CASA CHEIA EM PENAFIEL FC PORTO OUVIU AS JANEIRAS E ESTÁ MOTIVADO PARA GANHAR
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Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |
DIÁRIO NACIONAL
Ano CXLVII | N.º 23
Sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
NOVIDADE POLÉMICA NO CADERNO DE ENCARGOS DA PRIVATIZAÇÃO DA TAP
PRO!BIDO DESPEDIR n O novo dono da TAP está impedido de fazer despedimentos enquanto o Estado for acionista ou nos primeiros dois anos e meio após a venda. Sérgio Monteiro alertou que estas garantias são válidas para “o universo de sindicatos que aceitou discutir e assinar um acordo com o Governo”, isto é, os nove sindicatos que, antes do Natal, celebraram um memorando com o Governo e desconvocaram a greve de quatro dias, marcada justamente para contestar a venda da companhia pelo Estado. Esta novidade no caderno de encargos da privatização da TAP já mereceu críticas do PS, que exige a divulgação imediata do documento, enquanto a presidente do SNPVAC deixa o aviso: “Se houver um despedimento coletivo dos que não assinaram o acordo com o Governo, a companhia fecha”...
PORTO
vai ter Unidade Local de Formação para Bombeiros
GOVERNO
aprova delegação de competências para os municípios
CARNAVAL
Governo não dá tolerância de ponto mas Lisboa vai parar
2 | O Primeiro de Janeiro
local porto
Sexta-feira, 16 de Janeiro de 2015
Autarquia e Escola Nacional assinam protocolo
Acidente fatal na A29
Um morto e três feridos após colisão frontal
Porto vai ter formação para bombeiros
Um homem morreu e três outras pessoas ficaram feridas, uma das quais com gravidade, numa colisão que envolveu um camião cisterna e dois ligeiros na autoestrada A29, em Cortegaça, concelho de Ovar, informou fonte dos bombeiros de Esmoriz. Segundo a mesma fonte, o acidente ocorreu pelas 11h00, entre um camião cisterna e dois veículos ligeiros, sendo que às 14h15 o trânsito ainda se encontrava condicionado naquela zona da autoestrada, sentido sul/ norte. “O ferido em estado grave foi transportado para o Hospital de S. João, no Porto, enquanto os outros dois feridos foram para o Hospital da Feira”, acrescentou a mesma fonte, confirmando que no local estiveram elementos das corporações dos bombeiros de Esmoriz e da Feira.
A cidade do Porto vai ter este semestre a primeira Unidade Local de Formação (ULF) para Bombeiros e o protocolo entre a autarquia e a Escola Nacional de Bombeiros é celebrado hoje, ao final da manhã. “Está previsto que a formação se inicie durante este semestre. O início da atividade formativa da Unidade Local de Formação do Porto depende do número de cursos/turmas que venham a ser entretanto constituídos”, explicou fonte da Escola Nacional de Bombeiros (ENB). O mesmo responsável acrescentou que esta unidade de formação vai estar à disposição dos 45 corpos de bombeiros existentes no distrito do Porto e funcionará em rede com as restantes ULF do distrito, designadamente Coimbrões, Vila do Conde e Baltar. A criação da ULF do Porto insere-se numa estratégia de proximidade formativa e como uma forma de descentralizar a forma-
Em Grijó
Trabalhadores regressam ao trabalho na Forcargo BOMBEIROS. Cidade do Porto vai receber a sua primeira Unidade Local de Formação
ção dos bombeiros dos centros nacionais de Sintra, Lousã e São João da Madeira, explicou a mesma fonte. Com a criação da primeira ULF no Porto e a segunda num município dotado de bombeiros sapadores (o primeiro protocolo foi assinado em julho de 2014 com a autarquia de Coimbra), a
ENB aumenta a sua rede de infraestruturas de formação para 35 instituições protocoladas. O processo de implementação nacional de ULF não está concluído, sendo objetivo da ENB instalar duas unidades por distrito com exceção de Lisboa e Porto, que necessitarão de um número correspondente à sua dimensão.
Neste momento, apenas o distrito de Beja não tem uma ULF. A cerimónia de assinatura do protocolo para a criação de uma Unidade Local de Formação (ULF), que funcionará nas instalações do Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto, está marcada para hoje, às 11h30 na Câmara Municipal do Porto.
Espaço do Porto vai estar encerrado de 19 a 30 de janeiro
Jardim de S. Lázaro recebe obras de requalificação A Câmara do Porto anunciou que vai encerrar ao público o jardim de S. Lázaro entre segunda-feira (dia 19) e o dia 30 de janeiro, para realizar obras de requalificação daquele que é o mais antigo espaço verde público da cidade. Em comunicado, a autarquia escreve que o jardim, situado na freguesia do Bonfim, junto à Biblioteca Municipal, “será encerrado entre os dias 19 e 30 de janeiro de modo a proceder-
se em segurança à execução dos trabalhos em causa”. A intervenção pretende “valorizar os percursos pedonais e ligação entre a área urbana e área verde, adequando os pavimentos a sua utilização predominante”, acrescenta o município. “Atualmente, o jardim possui fragilidades que comprometem o uso do espaço público e lhe conferem uma certa descaracterização”, destacando-se “a degradação de todo o pavimento” e o
“deficiente funcionamento do sistema de drenagem”, descreve ainda a Câmara Municipal do Porto. A autarquia portuense explica ser “compromisso do atual executivo” liderado pelo independente Rui Moreira “promover a qualificação do espaço público e dos jardins emblemáticos”. A nota de imprensa enviada às redações dá conta que o Jardim de S. Lázaro “é o mais antigo jardim público da cidade do Por-
to”. “Inaugurado em 1834 pelo paisagista João José Gomes”, o espaço “carateriza-se pela frondosidade do seu arvoredo, tendo no centro um conjunto de Magnólias, Tílias, Camélias, um coreto e vários fontanários e repuxos de água”, destaca também a autarquia. “Os elementos construídos conferem ao espaço um certo ar de jardim romântico, apelativo ao descanso e contemplação”, concluiu o comunicado.
Quase todos os trabalhadores da transportadora rodoviária de mercadorias Forcargo, de Grijó, Vila Nova de Gaia, que cumpriam uma greve até sexta-feira, regressaram já ao trabalho após aceitarem novas condições apresentadas pela empresa. De acordo com Fernando Oliveira, do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN), é, contudo, intenção daquela estrutura sindical “alertar” os funcionários para o facto de as condições propostas pela Forcargo continuarem “abaixo do que é garantido no acordo coletivo do setor”. Em causa está o não pagamento aos motoristas de “60 e tal euros por mês relativos a trabalho extraordinário”, redução que consideram ter sido aplicada “indevidamente”, e a reivindicação de que a empresa “pague os serviços aos motoristas quando estão no estrangeiro à espera de carga”. A proposta da Forcargo, até agora aceite por 34 dos 38 trabalhadores que estavam em greve, prevê, segundo o sindicalista, um “aumento por quilómetro de meio cêntimo, o que o sindicato considera ilegal”, e o pagamento de 20 euros ao trabalhador a partir do 4.º dia parado à espera de carga.
Sexta-feira, 16 de Janeiro de 2015
regiões
O Primeiro de Janeiro |
Apanhados a circularem indevidamente nas ZER criadas em Lisboa
Cem carros multados por ano desde 2011
Proteção Civil emite aviso até hoje à tarde
Mau tempo para sul
A Proteção Civil emitiu um aviso à população devido às previsões de chuva intensa, que se deslocará de norte para sul, ao vento forte e à queda de neve nas terras altas, além da agitação marítima. Tendo em conta a informação do IPMA, a Proteção Civil decidiu avançar com um aviso à população, que deve manter-se atenta até à tarde de hoje, altura para a qual está previsto um desagravamento das condições climatéricas. Em comunicado, a ANPC alerta a população para as medidas preventivas a adotar, tendo em conta que o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê aguaceiros localmente intensos a progredir de norte para sul, vento com rajadas que podem chegar aos 90 km/hora e ondulação na costa ocidental que pode chegar aos seis metros. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera prevê ainda a possibilidade de queda de neve em cotas de 600-800 metros, a afetar as serras do Gerês, Alvão, Montemuro, Montesinho, Marão, Estrela, com acumulação inferior a cinco centimetros. A Autoridade Nacional da Proteção Civil apela à população que sejam tomados comportamentos adequados de forma a prevenir o eventual impacto do mau tempo, em particular nas zonas historicamente mais vulneráveis.
Presidente do Automóvel Clube de Portugal considerou como “medida avulso” e de “exclusão social” a proibição que começou ontem. Cerca de uma centena de automóveis foram multados por ano, desde julho de 2011, em Lisboa, por circularem indevidamente em Zonas de Emissão Reduzida (ZER), revelou, ontem, o Diretor Municipal de Mobilidade e Transportes. Segundo Tiago Farias, os automóveis infratores foram detetados durante as “campanhas regulares” de fiscalização levadas a cabo pela autarquia em conjunto com a Polícia Municipal. As restrições de circulação em Zonas de Emissão Reduzida em Lisboa arrancaram em julho de 2011. A segunda fase foi implementada em 2012, e a terceira iniciou-se ontem, com os automóveis com matrículas anteriores a 2000 e a 1996 a passarem a estar proibidos de circular entre as 07h00 e as 21h00 dos dias úteis no centro de Lisboa. As restrições de circulação para os carros com matrículas anteriores a 2000 dizem respeito à zona 1, que vai do eixo da Avenida da Liberdade à Baixa (limitada a norte pela Rua Alexandre Herculano, a sul pela Praça do Comércio e abrangendo a zona entre o Cais do Sodré e o Campo das Cebolas). Já os carros com matrículas anteriores a 1996 ficarão impedidos de circular na zona 2 (definida pelos limites Avenida de Ceuta, Eixo Norte-Sul, Avenidas das Forças Armadas, dos Estados Unidos, Marechal António Spínola, do Santo Condestável e Infante D. Henrique). A fiscalização destas medidas está a cargo da PSP e da Polícia Municipal que, segundo o Diretor Municipal de Mobilidade e Transportes, realizam regularmente “campanhas aleatórias com uma forte parte pedagógica, de informação”. “Este ano, e ainda estamos em janeiro, já fizemos várias”, afirmou Tiago Farias. O objetivo destas restrições à circulação é “garantir que, de forma
progressiva, a cidade tenha veículos de emissão reduzida”. As exceções a estas restrições abrangem veículos de emergência, de pessoas com mobilidade condicionada, históricos (que estejam certificados pelas entidades oficiais), movidos a gás natural e GPL, de polícia, militares, de transporte de presos, blindados de transporte de valores e motociclos. Os veículos com dísticos de estacionamento de residente das zonas 5 (Avenida da Liberdade), 12 (Chiado) e 13 (Baixa) poderão circular na zona 1 e os automóveis pertencentes a residentes em Lisboa poderão circular na zona 2. Além disso, os táxis terão um período de exceção, até 30 de junho. Mais parques de estacionamento
LISBOA. Presidente do Automóvel Clube de Portugal considerou como “medida avulso” e de “exclusão social” a nova proibição
Concelho de Vila Real
Incêndio destrói casa e deixa idosos desalojados
Um casal de idosos ficou, ontem, desalojado devido a um incêndio que destruiu por completo a habitação onde residiam em Gontães, concelho de Vila Real, disse fonte dos bombeiros da Cruz Branca. O alerta para o incêndio foi dado às 11h53 e quando os bombeiros chegaram ao local já a casa “estava totalmente tomada pelas chamas”. O comandante dos
bombeiros da Cruz Branca, Orlando Matos, referiu se tratava de uma habitação antiga, com muita madeira, o que facilitou a propagação das chamas. O responsável referiu que se suspeita que o fogo terá deflagrado num dos quartos da casa e sublinhou que as causas do incêndio vão ser agora investigadas pelos militares da GNR, que já se encontram no local. Devido à destruição da casa, o casal de idosos terá que ser realojado, uma situação que está, segundo o responsável, a ser analisada pelos serviços sociais.
O presidente do Automóvel Clube de Portugal considerou como “medida avulso” e de “exclusão social” a proibição que começou ontem já que determina que, “no fundo, só os ricos podem andar em Lisboa” e que “os pobres, que não têm dinheiro para trocar de carros, não podem”. Segundo Carlos Barbosa, não é esta medida decidida pela Câmara Municipal de Lisboa que irá fazer com que se assista a uma “melhoria da qualidade do ar” na cidade, lembrando que o problema pode ser resolvido com a criação de parques de estacionamento à entrada de Lisboa e com melhores transportes públicos. “Trata-se de uma medida avulso, porque no fundo, nesta zona da Avenida da Liberdade, não é mais do que querer reduzir o número de carros na avenida para protegerem a asneira que fizeram no Marquês de Pombal”, frisou Carlos Barbosa. Para o presidente do Automóvel Clube de Portugal, com as alterações ao trânsito na rotunda do Marquês de Pombal, “duplicou a poluição” no Príncipe Real e na Avenida Almirante Reis. Carlos Barbosa acusou ainda quem tomou a decisão “de não conhecer” o parque automóvel nacional, que qualificou de “velho, muito velho”, adiantando que as pessoas antigamente trocavam os carros “entre três a cinco anos e atualmente entre 13 a 16 anos”.
nacional
4 | O Primeiro de Janeiro
Sexta-feira, 16 de Janeiro de 2015
Conselho de Ministros aprova delegação de competências
“Contratos interadministrativos” O Conselho de Ministros aprovou o regime de delegação de competências nos municípios e entidades intermunicipais, através de “contratos interadministrativos” nas áreas da educação, saúde, segurança social e cultura. “A implementação prevista, até devido à natureza dessas competências, é progressiva, com projetos-piloto, que assentam na adesão voluntária dos municípios ou comunidades”, afirmou o ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, na conferência de imprensa que se seguiu à reunião do Conselho de Ministros. O decreto de lei aprovado “Identifica princípios e o método comum ao abrigo dos quais vai decorrer a contratualização”, e que passam pela “igualdade entre todos os municípios interessados”, a “garantia de transferência dos recursos financeiros e patrimoniais necessários ao serviço público em causa”, a “obrigatoriedade da melhoria da qualidade desse serviço”, que será “aferida através de indicadores de resultado” e envolverá a “criação de mecanismos de monitorização e avaliação”. Confrontado com o parecer desfavorável dado pela Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Poiares Maduro respondeu que este processo “tem beneficiado de uma ampla consulta e negociação com os municípios”. “Este tema já foi debatido duas
CONSELHO DE MINISTROS. Poiares Maduro deixou a “garantia de transferência dos recursos financeiros e patrimoniais necessários ao serviço público em causa”
vezes no conselho de concertação territorial e houve sempre um largo consenso daqueles que estão representados no conselho de concertação social da importância de avançar com este processo”, afirmou o ministro. De acordo com o mesmo governante, no domínio da Educação, em que estão mais avançados na elaboração dos contratos interadministrativos de delegação de competências, “há mais de 10 meses que, com um conjunto muito alargado de municípios” o executivo tem vindo a discutir o tema e “feito avanços substanciais”. “O parecer da ANMP, que é aliás um parecer votado por uma maioria, é um parecer que, se por um lado, é favorável ao processo, por outro lado, manifesta alguma preocupação quanto à falta de detalhe em alguns domínios, os domínios em que ainda não existem contratos interadministrativos”, destacou. Poiares Maduro disse que nessas áreas em que ainda não existem contratos, haverá discussão “não apenas com os municípios individualmente mas também com a própria Associação Nacional de Municípios Portugueses”.
“Estamos convencidos de que isso, bem como a circunstância de se tratar de um processo voluntário, em que só participam os municípios que assim o entendam, é a melhor garantia de que o processo se fará em consenso, o processo se fará tranquilamente com municípios e com comunidades intermunicipais”, continuou. O ministro disse acreditar que a metodologia seguida pelo Governo, bem como “o interesse que continua a ser manifestada por muitos municípios”, permitirá que o processo “avance de forma consensual, permitindo que, finalmente, depois de muitas décadas de discussão em abstrato sobre descentralização em Portugal se comece a concretizar esse processo de descentralização”. Relativamente aos recursos financeiros, Poiares Maduro insistiu que “já há um acordo de princípio claro”, segundo o qual, por exemplo na Educação, “os recursos financeiros a transferir são os recursos financeiros que o Ministério da Educação e Ciência atualmente despende no exercício dessas mesmas competências nesse município ou co-
munidade intermunicipal”. “Trata-se agora, ao nível de detalhes técnicos, apurar quais são esses montantes”, concluiu. O regime de delegação de competências nos municípios e entidades intermunicipais irá agora para promulgação do Presidente da República. Fonte governamental disse que os primeiros contratos deverão ser assinados logo após a promulgação por Cavaco Silva, adiantando que o Executivo considera que o “número adequado nesta fase inicial do projeto-piloto é a participação de 10 municípios”. Os contratos para transferências na área da Educação devem permitir que os municípios envolvidos iniciem a gestão de escolas segundo o novo modelo já no início do próximo ano letivo. O Governo prevê também negociar transferências na área da Cultura e na da Saúde, em moldes cujos detalhes são ainda desconhecidos. No caso da Cultura, em causa está a transferência para os municípios de equipamentos de âmbito não nacional e, quanto à Saúde, os municípios poderão assumir parte na gestão dos centros de saúde.
Governo confirma em Conselho de Ministros
Carnaval sem tolerância de ponto O ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares informou que o Governo não dará tolerância de ponto no Carnaval, sublinhando que essa é uma questão que “está resolvida desde o início desta legislatura”. “A questão do Carnaval está resolvida desde o início desta legislatura. O Governo não da tolerância de ponto no Carnaval. Entendemos que esse é um assunto que já ficou resolvido nos anos anteriores. Pela nossa parte, já nem é um assunto”, explicou Marques Guedes, que falava durante a conferência de imprensa que se seguiu à reunião do Conselho de Ministros. Confrontado com o anúncio por parte de autarquias de que darão tole-
rância de ponto aos seus funcionários na terça-feira de Carnaval, o ministro respondeu que “aquilo que decorre da autonomia das autarquias locais, às autarquias locais deve ser perguntado, não é ao Governo”. Entretanto, os municípios da área de Lisboa já decidiram que vão dar tolerância de ponto. As 18 Câmaras Municipais que compõem o Conselho Metropolitano de Lisboa decidiram assim dar tolerância de ponto na terça-feira de Carnaval aos seus funcionários. A proposta, apresentada pelo presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Paulo Vistas, foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Metropolitano durante uma reunião realizado de manhã, em Vila Franca de Xira.
Este órgão é composto pelos municípios de Lisboa, Amadora, Sintra, Mafra, Cascais, Oeiras, Loures, Odivelas, Vila Franca de Xira, Alcochete, Barreiro, Montijo, Seixal, Almada, Moita, Palmela, Setúbal e Sesimbra. Outro dos pontos abordados na reunião do Conselho foi o documento de Estratégia Integrada de Desenvolvimento Territorial da Área Metropolitana de Lisboa (AML), aprovado por unanimidade, e que será enviado agora para apreciação da tutela. Demétrio Alves, primeiro secretário da Comissão Executiva da AML, explicou que o documento expressa as linhas estratégicas para o futuro da Área Metropolitana de Lisboa, apro-
veitando verbas que serão afetas à região no âmbito do [novo quadro comunitário de apoio] Portugal 20/20”. “Visa-se o financiamento de projetos estruturantes que possam, com algumas limitações financeiras, contribuir para uma maior coesão socioeconómica da região e uma maior projeção da região e da sua capital”, explicou Demétrio Alves, referindo ainda que AML pretende contratualizar com o Governo uma verba de cerca de 200 milhões de euros, de modo a poder financiar alguns desses projetos. Na mesma reunião ficou estabelecido que os 18 municípios iriam apresentar até ao início de fevereiro algumas ideias e sugestões de projetos.
Privatização da TAP
PS exige divulgação do caderno de encargos
O PS exigiu ao Governo que divulgue imediatamente o caderno de encargos da projetada privatização da TAP e considerou este processo “ilegítimo” do ponto de vista democrático, já que condiciona o próximo executivo. Estas posições foram transmitidas pelo coordenador da bancada socialista para as questões de economia, Rui Paulo Figueiredo, após o Governo ter aprovado em Conselho de Ministros o caderno de encargos do processo de privatização da TAP, no qual se definem os critérios de seleção dos candidatos à aquisição da transportadora aérea nacional. “Exigimos que o Governo divulgue quanto antes o caderno de encargos. O PS quer apurar se as notícias vindas a público são ou não reais, porque há dúvidas jurídicas a esclarecer. Queremos saber se as salvaguardas são reais ou se são apenas aparentes”, afirmou Rui Paulo Figueiredo, numa alusão a questões como a manutenção de postos de trabalho enquanto o Estado for acionista da empresa e à defesa de interesses estratégicos nacionais.
PCP defende
Maior aposta nos cuidados primários de saúde Os administradores hospitalares e o PCP defendem uma maior aposta nos cuidados de saúde primários para que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) responda mais eficazmente às necessidades dos portugueses, aliviando simultaneamente as urgências hospitalares. Este consenso resultou de uma reunião pedida pelo grupo parlamentar do PCP à presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, Marta Temido. No encontro, cujo intuito era discutir os problemas estruturais do SNS, foram lembrados episódios recentes em serviços de urgência hospitalares que mergulharam no caos, com sobrelotação dos serviços, longas horas de espera, macas nos corredores e falta de camas de internamento. No final da reunião, Marta Temido explicou que procurou “dar a visão dos administradores hospitalares daquilo que são as causas dos problemas que têm surgido” e que considera não serem apenas casos pontuais. “Há uma série de episódios que a todos preocupam, mas sabemos que não são apenas situações episódicas e estamos envolvidos em discuti-los, chegar às suas causas e resolvê-los ou propor soluções”, sublinhou.
Sexta-feira, 16 de Janeiro de 2015
economia
O Primeiro de Janeiro |
Governo aprova caderno de encargos da venda da transportadora área
“Paz social na TAP é um valor em si mesmo” Caderno inclui garantias da não existência de despedimentos coletivos, mas só abrange sindicatos que assinaram acordo. Novo inspetor-geral de Finanças conhecido
Vítor Braz líder
O auditor chefe do Tribunal de Contas, Vítor Miguel Rodrigues Braz, é o novo inspetor-geral de Finanças, disse, ontem, fonte oficial daquela inspeção-geral. Vítor Braz integrava a lista de três finalistas ao cargo de inspetor-geral de Finanças divulgada em novembro passado pela Comissão de Recrutamento para a Administração Pública (Cresap) e que incluía também Joaquim Carlos de Oliveira Pinto Gomes Rodrigues e Mário Rui Ferreira Tavares da Silva, ambos da ex-inspeção-geral das Autarquias Locais. Em funções desde o início do ano, Vítor Braz substitui José Leite Martins, que tomou posse como secretário de Estado da Administração Pública no final de 2013, deixando, desde então, o cargo de inspetorgeral de Finanças sem responsável nomeado. Auditor chefe do Tribunal de Contas desde fevereiro de 2009 e inspetor da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) desde maio de 1992, foi nomeado inspetor de Finanças chefe, precedendo concurso, em fevereiro de 2002. Vítor Braz foi ainda assessor do Secretário de Estado do Tesouro e das Finanças do XIV Governo Constitucional e dos secretários de Estado dos Assuntos Fiscais dos XV e XVI Governos Constitucionais.
O novo dono da TAP está impedido de fazer despedimentos enquanto o Estado for acionista ou nos primeiros dois anos e meio após a venda, o que abrange apenas os associados dos nove sindicatos que chegaram a acordo com o Governo. Uma das novidades do caderno de encargos ontem aprovado, em relação à versão de 2012, é a inclusão de garantias da não existência de despedimentos coletivos durante “um determinado período de tempo”, que será o mais longo, entre o Estado se manter acionista ou 30 meses, explicou o secretário de Estado dos Transportes. Sérgio Monteiro alertou que estas garantias são válidas para “o universo de sindicatos que aceitou discutir e assinar um acordo com o Governo”, isto é, os nove sindicatos que, antes do Natal, celebraram um memorando com o Executivo e desconvocaram a greve de quatro dias, marcada justamente para contestar a venda da companhia pelo Estado. De fora, ficaram o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC), que dizem representar mais de 60% dos trabalhadores da TAP. Em conferência de imprensa, após o Conselho de Ministros, Sérgio Monteiro considerou que “a paz social acordada é uma mais-valia para a empresa, é um valor em si mesmo, estratégico, financeiro, patrimonial e económico”, rejeitando que as garantias dadas aos trabalhadores possam “ter impacto significativo” no valor do grupo. “Todas as condições que constam no caderno de encargos têm impacto no valor. Seria muito mais simples para o Governo, por exemplo, vender só a companhia aérea, sem incluir a TAP Brasil que é deficitária, ou não por-
mos a condições de manter o ‘hub’ [centro estratégico no aeroporto de Lisboa]”, declarou. As garantias em matéria laboral incluem os sindicatos que “desde a primeira hora, manifestando preocupações legítimas, estiveram disponível para negociar com o Governo”, que, realçou, “têm agora o reconhecimento desse mérito negocial”. “Esses três sindicatos que ficaram de fora têm representatividade, mas nesta fase mais importante do que apontar a exceção é apontar a regra”, sublinhou. Ainda assim, Sérgio Monteiro destacou que “se a empresa não crescer, não for capitalizada, esta garantia tem um prazo de validade e os despedimentos acontecerão”. O Governo pretende escolher o novo dono da TAP até ao final do primeiro semestre. Excluídos deixam aviso
TAP. “Se houver um despedimento coletivo dos que não assinaram [o acordo com o Governo], a companhia fecha”, afirmou SNPVAC
Em linha com Europa
Bolsa de Lisboa fecha sessão a valorizar
O principal índice da bolsa de Lisboa, o PSI20, fechou a sessão de ontem a subir 1,31% para 4.956,77 pontos, em linha com a Europa, com os títulos da energia a liderarem os ganhos da sessão. Entre as 18 cotadas que atualmente integram o PSI20, doze valorizaram, cinco recuaram e uma fechou inalterada (Banif, nos 0,006 euros). As
ações da Galp lideraram os ganhos da sessão, ao apreciarem 6,47% para 8,43 euros. A EDP avançou 4,68% para 3,37 euros, sendo a segunda cotada que mais beneficiou o desempenho do PSI20. Na Europa, o dia foi positivo em todas as praças. Por outro lado, os juros da dívida desceram em todos os prazos em relação a quarta-feira: a dez anos estavam a cair para 2,632%, a dois anos estavam a descer para 0,459% e, no prazo de cinco anos, caíram para 1,516%
A presidente do SNPVAC, em reação, disse que a TAP fecha se houver um despedimento coletivo dos trabalhadores representados pelos sindicatos que não chegaram a acordo com o Governo. “Se houver um despedimento coletivo dos que não assinaram [o acordo com o Governo], a companhia fecha”, afirmou Luciana Passo, que não compreende como é que a garantia “se aplica a uns, sem a aplicar a outros, quando os outros são a maioria”, questionando como é que o Governo fala em paz social na companhia quando “os nove sindicatos [que assinaram memorando com o Governo] representam menos de metade dos trabalhadores”. Já o empresário Miguel Pais do Amaral congratulou-se com a aprovação pelo Governo do caderno de encargos “’timing’ prometido”. “Queria saudar o Governo por ter aprovado no ‘timing’ [prazo] que tinha prometido”, disse o empresário, acrescentando preferir não dar a sua “opinião antes de conhecer” o caderno de encargos. Sobre o caderno de encargos, Pais do Amaral disse esperar que o documento “não contenha matéria que seja difícil de enquadrar numa operação”. Questionado sobre se mantém o interesse na compra da TAP, Pais do Amaral sublinhou que primeiro é preciso “analisar em detalhe” as condições, mas acrescentou: “À partida sim”.
6 | O Norte Desportivo
desporto
Sexta-feira, 16 de Janeiro de 2015
«Águias» perderam duas vezes nos Barreiros desde que JJ é o treinador
Benfica visita campo pouco amigo de Jesus Antes, amanhã, FC Porto desloca-se a Penafiel. Domingo, o Sporting, a sair da crise, recebe o Rio Ave. O líder Benfica visita domingo o Marítimo, 10.º classificado, num campo em que os «encarnados» têm uma das suas últimas derrotas, na abertura da última época e na qual perderam duas vezes na «era» Jorge Jesus. Em seis visitas aos Barreiros, desde 2009/10, o Benfica passou quase sempre: com exceção da eliminação da Taça em 2011/12 e à derrota na abertura da última temporada, 2013/14, em ambos os casos por 2-1. O Benfica, que no último ano acabou por conquistar tudo internamente, tem desde essa derrota, na primeira jornada da última época, 45 jogos disputados e só por mais duas vezes voltou a perder: na época transata com o FC Porto (2-1) e nesta com o Sporting de Braga (2-1). Na 17.ª jornada, que encerra a primeira volta da I Liga, as «águias» têm segura a liderança, com mais seis pontos que o rival FC Porto, mas a deslocação à Madeira assume-se de «alto risco», pese embora a série de oito triunfos consecutivos. Jorge Jesus, que viu a equipa a meio da semana, com muitos suplentes, golear o Arouca (4-0, na Taça da Liga), já deverá contar com o capitão Luisão, depois de o central sair lesionado a 14 de dezembro, num triunfo no Dragão (2-0). Janeiras antes do treino
O campeão português entra em campo só depois do FC Porto entrar em ação, com os «dragões» a terem uma deslocação aparentemente mais fácil, amanhã, ao Penafiel, 17.º e penúltimo classificado do campeonato. A formação de Julen Lopetegui não deverá sentir dificuldades frente a um Penafiel sem os «castigados» Coelho e Mbala e com o iraniano Haghighi na Taça Asiática, o que deverá promover a estreia de Tiago Rocha na baliza. O FC Porto prosseguiu, ontem,
I LIGA. Benfica visita domingo o Marítimo, num campo em que os «encarnados» têm uma das suas últimas derrotas
Gala Quinas de Ouro
Cristiano Ronaldo vence Eusébio apenas por 1,24%
Cristiano Ronaldo foi eleito o melhor jogador do século pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), distinção anunciada quarta-feira na Gala Quinas de Ouro, no Estoril, com pouco mais de um ponto percentual em relação a Eusébio. Dois dias depois de receber a sua terceira Bola de Ouro, na Suíça, Cristiano Ronaldo, com 48,34 por
cento, suplantou na votação o falecido Eusébio (47,1), que recebeu a distinção Quinas de Platina, e Luís Figo (4,56), galardoado com as Quinas de Honra, um prémio honorário. As percentagens obtidas nas votações resultam de um critério de ponderação que inclui, em partes iguais de 25 por cento, a votação «online» do público, da comunicação social, da direção da FPF e da Comissão Organizadora do Centenário. Na eleição do «onze» do século foi o «pantera negra» a levar a melhor.
no Olival, a preparação do jogo, numa sessão antecedida pelo cantar das janeiras por um grupo de 160 crianças do Colégio Júlio Dinis. Sem o argelino Brahimi e o camaronês Aboubakar, que prepararam com as respetivas seleções a participação na Taça das Nações Africanas (CAN), a sessão dos «dragões» registou ainda a ausência do brasileiro Otávio, que se limitou a tratamento e trabalho de ginásio. O Sporting, com um triunfo importante na última ronda, na visita a Braga (1-0) e que tem a sua melhor série, com três vitórias, procura manter a perseguição (distante) a Benfica e FC Porto e segurar o recém-conquistado terceiro lugar. Os «leões» recebem no domingo, no jogo que encerra a jornada e a primeira volta, o Rio Ave (6.º classificado), equipa que está longe de atravessar uma boa fase e que nos últimos seis jogos ‘acumulou’ um vitória, uma derrota e quatro empates. A jornada abre amanhã, ainda antes de Penafiel e FC Porto entrarem em campo, com o Vitória de Guimarães (4.º) a receber a Académica (16.ª), com os vimaranenses, que perderam com o Benfica (3-0) na última ronda, a serem favoritos. Os «estudantes» estão muito perto da zona de descida, com a equipa de Paulo Sérgio a não saber o que é uma vitória desde a sexta jornada, na qual venceu o seu único jogo (1-0 ao Arouca), e têm uma sequência de quatro derrotas e seis empates. Para domingo estão agendados a maioria dos jogos, com destaque também para a receção do Belenenses (8.º) ao Gil Vicente (18.º e último). A equipa de Lito Vidigal não vence desde a 10.ª jornada (vitória em Moreira de Cónegos), enquanto os gilistas tiveram na ronda anterior o primeiro triunfo em 16 jornadas já disputadas (2-1 ao Penafiel). O Sporting de Braga, que caiu para o quinto lugar após a derrota «in extremis» com o Sporting, visita um Vitória de Setúbal (15.º) muito inconstante, com uma recente série de derrotas (cinco nos últimos seis jogos) e que voltou a perder na última ronda (1-0 em Arouca).
Paulo Gonçalves de novo em segundo na etapa
Mais perto do líder
O piloto português Paulo Gonçalves (Honda) terminou, ontem, em segundo lugar na 11.ª etapa do Rali Dakar e ganhou 2.23 minutos ao líder da classificação de motos, o espanhol Marc Coma (KTM). Numa etapa que ligou Salta a Termas de Rio Hondo, na Argenina, a vitória foi para o espanhol Joan Barreda (Honda), que completou os 357 quilómetros cronometrados em 2:26.33 horas, com 17 segundos de avanço sobre Paulo Gonçalves, seu companheiro de equipa, enquanto o eslovaco Ivan Jakes foi terceiro, a 1.35 minutos. Na geral da mais importante prova de todo-o-terreno, Paulo Gonçalves reforçou a segunda posição, reduzindo a diferença face a Marc Coma para 5.12 minutos. Por outro lado, o piloto espanhol Nani Roma, vencedor em 2014, lamentou não ter sido autorizado pela organização a partir para a 11.ª etapa. “É uma pena acabar desta forma, porque gostava de ter chegado a Buenos Aires depois do que fizemos o ano passado”, admitiu o desapontado piloto catalão, vencedor por duas vezes do Dakar, nos carros em 2014 e nas motas em 2004. “Na quarta-feira, para chegar ao acampamento, falhámos alguns postos de controlo e por isso nos excluíram da partida de hoje [ontem]. Foi um final triste”, desabafou.
Sexta-feira, 16Outubro Janeiro de de 2015 Terça-feira, 7 de de 2014 Terça-feira, 30 de Dezembro 2014
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NO POLITÉCNICO DE BRAGANÇA
Alunos de diferentes credos juntos numa mesma oração O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) vai juntar hoje alunos de diferentes nacionalidades e religiões numa oração pela paz e tolerância na sequência dos atentados de Paris. A cerimónia decorrerá no espaço inter-religioso criado recentemente para os alunos de diferentes credos e nela “participarão estudantes de diferentes nacionalidades representando as suas religiões que introduzirão a oração na sua língua de origem. “Está confirmada a presença de estudantes cristãos, muçulmanos e budistas que proporão textos emblemáticos da sua fé”, indicou, numa nota às redações, o Gabinete de Comunicação e Imagem do IPB, que espera ainda “a participação de alunos de outros credos”. Esta oração inter-religiosa “pretende mostrar a tolerância e a paz possíveis entre crentes de diferentes credos religiosos, na sequência dos atentados da semana passada em França levados a cabo por extremistas religiosos”, acrescenta o comunicado. O politécnico vinca ainda que “tanto a iniciativa de disponibilizar um espaço de encontro para as diferentes religiões, como a de promover o encontro de sexta-feira, resulta do desejo de promover uma sã convivência entre as inúmeras culturas e religiões que formam a comunidade académica”. O IPB tem investido na internacionalização dos seus alunos e conta com 1200 estrangeiros entre os 7000 estudantes que frequentam as cinco escolas de ensino superior, em Bragança e Mirandela. O espaço inter-religioso foi criado na antiga casa da Quinta de Santa Apolónia, que alberga o campus académico de Bragança, “despido de símbolos religiosos”, para que todos os crentes possam ali fazer as suas orações. O objetivo da iniciativa agendada para hoje, às 18h00, é que “se reze em conjunto pela paz no mundo e para que exista cada vez mais tolerância entre as pessoas que professam diferentes credos e até para com as que não acreditam”, segundo a instituição. Neste encontro, os estudantes de religiões diversas irão escolher textos das respetivas tradições religiosas, os quais serão propostos na presença de todos e todos escutarão as orações uns dos outros e compartilharão o que cada um irá pedir ao seu Deus. “Mais do que respeitar, pretende-se que as pessoas conheçam as formas de rezar das religiões, que não são as suas, bem como a maneira como se dirigem às divindades em que acreditam”, conclui a nota de imprensa.
Ana Gomes e o atentado terrorista em Paris
Europa pode entrar numa “deriva xenófoba” A socialista Ana Gomes considera que a presença de europeus entre os grupos terroristas “não acontece por acaso” e adverte para o perigo de a Europa entrar numa “deriva securitária e xenófoba”. A eurodeputada diz que os europeus não podem “embarcar numa deriva securitária e xenófoba contra os muçulmanos, que instigue mais ódio”, porque “eles também são vítimas”. “Não podemos fazer o jogo dos terroristas, que querem que ponhamos em causa os nossos valores, as nossas liberdades e a nossa democracia”, afirmou Ana Gomes, a partir do Iraque, lamentando não poder participar na manifestação de domingo marcada para Paris. Ana Gomes recordou ainda o trabalho que desenvolveu no Parlamento Europeu na área do terrorismo e defendeu que dever ser entendida a presença de europeus no exército do Estado Islâmico. “Isso não acontece por acaso, tem muito a ver com o que se passa na Europa, com a falta, inclusivamente, de meios para programas de
inteligência humana para os serviços de informação e de segurança, para programas de desradicalização para os jovens e programas de inserção social para os jovens”, argumentou. A eurodeputada voltou a condenar os ataques terroristas em França e rejeitou “interpretações perversas e abusivas” do que escreveu há dois dias na rede social da Internet Twitter. “Procuraram dar uma versão de que desculpo os atos terroristas”, considerou a responsável, ao justificar a mensagem escrita na Internet: “Charlie Hebdo. Horror! Também o resultado das políticas anti- europeias de austeridade: Desemprego, xenofobia, injustiça, extremismo, terrorismo.” Apesar das limitações na divulgação de informações devido a questões de segurança, Ana Gomes revelou haver planos terroristas para a Península Ibérica. “Mostraram-me um mapa do chamado califado do Estado Islâmico, que tem desígnios, claramente, para a Europa e, nomeadamente, para a Península Ibérica, que eles chamam Al Andaluz”, destacou.
A França registou, desde quartafeira, quatro incidentes violentos, que começaram com um atentado à sede do jornal Charlie Hebdo, em Paris, provocando 12 mortos (10 jornalistas e cartoonistas e dois polícias) e 11 feridos. Os dois suspeitos, os irmãos Said Kouachi e Cherif Kouachi, de 32 e 34 anos, foram mortos hoje na sequência do ataque de forças de elite francesas à gráfica, em Dammartin-en-Goële, nos arredores da cidade, onde se barricaram. Na quinta-feira, foi morta uma agente da polícia municipal, a sul de Paris, e fontes policiais estabeleceram já “uma conexão” entre os dois ‘jihadistas’ suspeitos do atentado ao Charlie Hebdo e o presumível assassino. Também foram mortas pelo menos quatro pessoas numa loja ‘kosher’ (judaica) do leste de Paris, numa tomada de reféns, incluindo o autor do sequestro, que foi igualmente morto durante a operação policial. Fontes policiais, citadas pelos ‘media’ franceses, dizem tratar-se do mesmo homem que matou a polícia municipal.
Estudo da Fundação Champalimaud confirma
Serotonina aumenta níveis de paciência Um estudo, publicado na revista científica “Current Biology”, conclui que a serotonina aumenta os níveis de paciência, mas levanta dúvidas sobre o papel do neurotransmissor no aumento dos níveis de bem-estar, uma ideia até agora generalizada. O trabalho foi realizado por um grupo de investigadores da Fundação Champalimaud (Programa de Neurociências), liderado por Zachary Mainen, investigador principal e diretor do Programa. Trabalhando com ratos, os investigadores descobriram uma relação de causalidade entre a ativação dos neurónios que produzem serotonina e o tempo que esses ratos estão dispostos a esperar por uma recompensa. “Este estudo permitiu também rejeitar a ideia de que o aumento de serotonina produz um efeito gratificante”, diz um comunicado da Fundação, que cita Zachary Mainen: “Como se pensa que os antidepressivos aumentam os níveis de serotonina, é comum as pessoas assumirem que quanto mais serotonina os neurónios produzirem, melhor se irão sentir. O que os nossos resultados vêm demonstrar é que a história não é assim tão simples”. Certo é que, segundo Madalena
Fonseca, “o aumento da serotonina aumenta a capacidade de esperar”. Mas, alerta a mesma investigadora, o estudo também não acaba com a ideia de que mais serotonina quer dizer mais bem-estar, apenas “a está a questionar”. “A ideia de que a serotonina aumenta o bem-estar é baseada no facto de que os antidepressivos (que atuam sobre o acumular de serotonina) melhoram a depressão. Mas não há nenhuma evidência de que a serotonina melhora o bem-estar”, explicou. Da mesma forma, acrescentou Madalena Fonseca, se o aumento de serotonina ajuda na depressão, tal não quer dizer que a falta de serotonina ajude a aumentar a depressão. Este estudo, feito em ratos, como acentuou a investigadora, deixa a ideia de que podem ser “mais complicados” os mecanismos que levam à depressão. A serotonina, lembra o comunicado, é um neuromodulador químico, alvo de medicamentos antidepressivos, como o Prozac, que são utilizados frequentemente no tratamento da depressão e de outros distúrbios. É produzida por um pequeno conjunto de neurónios localizados numa área do cérebro chamada núcleo da rafe. No estudo,
agora publicado, os investigadores ativaram em alguns casos os neurónios produtores de serotonina e desenvolveram uma tarefa para os ratos, na qual eles têm de esperar por uma recompensa. E observaram que, quando esses neurónios eram ativados, os ratos ficavam mais pacientes. O trabalho mostrou também que quanto mais serotonina era produzida, mais tempo os ratos esperavam, mas mostrou que esse aumento não estava associado a uma recompensa (agradável ou gratificante), ou seja, os ratos não ficavam mais pacientes porque estavam recompensados pelo aumento de serotonina. Com financiamento do European Research Council, este grupo do Centro Champalimaud vai continuar a investigar diferentes aspetos da função da serotonina, pode lerse ainda no comunicado. A serotonina é um neurotransmissor (uma molécula que ajuda os neurónios a comunicarem), vulgarmente associado ao bem-estar e à atuação no cérebro a níveis como o sono, apetite ou humor. Na internet, por exemplo, não faltam conselhos e ideias para aumentar a serotonina e com ela melhorar o humor. Este estudo vem questionar essa ligação.