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FUTURO DO COLISEU PREOCUPA FAMOSA SALA DE ESPETÁCULOS DO PORTO CONTINUA SEM APOIOS

Há 146 anos, sempre consigo. 1868

Continente - 0,60 € (iva incluido) – Ilhas - S. Miguel e Madeira - 0,75 € (iva incluido) – Porto Santo 0,80 € (iva incluido)

Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |

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DIÁRIO NACIONAL

Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |

Ano CXLVII | N.º 11

Segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

PASSOS DIZ QUE O PSD TEM DE TER OS PÉS BEM ASSENTES NA TERRA DA... REALIDADE

sonhar

n Discursando em Braga, no encerramento do Congresso da JSD que

elegeu Simão Ribeiro como “líder da juventude”, Passos Coelho disse que as “responsabilidades” do endividamento de Portugal “não vão ficar solteiras” porque se sabe quem

ALTO

governou e que durante esses anos falou-se muito dos jovens mas “pensou-se pouco neles e no futuro”. O PSD “mesmo para sonhar e sonhar alto” gosta de “ter os pés bem assentes na terra e de saber o que se passa e a realidade com que se vive”, destacou, lembrando os números da dívida portuguesa quando deixou, em 1995, a presidência da JSD...

GNR

lança hoje operação “Comércio Seguro” para a época natalícia

TURISMO

Paulo Portas diz que “2014 vai ser o melhor ano de sempre”

TURQUIA

Costa defende gestão mais descentralizada dos fluxos migratórios


local porto

2 | O Primeiro de Janeiro

Segunda-feira, 15 de Dezembro de 2014

José António Barros preocupado com o Coliseu do Porto

Autarcas discutem fundos

Costa encontra-se com Rui Moreira

“Vejo com apreensão o seu futuro” O ex-presidente da Associação dos Amigos do Coliseu do Porto diz ver com preocupação e apreensão o futuro daquele equipamento cultural, considerando que seria um “absurdo” remetêlo exclusivamente a sala de acolhimento de produções alheias. Esta foi uma das ideias defendidas por José António Barros durante um almoço de homenagem organizado por um grupo de “admiradores e amigos” do anterior presidente da Associação dos Amigos do Coliseu do Porto, que em setembro renunciou ao cargo que ocupava há 18 anos. “Vejo com preocupação, diria mesmo, com apreensão, o futuro do nosso Coliseu, do Coliseu do Porto”, disse. De acordo com José António Barros, a recente crise reduziu a afluência dos espectadores e aumentou o risco dos produtores, “originando, em consequência, a redução do número de espetáculos apresentados”. “Por outro lado, as diferentes condições de concorrência existentes entre estas diferentes casas, já que umas recebem apoios significativos do Estado ou da autarquia, para o seu fun-

COLISEU. A casa mais famosa de espetáculos do Porto continua com o futuro pouco risonho e sem apoios à vista… cionamento corrente, e outras, como é o caso do Coliseu, não recebem qualquer apoio, criaram graves distorções na ocupação e nos resultados económicos deste último”, alegou. O ex-presidente da Associação dos Amigos do Coliseu do Porto não compreende que “a solução até agora encontrada passe pelo apoio de uma instituição de Lisboa, por mais respeitável que seja”, considerando que “é o Porto a submeter-se agora, uma vez mais, ao poder da capital”. “Remeter o Coliseu do Porto, exclusivamente, ao papel de sala de acolhimento de produções alheias seria tão absurdo como impedir a Casa da Música de alugar a sua sala para a apresentação de espetáculos de terceiros, desde que merecedores desse palco”, comparou. Para José António Barros “será igualmente inconcebível que o Coli-

seu do Porto, única sala a norte do rio Tejo com condições ideais para a apresentação das grandes óperas de repertório, deixe de continuar a coproduzir, regularmente, este género musical, tanto do agrado do público”. Na sua opinião, “qualquer forma de afastamento dos associados, dos Amigos do Coliseu do Porto, dos que saíram à rua em sua defesa quando ele esteve em risco de perder a sua identidade, hoje ainda cerca de dois mil e quinhentos, só poderá contribuir para a sua descaracterização e para a perda da sua memória”. “A articulação redutora, sob uma capa de alegada racionalidade económica, a especialização levada ao extremo na utilização da rede de equipamentos culturais, hoje na tutela, direta ou indireta, da autarquia e do Estado, só poderão aumentar as suas dificuldades de subsistência,

ou o risco da sua sobrevivência, se algum ator ou investidor económico nesta área, em defesa dos seus interesses privados, e legítimos, vier a tomar posição, nesta cidade, em algum espaço ou sala, anulando facilmente a concorrência dos outros”, alertou. No começo de setembro, José António Barros renunciou ao cargo que ocupava há 18 anos, tendo então dado conhecimento da sua decisão na assembleia-geral da instituição. O problema prendia-se com a falta de uma solução para o financiamento do Coliseu. Segundo José António Barros, esta sala precisa de 200 mil euros anuais para o seu funcionamento. “Nesta situação, o Coliseu, ou tem algum apoio, ou não sobrevive”, tinha advertido José António Barros, à margem da assembleia-geral anual de associados que decorreu em 06 de junho.

Grande prémio do Porto/Post/Doc

“Letters to Max” distinguido O documentário sobre a troca de correspondência entre o realizador Eric Baudelaire e o antigo ministro abecázio dos Negócios Estrangeiros Maxim Gvinjia intitulado “Letters to Max” foi distinguido com o grande prémio do Porto/Post/Doc. “Feito através de um dispositivo formal inovador tornando inútil a distinção entre documentário e ficção”, como é descrito pela organização do Porto/Post/Doc, “Let-

ters to Max” já havia passado pelo DocLisboa, onde recebeu o prémio especial do júri da competição internacional. A organização do Porto/Post/ Doc revelou, em comunicado, que o festival contou com mais de 6300 espectadores e que tem a sua próxima edição garantida, subordinada ao tema da adolescência, para as datas entre 01 e 08 de dezembro de 2015.

O grande prémio do festival, patrocinado pelo Atelier des Créateurs, atribuiu ainda duas menções honrosas: a Manuel Mozos pelo filme “João Bénard da Costa - Outros amarão as coisas que eu amei” e a Lav Diaz por “Storm Children Book One”. Já o prémio Biberstein Gusmão, destinado a realizadores com menos de 35 anos, distinguiu “Nebel” de Nicole Vögele, tendo sido tam-

bém atribuída uma menção honrosa a Ziad Homsi e Mohammad Ali Atassi por “Our Terrible Country”. Segundo a organização, das 57 sessões que decorreram entre o Rivoli Teatro Municipal, o Passos Manuel e o Maus Hábitos, 34 foram estreias em Portugal e três estreias absolutas. “Foram exibidos 11 filmes portugueses e estiveram representados 27 países”, da África do Sul à Suíça, acrescenta o comunicado.

O secretário-geral socialista defende que os fundos comunitários dos quais Portugal vai dispor sejam aproveitados para um grande programa de reabilitação urbana que estimule a economia, considerando a baixa do Porto um bom exemplo. António Costa encontrou-se com o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, para um passeio pelo centro da cidade, tendo dito que a baixa portuense é um “excelente exemplo de reabilitação” e que “para além de melhorar a qualidade de vida de quem habita, estimular toda a fileira da construção e gerar emprego”, tem “um grande contributo para a dinamização da vida do centro das cidades”. “Deve ser um incentivo para que nos próximos anos se possa aproveitar esses 21 mil milhões de euros de fundos comunitários que o país vai dispor ao longo dos próximos sete anos para fazermos um grande programa de reabilitação urbana, que possa ser um grande incentivo ao estímulo à nossa economia”, defendeu, naquele que foi o seu primeiro encontro com Rui Moreira depois da eleição como secretário-geral do PS. Já o presidente independente da Câmara do Porto disse que tem “trocado muitas impressões” com António Costa e que acredita “muito que o cruzamento das experiências entre as cidades é muito relevante”. “Uma das coisas que não tem sido aproveitada ainda é este cruzamento entre as cidades. Quando fala a um portuense para fazer férias fora do Porto, ele normalmente pensa imediatamente em ir para o Algarve, para a Madeira ou ir até ao Douro mas pensa pouco em ir a Lisboa. A mesma coisa acontece com os lisboetas. Nós ainda temos o cruzamento desta promoção das cidades e temos que o fazer”, explicou Rui Moreira.

Em Matosinhos

Homem morre em acidente com motociclo

Um homem morreu na sequência de um acidente entre um carro e um motociclo na Avenida Joaquim Neves dos Santos, Guifões, concelho de Matosinhos, informou fonte da PSP. Ainda de acordo com a mesma fonte policial, o acidente aconteceu por volta das 15h00, tendo sido um choque traseiro entre um motociclo e viatura ligeira. O homem, que conduzia o motociclo, acabaria por falecer ainda no local do acidente, já depois de várias tentativas de reanimação por parte das equipas médicas do INEM. No local do acidente, Avenida Joaquim Neves dos Santos, em Guifões, concelho de Matosinhos, distrito do Porto, estiveram a PSP de Matosinhos e o INEM, tendo o corpo da vítima sido transportado para o Instituto Nacional de Medicina Legal, uma vez que o óbito acabaria por ser confirmado no local.


Segunda-feira, 15 de Dezembro de 2014

regiões

O Primeiro de Janeiro | 3

Promontório de Nossa Senhora da Rocha preocupa Proteção Civil de Lagoa

Risco de derrocadas Documentação falsa

SEF detém quatro cidadãos estrangeiros

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras anunciou, ontem, a detenção de quatro cidadãos estrangeiros “por uso de documento de viagem falsificado”, no aeroporto de Faro, em dois dias consecutivos. “Os detidos pretendiam embarcar com destino a Dublin, fazendo uso de dois passaportes e dois bilhetes de identidades falsos”, afirma o SEF. Os cidadão, cuja nacionalidades e idades não são detalhadas, foram presentes ao tribunal, tendo sido “decretadas medidas de coação de Termo de Identidade e Residência, apresentações periódicas e caução”.

«Comércio seguro»

GNR reforça segurança junto a lojistas

A GNR vai reforçar o patrulhamento junto das zonas comerciais a partir de hoje, no âmbito da operação «Comércio Seguro», para garantir a segurança de lojistas e clientes até à véspera de Natal. Até 24 de dezembro, mais de 4000 militares dos comandos territoriais - das secções de programas especiais, da investigação criminal e dos postos territoriais – vão promover ações de sensibilização junto dos comerciantes, alertandoos para os procedimentos de segurança a adotar para prevenir ilícitos criminais.

Em novembro passado, uma derrocada da arriba fez ruir cerca de três metros do muro e colocou outra parte em risco. A Proteção Civil de Lagoa, no Algarve, alertou, ontem, para o risco de derrocadas iminentes no Promontório de Nossa Senhora da Rocha, reclamando uma consolidação urgente das arribas para garantir a segurança dos turistas que visitam o local. Em novembro passado, uma derrocada da arriba fez ruir cerca de três metros do muro junto à Capela da Nossa Senhora da Rocha e colocou outra parte em risco devido à instabilidade da falésia. Algumas fissuras transformaram-se em fendas com vários centímetros de largura, o que, para os responsáveis da proteção civil municipal, indica que a rocha em que está apoiado o promontório se está a mover. “A zona é toda de risco. Há vários anos que o município tenta que seja feita uma intervenção, mas até à data nada foi feito”, disse o comandante dos bombeiros voluntários de Lagoa, Vitor Rio, e um dos responsáveis da proteção civil. De acordo com Vítor Rio, “se não houver uma intervenção que consolide as arribas, o risco de par-

LAGOA. “Se não houver uma intervenção que consolide as arribas, o risco de parte do promontório desaparecer, é muito grande”, dizem os bombeiros te do promontório desaparecer, é muito grande”, acrescentando que o Ministério do Ambiente “está há vários anos informado sobre as condições de risco”. “O que temos feito é limitar a zona de acesso do público, aumentando a zona de segurança para impedir o acesso ao muro. É a única intervenção que podemos fazer”, destacou, sublinhando que “isto não é resolver o problema, mas apenas uma forma de contribuir para a segurança das pessoas”. Vítor Rio alertou para a neces-

sidade das pessoas respeitarem” as zonas de limitações existentes junto aos locais de maior risco”. Por seu turno, o diretor regional da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Sebastião Teixeira, admitiu que a fragilidade das arribas no promontório da Senhora da Rocha “era conhecida, decorrendo neste momento uma avaliação para ver qual será a melhor forma de intervir para consolidar as partes instáveis”. “A intervenção que estava prevista era, exatamente, derrubar o muro. Com a queda

do muro, uma parte contígua ficou instável e, neste momento, vamos ter de fazer qualquer coisa para sanar essa instabilidade”, indicou. Segundo Sebastião Teixeira, “ainda não está decidido o que se vai fazer, mas seguramente a parte que está instável vai ter de ser removida, e depois em função de como ficar se verá o que se vai fazer”. “O risco está devidamente sinalizado e estamos a tratar da avaliação, sendo certo que o se fará será até à Páscoa”, assegurou o diretor regional da APA.

Operação da PSP na área metropolitana de Lisboa

27 detidos e 8 armas apreendidas num dia O Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública (PSP) deteve 27 pessoas e apreendeu oito armas numa operação contínua entre as 07h00 de sexta-feira, sexta-feira e as 07h00 de sábado, anunciou, ontem, a instituição. “O Comando Metropolitano de Lisboa da PSP realizou entre as 07h00 do dia 12 de dezembro e as 07h00 do dia 13, uma operação policial contínua, em toda a área metropolitana de Lisboa, num período de 24 horas seguidas, procedendo à detenção de 27 pessoas e à apreensão de 8 armas”, refere o comunicado da polícia.

LISBOA. Na operação estiveram envolvidos 300 operacionais da PSP, tendo participado vários departamentos

Na operação estiveram envolvidos 300 operacionais da PSP, tendo participado vários departamentos da instituição, nomeadamente a segurança aeroportuária, segurança a transportes públicos, fiscalização de trânsito e patrulhamento, adianta o comunicado. Do total de detenções, 11 deveram-se a condução com excesso de álcool, seis por posse de arma ilegal, cinco por mandado de detenção, quatro por falta de habilitação legal para conduzir e a última por tráfico de estupefacientes. Das armas apreendidas, duas eram de fogo, cinco eram armas brancas e outra um aerossol.

Na operação da PSP procedeuse ainda à fiscalização de cerca de 2.500 viaturas, tendo sido levantados cerca de 380 autos de contraordenação, por infrações diversas ao Código da Estrada. “A operação contemplou ainda a fiscalização de estabelecimentos, que culminou no levantamento de vários autos de notícia por contraordenação, relativos a incumprimentos vários”, lê-se no mesmo comunicado da Polícia de Segurança Pública, habitual em balanços de operações de longo curso.


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nacional

Segunda-feira, 15 de Dezembro de 2014

Passos Coelho e o endividamento de Portugal

Na prisão de Évora

Perestrello e Rosa visitam José Sócrates

“Responsabilidades não vão ficar solteiras” O primeiroministro diz que as “responsabilidades” do endividamento de Portugal “não vão ficar solteiras” porque se sabe quem governou e que durante esses anos falou-se muito dos jovens mas “pensou-se pouco neles e no futuro”. “Quando eu tinha pouco mais de 30 anos a perspetiva daqueles que eram jovens não era uma perspetiva de endividamento público, nem da economia, nem de desequilíbrio nas pensões. Volvidos estes anos, volvidos anos precisos de responsabilidade que não vão ficar solteiras, com certeza, porque nós sabemos durante esse tempo quem governou”, afirmou Passos Coelho, em Braga, no encerramento do Congresso da JSD que elegeu Simão Ribeiro como líder da estrutura. O líder do PSD, que lembrou que estava nos 30 anos em 1995, no final dos dois Governos de Cavaco Silva, afirmou ainda que as lideranças têm que “atender” à realidade porque quem acreditou em fantasia ficou “elucidado” em 2011 do que elas valiam. “O PSD é um partido que atende à realidade da ação politica. Ao contrário do que alguns parecem pensar, nós não vivemos

PASSOS COELHO. O líder do PSD lembrou os números da dívida portuguesa quando deixou, em 1995, a presidência da JSD em fantasias e quem em Portugal pensou que as fantasias iam durar muito ficou elucidado em 2011 do que valem as fantasias”, referiu o líder social-democrata. Segundo Passos Coelho, o PSD “mesmo para sonhar e sonhar alto” gosta de “ter os pés bem assentes na terra e de saber o que se passa e a realidade com que se vive”. Lembrando os números da dívida portuguesa quando deixou a presidência da JSD, em 1995, Passos questionou como “foi possível” desde então tudo se ter alterado. “Estou apenas a dizer que é preciso constatar um facto: quando eu deixei de ser presidente da JSD a dívida

pública do país representava significativamente menos de metade do que é hoje e a dívida líquida externa era inferior a 20%. Agora só a do Estado é superior a 120% e sabemos que uma parte tao grande como a do Estado pertence à economia privada”, explicou. “Como é que foi possível neste espaço de tempo, alguém que fez o seu caminho de juventude, olhar pra o futuro e pensar que tudo se alterou”, questionou, referindo que se falou muito mas fez-se pouco. “Durante muitos anos falou-se muito do futuro do país e dos jovens portugueses mas pensou-se pouco neles e no futuro”, continuou. Passos Coelho avisou ainda os jo-

vens que apenas as instituições de investigação científica classificadas como “muito boas ou excelentes” pela auditoria externa que está a ser realizada vão ter financiamento. “Recorremos a peritos internacionais (...) para fazerem a avaliação externa das nossas instituições científicas e decidimos que aquelas que não forem muito boas ou excelentes terão apenas apoio para funcionamento e que só aquelas que forem muito boas ou excelentes terão mesmo financiamento”, afirmou. O líder do PSD, que garantiu que nenhuma instituição está “acima” daquela auditoria, justificou a opção de financiar apenas as melhores instituições com a necessidade de ter “garantias” que o dinheiro disponível será utilizado para “produzir a melhor” investigação. “Estamos a conseguir encontrar forma de aplicar melhor o nosso dinheiro, de avaliar melhor as instituições e não há instituições que estejam acima da avaliação e todas tem que ser avaliadas, sejam laboratórios do Estado, sejam centros de referência ligados às universidades, sejam os que foram criados por outros Governos sem nunca sequer terem sido avaliados por ninguém”, disse. O líder do Governo justificou a opção de atribuir financiamento apenas às melhores instituições com a necessidade de não desperdiçar recursos. “Precisamos das melhores garantias que o dinheiro que temos vai ser bem utilizado para produzir a melhor investigação e esta deve ser realizada por aqueles que tem melhores condições para a realizar”, concluiu, apontando ainda um destino para a investigação em Portugal: “Essa investigação tem que estar ao serviço das empresas”.

António Costa apresenta hoje relatório na Turquia

Gestão descentralizada dos fluxos migratórios O presidente da Câmara de Lisboa apresenta hoje em Antália, na Turquia, um relatório em que defende uma gestão mais descentralizada dos fluxos migratórios, na zona do Mediterrâneo, e parcerias para melhorar a intervenção dos municípios. “Tendo em consideração esta dimensão translocal das migrações, deveria ser promovida a criação de parcerias para a integração entre cidades e regiões dos países de origem e de destino, para aumentar a cooperação e a confiança mútua e, assim, garantir uma gestão mais descentralizada das migrações”, refere o autarca no documento. O relatório será apreciado na 6.ª reunião plenária da Assembleia Regional e Local Euro-Mediterrânica (ARLEM). Esta gestão mais local deve-se ao facto

de as migrações não terem “apenas lugar entre países, mas entre cidades e regiões, já que os migrantes de uma determinada cidade ou região tendem a concentrar-se em determinadas cidades ou regiões do país de acolhimento”, justifica. Entre as medidas sugeridas pelo autarca socialista encontram-se cursos de línguas, formação cultural e cívica, assim como projetos individuais de imigração (por exemplo, formação de trabalhadores de determinado país, recrutados para trabalho num outro) e a execução de programas de retorno voluntário e de reintegração de imigrantes. O responsável, que também se mostra preocupado com a imigração ilegal, assinala que os fluxos migratórios se têm vindo a intensificar, “afetando não apenas a Europa,

mas toda a região euro-mediterrânica, resultando em crises humanitárias e criando pressão contínua sobre os Governos e as autoridades locais dos países de acolhimento, em especial os países mais próximos das zonas de conflito”. Assim, pormenoriza que o conflito da Síria, em 2011, originou 2,9 milhões refugiados, essencialmente para a Jordânia, Líbano, Turquia, Iraque e Egito, indicando que apenas um “reduzido número de refugiados sírios” chegou à União Europeia – 83 mil pedidos de asilo desde 2011. “Este fluxo tem uma particular repercussão ao nível local, já que são os municípios desses países que, muitas vezes, estão na linha da frente do acolhimento dos refugiados sírios, enfrentando enormes dificuldades para

assegurar serviços básicos, como a gestão do lixo, o saneamento, fornecimento de água potável, serviços de saúde, de educação”, descreve António Costa, reiterando o pedido feito pela ARLEM à União Europeia (UE) no ano passado, para fornecer meios suficientes para dar assistência aos refugiados sírios. Este relatório foi debatido na 7.ª reunião da Comissão de Assuntos Económicos, Sociais e Territoriais da ARLEM, que decorreu em Málaga (Espanha) no final de outubro. A sua adoção está condicionada à aprovação na segunda-feira, pelos membros da ARLEM. Esta assembleia foi criada em 2010 para dar uma dimensão mais territorial à União para o Mediterrâneo, uma iniciativa do Comité das Regiões da UE.

O líder da federação de Lisboa do PS, Marcos Perestrello, e o antigo secretário de Estado Alexandre Rosa visitaram José Sócrates, na prisão de Évora, mas escusaram-se, no final, a prestar declarações aos jornalistas. Marcos Perestrello, presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS e vice-presidente da bancada parlamentar socialista, e Alexandre Rosa, antigo secretário de Estado da Administração Pública no Governo de António Guterres, estiveram com o ex-primeiroministro durante quase uma hora em meia. “Nós não vamos dizer nada”, limitou-se a dizer Marcos Perestrello aos jornalistas, à saída do Estabelecimento Prisional de Évora, onde José Sócrates está em prisão preventiva há quase três semanas. Mais de 4000 militares envolvidos

GNR lança operação “Comércio Seguro”

A GNR vai reforçar o patrulhamento junto das zonas comerciais a partir de hoje, no âmbito da operação “Comércio Seguro”, para garantir a segurança de lojistas e clientes até à véspera de Natal. Durante o período de 15 a 24 de dezembro, mais de 4000 militares dos comandos territoriais - das secções de programas especiais, da investigação criminal e dos postos territoriais – vão promover ações de sensibilização junto dos comerciantes, alertando-os para os procedimentos de segurança a adotar para prevenir ilícitos criminais. As principais recomendações da Guarda Nacional Republicana (GNR) são uma boa iluminação das entradas/saídas das lojas, não ter grandes quantidades de dinheiro no interior do estabelecimento nem rotinas para a realização dos depósitos bancários, abrir a loja à mesma hora do que os comerciantes vizinhos e ter o contato telefónico dessas lojas vizinhas. Em caso de assalto, adverte a GNR, o lojista deve manter a calma, não reagir, memorizar os traços fisionómicos do assaltante e durante a fuga deste observar qual a direção, a eventual existência de cúmplices e de viatura fuga, não devendo mexer em nada na loja.


economia

Segunda-feira, 15 de Dezembro de 2014

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Segundo dia da greve dos tripulantes de cabine da Portugália

Adesão total Para descida dos preços

OPEP sugere influência da especulação

Os princípios fundamentais do mercado petrolífero, incluindo a oferta e a procura, não justificam a queda de preços atual, disse, ontem, o secretário-geral da OPEP, sugerindo haver “especulação”. “Queremos saber as verdadeiras razões que levaram a essa queda nos preços de petróleo”, disse Abdullah al-Badri, acrescentando que “a oferta e a procura têm tido um aumento [ligeiro] que não explica esta queda repentina de 50% “. A continuar este colapso, acrescentou, isso significará que “a especulação contribui fortemente para empurrar os preços para baixo”.

Semana dos mercados

Movimentações do BCE em destaque

A semana que agora arranca tem como destaque nos mercados financeiros a reunião da Fed (Reserva Federal norte-americana) e também há que ter atenção às movimentações do Banco Central Europeu. De acordo com Ramiro Loureiro, analista de mercados do Millennium investment banking, na reunião da Fed há que ter em conta que “os investidores querem sinais acerca de um possível início de subida de taxas de juros nos EUA” e, no que refere ao BCE, “o histórico mais recente” mostra que se o banco central “entrar a comprar ativos no mercado pode puxar pelas bolsas”.

“Lamentamos que desde que entregámos o préaviso de greve, não tenha havido qualquer contacto da empresa”, diz o sindicato. A greve dos tripulantes de cabine da Portugália (PGA) recomeçou, ontem, com adesão total, segundo o sindicato, que critica o silêncio da empresa e pondera marcar nova assembleia de tripulantes para discutir mais formas de luta. “Lamentamos que desde que entregámos o pré-aviso de greve, há três semanas, não tenha havido qualquer contacto da empresa com os tripulantes”, disse Ivo Fialho, do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC). A greve de ontem está a ter os mesmos resultados da realizada na sexta-feira, explicou o sindicalista, estando apenas a efetuarse os voos incluídos nos serviços mínimos. Os serviços mínimos incluíram quatro voos: Bilbau/Lisboa/Bilbau, Lisboa/Nice/Lisboa, Lisboa/Toulouse/Lisboa e Lisboa/ Valência/ Lisboa. Também tal como na primeira paragem, a PGA mudou voos e alterou rotações, encontrando soluções que não prejudiquem os passageiros devido à paralisação. “Recolocámos todos os passageiros e o impacto da greve está a ser

PORTUGÁLIA. Sindicato critica o silêncio da empresa e pondera marcar nova assembleia de tripulantes para discutir mais formas de luta reduzido”, afirmou Carina Correia, da direção de comunicação da TAP, empresa dona da PGA. O dirigente sindical reconhece que “numa greve ninguém sai a ganhar” e que os tripulantes também “perdem” com a greve, mas ressalva não terem desistido de conseguir um diálogo com a empresa para que esta cumpra as suas obrigações legais. “Vamos esperar que a PGA tome esse passo” para um diálogo com o sindicato, precisou, adiantando estar a ponderar marcar uma nova assembleia

de tripulantes para discutir novas formas de luta face à falta de resposta da empresa às exigências dos tripulantes. A greve dos tripulantes de cabine da PGA teve a duração de dois dias, tendo o primeiro sido cumprido na sexta-feira, e o segundo começado às 00h00 de ontem. Os tripulantes reivindicam o cumprimento do acordo de empresa e da legislação, nomeadamente no que toca a limites legais do cumprimento do serviço noturno e de prazos para alterar serviços planeados.

No pré-aviso de greve, o SNPVAC justifica este protesto com “o desgastado ambiente laboral causado por uma gestão operacional caracterizada por permanentes violações às regras laborais estabelecidas no clausulado do Acordo de Empresa PGA/SNPVAC vigente, desrespeitando os mais elementares princípios da negociação coletiva e revelando um total desrespeito pelos direitos dos tripulantes de cabine, nomeadamente, pelo agravamento contínuo e sistemático das suas condições de trabalho”.

Defende senador do Massachusetts

“EUA devem apostar em Portugal” O senador do Massachusetts Marc Pacheco assegura que a comunidade portuguesa “é muito bem-sucedida” nos EUA e defendeu que as empresas norte-americanas devem olhar para Portugal como uma plataforma para alargar o seu negócio. Marc Pacheco, que é luso-descendente, falou em Boston, após um encontro com o ministro da Economia, António Pires de Lima, onde estiveram presentes fundos de investimento e «private equities» daquela região norte-americana. “A comunidade portuguesa aqui, não só no Massachusetts, como em New England, é muito di-

EUA. Marc Pacheco esteve presente num encontro com o ministro António Pires de Lima

versificada e significativa, com vários níveis de educação. A comunidade como um todo é diversa, muito ativa e muito bem-sucedida”, disse o senador no Massachusetts, que ocupa o cargo há mais de duas décadas. Sobre o encontro com o ministro, Marc Pacheco disse que o seu interesse assenta na “cooperação entre os dois países”. E sublinhou a “relação que Portugal tem com muitos países no mundo, quer lusófonos, incluindo África ou até a Ásia”, apontando Macau. “Estas ligações e história devem ser aproveitadas no futuro e aplicadas em diferentes partes do

mundo, como na lusofonia”. “Portugal e a América podem ser parceiros, tenho defendido junto das empresas norte americanas que devem olhar para o mercado português como uma plataforma para alargar o negócio internacional, não só na Europa como em África”, disse. “Faz sentido dada a história”, sublinhou. O senador Marc Pacheco disse ainda que a apresentação feita pelo ministro da Economia sobre a recuperação económica portuguesa foi “muito útil”, nomeadamente por dar a conhecer que Portugal é um País “que atrai investimento”.


desporto

6 | O Norte Desportivo

Segunda-feira, 15 de Dezembro de 2014

Golo na própria baliza dá vitória ao Oriental frente à Oliveirense

Líder derrotado O golo da equipa lisboeta aconteceu ainda na primeira parte, quando Sérgio atirou a bola para dentro da baliza de João Pinho. Um golo na própria baliza de Sérgio deu, ontem, a vitória ao Oriental na visita à Oliveirense, que lidera a II Liga, em jogo da 19.ª jornada. O golo da equipa lisboeta aconteceu ainda na primeira parte, quando Sérgio, a tentar desviar o remate de Hugo Grilo, atirou a bola para dentro da baliza de João Pinho. A formação da casa tentou reagir e, aos 25 minutos, Zé Pedro desperdiçou uma boa hipótese de igualar a partida. O Oriental voltou a marcar ainda antes do intervalo mas o árbitro anulou o golo. No segundo tempo, a Oliveirense entrou mais forte e, aos 65 minutos, beneficiou de uma grande penalidade, em virtude de uma mão, dentro

da área, por Tiago Rosa. Mas, na concretização, Rui Lima não conseguiu converter o castigo máximo, sentenciando assim a partida. Apesar do desaire caseiro, a Oliveirense permanece no primeiro lugar, com 36 pontos, enquanto o Oriental afastou-se da zona de despromoção. Por seu turno, o Marítimo B terminou uma série de cinco jogos sem ganhar, ao vencer na receção ao Vitória de Guimarães B, por 3-2. Após um começo equilibrado, aos 24 minutos, Micolta colocou o Marítimo a vencer. Aos 32, o Vitória chegou ao empate, através de um contra-ataque finalizado por Isaac. À passagem do minuto 45, Armando colocou o Marítimo B de novo em vantagem. Os madeirenses foram melhores na segunda parte mas foram os visitantes a igualar o marcador, num chapéu de Knezevic. O golo sofrido não abalou a equipa maritimista, que conseguiu o golo da vitória, ao minuto 74, numa jogada de insistência que Diney concluiu de cabeça.

II LIGA. Apesar do desaire caseiro, a Oliveirense permanece no primeiro lugar, com 36 pontos

FC Porto goleia CE Vendrell

Nos quartos de final O FC Porto garantiu, ontem, a passagem aos quartos de final da Liga Europeia de hóquei em patins, ao golear os espanhóis do CE Vendrell, no Porto, por 9-1, em jogo da quarta jornada do Grupo D da competição. Os «dragões», finalistas das duas últimas edições da prova, mostraram uma clara superioridade neste desafio, vincada com seis golos na segun-

da parte, perante um adversário, esforçado, mas que foi perdendo fulgor ao longo do jogo. Os catalães até tiveram uma entrada surpreendente, aproveitando as iniciais indefinições da partida para se adiantaram no marcador, logo aos três minutos. A equipa lusa demorou um pouco a assimilar a madrugadora desvantagem, mas depois começou a «carburar»,

operando, em dois minutos, a reviravolta no marcador. Com este resultado, o FC Porto reforça a liderança do Grupo D, passando agora a ter 12 pontos, e a precisar de apenas mais um para garantir, automaticamente, o primeiro lugar. Na próxima ronda, os «dragões» deslocam-se ao terreno dos italianos do Valdagno, segundo classificado.

Real estreia-se amanhã contra Cruz Azul

FIFA muda meias finais para Marraquexe

A FIFA anunciou, ontem, a mudança para Marraquexe do jogo entre Real Madrid e Cruz Azul, de amanhã, para as meias-finais do Mundial de Clubes, devido às más condições do relvado do recinto de Rabat. A FIFA agradece a “flexibilidade” das duas equipas afetadas pela alteração, remetendo para mais tarde as decisões sobre os adeptos que já compraram bilhetes para o estádio de Rabat. Um dia depois do embate entre o Real Madrid, dos internacionais portugueses Cristiano Ronaldo, Pepe e Fábio Coentrão, e os mexicanos do Cruz Azul, defrontam-se os argentinos do San Lorenzo e os neozelandeses do Auckland City, na outra meia-final. A final está agendada para o próximo sábado.

Praia de Carcavelos

Surfistas apelam à Câmara de Cascais

A associação SOS - Salvem o Surf apelou, ontem, à Câmara de Cascais para que reveja o plano de pormenor previsto para junto à praia de Carcavelos e suspenda a construção de uma urbanização no local. A comunidade de surfistas, que realizou uma conferência de imprensa, acusa a autarquia de não ter elaborado todos os estudos de impacto ambiental necessários e de querer avançar com um projeto que, dizem, “vai destruir a praia de Carcavelos”.”A Câmara fez uma avaliação ambiental em que ignorou os impactos na praia e o que vai acontecer se este plano avançar é que a praia vai desaparecer daqui a umas décadas, porque o nível do mar está a subir e o paredão vai sofrer cada vez mais incidência da ondulação”, afirmou o presidente da associação Pedro Bicudo.

Corta mato nacional com dia péssimo

O 10.º lugar de Carla Salomé Rocha na prova principal feminina dos Campeonatos Europeus de corta-mato, ontem disputado em Samokov, na Bulgária, foi a exceção na seleção portuguesa. Sara Moreira, a principal esperança nacional, desistiu ainda na fase inicial da prova, quando seguia no grupo da frente, vítima de uma entorse. Portugal não chegou a classificar-se coletivamente, uma vez que Mónica Silva também desistiu. A prova foi vencida pela britânica Gemma Steel, seguida de Kate Avery. O pódio foi completado pela holandesa Meraf Bahta, de origem eritreia. Na corrida de seniores masculinos, Eduardo Mbengani foi o melhor dos dois únicos portugueses presentes, ao ser 48.º entre os 75 concorrentes. O pódio foi ocupado por três atletas de origem africana, que cedo se isolaram: Polat Arikan e Ali Kaya foram campeão e vice-campeão, respetivamente. O terceiro foi o espanhol Alemayehu Bezabeth, de origem etíope.


Segunda-feira, 15 de Dezembro de 2014

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O Primeiro de Janeiro | 13

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GALARDOADOS COM NOBEL DA PAZ REUNIDOS EM ROMA

“Nova Guerra Fria ainda mais perigosa” Os galardoados com o Nobel da Paz reunidos em Roma expressaram, num texto comum, a sua “profunda preocupação” acerca da ameaça de “algumas grandes potências” que usam a força, arriscando uma “nova Guerra Fria ainda mais perigosa”. Reunidos desde sexta-feira na capital italiana, os vencedores do prémio de Paz denunciaram ainda “o fanatismo disfarçado de religião” e destacaram “os conflitos existentes ou latentes, em particular na Síria, Iraque, Israel/Palestina, Afeganistão, Sudão do Sul e Ucrânia” que têm tido “uma evolução cada vez mais perigosa”. No documento comum, os galardoados, incluindo o líder budista dalai lama, expressaram a sua “profunda preocupação por causa do risco crescente de guerra, incluindo uma guerra nuclear entre os grandes Estados.” Sem citar nomes de países, os premiados defenderam que “esta ameaça resulta de certas grandes potências pensarem que podem atingir os seus objetivos através do uso da força” e que “essa tendência, se não for controlada, conduzirá inevitavelmente a um aumento da confrontação militar e a uma nova Guerra Fria ainda mais perigosa”. Os signatários do documento destacaram ainda o conflito na Ucrânia, para dizer que “ameaça a estabilidade na Europa e compromete a sua capacidade de desempenhar um papel positivo no mundo”. Além do dalai lama, estiveram presentes no encontro o ícone anticomunista polaco Lech Walesa, o ex-líder soviético Mikhail Gorbachev, Shirin Ebadi (Irão), Leymah Gbowee (Libéria), Tawakkol Karman (Iémen), Belly Williams, Mairead Maguire e David Trimble (Irlanda do Norte), José Ramos-Horta (Timor Leste) e Jody Williams (EUA). O arcebispo sul-africano Desmond Tutu não pode deslocar-se a Roma por motivos de saúde.

Paulo Portas elogia melhor ano turístico de sempre

“Tesouro da economia portuguesa”

O vice-primeiro-ministro de Portugal afirmou em Vale de Cambra que 2014 vai terminar sendo o melhor ano turístico nacional de sempre, demonstrando que o Turismo é “o tesouro da economia portuguesa”. Na inauguração da nova Loja Interativa de Turismo desse município, que é um dos cinco no país sob gestão autárquica do CDS, Paulo Portas começou por elogiar os encantos de Vale de Cambra enquanto concelho cuja forte vocação agrícola, industrial e exportadora coexiste com recursos turísticos de grande potencial ao nível paisagístico e gastronómico. Depois, afirmou o também vice-preimeiro-ministro: “O Turismo é o tesouro da economia portuguesa e nós provavelmente ultrapassaremos em 2014 os 15 milhões de turistas, o que significa que o número de pessoas que nos visita será igual ou superior à totalidade dos portugueses que cá vivem mais aqueles que estão

espalhados pelos quatro cantos do mundo”. Referindo que 2013 foi o melhor ano turístico de que há registo em Portugal, Paulo Portas afirmou que “2014 vai ser o melhor ano de sempre do Turismo”. “Ao fim de nove meses com contas fechadas, já estamos cerca de 10% acima do ano passado em número de visitas e também cerca de 10% acima em rentabilidade das empresas do setor”, disse. O governante admitiu que as exportações de bens tiveram “um crescimento mais moderado” devido à volatilidade externa, mas defendeu que esse desempenho foi compensado pelas exportações de serviços, cujo “pilar” foi precisamente o turismo. Paulo Portas enquadrou essa perspetiva num contexto geral de recuperação económica e de descida dos níveis de desemprego. “Já estivemos perigosamente em 17,7% e em dois anos o desemprego caiu para cerca de 13%, com diferenças

ao nível da décima consoante a entidade que faz a avaliação”, defendeu. “Isso não aconteceu no resto da Europa”, realçou, antes de relacionar essa circunstância com “a discussão interessante” que diz justificar-se no âmbito da influência que a atual política de estágios vem surtindo no decréscimo do desemprego jovem. “Uma vez terminado o estágio, nove meses depois 70% desses jovens encontraram um posto de trabalho, seja na empresa que lhes deu aquela oportunidade, seja no setor”, explica. “Isso quer dizer que, quando os jovens têm uma oportunidade, a agarram”, concluiu. Paulo Portas foi recebido com aplausos à chegada aos Paços do Concelho, onde funciona agora a Loja Interativa de Turismo. À saída do edifício, levava consigo um cabaz de artigos produzidos no concelho, entre os quais vinho verde de diferentes produtores, queijos, compotas, mel doçaria tradicional.

MDV vence Prémio Manuel António da Mota

Júri reconheceu Projeto Família

O Movimento de Defesa da Vida (MDV) venceu o Prémio Manuel António da Mota, no valor de 50 mil euros, tendo o júri reconhecido o Projeto Família desenvolvido no acompanhamento de famílias com crianças e jovens em risco. O vencedor do prémio, criado em 2010 pela Fundação Manuel António da Mota, foi anunciado pelo viceprimeiro-ministro, Paulo Portas, numa cerimónia que decorreu no Palácio da Bolsa, no Porto. De acordo com a organização, o MDV mereceu a preferência do júri pelo seu Projeto Família, que “desenvolve no âmbito do acompanhamento de famílias com crianças e jovens em risco, numa lógica de proximidade” e privilegiando a intervenção na casa das famílias, potenciando assim “a colaboração e a participação ativa da família no seu conjunto na resolução dos problemas familiares e na prevenção e remediação do risco”.

O presidente da Comissão Executiva da Fundação Manuel António da Mota, Rui Pedroto, afirmou que, num ano em que o prémio foi dedicado ao tema da família, associando-se ao 20º aniversário do Ano Internacional da Família, quiseram “dar voz às organizações que atuam na valorização e defesa da instituição familiar, distinguindo dez projetos de entre as mais de três centenas de candidaturas recebidas”. “Num mundo em rápida transformação, a família, realidade intemporal e transversal a todas as culturas, continua a desempenhar na sociedade atual um núcleo inalienável de funções a que nenhuma outra entidade social pode substituir-se”, considerou o mesmo responsável. Na opinião de Rui Pedroto, “a realização do prémio tem vindo a contribuir decisivamente para valorizar e tornar conhecido o trabalho de muitas instituições que são hoje um pilar fundamental e

pedra ancilar de uma sociedade mais justa, coesa e solidária”. O MDV é uma Instituição Particular de Solidariedade Social fundada em 1977 que, atuando em todo o território nacional, luta pela defesa dos direitos humanos e pela afirmação dos valores éticos fundamentais, promovendo a dignidade da pessoa humana em todas as suas dimensões e defendendo a unidade familiar. Para além do MDV, foram ainda premiadas nove instituições nacionais, sendo estas a Associação Nacional de Intervenção Precoce, a Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, a Associação Bagos d’Ouro, a Associação das Escolas Jesus, Maria, José do Monte Pedral, a Associação Nomeiodonada, a Câmara Municipal de Fafe, a Câmara Municipal de Odivelas, a Coordenação de Âmbito Social e Financeiro das Habitações do Município de Guimarães e o Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca.


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