18 02 2015

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FC PORTO JOGA EM BASILEIA Lopetegui diz que só com duas grandes exibições é possível continuar na Champions

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Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |

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Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |

DIÁRIO NACIONAL

Ano CXLVII | N.º 41

Quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Escolas profissionais consideram inaceitável a obrigação de fazer três exames nacionais

RESPEITAR

EQU!DADE n O presidente da Associação Nacional de Escolas Profissionais (Anespo) esteve ontem no Parlamento para defender os “princípios de equidade” para os seus alunos quanto às condições de acesso ao ensino superior. “Não é possível exigir aos alunos que hoje estão a frequentar cursos profissionais a prestação de provas sobre matérias que não fazem parte dos planos curriculares. Tem que haver uma ligação de coerência entre os exames e os conteúdos programáticos dos cursos”, defendeu José Luís Presa.

PORTO

Diretora da FMUP defende obrigatoriedade de profissionais de saúde serem treinados com simuladores

UCRÂNIA

Federica Mogherini diz que “o acordo de Minsk é a única opção para resolver a crise”

CÁRITAS

lança hoje campanha de apoio às crianças refugiadas da Síria


2 | O Primeiro de Janeiro

local porto

Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2015

Incêndio numa fábrica de plásticos em Gaia

Bombeiros conseguem evitar explosão O incêndio que deflagrou ontem numa fábrica de plásticos em Gaia foi extinto e os bombeiros conseguiram arrefecer um contentor de filtragem de solventes para evitar o risco de explosão, disse o comandante dos Voluntários dos Carvalhos. Ricardo Santos esclareceu que a fábrica lida com “materiais altamente inflamáveis” e que os trabalhos se concentram, neste momento, no “arrefecimento das tubagens” de um contentor “com carvão ativado que faz a filtragem dos solventes para a produção de plásticos”, pois o mesmo ficou “com uma carga térmica bastante elevada”. “Neste momento,

Fiscalização rodoviária no Porto e em Gaia

PSP deteve 28 pessoas e registou 25 infrações

GAIA. A pronta intervenção dos bombeiros evitou que um incêndio numa fábrica de plásticos tivesse proporções mais graves

não há perigo de explosão porque a temperatura tem vindo a decrescer”, assegurou o comandante dos Bombeiros Voluntários dos Carvalhos, esclarecendo que o fogo não provocou feridos e deflagrou pelas 07h50 numa zona isolada do edifício principal da fábrica, que “já está a laborar”. “Os danos [provocados pelo fogo] são na parte externa e na parte mecânica”, acrescentou o mesmo responsável, que pelas 11h00 se encontra-

va no local, situado na Alameda da Bela Vista, em Seixezelo, concelho de Gaia, distrito do Porto. Ricardo Santos acrescentou que as operações estiveram centradas num dos quatro contentores “situados numa parte da fábrica externa ao edifício” principal, porque as “válvulas não estão a funcionar” e o mesmo “não faz o arrefecimento”. “A fábrica produz plásticos para rótulos de garrafas. São materiais altamente

inflamáveis, de tal forma que fazemos regularmente formações e visitas ao local”, acrescentou o comandante. Fonte dos Bombeiros Sapadores de Gaia informou ainda que o “foco de incêndio” se situou “junto dos tubos e reservatórios de solventes” da empresa “Amcor”. No local estiveram seis viaturas e 18 homens dos Sapadores de Gaia e cinco viaturas e 11 homens dos Voluntários dos Carvalhos.

Diretora da Faculdade de Medicina da UP defende

Profissionais treinados com simuladores Maria Amélia Ferreira defendeu ontem a obrigatoriedade de os profissionais de saúde serem treinados com simuladores. “Não há a necessidade de introduzir a simulação como disciplina, mas há a necessidade de introduzir este instrumento em todas as unidades curriculares, ou quase todas, para que haja uma aprendizagem de competências, quer técnicas como de comportamento”, afirmou a diretora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), a propósito do III Congresso da Sociedade Portuguesa de Simulação Aplicada às Ciências da saúde, que decorrerá esta semana no Porto. Para a responsável, com a simulação, os estudantes são colocados perante situações práticas, tendo a possibilidade de treinar a aquisição de determinada competência. “Esta possibilidade faz com que seja possível admitir o erro e corrigi-lo, e ao

mesmo tempo não causar incómodo nem riscos para os doentes, nem para os próprios estudantes”, sustentou a mesma responsável. Maria Amélia Ferreira afirmou ainda que “os profissionais de saúde não se podem confrontar pela primeira vez com situações que possam ser exercitadas ou treinadas antes em cenários”. “Temos de algum modo, alguma vez, que lhes dar a possibilidade de se poderem confrontar com situações que terão que ser resolvidas, mesmo sendo raras e mesmo sendo feitas às vezes em contextos adversos”, disse, acrescentando que “esta obrigatoriedade é tanto mais importante quanto é obrigatório ao piloto de avião fazer o seu treino de simulação”. Maria Amélia entende que há competências que devem ser ensinadas, aprendidas e avaliadas em meio controlado e seguro, através da simulação, por exemplo o saber dar uma

má notícia da morte de um familiar ou o saber reanimar um recém-nascido. “Eu não posso esperar que haja necessidade de fazer uma reanimação neonatal a 350 recém-nascidos para os meus 350 alunos poderem treinar, mas eles têm de saber fazer isto”, destacou. A mesma responsável apontou a simulação como sendo também importantíssima para o “treino de equipas multidisciplinares”. “A simulação tem hoje um âmbito muito ético, científico e muito aplicado às ciências de saúde”, disse, “e o preço que custa um centro de simulação biomédica é pago muito rapidamente pelo benefício e pela segurança que a população virá a ter das competências dadas aos profissionais” naquele espaço. A diretora da FMUP referiu também que “ainda há uma percentagem significativa de profissionais de saúde que continuam a achar que os

centros de simulação biomédica são locais em que há uns bonecos e onde se treinam algumas técnicas”, contudo, estes espaços são “muito mais do que isso”. Na sua opinião, a simulação deve ser obrigatória na formação prégraduada dos profissionais de saúde, mas também “nos colégios de especialidade”. A simulação existe na ginecologia/ obstetrícia e na anestesiologia, por exemplo, mas “deveria ser alargada, porque certificava os profissionais que estão a ser formados, na medida em que já teriam tido contacto com situações que terão que resolver, mesmo não as tendo vivenciado do ponto de vista prático”. O “Impacto da simulação na melhoria dos cuidados de saúde” é um dos temas a abordar na sexta-feira no âmbito do Congresso, que terá lugar no auditório do Centro de Investigação Médica da FMUP.

A PSP do Porto anunciou ontem a detenção de 28 pessoas, a maior parte das quais por condução sob o efeito do álcool ou sem carta e registou 25 infrações ao Código da Estrada. Em comunicado enviado às redações, o Comando Metropolitano da PSP do Porto indica ainda ter apreendido 12 documentos de viaturas no decurso da operação “de prevenção criminal e fiscalização rodoviária” levada a cabo entre as 07h00 de segunda-feira e as 09h00 de ontem, no Porto e em Gaia. Ainda de acordo com a PSP, entre os 28 detidos encontramse 17 por condução sob o efeito do álcool, cinco por conduzirem sem carta de condução, dois por tráfico de estupefacientes, dois por mandato, um por “resistência e coação” e um outro “por desobediência”. Durante a ação, a PSP do Porto fiscalizou 532 condutores e respetivas viaturas, tendo submetido 409 condutores ao teste de álcool no sangue e aplicado 35 multas por infrações ao Código da Estrada e demais legislação rodoviária. Os detidos foram notificados para comparecerem junto das Autoridades Judiciárias. No mesmo comunicado, a PSP revela ainda que, entre 09 de fevereiro e domingo, foram desenvolvidas 16 (dezasseis) ações de “fiscalização no âmbito do exercício de segurança privada na Área Metropolitana do Porto” que resultaram em cinco autos de notícia por contraordenação “no âmbito da legislação que regula o funcionamento” daquela atividade. As ações de fiscalização foram “realizadas em dois organismos privados, cinco estabelecimentos de restauração e bebidas com pista de dança, três recintos desportivos e seis entidades públicas”. No âmbito da operação foram fiscalizados 29 vigilantes e 95 assistentes de recinto desportivo, acrescenta a PSP.


Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2015

regiões

O Primeiro de Janeiro |

Juiz de instrução anuncia nesse dia se processo segue ou não para julgamento

Decisão sobre mortes no Meco a 4 de março Organização do Carnaval de Loulé espera até 70 mil pessoas até ao final da edição deste ano. Diretores do Amadora-Sintra escrevem carta

Demissão em bloco

A ausência de estratégia para evitar a “contínua degradação das condições de trabalho” no Hospital Amadora-Sintra é um dos motivos apontados pelos 28 diretores de serviço para a sua demissão, numa carta enviada à administração e ao Governo. Na carta - conhecida no dia em que o Hospital Fernando Fonseca (HFF) informou que o diretor clínico, Nuno Alves, apresentou a demissão do cargo - os 28 dos 33 diretores de serviço explicam as razões que os levaram a tomar esta decisão. Os médicos referem que desde há dois anos se assiste a uma “progressiva degradação da capacidade de resposta às adversidades e uma diminuição preocupante da qualidade assistencial”. Apontam como exemplo a “saída preocupante” de recursos humanos qualificados que não foram substituídos, a incapacidade notória de contratar profissionais, problemas do serviço de urgência e a “ausência de resposta em especialidades fundamentais”, como imagiologia/neurorradiologia, anatomia patológica, anestesiologia. “Muitos destes problemas foram previstos, ideias e medidas sugeridas atempadamente”, mas “não tiveram eco na gestão do hospital”, lê-se na carta, datada de 11 de fevereiro. Segundo fonte oficial do HFF, está previsto para hoje o anúncio da nova direção clínica.

Advogados das famílias dos seis jovens garante que o processo continua, mesmo que não haja julgamento. O juiz de instrução do Tribunal de Setúbal marcou a leitura da decisão sobre se o caso da morte de seis jovens na praia do Meco vai ou não a julgamento para as 13h30 do próximo dia 4 de março. O magistrado ouviu, antes, uma perita do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e uma síntese das conclusões por parte de todos os intervenientes no processo. Como se esperava, a advogada de defesa do arguido João Miguel Gouveia pediu que fosse proferido um despacho de não pronúncia por considerar que, na instrução, não houve nenhum elemento que permitisse indiciar o arguido pela prática de qualquer crime. Mesma opinião foi defendida pela procuradora do Ministério Público que também considerou não ter sido trazido à fase de instrução qualquer elemento que indiciasse a prática do crime de exposição ou abandono, imputado ao arguido pelos familiares dos seis jovens que morreram na praia do Meco a 15 de dezembro de 2013. A procuradora disse ainda que, mesmo que tivesse havido «praxe» na praia do Meco, esse facto não seria suficiente para que fosse imputado o crime de exposição ou abandono a João Miguel Gouveia. Opinião contrária manifestou o advogado dos assistentes, Vítor Parente Ribeiro, que considerou haver nos autos indícios mais do que suficientes para a pronúncia do arguido e a realização do julgamento. Entre outros argumentos, Vítor Parente Ribeiro defendeu que havia uma relação de subalternização dos seis jovens que morreram a 15 de dezembro de 2013 relativamente ao «dux» da Universidade Lusófona de Lisboa. Com base na autópsia ao corpo de Tiago Campos que revelou

uma taxa de alcoolemia de 0,85 gramas por litro, e na troca de algumas mensagens por telemóvel, terá ficado comprovado que os seis jovens que morreram estavam bastante fragilizados devido ao consumo de álcool e ao desgaste físico a que teriam sido submetidos nas horas anteriores, em atividades de «praxe». O advogado Vítor Parente Ribeiro considerou ainda que os seis jovens não estariam na plenitude das suas faculdades intelectuais nem em condições de avaliar o risco que corriam pela participação nas atividades de «praxe» que, de acordo com o casuístico, terão mesmo ocorrido na madrugada de 15 de dezembro de 2013. Muitos recursos para fazer

MECO. “Ainda podemos recorrer ao Tribunal dos Direito do Homem, ao da Relação ou pedir responsabilidade civil”, disse Parente Ribeiro

Doente oncológico

Hospital de Beja investiga espera de vários dias

A administração do hospital de Beja anunciou, ontem, um inquérito para apurar as razões da permanência de um doente oncológico nas urgências durante vários dias, assegurando haver capacidade de internamento nos serviços hospitalares. A decisão de instaurar um processo de inquérito foi divulgada num comunicado, pelo conselho de administração da Unidade Local

de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA), após o PCP ter questionado o Governo sobre o caso, indicando que aos familiares foi dada a informação de que o idoso não era internado porque não existiam camas de oncologia disponíveis. O inquérito, segundo o comunicado, pretende também apurar “se foram cumpridos os procedimentos habituais de referenciação para o internamento”. Fonte do gabinete de comunicação da ULSBA disse que não foi recebida “formalmente” nenhuma queixa dos familiares do idoso.

O advogado das famílias dos seis jovens que morreram na praia do Meco garantiu, ainda, que o processo judicial vai continuar, mesmo que o caso não vá para julgamento. “Ainda podemos recorrer ao Tribunal dos Direito do Homem, ao Tribunal da Relação ou pedir a responsabilidade civil”, disse Vítor Parente Ribeiro, reafirmando a ideia de que a investigação do caso terá sido mal conduzida desde o início. Tal como os familiares dos jovens, também Vítor Parente Ribeiro manifestou desagrado com alegadas “fugas de informação” por parte da Polícia Judiciária num processo que, sublinhou, tinha nível de confidencialidade quatro, um dos mais elevados no que diz respeito ao segredo de justiça. Desiludidos, os familiares dos seis jovens também lamentaram à chegada ao tribunal que o juiz de instrução tivesse recusado a inquirição dos médicos do INEM e do Hospital Garcia de Orta que assistiram o único sobrevivente. Para José Campos, pai de uma das vítimas, Tiago Campos, o depoimento do perito do Instituto de Medicina Legal na fase de instrução veio confirmar que João Gouveia nunca terá estado dentro de água, o que corrobora a convicção das famílias de que os seis jovens morreram na sequência de uma praxe na praia do Meco, no decorrer de um fim de semana ainda com muitos detalhes por esclarecer.


nacional

4 | O Primeiro de Janeiro

Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2015

Escolas profissionais defendem no Parlamento

Respeito pelos “princípios de equidade” A associação que representa as escolas profissionais esteve no Parlamento e alertou, mais uma vez, os deputados quanto às condições de acesso ao ensino superior, que desrespeitam os “princípios de equidade” para os seus alunos. “Não é possível exigir aos alunos que hoje estão a frequentar cursos profissionais a prestação de provas sobre matérias que não fazem parte dos planos curriculares. Consideramos inaceitável que se façam exigências além destes princípios que são os princípios da equidade. Tem que haver uma ligação de coerência entre os exames e os conteúdos programáticos dos cursos”, defendeu o presidente da Associação Nacional de Escolas Profissionais (Anespo). José Luís Presa, em declarações à saída do encontro com os deputados da comissão parlamentar de educação, adiantou que, se nada for feito para alterar a situação, a associação vai colocar pais e alunos “em ação” e lançar uma petição pública para que a questão seja em discutida em plenário da Assembleia da República. A questão

Sargentos pedem audiência ao ministro da Defesa

“Esclarecer Objetivos do Governo” PARLAMENTO. As escolas profissionais voltam a defender os “princípios de equidade” para os seus alunos no acesso ao ensino superior

coloca-se para cerca de 15% a 20% dos alunos que optam por fazer o ensino secundário por esta via de ensino, um intervalo percentual que corresponde ao total de alunos que habitualmente prossegue estudos superiores depois de concluído o curso profissional. Perante os deputados, o vicepresidente da Anespo, José Pacífico, afirmou que a primeira vez que olhou para o decreto-lei que introduziu a obrigatoriedade de os alunos das escolas profissionais fazerem três exames nacionais para acesso ao ensino superior pensou que “era um lapso”. Para a Anespo, os alunos do profissional estão apenas em condições de igualdade com os colegas dos cursos científico-humanísticos na realização do exame de Português, por terem um programa curricular praticamente idêntico. José Pacífico insistiu que exigir aos alunos das escolas profissionais

que façam exames em disciplinas que nunca lhes foram lecionadas é discriminatório. “Já não sei se é mesmo lapso ou se se pretende denegrir o ensino profissional”, declarou José Pacífico, acusando o Ministério da Educação e Ciência de fazer uma “discriminação negativa” deste tipo de ensino. O vice-presidente da Anespo declarou que a manter-se este regime regulamentar, que os deputados concordaram ser “perverso”, o MEC “tem que assumir que não quer que os alunos do ensino profissional sigam para o ensino superior”. Os deputados do Partido Socialista (PS) e do Partido Comunista Português (PCP) defenderam alterações ao regime, que consideraram discriminatório, com a deputada comunista Rita Rato a propor a criação de um regime diferenciado de acesso ao ensino superior para os alunos do ensino profissional, e artístico especializado, ou

a criação de exames específicos adaptados aos planos curriculares destes alunos. Do lado dos grupos parlamentares da maioria, a deputada do CDS-PP Inês Teotónio Pereira afirmou que “é preciso encontrar equidade” e o deputado do PSD Pedro Pimpão declarou que os deputados estão “atentos às preocupações” da Anespo, defendendo que o princípio da equidade “deve ser garantido”. A Anespo aproveitou ainda o encontro para relembrar que quer ver revistas as condições de financiamento às escolas profissionais, que considera desfavoráveis, lembrando que, por exemplo, a penalização financeira que é imposta a estas escolas por uma eventual diminuição do número de alunos é algo que só se aplica às escolas profissionais e que acontece por razões que não lhes podem ser imputadas.

DGS apela ao recurso dos centros de saúde

Doentes com situações clínicas menos graves A Direção-Geral da Saúde (DGS) apelou ontem aos portugueses que apresentem situações clínicas menos graves para recorrerem aos centros de saúde ou utilizarem a Linha Saúde 24 a “fim de evitar o congestionamento” dos serviços de urgência hospitalares. A DGS refere, em comunicado, que “a atividade gripal é agora moderada”, mas adverte que as temperaturas baixam que se têm verificado são, muitas vezes, responsáveis pela descompensação de doenças crónicas, nomeadamente cardiovasculares, respiratórias e diabetes,

em particular nas pessoas idosas e isoladas. “Em consequência, assiste-se ao aumento da procura de cuidados em serviços de urgência hospitalar, frequentemente devido a situações clínicas graves que necessitam de internamento”, sublinha o comunicado, assinado pelo diretor-geral da Saúde, Francisco George (foto). Para evitar o congestionamento destes serviços de urgência, “os doentes menos graves devem recorrer aos seus centros de saúde”, apela a DGS. Para tal, as Administrações Regionais de Saúde, nomeadamente

na Região de Lisboa e Vale do Tejo, alargaram os horários de atendimento até ao dia 27 de fevereiro. A DGS recomenda ainda a utilização prévia da Linha Saúde 24 (808 24 24 24), que está “habilitada a prestar informações sobre os centros de saúde abertos e horários de funcionamento, em todo o país”. Segundo o boletim de vigilância epidemiológica do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), até 08 de fevereiro foram registados 79 casos por cada 100 000 habitantes. Até esta data, foram analisados 747 casos de síndroma gripal.

A Associação Nacional de Sargentos (ANS) pediu uma audiência com caráter de urgência ao ministro da Defesa para ter um “cabal esclarecimento dos objetivos do Governo” na revisão do Estatuto dos Militares das Forças Armadas (EMFAR). Este pedido consta do ofício enviado na segunda-feira pela ANS ao gabinete de José Pedro Aguiar-Branco com propostas de alteração ao novo EMFAR, na sequência da reunião entre ambas as partes na semana passada. “Face à leitura possível no curto espaço de tempo que nos foi concedido, relembrando ainda que os elementos que compõem os órgãos sociais da ANS são militares no ativo, tendo portanto como prioridade todas as responsabilidades decorrentes das suas missões, não podemos deixar de considerar globalmente que este documento contém alterações inaceitáveis, ofensivas e muitas delas injustificadas”, refere a associação presidida pelo sargento-mor António Lima Coelho. Um dos pontos mais criticados pela ANS é a criação do posto de furriel/sub-sargento, que vai “significar um retrocesso de mais de duas décadas na história” e “uma injusta e penalizadora punição no cálculo da pensão de reforma dos militares”. Neste contexto, a ANS pede ao ministro da Defesa uma audiência “com caráter de urgência” para “procurar o cabal esclarecimento dos objetivos do Governo relativamente a este projeto de diploma”..


Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2015

economia

O Primeiro de Janeiro |

Quer adquirir 100% do banco de Ulrich pagando 1,329 euros por ação

Espanhóis do CaixaBank lançam OPA sobre BPI Após ser conhecida a oferta, o BPI anunciou que mantém a candidatura à compra do Novo Banco, anunciada há algum tempo. Comissão Europeia e Grécia continuam longe

À espera de um acordo

A Comissão Europeia reiterou, ontem, a vontade de chegar a acordo com a Grécia sobre o programa de assistência ao país, alertando que um recuo nos progressos conseguidos até agora teria um “efeito muito negativo”. “É importante para a Grécia construir sobre o crescimento e não o reverter, não cair na instabilidade financeira, porque isso teria certamente consequências económicas e sociais muito negativas”, disse o comissário europeu para o Euro e o Diálogo Social, Valdis Dombrovskis, acrescentando: “há uma grande vontade política da nossa parte para encontrar uma solução que vá ao encontro dos interesses da Grécia e da Europa, no seu conjunto, e a Comissão Europeia considera que se pode chegar a um acordo no quadro atual.” Horas antes, o porta-voz do Governo grego, Gavriil Sakelaridis, rejeitou o ultimato imposto pelo Eurogrupo e assegurou que o país “não vai pedir um prolongamento do memorando nem com uma pistola apontada à cabeça”. “O governo não se deixa chantagear com ultimatos”, disse Sakelaridis, insistindo que “o hoverno grego comprometeu-se a chegar a um acordo mutuamente benéfico” e demonstrou que está à procura de “um terreno comum para dar uma solução comum”.

O BPI anunciou, ontem, que mantém a “anunciada candidatura” à compra do Novo Banco, “independentemente do desenvolvimentos” da Oferta Pública de Aquisição (OPA) pelo espanhol CaixaBank. O anúncio foi feito em comunicado enviado à Comissão do Mercados de Valores Mobiliários (CMVM) em que se confirma a operação de oferta do banco catalão e assinado por Artur Santos Silva e Fernando Ulrich, presidente e vice-presidente do BPI. “Independentemente dos desenvolvimentos do processo da Oferta, o Banco BPI, SA, prosseguirá sem alterações e com inteira normalidade o seu plano de actividades, incluindo a anunciada candidatura à aquisição do Novo Banco, nos termos estabelecidos pelas autoridades”, lê-se no comunicado. No texto, o BPI assinala que o CaixaBank, “líder do mercado bancário espanhol, detém atualmente 44,1%” do capital do BPI e que tem “mantido um apoio permanente à estratégia de crescimento e afirmação do Grupo BPI nos últimos 20 anos”. O oferente, líder do mercado bancário espanhol, detém atualmente 44.1% do capital do Banco BPI, SA, do qual é acionista desde 1995, tendo mantido um apoio permanente à estratégia de crescimento e afirmação do Grupo BPI nos últimos 20 anos. É ainda anunciado que o Conselho de Administração do BPI “deverá elaborar um relatório sobre a oportunidade e as condições da oferta no prazo de oito dias”, a partir da data em que receber os “projetos de prospeto e de anúncio de lançamento”. 1082 mil milhões de euros

O CaixaBank anunciou, ontem, a intenção de adquirir a maioria do capital do BPI por 1,329 euros por ação, num total de 1,082 mil milhões de euros. O banco catalão é o maior acionista do BPI, contando com quatro membros no Conselho de

OPA. “Acho que o Governo não deve fazer qualquer tipo de pronunciação sobre este assunto”, disse Pires de Lima sobre o BPI

Administração do banco português, seguindo-se a empresária angolana Isabel dos Santos, através da Santoro, com 18,6%, e o Grupo Allianz, com 8,4%. O CaixaBank acredita que a oferta, que será registada na CMVM assim que se recebam as aprovações regulatórias pertinentes, “se completará durante o segundo trimestre de 2015”. A operação foi concertada com o BPI. O banco catalão estima que a aquisição do BPI poderá gerar sinergias de 130 milhões de euros em 2017. Numa conferência de analistas, o conselheiro delegado do banco catalão, Gonzalo Gortázar, afirmou que a atual equipa diretiva do BPI tem a confiança do CaixaBank, já que demonstrou bom desempenho durante “estes tempos difíceis”. Dentro do setor financeiro português, o BPI é a entidade que saiu melhor preparada dos testes de stresse feito pelas instituições europeias, embora tenha encerrado 2014 com perdas de 161 milhões de euros, contrastando com os ganhos de 67 milhões do ano anterior. O banco catalão admite retirar o BPI de bolsa, caso venha a ficar com 90% ou mais dos direitos de voto correspondentes ao capital social do banco português, após o período de oferta. O CaixaBank afirmou que a oferta de aquisição sobre o BPI está condicionada nomeadamente a que o banco catalão supere os 50% do capital. Governo não avalia

Ex-diretor do BES

Carlos Calvário diz que campainhas soaram em 2009

O ex-diretor do Banco Espírito Santo (BES) Carlos Calvário reconheceu, ontem, no parlamento, que em 2009 a exposição do banco ao BES Angola (BESA) fez “soar as campainhas”. A “exposição ao risco soberano da República de Angola apareceu de repente”, frisou o responsável, ouvido na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do

Grupo Espírito Santo (GES). A questão em torno do crédito ao BES ao BESA é um dos temas fulcrais ao longo dos trabalhos da comissão, já que a perda de largos montantes de capital, em local indefinido, contribuiu decisivamente para os problemas no GES e no BES. Carlos Calvário foi ouvido na comissão de inquérito de apresentou na sua intervenção inicial um resumo do seu trajeto profissional desde que ingresso no BES até aos dias de hoje. Atualmente, está no Novo Banco.

O ministro da Economia, António Pires de Lima, disse que compete aos acionistas e não ao Governo avaliar o interesse da Oferta Pública de Aquisição lançada pelo banco espanhol CaixaBank sobre o BPI. “A Oferta Pública de Aquisição significa interesse. Interesse numa empresa, numa instituição com uma história, credível e competente. Se esta oferta é do interesse dos acionistas da instituição, isso compete aos acionistas da própria instituição definirem. Acho que o Governo não deve fazer qualquer tipo de pronunciação sobre este assunto”, disse Pires de Lima, em declarações à RTP, à margem de uma reunião dos «amigos da indústria», em Madrid.


6 | O Norte Desportivo

desporto

Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2015

Basileia de Paulo Sousa é o adversário no regresso da Liga dos Campeões

FC Porto favorito para passar «oitavos» A prova de clubes mais importante do futebol mundial regressa hoje com um grande jogo em Paris. «Azuis e brancos» partem como favoritos perante o Basileia, que está apenas pela segunda vez nesta fase da prova O FC Porto regressa, hoje, aos oitavos de final da Liga dos Campeões, partindo como favorito para a eliminatória frente ao Basileia, treinado pelo português Paulo Sousa. Depois de ter vencido o Grupo H, à frente de Shakhtar Donetsk, Athletic Bilbau e BATE Borisov, o conjunto luso foi «feliz» no sorteio e pode voltar a atingir os quartos de final, seis épocas depois. Os «dragões» falharam na última temporada o acesso à segunda fase da competição e não chegam aos quartos de final desde 2008/09, época em que foram eliminados pelo Manchester United, graças a um remate de Cristiano Ronaldo, que viria a ser eleito o melhor golo do ano. O FC Porto apenas conseguiu passar duas vezes os oitavos de final da «Champions», somando algumas eliminações surpresas, como com o Schalke 04 (2007/08), numa grande exibição de um ainda desconhecido Manuel Neuer, ou com o Málaga (2012/13). Os «azuis e brancos», nonos do «ranking» europeu de clubes, partem como favoritos perante o Basileia, 17.º e que está apenas pela segunda vez nesta fase da prova, novamente depois de afastar um «gigante» inglês – este ano eliminou o Liverpool e em 2011/12 o Manchester United. Tostões contra milhões

Também nos plantéis as duas equipas têm grandes diferenças, com os «dragões» a terem uma equipa com um valor aproximado de quase 180 milhões de euros, contra os cerca de 55 milhões dos suíços. Na primeira fase da «Champions», o FC Porto teve no colombiano Jackson Martínez, com cinco golos (um dos terceiros melhores marcadores), e no argelino Brahimi, com quatro, os jogadores mais em destaque. Os

LIGA DOS CAMPEÕES. FC Porto tem o segundo melhor ataque da prova, com 16 golos, menos um do que o Chelsea

Português assume

Carriço quer duas Liga Europa consecutivas

O defesa central português Daniel Carriço disse, ontem, que quer fazer história com o Sevilha vencendo a Liga Europa duas vezes seguidas, tal como a equipa espanhola fez na extinta Taça UEFA em 2006 e 2007. “Eles fizeram história e nós também queremos fazer. Aquela equipa também mudou muitos jogadores, como nós este ano. O que posso prome-

ter aos nossos adeptos é que estamos muito entusiasmados e empenhados neste jogo no nosso estádio”, afirmou Carriço. A dois dias da receção ao Borussia Mönchengladbach, o ex-jogador do Sporting reconheceu que “esta competição é muito importante para o Sevilha”, mas anteviu “um jogo muito complicado” perante o terceiro classificado da liga alemã. “Já vimos o que são capazes de fazer, temos os dados individuais e coletivos, mas o que realmente importa é o que nós fazemos”, sublinhou.

«azuis e brancos» têm o segundo melhor ataque da prova, com 16 golos, menos um do que o Chelsea e em igualdade com Real Madrid e Bayern Munique, tendo igualmente uma das melhores defesas da competição, com quatro golos sofridos em seis jogos, numa vertente em que é apenas superado por quatro equipas. O conjunto suíço, que tem no exbenfiquista Derlis Gonzalez o único jogador com mais de um golo marcado, apenas acertou nas redes contrárias sete vezes na fase de grupos, tendo o segundo pior ataque dos 16 conjuntos ainda em prova, apenas superado pelo Mónaco (apenas quatro). A nível interno, o Basileia caminha a passos largos para o sexto título consecutivo na liga suíça e o 10.º no século XXI, tendo oito pontos de avanço sobre o Young Boys. Mais complicada é a situação do FC Porto, que está a quatro pontos do Benfica na I Liga portuguesa, e chega a este jogo depois de um triunfo por 1-0 sobre o Vitória de Guimarães. Sem grandes alterações na equipa durante o «mercado» de inverno, o FC Porto apenas contratou Hernâni ao Vitória de Guimarães, com o extremo luso a ser uma das alterações na lista de inscritos, ao lado do guardaredes Helton e do defesa Diego Reyes. De fora da lista, ficaram o avançado Adrián López, que se lesionou com alguma gravidade, e o guarda-redes Andrès Fernández. Os comandados de Paulo Sousa reforçaram-se em Portugal, com a contratação do lateral-esquerdo Adama Traoré ao Vitória de Guimarães, embora o costa-marfinense esteja em dúvida para o encontro com os «dragões». O FC Porto vai defrontar pela quarta vez uma equipa suíça numa eliminatória das competições europeias. Esta será a primeira vez que os «dragões» jogam com a equipa treinada por Paulo Sousa, 13 épocas depois de terem jogado pela última vez com um conjunto helvético na Europa. O FC Porto está pela oitava vez, em 12 possíveis, nos oitavos de final da Liga dos Campeões. Desde que os «oitavos» foram introduzidos na «Champions», nascida em 1992/93, os «dragões» só falharam a presença em 2005/06, 2011/12 e 2013/14, e em 2010/11, quando disputaram a Liga Europa.

Alon Yefet arbitra jogo contra Wolfsburgo

Israelita para «leões»

O israelita Alon Yefet vai arbitrar, amanhã, o jogo entre o Sporting e o Wolfsburgo, na Alemanha, da primeira mão dos 16 avos de final da Liga Europa. Internacional desde 2002, Alon Yefet, de 42 anos, vai ajuizar pela quarta vez um jogo do Sporting, o clube português com quem se cruzou mais vezes nos oito encontros que apitou com equipas lusas nas provas europeias. Yefet esteve em Alvalade no empate 0-0 com o Basileia, na fase de grupos da Liga Europa de 2012/13, e na vitória por 3-0 sobre o Everton, nos 16 avos de final da mesma competição em 2009/10, e na igualdade a um no terreno do Bolton, na Taça UEFA de 2007/08. Este diretor de marketing esteve esta época e na anterior em Portugal para arbitrar dois jogos do Estoril, na fase de grupos da Liga Europa, nos quais os ‘canarinhos’ foram derrotados pelo Dínamo de Moscovo (2-1) e pelo Sevilha (2-1). Sob arbitragem do israelita, o Benfica venceu o Bordéus, por 1-0, nos oitavos de final da Liga Europa de 2012/13, e o FC Porto foi a Sofia bater o CSKA, por 1-0, na fase de grupos, enquanto o Vitória de Setúbal foi derrotado no terreno do Heerenveen, da Holanda, por 1-0, na primeira ronda da Taça UEFA. O encontro entre o Wolfsburgo e o Sporting está marcado para as 18h00 (hora portuguesa).


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PAPA FRANCISCO APELA AOS JOVENS

“Não banalizem o amor”

O papa Francisco lançou ontem um apelo aos jovens para que se manifestem contra a “tendência generalizada para banalizar o amor” e reduzi-lo somente “ao aspeto sexual”. O papa pediu aos jovens para serem “revolucionários” e que se mostrem “contra esta cultura”, numa mensagem dedicada a marcar a celebração, a 29 de março, da XXX jornada Mundial da Juventude. “Convido-vos a descobrir a beleza da vocação humana de amar, peço-vos que se revelem contra essa tendência generalizada de banalizar o amor”, refere a mensagem do Papa, divulgada pela assessoria de imprensa do Vaticano e citada pela agência de notícias espanhola EFE. Francisco disse que quando se limita o amor somente ao aspeto sexual, este é “privado das suas características essenciais de beleza, companheirismo, fidelidade e responsabilidade”. O papa afirmou ainda que muitos pregam que o importante é desfrutar do momento, que não vale a pena um compromisso para toda a vida e fazer escolhas definitivas para sempre, porque não se sabe o dia de amanhã. “Eu, ao contrário, peço-vos que sejam revolucionários, que vão contra a corrente; sim, estou a pedir-lhes que se revelem contra esta cultura do provisório, que, no fundo, crê que vocês não são capazes de assumir responsabilidades e de amar verdadeiramente. Não banalizem o amor”, frisou Francisco. Jorge Mário Bergoglio recomendou também aos jovens que leiam todos os dias “uma passagem” do Evangelho. O papa exortou ainda a juventude a rejeitar a ideia de que o casamento “é uma instituição ultrapassada”, acrescentando que “isso é mentira” e que essa vocação “não passou de moda”.

Federica Mogherini quer resolver crise entre Rússia e Ucrânia

“Acordo de Minsk é a única opção” A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, sublinhou ontem no Parlamento português que “a implementação do acordo de Minsk é a única opção para resolver a crise” entre a Rússia e a Ucrânia. As afirmações da Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança foram proferidas no Parlamento, durante uma audição conjunta das comissões de Negócios Estrangeiros, Defesa e Assuntos Europeus. Na sua intervenção inicial, a exministra dos Negócios Estrangeiros de Itália disse que o acordo de Minsk, assinado entre Rússia, Ucrânia, Alemanha e França, que apontou como “um passo necessário, mas difícil”, tem de ter “um significado real”. “Não desperdiçarei nenhuma oportunidade para publicamente e em privado realçar que a sua implementação é a única opção que temos para resolver esta crise”. A chefe da diplomacia europeia considerou, também em Lisboa, que as mortes de soldados ucranianos nas últimas horas “não são encorajadoras”, mas rejeitou que o cessar-fogo seja um fracasso, insistindo na necessidade de aplicar o acordo. “Os desenvolvimentos nestas últimas horas não são encorajadores”, afirmou a alta representante da União Europeia. “Insistimos que o acordo que foi alcançado na semana passada em Minsk tem de ser total e tem de ter lugar nestes dias”, declarou. Questionada sobre se o cessar-fogo na Ucrânia, em vigor desde domingo, é um fracasso, Federica Mogherini rejeitou. “Enquanto há um acordo assi-

FEDERICA MOGHERINI. A chefe da diplomacia europeia esteve ontem no Parlamento português e falou sobre a “única opção” para resolver a crise na Ucrânia… nado, a que as partes se referem como algo que necessita de ser implementado, não vou dizer que é um falhanço”, disse, sublinhando que a União Europeia afirmou, “desde o início que a assinatura do acordo era importante, mas também e principalmente a implementação das decisões tomadas em Minsk”. Cinco soldados ucranianos foram mortos e 14 ficaram feridos em combates na região leste rebelde pró-russa da Ucrânia, onde um novo cessarfogo entrou em vigor no domingo, anunciou hoje um porta-voz militar. “Sabíamos que seria difícil e frágil, provavelmente não preto e branco, mas bastante cinzento, com diferentes sombras de branco e preto”, admitiu, defendendo a necessidade de continuar a procurar um desfecho positivo. “Não devemos declarar o falhanço do processo, mas trabalhar e insistir para que o processo tenha um desfe-

cho positivo, que é a total aplicação daquilo que foi assinado há dias pelos separatistas e com o acordo de Moscovo, em Minsk”. A alta representante garantiu que a União Europeia “não vai deixar essa opção cair”, sublinhando que “a Ucrânia precisa que o acordo seja aplicado totalmente e os russos e os separatistas sabem muito bem que não é só a Europa mas que a comunidade internacional está a olhar para a implementação destes acordos, que são cruciais para o futuro do país, da região e da população civil, que ao fim de quase um ano de conflito está a viver uma situação muito dramática no terreno”. Federica Mogherini adiantou ainda ter feito contactos nas últimas horas com a Alemanha, depois do telefonema, esta segunda-feira à noite, entre a chanceler alemã, Angela Merkel, e os presidentes russo e ucraniano, Vladimir Putin e Petro Poroshenko.

Cáritas Portuguesa lança hoje campanha nacional

Apoio às crianças refugiadas da Síria A Cáritas Portuguesa lança hoje uma campanha nacional de recolha de roupa, cobertores e agasalhos para as crianças refugiadas da Síria, “vítimas de um inverno excecionalmente rigoroso e duro”, anunciou a organização. A instituição apela aos portugueses, “independentemente da sua confissão religiosa”, para contribuírem para esta campanha, que decorrerá até 25 de fevereiro e pretende responder responde “a uma situação humana dramática”. Segundo se pode ler no comunicado da Cáritas, a campanha pretende “dar expressão ao valor da solidariedade e da cooperação inter-religiosa perante uma emergência humanitária como a que atinge a população refugiada síria”. E visa ainda “mobilizar todos os esforços” com um “objetivo único, comum e partilhado”: reco-

lher vestuário, cobertores, mantas e agasalhos para as crianças sírias dos campos de refugiados, que estão a sofrer com o frio intenso que já matou várias criança, refere a instituição em comunicado. “Como a UNICEF chamava a atenção recentemente, esta é a maior emergência dos últimos tempos para as crianças”, salienta a mesma entidade. A Cáritas lembra ainda que há quase dois milhões de crianças sírias refugiadas em países vizinhos, a maior parte no Líbano, Jordânia, Iraque, Turquia e Egito, e que “a violência e as deslocações forçadas terão transtornado profundamente a vida de mais de sete milhões de crianças na região”. Um estudo da UNICEF realizado em outubro e novembro do ano passado mostrou que cerca de duas

mil crianças sírias “estão em risco de morte e necessitam de tratamento imediato para sobreviver”. O relatório apontava que as regiões mais afetadas se situam no norte e leste do Líbano, onde os casos de “desnutrição severa” duplicaram nos últimos dois anos, e alertava que a chegada de mais refugiados e o aumento dos preços da comida poderia conduzir a uma “deterioração rápida”. A campanha é lançada em Lisboa numa cerimónia que conta com a presença do presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, do ex-presidente da República, Jorge Sampaio, e com uma plataforma de parceiros, designadamente a Comunidade Islâmica de Lisboa, a Comunidade Ismaili, a Cruz Vermelha, a Cruz de Malta, a Câmara Municipal de Lisboa, entre outras entidades.


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