VITÓRIA ATACA LIDERANÇA GUIMARÃES QUER VENCER EM AROUCA PARA PRESSIONAR BENFICA
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DIÁRIO NACIONAL
Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |
Ano CXLVI | N.º 236
Sexta-feira, 07 de novembro de 2014
PIRES DE LIMA COMPARA RECUPERAÇÃO DO INVESTIMENTO AOS GOLOS DE CR7
FAMOSO KETCHUP n Ouvido durante várias horas no Parlamento, o ministro da Economia considerou que a recuperação do investimento “é como Ketchup e os golos do Ronaldo”. “Vai demorar algum tempo a recuperar os níveis de investimento de 2001 e 2002. Mas, se nos mantivermos neste caminho que tem sido seguido, a recuperação do investimento é como Ketchup e os golos do Ronaldo: quando começa, ela vem em golpes mais fortes”, destacou o ministro, frisando ainda que Governo tem “todas as razões para acreditar” que as suas previsões “são mais consistentes” do que as que foram feitas pelo FMI ou pelo BCE...
PORTO
Metro regista novo máximo absoluto de procura mensal (5,7 milhões)
RELAÇÕES
Cavaco Silva ratifica acordo de livre comércio com a Colômbia
ANTROP
“Brutal agravamento fiscal”nos combustíveis aumentará preço dos transportes
2 | O Primeiro de Janeiro
local porto
Sexta-feira, 7 de Novembro de 2014
Metro do Porto com novo máximo absoluto
Amanhã na Casa das Artes
Procura mensal de 5,7 milhões de validações O Metro do Porto registou em outubro um novo máximo absoluto de procura mensal, com 5,7 milhões de validações, apontando a empresa que 2014 será o ano com mais clientes transportados desde o início da operação comercial. Fonte da empresa de transporte público informou que, em outubro, “registaram-se 5.759.299 validações, o que representa um novo recorde de afluência”. “O anterior recorde de afluência respeitava a outubro de 2013, com 5,5 milhões de clientes transportados. Com este recente máximo mensal, o metro consolida um ano de crescimento sustentado da procura, contabilizando já cerca de 47,5 milhões de validações nos dez primeiros meses do ano”, acrescentou o mesmo responsável.
METRO. A população da cidade e da Área Metropolitana do Porto parece, cada vez mais, apostar neste meio de transporte Face a igual período do ano passado, o Metro do Porto conta até ao momento com mais 2,5% de clientes transportados. O crescimento é especialmente significativo a partir do início do 2.º semestre deste ano, admitindo a Metro do Porto estar relacionado com um aumento de turistas na cidade e com a operação MOVE, que disponibiliza desde julho e até ao dia 16 uma operação noturna nas noites de sexta, sábado e vésperas de feriado. De julho a outubro, disse, “a comparação homóloga revela um acréscimo de procura de 5,9%, o que
significa que o Metro do Porto está a conquistar mais de um milhão de clientes adicionais face a 2013”. “Em termos percentuais, as linhas que mais contribuem para este comportamento da procura são a Violeta (E), que faz a ligação ao Aeroporto (mais 10%), a Laranja (F), que serve o concelho de Gondomar (mais 5%), e a Amarela (D), que liga o Porto a Gaia (mais 3%)”, acrescenta a mesma fonte. No ano passado, o Metro fechou o ano com os melhores valores de procura de sempre – 55,9 milhões de clientes. Depois de estar duran-
te cerca de uma década no papel, o metro apenas entrou nos carris em 2000, após uma mudança no modelo de gestão da empresa, que passou pela criação de uma comissão executiva. A 07 de dezembro de 2002 foi inaugurada a linha Azul, no troço Trindade/Senhora da Hora, pelo primeiro-ministro de então, José Manuel Durão Barroso, que só no primeiro dia atraiu mais de mil pessoas. A operação comercial arrancou em janeiro de 2003 e pouco tempo depois, a 06 de março, foi registada a validação do cliente um milhão.
Bombeiros preocupados com a segurança na linha do Douro
Descarrilamento devia “servir de aviso” A avaria de um comboio de mercadorias, ocorrida ontem no túnel de Caíde, na linha do Douro, devia “servir de aviso” para as “dificuldades” de socorro em caso de acidente grave, alertou o comandante dos bombeiros de Vila Meã. “Esta é a situação mais preocupante e grave que temos em toda a região [do Tâmega e Sousa] em termos de proteção civil”, avisou o comandante Albano Teixeira. O mesmo responsável disse ter a certeza que haverá “muitas dificuldades” no socorro se um dia houver uma ocorrência grave no interior daquele túnel, como um incêndio envolvendo um comboio de passageiros. A situação mais alarmante, destacou Albano Teixeira, é o facto de não haver acessos por estrada
às bocas do túnel, o que obrigaria os bombeiros a percorrer a pé centenas de metros para chegarem à infraestrutura. Essa situação, observou, dificultaria e atrasaria o transporte do material, o socorro às vítimas e a evacuação dos eventuais feridos. O túnel, com 1086 metros de extensão, também é demasiado estreito, havendo apenas cerca de um metro a separar os comboios das paredes laterais da infraestrutura. “O trabalho dos bombeiros em caso de acidente no interior do túnel seria muito difícil”, insistiu. A inexistência de comunicações no túnel é outra preocupação do comandante. Albano Teixeira disse que a gravidade da situação tem sido iden-
tificada pelos bombeiros junto dos serviços de proteção civil, mas até hoje “ninguém fez nada para alterar o cenário”. Recentemente, também o presidente da Câmara de Lousada, Pedro Machado, alertou para as questões de segurança naquela linha férrea, sobretudo o túnel de Caíde, frisando ser muito difícil à proteção civil concelhia acudir às consequências de um eventual acidente. Em janeiro, também o comandante dos bombeiros do Marco de Canaveses disse estar preocupado com a insuficiência de meios para acorrer a uma eventual situação de descarrilamento de um comboio de passageiro na Linha do Douro. “É sempre uma situação que nos confere um bocado de dificuldade, porque
não temos os meios apropriados na eventualidade de existir um acidente para atender a uma situação dessas”, afirmou Sérgio Silva. A posição do comandante ocorreu a propósito de um descarrilamento naquele concelho, nas proximidades da estação do Juncal. Para Sérgio Silva, se o acidente tivesse envolvido uma composição de passageiros da CP, provocando um elevado número de feridos, os bombeiros teriam dificuldade, por não contarem com meios suficientes. Sobre esta matéria, a Refer informou que a empresa “dispõe de planos de segurança para a infraestrutura ferroviária nos quais, naturalmente, está incluído o Túnel de Caíde”.
Cineclube do Porto realiza Assembleia-Geral
O Cineclube do Porto vai realizar, amanhã, uma Assembleia-Geral Extraordinária para decidir que destino dar ao acervo do mais antigo cineclube do país, que esteve durante anos numa situação precária. O vice-presidente Manuel Pinto Barros afirmou que o que está em causa “é parte da história do cineclube e parte da história do cineclube é construída com a história da cidade, [com] a história do cinema português”, pelo que o acervo “precisa de melhores condições” e foi feito um apelo a várias instituições para que possam vir a receber o material em causa, algo que será votado no sábado, na Casa das Artes, a partir das 21h00. Por seu lado, o presidente da mesa da Assembleia-Geral, Alexandre Alves Costa, disse que esta mudança vai permitir enriquecer o próprio acervo e realçou que, inclusive o espólio do pai, Henrique Alves Costa, poderá vir a ser devolvido ao Porto, estando atualmente na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa. Grupo britânico atua em dezembro
Band Of Holy Joy vem ao Porto
Os britânicos Band Of Holy Joy vão atuar pela primeira vez em Portugal, a 07 de dezembro, no Porto, ao fim de 30 anos de carreira, anunciou a produtora do concerto. John Brown e os restantes elementos do grupo britânico subirão ao palco portuense do Hard Club ainda sob efeitos do seu último trabalho, “Easy Listening”, editado no corrente ano, mas com novo longa duração já em curso, ainda sem data prevista. Com origem num grupo de amigos residentes no bairro New Cross, sul de Londres, o grupo Band Of Holy Joy manteve-se ativo num primeiro ciclo, até 1993, tendo voltado a reunir-se em 2002, altura em que adotou o nome definitivo, deixando cair o artigo “The”, com que se apresentou em 1984. O regresso ficou marcado com a edição do disco “Love Never Fails” e, depois de os seus membros se terem envolvido em projetos paralelos entre 2003 e 2006, voltaram a atuar ao vivo a partir de 2007, editando sete álbuns de originais desde então. A música de Band Of Holy Joy transporta influências do período póspunk, assim como sonoridades folk-rock e cabaret europeu, não escondendo inspiração junto de compositores como Jacques Brel ou Bertolt Brecht.
regiões
Sexta-feira, 7 de Novembro de 2014
O Primeiro de Janeiro | 3
Homem morre e mãe e filha ficam feridas em Esmeriz
Tragédia em casa Segundo a Polícia Judiciária, há vários anos que a violência doméstica era realidade nesta família. Duas frequências semanais
Faro e Barcelona com ligação direta em 2015 Faro e Barcelona vão ter uma ligação aérea direta a partir de junho, sete anos depois de ter acabado o único voo direto entre as duas cidades, informou, ontem, o Turismo do Algarve. A nova rota, da companhia aérea espanhola de baixo custo Vueling, funcionará numa primeira fase apenas entre junho e setembro, com duas frequências semanais, mas o período poderá vir a estender-se consoante a procura registada, disse o presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), Desidério Silva. Segundo o presidente da RTA, a nova rota é um “ótimo indicador” para o próximo verão, numa altura em que o mercado espanhol está em crescimento no Algarve. O voo de estreia está previsto para o dia 20 de junho a partir do aeroporto El Prat.
Um homem morreu, ontem, em casa, em Esmeriz, Famalicão, alegadamente vítima de esfaqueamento que terá ocorrido no âmbito de um possível episódio de violência doméstica, de que terão resultado mais dois feridos. Segundo onte dos bombeiros locais, o alerta foi dado às 08h00, sendo que a mulher e a filha da vítima mortal, as pessoas feridas, foram transportadas ao hospital de Famalicão. Fonte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) afirmou ter recebido uma chamada para se deslocar ao local às 07h57, sendo que a vítima mortal, um homem de 40 anos, apresentava “uma ferida sangrando no pescoço, sendo vítima de uma arma
ESMERIZ. Homem morreu esfaqueado no âmbito de um possível episódio de violência doméstica
branca”. “A mulher, de 39 anos, apresentava feridas, escoriações e hematomas, ao nível do crâneo”, enquanto “a criança, de 10 anos, apresentava-se com um trauma da mão”, acrescentou. “Socorremos uma vítima do sexo masculino que se encontrava em paragem cardio-respiratória e iniciámos as manobras de suporte básico de vida”, adiantou o adjunto de comando, acrescentando que os bombeiros contaram depois com o apoio de uma ambulância. A equipa médica acabou por declarar o óbito ainda no local. Segundo o Público, os investigadores acreditam que o homem se terá suicidado depois de agredir a mulher e a filha. De acordo com a Judiciária, há vários anos que a violência doméstica marcava o dia-a-dia desta família. O caso foi entregue à Polícia Judiciária, que negou que tivesse sido realizada qualquer detenção. As vítimas permanecem apenas acompanhadas pela GNR no hospital.
Bombeiros deixam alerta
“Socorro difícil”
Referendo acaba com Federação Académica
A avaria de um comboio de mercadorias, ocorrida, ontem, no túnel de Caíde, na linha do Douro, devia “servir de aviso” para as “dificuldades” de socorro em caso de acidente grave, alertou o comandante dos bombeiros de Vila Meã. “Esta é a situação mais preocupante e grave que temos em toda a região [do Tâmega e Sousa] em termos de
proteção civil”, avisou o comandante Albano Teixeira, reforçando ter a certeza que haverá “muitas dificuldades” no socorro se um dia houver uma ocorrência grave no interior daquele túnel, como um incêndio envolvendo um comboio de passageiros. A situação mais alarmante, destacou Albano Teixeira, é o facto de não haver acessos por estrada às
Tribunal decreta prisão preventiva
Os alunos do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) decidiram em referendo a extinção da atual federação académica e optaram pela constituição de um modelo associativo naquela instituição de ensino superior. De acordo com o resultado do referendo, divulgado ontem na página do Facebook da FACAB, “dos 1.073 estudantes que exerceram o seu direito de opinião, 787 (73,35%) acham que o modelo de associativismo deveria vigorar em Castelo Branco”. Opinião contrária tiveram 26,65% dos estudantes, que no referendo se expressaram pela manutenção do atual modelo federativo. Segundo os dados disponibilizados, dos cerca de 4.000 alunos do IPCB apenas cerca de 25% (1.073) exerceram o seu direito de opinião no referendo, facto que é lamentado pela atual direção da FACAB. “Lamentamos a fraca adesão ao inquérito, mas agradecemos a todos aqueles que deram a sua opinião”, lê-se na página do Facebook.
Dois detidos na Portela na posse de cocaína
A Polícia Judiciária deteve, no aeroporto de Lisboa, dois homens, um dos quais na posse de 1.250 gramas de cocaína, informou ontem a PJ. Trata-se de dois estrangeiros, de 20 e 34 anos, que foram presentes a tribunal e ficaram em prisão preventiva. A detenção foi efetuada por agentes da Unidade Nacional de Commbate ao Tráfico de Estupefacientes, na sequência de uma investigação desenvolvida após a deteção, por parte da Autoridade Tributária e Aduaneira, de um homem oriundo do Brasil na posse de cocaína. Por outro lado, 4 dos 6 detidos no Peso da Régua pela suspeita do crime de tráfico de droga vão ficar a aguardar julgamento em prisão preventiva.
bocas do túnel, o que obrigaria os bombeiros a percorrer a pé centenas de metros para chegarem à infraestrutura. Essa situação, observou, dificultaria e atrasaria o transporte do material, o socorro às vítimas e a evacuação dos eventuais feridos. “O trabalho dos bombeiros em caso de acidente no interior do túnel seria muito difícil”, insistiu.
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Sexta-feira, 7 de Novembro de 2014
Cavaco Silva ratifica acordo de livre comércio com a Colômbia
“Beneficiar relações económicas” O Presidente da República ratificou o acordo de livre comércio com a Colômbia, durante a visita do presidente colombiano a Portugal, Juan Manuel Santos, que sublinhou que os dois países vivem “as melhores relações” da sua história.
“Hoje mesmo ratifiquei o acordo comercial multipartes entre a União Europeia, a Colômbia e Peru, que tinha sido aprovado há cerca de 15 dias pelo parlamento português. Este acordo muito beneficiará as relações económicas e comerciais entre os nossos dois países”, afirmou Cavaco Silva. O Chefe de Estado português falava,
“Resistir à tentação”
CAVACO. O Presidente da República confirmou ter ratificado “o acordo comercial multipartes entre a União Europeia, a Colômbia e Peru” ao lado do Presidente da Colômbia, numa declaração conjunta que realizaram, em que não responderam a perguntas, após um encontro entre ambos no Palácio de Belém, em Lisboa, no âmbito da visita de trabalho de Juan Manuel Santos. “Para Portugal, a Colômbia é um dos países mais relevantes da América Latina”, declarou Cavaco Silva, sublinhando como as relações entre os dois países “se alargaram e se reforçaram nos mais variados domínios, na área político-diplomática, na área económica, comercial e de investimento, na área da saúde, da cultura, da segurança e da defesa”.
Para Juan Manuel Santos, Portugal é um país com o qual, “sem lugar a dúvidas”, Colômbia tem “as melhores relações” da sua história. “Agradeço-lhe muito que hoje tenha assinado, senhor Presidente, a ratificação do tratado de livre comércio com a Europa e quero comunicar que a Colômbia já acionou todos os trâmites para o tratado de dupla tributação entre os dois países”, disse. O presidente colombiano, que incluiu Lisboa num périplo europeu que já o levou a Bruxelas, Berlim e Madrid, e no âmbito do qual estará também em Paris e Londres, sublinhou que “nos últimos
anos, Portugal e a Colômbia geraram dinâmicas muito positivas para os dois países em todas as frentes, a frente económica, a frente política, a frente social, cultural, de investimentos”. “Há investidores muito importantes que já estão presentes na Colômbia, gerando prosperidade e riqueza no nosso país, e aqui também, porque é disso que se trata”, afirmou Juan Manuel Santos. Após o encontro, Cavaco Silva ofereceu ao presidente colombiano um almoço, em que participam o primeiroministro, Pedro Passos Coelho, e o viceprimeiro-ministro, Paulo Portas.
Pires de Lima compara recuperação do investimento aos golos de CR7
O famoso ketchup de Ronaldo O ministro da Economia considera que a recuperação do investimento “é como “’Ketchup’ e os golos do Ronaldo”, já que assim que começa “vem em golpes mais fortes”. Pires de Lima foi ouvido em reunião conjunta das comissões parlamentares de Orçamento, Finanças e Administração Pública e de Economia e Obras Públicas, no âmbito do debate na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2015 (OE2015). “Vai demorar algum tempo a recuperar os níveis de investimento de 2001 e 2002”, afirmou o ministro da Economia. O governante apontou que o movimento de ‘apelo para resgatar a PT’, cujos subscritores apelidou “carinhosamente de ‘brigada do resgate” apresenta um modelo “que tem como consequência um resgate à custa dos portugueses”. Personalidades como Bagão Félix, Francisco Louçã, Freitas do Amaral e Manuel Carvalho da Silva subscreveram um “apelo para resgatar a PT”, em que exigem “das autoridades políticas e públicas uma atuação intensamente ativa” na empresa. Este é um dos caminhos pelos quais Portugal não deve seguir, explicou. “Se não entramos por essas vias, se nos mantivermos neste caminho que tem sido seguido, a recuperação
do investimento é como ‘Ketchup’ e golos do Ronaldo: quando começa, ela vem em golpes mais fortes”, disse o ministro, que começou a ser ouvido pelas 11h00. Para o governante, se Portugal mantiver a trajetória, a recuperação do investimento ao nível de 2001 poderá acontecer “talvez em três a quatro anos”. Sobre a deflação, António Pires de Lima manifestou-se preocupado e disse que o “Governo está a tomar algumas” medidas. “A nível europeu devíamos ter políticas que não fossem tão radicais do ponto de vista do controlo da inflação ao ponto de não termos inflação nenhuma na Europa”, disse. Questionado sobre que medidas o Governo está a tomar, António Pires de Lima citou o aumento do Salário Mínimo Nacional, que subiu mais do que a inflação. “Medidas que só podíamos tomar, como disse António José Seguro [antigo secretário-geral do PS], depois da ‘troika’ estar fora de Portugal. Assim que eles saíram, passámos a deixar de estar obrigados a seguir as suas recomendações e é por isso que há divergências”, destacou. “Previsões consistentes” Pires de Lima afirmou ainda que o Governo tem “todas as razões para acre-
ditar” que as suas previsões “são mais consistentes” do que as que foram feitas pelo FMI ou pelo BCE. “Temos todas as razões para acreditar que as nossas previsões são mais consistentes do que aquelas são dadas por organismos internacionais”, disse o governante, em resposta a questões do deputado socialista Pedro Nuno Santos. “Aliás, organismos internacionais que os senhores deputados sempre criticaram no passado, ou é agora que o PS se vai colar às posições e previsões do FMI [Fundo Monetário Internacional] e do BCE [Banco Central Europeu]? Não percebo este alinhamento de posições quando os senhores sempre os criticaram e às vezes até têm dificuldade de os receber”, comentou o ministro. Em média, as previsões do BCE e do FMI “apontam para um desvio de 0,4% no PIB [Produto Interno Bruto], connosco é só 0,2%”, disse Pires de Lima, acrescentando que isso demonstra que as instituições “decidiram ser conservadoras com todos os países do euro”, pelo que “não é uma situação específica de Portugal”. “Não vale a pena perder tempo a analisar cenários macroeconómicos feitos em gabinetes, o que me interessa é a realidade concreta das empresas a operar em Portugal que está a desmentir as
Pires de Lima desafia presidente António Costa
profecias negativas das previsões há 18 meses”, disse. O ministro, que apontou “falta de pudor” ao deputado socialista sobre as críticas tecidas ao executivo, criticou a posição do PS em relação aos dados do desemprego. “Os senhores ainda estão a validar a previsão [de taxa de desemprego] do BCE, que é de 13,6%, quanto ontem [quarta-feira] conhecemos dados do desemprego que são de 13,1%”, criticou o governante. António Pires de Lima lembrou que foram criados 100 mil postos de trabalho, dos quais 38 mil na indústria transformadora, 28 000 no comércio por grosso e retalho e 19 mil nas atividades financeiras e seguros. “O PS inventou uma realidade, uma ilusão”, criticou, destacando: “Vamos superar as previsões de desemprego, no sentido de ser mais baixo do que está no orçamento. É essa a minha convicção. Já aconteceu em 2014 e deverá acontecer em 2015”. “Só um país que investe e só um país que cresce é [que é] um país capaz de ser campeão na redução do desemprego a nível da União Europeia. Não há nenhum país na Europa que tenha reduzido o desemprego em 2,4 pontos percentuais ao longo dos últimos 12 meses” como Portugal, concluiu.
O ministro da Economia desafiou, no Parlamento, o presidente da Câmara de Lisboa e candidato a primeiro-ministro a “resistir à tentação” de criar uma taxa de dormida para turistas em Lisboa. “Só espero que, depois de termos resistido à criação de taxas, por exemplo na área das dormidas, a administração local, nomeadamente aqui na zona de Lisboa, liderada pelo autarca que também é candidato a primeiro-ministro, António Costa, quando apresentar o orçamento da Câmara de Lisboa para 2015 tenha o mesmo poder de resistir à tentação que demonstrou o Governo”, declarou o governante, realçando cada uma das palavras, o que levantou os ânimos na bancada do PS. Às questões do PCP sobre a evolução do setor do turismo em Portugal, Pires de Lima destacou que o Governo resistiu à tentação de criar novas taxas, nomeadamente sobre as dormidas, que penalizariam o setor do turismo, questionando qual vai ser a posição de António Costa sobre uma nova taxa, defendida pela Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP). “Vamos lá ver o que vai decidir o candidato a primeiro-ministro do PS”, lançou, perante a contestação dos deputados socialistas, ao fim de duas horas de reunião conjunta da Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública e da Comissão de Economia e Obras Públicas. Na audição sobre o Orçamento do Estado 2015 (OE2015), o governante elencou as medidas tomadas pelo Governo que ajudaram ao “sucesso” do setor do turismo em Portugal, realçando que o Governo “acabou com algumas taxas e taxinhas completamente inaceitáveis”. Pires de Lima considerou que os dados do turismo são “muito positivos”, citando os números das dormidas e de proveitos acumulados até agosto, e apontou que o desempenho não se deve ao executivo, porque “não gere hotéis”, mas “tomou algumas coisas” que ajudaram o setor como as medidas de redução de custos do contexto. Relativamente à taxa sobre o consumo (IVA), o ministro da Economia disse que na restauração, a coleta em 2011 era de 250 milhões de euros e este ano “deve atingir 650 milhões de euros”. Deste montante, metade do crescimento dos 450 milhões de euros resulta do combate à evasão fiscal e os outros 200 milhões de euros do aumento da taxa sobre o consumo. O governante sublinhou que a visão “catastrofista” sobre o encerramento de 20 mil restaurantes devido à subida do IVA “não aconteceu devido ao facto de em Lisboa, Porto e algumas zonas do Algarve o turismo ter crescido como cresceu”. “Há mais 15 mil postos de trabalho do que havia há um ano, todas aquelas premissas catastróficas para o setor não se confirmaram”, destacou, lembrando que quem no futuro quiser diminuir a taxa de IVA na restauração terá de ter em conta que implica uma perda de 200 milhões de euros.
economia
Sexta-feira, 7 de Novembro de 2014
O Primeiro de Janeiro | 5
Eurogrupo não comenta já divergências em torno das previsões para 2015
À espera da «troika» Santader e CGD lucram
Quatro maiores bancos com resultados mistos
Os quatro maiores bancos a operar em Portugal, excluindo o Novo Banco, tiveram resultados mistos entre janeiro e setembro, com o Santander Totta e a CGD a apresentarem lucros, e o BCP e o BPI no lado dos prejuízos. O Santander Totta registou o maior resultado líquido, próximo dos 119 milhões de euros. Já a CGD lucrou 55,5 milhões de euros, uma forte recuperação face ao prejuízo de 283,5 milhões. O BCP também teve uma melhoria significativa, embora permaneça em terreno negativo. Quanto ao Banco BPI, passou para o «vermelho», com um prejuízo de 114,3 milhões de euros.
Em linha com Europa
Bolsa de Lisboa fecha sessão a valorizar
O índice de referência da bolsa de Lisboa, o PSI20, encerrou, ontem, a sessão a valorizar-se 0,56% para 5.177,95 pontos, com a retalhista Jerónimo Martins a liderar os ganhos, com uma subida de 3,79%. Entre as 18 cotadas que compõem o índice, sete valorizaram e onze encerraram em queda. O setor das telecomunicações também teve um desempenho positivo: a NOS subiu 1,88% para 4,66 euros e a Portugal Telecom (PT) valorizou-se 1,21% para 1,25 euros. Na Europa, o dia foi de ganhos na maioria das praças de referência, à exceção de Madrid (Ibex), que perdeu 0,15%.
“Por agora, vou esperar primeiro pela opinião da Comissão, e depois falaremos no Eurogrupo”, disse Dijsselbloem. O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, escusou-se, ontem, em Bruxelas, a comentar o projeto de orçamento de Portugal para 2015 e as divergências em torno das previsões económicas, argumentando que só se pronunciará após ouvir as instituições da «troika». À entrada para uma reunião dos ministros das Finanças da zona euro, e ao ser questionado sobre se está preocupado com o projeto de Orçamento do Estado de Portugal para 2015, Dijsselbloem indicou que a discussão sobre os planos orçamentais dos Estados-membros só terá lugar mais perto do final do corrente mês, “com base nos pareceres da Comissão Europeia”. “Por agora, vou esperar primeiro pela opinião da Comissão, e depois falaremos no Eurogrupo”, disse. Instado a comentar se, tal como a «troika», também considera irrealistas as projeções contidas na proposta de orçamento apresentada por Lisboa, insistiu que ainda não está em condições de formular uma opinião: “não sei, vou ouvir as instituições e discutiremos no Eurogrupo”.
EUROGRUPO. Organismo deve apreciar na reunião extraordinária de 21 deste mês os planos orçamentais dos países da zona euro Por fim, ao ser questionado sobre se partilha a preocupação manifestada na véspera pela Comissão Europeia relativamente ao abrandamento das reformas estruturais em Portugal desde a saída da «troika» (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu), remeteu também um juízo para uma fase posterior. “Repito a minha resposta: vou informar-me com as instituições da ‘troika’ primeiro e depois terei uma opinião”, concluiu.
O Eurogrupo deverá apreciar numa reunião extraordinária agendada para 21 de novembro os planos orçamentais dos países da zona euro, já com base nos pareceres que a Comissão Europeia deverá publicar até essa data. Na quarta-feira, a «troika» pôs em causa a proposta de Orçamento do Estado para 2015 (OE2015) de Portugal, prevendo menos crescimento e mais défice do que o Governo, alertando para “uma pausa” no esforço de consolidação orçamental, e reiterando que Portugal
“não cumpriu” os compromissos assumidos. Depois de ouvirem os argumentos incluídos na proposta orçamental do Governo para 2015, tanto Bruxelas como o Fundo concluíram que Portugal não está a cumprir. O FMI diz mesmo que a proposta de Orçamento do Estado para 2015 “não está em linha” com os compromissos assumidos, enquanto a Comissão Europeia e o BCE consideraram que “o esforço para reduzir o défice estrutural orçamental subjacente diminuiu claramente”.
BCE mantém taxas de juro nos 0,005%
Draghi nega divisão entre norte e sul da UE O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, garantiu, ontem, não haver uma divisão entre países do norte e do sul sobre as orientações da entidade, embora reconheça existirem “diferentes pontos de vista”. “É relativamente normal” haver diferentes visões sobre as políticas do banco central, assinalou Draghi, que desmentiu, todavia, uma divisão entre países do norte e do sul. Uma das polémicas que a imprensa noticiava que dividia diferentes governadores do continente europeu prendia-se com o balanço
BCE. Conselho de Governadores decidiu manter a taxa de juro diretora na zona euro nos 0,05%
do BCE, que Draghi disse que caminha para os níveis de 2012, de cerca de três biliões de euros. O presidente do BCE falava em conferência de imprensa depois de o Conselho de Governadores da entidade ter decidido manter a taxa de juro diretora na zona euro nos 0,05%, um mínimo histórico. A decisão não surpreende e já havia sido antecipada pelos analistas. Foi a 4 de setembro que o BCE reduziu a taxa de juro diretora para os 0,05%, decisão ontem revalidada. A maior parte dos analistas contactados pela
agência Bloomberg disse na quarta-feira esperar pouca ação por parte do BCE, devido aos dados económicos díspares de outubro e ao facto de ainda ser cedo para avaliar o impacto das medidas já implementadas. A reunião do BCE ocorreu numa altura em que Mario Draghi está a ser muito questionado por alguns bancos centrais. No início de outubro, o BCE anunciou em Nápoles mais pormenores sobre os programas de compra de dívida privada, designadamente que estes vão estar em vigor dois anos.
6 | O Norte Desportivo
desporto
Sexta-feira, 7 de Novembro de 2014
V. Guimarães pode ser líder da I Liga dois dias se vencer hoje o Arouca
“Seria giro terminar a noite em primeiro lugar” Benfica defende a liderança na Choupana, FC Porto visita o Estoril e Sporting recebe o P. Ferreira, na ronda deste fim de semana.
classificado e única equipa ainda sem vitórias. No fecho da ronda na segundafeira, também o Rio Ave (oitavo) se pode aproximar dos postos europeus, na receção à Académica, 12.ª classificada. “Motivação extra”
O Benfica defende no domingo a liderança da I Liga com uma visita ao Nacional, na 10.ª jornada da I Liga, palco no qual não venceu em três das últimas seis deslocações. Depois de ter sofrido a primeira derrota na I Liga em Braga (2-1), na oitava jornada, o campeão português somou dois triunfos consecutivos em casa, sobre o Rio Ave e sobre a AS Mónaco, para a Liga dos Campeões, ambas conseguidas com um golo solitário de Talisca, o melhor marcador do campeonato. Apesar de ter somado duas derrotas e um empate nas últimas seis visitas ao terreno do Nacional, o Benfica leva vantagem no confronto direto, com nove triunfos, duas igualdades e quatro desaires. «Grandes» com trabalho difícil
A um ponto do Benfica, o FC Porto, única equipa invicta na prova, procura pela primeira vez esta temporada somar quatro vitórias consecutivas na I Liga, na visita ao EstorilPraia, uma equipa a quem não venceu na época passada, apresentando-se ainda motivado com o recente apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões, após vitória (2-0) em casa do Athletic Bilbau. Após sofrer a primeira derrota da época no terreno do Vitória de Guimarães, por claros 3-0, desaire que levou a duras críticas do presidente Bruno de Carvalho, o Sporting caiu para o sexto lugar e recebe o Paços de Ferreira, quarto classificado e uma das equipas que o ultrapassou na tabela. Na quinta posição, o Belenenses visita no domingo o Moreirense (nono), onde pode conseguir o terceiro triunfo consecutivo. No mesmo dia, defrontam-se antepenúltimo e penúltimo, Boavista e Penafiel, respetivamente, num dia em que também jogam Vitória de Setúbal (14.º) e Marítimo (10.º). Amanhã, o Belenenses recebe o Gil Vicente, último
I LIGA. Depois da vitória por 3-0 frente ao Sporting, V. Guimarães defronta o Arouca com o primeiro lugar no horizonte
Fotografia de grupo
Ronaldo partilha Bota de Ouro com colegas
O português Cristiano Ronaldo partilhou, ontem, com os seus companheiros, durante o treino do Real Madrid, a Bota de Ouro que recebeu na quarta-feira, para o premiar como melhor marcador dos campeonatos europeu em 2013/14. O avançado luso, autor de 31 golos no campeonato espanhol na época passada, que na véspera já
tinha agradecido aos colegas e à equipa técnica durante a entrega do galardão, posou com todos para uma fotografia de conjunto com a Bota de Ouro. O prémio foi dividido entre Cristiano Ronaldo e o uruguaio Luis Suárez, que em 2013/14 aponto também 31 golos no campeonato inglês, ao serviço do Liverpool. Ronaldo assumiu, durante a atribuição do prémio, não querer ser apenas o melhor jogador português de todos os tempos, mas ser o melhor futebolista de sempre.
Já o Vitória de Guimarães, terceiro classificado a dois pontos do Benfica e que vem de três vitórias consecutivas, pode mesmo estar dois dias na liderança da I Liga, caso vença, hoje, o Arouca, 15.º, na abertura da ronda. O treinador, Rui Vitória, não quer euforias e disse-se confiante que os jogadores percebem essa mensagem e que não é uma vitória, ou uma derrota, que vai mudar a equipa, porque esta tem um “padrão, uma matriz”. “Tenho um grupo fantástico de jogadores e não há necessidade de estar constantemente a falar nisso. Toquei pela rama, disse-lhes o que é importante, que há elogios, mas também críticas, eles já sabem como funciono, a minha exigência é enorme”, disse. O treinador disse esperar um jogo difícil em Arouca, mas frisou a vontade de ganhar, o que significaria ficar na frente do campeonato pelo menos até domingo, dia em Benfica e FC Porto (segundo classificado) jogam. “Sim, pode ser uma motivação extra, seria muito interessante e giro terminar a sexta-feira em primeiro lugar, mas estamos mais preocupados com o jogo em si, em somar os três pontos, em melhorar o que podemos, e não estamos focados na classificação”, disse. Para Rui Vitória, o melhor caminho para não entrar em euforias é “nunca esquecer de onde a equipa veio”. Já o treinador do Arouca reconhece o mérito do adversário, mas quer vencer. “Temos de interpretar o jogo com a mesma alegria que o temos feito, com grande disponibilidade, com grande rigor e acima de tudo com grande vontade de ganhar cada duelo e demonstrar que estamos prontos para a luta”, disse Pedro Emanuel, rematando: “vamos encontrar uma equipa moralizada. Acho que isso é um aliciante extra para nós, defrontarmos uma boa equipa, com bons executantes e que está bem classificada.”
FPB escolhe amanhã sucessor de Mário Saldanha
Final de uma era
Manuel Fernandes e Eduardo Monteiro concorrem, amanhã, à sucessão de Mário Saldanha, que deixa a presidência da Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB), após quase 25 anos na liderança do organismo. Diretor técnico nacional desde 1985, Manuel Fernandes apresentou a demissão do cargo há cerca de um mês, por ter considerado a sua candidatura à direção do organismo incompatível com as funções que exercia há quase 30 anos. Membro da Comissão Executiva da FIBA Europa desde 2006, Manuel Fernandes foi jogador e treinador do Barreirense antes de exercer funções na FPB. Como técnico do clube do Barreiro, conquistou três vezes a Taça de Portugal. Como mandatário, Manuel Fernandes conta com Hermínio Barreto. Há quase 20 anos afastado da modalidade, Eduardo Monteiro, que também exerceu funções de diretor técnico nacional na federação, regressa aos «palcos» do basquetebol, apresentandose como figura da “mudança”. Antigo jogador do Belenenses, Eduardo Monteiro, chegou a treinar o Benfica entre 1974 e 1982. O cargo mais recente que exerceu na modalidade foi em 2002, quando coordenou a escola de basquetebol do Belenenses. Roberto Carneiro, antigo ministro da Educação, é o mandatário da candidatura.
Sexta-feira, 7 de Novembro de 2014
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OLISIPÍADAS - os Jogos da Ignorância Os Jogos estão de volta à cidade de Lisboa. Vimos, mas não queríamos acreditar! O logo o Comité Olímpico de Portugal (COP) faz parte do cartaz que anuncia as OLISIPÍADAS que só podemos denominar como os Jogos da Ignorância. E porquê? Porque a raiz dos Jogos Olímpicos está na Grécia antiga e não na civilização romana que se Gustavo Pires* limitou a abastardá-los ao ponto de, em 392, terem sido proibidos pelo imperador romano Teodósio. Depois de vermos e lamentarmos que o COP tenha sido o grande promotor dos Lusofonia Games, que ficarão para a história conhecidos como os Jogos Idiotas, agora, temos de lamentar ainda mais que a instituição nacional que tem por missão defender os princípios e os valores do Olimpismo apareça associada a um evento como as OLISIPÍADAS. Aqueles que devem defender os princípios e os valores do Movimento Olímpico (MO) Internacional, para além de outros aspetos fundamentais, pelo menos, deviam recordar-se da celeuma internacional que aconteceu com as medalhas olímpicas dos JO de Sydney (2000) que, no seu desenho artístico, por muito que a organização o tenha negado, o que é facto é que, representam um circo romano. Agora, a Câmara Municipal de Lisboa, com o beneplácito do COP, ao recuperar o nome da cidade de Lisboa ao tempo dos romanos, resolveu romanizar os Jogos da Cidade, sem se aperceber que a romanização dos Jogos representa a promoção da violência gratuita e a própria morte no desporto. Por isso, pergunta-se: nas OLISIPÍADAS também vai haver lutas de morte? E lutas com animais? Seria bom que o COP explicasse ao Movimento Desportivo e aos portugueses a sua posição. E, já agora, ao Comité Olímpico Internacional. Se o atual líder do COP não se importa (nele já nada nos surpreende), entretanto, gostaríamos de saber a posição dos antigos presidentes da instituição como Lima Bello, Vasco Lince e Vicente Moura. Seria interessante também conhecer a posição dos putativos candidatos preteridos às últimas eleições do COP tal como Fernando Mota, Manuel Brito, Marques da Silva e Carlos Cardoso. Ou até da famigerada Comissão Estratégica do COP se é que funciona. Porque, o Olimpismo é demasiado sério para ser envolvido em OLISIPÍADAS. E, como a cultura olímpica é demasiado séria para ser envolvida em OLISIPÍADAS, também perguntamos quem é que em Portugal faz cumprir o Decreto-Lei n.º 155/2012, de 18 de julho, que estabelece o regime de proteção jurídica a que estão sujeitas as “Propriedades Olímpicas”? Se ninguém defende, exige-se a intervenção do Sr. Secretário de Estado do Desporto e Juventude em defesa da lei que o seu próprio Governo fez publicar. Finalmente, também diremos que as OLISIPÍADAS se não são uma rasteira ao hipotético futuro Primeiro-ministro, pelo menos, parecem. Acreditamos que António Costa não faça a mínima ideia do atestado de ignorância que os seus assessores e quejandos lhe estão a pregar. É triste mas é o desporto, a política e o País que temos. Um país das OLISIPÍADAS.
ANTROP fala em inevitável aumento do preço dos transportes
“Brutal agravamento fiscal” nos combustíveis A Associação Nacional de Transportadores Rodoviários Pesados de Passageiros (ANTROP) manifestouse contra o “brutal agravamento fiscal” nos combustíveis devido à proposta de Orçamento do Estado e à Fiscalidade Verde, que aumentará o preço dos passes e dos bilhetes. “Se o agravamento fiscal no preço dos combustíveis for alargado, como está previsto, às empresas de transporte rodoviário de passageiros vai colocar em perigo, já a 01 de janeiro, a sobrevivência económica das empresas do setor e a prestação de um serviço de primeira necessidade a milhões de cidadãos”, disse o presidente da ANTROP, Luís Cabaço Martins, numa conferência de imprensa realizada em Lisboa. As empresas “não vão aguentar” o aumento dos custos operacionais em 4,8%, isto é, em mais 11,7 milhões de euros, que resultará da subida do preço de venda ao público do gasóleo em 5,3 cêntimos por litro, caso sejam aprovadas as medidas que constam na proposta de Orçamento do Estado para 2015 e a legislação sobre
Fiscalidade Verde, pelo que apelam ao Governo para que crie “um regime de exceção” para o setor. Cabaço Martins afirmou ainda que o agravamento fiscal alargado aos transportes públicos é “um contrassenso” que vai pôr em causa a competitividade e a sustentabilidade do setor e irá penalizar os passageiros com o aumento, “indesejável” na sua opinião, do preço dos passes sociais e dos bilhetes dos utentes. A ANTROP considera também que a aplicação da taxa de carbono aos combustíveis utilizados pelos transportes públicos é “um evidente erro estratégico”, pois a Fiscalidade Verde deverá “dar sempre sinais muito claros” para melhorar os comportamentos das populações, o que “não acontece se se taxa, na mesma medida, os meios de transporte amigos (transportes públicos) e inimigos do ambiente (transporte individual)”. O presidente da ANTROP refere igualmente que o peso da fiscalidade representa um terço dos custos operacionais das empresas, pelo que, se a legislação for aprovada pelo parla-
mento, isso irá repercutir-se nas famílias já “tão penalizadas pela crise”, nas empresas que têm sido “grandes empregadoras” e numa alteração da procura por este tipo de transporte, que na Europa é incentivado pelos poderes públicos. “Estamos perante um contrassenso político e económico. Esperamos agora que na fase de discussão [da proposta] de Orçamento de Estado e da legislação da Fiscalidade Verde, em novembro, a situação seja alterada e haja acolhimento das propostas da ANTROP”, salientou. “Não queremos acreditar que não haja solução, pelo que apelamos ao Governo para que não asfixie o transporte público”, disse, realçando que “há que incentivar a criação de alternativas amigas do ambiente, caso do transporte público de passageiros”. A ANTROP representa empresas de um setor que emprega 15 mil trabalhadores e que operam com uma frota de 7500 autocarros, além de transportarem anualmente 1,5 biliões de passageiros.
Institutos politécnicos alertam
Cursos de saúde em risco
Responsáveis dos institutos politécnicos alertaram que alguns cursos superiores, em especial na área da saúde, estão em risco caso não seja introduzida uma norma no Orçamento do Estado (OE) que impeça a saída de professores e funcionários. O alerta foi feito no Parlamento pelo presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Joaquim Mourato, que explicou que existe mais de uma centena de professores e pessoal não docente que trabalham nos politécnicos mas pertencem aos quadros de outros organismos públicos e estão, agora, em risco de regressar aos lugares de origem. Nos últimos 20 anos, vários funcionários de outros ministérios foram concorrendo aos politécnicos, mantendo-se, no entanto, nos quadros das instituições de origem. Desde 2008, com a entrada em vigor da Lei dos Vínculos, Carreiras e Remunerações, os orçamentos do estado passaram a incluir uma norma para garantir a continuidade dessas pessoas nos politécnicos, no entanto, a norma não consta do OE para 2015, afirmou Joaquim Mourato. A norma “foi retirada, não está lá. O que é uma situação gravíssima porque implica que estas pessoas regressem
à entidade de origem de há 15 ou 20 anos e muitas delas [entidades] já nem sequer existem, já foram extintas”, disse Joaquim Mourato, à saída da Comissão de Educação, Ciência e Cultura. Segundo o presidente do CCISP, está em causa o futuro de mais de uma centena de pessoas e o normal funcionamento de algumas escolas: “É mais de uma centena de pessoas e tem uma incidência muito particular em meia dúzia de escolas, principalmente na área da saúde, o que pode paralisar um conjunto de escolas”. A Escola Superior de Tecnologia de Saúde, do Instituto Politécnico de Lisboa (IPL), poderá ser uma das instituições afetadas pela ausência da norma. “Ficaríamos numa condição muito difícil para poder abrir alguns cursos na própria escola”, disse o presidente do IPL, Luís Vicente Ferreira, explicando que, neste momento, 17 dos cerca de 60 funcionários pertencem aos quadros de outras instituições. “Se o documento que sair do OE não prever que essas pessoas podem continuar em comissão extraordinária de serviço ou disser que passam definitivamente para os mapas das instituições atuais, eles terão de voltar às instituições de origem e isso
cria-nos problemas graves”, alertou, lembrando que se trata de docentes com “grande influência” nos cursos. “São dos primeiros profissionais que entraram como professores na escola, são os mais antigos. Teríamos problemas, até ao nível de coordenação dos cursos”, disse, afirmando que “a escola tem 12 cursos e, provavelmente, não haverá nenhum que não tenha alguma afetação destes docentes relativamente a esta questão”. Para o responsável do CCISP, a solução resolve-se colocando estes profissionais nos quadros dos politécnicos, tornando “definitivo o vínculo dessas pessoas onde elas são necessárias”. Joaquim Mourato garante que esta mudança legislativa não trará custos acrescidos mas, caso a situação se mantenha, o Estado poderá ter “uma despesa maior”: “Se as pessoas regressarem à origem onde já não são necessárias e nós tivermos de contratar novos docentes, então o estado irá ficar com uma despesa maior”. A proposta de introdução desta norma no OE para 2015 foi apresentada no Parlamento poucas horas antes da audição do ministro da Educação, Nuno Crato, durante a discusão na especialidade do Orçamento de Estado de 2015.