10 11 2014

Page 1

REGRESSO ÀS VITÓRIAS SANTOS FEZ MILAGRE NOS DESCONTOS E BOAVISTA VENCEU PENAFIEL

Há 145 anos, sempre consigo. 1868

Continente - 0,60 € (iva incluido) – Ilhas - S. Miguel e Madeira - 0,75 € (iva incluido) – Porto Santo 0,80 € (iva incluido)

Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |

|

DIÁRIO NACIONAL

Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |

Ano CXLVI | N.º 237

Segunda-feira, 10 de novembro de 2014

DGS CONFIRMA QUE CASOS DE LEGIONELLA

ESTÃO CIRCUNSCRITOS A VILA FRANCA

B ACTÉRIA

M O RTA L n Francisco George informou a existência de “180 casos confirmados” de legionella, dos quais 24 “estão internados em cuidados intensivos”. O responsável máximo pela DGS confirmou ainda “quatro óbitos” e uma “quinta situação que ainda está em investigação em termos de diagnóstico, mas que irá seguramente juntar-se a estes quatro casos”. Este surto, cuja a origem ainda não foi identificada, está relacionado com uma só localidade. “Todos os casos, mesmo os de fora de Lisboa, têm uma ligação a Vila Franca de Xira, ou trabalham, ou estiveram lá, ou têm relações de qualquer tipo lá”, destacou...

VALONGO

Visita de sensibilização ambiental às minas romanas das serras da Santa Justa e Pias

LIDERANÇA

Benfica vence (2-1) Nacional da Madeira e recupera primeiro lugar

PAÍS

António Costa acusa Governo de não ter “uma visão estratégica”


2 | O Primeiro de Janeiro

local porto

Segunda-feira, 10 de Novembro de 2014

Minas romanas das serras da Santa Justa e Pias em Valongo

Visita de sensibilização ambiental Com cerca de 20 séculos de existência, as minas romanas das serras da Santa Justa e Pias, em Valongo, foram alvo de uma visita de sensibilização ambiental por espeleólogos e curiosos de todo o país e Espanha.

A iniciativa fez-se no âmbito do Congresso sobre Mineração Romana, que decorreu ao longo de todo o fim de semana naquela cidade com a organização do Alto Relevo-Clube de Montanhismo, que pretende “cartografar e preservar estes ecossistemas de fauna e flora únicos no país”, segundo João Moutinho, vice-presidente da associação. As entradas para o sistema de minas – os chamados fojos romanos – ficam a pouco menos de um quilómetro do centro de Valongo, sendo portanto vulgares as deposições de entulho ou “animais de estimação mortos” que se acumulam e acabam por prejudicar galerias de profundidades que “chegam a ultrapassar a altura da Igreja de Valongo ou da Torre dos Clérigos”, explicou o vice-presidente do Alto Relevo. As condições de humidade e tem-

VALONGO. Nas minas podem observar-se espécies de flora em microclimas que não se encontram em mais nenhum local de Portugal continental, nem da Europa peraturas constantes que se verificam a mais de 100 metros de profundidade permitem a coexistência de “morcegos ou da salamandra lusitana, que encontra aí o seu maior santuário a nível mundial, assim como de outras espécies de flora em microclimas que não se encontram em mais nenhum local de Portugal continental, nem da Europa, existindo só em ilhas exóticas e tropicais”, continuou João Moutinho. Apesar das infra-estruturas de sinalização e proteção colocadas pela autarquia e espeleólogos, para além da instalação de miradouros a algumas dezenas de metros de profundidade, verificam-se ainda tentativas deliberadas por parte de populares para tapar as entradas para o sistema de galerias e túneis, por razões de boa vontade e segurança. “O importante será sensibilizar as pessoas para a questão histórica e cultural que envolve estas cavidades”, considerou o presidente do Alto Relevo-Clube de Montanhismo, Vítor Gandra, alertando para a deterioração

da “coexistência entre as diferentes espécies e seus habitats” que tais operações acarretam, para além da das marcas ainda visíveis deixadas pelos mineiros e prospetores romanos. Os corredores íngremes e estreitos, quase claustrofóbicos, destes fojos perfazem um volume que há vinte séculos estava preenchido por terra de xisto polvilhada de ouro. “Estamos a andar no que antes era chão”, explicou João Moutinho durante a visita aos túneis, sublinhando a necessidade de “preservar este património histórico, porque somos todos, em certa medida, romanos, porque também descendemos deles”. A riqueza botânica das minas romanas é também visível no fetos com a altura de pessoas que brotam nos seus declives. Segundo o vice-presidente do clube de montanhismo, “as esposas dos botânicos que lá descem para estudar as espécies têm sempre de lhes ligar a perguntar se vão voltar a casa”, dado o interesse e raridade dos espé-

cimes que vão encontrando. Também o pó dourado que forra as paredes de pedra faz dos fojos um local que cativa curiosos, algo a que os espeleólogos chamam “o ouro dos tolos”, que não sendo pirite, um mineral que se assemelha ao metal valioso, brilha em tons de amarelo e prateado através de milhões de fungos que percorrem as paredes e refletem a luz de lanternas e iluminadores frontais de capacetes de proteção. Há ainda fojos por descobrir nas serras de Valongo. Em 2010, no âmbito da iniciativa que correu todo o país com o nome “Limpar Portugal”, o Alto Relevo-Clube de Montanhismo retirou de uma só mina romana cerca de 1700 pneus usados e abandonados. “É um buraco e tapam-no porque não sabem a beleza e a riqueza que pode lá estar”, contou ainda o presidente Vítor Gandra, estimando que existam “milhares de pneus e outros resíduos” em outras cavidades por desenterrar.

Moradores do Bairro Rainha D. Leonor queixam-se

“Habitações já apresentam problemas graves” O vereador da CDU na Câmara do Porto ouviu várias queixas dos moradores da primeira fase do Bairro Rainha D. Leonor que foi recentemente requalificado e já apresenta “problemas graves” nas habitações. “Quase todos se queixam exatamente do mesmo, ou seja, todas as caixilharias, que são em madeira, estão a apodrecer, problemas de infiltrações de águas, má qualidade dos materiais, problemas de ventilação, humidade e infiltrações de água”, disse o vereador Pedro Carvalho.

O autarca comunista falava no final de uma visita que efetuou aquele bairro, composto por 90 moradias, que foi alvo de obras de requalificação entre 2005 e 2013. “Mesmo nas casas requalificadas há menos tempo já existem problemas”, disse Pedro Carvalho, lamentando que a fiscalização às obras nos bairros sociais não seja mais eficaz e os empreiteiros não sejam responsabilizados. O vereador da CDU disse que tem vindo a receber queixas ao longo do

tempo “por causa dos pormenores e dos materiais de construção de baixa qualidade que foram utilizados”. “Começa-se já a notar, até nas moradias que foram feitas mais recentemente, problemas de infiltrações e um problema estrutural que está em todas as varandas. Ou seja, há um problema de entrada de água, que depois obviamente afeta todas as casa das pessoas”, sublinhou. Em seu entender, “não se percebe muito bem qual foi a fiscalização que foi efetuada ao bairro tendo em conta

que até as moradias que foram requalificadas há menos tempo apresentam os mesmos problemas estruturais das que foram requalificadas há mais tempo”. Pedro Carvalho irá levar o assunto à próxima reunião do executivo chamando a atenção para a necessidade de se resolverem os problemas estruturais dos bairros, “evitando-se assim gastos com obras de conservação e manutenção que se prolongam ao longo de anos, sem nunca se resolver o problema dos moradores”.

Homem desaparecido no molhe norte da Barra do Douro

Buscas serão retomadas hoje

As buscas para encontrar o homem de 39 anos que ontem desapareceu no molhe norte da Barra do Douro, Porto, arrastado por uma onda, deverão ser retomadas hoje de manhã, informou fonte da Polícia Marítima. O homem praticava pesca lúdica, acompanhado de um irmão, quando cerca das 04h45 da madrugada foi surpreendido por uma onda que o arrastou para o mar. O oficial adjunto da Capitania do Porto do Douro, José Matos, disse que o acidente ocorreu numa zona que, na sequência de um aviso meteorológico, tinha sido vedada por uma fita para impedir a passagem das pessoas. Os dois homens não terão respeitado esse sinal e terão ultrapassado a barreira. As buscas efetuadas ao longo de todo o dia envolveram um helicóptero da Força Aérea e duas embarcações salva vidas (fragatas da Marinha), que percorreram a toda a costa até às zonas de Gaia e Matosinhos.

Cineclube do Porto

Direção tem a palavra sobre acervo

Os sócios do Cineclube do Porto decidiram em Assembleia Geral Extraordinária delegar na direção a decisão relativa ao destino a dar ao acervo do mais antigo cineclube do país. Alexandra Fonseca, da direção do Cineclube do Porto, disse que essa decisão terá que ser tomada “muito em breve” uma vez que o cineclube terá que abandonar até final deste mês as instalações que ocupa. De acordo com Alexandra Fonseca, a ANIM-Arquivo Nacional das Imagens em Movimento, em Lisboa, acolherá o “material fílmico” por ser a “única entidade nacional que reúne as condições para o acolher, conservar e disponibilizar”. Em relação ao restante acervo, a dúvida está entre concentrálo (excluindo as máquinas) na Casa do Infante - Arquivo Histórico do Porto ou dividi-lo entre esta instituição e o Museu Nacional Soares dos Reis. Segundo a mesma responsável, o Museu Nacional Soares dos Reis manifestou disponibilidade para receber as máquinas e o acervo artístico. Parte do acervo já se encontra no Museu Nacional Soares dos Reis, onde várias das atividades do Cineclube do Porto decorrem. A decisão pode passar por distribuir por várias entidades o material, que inclui uma extensa biblioteca, obras de arte, bem como filmes, máquinas de projeção e de filmar, num processo que deverá estar finalizado antes do fim do ano.


Segunda-feira, 10 de Novembro de 2014

regiões

O Primeiro de Janeiro |

Presidente da Junta de Santa Iria e Forte da Casa lança apelo à população

“Não vale a pena entrar em pânico” “Tomámos-mos todas as diligências que nos competia para averiguar a origem desta bactéria”, afirmou Jorge Ribeiro. CML faz proposta ao Governo para transportes

Parceria pública

A Câmara de Lisboa propôs ao Governo um contrato de parceria pública, por um período inicial de sete anos, para a gestão municipalizada das redes de transporte público da cidade, nomeadamente do metropolitano e da Carris. Nesse contrato, que vai ser debatido quarta-feira na reunião camarária, pode lerse que o município pretende assumir o “exercício pleno” de competências no planeamento e gestão das redes e frotas, na fixação de tarifas e preços e na definição de níveis de serviço e de objetivos de gestão operacional, entre outros. O Estado manterá nesses sete anos o capital do metro e da Carris e os mecanismos de controlo financeiro das empresas. Findo esse prazo, “e em função dos resultados alcançados, o Governo e a Câmara negociarão os termos de uma solução futura, na qual, desejavelmente, o município de Lisboa assuma em pleno as suas atribuições e competências legais”, lê-se no documento. Na proposta da Câmara, pode ainda ler-se que “o município partilhará com o Estado os encargos anuais com as indemnizações compensatórias a pagar à Carris e ao Metro”, enquanto o poder central “manterá responsabilidades plenas em aspetos que ultrapassam a capacidade financeira do município”.

O presidente da União de freguesias da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa, uma das áreas mais afetadas pelo surto de «legionella», apelou, ontem, à calma e assegurou que “estão a ser feitas todas as diligências”. “Não vale a pena entrar em pânico. Temos acompanhado a situação com preocupação e expetativa, mas tomamos todas as diligências que nos competia para averiguar a origem desta bactéria”, afirmou o líder do executivo socialista, Jorge Ribeiro. A bactéria «legionella» desenvolve-se em meio aquático e a infeção ocorre por inalação de gotículas contaminadas, não pela ingestão de água, causando pneumonias, com febre alta, arrepios, dores de cabeça e musculares como sintomas. No entanto, o autarca admitiu que perante uma “situação desta gravidade é impossível as pessoas não estarem preocupadas” e referiu que desde que começou o surto tem sido “muito contactado” pela população. “O telefone não para de tocar. Temos também utilizado a nossa página do facebook para colocar todos os comunicados que nos chegam e para que a população seja o mais informada possível”, apontou. A quase totalidade dos casos detetados de «legionella» está concentrada na área de Vila Franca de Xira, nomeadamente nas localidades de Vialonga, Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa. Educação física pode parar

O presidente da junta de freguesia de Vialonga, José Gomes (CDU), disse, por seu turno, que as aulas de Educação Física na freguesia poderão ser suspensas como medida de precaução. “Propus ao Agrupamento de Escolas de Vialonga que se faça amanhã [hoje] uma reunião para discutir este assunto. Se eles estiverem de acordo irão suspender-se

provisoriamente as aulas de educação física para evitar os balneários e os banhos”, explicou. O autarca referiu que a junta de freguesia tem estado em contacto permanente com a cooperação de bombeiros locais para acompanhar a evolução da situação. “Até agora, por aquilo que tivemos conhecimento, foram confirmados entre 6 a 8 casos de pessoas aqui da freguesia”, apontou, ao início da manhã de ontem. José Gomes disse ainda que a junta de freguesia tem recebido “muitas chamadas” de pessoas a questionar a origem do surto: “É normal as pessoas estarem preocupadas. Enquanto não for descoberta a origem as pessoas vão continuar com muitas dúvidas”, sublinhou. Por outro lado, a Colheita de Sangue, na Sede da Associação de Dadores Benévolos de Sangue da Póvoa de Santa Iria, foi suspensa pelo Instituto Português de Sangue e da Transplantação como medida de precaução. “Momento muito difícil”

«LEGIONELLA». A quase totalidade dos casos está concentrada na área de Vila Franca de Xira, nomeadamente Vialonga, Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa

Quatro em preventiva

Nove detidos por roubos violentos em Lisboa

O Comando Metropolitano de Lisboa da PSP deteve, na madrugada de sábado, na freguesia da Estrela, nove homens, que atuavam em conjunto, pela prática do crime de roubo, dos quais quatro ficaram em prisão preventiva. Os detidos, com idades entre os 16 e os 47 anos, foram presentes ao Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, dos quais quatro viram ser-lhes aplicada prisão

preventiva. Já aos restantes cinco foram sujeitos a outras medidas de coação, como apresentações diárias com proibição de entrada em Lisboa, informou o Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP, ontem, em comunicado. Segundo o Cometlis, “atuavam em grupo numeroso, ostentando um comportamento violento, pediam tabaco às vítimas e rodeavam-nas, começando a ameaçá-las e a agredi-las até subtraírem os bens às mesmas”. A maioria dos detidos já tinha antecedentes pela prática deste tipo de crime.

Surpresa e consternação eram os sentimentos dominantes na corporação de bombeiros de Vialonga à qual pertencia o homem de 59 anos que faleceu no sábado vítima de «legionella». A vítima mortal, um homem de 59 anos, fumador e com antecedentes de problemas respiratórios, era bombeiro na reserva e ia retomar hoje a atividade no quartel de Vialonga, segundo contou o comandante da corporação, Luís Rodrigues. “É um momento muito difícil. Não estávamos preparados para esta notícia. O Fernando estava afastado, mas ia regressar amanhã [hoje] para assumir a manutenção das viaturas”, disse. Ontem, ainda se desconhecia quando se realizariam as cerimónias fúnebres. O comandante dos bombeiros de Vialonga referiu ainda que a corporação tem tido nos últimos dias um papel bastante ativo e que desde quinta-feira já transportou para o hospital de Vila Franca de Xira 19 doentes com sintomas de «legionella». “Vamos continuar atentos e a fazer o que for preciso. Como foi noticiado, nos próximos dias poderão existir mais casos”, sublinhou.


4 | O Primeiro de Janeiro

nacional

Segunda-feira, 10 de Novembro de 2014

António Costa refuta declarações de Merkel

“Temos licenciados a menos” O candidato a secretáriogeral do PS, que acusa o Governo de não ter uma visão estratégica, afirmou que a chanceler alemã “não tem razão” no que respeita à formação em Portugal: “Temos ainda licenciados a menos”.

“A senhora Merkel não tem razão, nós não temos licenciados a mais, temos ainda licenciados a menos. O nosso problema não é o excesso de qualificação, o nosso problema é ainda um défice de qualificação e o que nos falta são empregos qualificados para a geração que estamos a formar”, referiu. António Costa, que discursava em Castelo Branco para uma plateia de militantes do PS, sublinhou que Portugal, tem que ter um rumo e uma estratégia que passa pela aposta na qualificação e na valorização dos recursos. “Eu sei que não é esta a visão que o Governo tem nem é a visão que muita gente na Europa tem sobre Portugal, mas eles estão enganados”, reiterou.

ANTÓNIO COSTA. O candidato a secretário-geral do PS e a primeiro-ministro acusa o Governo de não ter “uma visão estratégica” para o país Para o candidato a secretário-geral do PS, a resposta, “não é como o Governo disse aos jovens mais qualificados, para emigrarem. Não, a resposta é que precisamos destes jovens e desta geração mais qualificada para desenvolver o nosso país”. “Esse é o caminho e é essa a estratégia que temos de conseguir sustentar e desenvolver no país”, disse. António Costa insistiu que o PS tem uma alternativa à estratégia do Governo, que não aposta no empobrecimento, mas sim na qualificação e na valorização dos recursos do país. “São dois caminhos alternativos que temos pela frente: ou o caminho do empobrecimento ou o da qualificação”, sustentou, acrescentando: “Se o Governo tivesse uma visão estratégica positiva sobre o país, quando olhou para a necessidade de fazer cortes no orçamento, o último que faria era o corte dos 700 milhões de euros que faz no investimento do Ministério da

Educação e da Ciência (MEC), porque cortar hoje na educação é estar a comprometer a sustentabilidade e a qualidade do futuro do nosso país”. António Costa acusou ainda o Governo de ter fracassado porque iniciou funções sem ter uma estratégia para o país: “tinha simplesmente um programa de ajustamento”. “Porque é que o Governo fracassou e hoje não tem soluções? Porque iniciou funções sem ter uma estratégia. Tinha simplesmente um programa de ajustamento e acreditou que cumprindo à risca esse programa e indo mais além do que a própria ‘troika’, produziria o milagre de resolver os problemas estruturais do país”, afirmou. O candidato socialista a primeiro-ministro realçou o fracasso do atual Governo, que não diminuiu a dívida, “não acertou ainda numa única meta do seu orçamento e ainda não conseguiu produzir um único orçamento que não fosse contra a

Constituição”. O Governo, acrescentou, “conduziu o país à estagnação económica, aumentou brutalmente o desemprego, os níveis de empobrecimento, retomou um ciclo de emigração como não tínhamos desde o 25 de abril, e a verdade é que está neste momento perdido, sem encontrar soluções para a falta de estratégia e ausência de programa”. António Costa sublinhou ainda que não é possível ser-se Governo sem ter uma visão estratégica e adiantou que o Governo liderado por Passos Coelho, “se tivesse uma visão estratégica não estava hoje perdido, sem saber o que fazer perante o fracasso do programa de ajustamento”. “É isso que o país tem que resolver. Construir a alternativa, não é só substituir a direita pelo PS. É garantir que o próximo Governo do PS fará diferente do que a direita fez”, disse. E, segundo António Costa, a primeira diferença está no facto de que o PS “tem uma estratégia para o país e a direita não tem”. O candidato a secretário-geral do PS explicou a importância de ter uma agenda para a década: “O país precisa de um rumo, de uma visão do seu futuro e de estratégia para o seu futuro. Sei que não é hábito, os partidos apresentarem visões estratégicas, mas se há algo que tem faltado ao país é precisamente essa visão e essa estratégica”. Costa concluiu, dizendo que ainda há uma opção de fundo que separa o PS do atual executivo: “O Governo acreditou e acredita que o país se desenvolverá a partir de uma estratégia de empobrecimento coletivo, de redução dos salários, da diminuição de direitos e desmantelamento do estado social. No entanto, estes três anos demonstraram que este caminho conduz ao empobrecimento mas não conduz ao desenvolvimento”.

Muita ansiedade e preocupação em Vila Franca de Xira

Pessoas procuram informações junto do hospital Uma centena de pessoas encontrava-se durante a tarde na receção do hospital de Vila Franca de Xira, muitas ansiosas e preocupadas, à procura de informações sobre os casos de ‘legionella’, cujas causas não estão ainda esclarecidas. “Esta situação preocupame muito. As notícias são contraditórias e então decidi passar pelo hospital para pedir informações”, contou André Figueiredo, residente na freguesia do Forte da Casa, uma das mais afetadas pela ‘legionella’. A bactéria ‘legionella’ é responsável pela Doença dos Legionários, uma pneumonia grave, cuja infeção se transmite por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. Estão confirmados pelo menos quatro mortos, três deles no hospital de Vila Franca de Xira, mas existem 180 casos de infeção da doença. O medo de contrair a doença tem levado algumas pessoas a ter atenções especiais, nomeadamente evitar tomar banhos quentes, como é o caso de Ana Carvalho, residente na freguesia de Vialonga. “Enquanto não soubermos o que se passa vamos continuar a beber água engarrafa e a tomar banho de água morna. Temos crianças e todo o cuidado é pouco”, afirmou. As mesmas precauções estão a ser to-

madas em casa de Zulmira que também só bebe água engarrafada. O Hospital de Vila Franca Xira começou na sexta-feira a receber doentes contaminados com a bactéria ‘legionella’. A quase totalidade dos casos detetados de ‘legionella’ está concentrada na área de Vila Franca de Xira, nomeadamente nas localidades de Vialonga, Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa. O ministro da Saúde, Paulo Macedo, disse no sábado que foi acionado um plano de contingência para lidar com o surto de ‘legionella’, enquanto o Diretor geral da Saúde já havia admitido que o surto verificado “é um problema que não é habitual” dada “a magnitude e gravidade”. Durante a curta conferência de imprensa, à entrada para a reunião da equipa que está a acompanhar este caso na Direção Geral de Saúde, em Lisboa, pelas 15 horas, Francisco George disse que havia “180 casos confirmados dos quais 24 internados em cuidados intensivos, e quatro óbitos e há uma quinta situação que ainda está em investigação em termos de diagnóstico mas que irá seguramente juntar-se a estes quatro casos”. O mesmo responsável afirmou que todos os casos de doentes infetados por ‘le-

gionella’ que estão nos hospitais de Lisboa têm ligação a Vila Franca de Xira. “Todos os casos, mesmo os de fora de Lisboa, têm uma ligação a Vila Franca de Xira, ou trabalham, ou estiveram lá, ou têm relações de qualquer tipo lá”, disse Francisco George, sublinhando que “a grande maioria das situações aponta para Vila Franca”. O diretor-geral de Saúde confirmou também que ainda não está identificado o foco do surto, mas considerou seguro que “o problema está na água, não sabemos se na rede municipal, se nas torres de refrigeração, se em grandes armazéns comerciais ou fabris”, e por isso “todos estão a ser investigados”. “SITUAÇÃO INESPERADA” O surto de ‘legionella’ que está a afetar Vila Franca de Xira é uma “situação inesperada e muito pouco frequente” e a dificuldade em detetar o foco da infeção “é proporcional” à dispersão geográfica, de acordo com especialistas. O professor de Saúde Pública Adalberto Campos Fernandes afirmou que se trata de “uma situação inesperada e muito pouco frequente” e mostrou-se expectante de que “o inquérito epidemiológico feito pela Direção-Geral de Saúde (DGS) permita

identificar a origem do surto”. Sublinhando que é uma doença que pode levar à morte, o professor da Universidade Nova de Lisboa apelou a que “a população mantenha níveis de tranquilidade”, considerando que “não há nenhum motivo para que se entre em pânico”, uma vez que “a DGS tem tido um comportamento irrepreensível” e que “a resposta assistencial tem sido adequada”. Também o infeciologista Fernando Maltez destacou que é uma situação de “muita preocupação”, mas defendeu que “a DGS e os organismos oficiais estão a tratar do assunto com máxima responsabilidade, a desencadear os meios necessários para se chegar à causa da epidemia e a acautelar o tratamento adequado para doentes infetados”. De acordo com o médico, “as dificuldades [em detetar a origem da bactéria] são proporcionais às dimensões desta epidemia e à extensão geográfica a que dizem respeito os doentes envolvidos”. Ou seja, se o surto tivesse afetado mais doentes, mas estivesse localizado geograficamente, “seria mais fácil identificar a fonte”, explicou Fernando Maltez, acrescentando que, neste caso, “é preciso encontrar os indivíduos infetados um traço comum” e, por isso, “torna-se mais difícil”.

Cavaco Silva visita região do Alentejo

Presidente vai estar hoje em Borba e Estremoz

O Presidente da República, Cavaco Silva, dedica o dia de hoje a uma visita ao Alentejo, com passagens pelos concelhos de Estremoz e Borba, onde inaugura um pavilhão multiusos da Misericórdia, num investimento de um milhão de euros. Durante a manhã, em Borba, o chefe de Estado visita a adega local, que produz anualmente um milhão de caixas de nove litros, sendo um dos maiores produtores nacionais do setor, e a “Aldeia Social” da Santa Casa da Misericórdia, onde inaugura o Pavilhão Multiusos “Caetano Gazimba”. O pavilhão da Misericórdia, instituição que está a comemorar 490 anos, envolveu um investimento de um milhão de euros, comparticipados em 250 mil euros através de fundos comunitários. O equipamento, que inclui um ginásio, um auditório e uma piscina, com dois tanques, está integrado na “Aldeia Social” da Misericórdia de Borba, um espaço intergeracional que integra um conjunto de valências e que apoia cerca de 700 utentes. Depois, Cavaco Silva segue para o concelho vizinho de Estremoz, onde começa por visitar o Regimento de Cavalaria 3 (RC3), a unidade mais antiga em atividade do Exército Português e que está instalada na cidade há 139 anos. De volta ao setor vitivinícola, o chefe de Estado visita a Tiago Cabaço Wines, uma nova adega na periferia de Estremoz, integrando Tiago Cabaço a nova geração de produtores de vinho do Alentejo. A visita de Cavaco Silva a Estremoz termina no Palácio dos Marqueses da Praia e Monforte, um edifício do século XVII, que foi reabilitado, tendo o projeto sido distinguido na última sexta-feira pela plataforma UM-Cidades, com sede na Universidade do Minho, que atribuiu à Câmara de Estremoz o prémio Município do Ano 2014, na categoria região do Alentejo (menos de 20 mil habitantes). A obra de reabilitação do palácio, que foi inicialmente utilizado como Paços do Concelho, foi inaugurada em agosto de 2013, após um investimento aproximado de dois milhões de euros, cofinanciado em 85% por fundos comunitários, sendo o edifício aproveitado sobretudo para as áreas da cultura e educação. No palácio, o Presidente da República visita uma exposição comemorativa dos 100 anos da instalação da Cruz Vermelha em Estremoz e uma mostra de bonecos de Estremoz, em barro, e vai contactar com os artesãos locais. O município de Estremoz está a desenvolver um processo que pretende chegar ao registo da “Produção de Figurado em Barro de Estremoz” na lista representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade, da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).


Segunda-feira, 10 de Novembro de 2014

economia

O Primeiro de Janeiro |

Número de queixas na DECO voltou a subir entre janeiro e outubro deste ano

Telecomunicações continuam na liderança Setor é o que mais reclamações recebe há muitos anos, sendo que o número de queixas tem vindo a aumentar constantemente. Pilotos pedem fim de ataques de lasers a aviões

Situação “preocupante” A Associação Portuguesa dos Pilotos de Linha Aérea (APPLA) classifica como preocupantes os “ataques de lasers” a aviões e apelou à realização de uma campanha de sensibilização da população acerca dos riscos deste comportamento. A criminalização destas ocorrências é também defendida pelos pilotos. O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAA) recebeu, entre 2012 e outubro deste ano, quase 550 ocorrências de lasers apontados a aviões durante o voo, perto dos aeroportos nacionais, situação classificada como de “grave” para a aviação, segundo este organismo público. Seja qual for a circunstância em que o laser é apontado a um avião, caso ocorra no momento em que a aeronave está próxima do solo, há riscos para a tripulação. “Pode causar cegueira momentânea ou reproduzir imagem dupla na retina. Estes efeitos podem durar algum tempo, o que leva a que o piloto que está a aterrar possa ficar sem ver temporariamente, que podem ser minutos. Ou seja, [o piloto] pode deixar de ver precisamente quando mais precisa de ver, que é para aterrar o avião”, alertou Miguel Silveira. A TAP sublinha que “a perceção geral, é a de que a mitigação passa pela atenção/ atuação do regulador”.

A DECO - Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor recebeu entre janeiro e outubro deste ano 31.665 reclamações sobre o setor de telecomunicações, acima das 31.463 queixas registadas em igual período do ano passado. A coordenadora do gabinete de apoio ao consumidor, Ana Sofia Ferreira, revelou, ontem, que as telecomunicações são o setor, desde há muitos anos, “mais reclamado na DECO, sendo que todos os anos tem vindo efetivamente a aumentar o número de reclamações”. As queixas, “à semelhança daquilo que aconteceu no ano anterior, embora até em número um pouco superior”, dizem respeito às práticas comerciais das operadoras de telecomunicações, nomeadamente na mudança de prestador de serviço, questões ligadas às vendas à distância ou mesmo relativas ao período de fidelização, explicou a representante do organismo de apoio ao consumidor. Ana Sofia Ferreira lembrou que, atendendo à situação económica do País, há pessoas que alteram a residência ou terminam os contratos de arrendamento, o que leva a alteração de contratos de telecomunicações e acaba por levar a que “neste setor cada vez mais haja reclamações”. A coordenadora adiantou que a DECO identificou ainda queixas de “consumidores com mais idade”, que são visitados pelos comerciais nas suas residências e acabam por assinar contratos que desconhecem. “Acabam por assinar sem compreender aquilo que no fundo estão a contratar”, explicou Ana Sofia Ferreira, acrescentando que “os comerciais tendem a vender o pacote mais completo possível” e estes consumidores acabam por contratar “um serviço que nunca vão utilizar, como por exemplo, o serviço de Internet”, e só percebem isso quando recebem a fatura.

Aliás, há casos de consumidores que detetam que pagam Internet sem sequer ter um computador em casa. Fidelização causa muitos problemas

DECO. Organismo recebeu, entre janeiro e outubro deste ano, 31.665 reclamações sobre o setor de telecomunicações

Presidente da China

“Riscos financeiros não são assim tão assustadores”

Os riscos financeiros que a China enfrenta “não são assim tão assustadores”, afirmou, ontem, o Presidente chinês, Xi Jinping, numa altura em que os líderes da segunda economia mundial olham para uma transição de décadas de forte crescimento para uma expansão mais sustentável. O PIB da China cresceu ao ritmo mais lento em cinco anos no terceiro trimes-

tre, com Xi Jinping a afirmar que a economia chinesa entrou numa era “normal nova” que vai ser mais benéfica para o país e para o mundo a longo prazo. No discurso de abertura de um encontro de líderes empresariais e políticos da APEC, Xi Jinping realçou que a economia da China está a ser mais impulsionada pela procura do consumo interno – como defendem os economistas –, afastando-se de uma instável dependência do investimento e comércio externo, a fim de evitar “riscos externos”.

Outro grupo de queixas diz respeito à refidelização. Ana Sofia Ferreira lembrou que, “em regra”, o período de fidelização no início do contrato é de 24 meses, mas depois existe a refidelização, que “tem provocado um número de reclamações muito elevado”. Ou seja, um consumidor que é cliente há vários anos de uma operadora e decide aumentar a velocidade da Internet, ou aceita a oferta de mais um canal ou a troca do descodificador que permite gravar, acaba por voltar a ser fidelizado por um determinado período sem o saber. O que acontece, explicou a responsável da DECO, é que quando este decide cancelar o serviço com o operador percebe que tem uma fidelização que desconhecia e que isso vai “gerar uma penalização”, que ronda “muitas vezes valores superiores a 500 euros ou mais”. Esta é outras das situações “que gera naturalmente um número de reclamações muito elevado”, salientou. “Os conselhos que damos aos consumidores são no sentido de saberem se estão ou não dentro de um período de fidelização” e para “não cancelarem um contrato sem terem a certeza daquilo que terão de pagar se saírem” do mesmo, alertou. Além disso, a DECO aconselha a que, “mesmo que o período de fidelização não esteja em causa”, sempre que haja “uma campanha promocional, qualquer benefício, um desconto”, que o consumidor verifique “se essa tal campanha está bem explícita no contrato”. A coordenadora do gabinete de apoio ao consumidor da DECO lembrou que nos contratos feitos através do telefone as operadoras de telecomunicações são obrigadas a enviar uma confirmação escrita com as condições contratuais e que os clientes devem sempre pedi-lo para que exista uma prova concreta do que foi negociado entre ambas as partes.


6 | O Norte Desportivo

desporto

Segunda-feira, 10 de Novembro de 2014

Alex Marquez campeão do Mundo de Moto3 entra para a história do motociclismo

Irmãos vencedores Com o título de Alex e de Marc, os irmãos Marquez conseguem algo inédito no mundial de Motociclismo de velocidade. O espanhol Alex Marquez (Honda) sagrou-se, ontem, campeão do Mundo de Moto3 no Grande Prémio da Comunidade Valenciana, em Espanha, apesar da vitória do australiano Jack Miller, seu rival na corrida ao título. Na 18.ª e última corrida do ano, em que o português Miguel Oliveira (Mahindra) foi oitavo classificado, bastou a Alex Márquez o terceiro lugar para que sucedesse um facto inédito no Mundial de motociclismo de velocidade, o de ser campeão no mesmo ano em que o seu irmão mais velho, Marc, conquistou pela segunda vez o título de MotoGP, categoria rainha. Miller (KTM), que partiu com um atraso de 11 pontos na classificação do campeonato, foi virtual campeão durante algumas períodos da corrida, no circuito Ricardo Tormo, em Valência, mas o catalão, de 18 anos, esteve sempre atento e segurou o terceiro lugar, atrás de Isaac Viñales (KTM). Sob ameaça do Danny Kent (Husqvarna) nas últimas voltas, Márquez sossegou quando o britânico cometeu um erro na derradeira volta e ficou sem hipóteses de ultrapassar o espanhol, que assim conquistou para a Espanha o 32.º título mundial de motociclismo nas três principais categorias e o terceiro em três pos-

Devido ao surto de ébola

Marrocos ainda acredita no adiamento da CAN

INÉDITO. Marc Marquez viu o irmão mais novo, Alex, sagrar-se campeão do mundo na categoria de Moto 2, no Grande Prémio de Valência síveis esta época, após os de Marc Márquez (MotoGP) e «Tito» Rabat (Moto2). Com apenas três vitórias, contra seis de Jack Miller, Alex Márquez acabou por ser o piloto mais regular e terminou o campeonato com 278 pontos, somente mais dois do que o australiano. Miguel Oliveira, que largou da 17.ª posição da «grelha» e era 19.º após a primeira volta, recuperou até ao oitavo posto, garantido somente na última das 24 voltas da

corrida, o que lhe assegurou a décima posição no Mundial, com 110 pontos. Na próxima época, a quinta categoria mais baixa, Miguel Oliveira, de 19 anos, vai deixar a Mahindra Racing para se juntar à Red Bull KTM Ajo, a atual equipa de Jack Miller, que em 2015 vai dar o salto para o MotoGP. Nesta categoria, Marquez fixou novo recorde de vitórias, depois de em Sepang ter igualado Mick Doohan, que conseguiu um total de 12 vitórias em 1997.

A corrida contou com alguma chuva fraca, com Jorge Lorenzo e Andrea Iannone a mudarem para motas afinadas para piso molhado na volta 20, uma decisão que se revelou cara para os dois. Rossi (Movistar Yamaha MotoGP) cruzou a linha da meta em segundo lugar, alcançando o 13.º pódio numa temporada impressionante em que conseguiu também terminar o Campeonato na segunda posição. Pedrosa (Repsol Honda Team) foi terceiro em Valência.

Prova de tumbling nos Mundiais de trampolins

Raquel Pinto alcança bronze na Florida A ginasta portuguesa Raquel Pinto conquistou no sábado, madrugada de ontem em Lisboa, a medalha de bronze na prova de tumbling dos Campeonatos do Mundo de trampolins, que decorrem em Dayton Beach, Florida, EUA. Sexta na qualificação, Raquel Pinto coroou a sua estreia em Mundiais de seniores com uma subida ao pódio, garantindo o terceiro lugar com 66,100 pontos, à frente de outra portuguesa, Beatriz Botelho, que terminou em quarto, com 65,600. Na final de duplo-minitrampolim masculino, André Lico - cam-

TRAMPOLINS. Raquel Pinto coroou a sua estreia em Mundiais de seniores com uma subida ao pódio

peão em 2009 e 2010 - terminou na quarta posição, depois de ter chegado à final com o melhor resultado da qualificação. O atleta do Lisboa Ginásio totalizou 74,000 pontos e ficou a cinco décimos do bronze, conquistado pelo norte-americano Austin Nacey (74,500). Nas meiasfinais de trampolim individual feminino, a olímpica Ana Rente ficou-se pela 16.ª posição, mas o resultado garantiu-lhe a renovação do Projeto Olímpico Rio2016, enquanto Sílvia Saiote foi 17.ª. Por outro lado, Filipa Martins conquistou a medalha de ouro no concurso de paralelas assimétricas

na Taça do Mundo de ginástica artística de Medellín, na Colômbia. No sábado à noite, madrugada de ontem em Lisboa também, a ginasta do Sport Club do Porto assegurou o primeiro lugar com 13.450 pontos e, com este triunfo, venceu também o circuito de Taças do Mundo FIG [Federação Internacional de Ginástica] neste aparelho. “Correu tudo bem, fiz prova limpa e aquilo para que treinei. Estou muito contente por ter conseguido o primeiro lugar e pela primeira vez fiz soar o hino nacional fora de Portugal. Foi uma sensação incrível”, afirmou Filipa Martins.

Marrocos acredita ainda “na possibilidade de diálogo” com a Confederação Africana de Futebol, declarou, ontem, uma responsável do ministério marroquino dos Desportos, um dia após o novo pedido de adiamento da CAN2015 feito pelo reino. Os responsáveis marroquinos repetiram no sábado o seu pedido de adiamento da Taça das Nações Africanas de janeiro de 2015 para janeiro de 2016, devido à epidemia de Ébola que afeta a África Ocidental, apesar da resposta negativa da CAF de 3 de novembro. “As soluções nunca são unilaterais”, afirmou Hamid Faridi.

Empate a zero em Chaves

Benfica B sobe o terceiro lugar da II Liga

O Desportivo de Chaves e o Benfica B empataram, ontem, 0-0, em jogo da 15.ª jornada da II Liga, o terceiro consecutivo dos flavienses sem vitórias e aproveitado pelos «encarnados» para subirem provisoriamente à liderança. O Desportivo de Chaves entrou bem organizado e pressionante, tendo o Benfica B equilibrado a meio da primeira parte. Toada que se manteve no segundo tempo. Nos minutos de compensação, a equipa da casa ficou a pedir grande penalidade, quando João Vieira pareceu ter sido derrubado pelo guardião dos «encarnados», mas o árbitro considerou simulação.


Segunda-feira, 10 de Novembro de 2014

publicidade

REVITALIZAÇÃO/RECUPERAÇÃO DE PESSOAS E EMPRESAS /SOCIEDADES Consulte: WWW.antoniobonifacio.pt Ligue: 96.435.14.42 / 922.285.295

Continente e Ilhas Contributo publicitário deste Jornal para relançamento económico do País

O Primeiro de Janeiro | 7

O PRIMEIRO DE JANEIRO Desde 1868 a informá-lo

Quer anunciar ao melhor preço

?

MUDAMOS DE INSTALAÇOES: ESTAMOS AGORA NA: Rua de Vilar 235, 3º - Sala12 - 4050-626 Porto Estamos on-line, em: www.oprimeirodejaneiro.pt


1868

Há 144 anos, todos os dias consigo.

Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |

|

Diretor: Rui Alas Pereira (CP-2017). E-mail: ruialas@oprimeirodejaneiro.pt Publicidade: Conceição Carvalho E-mail: conceicao.carvalho@oprimeirodejaneiro.pt Morada: Rua do Vilar, n.º 235, 3.º, Sala 12, 4050-626 PORTO E-mail: geral.cloverpress@oprimeirodejaneiro.pt - Publicidade - Telefone: 22 096 78 46/ tlm: 912820679 Propriedade: Globinóplia, Unipessoal Lda. Edição: Cloverpress, Lda. NIF: 509 229 921 Depósito legal nº 1388/82

O PRIMEIRO DE JANEIRO, está on line e sempre atualizado em: www.oprimeirodejaneiro.pt

APIRAC DENUNCIA VAZIO LEGISLATIVO

Não se fazem auditorias à qualidade do ar interno nos edifícios

O presidente da Associação Portuguesa da Indústria da Refrigeração e Ar Condicionado (APIRAC) afirma que, devido à alteração da legislação, “desde novembro de 2013 que não se fazem auditorias à qualidade do ar interno nos edifícios”. Desde “novembro do ano passado que deixou de haver auditorias de QAI (qualidade do ar interno) em edifícios. Essa responsabilidade passou para a alçada da Agência Portuguesa do Ambiente e da direção regional de saúde”, mas “está tudo pendente de um despacho ou de uma outra portaria que indicará quais são as metodologias a utilizar”, explicou Fernando Brito. O mesmo responsável falava a propósito do elevado número de casos de ‘legionella’ que estão a ser registados na zona de Vila Franca de Xira, considerando que “tudo leva a crer que o foco da infeção será uma poluição exterior, tendo em conta a existência de um público tão variado e tão heterogéneo em termos de idade”. Em seu entender, a origem do problema poderá estar numa torre de arrefecimento, que existem no exterior dos edifícios e que são arrefecidas por pulverização de água, podendo essas gotículas percorrer grandes distâncias. “Essas torres de arrefecimento são utilizadas em grandes processos industriais, mas podem existir também em centros comerciais e em edifícios mais antigos”, disse, acrescentando de pronto: “São torres que libertam calor para o exterior e pelo volume de água que contém podem causar problemas de ‘legionella’ se não houver os cuidados de manutenção respetiva. Pode ser uma coisa desse tipo, ou um sistema de rega, por exemplo, que vá buscar a água a poços não oficiais e que ao pulverizar pode espalhar as gotículas, mas podem ser também as fontes ornamentais, onde o tratamento de água não é feito”. O presidente da APIRAC lamentou ainda que se esteja a passar a ideia de que a bactéria se transmite pelo ar condicionado, “quando o problema da legionella é um problema de água” pulverizada. “É triste e não sei até que ponto a associação não terá que legalmente interpor alguma ação porque este é um setor importante na economia. Não se pode dizer disparates e influenciar pessoas. Há muita gente em pânico, porque têm ar condicionado em casa”, afirmou. O mesmo responsável faz questão de esclarecer que os aparelhos que existem nas casas não têm sistema de aerossol, ou seja, não existe pulverização de água. Fernando Brito lamentou, contudo, que com a nova legislação que levou ao fim das auditorias QAI tal como existiam, se tenha acabado também com “as ações preventivas” que os peritos de QAI faziam nos edifícios. “Os peritos de QAI não eram sumidades relativamente a biologia e à química, mas faziam o rastreio”, disse, referindo que o novo sistema “é muito mais complicado, mais caro e moroso”, uma vez que obriga à realização de análises complexas em laboratório. Até aqui, segundo explicou, essas análises só se realizavam quando era detetado um indicador da existência de um problema. Agora, sem esses “rastreios”, isso vai deixar de acontecer porque “não é viável realizar essas análises em todos os edifícios”.

Vitória (2-1) frente ao Nacional da Madeira

Benfica recupera liderança O Benfica venceu o Nacional por 2-1, em encontro da 10.ª jornada da I Liga de futebol, disputado no Funchal, e que permitiu aos “encarnados” manteremse isolados na frente do campeonato. Salvio e Jonas foram os marcadores de serviço do Benfica, na difícil vitória dos “encarnados” sobre os insulares, que marcaram logo no primeiro minuto e criaram muitos problemas ao líder.

A jogar em casa, mas perante uma plateia maioritariamente favorável aos visitantes, os madeirenses marcaram muito cedo, facto que importunou de certa forma os “encarnados”, obrigados a suar muito para operar a reviravolta. Depois de uma proveitosa jornada europeia, com vitória sobre o Mónaco (1-0), o Benfica subiu à Choupana com duas alterações na equipa e uma surpresa. Lima e Jonas voltaram à titularidade, em detrimento de Samaris e Derley e Enzo Perez jogou como médio mais defensivo. Disposta num habitual 4-4-2, a equipa orientada por Jorge Jesus deparou-se com o caraterístico 4-3-3 de Manuel Machado e sentiu algumas dificuldades iniciais, sobretudo por ter sofrido um golo muito cedo. O Nacional marcou logo aos 56 segundos, naquela que poderá ser catalogada de uma entrada forte dos insulares, mas a contar também com algumas facilidades concedidas pelos “encarnados”. A caminho do primeiro minuto de jogo, João Aurélio fez um trabalho notável na direita e, aprovei-

tando a passividade de André Almeida, colocou a bola em Edgar Abreu, que, de primeira, rematou forte colocado batendo Júlio César. Com a mesma rapidez com que os madeirenses se colocaram em vantagem, os “encarnados” chegaram à igualdade, aos 07 minutos: Gaitán cruzou na esquerda e Salvio, de cabeça, fez o golo, contando com uma pequena ajuda de Rui Silva, mal batido no lance. O Nacional reagiu e Marco Matias podia ter igualado, aos 14 minutos, tal como Jonas, aos 17, esteve perto de fazer o seggundo do Benfica, obrigando Rui Silva a defesa apertada. No entanto, o Benfica chegou mesmo à vantagem aos 19 minutos. Na sequência de um canto batido na esquerda, a bola ficou “perdida” na área, Luisão rematou de forma deficiente e Jonas emendou, para fazer o 2-1. Com o jogo sempre muito vivo e o Benfica mais próximo da baliza adversária, as equipas foram para o intervalo, com o Benfica em vantagem. Na segunda parte, foi menos bem jogada do que a primeira. De um lado, o Benfica a tentar o golo da tranquilidade, do outro um Nacional ainda crente na possibilidade de chegar ao empate. Com muito menos lances de perigo junto das balizas do que na primeira parte, o Benfica foi controlando o jogo, com a vantagem mínima e o Nacional procurava surpreender em contra-ataques rápidos. Num desses lances, aos 69 minutos, Marco Matías, servido Lucas João, chegou a introduzir a bola na baliza “encarnada”, mas o lance tinha sido travado pelo árbitro por um fora de jogo duvidoso, que motivou muitos protestos dos insulares. Passados 10 minutos, Mário Rondon escapou pela esquerda e em velocidade bateu Maxi Pereira, mas o remate do internacional venezuelano saiu à malha lateral. Os últimos minutos de jogo foram passados no meio-campo defensivo do Benfica, com os “alvinegros”, insistentes, à procura da igualdade que não se verificou.

FICHA DE JOGO Jogo no Estádio da Madeira, no Funchal. Ao intervalo: 1-2. Marcadores: 1-0, Edgar Abreu, 01 minutos. 1-1, Salvio, 07. 1-2, Jonas, 19. Nacional: Rui Silva, João Aurélio, Zainadine, Miguel Rodrigues (Willyan, 71), Marçal, Aly Ghazal, Boubacar, Edgar Abreu (Camacho, 56), Mário Rondon, Suk (Lucas João, 61) e Marco Matias. (Suplentes: Gottardi, Ayala, Camacho, Lucas João, Campos, Willyan e Sequeira). Treinador: Manuel Machado. Benfica: Júlio César, Maxi Pereira, Luisão, Jardel, André Almeida, Enzo Perez, Sálvio, Talisca (Derley, 74), Gaitán, Jonas (Pizzi, 85) e Lima (Samaris, 56). (Suplentes: Artur Moraes, Lisandro Lopez, Samaris, Derley, Nélson Oliveira, Pizzi e Jara). Treinador: Jorge Jesus. Árbitro: Bruno Paixão (Setúbal). Ação disciplinar: cartão amarelo para Zainadine (28), Marçal (29), Suk (43), Samaris (59), Jonas (76), Maxi Pereira (83) e Júlio César (90). Assistência: cerca de 5000 espetadores. Opinião técnica Manuel Machado (treinador do Nacional): “Um jogo repartido, que devia ter acabado com divisão de pontos por aquilo que as duas equipas fizeram. Em relação à terceira equipa, penso que o Bruno Paixão e o fiscal poente estiveram bem e julgo que anularam bem um golo ao Nacional. Já o fiscal do lado nascente, comete dois erros graves. No segundo golo do Benfica por fora de jogo e, de forma absurda, um lance de contra-ataque ao Marco Matias”. Jorge Jesus (treinador do Benfica): “Valeu a vitória. O Benfica teve momentos bons, foi uma equipa objetiva. Na primeira parte, fez dois golos e teve mais duas oportunidades. O Nacional tem uma boa equipa, jogou de forma agressiva e direta, forte nas segundas bolas. Não é fácil vencer na casa do Nacional e tornou-se ainda mais difícil estar a perder nos primeiros minutos”.

Boavista regressa às vitórias

Santos fez milagre nos descontos Um golo de Carlos Santos, em período de compensação, deu ao Boavista um triunfo em casa sobre o Penafiel, por 1-0, em jogo da 10.ª jornada da I Liga de futebol. No estádio do Bessa, no Porto, o jogo esteve interrompido alguns minutos, devido a uma falha no sistema de iluminação, e golo de Carlos Santos chegou por isso somente 10 minutos depois dos 90. Com esta vitória, a terceira no campeonato, o Boavista sobe provisoriamente para o 12.º lugar, com nove pontos, enquanto Penafiel segue no 17.º e penúltimo posto, com quatro.

FICHA DE JOGO Jogo no Estádio do Bessa Século XXI, no Porto. Ao intervalo: 0-0. Marcador: 1-0, Carlos Santos, 90+10 minutos. Boavista: Mika, Beckeles, Philipe Sampaio, Carlos Santos, Julián, Idris (Anderson Carvalho, 90+2), Zé Manuel (Bobô, 84), Tengarrinha (Leozinho, 60), Brito, Reuben Gabriel e Uchebo. (Suplentes: Mamadou Ba, Fábio Ervões, Leozinho, Bobô, Anderson Carvalho, Wei Shiao e Ancelmo). Treinador: Daniel Portela. Penafiel: Haghighi, Tony, João Pedro,

Pedro Ribeiro, Nélson Lenho (Quiñones, 90+12), André Fontes, João Martins, Aldair, Rui Miguel (Guedes, 58), M’Bala (Vítor Bruno, 79) e Rabiola. (Suplentes: Coelho, Guedes, Dani, Rafa, Romeu Ribeiro, Vítor Bruno e Quiñones). Treinador: Rui Quinta. Árbitro: Fábio Veríssimo (Leiria). Ação disciplinar: Cartão amarelo para Tony (05), Idris (87), Rabiola (90+02), Julián (90+08), Bobô (90+14) e Brito (90+15). Assistência: 3984 espetadores.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.