05 12 2014

Page 1

FC PORTO BRIOSO LOPETEGUI NÃO ACREDITA EM “FACILIDADES” FRENTE À ACADÉMICA EM COIMBRA

Há 146 anos, sempre consigo. 1868

Continente - 0,60 € (iva incluido) – Ilhas - S. Miguel e Madeira - 0,75 € (iva incluido) – Porto Santo 0,80 € (iva incluido)

Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |

|

DIÁRIO NACIONAL

Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |

Ano CXLVII | N.º 05

Sexta-feira, 05 de dezembro de 2014

ONU DIZ QUE PORTUGAL DEVE AUMENTAR SALÁRIO MÍNIMO NACIONAL E ALARGAR RSI

V!DA

DECENTE

n O Conselho Social e Económico das Nações Unidas (CES-ONU) considera que Portugal deve aumentar o Salário Mínimo Nacional, alinhando-o com a evolução do custo de vida, e alargar os potenciais beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI). Apesar de elogiar a decisão do Estado de aumentar o SMN de 485 para 505 euros em outubro, depois de ter sido congelado desde 2011, o relatório destaca que “pode não ser suficiente para dar aos trabalhadores e às suas famílias uma vida decente”. Por isso, os peritos da ONU recomendam a Portugal “que garanta que o salário mínimo assegure aos trabalhadores e famílias uma vida decente e que seja periodicamente revisto e ajustado em linha com o custo de vida”...

PORTO

Agostinho Jardim alerta: “Pobreza não é um acidente nem uma fatalidade”

SÓCRATES

António Guterres foi a Évora visitar ex-primeiro-ministro

LISBOA

Funcionários da Administração Local protestam pela manutenção das 35 horas de trabalho


local porto

2 | O Primeiro de Janeiro

Sexta-feira, 5 de Dezembro de 2014

Agostinho Jardim defende no Porto

“Pobreza não é um acidente nem uma fatalidade” O presidente da Rede Europeia AntiPobreza/Portugal defendeu no Porto a ideia de que “a pobreza não é um acidente nem uma fatalidade, é o resultado de uma escolha política e económica”. Numa conferência sobre “O ‘Mercado’: a necessidade de regulamentação para uma Europa mais social, sustentável e democrática”, Agostinho Jardim considerou que “o objetivo de redução da pobreza definido pela Estratégia Europa 2020, não está a ser levado a sério”. Em seu entender, “o impressionante aumento do número de pessoas a viver em risco de pobreza, 125 milhões (25% da população europeia) é um escândalo e um sinal irrefutável e muito preocupante de que a UE não está a conseguir oferecer nenhum sinal de esperança de uma solução abrangente para a crise, com a maioria dos países a priorizar a austeridade como principal solução, predominantemente neoliberal, liderada pelos mercados e por soluções macroeconómicas”. Especialmente em países sob pro-

POBREZA. O presidente da rede anti-pobreza/Portugal considera que “a crise veio legitimar uma maior desregulamentação das relações laborais” gramas da ‘Troika’, como é o caso de Portugal, “os efeitos perversos das prioridades macroeconómicas focalizadas na austeridade tiveram um impacto na queda do limiar de pobreza (…) num aumento dos trabalhadores pobres associados ao aumento do desemprego, no crescimento da pobreza infantil, no progressivo desmantelamento do estado social e no aumento das desigualdades sociais”, disse. O presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal defende ainda que “o declínio dos direitos não resulta de uma simples distorção dos mesmos. Acima de tudo, é uma consequência direta da lógica do mercado”. “Os credores e as entidades que emprestam, através de programas de assistência aos países ‘intervencionados’, não têm nenhum tipo de preocupação com os direitos

humanos – os seus programas não os contemplam – tendo assim os governos responsabilidades no que respeita a transparência, participação pública e responsabilização democrática”, acrescentou. Em muitos casos, frisou, “as condições impostas por estes programas impedem os governos de continuarem a assegurar acesso a serviços essenciais como a educação, a proteção social e a saúde, tendo pois responsabilidade sobre o impacto destes programas, particularmente quando estes coincidem com o aumento do desemprego e do número de famílias em que nenhum dos membros trabalha”. Por outro lado, salientou Agostinho Jardim, “as medidas que restringem ou reduzem as prestações socais e os direitos ‘naturalizam’ a situação e remetem

para os indivíduos a responsabilidade pela procura de soluções, desresponsabilizando a sociedade – e a isto, ironicamente, chamam ‘empreendedorismo’ e outros eufemismos como ‘inovação social’”. O presidente da rede anti-pobreza/ Portugal considerou ainda que “a crise veio legitimar uma maior desregulamentação das relações laborais, uma ainda maior precarização do mercado de trabalho (sobretudo para os jovens) e uma naturalização do fim do modelo social europeu sob o lema ‘não temos dinheiro’. A questão é: onde foi parar o dinheiro? Porque é que os ricos estão ainda mais ricos? Nos sabemos onde foi parar o dinheiro”. “Sabemos porque convivemos ironicamente de forma tranquila com a existência de paraísos fiscais, de negócios obscuros entre estados e empresas e a uma fuga de rendimentos permanente. Assim, é de facto difícil redistribuir a riqueza e quase parece ser verdade que não há dinheiro”, sustentou. Agostinho Jardim considerou ainda que “existe hoje um sentimento generalizado de que as lideranças políticas e as instituições governamentais já não são capazes de lidar com assuntos como a distribuição da riqueza num contexto de crescente globalização e de movimento de capitais através das fronteiras nacionais”. “Na nossa opinião, está é uma das fortes razões que explica o perigoso desinteresse e falta de confiança nas instituições democráticas e a razão por que cada vez menos pessoas têm interesse em votar, por exemplo”, concluiu.

Incêndio na Rua da Boavista causa um morto

Octogenária encontra-se estável A mulher que ficou gravemente ferida na quarta-feira à noite num incêndio que deflagrou na rua da Boavista, no Porto, encontra-se estável nos cuidados intensivos do Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, informou fonte hospitalar. De acordo com o boletim clínico divulgado de manhã pelo diretor do serviço de Medicina Intensiva, Rui Araú-

jo, a mulher, de 87 anos, foi “vítima de intoxicação por monóxido de carbono”. “Apesar da gravidade inicial, a sua situação atual é de estabilidade clínica, sob tratamento que inclui a realização de sessões de tratamento na câmara hiperbárica”, acrescenta o boletim. O incêndio que deflagrou na quartafeira à noite num edifício de seis pisos

na rua da Boavista causou um morto e quatro feridos ligeiros, incluindo a octogenária. O comandante dos Sapadores Bombeiros do Porto explicou que o alerta para o incêndio no 1.º andar daquele prédio foi dado cerca das 23h00 de quarta-feira e que o mesmo estava em fase de rescaldo pelas 00h45. Segundo Rebelo

Carvalho, o incêndio ficou circunscrito a uma das assoalhadas da habitação. O comandante dos bombeiros não adiantou mais pormenores sobre as vítimas, nem sobre as origens do incêndio, que irão ser investigadas. No local estiveram cerca de 30 operacionais, entre elementos dos bombeiros, INEM e PSP.

Suspeito de assalto à mão armada

PJ deteve homem de 40 anos A Polícia Judiciária anunciou a detenção de um homem de 40 anos suspeito de ter assaltado à mão armada, na quarta-feira, uma farmácia no Porto. Em comunicado, a PJ refere que contou com a colaboração da PSP do

Porto para identificar e deter o suspeito. O detido, encapuzado e com uma máscara que lhe tapava a cara, “apropriou-se, mediante a ameaça com uma arma de fogo, de todo o dinheiro que se encontrava na caixa registadora” da farmácia, entretanto

já recuperado, acrescenta a PJ, sem especificar a quantia. O homem, que já tem antecedentes criminais por crimes contra o património e tráfico de drogas, “encontra-se ainda indiciado pela prática de, pelo menos, dois roubos”,

designadamente a uma farmácia em Vila Nova de Gaia e a um posto de abastecimento de combustíveis na cidade do Porto. O detido vai agora ser presente a primeiro interrogatório para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.

BREVES Primeiro centro de noite de Baião preparado para receber sete idosos O novo centro de noite de Baião, o primeiro equipamento do género naquele concelho do distrito do Porto, vai ter capacidade para receber sete idosos, anunciou fonte autárquica. Segundo o município, o centro de noite foi construído na localidade de Santa Leocádia e será gerido pelo Centro de Convívio e Apoio à Juventude e Idosos daquela localidade. O investimento de 75 mil euros resulta também do envolvimento da câmara municipal e da Cooperativa Dolmen. O município apoiou a construção com 50 mil euros, a cooperativa com 15 mil e o restante foi assumido pela instituição de solidariedade social. O equipamento será inaugurado no sábado, de manhã, pelo secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social, Agostinho Branquinho.

GNR deteve dois suspeitos de tráfico de droga em Amarante A GNR deteve em Amarante um homem e uma mulher suspeitos de tráfico de droga, aos quais foram apreendidos 105 gramas de heroína, anunciou fonte policial. Os dois arguidos, de 33 e de 26 anos, estão indiciados por tráfico de estupefacientes na zona de Amarante e cidades próximas, no âmbito de uma rede organizada. Segundo a fonte, a investigação que conduziu às detenções incluiu duas buscas domiciliárias e duas não domiciliárias realizadas na quarta-feira na localidade de Freixo de Baixo, Amarante. A operação teve o apoio de militares do Destacamento de Intervenção do Porto. Para além da heroína, a GNR apreendeu uma pequena quantidade de cocaína, 6260 euros em dinheiro, uma balança digital, uma bisnaga de gás lacrimogéneo, um veículo ligeiro de passageiros e outro de mercadorias. Os detidos vão ser presentes no Tribunal Judicial do Marco do Canaveses para primeiro interrogatório judicial.

Renovada certificação de qualidade de vários serviços camarários

A Associação Portuguesa de Certificação (APCER) renovou a certificação de qualidade atribuída há três anos a todas as unidades orgânicas da Câmara de Amarante, anunciou fonte do município. Segundo aquela autarquia do distrito do Porto, a renovação decorreu de uma auditoria realizada em novembro que avaliou o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ). A APCER pretendia confirmar os requisitos legais e regulamentares aplicáveis à atividade do município e verificar o cumprimento dos objetivos associados à política da qualidade. De acordo com a equipa auditora, o Sistema de Gestão da Qualidade da Câmara de Amarante “encontra-se consolidado e é eficaz”. O relatório apresentado destacou o envolvimento e participação ativa no SGQ dos diferentes níveis de gestão, incluindo presidência, vereação, dirigentes e colaboradores. Segundo a mesma fonte, “foi também evidenciada a aposta do atual executivo na orientação para a melhoria contínua e eficiência”.


Sexta-feira, 5 de Dezembro de 2014

regiões

O Primeiro de Janeiro | 3

Queda de helicóptero mata instrutor e aluno em Ponte de Sor

Acidente fatal Concelho da Batalha

Detido por suspeita de violência doméstica

A queda deste helicóptero aumentou para seis o número de vítimas mortais ocorridas desde o início do ano.

A GNR anunciou, ontem, a detenção de um homem, residente no concelho da Batalha, no distrito de Leiria, na sequência de uma investigação no âmbito da violência doméstica. Segundo a GNR, o detido foi abordado “quando estava a deslocar-se para o seu emprego”, “apresentou uma carta de condução falsificada”, pelo que também “incorre no crime de condução sem habilitação legal”. “Foi ainda aprendida uma arma de fogo, pistola de calibre 6,35 mm transformada, três munições e o veículo em que este se fazia transportar “, acrescentou o comunicado.

A empresa proprietária do helicóptero que se despenhou, ontem, em Ponte de Sor, provocando a morte dos dois ocupantes da aeronave, revelou que o instrutor era “experimentado” e cumpria “todas as normas” de segurança. Em comunicado, a empresa G Air explicou que “o helicóptero acidentado é um Hughes 249 em operação de instrução com um instrutor experimentado, dentro de todas as normas de segurança”. De acordo com a empresa, “desconhecem-se” as causas do acidente, sublinhando que vai ser prestada “colaboração total” junto das autoridades competentes para o apuramento dos factos. Fundada em 1979 sob o nome de Aerocondor, a G Air é uma escola de treino e formação aeronáutica com um polo de formação no Aeródromo de Ponte de Sor. Naquela cidade, a G Air oferece formação de linha aérea e helicóptero, estando o pólo instalado em vários hangares do aeródromo. Um instrutor português e um aluno angolano são as vítimas mortais da queda do helicóptero. Francisco Alexandre, responsável

Câmara de Beja decreta

Alegadas licenças ilegais em obras de ministros

A Câmara de Beja anunciou, ontem, que declarou 2015 como Ano Municipal do Cante Alentejano e vai promover iniciativas para criar “dinâmicas de futuro” no concelho, que potenciem e promovam aquele Património Cultural Imaterial da Humanidade. A decisão foi tomada na mais recente reunião da Câmara de Beja, após o cante alentejano ter sido classificado como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO. Ao a “intenção” é criar “iniciativas capazes de criar dinâmicas de futuro que potenciem e promovam” o cante alentejano.

O presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, anunciou, ontem, que vai abrir um inquérito interno na autarquia para apuramento de responsabilidades na suposta atribuição ilegal de licenças de obras em casas de membros do Governo. Esta posição do autarca surge após uma notícia divulgada pela revista Sábado, que dá conta de alegados processos irregulares de legalização de obras nas casas do ministro da Economia, António Pires de Lima, e da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque. Numa nota escrita, Carlos Car-

2015 ano municipal do cante alentejano

PONTE DE SOR. Empresa proprietária do helicóptero garante que instrutor era experiente e cumpria todas as normas de segurança pela área da Proteção Civil na Câmara de Ponte de Sor, no distrito de Portalegre, indicou que se desconhecem, por enquanto, as causas da queda do helicóptero ligeiro. Fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Portalegre adiantou que as vítimas mortais têm idades entre os 25 e 30 anos. O helicóptero caiu num descampado, na Herdade da Amieira, nas traseiras do aeródromo de Ponte de Sor, tendo o alerta do acidente sido dado às 10h55. O comandante dos Bombeiros

Voluntários de Ponte de Sor, Joaquim Nunes, adiantou que os dois corpos foram transportados para os serviços de Medicina Legal do hospital de Abrantes. O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAA) vai abrir um processo de investigação às causas da queda do helicóptero, disse, entretanto, o seu presidente, Álvaro Reis. Este responsável realçou que uma equipa daquele organismo, com dois investigadores, foi mobilizada para o local para avançar com a investigação. “Uma equipa

vai deslocar-se ao local do acidente para fazer a recolha de indícios do caso”, afirmou Álvaro Reis. Um total de 23 operacionais e oito veículos dos bombeiros locais foi mobilizado para a ocorrência, assim como uma viatura médica de emergência e reanimação (VMER) e um helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). A queda deste helicóptero aumentou para seis o número de vítimas mortais ocorridas desde o início do ano, neste género de acidentes.

Cascais abre inquérito interno na autarquia

CASCAIS. Carlos Carreiras garante autarquia está atenta

reiras revelou ter conhecimento das acusações “há largos meses” e que, quando assumiu a presidência da Câmara de Cascais, reorganizou os serviços de Fiscalização Urbanística e do Departamento de Urbanismo e, com isso, “alguns funcionários que tinham comportamentos reprováveis viram esses seus interesses comprometidos”. “Toda esta situação deu origem a vários inquéritos internos, processos disciplinares, despedimentos, e já participámos alguns deles ao Ministério Público”, segundo Carlos Carreiras. O autarca adiantou que, durante o ano de 2014, foram instaurados

mais de uma dezena de processos disciplinares e estão ainda a decorrer 11. “Hoje [ontem] mesmo, dei instruções para que fosse aberto um novo processo de inquérito”, acrescentou. O autarca explicou que, quanto ao projeto de licenciamento na casa de António Pires de Lima “o grau de exigência da Câmara de Cascais foi máximo”. Quanto ao processo de Maria Luís Albuquerque, o licenciamento foi atribuído ao fim de 1.462 dias, depois de seis junções de elementos e a mais de 25 questões levantadas por técnicos, informou o autarca social-democrata.


4 | O Primeiro de Janeiro

nacional

Sexta-feira, 5 de Dezembro de 2014

Passos fala na necessidade de “perspetivar o futuro” do PSD

“Dar continuidade ao projeto fundador” O presidente do PSD diz que após 40 anos o partido se mantém fiel ao seu “projeto fundador”, assente na “igualdade de oportunidades, na solidariedade” e na “libertação da sociedade”, mas precisa de perspetivar o seu futuro.

O líder social-democrata e primeiroministro falava ao lado do cofundador do PSD Francisco Pinto Balsemão, após a inauguração de uma exposição na sede do partido que assinala o percurso de vida política de Francisco Sá Carneiro, no dia em se assinalam 34 anos sobre a sua morte. Na sua intervenção, Passos Coelho aproveitou para agradecer o “trabalho extraordinário” da comissão das comemorações dos 40 anos do PSD, presidida por Balsemão, e referiu-se ao trabalho que este

PASSOS COELHO. O líder do partido considera que o PSD deve apresentar-se “aos portugueses” como um partido que “tem também um projeto para futuro” organismo está “a fazer e que ainda não é público” e será divulgado a 06 de maio de 2015. Sem especificar, o líder do PSD disse esperar que ele possa “ser disponibilizado à reflexão e à escolha dos próprios portugueses” e apontou-o como “decisivo num ano tão importante como é 2015”. Antes, também Francisco Pinto Balsemão, militante número um do PSD, tinha referido num breve discurso que em maio do próximo ano seriam conhecidas “pistas para uma social-democracia do século

XXI”. “Nós escolhemos fazer estas comemorações para preservar a memória do passado mas também para perspetivar o futuro, projetá-los no futuro, é isso que dá continuidade ao projeto fundador”, declarou ainda Passos Coelho. O social-democrata caracterizou o PSD como um partido que teve “um nascimento ideológico antes do nascimento formal” e que evoluiu “ao longo dos anos em muitos aspetos, como a própria sociedade portuguesa”, mas sem perder “os valores fundamentais”. “Creio que se pode dizer que o

“Encontrei-o muito bem”

PSD ao longo da sua existência foi acompanhando a própria dinâmica da sociedade portuguesa, quando não contribuiu ativamente e de forma frequentemente decisiva para a sua transformação, não por nenhum projeto vanguardista, mas por ter conseguido libertar forças da sociedade civil suficientes para fazerem a mudança do país”, afirmou. No entanto, acrescentou Passos, “os desafios de hoje são diferentes dos de há 40 anos, há 30 anos e há 20 anos”, por isso além da sua “coerência e convicções” o PSD deve apresentar-se “aos portugueses” como um partido que “tem também um projeto para futuro”. O presidente do PSD afirmou que esta “perspetiva de futuro” deve assentar “em torno das suas bandeiras fundamentais”: a “igualdade de oportunidades e a solidariedade, a Justiça e o ter para todos os portugueses uma democracia que não seja formal, que se funde numa liberdade que esteja sempre em aprofundamento, e numa libertação das forças da sociedade civil”. No âmbito desta exposição sobre a vida de Sá Carneiro, que reúne fotografias, materiais de campanha e de propaganda política e um vídeo inédito da primeira Festa do Pontal, o PSD anunciou a abertura ao público a partir de hoje do seu arquivo fotográfico. Além de Passos Coelho e Pinto Balsemão, estiveram na sede do PSD figuras do partido como o ex-presidente Luís Marques Mendes, o vice-presidente, porta-voz e coordenador da Comissão Política, Marco António Costa, o presidente do Instituto Sá Carneiro e eurodeputado, Carlos Coelho, e o líder parlamentar, Luís Montenegro.

ONU considera que Portugal deve aumentar SMN e alargar RSI

“Assegurar uma vida decente” O Conselho Social e Económico das Nações Unidas (CES-ONU) considera que Portugal deve aumentar o salário mínimo nacional, alinhando-o com a evolução do custo de vida, e alargar os potenciais beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI). Num relatório publicado, “o Conselho toma nota do aumento da proporção de empregados que recebem o salário mínimo, que passou de 5,5% em abril de 2007, para 12% em outubro de 2013 e, apesar de elogiar a decisão do Estado de aumentar o salário mínimo de 485 para 505 euros em outubro, depois de ter sido congelado desde 2011, continua preocupado continue a não ser suficiente para dar aos trabalhadores e às suas famílias uma vida decente”. Por isso, os peritos recomendam a Portugal “que garanta que o salário mínimo assegure aos trabalhadores e famílias uma vida decente e que seja periodicamente revisto e ajustado em linha com o custo de vida”. Este relatório é a quarta avaliação da transposição dos princípios do Pacto Internacional sobre Direitos Económicos, Sociais e Culturais, que Portugal assinou em 1978, para a legislação portuguesa, e resulta de um conjunto de reuniões entre a delegação portuguesa e o comité das Nações Unidas responsável de avaliar o cumprimento dos princípios do tratado pela parte portuguesa. Outra das recomendações na parte que analisa os direitos laborais, no âmbito do princípio do direito ao emprego, prende-se com o conjunto de prestações sociais desti-

nadas a garantir uma subsistência mínima aos mais desfavorecidos: “O Conselho está preocupado que os benefícios usados no ‘Indexante de Apoios Sociais’, congelado nos últimos anos como parte das medidas de austeridade, bem como o montante mínimo do subsídio de doença, não sejam suficientes para dar aos beneficiários e às suas famílias um nível de vida decente, afetando em particular os grupos e pessoas mais desfavorecidos”. Assim, a ONU, depois de lembrar que a taxa de pobreza atingiu 18,7% em 2012, o nível mais elevado desde 2005, sublinha a sua preocupação com os “altos níveis de desigualdade no rendimento” e recomenda a Portugal que “fortaleça os esforços para combater a pobreza”, nomeadamente combatendo as falhas na cobertura da proteção social e a adequação dos subsídios, garantindo que o sistema de segurança social incida efetivamente sobre os que estão em alto risco de pobreza. Especificamente, os peritos da ONU consideram que o nível de referência do RSI deve “ser aumentado progressivamente para garantir o aumento do número de beneficiários elegíveis”. Por outro lado, a ONU recomenda também que o índice de apoio social seja “ajustado em linha com a evolução das necessidades dos beneficiários, com vista a reduzir as desigualdades no rendimento e acabando por eliminar o impacto adverso das medidas de austeridade. O CES-ONU considera ainda que a

ajuda externa teve um “impacto adverso” nos direitos económicos, sociais e culturais em Portugal, defendendo o progressivo abandono das medidas de austeridade com a recuperação económica. “O Conselho nota com preocupação que, apesar das iniciativas tomadas para mitigar o impacto económico e social das medidas de austeridade adotadas no âmbito do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro, a crise económica e financeira teve um impacto adverso no usufruto dos direitos económicos, sociais e culturais da maioria da população, em particular nos direitos dos trabalhadores, segurança social, habitação, saúde e educação”, pode ler-se também no relatório, que lembra a obrigação do Estado de proteger os mais desfavorecidos para sublinhar a necessidade de ir abandonando as medidas de austeridade à medida que a economia recupera. Este relatório do CES-ONU é a quarta avaliação da transposição dos princípios do Pacto Internacional sobre Direitos Económicos, Sociais e Culturais, que Portugal assinou em 1978, para a legislação portuguesa, e resulta de um conjunto de reuniões entre a delegação portuguesa e o comité das Nações Unidas responsável por avaliar o cumprimento dos princípios do tratado pelo Estado português. No documento, o Conselho deixa elogios ao Estado português pela qualidade das respostas, não só na profundidade do detalhe, como também na extensão e no fornecimentos de informações estatísticas,

António Guterres visitou Sócrates

e congratula-se com a assinatura por Portugal de um conjunto de tratados e convénios, entre os quais vários referentes à proteção de minorias e contra o tráfico humano e a pornografia. “O Conselho chama a atenção do Estado para a sua carta [enviada a todos os Estados membros] de 16 de maio de 2012, em particular para as recomendações sobre os requisitos para a aplicação de medidas de austeridade”, nomeadamente a parte onde se lê que estas medidas “só podem ser aplicadas se forem temporárias, necessárias e proporcionais, e não discriminatórias ou que afetem de forma desproporcional os diretos das pessoas e grupos mais desfavorecidos e marginalizados”. A este respeito, a ONU recomenda uma “revisão” das políticas adotadas durante e depois do programa de ajustamento, “com vista a garantir que as medidas de austeridade são progressivamente abandonadas e que a proteção efetiva dos direitos no âmbito do Tratado seja melhorada em linha com o progresso atingido na recuperação económica pós-crise”. No mesmo documento, argumenta-se que “as várias medidas tomadas especificamente com âmbito nas pessoas e grupos mais desfavorecidos e marginalizados não foram suficientes para os proteger adequadamente das consequências da crise”. Os peritos fazem também questão de lembrar “a obrigação do Estado, ao abrigo do tratado, de respeitar, proteger e fazer cumprir progressivamente os direitos económicos, sociais e culturais, até ao máximo dos recursos disponíveis”.

António Guterres, ex-primeiroministro e antigo líder do PS, fez uma curta visita a José Sócrates, na prisão de Évora, afirmando apenas no final que encontrou “muito bem” o ex-chefe do Governo. “Não vou fazer quaisquer declarações. Encontrei-o muito bem”, limitou-se a dizer António Guterres, no final de uma visita de cerca de 20 minutos a José Sócrates. António Guterres é, desde 2005, Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados. José Sócrates recebeu também ontem à tarde a visita do antigo ministro e autarca socialista do Porto, Fernando Gomes. Entretanto, o Supremo Tribunal de Justiça rejeitou admitir o segundo pedido de libertação imediata (‘habeas corpus’) de José Sócrates, apresentado na quarta-feira por Jorge Domingos Dias Andrade. Este é o segundo ‘habeas corpus’ apresentado para pedir a libertação imediata do ex-primeiro-ministro, tendo o primeiro sido na quartafeira rejeitado por “manifesta falta de fundamento legal”. O juiz relator Manuel Braz considerou que o pedido, feito “numa folha que é fotocópia de parte de uma página do Jornal de Notícias” de dia 27 de novembro, não é “uma maneira séria de apresentar uma petição de ‘habeas corpus’”. “O mínimo que deve exigir-se para a introdução em juízo desse pedido ou de qualquer outro é o uso de folhas de papel em branco”, pode ler-se no despacho. O juiz conselheiro entendeu que a forma como o pedido foi apresentado ao STJ “revela o propósito de desconsiderar a instituição Supremo Tribunal de Justiça em violação do dever de correção”. “Mais do que uma vontade séria de obter a libertação do arguido”, o juiz lembra ao requerente que o defensor de José Sócrates, “se achar viável e conveniente”, pode apresentar um pedido de libertação imediata do seu cliente. A forma como o pedido foi formulado levou o juiz a concluir que Domingos Dias Andrade “não visa em primeira linha a libertação do preso (José Sócrates) em nome do qual se apresenta a atuar”. Apesar de não admitir a providência de ‘habeas corpus’, o juiz lembra que o requerente “pode a todo o tempo enquanto se mantiver a situação de privação da liberdade apresentar novo pedido, cumprindo as regras mínimas que nesta matéria não podem deixar de ser respeitadas”. O ex-primeiro-ministro socialista está detido em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Évora desde 24 de novembro por suspeita de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal. A investigação, que envolve outros arguidos, incluindo Carlos Santos Silva, empresário e amigo de longa data de Sócrates, está relacionado com a alegada ocultação ilícita de património e transações financeiras que ascendem a vários milhões de euros.


Sexta-feira, 5 de Dezembro de 2014

economia

O Primeiro de Janeiro |

“Atratividade da oferta financeira” será o principal critério de escolha

Novo Banco vai ficar com quem pagar mais BPI e Santander Totta já revelaram intenção de analisar hipótese de compra e chineses da Fosun também estão interessados. BCE prevê menor crescimento na zona euro

Revisões em baixa

O Banco Central Europeu reviu, ontem, em baixa o crescimento da economia da zona euro para 2014 e 2015, esperando agora uma subida de 0,8% neste ano e 1% no próximo, abaixo das perspetivas de setembro. Em conferência de imprensa, o presidente do BCE, Mario Draghi, revelou que a entidade baixou as suas perspetivas não só para este ano mas também para 2015 e 2016: em 2014 o crescimento será de 0,8%, e não 0,9%, como previsto em setembro, ao passo que para 2015 a perspetiva é de uma subida de 1% - e não 1,6% - e em 2016 estima-se um avanço de 1,5%, abaixo dos 1,9% que estiveram previstos há alguns meses. “A fraca atividade económica na zona euro, juntamente com os elevados riscos geopolíticos, têm o potencial de afetar a confiança e o investimento, especialmente privado”, declarou Draghi. A revisão em baixa da inflação deve-se sobretudo à queda nos preços da energia, em concreto do petróleo: “Será importante para avaliar o impacto mais amplo da evolução recente dos preços do petróleo”, reconheceu. O Conselho de Governadores do Banco Central Europeu decidiu manter a taxa de juro diretora da zona euro no mínimo histórico de 0,05% e a taxa de depósitos nos -0,20%, anunciou a instituição.

A “atratividade da oferta financeira” será o principal critério de escolha entre as propostas apresentadas para compra do Novo Banco, cujo procedimento de venda terá quatro fases: manifestações de interesse, propostas não-vinculativas, propostas vinculativas e decisão final. Nos termos do anúncio de lançamento da venda ontem publicado na imprensa pelo Fundo de Resolução, que detém 100% do Novo Banco, o segundo critério mais valorizado na escolha do comprador será a “disponibilidade […] para adquirir a totalidade dos ativos colocados à venda na operação”. Seguem-se os “planos estratégicos e de desenvolvimento para o Novo Banco e quaisquer compromissos com estes relacionados assumidos pelos potenciais compradores” e o “impacto geral da operação na concorrência e estabilidade financeira do setor bancário em Portugal”. Segundo se lê no convite para apresentação de manifestações de interesse com vista à aquisição do Novo Banco, estas têm de ser comunicadas até às 17h00 do último dia deste ano, 31 de dezembro de 2014. A fase II, de apresentação de proposta não-vinculativas, abrangerá os pré-qualificados na fase I, “podendo haver lugar a negociação e à exclusão de potenciais compradores”. Os potenciais compradores cujas propostas não-vinculativas tenham sido selecionadas serão, depois, convidados a apresentar propostas vinculativas “em uma ou mais rondas sucessivas”, podendo novamente “haver lugar a negociação e à exclusão” de algum/alguns deles. Já na fase IV, acontecerá uma pré-seleção de proposta(s), negociação (se aplicável) e decisão final. Os potenciais compradores devem apresentar “uma única mani-

festação de interesse”, mas “indicar se estão a participar no procedimento em conjunto com outros interessados”, sendo que, na fase de apresentação das propostas, estas “devem ser submetidas individualmente ou, caso os potenciais compradores estejam a atuar em conjunto com outros interessados, de forma conjunta”. Uma vez que a compra do Novo Banco pode estar sujeita a controlo de concentrações pela Comissão Europeia, o Fundo de Resolução determina que, se a autoridade da concorrência competente não emitir uma decisão de não oposição à concentração, “o Banco de Portugal poderá decidir se atribui a adjudicação à segunda melhor proposta”. Interessados aparecem

NOVO BANCO. Processo de venda começou ontem, com o envio de cartas-convite a potenciais interessados

Em linha com Europa

Bolsa de Lisboa fecha sessão a desvalorizar 0.82%

A Bolsa de Lisboa encerrou, ontem, a sessão a perder 0,82% para os 5.165,07 pontos, ainda assim uma das menores perdas da Europa, num dia em que o BCE anunciou a necessidade de mais medidas de estímulo económico e em que a instituição decidiu rever em baixa as previsões de crescimento económico e de inflação para 2014 e 2015.

As praças europeias logo se ressentiram, encerrando abaixo da linha de água: Milão derrapou 2,8%, Madrid caiu 2,3%, Paris tombou 1,6%, Frankfurt depreciou 1,1% e Londres caiu 0,5%. Em Lisboa, a maior queda pertenceu à retalhista Jerónimo Martins, que tombou 2,6%, para os 8,25 euros por título. Seguida pela Teixeira Duarte, que depreciou 2,25% para os 75 cêntimos. No «verde», destaque para a Mota-Engil, que trepou 5,3%, fixando o preço dos títulos em 3,13 euros.

Os líderes do Banco BPI e do Santander Totta já revelaram publicamente a intenção de analisar a possibilidade de compra do Novo Banco, cujo capital é totalmente detido pelo Fundo de Resolução. Na quarta-feira, o presidente do Novo Banco, Eduardo Stock da Cunha, considerou, em entrevista à TVI, uma eventual oferta do grupo chinês Fosun “uma excelente notícia”, por revelar interesse na instituição. O ativo consolidado do Grupo Novo Banco é de 72.465 milhões de euros, os capitais próprios de 5,6 mil milhões de euros e o rácio de solvabilidade de 9,2%, revelou a instituição em comunicado divulgado na quarta-feira. Os depósitos de clientes totalizam 25,1 mil milhões de euros e a carteira total de crédito bruto a clientes 43,8 mil milhões de euros, dos quais 31,5 mil milhões de euros de crédito a empresas (72%) e 12,4 mil milhões de euros de crédito a particulares (28%). A 3 de agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.


desporto

6 | O Norte Desportivo

Sexta-feira, 5 de Dezembro de 2014

Marco Silva espera alcançar os três pontos no difícil sintético do Bessa

“Só ganhando podemos continuar no caminho” A 12.ª jornada abre, às 20h15 de hoje, com o regresso de um dos maiores clássicos do futebol nacional: Boavista-Sporting.

dois grandes. Vai ser um jogo difícil, num terreno que estão mais habituados que nós, mas o nosso objetivo é a vitória. Queremos fazer um bom jogo e conquistar os três pontos”, disse na conferência de imprensa de antevisão ao jogo de abertura da 12.ª jornada. Marco Silva referiu que o adversário é uma equipa nova que tem vindo a fazer algumas alterações no seu grupo de trabalho ao longo da temporada e defendeu que nunca é fácil jogar no estádio do Bessa. “Temos que ter o respeito máximo, assumindo algum favoritismo, mas sabendo que naquela casa nunca é fácil jogar. Temos que assumir o nosso jogo e queremos ganhar”, defendeu. Marco Silva recusou falar sobre possíveis alterações no plantel no mercado de janeiro e explicou que a equipa está focada em vencer todos os jogos, numa altura em que está a oito pontos do líder Benfica. “Não adianta falar em margem de manobra, só depois podemos fazer as contas. Temos um atraso grande e só ganhando podemos continuar no nosso caminho”, concluiu.

O Benfica defende, amanhã, às 17h00, a liderança na I Liga, no Estádio da Luz com o Belenenses, em jogo que antecede a visita ao Estádio do Dragão, que poderá ser decisiva nos lugares da frente. Na 12.ª jornada, as «águias» precisam primeiro de bater um Belenenses que realiza a sua melhor série na I Liga, com dois empates e três vitórias, e que coloca a equipa de Lito Vidigal no quinto lugar. Jorge Jesus continua sem os habituais ausentes (Eliseu, Fejsa, Ruben Amorim, Sulejmani e Sílvio), enquanto a equipa do Restelo tem João Meira castigado (cumpriu o quinto amarelo) e Diogo Ribeiro a recuperar de uma lesão na coxa direita. “Temos um atraso grande”

A I Liga abre hoje, com o Sporting – que ainda procura o apuramento para os oitavos de final da «Champions» (defronta na quarta-feira o Chelsea em Stamford Bridge) – a visitar um Boavista, muito fragilizado na última ronda. A equipa «axadrezada» foi goleada no Funchal pelo Marítimo (4-0), num jogo que deixou muitos “estragos”, face às expulsões de Mika, Philippe Azevedo e Brayan Beckeles, jogadores que são baixas para a receção aos «leões». O Sporting (6.º) espera tirar dividendos da ronda, tendo em conta que quatro rivais acima de si se defrontam, Benfica a receber o Belenenses (5.º) e o “dérbi” minhoto entre Sporting Braga (4.º) e Vitória de Guimarães (2.º). Perante esse cenário, o treinador do Sporting afirmou que os três pontos são o objetivo na deslocação ao Bessa, apesar de esperar dificuldades frente a um “adversário aguerrido”. “É um adversário bastante aguerrido, que na sua casa tem somado a maioria dos seus pontos e criou muitas dificuldades aos outros

Concentrados na Académica

I LIGA. “Temos um atraso grande e só ganhando podemos continuar no nosso caminho”, assumiu Marco Silva

Ténis de mesa

Marco Freitas candidato a melhor jogador de 2014

O português Marco Freitas é um dos quatro candidatos ao prémio de melhor jogador mundial de ténis de mesa de 2014, numa votação a decorrer no site oficial da federação internacional da modalidade na Internet. Marco Freitas, que este ano ajudou a seleção portuguesa a conquistar o título europeu, tem como adversários na corrida ao prémio de melhor jogador de 2014

os chineses Xu Xin, líder do «ranking» mundial, e Fan Zhendong, número três do mundo, e o nigeriano Aruna Quadri. A votação que pode consagrar Marco Freitas, o primeiro jogador português a entrar na lista dos 10 melhores praticantes mundiais, no qual ocupa o nono lugar, termina a 17 de dezembro. Na passada semana, o Presidente da República condecorou Marco Freitas e os seus colegas de equipa, elogiando o brio, entusiasmo, dedicação e crença na vitória demonstradas pela seleção nacional.

Por outro lado, amanhã, o FC Porto estará em Coimbra com a mesma vontade e condição de favorito, depois de uma ronda em que goleou o Rio Ave (5-0) e na qual os «estudantes» (16.ºs), que não vencem há cinco rondas, perderam com o Benfica (2-0). Para Lopetegui, a Académica, por ter jogado com o Benfica na ronda anterior, está-se “a preparar melhor e vai emendar erros”. “É uma equipa difícil e vai ser um jogo complicado por muitos motivos. Tem plantel e futebol para estar mais acima da tabela e deu boas respostas, em casa, nomeadamente frente ao Sporting e ao Sporting de Braga, com quem empatou”, recordou o treinador dos «dragões». Julen Lopetegui escusou-se de comentários sobre o adversário que se segue à Académica, precisamente o Benfica (13.ª jornada), dizendo que só pensa “num jogo de cada vez”. “O futuro consegue-se com bons presentes. E o presente, para já, é a Académica”, resumiu.

Ronaldo recebe prémio IFFHS relativo a 2013

Melhor goleador

O português Cristiano Ronaldo recebeu, ontem, o prémio de melhor goleador em competições continentais de clubes e seleções em 2013, atribuído em janeiro pela Federação Internacional de História e Estatística do Futebol. O prémio foi entregue a Ronaldo, em Madrid, pelo vice-presidente da IFFHS, Robert Ley, anunciou o Real Madrid no seu site oficial. Neste prémio, a IFFHS contabilizou os golos marcados em competições continentais de clubes e de seleções. Em 2013, Ronaldo marcou 16 golos pelo Real Madrid nas competições europeias (Liga dos Campeões) e nove pela seleção de Portugal, obtendo um total de 25 golos. O avançado do Real Madrid lidera a lista, à frente de Ali Ashfaq, das Maldivas, que marcou 23 golos em 2013 (nove pelo clube New Radiant SC e 14 pela sua seleção). Em terceiro lugar surge o tunisino Issam Jemâa, que marcou 20 golos pela Tunísia e pelo Kuwait SC. A IFFHS também tinha atribuído um prémio ao melhor marcador nas 60 ligas mais competitivas. Nesta categoria, o melhor foi Messi, com 46 golos marcados em 2013, à frente de Ronaldo, com 34. Em 2013, Cristiano Ronaldo marcou 69 golos em todas as competições em que participou, sendo este “o seu melhor registo num único ano civil”.


Sexta-feira, 5 de Dezembro de 2014

publicidade/editais

O Primeiro de Janeiro | 13

MUDAMOS DE INSTALAร OES: ESTAMOS AGORA NA: Rua de Vilar 235, 3ยบ - Sala12 4050-626 Porto Tlfs: 22 405 331 91 282 06 79


1868

Há 144 anos, todos os dias consigo.

Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |

|

Diretor: Rui Alas Pereira (CP-2017). E-mail: ruialas@oprimeirodejaneiro.pt Publicidade: Conceição Carvalho E-mail: conceicao.carvalho@oprimeirodejaneiro.pt Morada: Rua do Vilar, n.º 235, 3.º, Sala 12, 4050-626 PORTO E-mail: geral.cloverpress@oprimeirodejaneiro.pt - Publicidade - Telefone: 22 096 78 46/ tlm: 912820679 Propriedade: Globinóplia, Unipessoal Lda. Edição: Cloverpress, Lda. NIF: 509 229 921 Depósito legal nº 1388/82

O PRIMEIRO DE JANEIRO, está on line e sempre atualizado em: www.oprimeirodejaneiro.pt

“PORTUGAL – SAÚDE MENTAL EM NÚMEROS 2014”

Abuso de psicofármacos Especialistas em saúde mental alertam para o excesso de prescrição e prescrição errada de psicofármacos, considerando que este é um problema preocupante que precisa de ser analisado. O alerta foi deixado durante a apresentação do relatório “Portugal – Saúde Mental em Números 2014”, que revela que “a intervenção psicofarmacológica” é a “resposta predominante, mesmo nas situações em que não está particularmente indicada”. O psiquiatra Álvaro de Carvalho, coordenador do Programa Nacional para a Saúde Mental e responsável pelo relatório, manifestou-se “muito preocupado” com o facto de “pessoas com perturbações do humor consumirem mais benzodiazepinas [ansiolíticos] do que anti-depressivos”, quando deveria ser ao contrário. Dados de 2013 relativos ao consumo de psicofármacos revelam que entre os entrevistados com “qualquer perturbação de humor”, 50% das mulheres e 31,8% dos homens tomaram benzodiazepinas, enquanto apenas 38,2% de mulheres e 25,5% dos homens tomaram anti-depressivos. O relatório indica ainda que o consumo de ansiolíticos desceu em 2011, mas depois voltou a subir. “Portugal é o único país em que o consumo de benzodiazepinas continua elevado e a subir”, alertou Álvaro de Carvalho. O diretor do Serviço de Psiquiatria do Hospital de Santa Maria, Daniel Sampaio, considerou também que o “dado mais preocupante é o uso de ansiolíticos em perturbações de humor”, já que estes são “fármacos geradores de dependência”. “O consumo de psicofármacos tem que ser avaliado”, considerou. Segundo o relatório, Portugal é um dos países europeus com maior consumo de ansiolíticos, sedativos e hipnóticos, sendo o alprazolam e o lorazepam as duas substâncias que mais se destacam e que integram o subgrupo das benzodiazepinas com maior potencial de induzirem tolerância e dependência. Estas substâncias têm registado acréscimos anuais de consumo, contrariando a tendência verificada no resto da União Europeia, pelo que o relatório recomenda uma “análise da prática sobre a prescrição e utilização destes fármacos”. O secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde considerou, por sua vez, que “na área da prescrição de psicofármacos é preciso fazer mais e formar mais, porque algo está errado quando se prescrevem tantas benzodiazepinas”. O mesmo governante considerou, contudo, que este é um problema alargado a outras áreas da saúde, já que também se prescrevem muitos antibióticos. Álvaro de Carvalho chamou ainda a atenção para o “preocupante uso de estimulantes inespecíficos do sistema nervoso central em casos de pseudo-hiperatividade”. O mesmo psiquiatra explicou, citando Allen Frances, responsável pela coordenação do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV), que as taxas de prevalência anual de síndromes de hiperatividade infantil (entidade formal distinta de comportamentos ocasionalmente instáveis) andam em valores médios mundiais de 2% a 3%. No entanto, há estudos publicados na Holanda que apontam para taxas de 32% e outros, nos EUA, que entre os 11% e os 15%. “Para além de pôr em causa a idoneidade destes valores, [Allen Frances] interroga-se sobre as consequências no funcionamento mental das crianças medicadas, precoce e continuadamente, com psicofármacos, quando chegarem a adultas”, refere. Álvaro Carvalho critica ainda a existência de “crianças e adolescentes medicadas com metanfetaminas para supostas hiperatividades”, obtidas em “diagnósticos rápidos feitos por educadores, professores e pais” - quando “é natural que as crianças se mostrem instáveis em ambiente onde não se sentem bem” - contribuindo, muito provavelmente, para o significativo aumento de consumo do metilfenidato. Sobre esta matéria, o relatório deixa no ar a questão: “será que esta fúria farmacoterapêutica está isenta de consequências no funcionamento mental futuro de quem é alvo passivo de decisões tão pouco prudentes?”. Álvaro Carvalho considera que estas crianças e adolescentes têm um risco acrescido de desenvolver défices cognitivos ou doenças que possam aumentar a morbilidade e a mortalidade.

Administração local manifesta-se em Lisboa

Protesto pela manutenção das 35 horas

Milhares de trabalhadores da administração local, autarcas e deputados manifestaram-se em Lisboa pela manutenção das 35 horas de trabalho semanais nas autarquias, argumentando que o poder local é autónomo para celebrar acordos com os sindicatos. A marcha de protesto iniciou-se cerca das 11h00 no Ministério das Finanças, junto ao Terreiro do Paço, em Lisboa, e terminou cerca de uma hora e meia depois, em frente ao parlamento, onde decorreram intervenções de sindicalistas e autarcas. Palavras de ordem “em defesa das 35 horas” de trabalho semanal e a exigir a “publicação imediata” pelo Governo dos acordos coletivos de empregador público (ACEP) enchiam os cartazes empunhados por manifestantes provenientes de concelhos de norte a sul do país, que pediram a demissão do Governo e consideraram que o “aumento do horário é roubo no salário”. Francisco Braz, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), considerou esta “a maior concentração de trabalhadores da administração local realizada nos últimos 20 anos, o que dá bem conta da revolta que grassa no meio dos trabalhadores e até dos eleitos”.

Desde o início, juntaram-se à manifestação autarcas de vários pontos, mas sobretudo da cintura metropolitana de Lisboa, nomeadamente os presidentes das câmaras de Loures, Azambuja, Barreiro e Montemor-o-Novo. Luís de Sousa (PS), presidente da Câmara da Azambuja, dirigiu-se aos trabalhadores concentrados frente ao parlamento, exortando-os “a fazerem barulho”, porque vê todos os dias no seu concelho as necessidades que as pessoas têm, “às vezes a passarem fome”. “Nós, autarcas, temos que fazer aquilo que o Governo deve fazer. E, neste caso concreto, também nós [Azambuja] assinámos este acordo e, até agora, nada”, afirmou o autarca. Maria Conduto, funcionária da junta de São João da Talha, trabalha no poder local há 20 anos e recebe 600 euros por mês. Veio a Lisboa reclamar contra o aumento da carga horária e gritar que “há gente no país a passar fome, para ver se quem manda ouve”. “Não são os que moram debaixo da ponte. São aqueles que vão aos mercados buscar os restos da fruta podre e das hortaliças para comer”, destacou esta funcionária de limpeza urbana, acrescentando que nunca como ultimamente aparece “gente nova e às vezes bem vestida” para

“catar os restos que antes eram para os animais”, deixados pelos vendedores no final da venda no mercado. Bernardino Soares, presidente da Câmara de Loures, afirmou estar solidário com os trabalhadores e destacou que “o horário das 35 horas é o que melhor serve o interesse do município [de Loures] do ponto de vista da organização dos serviços”. “A passagem para as 40 horas não se traduz numa melhoria dos serviços as populações, ao contrário”, defendeu. O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, juntou-se ao protesto a meio do percurso, considerando que a falta de publicação dos ACEP” significa um golpe nos direitos dos trabalhadores e simultaneamente uma quebra na autonomia do poder local”. Também a deputada do Bloco de Esquerda Helena Pinto considerou “inadmissível que o Governo retenha estes acordos e não os publique”, realçando que “o aumento do horário de trabalho significa uma redução do salário”. Os trabalhadores aprovaram uma moção a exigir a publicação dos acordos que preveem as 35 horas de trabalho nas autarquias que assinaram acordos com os sindicatos, que entregaram na Assembleia da República.

Festival “Porto/Post/Doc” inaugurado

Rivoli recebe 50 filmes O festival de cinema Porto/Post/Doc foi ontem inaugurado no Rivoli Teatro Municipal e vai apresentar 50 filmes até dia 13 de dezembro, naquilo que o seu diretor descreve como “uma nova forma de apresentar cinema”. “É um novo festival na cidade, que vem trazer uma nova forma de apresentar cinema, mas também uma velha fórmula de apresentar cinema, que é filmes novos e filmes bem escolhidos”, disse o diretor do evento, Dario Oliveira. Numa combinação entre o documentário e uma “área híbrida” que é o cinema do real, o Porto/Post/Doc vai exibir um conjunto de obras que “são a prova viva de que este pressuposto teórico é uma realidade e que aquilo que interessa sempre, e sempre interessou,

são formas de contar histórias vindas de todo o mundo”. O festival pretende ser um “momento de reflexão, mas também de entretenimento”, segundo Dario Oliveira, que referiu que o programa contém “filmes para que as pessoas levantem o moral, sem ser de forma estupidificante”, exemplificando com o filme “Belluscone, una storia siciliana”, de Franco Maresco. A programação do Porto/Post/Doc vai contar também com “muitos filmes portugueses”, desde a estreia nacional da curta-metragem “O Velho do Restelo”, de Manoel de Oliveira, a “Acima das Nossas Possibilidades”, de Pedro Neves, passando por “João Bénard da Costa – Outros amarão as coisas que eu amei”, de Manuel Mozos.

O objetivo, para o diretor do festival, é que no final, os espectadores “tenham a sensação de que viveram algo de especial, de único, sensorial, não só intelectual”, e que tenha sido “uma experiência que tem de ficar na memória de todos”. “O festival chama-se Porto/Post/Doc porque é na cidade do Porto e porque o cinema hoje em dia atravessa uma mudança de paradigma e os elementos da ficção e os elementos do real e do documentário juntam-se cada vez mais em obras que têm uma grande repercussão junto do público e também da crítica”, explicou Dario Oliveira. O festival começou ontem e decorre até ao próximo dia 13, repartindo-se entre o Rivoli, o Maus Hábitos e o Passos Manuel.

PJ esteve na Câmara de Paços de Ferreira

Consultar e recolher documentos

Inspetores da Polícia Judiciária estiveram na Câmara de Paços de Ferreira, na quarta-feira, a consultar e recolher documentos para apurar eventuais irregularidades praticadas no anterior mandato, confirmou fonte autárquica. Segundo a mesma fonte, a investigação em curso tem a ver com uma

exposição ao Ministério Público apresentada no início deste mandato pelo novo executivo, de maioria socialista, liderado por Humberto Brito. Os socialistas diziam ter dúvidas sobre utilização de fundos comunitários e das cauções prestadas pelos empreiteiros, da alegada responsabilidade da anterior gestão

social-democrata de Paços de Ferreira, distrito do Porto, acrescentou ainda a fonte. Os inspetores analisaram documentos contabilísticos e ouviram o presidente da Câmara, o vereador das finanças e um técnico do município responsável pela área financeira.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.