojamento das pessoas em condições dignas e é preciso cumprir o contrato”, apontou Luís Artur. “Só vejo uma solução para isto: a Câmara tem de trabalhar e encontrar novos investidores”, relançando assim o INVESURB, que “tem um prazo de dez anos”. O PS vai acertar hoje a sua posição sobre o assunto, na reunião da Comissão Política Concelhia, adiantou o deputado municipal Gustavo Pimenta, mas este eleito acrescentou que o relatório revela que “houve manifestas debilidades legais e procedimentais” no processo do Bairro do Aleixo. Gustavo Pimenta afirmou ainda que os problemas por si referidos são um foco de “potenciais prejuízos, que podem ser elevados”, para os cofres municipais. O mesmo socialista considera, contudo, que a honorabilidade de Rui Rio não está aqui em causa. “Politicamente sim, é um rude golpe na sua imagem de apregoado rigor” com as contas, considerou Gustavo Pimenta. O Bloco de Esquerda, que tal como a CDU, opôs-se desde sempre à operação imobiliário do Aleixo decidida pelo executivo anterior, sustenta também que a auditoria interna “deve ser enviada para o Ministério Público”. O fundo imobiliário do Aleixo prevê a demolição das cinco torres residenciais do bairro e a construção, no seu lugar, de um condomínio de luxo. Em troca da alienação dos terrenos respetivos, o município receberia unidades de participação do fundo, bem como imóveis próprios construídos ou reabilitados e/ou entrega de casas de cariz social. A autarquia lançou então um concurso público e a Gesfimo - Espírito Santos Irmãos, Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, apresentou a única proposta concorrente. O fundo tem “o Banco Espírito Santo como entidade depositária, desconhecendo-se se, atualmente, corresponde ao banco bom (Novo Banco) ou ao banco mau’ (BES)”, refere, nomeadamente, a auditoria interna.


Segunda-feira, 1 de Dezembro de 2014

regiões

O Primeiro de Janeiro |

Lousã pelo Ramal apresenta proposta alternativa para ativar o trajeto

57 milhões de euros para repor circulação Acompanhados pelas CPCJR dos Açores

3739 menores em risco

As Comissões de Proteção das Crianças e Jovens em Risco (CPCJR) nos Açores acompanharam em 2013 um total de 3739 menores, mais 135 do que em 2012, segundo o relatório anual, ontem tornado público. O relatório anual referente a 2013 revela que a comissão de Ponta Delgada, na maior ilha açoriana, São Miguel, teve 1.193 entradas, seguindo-se a Ribeira Grande (726), Angra do Heroísmo (419), Praia da Vitória (316) e Lagoa (242). Em 2013, de um total de 3.739 processos acompanhados, as CPCJR nos Açores arquivaram 1406, enquanto em 2012 tinham sido arquivados 1426. No ano passado, foram instaurados 1227 processos, dos quais 1180 foram novos, enquanto transitaram de anos anteriores 2148. A maior parte das situações comunicadas deveu-se a “exposição a comportamentos que possam comprometer o bem-estar e desenvolvimento da criança”, com 391 processos instaurados e 67 reabertos. Em 2013, as CPCJ nos Açores acompanharam mais rapazes do que raparigas. De acordo com o relatório, em 2013 prevaleceram as medidas de “apoio junto dos pais”, “apoio junto de outro familiar”, “confiança a pessoa idónea”, “apoio para autonomia de vida”, “acolhimento familiar”, surgindo em último lugar a opção por “acolhimento em instituição”.

Cinco anos após encerramento da linha, movimento que defende regresso do Ramal da Lousã apresenta projeto. O professor universitário Manuel Tão defende uma solução para repor a circulação no Ramal da Lousã, entre Serpins e Coimbra, passando por uma intervenção na ferrovia que poderá custará 57 milhões de euros. A proposta consta de um estudo que Manuel Tão vai apresentar hojr, às 21h00, na Lousã, num debate promovido pelo recém-criado movimento Lousã pelo Ramal para assinalar os cinco anos de encerramento desta linha. Neste parecer, o investigador da Universidade do Algarve preconiza “o abandono, no imediato (mas com possibilidade de retoma posterior), de componentes do projeto” do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), como o Parque de Material e Oficinas, em Ceira, e a Variante da Solum, em Coimbra. O SMM prevê, há mais de 20 anos, a instalação de uma rede de metro no centenário Ramal da Lousã e na cidade do Mondego. Por decisão do último Governo de José Sócrates, as obras do metro começaram em finais de 2009, em Serpins, concelho da Lousã, com o desmantelamento da linha, tendo os trabalhos sido suspensos pouco depois. O Governo, que avançou com o empreendimento sem recurso a fundos comunitários, alegou indisponibilidade financeira para concluir as empreitadas. Sem comparticipação da UE

Doutorado em Economia de Transportes pela Universidade de Leeds, no Reino Unido, Manuel Tão defende a reposição da mobilidade ferroviária, entre os concelhos da Lousã, Miranda do Corvo e Coimbra, através de uma solução que, em declarações à Lusa, considerou ser “a mais rápida e a mais barata”. Não incluindo uma eventual comparticipação comunitária a 80%, o investimento ascenderia a 57 milhões de euros, abrangendo eletrificação, sinali-

zação eletrónica, renovação integral da via e uma subestação de transmissão, além de obras nas estações com readaptação das gares. Há duas semanas, a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Ana Abrunhosa, defendeu a conclusão das obras no Ramal da Lousã com fundos europeus, o que, na sua opinião, poderá implicar uma solução tecnológica diferente da prevista no projeto do metro. O investimento que falta fazer ascende a 279 milhões de euros, mas Ana Abrunhosa advertiu que importa “redimensionar o projeto e colocar sobre a mesa várias soluções tecnológicas” para reduzir o investimento e os encargos com a manutenção. Como as populações do interior “não têm alternativa de mobilidade”, a conclusão das obras do ramal da Lousã “é uma questão de justiça social”, considera. Meio para milhares desde 1906

RAMAL DA LOUSÃ. Proposta para repor entre Serpins e Coimbra passa por intervenção na ferrovia de 57 milhões de euros

Paragem de 15 dias

Ascensor da Nazaré já está em funcionamento

O ascensor da Nazaré, que liga o centro da vila ao Sítio, e esteve quase duas semanas parado para uma intervenção de manutenção, voltou a funcionar ontem, um dia mais cedo do que o previsto. “Todos os testes de segurança necessários foram efetuados, pelo que o centenário ascensor regressa ao serviço para assegurar o transporte de passageiros já a partir do final

deste mês”, referiu um comunicado da autarquia. O funcionamento do ascensor da Nazaré, com 125 anos, estava suspenso desde o dia 17 de novembro. A suspensão temporária “acontece todos os anos, em períodos de menor afluência de utilizadores, para realização de obras de manutenção da linha e das carruagens”, explicou a Câmara. O ascensor da Nazaré funciona como meio privilegiado de transporte de habitantes locais e de turistas, chegando a transportar cerca de um milhão de pessoas por ano.

Em julho, o ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, já tinha assumido idêntica posição, na Lousã, alegando que a solução prevista na última versão do metro seria “um investimento incomportável para o País”. Manuel Tão recomenda, para o Ramal da Lousã, a “adoção de bitola 1668 mm larga, de tipo Ibérico, assente em travessa de dupla furação, permitindo rápida conversão para o padrão europeu 1435 mm” posteriormente. Propõe ainda “exploração temporária entre Coimbra-Parque e Serpins, com material circulante tipo unidade elétrica, idêntico à restante rede ferroviária eletrificada, até à sua substituição” por composições do tipo «Tram-Train» (com bitola 1668 mm, posteriormente convertível em 1435 mm). Estes comboios, segundo Manuel Tão, estão “aptos a circular tanto em ambiente urbano, como em todas as linhas da rede convencional” entre Coimbra e Figueira da Foz. Antes de encerrar, o ramal ferroviário da Lousã constituía, desde 1906, a principal ligação do interior do distrito a Coimbra e transportava diariamente mercadorias e milhares de pessoas. Com o início das obras do metro, os comboios deixaram de circular no ramal.


nacional

4 | O Primeiro de Janeiro

Segunda-feira, 1 de Dezembro de 2014

António Costa no encerramento do XX Congresso nacional do PS

“Não é um problema de nomes mas sim de políticas” O secretário-geral do PS encerrou o XX congresso do partido com apelos aos partidos à sua esquerda para que participem numa futura solução governativa, críticas duras ao Governo e um discurso que quis centrado “nas pessoas”. Dirigindo-se ao PCP e BE, António Costa avisou que não contem com os socialistas para se manterem numa posição de protesto e “não virem também trabalhar para a solução”, recusando que no “arco da governabilidade” apenas caibam PS, PSD e CDS-PP. No encerramento do congresso, o novo secretário-geral reiterou o objetivo de ter uma maioria absoluta e sublinhou que “não é possível ser alternativa às atuais políticas com quem quer prosseguir as atuais políticas”, dizendo que “não é um problema de nomes” dos protagonistas mas “um problema de políticas”. Sobre as presidenciais, Costa afirmou que os socialistas estão “totalmente disponíveis” para apoiar uma candidatura saída “das fileiras do PS, ou da área do PS”, que siga a linha das presidências de Mário Soares e Jorge Sampaio, que ouviram este discurso na primeira fila do encontro. António Costa dedicou

ANTÓNIO COSTA. O novo líder do PS pede maioria absoluta nas próximas eleições legislativas, dizendo que “não é um problema de nomes”, mas sim de “políticas” parte do seu discurso aos problemas económicos e sociais que diz afetarem a vida das pessoas, e destacou o drama da violência doméstica, a propósito do qual pediu silêncio ao congresso para que a atriz Maria do Céu Guerra lesse os nomes das 34 mulheres que foram mortas este ano. Depois da moção de estratégia de António Costa ter sido aprovada por unanimidade na madrugada de domingo, hoje a lista para a Comissão Nacional, órgão máximo do partido entre congressos e fruto de um acordo entre ‘costistas’ e ‘seguristas’, registou 87% de votos favoráveis. Apesar do acordo prévio, registaram-se entre os próprios ‘seguristas’ algumas divergências na elaboração das listas, que motivou pedidos de emenda de nomes já de madrugada, tendo sido recusados os

relativos à Comissão Nacional, por terem entrado fora de prazo. A Comissão Nacional reuniu-se logo depois de constituída para eleger os restantes órgãos de direção, com a Comissão Política e o Secretariado Nacional a recolherem mais de 90% dos votos favoráveis entre os membros deste órgão. No Secretariado, o ‘núcleo duro’ da direção, a renovação foi total e não deixou espaço nem a seguristas nem a históricos do partido: o vice-presidente Fernando Medina, o ex-secretário de Estado Luís Patrão e os deputados João Galamba e Sérgio Sousa Pinto são alguns dos nomes que passam a integrar este órgão. A lista única da Comissão Política Nacional foi encabeçada por Maria de Belém, que foi presidente do PS durante a liderança de António José Seguro, e

integra muitos dos mais relevantes dirigentes socialistas ao longo dos últimos anos. Neste órgão estão ex-ministros como Alberto Costa, António Vitorino, Augusto Santos Silva, Ferro Rodrigues (atual líder parlamentar), João Cravinho, Jorge Lacão, Pedro Silva Pereira e Vieira da Silva. Pela parte dos “seguristas” entraram o ex-líder da UGT João Proença, o expresidente da Câmara de Lisboa João Soares, Joaquim Raposo, o presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP), Manuel Machado, e membros da anterior direção como António Galamba, Miguel Laranjeiro e Eurico Brilhante Dias. Francisco Assis protagonizou a nota de dissonância do congresso, abandonando a reunião no sábado à noite sem discursar, apesar de ter sido inscrito logo na abertura dos trabalhos, e não integrando os órgãos nacionais por discordar da linha política da equipa dirigente. Em caso de o PS não conseguir maioria absoluta, Assis tem defendido que o partido poderá ter de fazer acordos pós-eleitorais com o PSD, uma tese rejeitada, no congresso, por destacadas figuras como o líder parlamentar Ferro Rodrigues e o candidato presidencial Manuel Alegre e que hoje encontrou eco nas palavras do secretário-geral. Do primeiro dia, destaque ainda para a ausência de referências, dentro da sala do congresso, à prisão preventiva do ex-primeiro-ministro José Sócrates, tal como tinha pedido António Costa, apesar de este ter sido um tema incontornável nos corredores e nas declarações à comunicação social de delegados, convidados e observadores. António Sampaio da Nóvoa, apontando como um potencial candidato a Belém em 2016, fez um dos discursos mais aplaudidos, onde disse “não querer nada” mas estar “disponível para tudo”.

Jerónimo de Sousa não fecha a porta ao PS...

“PCP está aberto a eventuais alianças” O secretário-geral do PCP respondeu em Alenquer ao líder dos socialistas, afirmando que o PCP “está aberto” para eventuais alianças com o PS se ganhar as eleições legislativas de 2015, desde que defina “claramente” as suas políticas. “Da nossa parte nunca houve problema em apoiar propostas que considerássemos positivas vindas do PS. Não temos esse preconceito. Estamos abertos ao diálogo, à convergência, mas definindo políticas e não tentar pensar formar um governo”, disse aos jornalistas Jerónimo de Sousa. Para o PCP, é fundamental que o PS não defina primeiro a sua posição em relação a algumas políticas. “Se o PS considera que é um condicionalismo incontornável ao nosso desenvolvimento o Tratado Orçamental, se é preciso ou não

revogá-lo para criar condições para esse desenvolvimento tendo em conta a ditadura do défice, sim ou não o direito aos salários e às pensões, em relação aos quais o PS tem de assumir uma posição clara em vez de remeter para a concertação social, se está disposto a parar este processo de privatizações, se sai ou não da posição híbrida em relação a uma nova política fiscal que taxe o grande capital e que permita às famílias e aos trabalhadores um novo alívio”, concretizou. A discursar para duas centenas e meia de militantes e simpatizantes, o líder comunista frisou que “não basta ao PS parecer, mas ser”, citando antes o provérbio da antiguidade clássica de que “à mulher de César não basta parecer, mas ser”. Para Jerónimo de Sousa, ao PS não basta

“mudar de líder e de caras nem proclamar posicionamentos de esquerda para branquear o passado e gerar expetativas de mudança se pretende manter as orientações que conduziram o país à crise e à situação de degradação atual”. O secretário-geral do PS, António Costa afirmou ontem que os socialistas não vão “ajudar” os partidos à sua esquerda a manterem-se no “protesto”, mas chamá-los para “a solução”, recusando totalmente um entendimento à direita, quaisquer que sejam os protagonistas. Em relação ao aparecimento da chamada Convenção para uma Candidatura Cidadão às Eleições Legislativas de 2015, cujo secretariado é composto por ex-bloquistas, o secretário-geral do PCP questionou “qual esquerda”, consideran-

do que “são pessoas que estão mais a pensar em juntar os trapinhos ao PS do que numa política de esquerda”. “É preciso que cada um diga o quer fazer ou propor e nesse sentido são movimentos de forças que tenderão a esvaziar porque falta um projeto de afirmação alternativa”, concretizou. O secretariado da Convenção, eleito no sábado, é composto por ex-bloquistas como Ana Drago e Daniel Oliveira, pelo antigo eurodeputado Rui Tavares e ainda nomes como Abílio Hernandez, Rui Feijó, Manuela Silva, André Barata, Paulo Fidalgo e Sofia Cordeiro. O secretariado foi eleito num encontro que reuniu em Lisboa o partido LIVRE e o movimento de cidadãos associado, incluindo Fórum Manifesto e Renovação Comunista.

João Semedo deixa de ser coordenador

Bloco de Esquerda “está mais unido”

O ex-coordenador do BE João Semedo disse ontem que o Bloco de Esquerda “está mais unido”, considerando a nova comissão permanente “uma solução sólida” para a direção e liderança do partido. “Durante a semana trabalhei com outros dirigentes do Bloco, das várias moções, para a construção deste modelo. Limamos muitas arestas, aproximamos posições, conseguimos inovar e renovar. Nunca esse trabalho tinha sido feito no Bloco. Está feito, vai funcionar, sei que a minha participação não é mais necessária para que ele funcione bem. Achei, achámos todos que podia deixar a coordenação e a direção política diária do Bloco. O Bloco está mais unido, o Bloco está pronto para a luta toda. E eu lá estarei. Como sempre”, escreve João Semedo na sua página da rede social Facebook. João Semedo deixou ontem se ser coordenador do Bloco de Esquerda, tendo a mesa nacional do BE aprovado a criação de uma comissão permanente, constituída por seis pessoas, que terá como porta-voz a até agora coordenadora Catarina Martins. Na mensagem no Facebook, o deputado do BE adianta que, no final da convenção do partido que se realizou no passado fim de semana, convidou os dirigentes da nova mesa nacional para que “refletissem sobre os resultados e encontrassem uma solução sólida que garantisse unidade da direção e do partido”, um apelo que teve “uma resposta positiva” e favorável. “Hoje podemos dizer que esse apelo teve eco e deu ao Bloco uma solução sólida para a sua direção e liderança. O Bloco tem uma nova direção, um novo modelo de coordenação e uma porta-voz, uma solução apoiada e aprovada por uma super maioria da mesa nacional. Estou muito satisfeito com isso, estou muito tranquilo quanto ao futuro desta solução, o Bloco sai mais forte e mais unido desta convenção”, sustenta. João Semedo sublinha que contribuiu com Catarina Martins “para uma fase difícil da vida do Bloco de Esquerda, o período após a saída do Francisco Louçã, a transição para um Bloco sem fundadores na sua direção, um bloco dirigido por uma outra geração de dirigentes”. “Esta Convenção – a maior e mais participada de sempre – concluiu essa transição. Foram anos difíceis mas não foram anos perdidos”, escreve ainda o ex-coordenador do Bloco de Esquerda.


Segunda-feira, 1 de Dezembro de 2014

economia

O Primeiro de Janeiro |

Sindicato fala em “adesão maciça” e TAP em “enorme tranquilidade”

28 voos cancelados no primeiro dia de greve Tripulantes de cabine da TAP iniciaram ontem o primeiro de dois dias de greve para exigir o cumprimento do acordo de empresa. Portas em «visita relâmpago» à Argentina

“Exportações na mira”

O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, inicia, ontem, uma visita a Buenos Aires, na Argentina, onde irá participar numa Reunião Económica de Alto Nível entre os dois países, anunciou fonte oficial. “A missão de um dia e meio, a convite das autoridades argentinas, surge num momento de forte expansão das trocas comerciais bilaterais”, explicou o gabinete de Paulo Portas, em comunicado. Nas declarações escritas, Paulo Portas disse que irá aproveitar “ao máximo o tempo” na capital argentina, sempre “com as exportações na mira”. As exportações portuguesas para a Argentina aumentaram de 61,9 milhões euros para 105,25 milhões euros de 2012 para 2013 e, no período 2009-2009, este crescimento foi da ordem dos 36,5%. Já “as importações portuguesas são de cerca de 72 milhões euros, pelo que o saldo da balança comercial é favorável a Portugal”, adianta a nota, informando que, atualmente, existem 200 empresas portuguesas a exportarem para a Argentina. “Portugal tem seguido uma estratégia consistente de valorização da América latina para as nossas exportações marcas e empresas”, explicou Paulo Portas. Nesses encontros, sublinhou, “aproveitarei para apresentar Portugal como um bom destino para investir a este país muito próspero em recursos”.

O sindicato de tripulantes de cabine da TAP fala numa adesão maciça à greve de ontem, com a empresa a destacar por seu turno a “enorme tranquilidade” vivida, por exemplo, no aeroporto de Lisboa. “Em termos de adesão está a correr muito bem, melhor até do que no primeiro período da greve, onde tivemos uma adesão de 98%”, disse o membro da direção do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) Nuno Fonseca. Já a TAP, pelo porta-voz André Serpa Soares, fala num ambiente de “enorme tranquilidade”, que se podia constatar no aeroporto de Lisboa. Mas que também se vive noutros aeroportos, frisa o responsável da companhia portuguesa. “Vamos realizar mais de 100 voos, um terço da operação inicial programada para hoje [ontem], que seriam 280 voos. Os restantes voos, na sua larguíssima maioria, estavam com zero passageiros. Estar a falar de cancelamentos de voos com zero passageiros penso que é uma contabilidade que não faz muito sentido”, disse, lembrando que a TAP trabalhou “atempadamente” para mudar as viagens dos passageiros para dias que não o de ontem. O sindicato indicou que recebeu na sexta-feira a denúncia do acordo de empresa, acordo esse que motivou a greve, já que os trabalhadores de cabine consideraram que as conversações com a empresa foram infrutíferas no cumprimento das suas reivindicações, nomeadamente o direito a um fim de semana de descanso de sete em sete semanas e um planeamento atempado das escalas de serviço. “O que podemos retirar disto é que talvez interesse à administração apresentar ao Governo para venda uma empresa que tenha o menor número possível de acordos de empresa”, nota Nuno Fonseca, do SNPVAC, fazendo referência ao processo de privatização da TAP. A companhia, pelo porta-voz,

reconhece o “transtorno aos clientes” que a greve poderá causar, bem como perdas financeiras, decorrentes - por exemplo - de realojamento de passageiros em hotéis e de menores vendas. Ambiente calmo na Portela

PARALISAÇÃO. Tripulantes de cabine da TAP iniciaram ontem o primeiro de dois dias de greve para exigir o cumprimento do acordo de empresa

Proposta apresentada

APDC defende Código de Direito do Consumo

A Associação Portuguesa de Direito do Consumo (APDC) defendeu, ontem, a criação de um Código de Direito do Consumo para tornar “acessível” e “simples” o acesso a normas e diplomas. “De momento, as normas e os diplomas estão dispersos por resoluções internacionais, normas da União Europeia e por via de entidades regula-

doras” nacionais, tornando-se “difícil” para o consumidor compreender a norma a aplicar em determinada situação, considera o presidente da APDC, Mário Frota. Face à atual situação, a APDC propôs na sexta-feira à direção-geral de Consumo a criação de um código para ser “mais fácil para os cidadãos perceberem os seus direitos”. Esse código deveria ser complementado, no entender da associação, com um acesso online a toda a informação relativa ao direito do consumo.

No aeroporto de Lisboa, onde de manhã, o ambiente era efetivamente tranquilo, com pouquíssimos passageiros a deslocar-se ao balcão de informações da TAP solicitando apoio para voos cancelados. Um dos passageiros, António Carneiro Jacinto, ia para Bruxelas e acabou por mudar de companhia, trocando a TAP pela espanhola Iberia. “Vamos tomar o pequeno-almoço a Madrid e depois voamos para Bruxelas”, disse o passageiro, que vai estar na Comissão Europeia em trabalho com uma equipa hoje e amanhã, pelo que encarou com relativa descontração a chegada mais tardia à Bélgica. “Hoje [ontem] era para ir calmamente”, frisou ainda, criticando o que diz ser uma “greve suicida sabendo-se a situação em que a TAP está”. Vinte e oito voos, entre partidas e chegadas, a maioria referente a deslocações domésticas, foram já cancelados no Aeroporto de Lisboa desde as 0h00, em dia de greve dos tripulantes de cabine da TAP, revelou a página Internet da ANA – Aeroportos de Portugal. Os tripulantes de cabine da TAP iniciaram a essa hora o primeiro de dois dias de greve para exigir o cumprimento do acordo de empresa em vigor desde 2006, após conversações do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) com a empresa que este considerou infrutíferas. A 15 de outubro, o SNPVAC entregou um pré-aviso de greve de quatro dias, repartido em dois períodos: o primeiro foi a 30 de outubro e 01 de novembro e o segundo entre ontem e amanhã. Por outro lado, um dos principais sindicatos de pilotos alemães apelou a uma nova greve destes profissionais na Lufthansa. A greve deverá prolongar-se desde as 11h00 de hoje até às 22h59 de amanhã e vai afetar os voos de curta e média distância na Alemanha, mas também as ligações aéreas de longo curso.


desporto

6 | O Norte Desportivo

Segunda-feira, 1 de Dezembro de 2014

Paulo Fonseca elogia qualidade do mal classificado Estoril-Praia

“À espera de jogo aberto” Paços de Ferreira e Estoril-Praia vão defrontar-se no estádio Capital do Móvel, às 20h00, com arbitragem de Marco Ferreira. O treinador do Paços de Ferreira confessa esperar um “jogo aberto” diante do Estoril-Praia, que considerou o caso de “maior desfasamento entre classificação e qualidade”, no jogo que encerra, hoje, a 11.ª jornada da I Liga. Paulo Fonseca reconheceu, em conferência de imprensa, que “quando as coisas correm bem, é mais difícil mudar”, revelando “satisfação” por ter todos os jogadores disponíveis e poder escolher os melhores para o encontro de hoje, que considera “um dos mais difíceis” para o Paços de Ferreira. “[O Estoril-Praia] É o caso de maior desfasamento entre a classificação e a qualidade que apresenta. O seu treinador [José Couceiro] é um dos meus preferidos, que admiro, e tem sempre ao seu dispor jogadores com grande qualidade”, disse Paulo Fonseca. O técnico pacense continuou num tom elogioso, lembrando que o Estoril-Praia é “uma equipa forte, que luta pelos lugares cimeiros” e é “exímia a sair para o ataque”. “As equipas do [José] Couceiro e esta, em particular, entram em qualquer campo com o intuito de vencer. O jogo pode ser aberto e será, certamente, um dos adversários mais difíceis que vamos defrontar”, sublinhou.

Problema renal

Hospital garante Pelé “lúcido e estável”

I LIGA. “O jogo pode ser aberto e será, certamente, um dos adversários mais difíceis que vamos defrontar”, disse Fonseca Paulo Fonseca disse ainda não acreditar na tese do “desgaste físico” do adversário, dando como exemplo o que se passou no último jogo da I Liga entre o EstorilPraia e o FC Porto. “O Estoril fez dois ‘minijogos’ [no empate 3-3 frente aos holandeses do PSV Eindhoven, para a Liga Europa, a meio da semana e disputado em dois dias devido ao mau tempo] e o esforço foi repartido. Agora, contra o FC Porto, tiveram menos tempo de descanso, tinham

vindo da Rússia, num voo comercial, jogaram a um domingo e deram a resposta que deram [2-2], pelo que não podemos acreditar em qualquer desgaste físico”, alegou. Segundo o técnico, “os pormenores e a qualidade dos jogadores” são os fatores que podem marcar a diferença no jogo de segunda-feira, repartindo os méritos do poder ofensivo pelas duas equipas, sem deixar de reconhecer que a escolha dos avançados

tem sido a sua principal dificuldade. “Temos quatro jogadores [Bruno Moreira, Cícero, Hurtado e Edson Farias] que estão muito bem e lutam arduamente por um lugar no ‘onze’. A escolha é a mais difícil e faz-se em função do jogo e do queremos”, concluiu. Paços de Ferreira (sétimo, com 18 pontos) e Estoril-Praia (12.º, com 10) vão defrontar-se no estádio Capital do Móvel, às 20h00, num jogo que terá arbitragem de Marco Ferreira, da Madeira.

Antes do jogo entre Atl. Madrid e «Depor»

Confrontos violentos fazem uma vítima mortal A Federação Espanhola de Futebol (RFEF) condenou os violentos confrontos de ontem entre adeptos do Atlético de Madrid e Deportivo da Corunha, que provocaram a morte de um homem de 40 anos. “A RFEF condena energicamente o sucedido, que nada tem a ver com o futebol, e manifesta o seu repúdio mais enérgico contra a violência”, assinalou o organismo em comunicado. Na mesma missiva, a federação apresentou as “condolências” à família do falecido, adepto do Deportivo da Corunha, deixando também uma palavra aos seguidores e direção do clube galego. “A RFEF

ESPANHA. Homem de 40 anos sofreu um traumatismo craniano e uma paragem cardiorrespiratória

coloca-se à disposição de todos os afetados por estes incidentes provocados por grupos radicais”, frisou o organismo. A concluir, a RFEF garante que continuará “com todas as suas forças e meios a tentar evitar que este tipo de incidentes voltem a ocorrer”. “O Clube Atlético de Madrid condena energicamente os incidentes ocorridos em Madrid horas antes do jogo da nossa equipa com o Deportivo da Corunha. Os valores que o desporto fomenta devem prevalecer sobre qualquer rivalidade e todos devemos lutar contra a violência”, pode ler-se, por seu turno, num co-

municado publicado pelos «colchoneros». Ontem de manhã, antes do jogo entre Atlético e «Depor», violentos confrontos entre adeptos dos dois clubes provocaram ferimentos graves a este homem de 40 anos, que sofreu um traumatismo craniano e uma paragem cardiorrespiratória, depois de ter sido resgatado de um rio. Este homem encontrava-se também em estado de hipotermia, acabando por falecer. Com esta morte, sobe para oito o número de vítimas mortais em Espanha, desde a década de 80, em consequência de confrontos entre adeptos de futebol.

O ex-futebolista brasileiro Pelé parou o tratamento renal que se encontrava a fazer no hospital Albert Einstein, em São Paulo, mas continua internado na unidade de cuidados intensivos. Pelé, de 74 anos, foi hospitalizado com uma infeção urinária e deixou de fazer hemodiálise. A equipa médica pretende analisar a evolução clínica para avaliar se retomará ou não o tratamento na hoje. De acordo com o boletim clínico, aquele que foi um dos melhores jogadores do futebol mundial “está lúcido e estável do ponto de vista hemodinâmico e respiratório”.

Após novas alegações

Blatter garante Mundial2022 no Qatar

O presidente da FIFA, o suíço Joseph Blatter, reiterou, ontem, que o Qatar não corre perigo de perder a organização do Mundial2022, depois de um jornal britânico publicar novas alegações no processo de escolha. “Senhoras e senhores, acreditem em mim, têm sido ditas coisas por pessoas que não sabem exatamente o que acontece no futebol”, referiu Blatter, dirigindose aos delegados da Confederação Asiática de Futebol. O responsável máximo do futebol mundial assegurou à plateia que o campeonato irá “disputar-se no Qatar”, recebendo um enorme aplauso.


Segunda-feira, 1 de Dezembro de 2014

publicidade

O Primeiro de Janeiro | 7

O PRIMEIRO DE JANEIRO

Desde 1868 a informรก-lo

Quer anunciar ao melhor preรงo

?

MUDAMOS DE INSTALAร OES: ESTAMOS AGORA NA: Rua de Vilar 235, 3ยบ - Sala12 - 4050-626 Porto Estamos on-line, em: www.oprimeirodejaneiro.pt


1868

Há 144 anos, todos os dias consigo.

Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |

|

Diretor: Rui Alas Pereira (CP-2017). E-mail: ruialas@oprimeirodejaneiro.pt Publicidade: Conceição Carvalho E-mail: conceicao.carvalho@oprimeirodejaneiro.pt Morada: Rua do Vilar, n.º 235, 3.º, Sala 12, 4050-626 PORTO E-mail: geral.cloverpress@oprimeirodejaneiro.pt - Publicidade - Telefone: 22 096 78 46/ tlm: 912820679 Propriedade: Globinóplia, Unipessoal Lda. Edição: Cloverpress, Lda. NIF: 509 229 921 Depósito legal nº 1388/82

O PRIMEIRO DE JANEIRO, está on line e sempre atualizado em: www.oprimeirodejaneiro.pt

DUARTE PIO DEFENDE “REVOLUÇÃO CULTURAL”

“Portugueses vivem dias amargurados” O duque de Bragança defende a necessidade de uma “revolução cultural”, quando os portugueses sofrem as consequências “gravíssimas” de políticas “economicamente irresponsáveis e moralmente desajustadas”. Na mensagem a assinalar o 1.º de Dezembro, dia que se celebra a Restauração da Independência de Portugal após o domínio filipino, o chefe da Casa Real Portuguesa também se referiu aos “sinais muito recentes de que a Justiça finalmente está a funcionar, com plena independência entre os poderes”. A Justiça portuguesa “tem dado extraordinárias provas de independência, apesar das péssimas condições com que os juízes contam para realizarem o seu trabalho”, disse. Nas últimas semanas, duas investigações levaram à detenção de responsáveis ou ex-responsáveis em cargos públicos, como o ex-primeiro ministro José Sócrates, indiciado de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção e, no âmbito da operação relacionada com corrupção nos vistos ´gold´, do ex-presidente do Instituto dos Registos e Notariado, António Figueiredo, e do ex-diretor nacional do Servilo de Estrangeiros e Fronteiras, Manuel Jarmela Palos. “Num momento em que os portugueses sofrem as consequências gravíssimas de muitos anos de políticas economicamente irresponsáveis e moralmente desajustadas, precisamos de uma ‘revolução cultural’”, declara o duque de Bragança. “A ignorância e o relativismo moral estão na base da nossa crise actual”, acrescenta. Para Duarte Pio, “Portugal e os portugueses vivem dias amargurados” porque a pátria “não se comporta como país livre e independente” e enumera um conjunto de problemas, como o desemprego, que obriga as famílias a desempenharem um papel supletivo que “o Estado já não alcança”, a necessidade de emigrar, sobretudo entre os mais jovens e qualificados, ou a “pouca confiança” em instituições como a Justiça e a Assembleia da República. Nas eleições autárquicas, os portugueses manifestaram o desejo de ver independentes nos cargos municipais, escolhidos pessoalmente pelos eleitores, recorda o chefe da Casa Real Portuguesa, apontando ainda sinais de que os cidadãos se movimentam para procurar alternativas políticas para as eleições legislativas. “Para todo este desejo de renovação que perpassa pelo nosso país, estou convicto que a Instituição Real seria muito importante, ao aproximar a população das suas instituições políticas”, salienta Duarte Pio. Por isso, insiste que a sua família “está preparada para assumir os compromissos que o nobre povo português” lhe quiser confiar. “O pensamento republicano é de curto prazo, interessa-lhe resolver os assuntos a quatro anos, até às próximas eleições, é um pensamento muito provisório”, afirma. O duque de Bragança apela ainda aos governantes portugueses para que Portugal tenha uma intervenção “em defesa das vítimas do fanatismo no Próximo Oriente”.

Projeto +Abraço realizou mais de 1250 testes de VIH

Luta contra a Sida continua O Projeto +Abraço realizou, entre março do ano passado e agosto de 2014, 1259 testes de deteção do VIH/Sida, a maioria a estudantes, dos quais nove deram positivo, segundo dados avançados pela associação, a propósito do Dia Mundial da Luta Contra a Sida, que hoje se assinala em todo o mundo. Este projeto consiste na realização de testes rápidos para o VIH “com o devido aconselhamento pré e pós testes” seguindo as linhas de recomendação do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças e da Coordenação Nacional para a Infeção VIH e sida. Os 1259 testes, em que 13 foram repetições, foram realizados no Porto, Matosinhos, Leça da Palmeira, Maia, Espinho, Furadouro, Esmoriz, Cortegaça, Gandra, Vila nova de Gaia, Famalicão, Marco de Canavezes, Penafiel e Covilhã. Dos testes realizados, 828 foram em faculdades, 128 em ambiente recreativo, 111 em ações de rua, 118 em praias, 74 em gabinete. Dois terços dos testes foram realizados a estudantes, 22% a trabalhadores, 6% a trabalhadores/estudantes, 3% a desempregados e 3% a reformados. A maioria (68%) tinha entre 18 e 25 anos, 17% entre 26 e 35 anos,

7% entre 36 e 45, 5% mais de 55 anos e 3% entre os 46 e os 55 anos. Os dados, divulgados a propósito do Dia Mundial da Luta Contra a Sida, que hoje se assinala, revelam que apenas 19% utilizam sempre preservativo no sexo vaginal. Já 62% disseram que apenas usam “às vezes” e 15% nunca utilizam. No caso do sexo oral, 67% disseram que nunca utilizam preservativo, 16% confessaram que usam “às vezes” e 6% utilizam sempre. Questionados sobre se utilizam preservativo no sexo anal, 17% disseram que nunca usam, 14% às vezes e 13% sempre. Os restantes (56%) afirmaram que não praticam este tipo de sexo. Para o presidente da Abraço, Gonçalo Lobo, estes dados são preocupantes e indicam “cada vez mais a necessidade de trabalhar na prevenção. “É uma área em que Portugal tem vindo a apostar” e o número de casos tem vindo a diminuir, mas “ainda existe uma franja da população que não usa preservativo nas relações sexuais”, lamentou. O presidente da associação defendeu ainda que tem de haver “uma intervenção contínua no âmbito da sexualidade que venha surtir efeitos da prevenção do VIH”. “Nunca existiu uma política concertada no âmbito da saúde para a

prevenção na área do VIH, existem sim ações pontuais mas que não são levadas a cabo de modo contínuo e, quanto estamos a falar na questão da sexualidade, esta não pode ser tratada na pontualidade”, sustentou. Por outro lado, “ainda há receio das pessoas fazerem o teste e, principalmente, pelos dados que tivemos relativos a 2013, isto acontece mais na população de homens que têm sexo com homens”. “Hoje em dia reconhece-se que há uma necessidade de intervenção mais especializada junto de determinados grupos (…), o que não quer dizer que todos os outros estejam protegidos da doença” frisou, explicando que o que está em causa na transmissão desta doença são os comportamentos de riscos a que toda a população está sujeita. O presidente da Abraço salientou a importância do Dia Mundial de Luta Contra a Sida para alertar novamente para este risco: “Nunca é demais, quando estamos a falar do campo da saúde, das pessoas se protegerem e de terem comportamentos adequados”. Dados do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA) referem que, em 2013, foram diagnosticadas 1093 novas infeções, 20,7% das quais já em estado de sida.

Papa pede à comunidade internacional que “dê uma reposta apropriada”

“Não podemos resignar-nos a um Médio Oriente sem cristãos”

O papa Francisco e o patriarca ortodoxo Bartolomeu I pediram ontem à comunidade internacional que “dê uma reposta apropriada” aos ataques contra cristãos nos países do Médio Oriente. Os dois líderes religiosos protestaram pelo que classificam como “um Médio Oriente sem cristãos”, numa alusão à violência cometida contra os fiéis em conflitos nos países da zona. “Não podemos resignar-nos a um Médio Oriente sem cristãos, que professaram o nome de Jesus ali durante dois mil anos”, disseram os dois líderes religiosos numa declaração conjunta assinada em Istambul. O papa Francisco e Bartolomeu I manifestaram a sua preocupação, em concreto, pela violência contra cristão no “Iraque, Síria e em todo o Médio Oriente”: “muitos

dos nossos irmãos e irmãs estão a ser perseguidos e foram expulsos com violência dos seus lugares. Parece que se perdeu o valor da vida, que a pessoa já não importa e que pode sacrificar-se a outros interesses”. Ontem, no terceiro e último dia de visita à Turquia, o papa Francisco esteve na catedral ortodoxa de Istambul, onde assegurou que a igreja católica não pretende impor nenhuma exigência à igreja ortodoxa no caminho da unidade entre as duas. O papa disse que as duas igrejas estão “já no caminho rumo à plena comunhão”, indicando que há, na prática, “sinais eloquentes de uma unidade real”. O patriarca ecuménico Bartolomeu I presidiu ontem de manhã à celebração de uma liturgia na igreja de St. George, para a

qual o papa foi convidado. Depois de rezar uma oração em latim e de ouvir o discurso do patriarca ecuménico, Francisco assegurou que “o que a igreja católica deseja (…) é a comunhão com as igrejas ortodoxas”. Para o papa, essa futura união com os ortodoxos não significa nem a submissão uns aos outros, nem a absorção, mas sim “a aceitação de todos os dons que Deus deu a cada um”. Ontem, logo pela manhã, o papa Francisco encontrou-se com o grão-rabino turco, Isak Haleva, na sede da representação pontifícia em Istambul. A reunião com o representante dos judeus na Turquia completa uma série de contactos com outras religiões presentes no país, depois de sábado se ter encontrado com muçulmanos, ortodoxos e outros cristãos.

Na estação dos caminhos de ferro da Guarda

Recriada a chegada da GNR à cidade

Cerca de 100 atores, figurantes e militares recriaram, na estação dos caminhos de ferro da Guarda, a chegada dos primeiros elementos da Guarda Nacional Republicana (GNR) à cidade, em 1914. A recriação teatral, a que assistiram várias centenas de pessoas, durou cerca de meia hora e foi organizada pelo Comando Territorial da GNR da Guarda, com a colaboração da Câmara Municipal, da REFER – Rede Ferroviária Nacional e da CP – Comboios de Portugal. A primeira companhia da GNR que chegou à cidade da Guarda, no dia 02 dezembro de 1914, de comboio, era composta por cerca de 140 elementos. Apesar da chuva, várias centenas de habitantes da cidade concentraram-se junto da estação dos caminhos de ferro e assistiram à chegada de um pelotão fardado à época (composto por um oficial, três sargentos e 16 guardas). À espera dos militares estavam, como aconteceu há 100 anos, o povo e atores que representavam o Governador Civil e o

presidente da câmara. No final do espetáculo, que decorreu ao ar livre, o comandante do Comando Territorial da GNR da Guarda, tenente-coronel José Gomes, referiu que para a sua preparação “foi necessário muito trabalho”. O responsável disse que Américo Rodrigues, da Câmara Municipal da Guarda, foi o encenador e que, sem a sua colaboração, não teria sido possível organizar um evento de uma forma “tão fiel às origens da GNR” na cidade. O presidente da autarquia da Guarda, Álvaro Amaro, que assistiu à recriação teatral, considerou o evento “muito bonito” e disse que foi uma ideia “feliz”. Em declarações no final, o autarca falou da importância da preservação do património histórico e da cultura, afirmando que “nenhuma cidade tem futuro se, no presente, não honrar a sua história”. Hélder Sequeira, que desempenhou o papel de jornalista do jornal O Combate, que era publicado naquela época, na

Guarda, referiu que ocorreu hoje “uma coincidência muito interessante” pelo facto de há 100 anos também chover na cidade e a força da GNR ter sido recebida “sob uma forte intempérie”. “Havia imensa gente a receber a força policial da GNR”, acrescentou o investigador. A chuva que caiu durante a representação não esmoreceu a iniciativa e agradou à assistência. “Foi muito interessante”, disse a espetadora Cátia Silva, referindo que o seu pai foi militar e tem “muito orgulho e gosto pela GNR”. Outra habitante da Guarda, Elisabete Janeiro, salientou a importância da iniciativa pelo facto de lembrar acontecimentos históricos importantes para a cidade mais alta do país. “O que é que nós seríamos sem segurança?”, concluiu a mulher. As comemorações do centenário da GNR da Guarda terminaram com uma cerimónia militar realizada no semicoberto do Parque Polis, na Guarda-Gare.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.