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NÃO HÁ PACIÊNCIA NO BONFIM VITÓRIA DE SETÚBAL CONFIRMA RESCISÃO AMIGÁVEL COM TREINADOR

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Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |

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Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |

DIÁRIO NACIONAL

Ano CXLVII | N.º 25

Terça-feira, 19 de janeiro de 2015

GOVERNO GARANTE OS QUE SERVIÇOS DE URGÊNCIA FUNCIONAM BEM, MAS...

MORTES INVEST!GADA S n O Ministério da Saúde revela que estão a ser avaliadas as mortes que ocorreram em urgências hospitalares, para perceber se estão relacionadas com o tempo de atendimento, e garantiu que, se for o caso, serão apuradas as responsabilidades. Apesar disso, Leal da Costa refere que todos os anos ocorrem mortes em serviços de urgência e considera que os serviços “estão a funcionar bem e a dar resposta ao excesso de procura que se relaciona com a diminuição súbita da temperatura”, lembrando que “este inverno é o mais frio dos últimos 90 anos”...

PORTO

Socialistas tentam travar subconcessão do Metro e da STCP

TURISMO

INE divulga dados que confirmam 2014 como melhor ano de sempre

SUÍÇA

Sindicatos falam em “situação insustentável” para trabalhadores portugueses


local porto

2 | O Primeiro de Janeiro

Terça-feira, 20 de Janeiro de 2015

PS apresenta projeto de resolução para o Porto

Anular concurso de subconcessão da Metro e da STCP O PS apresenta hoje um projeto de resolução para anular o concurso de subconcessão da Metro do Porto e da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP). “A meia dúzia de meses das eleições, o Governo já não tem legitimidade política para avançar com um processo que é um atentado à Área Metropolitana do Porto”, justificou a socialista Ana Paula Vitorino, em declarações aos jornalistas no fim de várias reuniões com os trabalhadores e administrações das empresas. A mesma deputada do PS revelou que os serviços jurídicos do grupo parlamentar do PS estão “a analisar” a possibilidade de uma eventual ilegalidade no concurso, devido ao facto de a empresa a quem a subconcessão foi adjudicada poder ser considerada um operador local e estar, por isso, impedida de participar em procedimentos internacionais. “Ainda não temos resposta à análise dos serviços jurídicos. É uma questão que nos preocupa. Mas se o ponto de vista jurídico for razão bastante para anular o concurso,

Porto Exit Games

“Desafio simples” com vinho do Porto O vinho do Porto é o centro

METRO. Os serviços jurídicos do grupo parlamentar do PS estão “a analisar” a possibilidade de uma eventual ilegalidade no concurso de subconcessão do Metro do Porto e da STCP

melhor. Eles não ouviram entidades nenhumas, nomeadamente os trabalhadores – essa é outra razão que pode basear a anulação do concurso”, destacou a deputada socialista, que integra a Comissão de Economia e Obras Públicas. Ainda de acordo com a Ana Paula Vitorino, se os serviços jurídicos do grupo parlamentar concluírem pela ilegalidade da participação, “os trabalhadores envolvidos poderão apresentar queixa e o Tribunal de Contas, que terá de visar o contrato, ficará na posse de um elemento fundamental para a não emissão de visto”. Questionada sobre se a proximidade das eleições legislativas poderia gerar uma maior abertura do Governo relati-

vamente ao concurso da STCP e Metro do Porto, a deputada do PS considerou que “a marca de arrogância” da maioria “é cada vez mais forte”. “O Governo sabe perfeitamente que o povo não renovará a sua confiança e anda numa postura quase que maníaca de privatizar tudo o que resta”, observou, acrescentando: “Havendo uma diminuição da oferta, uma degradação do serviço, nomeadamente da qualidade do material circulante, havendo a certeza de que não vai haver expansão da rede de metro e havendo risco de despedimentos coletivos, não podemos de todo concordar com este procedimento”. José Luís Carneiros, presidente da Federação Distrital do PS/Porto, acom-

panhou as reuniões dos deputados e, aos jornalistas, vincou que o concurso “não salvaguarda o interesse público”. O dirigente socialista considerou “incompreensível que caderno de encargos não tenha sido devidamente estabilizado e consolidado antes de ser submetido à apreciação dos concorrentes”, notando que, “até à última hora, o Governo continuou a dar indicações em relação ao modo como caderno de encargos devia ser ajustado”. A administração da Metro do Porto e da STCP confirmou ter aprovado ontem a proposta de adjudicação ao consórcio catalão TMB/Moventis para a subconcessão da operação e manutenção das redes que operam na Área Metropolitana

Pedido oficial será formalizado em breve

Comunidade do Ave quer aderir à Rota do Românico A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Ave vai formalizar “em breve” o pedido de adesão daquele território à Rota do Românico, atualmente limitada ao Tâmega e Sousa. “Sim, é oficial, pretendemos aderir à Rota do Românico”, informou o diretor executivo da CIM do Ave. Gabriel Pontes explicou que a decisão foi deliberada oficialmente pelo agrupamento de municípios sediado em Guimarães e que aquele território espera em breve iniciar as reuniões políticas com os “vizinhos” do Tâmega e Sousa para determinar os contornos da eventual integração na Rota do Românico. Nesta fase, observou, têm-se realizado encontros “muito produtivos” entre técnicos das duas partes. O diretor da CIM do Ave revelou ainda que o alargamento deverá comportar todos os atuais municípios que integram a Comunidade Intermuni-

cipal da Ave: Guimarães, Famalicão, Vizela, Fafe, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Cabeceiras de Basto e Mondim de Basto. Segundo Gabriel Pontes, no Vale do Ave há cerca de 80 monumentos românicos em condições de integrar a rota, entre igrejas, mosteiros, pontes e edifícios militares. Mosteiro de Landim, em Famalicão, igreja de Serzedelo, em Guimarães, igreja de S. Romão de Arões, em Fafe, Castelo de Vieira do Minho, Mosteiro de Fontarcada, em Póvoa de Lanhoso e Capela da Tocha, em Vizela, são alguns dos monumentos mais conhecidos. O anúncio da CIM do Ave ocorreu poucos dias depois de o diretor regional de Cultura do Norte defender o alargamento da Rota do Românico do Tâmega e Sousa a outros territórios, como o Vale do Ave, para evitar a duplicação de estruturas e ganhar escala. “Não devemos duplicar estruturas de

gestão, quando elas já deram provas que funcionam. Se multiplicarmos as estruturas vamos tirar dimensão”, defendeu António Ponte. Este responsável pela cultura na região Norte falava, em Felgueiras, após ter assistido à assinatura de um contrato para restauro do órgão de tubos do Mosteiro de Pombeiro, um dos monumentos da Rota do Românico. “Se há outras regiões que querem ter a sua valorização do património românico, devem consultar a Rota do Românico e estabelecer protocolos de parceria”, destacou, argumentando que a Rota do Românico deve “perceber se está em condições de receber os municípios do Ave e se esses estão ao mesmo nível de velocidade do Sousa e do Tâmega para que não se verifiquem processos de abrandamento”. “Não tem sentido criar mais rotas do românico no território. Se tivermos todo o património do românico gerido ou a traba-

lhar de acordo com uma determinada normalização é muito mais fácil para que seja potenciado”, concluiu. Do lado do Tâmega e Sousa, há abertura para o alargamento, conforme afirmou Inácio Ribeiro, presidente da Valsousa, entidade gestora da Rota do Românico. Contudo, para o autarca de Felgueiras, “este é um processo que não pode ser feito com pressas”. “Só para se ter uma ideia, a rota surgiu em 98 com vontade firme de avançar, mas só 10 anos depois é que se apresentou”, disse, acrescentando: “Quem tem um percurso e um caminho feito tem de saber acolher bem quem está a chegar para que este movimento de recuperação dos imóveis e de promoção turística e cultural tenha mais força e acrescente valor. O património românico é um elemento que cose toda a região e seria um excelente cartaz de visita e de promoção”.

da “trama” montada pela Porto Exit Games, um desafio em versão atração turística no Porto no qual os participantes têm de escapar de uma sala em menos de 60 minutos. “O desafio é simples: os participantes assumem o papel de personagens de um filme que irão viver na vida real e no qual terão de escapar de uma sala em menos de 60 minutos. Para isso terão de trabalhar em equipa para encontrar as pistas, resolver os vários enigmas e conseguir escapar a tempo”, explicou Joaquim Valente, um dos promotores. O conceito dos “exit games” nasceu no Japão, quando se passou o desafio de um jogo de computador para a vida real, chegou à Europa através da Hungria e a estreia no Porto tem o “aliciante adicional de contar com temática bem local, um ex-líbris da cidade à escala Mundial”. “Contrariamente ao que se possa pensar os jogos não exigem conhecimentos matemáticos, de cultura geral ou até linguísticos pelo que o que realmente importa é que todos os participantes consigam comunicar eficientemente entre si e jogar como verdadeira equipa pois só dessa forma é possível escapar com sucesso”, acrescenta Tharcila Nomi, outra das empreendedoras do projeto, com origens japonesas. O Porto Exit Games arrancou em dezembro, já recebeu “largas dezenas de equipas”, que são compostas entre dois a cinco elementos (o jogo custa entre 40 a 50 euros), e o desafio com a temática do Vinho do Porto “deve durar um ano”, sendo que “a boa recetividade dos portuenses e turistas” está a “empurrar” os promotores para um segundo desafio, igualmente a desenvolver nas instalações da Praça Guilherme Gomes Fernandes.


Terça-feira, 20 de Janeiro de 2015

regiões

O Primeiro de Janeiro |

Garcia de Orta investiga óbito de senhora de 89 anos após nove horas de espera

Nenhuma anomalia detetada na morte de idosa Fonte do gabinete do ministro da Saúde disse que a Inspeção Geral das Atividades em Saúde encontra-se a acompanhar a investigação. Ex-pároco da Golegã acusado de abuso de criança

Versão diferente

O ex-pároco da Golegã acusado da prática de dois crimes agravados de abuso sexual de criança diz-se “agastado” e apresentou, ontem, ao tribunal a sua versão dos factos, “não integralmente coincidente” com a acusação, disse o seu mandatário. Rui Rodrigues, advogado de António Santos, disse aos jornalistas que o arguido deu a sua versão dos factos e que esta “não é integralmente coincidente” com a acusação do Ministério Público, fundamentalmente em relação a “pormenores e à intenção que lhe é atribuída”. O julgamento decorre no Tribunal Judicial de Santarém realizando-se à porta fechada dada a natureza dos crimes de que o padre é acusado. O advogado adiantou que o padre se encontra “agastado e preocupado”, tendo em conta que o caso se reporta a duas crianças de uma comunidade na qual estava integrado. Na contestação, o mandatário do arguido alega que os atos praticados nunca tiveram “qualquer instinto ou desígnio libidinoso”, não tendo o pároco tido, ao tocar nas menores, “perceção da parte concreta do corpo em que tocou”. A defesa afirma que António Santos “sempre foi cidadão e profissional exemplar”, sublinhando que, na altura, sofria de depressão e era seguido por um médico especialista.

A administração do Hospital Garcia de Orta, em Almada, avançou, ontem, que está a investigar a morte de uma idosa de 89 anos, no sábado, depois de esperar nove horas para ser atendida no serviço de urgência. O hospital de Almada, no distrito de Setúbal, avançou em comunicado que “já se encontra a investigar o sucedido”, mas adiantou que, para já, não detetou nenhuma situação anómala. “Após uma análise sumária e preliminar, podemos avançar que não foram detetadas quaisquer inconformidades no serviço prestado à senhora Maria Vitória, nem terá ocorrido qualquer situação anómala nos cuidados prestados”, continua a nota. Fonte do gabinete do ministro da Saúde disse que a Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) encontra-se a acompanhar a investigação em curso. Este é o segundo caso de morte no serviço de urgências do hospital, este ano, a merecer averiguação. No dia 11 de janeiro, um homem com cerca de 60 anos também morreu no serviço de urgência do Garcia de Orta, depois de ter recebido uma pulseira amarela na triagem, e de ter ficado três horas à espera de atendimento médico. A administração do hospital afirmou que levou a cabo uma investigação a este caso, o que permitiu concluir que “o doente padecia de uma doença grave, com vários dias de evolução, e o seu agravamento súbito, pelo carácter fulminante, tornou impossível qualquer procedimento em tempo útil que evitasse a morte”. De acordo com a administração do hospital, “o tempo de espera não influenciou o desfecho final, nem influenciaria mesmo que, em vez de ter esperado três horas, tivesse esperado apenas uma hora, de acordo com as recomendações da triagem de Manchester”. Numa nota enviada aos jornalis-

tas, a secção regional do sul da Ordem dos Enfermeiros lamentou as mortes ocorridas, alertando para o possível agravamento do “caos vivido nas urgências durante a época festiva”, devido à época alta da gripe. Esta secção da Ordem dos Enfermeiros afirma ainda que esta situação “é de elevada relevância, sendo necessário assumir, com coragem, políticas concretas para esta área de atividade”. Demissão de Macedo exigida

GARCIA DE ORTA. Este é o segundo caso de morte no serviço de urgências do hospital, este ano, a merecer averiguação

Redução de comboios

PS de Cascais critica postura de Carlos Carreiras O presidente da Concelhia do PS de Cascais, Luís Reis, acusou, ontem, o presidente da Câmara, Carlos Carreiras (PSD/CDS-PP), de “agir tardiamente” na defesa da Linha de Cascais e dos interesses dos munícipes. “O presidente da câmara continua a agir tardiamente e a desvalorizar o serviço da Linha de Cascais para justificar a sua concessão a privados, da qual sairemos todos prejudicados”,

lamentou o socialista. Esta acusação de Luís Reis surge depois de Carlos Carreiras se ter manifestado contra a redução de comboios em circulação na Linha de Cascais fora das horas de ponta, que a CP determinou para vigorar a partir desde o último domingo. “Marca estas reuniões para criar um palco político, quando o que ele devia ter feito era antecipar esta situação e ter evitado este desinvestimento. Queríamos ver o presidente da câmara a defender os munícipes e não a defender a estratégia de privatização do governo”, afirmou Luís Reis.

A Plataforma Lisboa em Defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) exigiu, ontem, a demissão do ministro da Saúde, a quem fez chegar uma carta responsabilizando-o “pela situação caótica nas urgências e mortes por alegada falta de assistência”. O documento foi entregue por uma dúzia de elementos da Plataforma, que antes explicaram à comunicação social as razões da iniciativa, nomeadamente “os sucessivos desinvestimentos no SNS” que “conduziram à saída de milhares de profissionais de saúde, à redução do número de camas até de doentes agudos, ao fecho de extensões, centros de saúde e urgências”. O aumento das taxas moderadoras, ao mesmo tempo que as condições económicas e de vida dos portugueses se agravaram, é outro dos factos apontados pela Plataforma como responsáveis pelo “condicionamento do acesso ao SNS” e que resultaram na sua “rápida degradação”. Sebastião Santana, do Sindicato dos Trabalhadores das Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas e um dos elementos da Plataforma, disse aos jornalistas que “desde 2009 saíram do SNS 6.100 trabalhadores, provocando um aumento das horas extraordinárias realizadas (em 2014 foram realizadas mais de 8,4 milhões) e, consequentemente, um aumento dos ritmos de trabalho”. Para este sindicalista, o Governo já mostrou que não tem capacidade para mudar esta situação e o ministro Paulo Macedo deve, por isso, demitir-se. Na missiva dirigida a Paulo Macedo, a Plataforma escreve que “a responsabilidade pela situação caótica nas urgências e mortes por alegada falta de assistência é do seu ministério e a culpa é das políticas que tem posto em prática”.


4 | O Primeiro de Janeiro

nacional

Terça-feira, 20 de Janeiro de 2015

Ministério da Saúde avalia mortes nas urgências

V jornadas “Consolidação, Crescimento e Coesão”

“Serão apuradas responsabilidades” O Ministério da Saúde revela que estão a ser avaliadas as mortes que ocorreram em urgências hospitalares, para perceber se estão relacionadas com o tempo de atendimento, e garantiu que, se for o caso, serão apuradas as responsabilidades. A informação foi dada aos jornalistas pelo secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, à margem da apresentação do relatório sobre a evolução das taxas de cesariana em Portugal. “Estamos a avaliar em relação a este número de mortos, as circunstâncias em que ocorreram”, para perceber se foram “mortes indevidas relativamente ao contexto de saúde e ao local onde se encontravam, disse, lembrando que “não

PSD tenta promover emprego pelo país

URGÊNCIAS. O secretário de Estado considera que os serviços “estão a funcionar bem e a dar resposta ao excesso de procura que se relaciona com a diminuição súbita da temperatura”

há sistemas perfeitos” e que, por isso, importa “perceber de forma clara se estão relacionadas com falhas do sistema”. Fernando Leal da Costa indicou que, após essa “análise aturada” para verificar se em termos estatísticos o que está a ocorrer em termos de mortes é acima do esperado e o que correu mal, as responsabilidades serão apuradas. O mesmo responsável sublinhou, contudo, que afirmar à partida que a existência de mais casos tem a ver com

o tempo de atendimento é prematuro. Segundo o governante, os “indicadores mostram que o tempo médio este ano até é mais baixo do que em anos anteriores” e “a mortalidade é inferior a 2011 e muitíssimo inferior a 1999, ano de mortalidade excessiva”. Leal da Costa lembrou ainda que todos os anos ocorrem mortes em serviços de urgência, o segundo serviço com maior número de mortes nos hospitais, a seguir às unidades de cuidados intensivos.

O secretário de Estado para a Saúde considera que os serviços “estão a funcionar bem e a dar resposta ao excesso de procura que se relaciona com a diminuição súbita da temperatura” e lembra que este inverno é o mais frio dos últimos 90 anos, a que acresce a circulação do vírus da gripe. Segundo os últimos dados oficiais conhecidos, neste inverno já morreram sete pessoas em urgências hospitalares.

Trabalhadores consulares e professores desesperam

“Situação insustentável” na Suíça O Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas (STCMD) alerta para a “situação insustentável” dos funcionários que trabalham na Suíça, criada pelo fim da taxa de câmbio mínima, decidida pelo banco central helvético. Em comunicado, o STCMD considera que a decisão do banco central de decretar a paridade entre o euro e o franco suíço, assim deixando cair a taxa de câmbio mínima de 1,20 euros sobre a moeda local, “atirou todos os trabalhadores dos postos consulares e diplomáticos na Suíça para uma situação insustentável”. A alteração, que entrou em vigor na sexta-feira, “agravou substancialmente a situação financeira” daqueles funcionários, “em paralelo asfixiados por um injusto sistema de tributação fiscal, que persiste em considerar os trabalhadores residentes em Portugal”, critica o sindicato. Alexandre Reis, funcionário consular na embaixada de Portugal em

Berna, explicou que a paridade entre o euro e o franco suíço, associada ao facto de os vencimentos dos funcionários portugueses serem transferidos para a Suíça em euros, vai afetar cerca de 50 pessoas, que trabalham na referida embaixada, nos consulados em Zurique e Genebra e nos escritórios consulares em Sion e Lugano. “Esses funcionários, a partir deste mês, passam a receber vencimentos de miséria”, na ordem dos 2500 a 3000 euros, que, em Portugal, serão considerados “muito elevados”, mas equivalem, na Suíça, a três horas de trabalho de uma mulher das limpezas, compara Alexandre Reis, sublinhando que “o franco suíço já valia mais do que o euro” hoje. “É impossível, de todo, alguém poder sobreviver com 2500 francos suíços, ou 3000 francos suíços, pagando rendas de casa de 1800 francos suíços” e tendo ainda despesas com alimentação e filhos, garante. Alexandre Reis recorda que o estatuto profissional dos funcionários esta-

belece “uma salvaguarda” nos casos de “uma desvalorização superior a 7,5%”, dando direito a atualização salarial ou compensação pela perda. “Hoje já estamos a 20%”, realça. Com tabelas salariais desatualizadas e “acentuada perda de poder de compra”, o que “valeu” àqueles funcionários, “nos três últimos anos, foi precisamente a decisão agora revogada, que pôs fim à situação de variação cambial livre existente”, recorda o STCMD. O sindicato vai ainda “denunciar” o caso aos grupos parlamentares, ao primeiro-ministro e ao Presidente da República. “Não devemos esquecer a responsabilidade dos governantes portugueses, que deixaram, ao longo de demasiados anos, arrastar uma situação salarial incompatível com a dignidade das funções exercidas”, concluiu. Entretanto, o secretário-geral do Sindicato dos Professores no Estrangeiro (SPE/Frenprof), Carlos Pato, também alertou para a situação de emergência

dos docentes na Suíça, pedindo uma ação imediata das autoridades portuguesas. “Exigimos uma resposta rápida para reposição dos salários (…) o reflexo da decisão da banca central suíça é terrível para os salários dos professores”, disse Carlos Pato, representante do SPE/ Frenprof, baseado no Luxemburgo. Sem resposta das autoridades portuguesas, a gravidade da situação poderá “colocar em causa seriamente a continuidade do ensino do português na Suíça”, alertou, destacando: “Em termos remuneratórios, é muito difícil. A grande maioria dos professores que está cá, neste momento ganha metade do que ganhava há 10 anos. Agora, os professores não têm condições de subsistência”. Este professor alertou ainda que o Governo deve “resolver a situação de imediato” ou corre-se o risco de “rotura total”, dado que se trata de uma “situação de emergência, particularmente para os professores com menos anos de serviço e que vivem sozinhos”.

O PSD promove, a partir de amanhã e até dia 31, as V jornadas “Consolidação, Crescimento e Coesão”, dedicadas ao emprego, contando a sessão inaugural, em Lisboa, com a presença do primeiroministro, Passos Coelho. Este é já o quinto ciclo das jornadas “Consolidação, Crescimento e Coesão”, sendo estas sobre o Caminho para o Crescimento e o Emprego – Uma estratégia de reforma de médio prazo para Portugal. A partir de amanhã e até dia 31 de janeiro, todos os distritos de Portugal Continental vão receber membros do Governo – ministros e secretários de Estado – e da Comissão Política Nacional do PSD para discutir este tema, estando o arranque marcado para Lisboa, com o presidente do partido e primeiro-ministro, Passos Coelho. Entre as várias sessões, destaque para sexta-feira, em Castelo Branco, com a presença do ministro da Saúde, Paulo Macedo, e no sábado, em Leiria, onde o ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, vai então falar sobre crescimento e emprego. Dia 28 de janeiro é a vez da ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, representar o Governo nestas jornadas na sessão no Porto, enquanto, em Santarém, estará o ministro da Defesa Nacional, José Pedro Aguiar-Branco, e em Aveiro, o ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Luís Marques Guedes. Setúbal e Coimbra são os distritos em destaque no dia 29 de janeiro, cujas sessões das jornadas contam com a participação do ministro da Educação, Nuno Crato, e do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, respetivamente. O encerramento das V jornadas “Consolidação, Crescimento e Coesão” sobre o Caminho para o Crescimento e o Emprego - Uma estratégia de reforma de médio prazo para Portugal está marcado para Braga, a 31 de janeiro, e a sessão está a cargo do secretário de Estado das Finanças, Manuel Rodrigues, e do primeiro vice-presidente do PSD Jorge Moreira da Silva.


Terça-feira, 20 de Janeiro de 2015

economia

O Primeiro de Janeiro |

Portugal em destaque no terceiro trimestre de 2014 nos países da OCDE

Maior aumento de emprego da zona euro

Trabalhadores da PT querem anular AG

Mais informações

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Grupo PT (STPT), Jorge Félix, disse, ontem, que o regulador vai pedir mais informação à PT SGPS, nomeadamente sobre os efeitos de uma eventual reversão e a própria fusão. A três dias da assembleia-geral da PT SGPS, na quinta-feira, a Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM) informou o STPT que “há mais informação” do que aquela que havia na primeira reunião magna de 12 de janeiro, mas “continua a considerar que ainda há informação que não está claramente esclarecida”. Entre ela, disse Jorge Félix, após uma reunião com o presidente do regulador, Carlos Tavares, estão os efeitos de uma eventual reversão da fusão e os pareceres jurídicos, sendo que uns consideram possível a reversão da fusão e outros consideram que a mesma já não pode voltar atrás. “A CMVM diz que isso devia ser melhor esclarecido e que não está claramente definido, disse Jorge Félix. O presidente do sindicato frisou que o assunto está nas mãos dos acionistas ou na possibilidade do presidente da mesa, António Menezes Cordeiro, vir a considerar que não há condições para uma decisão dos acionistas em consciência e adiar mais uma vez a reunião magna, explicando que só pode haver dois adiamentos.

Mota Soares diz que Portugal quer ser pioneiro a lançar o combate, ao nível da União Europeia, ao desemprego de longa duração. Portugal foi o país da zona euro que registou o maior acréscimo da taxa de emprego no terceiro trimestre do ano passado, ao aumentar 0,6 pontos percentuais para 63%. Segundo os dados da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), ontem divulgados, a taxa de emprego na zona euro registou o quarto aumento consecutivo no terceiro trimestre de 2014, tendo aumentado 0,1 pontos percentuais, para 64%, no terceiro trimestre. Depois de Portugal, os maiores acréscimos da taxa de emprego da zona euro foram registados na Grécia (mais 0,5 pontos para 49,7%), Irlanda (mais 0,5 pontos para 61,9%), República Eslovaca (mais 0,3 pontos para 61,0%) e Alemanha (mais 0,3 pontos para 74%). Em relação à zona OCDE, a taxa de emprego, definida a parte das pessoas em idade de trabalhar com emprego, esta aumentou 0,1 pontos percentuais para 65,7% no terceiro trimestre de 2014, mais 0,5 pontos do que um ano antes, mas menos 0,8 pontos do que o nível registado no segundo trimestre de 2008. Comparado com o segundo trimestre de 2014, a taxa de emprego da zona OCDE para os jovens, com idades entre os 15 e 24 anos, manteve-se estável em 39,7% no terceiro trimestre, depois de dois trimestres a subir. “Portugal quer ser pioneiro”

O ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Mota Soares, disse, ontem, em Bruxelas que Portugal quer ser pioneiro a lançar o combate, ao nível da União Europeia, ao desemprego de longa duração, a exemplo do juvenil. “Da mesma forma que Portugal foi pioneiro na discussão e na aplicação da Garantia Jovem, entendemos que é muito importante agora sermos pio-

EMPREGO. Portugal vai lançar dois programas específicos dirigidos a desempregados de longa duração com mais de 30 anos

Em linha com Europa

Bolsa de Lisboa fecha sessão a valorizar

O principal índice da bolsa de Lisboa, PSI20, encerrou, ontem, a subir 0,82% para 5.059,92 pontos, com o BCP a liderar os ganhos e a subir 4,87%. Das 18 cotadas que integram o PSI20, 10 terminaram a subir, uma (Semapa) ficou inalterada em relação à cotação de sexta-feira (10,4 euros) e sete encerraram a descer, com a PT SGPS no

topo das perdas (-4,69%). As principais bolsas europeias também encerraram no verde e os ganhos variaram entre os 1,18% de Madrid e os 0,35% de Paris. Por seu turno, os juros da dívida portuguesa desceram em todos os prazos. A dez anos estavam a cair para 2,494%; no mesmo sentido, os juros a dois anos estavam a descer, para 0,407%, um mínimo de sempre. No prazo de cinco anos, os juros também estavam a descer, para 1,431%, contra 1,460% na sexta-feira.

neiros a falar do caso do desemprego de longa duração porque é também certamente um problema forte a nível europeu”, explicou. O desemprego de longa duração, salientou o ministro, “é um problema económico, mas é acima de tudo um problema social”, adiantando a necessidade de encontrar medidas para combatê-lo. Portugal vai lançar dois programas específicos dirigidos a desempregados de longa duração com mais de 30 anos “porque reconhecemos que o desemprego de longa duração continua a ser um problema efetivo para muitos portugueses”. Mota Soares adiantou que uma das medidas - Vida Ativa – serve para “dar formação em meio de trabalho, em local de trabalho, a desempregados de longa duração”. Ao mesmo tempo, salientou, o Governo vai lançar o programa Reativar, que prevê a criação de estágios “para dar uma segunda oportunidade”. Com a medida Vida Ativa, de formação de desempregados de longa duração em contexto de local de trabalho, o Governo vai gastar 30 milhões de euros e pretende atingir 20 mil trabalhadores até abril, bem como a medida Reativar, que visa criar oportunidades para desempregados com mais de 31 anos. Com esta medida, que conta com uma majoração no caso de os beneficiários serem desempregados com mais de 45 anos, o Governo quer atingir 12 mil portugueses ao longo de todo o ano, estimando investir neste programa 43 milhões de euros. A medida ativa de emprego – REATIVAR – tem como objetivo promover a reintegração profissional de pessoas desempregadas de longa duração e de muita longa duração, com mais de 30 anos de idade, através da realização de estágios profissionais. Estes estágios profissionais destinam-se a desempregados inscritos há pelo menos 12 meses nos centros de emprego e que nunca tenham sido abrangidos por uma medida ativa de emprego deste género. Os estagiários receberão uma bolsa que pode variar entre o valor de 1 Indexante dos Apoios Sociais (IAS), que corresponde a 419,22 euros, e o equivalente a 1,65 IAS, dependendo do seu nível de qualificação.


6 | O Norte Desportivo

desporto

Terça-feira, 20 de Janeiro de 2015

Benfica fez um percurso quase perfeito na primeira volta da I Liga

Seis pontos para gerir até ao bi-campeonato «Onze» de Jorge Jesus conseguiu mais um feito inédito ao concluir pela quarta vez consecutiva a primeira volta na liderança. O campeão Benfica fez um percurso quase perfeito na primeira volta da I Liga e fechou-a seis pontos à frente do FC Porto, «prometendo» um «bis» que não consegue desde 1983/84. Após uma pré-época preocupante e uma razia no «onze» que tudo ganhou em 2013/14, os «encarnados» superaram as melhores expetativas, somando 15 vitórias e apenas um empate e uma derrota, num aproveitamento de 90,2 por cento. O Benfica liderou o marcador, em algum momento, em todos os jogos, incluindo no 1-1 com o Sporting e no 1-2 em Braga, com um futebol muitas vezes mais pragmático do que com «nota artística», mas em clara subida exibicional. Os «encarnados» venceram os últimos nove encontros e não sofrearam golos nos derradeiros sete, incluindo um marcante 2-0 no Dragão, com um «bis» de Lima, a fazer lembrar os de César Brito (1990/91) e Nuno Gomes (2005/06). O jovem Talisca foi a revelação e resolveu, individualmente, muitos problemas no início da época, totalizando nove golos, num percurso em que começou como segundo avançado e, depois, recuou para substituir Enzo Perez, que se depediu em dezembro. O «onze» de Jorge Jesus conseguiu mais um feito inédito na história do Benfica, ao concluir pela quarta vez consecutiva a primeira volta do campeonato na liderança. Os comandados de Jorge Jesus superaram, assim, o «tri» do início da década de 60 do século passado, entre 1962/63 e 64/65, com três técnicos diferentes: o chileno Fernando Riera, o húngaro Lajos Czeizler e o romeno Elek Schwartz. Jackson em destaque

Os «dragões» deram «carta-branca» ao espanhol Julen Lopetegui e são segundos, mas os bons resultados só agora começam a aparecer, no cam-

peonato. Entretanto, já «voaram» 11 pontos, cinco face aos principais rivais. A derrota caseira com o Benfica deixou os «dragões» a seis pontos, mas o FC Porto não desistiu e venceu os últimos quatro jogos, mantendo-se na corrida a não perder dois campeonatos consecutivos – já não sucede desde o período 1999/2002. Jackson Martinez, autor de 14 golos, tem sido a principal figura, a par de Brahimi e Oliver, este um dos poucos espanhóis que tem correspondido - em oposição à contratação «milionária» Adrian Lopez -, e dos laterais Danilo e Alex Sandro. Tello, Casemiro e Herrera também merecem positiva. Jackson terminou a primeira volta na liderança dos marcadores e está bem posicionado para igualar um feito único do brasileiro Mario Jardel. Caso mantenha o comando da lista até final da temporada, o 9 dos «dragões» tornar-se-á apenas o segundo jogador da história da prova a consagrar-se melhor marcador nas primeiras três épocas no campeonato luso. A crise interna

I LIGA. O Benfica, «campeão de Inverno», soma 15 vitórias e apenas um empate e uma derrota, num aproveitamento de 90,2 por cento

Frente a Thompson

João Sousa passa primeira ronda na Austrália

O tenista português João Sousa caiu, ontem, três posições no «ranking» mundial, ocupando agora a 55.ª posição, num dia em que se estreou com um triunfo no Open da Austrália, primeiro torneio do Grand Slam da temporada. Em Melbourne, João Sousa superou Jordan Thompson, 274.º, pelos parciais de 6-4, 7-6 (7-5) e 6-4, qualificando-se para a segunda

ronda, depois de em 2014 ter caído logo na estreia. Gastão Elias, que falhou a qualificação para o Open da Austrália, manteve a 143.ª posição, enquanto Rui Machado subiu 17 postos e é agora 277.º. No «top-10» não houve alterações, com o sérvio Novak Djokovic a manter-se à frente do suíço Roger Federer e do espanhol Rafael Nadal. Michelle Larcher de Brito manteve a 120.ª posição na hierarquia feminina, que continua a ser liderada pela norte-americana Serena Williams.

A fechar o pódio, surge o Sporting, que se assumiu como candidato, mas cedo começou a comprometer a candidatura e quase não sobreviveu ao «conflito» entre o treinador Marco Silva e o presidente Bruno de Carvalho. As trocas de palavras, via imprensa e redes sociais, quase redundou em rotura, mas tudo serenou e o Sporting só segue atrás de Benfica e FC Porto, num trajeto marcado pelo regresso feliz de Nani, que tem sido a «estrela» da companhia. A quatro pontos dos «dragões» e 10 das «águias», os «leões» dificilmente poderão acabar com uma seca que se prolonga desde 2001/02, até pelas dificuldades que a equipa enfrenta, consecutivamente, nos jogos caseiros com equipas inferiores. Em «grande», a dois pontos do Sporting, está um sensacional Vitória de Guimarães, de Rui Vitória, que assenta numa série de jogadores lusos de qualidade. Fora da primeira metade, Marítimo (11.º) e Nacional (12.º) têm dececionado e estão muito longe da Europa. Boavista, Arouca, Vitória de Setúbal e Académica estão, para já, acima da «linha de água», enquanto Penafiel e Gil Vicente seguem nos dois últimos lugares.

V. Setúbal e Domingos rescindem contrato

Fim da linha

O Vitória de Setúbal confirmou, ontem, a saída do treinador Domingos Paciência face aos maus resultados da equipa, que no domingo voltou a perder em casa, por 3-1, com o Sporting de Braga. “O Conselho de Administração da Vitória Futebol Clube - SAD comunica que chegou, ao início da tarde desta segunda-feira, a entendimento com o, até agora, treinador principal da equipa de futebol profissional, Domingos Paciência, para a revogação de contrato de trabalho por mútuo acordo”, refere um comunicado do clube sadino. A SAD do Vitória de Setúbal lamenta que o trajeto desportivo da equipa não espelhe o trabalho desenvolvido e promete envidar esforços no sentido de “contratar um treinador com o perfil adequado às necessidades deste histórico emblema”. Domingos Paciência deixa o Vitória de Setúbal no 15.º lugar da I Liga de futebol, com 14 pontos e protagoniza a terceira ‘chicotada psicológica’ da época. As alterações nas equipas técnicas do primeiro escalão começaram logo ao fim da terceira jornada, quando José Mota substituiu João de Deus, que orienta atualmente o Sporting B. Logo na jornada seguinte, foi a vez de Ricardo Chéu, que agora treina o Académica de Viseu, deixar o Penafiel, «entregando» o cargo a Rui Quinta.


20 de Janeiro de 2015 Terça-feira, 7 de de 2014 Terça-feira, 30Outubro Dezembro de 2014

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MADEIRA - “EVOLUÇÃO NA CONTINUIDADE” Disse o demissionário presidente do governo regional da Madeira: “o que mais me enche cá dentro é a transformação social”. Ora bem, todo o País se transformou, obviamente. Basta comparar com os indicadores de 1974. Depois da Revolução, com a abertura ao exterior, com a integração europeia, com os milhares de milhões que aqui entraram, não André Escórcio* ter havido substanciais melhorias desses índices, seria muito grave. Porém, o problema não é esse. Interessa sobretudo avaliar, à luz de muitos indicadores, se os resultados foram ou são proporcionais ao investimento. No essencial, como se encontra a economia, as finanças, a educação, a saúde, a mentalidade, a pobreza, a emigração, enfim, todos os sectores determinantes no apuramento do “índice de desenvolvimento humano”. Já agora, como estamos hoje de AUTONOMIA ou de DEPENDÊNCIA! O Presidente do Governo demissionário sabe, então não sabe, que CRESCIMENTO é uma coisa; DESENVOLVIMENTO é outra bem diferente. Mas, habilmente, confunde-os. Oxalá tivesse havido aquilo que ele designou por “transformação social”. Simplesmente porque não basta um olhar pouco cuidado sobre a taxa de alfabetização, a expectativa do número de anos de vida e o PIB para atestarmos do grau de bem-estar. Há muitos outros indicadores e esses não devem ser ignorados. Mas continua a falar como se todos fossem parolos. Com eleições legislativas lá para o final de Março, o problema é saber como é que a Oposição lidará com as expectativas dos madeirenses e portosantenses demonstrada nas últimas autárquicas. Pelo que assisto nada de bom vem a caminho. Um dos significados da palavra teimosia poderá ser o do apego obstinado às suas próprias ideias. É diferente, no âmbito político, de um apego cego ao caminho que se julga ser o melhor. Em múltiplas situações ser obstinado transporta consigo o fermento da determinação e do êxito. Já a cegueira, embora vendo, impede qualquer flexibilidade em busca do caminho desejável. E o que se está a passar no plano político, no quadro de uma oposição responsável, é, claramente, a opção pela cegueira. Há quem não queira ver o descalabro; há quem prefira continuar oposição do que assumir a responsabilidade governativa; há quem, levianamente, esteja nas tintas para um povo que deseja uma alternativa, ao colocar, em primeiro lugar, o interesse do grupinho; há quem se assuma como históricos oposicionistas, mas que não mexem uma palha no sentido de dizer não ao previsível descalabro; há quem se julgue traçado para altos voos, mas nunca na terra que os viu nascer; há quem pela frente assuma, de forma clarividente, uma dada situação, mas logo a seguir dê indícios de estar a tratar da sua vidinha. E, entretanto, os dias vão passando e os mesmos de sempre, os que conduziram a Região ao desastre, sentam que o terreno está fofo e nem será preciso cavar em demasia. Porque o terreno está livre de embaraçadoras pedras. Bastará um ancinho para achanar e plantar mais uns anos de enganadoras promessas. Acordem, por favor, mais que não seja, pelo respeito que a memória impõe. www.comqueentao.blogspot.com

Secretário de Estado do Turismo satisfeito

“2014 foi o melhor ano de sempre” O secretário de Estado do Turismo congratula-se com os dados de novembro do turismo agora conhecidos, destacando que confirmam 2014 como “o melhor ano de sempre” do setor e traduzem um crescimento das dormidas três vezes superior a Espanha. “Os dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística confirmam que 2014 foi o melhor ano de sempre do turismo em Portugal, com crescimentos superiores a 10% face ao ano recorde, quer se considere o número de dormidas, o número de hóspedes ou os proveitos da hotelaria. E confirmam que estamos a crescer mais do triplo de Espanha em termos de dormidas”, refere Adolfo Mesquita Nunes. Salientando que “nenhum destino turístico se constrói em três anos”, o mesmo governante reiterou que estes resultados demonstram que “há muita gente a fazer muita coisa muito bem feita há muitos anos, das empresas aos seus trabalhadores, das escolas de hotelaria aos seus alu-

nos, das regiões e autarquias às suas populações, dos vários governos, deste e do anterior”. “Se tiver de escolher um responsável, um protagonista, seria o setor privado, individualmente ou nas agências de promoção turística, que, com empenho, capacidade de empreender e de inovar, dão cartas no turismo mundial”, destacou ainda Mesquita Nunes. As dormidas na hotelaria em Portugal mantiveram em novembro de 2014 um crescimento homólogo de dois dígitos, aumentando 11,4% para 2,4 milhões, mas com uma ligeira desaceleração, sobretudo no mercado interno, segundo os dados agora divulgados pelo INE. Segundo este Instituto, para a desaceleração de 2,5 pontos percentuais face à taxa observada no mês precedente contribuiu quer o mercado interno, que cresceu 5,9%, menos que no mês anterior (+12,5%), quer, em menor grau, os mercados externos, que passaram de um crescimento de 14,4% em outubro para 13,9% em novembro.

Entre os principais mercados emissores, destaque para os crescimentos registados pela Bélgica (+57,1%), França (+37,7%), Brasil (+21,1%) e Irlanda (+20,8%), tendo Espanha sido a exceção, ao recuar 9,0%. A estada média na hotelaria em novembro foi 2,53 noites (+2,3%) e a taxa líquida de ocupação-cama 29,1% (+1,9 p.p.), tendo os proveitos totais aumentado 15,8% e os de aposento 14,7%, em linha com o mês anterior (+15,2% e +16,3%), para 113,4 e 75,3 milhões de euros, respetivamente. Ainda de acordo com o INE, no mês em análise o RevPAR (rendimento por quarto disponível) foi 20,4 euros (+10,3% em novembro e +11,6% em outubro). Em novembro de 2014, os estabelecimentos hoteleiros registaram 929,3 mil hóspedes e 2,4 milhões de dormidas, o que representa aumentos homólogos de 8,8% e 11,4%, respetivamente, abaixo dos 14,0% e 13,9% de outubro.

“Um dos monumentos mais procurados da cidade e do Norte”

Palácio da Bolsa bate recorde de visitantes O Palácio da Bolsa recebeu em 2014 um número recorde de 250 mil visitantes, mais 15% do que em 2013, o que faz deste monumento nacional “um dos mais procurados da cidade e do Norte”, informa a Associação Comercial do Porto (ACP), proprietária do imóvel. Sede da própria ACP, o palácio foi sobretudo visitado por turistas estrangeiros, com destaque para os oriundos de França, Espanha, Alemanha, Brasil e Itália, representando os portugueses cerca de um quarto das presenças. No total, revela a ACP, em 2014 foram 253 784 os turistas que participaram em visitas guiadas ao Palácio da Bolsa, mais 33 mil do que no ano anterior. O número de visitantes portugueses, que ultrapassou os 68 mil, registou um crescimento de 146% face aos 27 mil do ano anterior, ultrapassando os franceses (37 mil) e os espanhóis (30 mil) no ‘ranking’ dos países de origem dos turistas que visitaram o palácio. Ainda de acordo com os dados da mesma associação, na lista de nacionalidades mais representadas entre os visitantes destacam-se ainda a Alemanha (mais de 14 mil), o Brasil (12

mil), a Itália (10 mil) e a Áustria (mais de 9 mil). Segundo a ACP, o Palácio da Bolsa – que comemorou a 24 de dezembro o seu 180.º aniversário - acolheu em 2014 visitantes provenientes de 47 países dos cinco continentes e de origens “tão longínquas como as Filipinas, a Indonésia, a Malásia ou a Nova Zelândia”. Estes números, nota, não contabilizam a afluência a congressos, conferências, concertos, feiras e eventos diversos. A construção do Palácio da Bolsa foi iniciada em 1842 e decorreu ao longo de três gerações, tendo numerosos mestres e artífices estado envolvidos na edificação do monumento de estilo neoclássico, classificado como património nacional e situado no centro histórico da cidade do Porto, classificado pela Unesco como património da humanidade. No seu interior, descreve a ACP, “para além do imponente risco arquitetónico do Pátio das Nações ou do famoso Salão Árabe, sobressaem, entre outros, o sentido simbólico e a grande originalidade estética do seu mobiliário, a minúcia dos estuques decorativos, o detalhe dos soalhos magistralmente marcheta-

dos e embutidos, os brasões e representações heráldicas, as belíssimas esculturas e uma imensa profusão de gigantescas telas de óleos e frescos dos grandes mestres portugueses”. Na construção do palácio participaram importantes vultos da arquitetura de época, como Joaquim da Costa Lima (1840-1860), Gustavo Adolpho Gonçalves e Sousa (1860-1879), Tomás Augusto Soller (1879-1883), José de Macedo Araújo Júnior (1883-1890), Joel da Silva Pereira (1894-1899) e José Marques da Silva (18891910), para além de reconhecidos nomes da pintura e escultura como Luigi Manini, António Ramalho, António Carneiro, Veloso Salgado, Marques de Oliveira, Soares dos Reis, Eduardo Malta, Teixeira Lopes e Henrique Medina, entre outros. Atualmente classificado também como centro cultural e de conferências, o Palácio da Bolsa está ainda preparado para a realização de concertos, palestras, apresentações, assembleias gerais, receções, congressos, incentivos, conferências, mostras comerciais, leilões, exposições, passagens de modelos e outros eventos de médio porte.

Reparação da conduta de água em Rio Tinto

Obras começam para a próxima semana A empresa Águas do Douro e Paiva (AdDP) prevê que avance na próxima semana a reparação da conduta que a 04 deste mês rebentou na avenida Dr. Domingos de Sá, em Rio Tinto, Gondomar. Fonte da empresa informou que a obra está parada devido à espera por “material específico que já está encomendado”. “O material deve chegar até ao fim desta semana e na próxima acreditamos que já seja possível repor as condições de normalidade da via pública”, disse. O facto

de a conduta que rebentou em Rio Tinto, Gondomar, ter “perto de 40 anos” condicionou a obra, mas a AdDP sublinhou que o abastecimento na zona “nunca esteve condicionado” graças ao auxílio de uma segunda conduta “de traçado semelhante”, que tem cerca de 12/15 anos. A empreitada vai seguir por etapas, sendo a limpeza e os testes de ensaio prioridade, seguindo-se a pavimentação do buraco, indicou fonte da empresa. O rebentamento de uma conduta de água

na avenida Dr. Domingos de Sá, junto à igreja de Rio Tinto, provocou no primeiro domingo de 2015 danos materiais em oito viaturas, além de estragos nos pavimentos, o derrube de árvores e inundações em caves e garagens. À data do rebentamento da conduta, a AdDP garantiu que assumia a responsabilidade dos estragos provocados, adiantando que iria acionar os mecanismos necessários para uma avaliação rigorosa dos prejuízos e danos ocorridos.


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