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“PASSADO É PASSADO” BOSINGWA “ORGULHOSO E FELIZ” PELO REGRESSO À SELEÇÃO

Há 145 anos, sempre consigo. 1868

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DIÁRIO NACIONAL

Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |

Ano CXLVI | N.º 239

Quarta-feira, 12 de novembro de 2014

IPMA DIZ QUE AS CONDIÇÕES METEREOLÓGICAS PODEM ALTERAR DESENVOLVIMENTO DO SURTO

CA SOS

ESPALHAM- SE n Apesar de o primeiro-ministro afirmar, no Porto, que o surto de legionella “está a entrar em declínio” e que “esta situação não ocorreu por negligência do Estado”, o certo é que os casos espalham-se e não param de aumentar (278 confirmados pela DGS). Uma possível explicação é apresentada pelo presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Jorge Miranda diz que “a mudança das condições meteorológicas” dos últimos dias, com chuva e descida das temperaturas, “provavelmente alterou” o desenvolvimento do surto de legionella, que prefere temperaturas tépidas...

PORTO

Primeiro-ministro recebido em Aldoar com protesto da CGTP

2015

Maria Luís diz que a “classe média será a grande sacrificada”

CITIUS

PCP exige que ministra da Justiça “tire todas as ilações”


local porto

2 | O Primeiro de Janeiro

Quarta-feira, 12 de Novembro de 2014

Paula Esteves e a cooperação entre as autarquias

Em Aldoar

“Municípios têm de ser complementares” Os municípios têm de ser “complementares e não competitivos entre si” para “darem o salto” e evitar o desperdício de recursos financeiros e humanos, considera a presidente do Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade (ICVM). Paula Esteves frisou que, para aproveitar “da melhor forma” os próximos fundos comunitários, as cidades e vilas devem trabalhar em rede, de “mãos dadas” e de forma “harmoniosa”, partilhando atividades, ideias, soluções ou ações. Autarcas de todo o país vão discutir estratégias, planos de ação e rendibilidade de projetos no I Congresso de Cidades e Vilas de Excelência, que se

PORTO. A cidade Invicta recebe amanhã, na Fundação Manuel António da Mota, o I Congresso de Cidades e Vilas de Excelência realiza amanhã, na Fundação Manuel António da Mota, no Porto, organizado pelo ICVM. Nesta iniciativa, os presidentes de câmara irão partilhar e apresentar projetos de “sucesso e de boas práticas” na área do turismo, regeneração urbana, mobilidade e acessibilidade. “Este será o primeiro grande evento a juntar os autarcas dos municípios que aderiram, até ao momento, à Rede de Cidades e Vilas com Mobilidade, lançada em março passado, além de representantes de outras autarquias que também já manifestaram a intenção de aderirem ao projeto”, realçou Paula Esteves. Na sua opinião, uma das maiores vantagens da rede é a possibilidade de as autarquias aproveitarem as “experi-

ências bem-sucedidas” das suas congéneres, evitando a demora e os “gastos desnecessários” causados pela replicação de cadernos de encargos, concursos públicos e procura das mesmas informações técnicas. A responsável lembrou que pelo facto das cidades e vilas terem trabalhado de forma “isolada” cometeram “muitos erros”, nomeadamente a construção de equipamentos que “hoje estão a mais”. “Temos piscinas e pavilhões multiusos para os quais não temos público ou parques infantis em freguesias onde já não existem crianças, isto tem de deixar de acontecer”, salientou. Atualmente, as cidades e vilas devem canalizar os fundos do próximo

quadro comunitário nas acessibilidades, na mobilidade amigável, regeneração e vitalidade urbana e no turismo, considerou Paula Esteves. A mesma responsável adiantou que o instituto quer captar cidades espanholas para, em conjunto com os municípios portugueses, partilharem sinergias, preocupações, desafios e ideias. A Europa irá beneficiar, no próximo quadro comunitário, projetos comuns de cidades de países diferentes sendo, por isso, “importante” desenvolver esta comunicação “alémfronteiras”. “É necessário unir as cidades e vilas, pô-las a conversar, partilhar conhecimentos e distribuir tarefas. É importante por o Norte a falar com o Sul e vice-versa”, concluiu.

“Parabéns” do PS e críticas da oposição

Orçamento da Câmara do Porto aprovado A Assembleia Municipal do Porto aprovou segunda-feira à noite o orçamento da Câmara para 2015, tendo-se dividido entre “os parabéns” do PS, as críticas da CDU e do Bloco de Esquerda (BE) e algumas dúvidas do PSD. O documento passou com 32 votos favoráveis, seis contra e oito abstenções, que o voto eletrónico, estreado neste mandato, não discrimina. O movimento Porto, O Nosso Partido (PNP), do presidente da Câmara, Rui Moreira, e apoiado pelo CDS-PP, disse que o orçamento proposto “é de consolidação das finanças camarárias”. “Há um aumento da receita fiscal, mas não há um aumento do esforço fiscal”, considerou o líder do grupo municipal do PNP, André Noronha. O deputado respondeu assim a Honório Novo, da CDU, o qual afirmou haver “um aumento da carga fiscal sobre os portuenses” na proposta orçamental. A Câmara presidida por Rui Moreira propõe para o próximo ano um orçamento de 191,7 milhões de euros. “O maior investimento será para a co-

esão social”, salientou o autarca eleito pelo movimento. O documento afirma que o valor destinado a essa área, 15,2 milhões de euros, “mais do que duplica relativamente ao orçamento inicial” deste ano. A verba inclui 9,3 milhões de euros para o que a Câmara designa por “grande reabilitação dos bairros sociais”, o que levou o deputado do PSD Luís Artur a concluir que o vereador do pelouro respetivo, o socialista Manuel Pizarro, é “grande vencedor deste orçamento”. Luís Artur disse que o seu partido está “de acordo” com essa aposta, que é a exceção num orçamento que considerou limitar-se a “gerir despesa corrente”. “A maior dúvida estará nos 15 milhões de euros para a venda das ações do Mercado Abastecedor do Porto. Caso não se concretize, que é o mais provável, teremos aqui um claro empolamento da receita”, sustentou o mesmo deputado. Luís Artur acrescentou ainda que 2015, tal como 2014,em sua opinião, “é um ano perdido” no que diz respeito ao investimento e concluiu que, “com este

orçamento, o Porto está outra vez adiado”. “Não tenho dúvida nenhuma que se este executivo não tiver receita não faz a despesa”, declarou André Noronha, respondendo assim à crítica de que a receita prevista está empolada. O tom mais crítico foi da CDU e do BE, que entendem que o orçamento da Câmara do Porto para 2015 é de continuidade” com a política seguida pelo anterior executivo, presidido por Rui Rio. Honório Novo considerou que a proposta tem “tiques falsamente rigorosos”, a reabilitação urbana leva “uma machadada” e a reabilitação do Mercado do Bolhão “vai continuar a marcar passo”. Para José Castro, o orçamento “empobrece a cidade e a democracia” e mantém o desinvestimento que, na sua ótica, se verifica há anos. Na última década, segundo realçou, o investimento municipal “caiu “100 milhões de euros”. O socialista Marco Leitão considerou haver “um equilíbrio entre o rigor e o desenvolvimento” económico, cul-

tural e social. “Queria dar os parabéns a esta câmara municipal”, terminou. A Câmara conta com fundos comunitários para a intervenção programada para o Bolhão, admitiu. “Se não houver fundos comunitários, faremos nós. Não vai ser concessionado” e continuará ser “um mercado de frescos”, esclareceu Rui Moreira. Entretanto, a Assembleia Municipal do Porto também aprovou o IMI para 2014, que se mantém nos 0,36% para os prédios avaliados e em 0,7% para os não avaliados, e a derrama para o mesmo ano. Na derrama, o valor cai de 1,2% do lucro tributável e não isento de IRC para 1% para as empresas com negócios abaixo dos 150 mil euros. Os deputados municipais aprovaram ainda, com 37 votos favor e nove abstenções, a proposta reativa à participação do município no IRS dos sujeitos passivos relativos aos rendimentos de 2015, que continuará a ser de 5%. O IMI teve 31 votos a favor, cinco contra e 10 abstenções, ao passo que a derrama obteve 43 votos favoráveis e três contra.

Primeiro-ministro recebido com protestos da CGTP O primeiro-ministro foi ontem

recebido em Aldoar, Porto, por um protesto da CGTP, durante o qual foi pedida a demissão do Governo. Passos Coelho esteve ontem à tarde no Porto para a inauguração do Complexo Social do Centro Social de S. Martinho de Aldoar, tendo à sua chegada ouvido os protestos de menos de uma centena de pessoas que envergavam as bandeiras da CGTP. Assobios e a palavra “gatuno” foram ouvidos repetidamente quando os carros da comitiva chegaram e Passos Coelho saiu da viatura, protestos que contrastaram com os aplausos já dentro do complexo a inaugurar. Antes da chegada do primeiro-ministro, o protesto já decorria com cartazes onde se podia ler “Governo rua”, “Demissão”, “Passos vai embora”, sendo agitadas as bandeiras vermelhas da intersindical. “Está na hora, está na hora do Governo ir embora”, “25 de Abril sempre, fascismo nunca mais”, “É preciso, é urgente correr com esta gente” e “Portas, Cavaco e Passos são amigos dos ricaços” foram algumas das já tradicionais palavras de ordem que se fizeram ouvir num protesto sempre vigiado pelas forças policiais.

Forte agitação marítima

Buscas suspensas

As buscas por mar do homem que desapareceu no domingo no molhe norte da barra do Douro, no Porto, foram interrompidas durante a manhã de ontem devido à agitação marítima, disse fonte da Capitania do Douro. O oficial adjunto da Capitania do Porto do Douro, José Matos, afirmou que, “nesta altura, a Polícia Marítima continua à procura de indícios em terra do aparecimento do corpo para depois intervir na sua recolha”. As buscas por terra estão a decorrer “ao longo da costa sul da barra do Douro”, disse, acrescentando que assim se manterão, caso entretanto o corpo não apareça. O homem, de 39 anos, praticava pesca lúdica, acompanhado de um irmão, quando cerca das 04h45 da madrugada de domingo foi surpreendido por uma onda que o arrastou para o mar. Ontem de manhã, as buscas ainda foram retomadas por mar pelas 08h00, mas a agitação marítima acabou por impossibilitar a sua continuação.


regiões

Quarta-feira, 12 de Novembro de 2014

O Primeiro de Janeiro |

Paulo Portas deixa crítica à taxa de turismo em Lisboa de António Costa

“Não matem a galinha dos ovos de ouro” Vice-presidente da CML admitiu, por outro lado, que município não consegue garantir que portugueses não serão afetados. Mega operação da PSP no Bairro 6 de maio

Pobreza aumenta

A PSP deteve, ontem, cinco pessoas e constituiu 15 arguidos na operação de combate ao tráfico de estupefacientes nas zonas da Amadora e Sintra, com 33 buscas domiciliárias, apreendendo droga e uma “avultada quantia” de dinheiro, ainda por contabilizar. De acordo com o porta-voz do Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP, comissário Rui Costa, da operação em que estiveram envolvidos mais de 200 polícias, resultou ainda na apreensão de duas caçadeiras de canos serrados, uma pistola de calibre 6.35 milímetros e várias munições de 12 milímetros. “A operação, que se iniciou às 07h10, decorreu sem incidentes a registar. Foram efetuadas 33 buscas domiciliárias e os detidos são suspeitos da venda direta de produto estupefaciente nas redondezas do Bairro 06 de Maio. Além disso há as armas apreendidas, que poderão estar correlacionadas com a prática de crime violento”, explicou Rui Costa. Classificando aquele bairro como “sensível”, o porta-voz do Cometlis afirmou que esta operação visou demonstrar que a polícia está atenta, no sentido de dissuadir e combater o tráfico de estupefacientes, e para que os moradores se sintam mais seguros. Esta mega operação é o culminar de uma investigação iniciada “há seis meses” pela PSP.

O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, alertou, ontem, que criar taxas turísticas, conforme anunciado pelo presidente da Câmara de Lisboa, é arriscar matar a atual “galinha dos ovos de ouro” do crescimento da economia, que é o setor do turismo. “Tenho ouvido por aí um debate sobre taxas turísticas em Portugal. Eu respeito a autonomia do poder local, mas, como tenho responsabilidades na área da coordenação das políticas económicas, acho que devo deixar um alerta: Não matem a galinha dos ovos de ouro fazendo, ao mesmo tempo, taxas para dormir, taxas para aterrar e taxas para desembarcar”, afirmou Paulo Portas na intervenção de encerramento da conferência «Empresas na Caixa», promovida no Porto pela Caixa Geral de Depósitos (CGD). Segundo salientou, “o turismo é o setor com melhor comportamento na economia portuguesa neste momento” e “as empresas turísticas estão, finalmente, a levantar a cabeça e a ajudar no emprego”. “O turismo tem 40% de dormidas de nacionais, não é apenas para os estrangeiros”, disse Portas, sublinhando que o setor “hoje tem conceitos – como o ‘low cost’ e os ‘hostels’ - onde o preço é muito relevante”. “Portugal está na moda, as cidades portuguesas estão na moda, basta ler as revistas de turismo e de viagens por esse mundo fora”, afirmou. Em causa está o anúncio, na segunda-feira, do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, que será cobrada uma taxa de um euro pela chegada de turistas ao aeroporto e ao porto em 2015 e, a partir de 2016, uma taxa do mesmo valor por dormida. Desde o anúncio de António Costa, foram várias as reações negativas, em particular de entidades do setor como a Confederação do Turismo Português (CTP) e a Associação da Hotelaria de Portugal. No caso da

CTP, esta considera que “se mantêm válidos os argumentos já anteriormente invocados por si e pelos agentes privados do sector do turismo, quando outros municípios ainda que, com outra fundamentação, pretenderam igualmente criar uma taxa municipal sobre o alojamento turístico”. Também o presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, disse que a nova taxa é “do tempo medieval” e considera “inconcebível” a decisão de António Costa. “É inconcebível como um presidente de Câmara decide intervir sobre Câmaras vizinhas. Isso é algo que só existia no tempo medieval”, afirmou o social democrata. Carlos Carreiras acusou ainda António Costa de se estar a “esconder atrás do vice-presidente Fernando Medina”. CML não faz promessas

LISBOA. “Não consigo garantir de todo que não possa haver cidadãos portugueses a pagar esse euro”, disse Fernando Medina

Greve do Metro

Tribunal decreta serviços mínimos para amanhã

O Metropolitano de Lisboa revelou, ontem, que o Tribunal Arbitral decretou serviços mínimos relativamente à greve convocada para amanhã, ao considerar que deve ser assegurada a circulação de um quarto das composições que habitualmente transportam passageiros. Fonte da empresa sublinhou que “o Metro irá agir de acordo com o que o tribunal decretou”.

Segundo uma nota da transportadora, o tribunal arbitral decretou que, “dentro do período normal de funcionamento da empresa [07h00 às 23h00], devem ser asseguradas, em todas as estações e por cada período de uma hora de funcionamento, 25% das composições habitualmente afetas ao transporte de passageiros”. A empresa destaca que “fará todos os esforços com vista a minorar os inconvenientes desta perturbação” e salienta que está previsto o reforço de algumas das carreiras de autocarros da Carris.

O vice-presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, admitiu, por outro lado, que o município não consegue garantir que os portugueses não serão afetados pela nova taxa turística. “Não consigo garantir de todo que não possa haver cidadãos portugueses a pagar esse euro, é algo que nunca poderei garantir, que nunca conseguirei garantir, porque não podemos simplesmente fazer um inquérito a cada português e indagar os motivos por que cá estão”, disse, numa curta conferência de imprensa à entrada da Assembleia Municipal. Porém, salientou que a taxa foi desenhada para que “seja um contributo de turistas, obviamente de não residentes na cidade de Lisboa”, pelo que os munícipes farão parte das exceções. O responsável afirmou que “a decisão da Câmara de Lisboa para avançar com taxa turística é precisamente para apoiar setor do turismo”. A questão com que “Lisboa se encontra confrontada neste momento é como arranjamos recursos para continuar a investir para melhorar o turismo. Tínhamos verdadeiramente duas opções. Uma era aumentar os impostos sobre os munícipes e outra era criar uma taxa turística moderada e muito limitada, que pudéssemos alocar exclusivamente ao desenvolvimento do turismo”, sustentou.


4 | O Primeiro de Janeiro

nacional

Quarta-feira, 12 de Novembro de 2014

Ministra diz que a “classe média será a grande sacrificada”

PCP exige que ministra “tire todas as ilações”

“Não há muitos ricos em Portugal” Maria Luís Albuquerque diz que “a classe média acaba por ser a grande sacrificada” em 2015, uma vez que o Governo procura “proteger quem tem menos” e porque “não há muitos ricos em Portugal”. “A classe média acaba por ser a grande sacrificada, porque se procura sempre proteger quem tem menos recursos e porque, infelizmente, ricos temos poucos. Se tivéssemos mais, facilitaria, mas em Portugal, de facto, não há muitos ricos”, afirmou hoje Maria Luís Albuquerque num almoço-debate, em resposta a uma questão colocada por um dos elementos da audiência. Na mesma intervenção, a ministra afirmou que, em relação “aos aumentos da EDP e da Lusoponte”, e sem particularizar nenhum caso, “há muitas responsabilidades que resultam de compromissos passados que

MARIA LUÍS ALBUQUERQUE. A ministra das Finanças diz que o Governo vai procurar, em 2015, “proteger quem tem menos”…

o Estado, enquanto pessoa de bem, vai cumprindo”. “Apesar do enorme esforço de renegociação e da redução de custos com matérias como as Parcerias Público-Privadas rodoviárias ou como o défice tarifário, continuamos a ter um custo elevado, por exemplo, com a aposta nas renováveis”, acrescentou Maria Luís Albuquerque. Reconhecendo “todos os méritos

que as renováveis têm”, a governante sublinhou, no entanto, que esta opção representa “um peso significativo” na fatura de eletricidade. Maria Luís Albuquerque reiterou ainda que “foi a renegociação que este Governo levou a cabo que permitiu que os aumentos na tarifa da eletricidade sejam na ordem dos 3% em vez dos 13% ou 14% que eventualmente teriam de ser

para rapidamente eliminar o défice tarifário”. A ministra das Finanças participou no almoço-debate promovido pelo American Club num hotel de Lisboa, onde proferiu um discurso de cerca de 15 minutos, tendo depois respondido a algumas questões colocadas pela audiência. No entanto, a governante saiu da sala sem responder a perguntas dos jornalistas.

Surto de legionella rompe fronteiras de Portugal

Comissão Europeia acompanha de perto A Comissão Europeia está a acompanhar de perto o surto de legionella em Portugal, o maior de sempre registado no país, e já pediu ao Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças uma avaliação rápida de risco. O porta-voz da Comissão Europeia para a Saúde, Enrico Brivio, que, independentemente de um surto da doença dos legionários não ser propriamente encarado como uma ameaça transfronteiriça à saúde, já que é por regra um evento local sem transmissão entre os seres humanos, Bruxelas está a monitorizar de perto a situação, consciente de que se trata “do maior surto de sempre de legionella em Portugal”. “A Comissão está a monitorizar de perto os acontecimentos com o apoio da ECDC (a sigla em inglês do centro europeu de controlo e prevenção de doenças) e da ELDSNet (a rede europeia de vigilância da doença dos legionários), que está a monitorizar

ativamente casos de legionella relacionados com viagens, em contacto com o respetivo ponto de contacto da ELDSNet em Portugal”, referiu, acrescentando que a Comissão já pediu à ECDC uma avaliação rápida de risco, que deverá ser entregue nos próximos dias. Por outro lado, acrescentou, as autoridades de saúde pública dos Estados-membros recebem regularmente informação atualizada sobre os desenvolvimentos da situação através do sistema de resposta e alerta rápido da União Europeia. O executivo comunitário, apontou, tem conhecimento de que o surto de legionella está a ser lidado pelas autoridades de saúde de Portugal “como uma grande emergência de saúde pública”, envolvendo especialistas das mais diversas áreas, que estão “a assegurar-se de que as medidas necessárias estão a ser implementadas para controlar o surto”.

O surto da doença do legionário em Portugal já matou cinco pessoas e infetou outras 264. Todos os casos, de acordo com a Direção Geral da Saúde portuguesa, “têm ligação epidemiológica ao surto que decorre em Vila Franca de Xira”. A doença do legionário transmite-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares. Entretanto, a Direção-geral da Saúde revelou que há um caso de legionella num doente em Luanda, Angola, e outro em Lima, Peru, ambos em pessoas que estiveram em Vila Franca de Xira. O diretorgeral rancisco George confirmou os dois casos, indicando que as pessoas adoeceram já no seu país de origem, depois de terem estado na zona de Vila Franca de Xira. Confirmado está também o caso

Problemas do Citus em causa

de um homem de 49 anos infetado com legionella que está internado no Hospital Distrital da Figueira da Foz (HDFF), mesmo assim relacionado com Vila Franca de Xira. Segundo fontes hospitalares, o homem “esteve a trabalhar em Vila Franca de Xira”, é da Figueira da Foz e deu entrada na urgência do HDFF na noite de segunda-feira, com febre “muito alta” e outros sintomas. O doente foi internado no Serviço de Especialidades Médicas, em pneumologia, após os exames efetuados terem revelado a infeção por legionella e o seu estado de saúde “está a evoluir muito bem”. Este caso junta-se aos outros de doentes internados não só em hospitais da Grande Lisboa, mas também no Barreiro, Castelo Branco, no Porto e em Vila Real, todos relacionados com Vila Franca de Xira, onde, no final da semana passada, foi identificado um surto de legionella.

O PCP exige que a ministra da Justiça “tire todas as ilações” e “assuma todas as consequências políticas” da decisão da ProcuradoriaGeral da República de arquivar o inquérito sobre eventual sabotagem da plataforma informática Citius. “É uma exigência que a Ministra da Justiça tire todas as ilações do resultado deste inquérito, e assuma, como chegou a afirmar, todas as consequências políticas que se impõem”, pode ler-se no comunicado dos comunistas. De acordo com o PCP, Paula Teixeira da Cruz protagonizou uma “manobra” que “não foi mais do que uma cortina de fumo destinada a esconder a incompetência do Ministério” e “distrair atenções do verdadeiro fiasco que foi a entrada em vigor da ´grande reforma’, com a agravante de difamar e destruir a reputação profissional dos funcionários acusados e constituídos arguidos”. Entretanto, fonte do Ministério da Justiça disse que a Inspeção-Geral dos Serviços de Justiça abriu um inquérito disciplinar aos dois elementos da Polícia Judiciária que trabalharam no sistema Citius, com base no relatório do Instituto dos Equipamentos da Justiça. O inquérito de natureza disciplinar foi instaurado com base no relatório do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ), que também motivou o inquérito-crime aberto pelo Ministério Público (MP). Na segunda-feira, o MP arquivou a investigação instaurada a Hugo Tavares e Paulo Queirós, por falta de indícios do crime de sabotagem. “O PCP reafirma a sua posição de que esta reorganização não visa servir os interesses das populações e torna mais difícil o acesso à justiça”, pode lerse ainda no texto, no qual os comunistas prometem “continuará a tudo fazer para alcançar uma justiça mais próxima e acessível a todos, pela dignificação dos profissionais e pela independência dos tribunais face aos poderes político e económico”.


Quarta-feira, 12 de Novembro de 2014

economia

O Primeiro de Janeiro |

Depois da brasileira OI ter considerado algumas medidas “inaceitáveis”

Isabel dos Santos pode alterar condições da OPA Malparado das famílias atinge os 5.363 milhões

Subida em setembro

O crédito malparado das famílias voltou a subir em setembro, atingindo os 5.363 milhões de euros, o equivalente a 4,29% do total do crédito concedido a particulares, segundo números do Banco de Portugal ontem divulgados. De acordo com o banco central, em setembro, dos 125.034 milhões de euros que a banca tinha emprestado às famílias, 5.363 milhões eram considerados créditos de cobrança duvidosa, representando 4,29% do total dos empréstimos. Em setembro de 2013, o crédito malparado das famílias correspondia a 3,99% do total: dos 129.499 milhões de euros de empréstimos concedidos pela banca, 5.159 milhões eram de cobrança duvidosa. No caso das empresas, o crédito malparado também aumentou em setembro, tanto em termos homólogos como face ao mês anterior, atingindo os 93.165 milhões de euros, ou seja, 13,88% do total do crédito concedido às empresas. Numa análise por atividade económica, o crédito concedido a empresas de construção caiu em setembro, passando dos 16.103 milhões concedidos em agosto para os 15.971 milhões em setembro, e os empréstimos às empresas com atividades imobiliárias aumentou ligeiramente para os 12.550 milhões em setembro. O crédito malparado aumentou nestas duas atividades económicas.

Isabel dos Santos admite retirar quatro das 10 condições apresentadas no anúncio preliminar da OPA sobre a PT SGPS. A empresária angolana Isabel dos Santos admitiu, ontem, retirar as condições estipuladas na oferta para a compra da PT SGPS que a operadora brasileira Oi classificou de “inaceitáveis”. Em comunicado, a operadora de telecomunicações brasileira informou que “decidiu, por unanimidade, rechaçar [rejeitar] quaisquer propostas para alteração dos termos da operação, ratificando, por consequência, a manifestação feita pela Diretoria [comissão executiva] da Oi através de facto relevante divulgado nesta data no sentido de considerar descabida qualquer alteração dos termos previamente acordados nos contratos definitivos celebrados com a PT SGPS em 08 de setembro de 2014”. “Estamos neste momento a ponderar prescindir das condições elencadas nas alíneas vi, vii, viii e ix do item 14 do anúncio preliminar”, disse o porta-voz da empresária angolana. O anúncio preliminar da Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pela Terra Peregrin, empresa de Isabel dos Santos, sobre a PT SGPS inclui condições impostas, que na opinião da Oi resultaria na alteração dos termos da combinação de negócios em curso entre a operadora portuguesa e a brasileira. A PT SGPS detém 25% da Oi, além da dívida de quase 900 milhões de euros da Rioforte, do Grupo Espírito Santo (GES), cuja gestão controlada foi recusada pelo Tribunal do Luxemburgo. Entre as alterações propostas no anúncio preliminar da OPA está o facto do lançamento da oferta estar sujeito à eliminação da obrigação imposta à PT SGPS de só poder comprar ações da Oi ou da CorpCo através do exercício da opção de aquisição e não atribuição à operadora brasileira da opção de cancelamento ou extinção da opção de compra.

A Terra Peregrin não quer ficar limitada a poder reforçar na brasileira Oi até ao limite de 37%, no âmbito da opção de compra, já acordada com a PT SGPS, nem que a empresa resultante da combinação de negócios tenha um limite dos seus direitos de voto. Quatro condições podem cair

PT SGPS. “Estamos neste momento a ponderar prescindir das condições elencadas nas alíneas vi, vii, viii e ix do item 14 do anúncio preliminar”, diz empresária

Contraciclo com Europa

Bolsa de Lisboa fecha sessão em queda ligeira

O principal índice da bolsa portuguesa encerrou a sessão de ontem a recuar 0,06% para 5.238,65 pontos, com a MotaEngil a liderar as perdas, ao derrapar 3,5%. Das 18 cotadas que atualmente integram o PSI20, 11 desvalorizaram e sete fecharam a sessão em terreno positivo. As ações da Mota-Engil recuaram 3,5% para 4,16 euros, no dia em que o presidente do

grupo revelou que a Mota-Engil África ficará cotada «numa bolsa europeia» ainda este ano, embora a dispersão de capital só deva acontecer em 2015. O dia também foi de perdas no setor da energia: a Galp cedeu 1,56% para 11,34 euros, a REN caiu 0,64% para 2,46 euros, a EDP contraiu 0,24% para 3,27 euros e a EDP Renováveis deslizou 0,04% para 5,14 euros. No resto da Europa, o dia foi positivo na maioria dos mercados acionistas de referência, com ganhos que oscilaram entre os 0,64% de Madrid e 0,18% de Frankfurt.

Agora, Isabel dos Santos admite retirar quatro das 10 condições apresentadas no anúncio preliminar. Entre elas está o facto do lançamento da oferta encontrar-se sujeito “à adoção de deliberações pelo(s) órgão(s) da sociedade visada e/ou da Oi e/ou de outras sociedades envolvidas na combinação de negócios entre a sociedade visada e a Oi, tal como acordada no memorando de entendimento divulgado ao mercado no dia 01 de outubro de 2013”, entre a PT SGPS, a Oi e os principais acionistas de ambas as empresas. Incluindo “as adaptações aprovadas na Assembleia Geral extraordinária” da empresa portuguesa a 08 de setembro último, “visando a suspensão imediata, até ao trigésimo dia posterior à liquidação física e financeira da oferta, do processo de combinação de negócios, concluindo a suspensão da prática ou da produção de efeitos de qualquer ato destino à sua concretização ou implementação”. “Acreditamos muito neste projeto e, desde que consigamos reunir vontades que o viabilizem, faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para o concretizar”, salientou o porta-voz. A PT Portugal, que detém o MEO e Sapo, entre outros serviços, é detida pela empresa brasileira Oi, no âmbito do processo de combinação de negócios entre as duas empresas. Já a associação de investidores ATM pediu à CMVM que esclareça se Isabel dos Santos está dispensada de lançar uma oferta de aquisição obrigatória posterior à voluntária, que a obrigaria a aumentar o valor da oferta sobre a PT SGPS. A ATM lembra ainda que Isabel dos Santos pede que a sua proposta seja considerada “justificada e equitativa”, alegando “a instabilidade e volatilidade acentuadas verificadas no preço de mercado das ações” no semestre anterior.


6 | O Norte Desportivo

desporto

Quarta-feira, 12 de Novembro de 2014

Bruno Alves nega que Portugal relaxe perante adversários mais fracos

“Queremos ganhar e fazer uma boa exibição” Equipa das «quinas» reuniu-se no Algarve para começar a preparar encontro contra a Arménia e particular com a Argentina. O defesa Bruno Alves negou, ontem, que exista algum “relaxamento” da seleção portuguesa em jogos frente a equipas teoricamente mais fracas, como a Arménia, e desvalorizou a perda da titularidade para o regressado Ricardo Carvalho. Em conferência de imprensa, no dia em que os convocados do selecionador Fernando Santos se concentraram no Algarve, para mais uma ronda de jogos de apuramento para o Euro de 2016, em França, o central luso garantiu que “todos os jogadores querem representar bem” Portugal e que respeitam todos os adversários. “Não existe relaxamento. Todos nós gostamos de ganhar e trabalhamos diariamente para ganhar. É a nossa profissão, mas o futebol é tão imprevisível que acontecem percalços. Tratamos todos os adversários com o mesmo respeito e vontade de vencer”, afirmou Bruno Alves. Para o jogador do Fenerbahce, Portugal está “focado” no encontro de sexta-feira frente à Arménia, de apuramento para o Euro2016, naquele que é um adversário “duro e que cria sempre problemas”. Queremos mostrar o nosso futebol, a nova qualidade, ganhar e fazer uma boa exibição. Hoje em dia todas as equipas treinam bem. Não existem jogos fáceis ou equipas mais fracas. Queremos representar Portugal e representar bem”, referiu. Com a chegada do novo selecionador, Fernando Santos, e com o regresso de Ricardo Carvalho, Bruno Alves perdeu espaço no centro de defesa lusa, uma situação que mesmo assim não preocupa o jogador de 32 anos. “Todos trabalhamos para jogar. A mim cabe-me trabalhar todos os dias e estar disponível. Vou respeitar sempre as decisões do treinador. O mais importante é a seleção ganhar e conseguirmos o apuramento”, destacou.

“Estar aqui é um sonho”

PORTUGAL. “O mais importante é a seleção ganhar e conseguirmos o apuramento”, disse Bruno Alves, desvalorizando a perda da titularidade

Mundial de Clubes

Pedro Proença é o único árbitro europeu

O português Pedro Proença é o árbitro europeu nomeado pela FIFA para o Mundial de Clubes, que se disputa em Marrocos entre 10 e 20 de dezembro, anunciou, ontem, o organismo mundial. A equipa chefiada por Pedro Proença e formada ainda pelos auxiliares Bertino Miranda e Tiago Trigo representará a UEFA na competição que reúnes todos os clubes campeões

continentais. Esta deverá ser a prova que assinalará a despedida de Pedro Proença, considerado o melhor árbitro português de sempre e um dos melhores do mundo. No sábado, em entrevista ao Record, o juiz lisboeta admitiu que o último objetivo é apitar a final desta prova. Foram ainda nomeados para esta prova os árbitros Benjamin Jon Williams (Austrália), Noumandiez Derire Doue (Costa do Marfim), Walter Alexander Castellanos (Guatemala), Wilmar Perez (Colômbia) e Norbert Hauata (Tahiti).

O lateral-esquerdo Tiago Gomes também espera um jogo “difícil” frente à Arménia, naquela que poderá ser a sua estreia pela principal seleção portuguesa. “Sabemos que não vai ser um jogo fácil, hoje em dia já não há jogos fáceis. Nós temos é que torná-lo fácil. Vamos dar tudo por esta camisola para poder vencer”, referiu o jogador do Sporting de Braga. Com 28 anos, Tiago Gomes assumiu que a chamada à seleção acaba por ser, para já, o “topo da carreira” e prometeu lugar para continuar a ser chamado por Fernando Santos. “Estar aqui é um sonho de qualquer jogador. É um orgulho representar o nosso país. Trabalho sempre para ser titular e cabe ao treinador decidir. Fui sempre assim em todos os lugares que passei e se tiver que jogar estarei preparado para isso”, afirmou. Os convocados de Fernando Santos juntaram-se, ao início da tarde, na zona de Almancil, no Algarve, com a exceção de Cristiano Ronaldo e Pepe, que foram autorizados a chegar mais tarde. Ronaldo recebeu de manhã os prémios de melhor jogador e melhor marcador da Liga espanhola da última temporada e viajou para Faro na companhia do seu colega de equipa no Real Madrid. Os restantes 22, com destaque para os regressados Bosingwa e Hélder Postiga e as estreantes Tiago Gomes e Raphael Guerreiro, juntaram-se em Lisboa e viajaram juntos de avião até Faro. Na chegada à unidade hoteleira em que Portugal vai estagiar, os jogadores foram recebidos pelo selecionador Fernando Santos, juntamente com o adjunto Ilídio Vale e também pelo vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol Humberto Coelho. Inicialmente, a seleção nacional tinha um treino agendado para durante a tarde, mas a sessão foi substituída por trabalho de ginásio e recuperação no hotel. Portugal defronta a Arménia na sexta-feira, em jogo do Grupo I de qualificação para o Euro2016 que vai decorrer no Estádio Algarve, e quatro dias depois tem um particular frente à Argentina, em Old Trafford, em Manchester (Inglaterra).

Ronaldo recebe distinções do jornal Marca

Mais dois prémios

O futebolista internacional português Cristiano Ronaldo recordou, ontem, Alfredo Di Stéfano, falecido jogador e presidente honorário do Real Madrid, como “uma lenda que muito admirava”. “Quero aproveitar a oportunidade para recordar Alfredo. Tenho muita pena de que ele não esteja presente porque era uma lenda e admirava-o muito. Tenho visto muitos vídeos dele e era um fenómeno”, disse o jogador português durante entrega dos prémios de melhor jogador e melhor marcador da I Liga espanhola da época passada atribuídos pelo jornal Marca, dos mais prestigiados do desporto espanhol. Questionado sobre o grande momento que atravessa no clube “merengue”, o avançado “blanco” afirmou estar muito satisfeito com os números que está a conseguir até ao momento na temporada. “Talvez esteja no meu melhor momento de forma, no entanto a cada ano tento fazer melhor do que no ano anterior. Eu estou muito feliz, a equipa está muito bem e os meus números a nível de golos e assistências não estão maus”, concluiu Cristiano Ronaldo. O avançado português leva 18 golos em 11 jornadas do campeonato espanhol e já marcou por três vezes em quatro partidas da Liga dos Campeões.


Quarta-feira, 12 de Novembro de 2014

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TRIBUNAL DE AMARANTE DETERMINA

Escola profissional insolvente O tribunal de Amarante determinou a insolvência da escola profissional da cidade, onde estudam 120 alunos, e já nomeou um administrador judicial, confirmou o presidente da câmara. José Luís Gaspar acrescentou que já se reuniu com o administrador de insolvência para avaliar “como é que a câmara pode articular e ajudar”. A declaração de insolvência da entidade gestora da Escola Profissional António Lago Cerqueira, como se designa o estabelecimento, ocorreu na sequência de um pedido apresentado, em agosto, por um professor do estabelecimento de ensino que tinha salários em atraso. O autarca disse que já comunicou à tutela da educação a disponibilidade do município para tentar encontrar uma solução que permita aos alunos prosseguirem os seus estudos. Para José Gaspar, “está tudo em aberto”, mas recordou que as decisões deverão ser tomadas pelo administrador judicial. “A única coisa que posso dizer neste momento é que tudo farei para tentar resolver a situação dos profissionais e dos jovens”, insistiu, reafirmando abertura para a Câmara “fazer parte da solução”. O município de Amarante detém 45% do capital da sociedade detentora do estabelecimento, designada Agência de Desenvolvimento Regional de Entre Douro e Tâmega, S.A. Os outros 45% pertencem à empresa que tem o nome do patrono da escola – António Lago Cerqueira. O restante capital é detido por professores e colaboradores. O presidente da Câmara disse ter comunicado ao administrador de insolvência “a necessidade de tratar das preocupações dos jovens que precisam de uma resposta pronta e não podem ficar nesta incerteza”. Questionado sobre o que provocou a atual situação na escola, Gaspar ressalvou que a autarquia não fazia parte da administração, mas admitiu que a diminuição de alunos, verificada nos últimos anos, prejudicou a estrutura que estava montada para a docência, o que levou à acumulação de prejuízos. Em setembro, fonte da direção da Escola Profissional António Lago Cerqueira confirmou que todos os colaboradores do estabelecimento, cujo número não quis divulgar estavam com salários em atraso desde abril. A situação, assinalou ainda, era provocada por “vários constrangimentos com o financiamento das escolas profissionais”. A direção de então não quis prestar esclarecimentos adicionais.

Jorge Miranda e a mudança nas condições meteorológicas

Podem ter alterado desenvolvimento do surto da bactéria legionella O presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera disse que a mudança das condições meteorológicas dos últimos dias, com chuva e descida das temperaturas, “provavelmente alterou” o desenvolvimento do surto de legionella, que prefere temperaturas tépidas. “A alteração das condições meteorológicas que se têm verificado nos últimos dias provavelmente alterou significativamente as condições de desenvolvimento e transporte da bactéria legionella”, referiu Jorge Miranda, apontando “a chuva e o abaixamento de temperatura”. Entre os fatores que favorecem o desenvolvimento da bactéria legionella está a temperatura da água entre 20°C e 45°C, sendo a ótima entre os 35ºC e 45ºC, conforme refere um documento da Comissão Setorial para a Água. O surto de legionella já causou 235 doentes e cinco mortos, estimando-se que todos têm relação com a região de Vila Franca de Xira. O IPMA é uma das entidades que faz parte do grupo de trabalho que está a acompanhar as ações relacionadas o surto de legionella, bactéria que provoca pneumonias graves e pode sermortal, e tem fornecido informação sobre as condições meteorológicas registadas desde o início de outubro, nomeadamente naquela região. A tarefa do IPMA, desenvolvida em coordenação com a Agência Portuguesa do

Ambiente (APA), é “fornecer estimativas da velocidade do vento em superfície e em altitude, para as regiões que têm sido potencialmente estudadas pelo grupo de trabalho de forma a ser possível identificar indirectamente qual a possível fonte da emissão das partículas que contêm legionella”, esclareceu o presidente do Instituto. “Temos fornecido informação relacionada com as condições meteorológicas, com a temperatura, fator também relacionado com a multiplicação das batérias em meio aquoso”, acrescentou Jorge Miranda. O responsável do IPMA explicou que é importante saber qual a direção do vento “porque permite relacionar cada caso com a direção de onde poderá ter havido o transporte da legionella”, mas também a intensidade “porque permite saber a distância entre a fonte e as pessoas que são afetadas” e a variação em altitude, “porque condiciona a forma como o transporte é feito”. Jorge Miranda disse ainda que, à medida que são transportadas, as gotículas podem cair, descer na atmosfera, e atingir a superfície, ou podem evaporar-se, situações em que a legionella deixa de representar perigo. A Doença do Legionário transmite-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria

para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares. 264 CASOS CONFIRMADOS O surto de legionella provocou, até ao momento, 264 casos na Região de Lisboa e Vale do Tejo, dos quais 40 estão a ser tratados em unidades de cuidados intensivos, segundo fonte oficial. Em comunicado, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) indica que, dos 264 casos registados nesta região, 48 doentes foram acompanhados no Hospital de Vila Franca de Xira, 76 no Centro Hospitalar Lisboa Central, 73 no Centro Hospitalar Lisboa Norte e 67 distribuídos por diversos hospitais da região de Lisboa. Os cinco mortos registados ocorreram no Hospital de Vila Franca de Xira (quatro) e no Centro Hospitalar Lisboa Norte (um). A ARSLVT assegura que o plano de contingência hospitalar em curso “tem permitido uma resposta adequada e imediata a todos os casos que vão surgindo”. “Procurou-se, com a resposta dada, permitir que todos os doentes tenham um nível de cuidados adequado à sua situação clínica, garantindo ainda que cada uma das Unidades Hospitalares mantém margem na sua capacidade de resposta, sem prejudicar o [seu] normal funcionamento”, pode ainda ler-se no comunicado.

Fernanda Lapa vai comemorar 50 anos de carreira

“Sou tratada como se tivesse começado agora” A atriz Fernanda Lapa, que este ano comemora as cinco décadas de carreira, disse que, por vezes, se sente tratada como se estivesse a começar a trabalhar, devido à falta de condições e apoios. Em declarações depois do ensaio geral da peça “MarLeni – Divas Prussianas, Loiras como Aço”, que ontem estreou no Cineteatro Constantino Nery, em Matosinhos, Fernanda Lapa revelou que a luta, no caso da sua companhia teatral, é “não deixar morrer” porque “se morre, acabou”. “Às vezes penso: ‘Caramba, chego aos 50 anos de carreira e sou tratada como se tivesse começado agora’. E isso é triste. E isso magoa. Porque não temos as condições

mínimas de trabalho”, afirmou a atriz, também diretora artística da Escola de Mulheres – Oficina de Teatro. Fernanda Lapa sublinhou que não se pode pensar que “a cultura é rentável”, porque é “um bem por si próprio, não tem preço”. “Teve sempre que se lutar muito no teatro. Neste momento estamos numa altura muito grave, quer dizer, todo o país, em todas as profissões. A cultura é claro que sofre mais, tem um orçamento reduzidíssimo e é onde se corta”, declarou a artista. Neste contexto, Fernanda Lapa reconheceu que se “Divas Prussianas, Loiras como Aço” não tivesse contado com o apoio e coprodução do Constantino Nery não teria sido possível levar a

peça ao palco. Na obra, a atriz contracena com Isabel Ruth, num texto que põe frente a frente a realizadora alemã Leni Riefenstahl e a atriz Marlene Dietrich. “Não há muitos papéis para mulheres da minha idade e da Isabel. Não há muitas personagens femininas. Normalmente são as avozinhas, as velhas bruxas, seres humanos complexos com desafios, com conflitos, não há, por isso achei a peça muito interessante”, sublinhou Fernanda Lapa. “MarLeni – Divas Prussianas, Loiras como Aço” vai estar em cena em Matosinhos até domingo e prossegue depois para Lisboa, onde estará entre 11 e 19 de dezembro no São Luiz Teatro Municipal.


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