MUNDIAL COM 48 PAÍSES FIGO APRESENTA PROGRAMA DE CANDIDATURA NO ESTÁDIO DE WEMBLEY
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DIÁRIO NACIONAL
Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |
Ano CXLVII | N.º 42
Sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015
Líder do PS diz que chegou o momento de viragem em Portugal e na Europa
PEDR A
F!NAL
n António Costa considera “sábias” as críticas do presidente da comissão europeia à troika, fazendo votos para que constituam uma oportunidade para os governos travarem o caminho para o “precipício”. “O que disse o presidente Juncker é a pedra que faltava para encerrar definitivamente este ciclo político”, destacou o líder do PS, dizendo esperar que os governos europeus saibam compreender “a profundidade da mensagem”, em particular o executivo português que tem sido “ultra campeão” da política que fracassou...
PORTO
Câmara Municipal de Paços de Ferreira vai recorrer ao FAM
NOVO BANCO
Clientes lesados pelo BES voltam a invadir instalações e a exigir medidas do BdP
PISA 2015
Testes por computador e maior peso da ciência são as novidades
local porto
2 | O Primeiro de Janeiro
Sexta-feira, 20 de Fevereiro de 2015
Manuel Pizarro e a recuperação habitacional do centro histórico
“Enorme mudança política” O vereador da Habitação na Câmara do Porto revelou o início de uma “enorme mudança política” no centro histórico, onde espera recuperar mais de 200 casas municipais e ter prontas as primeiras 30 até ao fim de junho. “Temos a expectativa de atingir a reabilitação num número superior a 200 fogos. Esta é uma enorme mudança política da Câmara do Porto, que se vai esforçar para usar os seus recursos para promover a habitação em vez de alienar património e contribuir para a desertificação do centro histórico”, começou por destacar Manuel Pizarro. Num momento em que decorre um estudo às condições de todo o património municipal do centro histórico, a Câmara avançou já para uma “primeira fase” do processo, com a reabilitação, por 200 mil euros (cerca de 7 mil euros por fogo) das 30 casas camarárias “que estavam em melhores condições” e que Pizarro espera ter prontas e ocupadas “até ao fim do primeiro semestre do ano”. O vereador sublinha que a de-
PORTO. Manuel Pizarro quer dar nova vida às habitações do centro histórico da cidade
cisão da Câmara não se limita a “promover a reabilitação do seu património”, mas também a “reabitá-lo”, e adianta que será dada prioridade “aos moradores que saíram do centro histórico na última década”, a quem já foi enviada uma carta a dar conta da novidade. “Serão entre 250 a 300 famílias que foram transferidas para bairros periféricos”, observou Manuel Pizarro, admitindo que famílias realojadas do centro histórico há mais de dez anos também podem regressar. “Ninguém vai ser obrigado a voltar”, alertou, explicando que os ex-residentes têm preferência, mas “não há obrigatoriedade nem exclusividade”, pelo que as casas camarárias do centro histó-
rico também podem vir a acolher novos moradores. As condições de acesso às casas recuperadas são as mesmas que se aplicam a qualquer habitação social, acrescenta o vereador, explicando estarem em causa agregados familiares “que não podem, por meios próprios, aceder ao mercado de arrendamento normal”. Os 30 fogos onde a reabilitação e a reocupação vão começar distribuem-se pelas zonas de S. Nicolau (19 casas), Sé (sete), Miragaia (três) e Vitória (uma). Quanto às restantes habitações, a Câmara ainda está a avaliar a situação, já que se encontram mais degradadas ou em ruínas e a sua
recuperação será mais onerosa. “Estamos a fazer um estudo das condições de todo o património municipal no centro histórico. É uma avaliação imóvel a imóvel nos casos em que são necessárias intervenções de média ou grande dimensão, relativamente às quais a recuperação já coloca questões de constrangimentos orçamentais”, frisou o vereador do PS, que assinou uma coligação pós-eleitoral com o independente Rui Moreira para gerir a autarquia. Os resultados desta avaliação serão revelados em breve, juntamente com os planos da Câmara sobre o que pretende fazer com o património mais degradado e como fazê-lo, concluiu Pizarro.
Câmara de Paços de Ferreira vai recorrer ao FAM
“Para evitar a bancarrota” A Câmara de Paços de Ferreira, de maioria socialista, anunciou ontem, em comunicado, que vai recorrer ao Fundo de Apoio Municipal (FAM) “para evitar a bancarrota”. “O objetivo dos eleitos do Partido Socialista é salvar o concelho da bancarrota e a não adesão ao FAM implicaria a dissolução desta câmara e a necessidade de convocar eleições intercalares”, justifica o presidente Humberto Brito, citado no mesmo documento. O município acrescenta ter sido notificado pela tutela, frisando que a adesão é obrigatória face ao passivo de 70 milhões de euros na Câmara herdado da gestão anterior do
PSD. “É público que o Município de Paços de Ferreira estava abrangido pela obrigatoriedade de acesso ao FAM, designadamente por dados da DGAL, e está em terceiro lugar dos municípios mais endividados do país”, assinala o autarca, acrescentando: “Esta é uma lei criada pelo atual Governo PSD/CDS-PP que obriga os municípios que ultrapassem os limites de endividamento, em mais de 300% da receita corrente, a aderir ao referido fundo, sob pena de perda de mandato”. A atual gestão da autarquia acrescenta que além da situação nas contas da Câmara, enfrenta neste momento um pedido de 100 milhões
de euros, apresentado pela concessionária da água no concelho (AGS), e um passivo de 50 milhões de euros da empresa municipal PFR-Invest. No mesmo comunicado, sublinha-se ainda que o presidente do município tudo tem feito para “evitar o recurso ao FAM, designadamente o saneamento financeiro que implicava a aceitação por parte da banca de um conjunto de propostas, que foram recusadas”. E acrescenta: Humberto Brito “viu-se obrigado a aceitar o aludido fundo por não existirem quaisquer outras fontes de financiamento para pagar dívidas contraídas pelos executivos do PSD”.
Citado no documento, Humberto Brito explica: “Antes da tomada de posse, conhecíamos, apenas, o que era público, ou seja, metade das dívidas e responsabilidades reclamadas ao Município na ordem dos 100 milhões de euros”. O edil diz que quando chegou à autarquia desconhecia o pedido de reequilíbrio económico-financeiro apresentado pela concessionária da água e a situação dramática da PFRInvest. “A gravidade da situação financeira leva-nos a tomar decisões difíceis procurando sempre salvaguardar o interesse público”, conclui o presidente da Câmara de Paços de Ferreira.
Frei Bento Domingos e as religiões na Europa
“Há falta de compaixão e cooperação”
As religiões na Europa deram muitos maus exemplos ao longo da história, disse ontem frei Bento Domingos, argumentando que, com mais compaixão e cooperação dentro da União Europeia, os problemas da Grécia ou Portugal já podiam estar resolvidos. “As religiões na Europa deram muitos maus exemplos ao longo da história. Se querem ter de novo audiência na Europa e acolhimento, que se transformem nas formas extremas de acolhimento daqueles que são escorraçados”, defendeu frei Bento Domingues, à margem de um debate sobre o papel das religiões na União Europeia, que decorreu ontem na Universidade Católica do Porto. Para frei Bento Domingues, responsável pela sessão, o caminho para a União Europeia é o da “política de cooperação dos povos e das pessoas” e a execução de uma “reforma radical das religiões”, porque, defende, atualmente o que existe no espaço europeu é “uns a quererem dominar os outros”. Alegada corrupção em exame de condução
PJ deteve instrutor e examinadora
A Polícia Judiciária (PJ) anunciou ontem a detenção, no Porto, de um instrutor de condução e de uma examinadora, suspeitos da prática de alegados atos de corrupção relacionados com a aprovação em exame de condução. Em comunicado, a PJ refere que os dois foram detidos em flagrante delito. A PJ apreendeu ao instrutor de condução, de 75 anos, e à examinadora, de 65 anos, “quantias monetárias solicitadas a um examinando como contrapartida pela aprovação em exame prático de condução, alegadamente por aquele apresentar limitações que, de outra forma, poderiam implicar a sua reprovação”. A polícia não revela, contudo, a quantia apreendida. Os dois vão agora ser presentes a interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.
Sexta-feira, 20 de Fevereiro de 2015
regiões
O Primeiro de Janeiro |
Mais de cem pessoas invadiram instalações do Novo Banco com frases de revolta
Protesto de clientes lesados na Baixa de Coimbra Empunhando cartazes com frases de reivindicação, clientes lesados pela venda de papel comercial do BES invadiram agência. Presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa
Costa eleito
O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, foi, ontem, eleito presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa para este mandato, depois de uma primeira eleição polémica em 2013, que se arrastou em processos e recursos em tribunais. A eleição de António Costa foi aprovada por nove votos nominais a favor, oito contra e uma abstenção, vencendo também na relação de votos ponderados (processo no qual o voto de cada presidente de câmara vale o número de votos dos respetivos eleitores). António Costa tinha sido eleito, por unanimidade, presidente do Conselho Metropolitano, depois do abandono dos trabalhos por parte dos nove autarcas da CDU, a 4 de novembro de 2013. Em causa estava um diferendo quanto ao método de eleição do presidente do Conselho Metropolitano, em que a CDU, com nove representantes, considerava que cada presidente neste órgão vale um voto, enquanto os outros nove autarcas defendem uma votação ponderada, em que cada câmara representa também o número de eleitores. Depois de vários processos e recursos na justiça, um tribunal considerou que o método de eleição utilizado é válido, mas à CDU foi dada razão quanto a uma questão de falta de quórum na eleição do presidente.
“Gatunos”, “caloteiros” e “queremos o nosso dinheiro”, gritaram mais de cem pessoas nas instalações do Novo Banco, na Baixa de Coimbra, exigindo a devolução do dinheiro investido em papel comercial, subscrito aos balcões do Banco Espírito Santo (BES). Das mais de cem pessoas presentes na concentração, que se iniciou junto da delegação do Banco de Portugal em Coimbra, cerca de cinquenta invadiram as instalações do Novo Banco, por volta das 11h30, sem qualquer intervenção da polícia ou do segurança privado presente. Empunhando cartazes com frases de reivindicação, em que se destacavam dois alvos - Stock da Cunha, presidente do Novo Banco, e Carlos Costa, presidente do Banco de Portugal -, os clientes lesados pela venda de papel comercial gritaram várias vezes frases de revolta, dentro do banco. Os lesados, muitos deles com mais de 65 anos, que perderam “poupanças de uma vida”, falaram de um sentimento de “angústia”, “revolta”, “impotência” e “frustração”. “Há muita contradição entre o que o Banco de Portugal disse em agosto e o que diz agora. Antes era um mar de rosas e agora somos descartáveis”, protestou Jorge Pires, de Minde, distrito de Santarém, afirmando que o papel comercial “foi vendido como depósito a prazo”. O lesado, que quer acima de tudo reaver “as poupanças” da sua mãe, garante que vai “lutar até ao fim”. Ainda na concentração perto do Banco de Portugal, Fernando Fernandes, do Porto, exaltado, afirmava que tinha sido enganado, criticando, de quando em quando, Stock da Cunha e Carlos Costa, como principais responsáveis pela sua situação. “São 40 anos de poupança”, sublinhou, referindo que está “quase a entrar em insolvên-
cia” e em risco de “perder tudo”. Nuno Marcos, de 51 anos, referiu que esta situação, juntamente com outros problemas, levou a que tivesse de fechar a sua empresa. “Estou inativo, tenho dois filhos, um ainda a estudar, e não tenho nada”, desabafou. A família de Inês Castro, de 38 anos, empresária de Leça da Palmeira, é triplamente afetada. Perdeu as poupanças do filho de oito anos, dos pais, octogenários, e “o fundo de maneio” da sua empresa. “Para mim, desde que haja saúde e trabalho consigo, mas para os meus pais é mais difícil”, salientou, dizendo que no BES sempre lhe disseram que “não havia risco”. Na empresa, depois de perder cerca de 100 mil euros na compra de papel comercial, está a “tentar exportar”, para colmatar essa perda, apesar de ter “mais dificuldades em investir”. “Dei muito da minha vida àquela empresa e agora perdi tudo”, contou. Deco apresenta queixa
BES. Lesados, muitos deles com mais de 65 anos, que perderam “poupanças de uma vida”, falaram de “angústia” e “revolta”
Deputados do PSD
“Alguma normalidade” no Hospital Amadora-Sintra Deputados e autarcas do PSD consideraram, ontem, após reunirem com a administração do Hospital Fernando Fonseca (AmadoraSintra), que a situação da unidade é de “alguma normalidade”, apesar da falta de meios humanos e do problema das urgências. “Saímos com uma perspetiva de alguma normalidade relativamente aos
serviços de prestação de cuidados de saúde e o conselho de administração não escondeu os problemas que existem”, disse Ana Sofia Bettencourt. A deputada acrescentou que a carência de meios humanos é um problema “do ponto de vista nacional” e que tem a ver com “a falta de resposta e de candidaturas” aos concursos abertos para a contratação de médicos especialistas. A administração, segundo Ana Sofia Bettencourt, “tudo tem feito para resolver as questões, quer da falta de recursos humanos, quer do ponto de vista do investimento”.
Ontem foi revelado, também, que a Deco avançou com uma ação administrativa para reclamar uma indemnização pelos prejuízos causados aos pequenos acionistas do Banco Espírito Santo (BES). Ana Cristina Tapadinha, adjunta do secretário-geral da Associação de Defesa do Consumidor, adiantou que a ação administrativa contra o Estado português, o Banco de Portugal (BdP) e Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) foi entregue no Tribunal Administrativo de Lisboa na passada segunda-feira. Ana Cristina Tapadinha disse também ter interposto no Tribunal Cível de Lisboa, no dia 3 de fevereiro, uma ação contra o BES, a KPMG, auditora do banco, e os ex-administradores do BES, entre os quais o ex-presidente Ricardo Salgado, e outros elementos da família Espírito Santo. “No que diz respeito ao Estado português, intentámos a ação porque entendemos que houve uma violação das funções políticolegislativas e, por isso, devem ser indemnizados os pequenos investidores do Banco Espírito Santo (BES)”, disse.
nacional
4 | O Primeiro de Janeiro
Sexta-feira, 20 de Fevereiro de 2015
António Costa sublinha declarações “sábias” de Juncker
Vistos dourados
Paulo Portas apresenta alterações na segunda
“Espero que sejam bem escutadas” O líder do PS considera “sábias” as críticas do presidente da comissão europeia à ‘troika’, fazendo votos para que constituam uma oportunidade para os governos travarem o caminho para o “precipício”. “As declarações do presidente Juncker são sábias e espero que sejam bem escutadas e compreendidas pelos diferentes governos, que têm aqui uma grande oportunidade de uma vez por todas, de travarem este caminho para o precipício, de assumirmos de uma vez por todas que há um problema na Europa, que não é um problema exclusivamente grego e que é tem de ser resolvido de uma forma solidária”, afirmouAntónio Costa, num comentário às afirmações do chefe do executivo comunitário. Na quarta-feira, o luxemburguês Jean-Claude Juncker afirmou que a ‘troika’ “pecou contra a dignidade” de portugueses, gregos e também irlandeses, reiterando que é preciso rever o modelo e não repetir os mesmos erros. Sublinhando que estas afirmações
ANTÓNIO COSTA. O secretário-geral do PS diz que chegou o “momento de viragem em Portugal e na Europa”
são também uma confissão da política do fracasso da estratégia que tem sido seguida, já que do ponto de vista económico, social e político já se tinha verificado que o programa não tinha resultado, António Costa apontou o momento atual como “um momento de viragem em Portugal e na Europa”. “O que disse o presidente Juncker é a pedra que faltava para encerrar definitivamente este ciclo político”, declarou, dizendo esperar que os governos europeus saibam compreender “a profundidade da mensagem do presidente Juncker”, em particular o executivo português que tem sido “ultra campeão” da política que fracassou. “Este é um momento de viragem em Portugal e também na Europa”, insistiu, em declarações aos jornalistas
à saída de um encontro com legisladores Luso-Americanos, promovido pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD). Questionado ainda sobre a situação na Grécia, o líder do PS reiterou que a Europa não pode desperdiçar a oportunidade de “aprender com os erros”, já que o que tem acontecido naquele país e em Portugal só demonstra que “esta política fracassou”. “Não há Europa que se fortaleça com este fracasso económico e com esta situação de drama social que estamos a produzir”, referiu, considerando que só pode pensar o contrário quem desvalorize o que significa o aumento da pobreza, do desemprego e da estagnação económica. Em sentido contrário vai o julga-
mento de Marques Guedes. “Acho, manifestamente, que é uma declaração bastante infeliz do presidente da CE porque nunca a dignidade de Portugal nem dos portugueses foi beliscada, pela ‘troika’ ou qualquer das suas instituições. Só posso classificá-la como declaração infeliz”, afirmou ministro da Presidência do Conselho de Ministros e dos Assuntos Parlamentares, na conferência de imprensa após o conselho de ministros, em Lisboa. Para Marques Guedes, as metas e objetivos “eram manifestamente desajustados porque tinham sido mal negociados de início”. “Cumprimos e Portugal conseguiu sair da situação difícil e merecer a confiança dos parceiros europeus”, destacou o mesmo responsável governamental.
PS desafia ministro da Saúde
“Tomar medidas drásticas” O Partido Socialista desafiou ontem o ministro da Saúde a tomar “medidas drásticas” que resolvam “o caos” nas urgências hospitalares e no Serviço Nacional de Saúde (SNS) ou, em consequência, a assumir responsabilidade política. “O senhor ministro tem de tomar medidas muito mais drásticas ou ele próprio tomar as consequências óbvias”, afirmou o deputado Marcos Perestrelo, à entrada para uma reunião com a administração do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra). Deputados do PS e da comissão parlamentar de Saúde, além dos presidentes das câmaras da Amadora, Carla Tavares, e de Sintra, Basílio Horta, reuniram-se ontem ao início da tarde com a administração do hospital para obterem informações sobre a situação da unidade de saúde. “São muito vi-
síveis os problemas das urgências que despertaram o país para a gravíssima situação que se passa no SNS”, apontou o também vice-presidente do grupo parlamentar socialista, acrescentando, no entanto, que o problema vai mais além, tendo em conta “a lista de demissões que ocorreram nos últimos seis meses em diferentes hospitais do país”. Na sequência da demissão de 28 dos 33 diretores de serviços do AmadoraSintra e do diretor clínico do Centro Hospitalar Lisboa Norte (que engloba os hospitais Santa Maria e Pulido Valente), Marcos Perestrelo deixou uma pergunta para o ministro Paulo Macedo: “Quando é que isto vai acabar?”… Marcos Peretrello, que é também presidente da Federação Socialista da Área Urbana de Lisboa, exigiu ainda saber o resultado de “um contra-
to celebrado há mais de um ano pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, feito por ajuste direto, por cerca de 75 mil euros, para a reorganização das urgências na Área Metropolitana de Lisboa”. “O senhor ministro tem de explicar o que é que aconteceu com este contrato, para que serviu este contrato, que trabalho está a ser feito nos hospitais da Área Metropolitana de Lisboa”, salientou o deputado. Os problemas do SNS vão “para além da falta de clínicos, que o Governo espantosamente nega, mas apontam também para uma grande desorganização e uma falta de estratégia na condução dos destinos do SNS e dos destinos de alguns hospitais”, acusou o dirigente socialista. No final da reunião, Marcos Pe-
restrello afirmou que “existe um contraste entre o que diz o administrador do hospital e o que disse o presidente da ARS, que nega a falta de médicos, enquanto o administrador do hospital diz que há falta de médicos”. “Há um apontar muito concreto aos problemas com a falta de centros de saúde capazes de responder às populações”, vincou o deputado, concluindo que se confirma “um desinvestimento total na área da saúde”, com “responsabilidades políticas muito sérias do ministro da Saúde que deviam ser assumidas”. Numa carta enviada à administração e a Paulo Macedo, os demissionários do hospital Fernando Fonseca alegaram a ausência de estratégia para evitar a “contínua degradação das condições de trabalho” na unidade hospitalar.
O vice-primeiro-ministro vai apresentar na segunda-feira alterações à legislação sobre vistos dourados (‘gold’), alargando o investimento de estrangeiros à ciência, cultura e reabilitação urbana. “O modelo passa de facto pelo alargamento a outras atividades que não o imobiliário, como a investigação científica, cultura e reabilitação urbana. Há também uma majoração para quando os investimentos ocorram em territórios de baixa densidade para favorecer uma maior dispersão ao longo do território do país destes investimentos que podem ser feitos por estrangeiros”, informou o ministro da Presidência do Conselho de Ministros e dos Assuntos Parlamentares, após reunião do executivo. Marques Guedes recusou detalhar mais informação. “O trabalho feito acolhe recomendações pela Inspeção Geral da Administração Interna e algumas sugestões de grupos parlamentares, quer da maioria, PS e PCP. BE não indicou porque a sua posição era de revogar a legislação, não fazendo assim sentido contribuir para a sua reformulação”, sublinhou ainda o mesmo responsável governamental. Terrorismo
Governo cria novos tipos de crime
A apologia pública do terrorismo, viajar para aderir a organizações terroristas e aceder a sítios na Internet que incitem a este fenómeno vão passar a ser considerados crimes no âmbito de um conjunto de medidas aprovadas. O Conselho de Ministros aprovou ontem oito propostas de lei que têm como objetivo “ajustar a legislação existente” à Estratégia Nacional de Combate ao Terrorismo, também divulgada pelo Governo. Uma das propostas passa pela criação de novos tipos de crimes de terrorismo, nomeadamente a criminalização da apologia pública do crime de terrorismo, viagens para adesão a organizações terroristas e o ato de aceder ou ter acesso aos sítios da internet onde se incita ao terrorismo. No final do Conselho de Ministros, a ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, explicou que a apologia pública do crime de terrorismo consiste em “recompensar ou louvar alguém pela prática de atos de terrorismo em reunião pública ou através de um meio de comunicação social”, sendo a pena agravada caso essa apologia seja feita pela internet.
economia
Sexta-feira, 20 de Fevereiro de 2015
O Primeiro de Janeiro |
Grécia apresenta proposta para extensão do financiamento dos parceiros
Acordo difícil após “não” da Alemanha Já Bruxelas diz que carta de Varoufakis é uma base para um compromisso em sede do Eurogrupo, que se realiza já hoje.
Problemas informáticos no sistema do fisco
Cobranças paradas
As contraordenações do fisco estão paradas desde o início desta semana, devido a problemas informáticos, denunciou, ontem, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI), Paulo Ralha. “Mais uma vez, temos problemas informáticos, tem sido uma constante nos últimos anos”, disse o sindicalista, lembrando ainda os “recorrentes” problemas no Portal das Finanças que, por exemplo no ano passado, impediram alguns contribuintes de cumprir as suas obrigações fiscais no prazo legal. Paulo Ralha precisou que, desde segundafeira, o sistema informático de cobranças está sem funcionar e isso significa que o Estado não pode cobrar as receitas que lhe são devidas. Os processos de contraordenação são instaurados pela Autoridade Tributária em resultado da prática de uma infração tributária, sem natureza criminal. Paula Ralha disse ainda que ezenas de novos inspetores tributários estão a desistir do estágio na AT por razões económicas e familiares. “São já algumas dezenas de inspetores a desistir. A média de idade é de 45 anos, muitos desses inspetores chegam à conclusão que é incomportável estarem longe das famílias e que financeiramente não lhes compensa esse esforço”, explicou o presidente do STI.
O Ministério das Finanças alemão rejeitou a proposta grega de extensão do financiamento dos seus parceiros europeus considerando que a mesma não representa “uma solução substancial” e “não cumpre os critérios estabelecidos” pela zona euro. “A carta proveniente de Atenas não é uma proposta substancial para uma solução”, disse o porta-voz do ministério alemão, Martin Jäger, num breve comunicado, reforçando: “a carta não cumpre os critérios estabelecidos segunda-feira pelo Eurogrupo.” Já a Comissão Europeia considerou que o pedido de extensão da ajuda financeira enviado pela Grécia é uma base para um compromisso em sede do Eurogrupo de hoje, disse um porta-voz do executivo comunitário. O pedido – uma carta com “duas páginas” – de Atenas “abre a possibilidade de um compromisso razoável”, sublinhou, no briefing diário da Comissão Europeia, o porta-voz Margaritis Schinas. “Confirmo que a carta enviada aos presidentes do Eurogrupo [Joeren Dijsselbloem] e da Comissão Europeia [Jean-Claude Juncker] pede um Programa de Assistência Económica e Financeira (Master Financial Assistance Facility Agreement, em inglês)”, adiantou Schinas. Esta é a designação jurídica do acordo que foi celebrado com a Grécia – bem como com Portugal e Irlanda – com o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, entretanto substituído pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira. Jean-Claude Juncker, adiantou Margaritis, manteve desde quartafeira à noite conversações com Dijsselbloem e com Atenas “para facilitar um acordo entre os 19 [Estados-membros da zona euro]. O conteúdo do pedido grego foi ontem analisado pelo Grupo de Trabalho do Eurogrupo, que preparou a reunião de hoje dos ministros das
Finanças da zona euro, com início marcado para as 15h00 (14h00 de Lisboa). Esta é a terceira reunião do Eurogrupo numa semana, para encontrar uma solução para a Grécia, tendo as duas anteriores acabado sem acordo. Se for encontrada uma saída que responda às exigências da Grécia e dos restantes membros do Eurogrupo, a parte europeia do programa de resgate, que termina no próximo dia 28, será prolongada por seis meses, de 1 de março a 31 de agosto. O que Atenas pediu
GRÉCIA. Atenas aceita que a Comissão Europeia, o BCE e o FMI continuem a supervisionar enquanto o país receber assistência financeira
Venda da PT
Trabalhadores vão reunir com Pires de Lima
O Sindicato dos Trabalhadores do Grupo PT (STPT) vai reunirse com o ministro da Economia, António Pires de Lima, para conhecer “as ideias subjacentes ao projeto da Altice para a PT Portugal”, adianta num comunicado. Segundo o STPT, o objetivo da reunião é conhecer os detalhes relativos ao projeto da Altice, depois dos representantes desta empresa se terem
encontrado com o ministro Pires de Lima, no passado dia 11 de fevereiro, para dar a conhecer as suas intenções em matéria de investimento, inovação, tecnologia e responsabilidade social. “Maior é a nossa curiosidade quando o ministro deixou um enigmático ‘esperar para ver’”, salienta o sindicato. O STPT aguarda ainda o agendamento de uma reunião com a Altice. O grupo Altice vai comprar a PT Portugal, que tem os serviços Meo e Sapo, entre outros, por 7400 milhões de euros.stá no Novo Banco.
O governo grego aceita que a Comissão Europeia, o BCE e o FMI continuem a supervisionar a Grécia enquanto o país receber assistência financeira e compromete-se a não tomar ações unilaterais. Na carta, citada pela agência de notícias espanhola EFE, e sem usar a palavra «troika», Yanis Varoufakis admite que durante os seis meses de prolongamento a Grécia aceita “a supervisão” da União Europeia e do BCE, tal como, e com “o mesmo espírito”, do FMI. Ao mesmo tempo, o governo grego assegura que vai abster-se de “tomar medidas unilaterais que prejudiquem as metas orçamentais, a recuperação económica e a estabilidade financeira”. A Grécia afirma que pretende acordar as “condições financeiras e administrativas mutuamente aceitáveis” para que a implementação da extensão da ajuda financeira, com a colaboração das instituições, possa estabilizar a situação financeira do país, “alcançar excedentes primários adequados, garantir a estabilidade da dívida e cumprir os objetivos orçamentais para 2015 que têm em consideração a situação económica atual”. Na carta, o ministro grego propõe ainda que durante os seis meses o BCE volte a introduzir o regime de exceção que permitia aos bancos gregos usarem dívida grega como garantia para obter financiamento em Frankfurt, possibilidade que foi suspensa recentemente. A Grécia pede igualmente que, num futuro acordo, seja reconhecido o compromisso assumido aquando do segundo resgate ao país, em novembro de 2012, de um alívio da dívida grega.
6 | O Norte Desportivo
desporto
Sexta-feira, 20 de Fevereiro de 2015
Mundial com 48 países e 50% das receitas nas federações são apostas de Figo
“Fazer mudanças estruturais fundamentais” Figo defendeu também a discussão da regra do fora de jogo e manifestou-se favorável à expansão da tecnologia da linha de golo. O ex-futebolista português Luís Figo, candidato à presidência da FIFA, defendeu, ontem, na apresentação do programa da sua candidatura, que 50 por cento das receitas do organismo devem ser entregues às federações nacionais. Num evento que decorreu no Estádio do Wembley, em Londres, Figo voltou a frisar que o futebol lhe deu muito e que lhe custa ver a degradação da imagem da FIFA, liderada há 17 anos pelo suíço Joseph Blatter, também candidato. “Ao longo dos últimos meses e anos tenho visto a imagem da FIFA a degradar-se. Jogadores, diretores, treinadores, todos me dizem que algo deve mudar”, salientou o antigo jogador de Sporting, Barcelona, Real Madrid e Inter Milão. Figo salientou não ser alguém para ficar de braços cruzados, daí a sua necessidade em atuar: “acredito num novo estilo de liderança, que pode trazer a transparência (...). Tem de se fazer mudanças estruturais fundamentais”. O ex-futebolista, o mais internacional de sempre na seleção portuguesa, com 127 presenças, mostrou algumas ideias do seu manifesto, referindo que, se for eleito, investirá no futebol e na distribuição de dinheiro às federações. Nesse sentido, Figo defendeu que “50 por cento das receitas da FIFA - ou seja 2,5 mil milhões de dólares - devem ser distribuídos pelas federações nacionais” nos próximos quatro anos. Por outro, o ex-jogador entende que 500 milhões de dólares são suficientes para assegurar os custos operacionais da FIFA, pelo que propõe que “mil milhões de dólares [do fundo de reserva] sejam devolvidos às federações”. O antigo jogador referiu ainda que esse processo será “auditado”,
de forma que o dinheiro tenha o destino certo, num investimento no futebol e na expetativa que a prática da modalidade, com jovens registados, aumente até 10 por cento. “Se for feito da maneira certa o investimento aumentará as oportunidades no mundo inteiro, todo o financiamento será auditado para assegurar que o dinheiro é utilizado corretamente”, salientou o ex-jogador. Mundial com mais países
FIFA. “Estou muito esperançado de vir a ganhar”, disse Luís Figo na apresentação da sua candidatura à presidência
European Le Mans Series
Filipe Albuquerque e junta-se à JOTA Sport
O piloto português Filipe Albuquerque vai disputar o European Le Mans Series (ELMS), com Simon Dolan, pela equipa britânica JOTA Sport, com a qual se sagrou vice-campeão em 2014, informou, ontem, o seu gabinete de comunicação. “Estou muito feliz por voltar a disputar o European Le Mans Series. O campeonato vai estar ainda mais competitivo este ano,
com carros e pilotos melhores”, explicou Filipe Albuquerque. Ainda de acordo com o piloto, as mudanças na regulamentação da prova vão permitir uma maior igualdade entre todos os competidores, tornando o campeonato mais justo. “O título é, por isso, e mais uma vez, o meu objetivo para este ano”, disse Filipe Albuquerque. “Este ano estamos mais fortes e mais cientes do caminho a trilhar. Confesso que estou ansioso para a primeira corrida, mas, sobretudo, para a corrida no Estoril”¸ concluiu.
O ex-futebolista defende ainda a possibilidade do Mundial, a realizar a cada quatro anos, crescer de 32 para 48 seleções. “Um crescimento através de seleções nãoeuropeias”, especificou o antigo internacional português. Para o ex-jogador de Sporting, Barcelona, Real Madrid e Inter Milão, a ideia seria a de dividir a competição em torneios de 24 equipas, que jogariam em simultâneo em países diferentes, e ao que se seguiria uma fase final num único país. Entre outras propostas em relação a aspetos concretos do jogo, Figo defendeu também a discussão da regra do fora de jogo, na qual gostaria de voltar à “antiga definição” e manifestou-se favorável à expansão da tecnologia da linha de golo, já utilizada no Mundial2014. Figo lembrou que é oriundo de um bairro social na margem sul de Lisboa e que no futebol, que lhe deu tudo, é independente, não devendo nada a ninguém. Por isso quer também mais oportunidades e condições para os jovens jogadores, defendendo que 50 por cento do fundo de solidariedade deve ser aplicado na criação de infraestruturas para o futebol de formação. O antigo Bola de Ouro concorre à presidência da FIFA frente ao atual presidente, Joseph Blatter, ao príncipe jordano Ali bin Al Hussein, um dos vice-presidentes do organismo, e ao presidente da Federação Holandesa, Michael van Praag. As eleições para a presidência do organismo que rege o futebol mundial realizam-se a 29 de maio, no segundo de dois dias do congresso da FIFA, em Zurique, na Suíça.
Benfica visita Moreirense para manter vantagem
Viagem tranquila
O Benfica defende, amanhã, os quatro pontos de vantagem na liderança da I Liga em Moreira de Cónegos, frente ao Moreirense, dois dias antes de o FC Porto, segundo colocado, jogar no Bessa, face ao Boavista, o único clube, além das «águias», que pontuou no Dragão. Já o Sporting, a equipa com menos derrotas do campeonato, procura o regresso aos triunfos, na receção de domingo ao Gil Vicente. Hoje, na abertura da ronda, o Vitória de Guimarães apresenta-se em Paços de Ferreira no seu pior momento da época (quatro jogos sem ganhar e duas derrotas seguidas), frente a um conjunto que também caiu na última ronda, em Barcelos (1-0). Paulo Fonseca defende que é preciso “estar a um nível muito elevado” para vencer o Vitória de Guimarães, e garantiu que, independentemente das ausências forçadas no plantel, “a vontade de vencer tem de estar presente em todos os lances do jogo”. Já o treinador do Vitória de Guimarães, Rui Vitória, rejeitou que a assunção pela luta por um lugar nas competições europeias de futebol na próxima temporada aumente a pressão sobre a equipa. “Espero um jogo muito disputado e difícil para as duas equipas, porque o Paços também não via ter vida fácil”, sublinhou.
Sexta-feira, 20Outubro Fevereiro Terça-feira, 7 de de 2014 de Terça-feira, 30 de Dezembro de2015 2014
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O Primeiro de Janeiro |||77 O Primeiro dede Janeiro O Primeiro Janeiro
O PRIMEIRO DE JANEIRO
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CONSELHO DE MINISTROS APROVA PASSAGEM
Câmara da Feira vai gerir Europarque O Conselho de Ministros aprovou ontem a passagem do centro de congressos Europarque para a Câmara Municipal da Feira, que assumirá a sua gestão por 50 anos “sem pagar renda” e espera dar ao equipamento “uma segunda vida”. O presidente da autarquia recorda que o Estado “recebe assim o centro de congressos como dação” pelos cerca de 30 milhões de euros que já pagou para liquidar dívidas contraídas pela Associação Empresarial de Portugal (AEP), da qual foi avalista no arranque do projeto, em 1995. “A Câmara vai ficar com o Europarque por um período de 50 anos, sem pagar qualquer renda”, anunciou assim Emídio Sousa, que salientou que “a estratégia de gestão é da responsabilidade exclusiva da autarquia, que tem a liberdade de ocupar a estrutura, arrendá-la ou encontrar os parceiros que entender para a dinamizar e lhe dar uma nova vida”. O mesmo autarca salienta, por isso, o principal objetivo desta nova fase de funcionamento do Europarque: “A nossa expectativa é de que o equipamento venha a ter uma segunda vida e gere as receitas suficientes para o seu funcionamento e manutenção, até porque deixa de ter encargos com dívidas, amortização de juros, etc.”. Sobre as críticas do Bloco de Esquerda à eventual manutenção da AEP na nova gestão, Emídio Sousa defende: “A Oposição precipitou-se, porque a AEP não vai ficar na gestão do Europarque”. “Vamos trabalhar com ela, com a Área Metropolitana do Porto e com as associações empresariais e outras entidades que bem entendermos, mas a gestão é da Câmara Municipal”, realça. Entretanto, o centro de congressos manter-se-á com a programação já definida até julho, “sem qualquer hiato”. Em paralelo, a autarquia propõe-se envolver “toda a região Norte” na dinamização da estrutura, para que essa “assuma um papel mais virado para a área empresarial e para a internacionalização da economia”. “É esse o grande desafio que temos agora, nós e a Área Metropolitana do Porto”, conclui. O Conselho de Ministros reconheceu ontem “o interesse público do Complexo Europarque e disciplinou os termos da aceitação da dação em cumprimento desse imóvel ao Estado, no âmbito do processo de recuperação de crédito do Estado decorrente das garantias concedidas a operações financeiras contraídas junto da banca”.
Alexandre Gonçalves*
Labirinto
A existência é longínqua no tempo atalhado O fumo é intenso e ilimitado É fleumático aquilo que contemplo e que sinto Mentiras e jograis desenham o labirinto. O tempo persegue e debanda num tom teimoso O sol que brilha é quente, mas o chão é gélido e sinuoso O mundo ilusório dispara e sussurra Sem nunca observar a luz, há gente que cai e se esmurra. O frio e a escuridão não têm fronteiras e espalham-se por quase todas as artérias O povo sabe que as mesmas são coloridas a vazio e injustiça, e estão cheias de bactérias Nos espaços entre as sombras ainda se vislumbram exíguas clareiras que alguém doutrinou Há que consertar a vida com aquilo que o pânico não assassinou. As noites são tão confusas que é necessário saber despertar Quero destapar o Universo e consumar o tempo de perder e de desperdiçar Acreditar que os lugares destruídos podem reflorescer E descobrir a casa onde posso aprender e adormecer. Técnico Superior de Relações Públicas
Programa Internacional de Avaliação de Alunos
Testes vão ser feitos em computador
O facto de os testes passarem a ser feitos no computador e de a área das ciências ter, neste ano, um maior peso são as novidades do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) 2015. Desenvolvido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), para avaliar e comparar os sistemas educativos de vários países, o programa foi ontem apresentado a coordenadores de escolas e representantes das associações de pais dos estabelecimentos de ensino da zona norte que entrarão neste estudo, a decorrer entre 8 de abril e 8 de maio. “No ano passado, a área principal foi a matemática, este ano serão as ciências”, explicou João Marôco, gestor nacional do programa PISA, acrescentando que “pela primeira vez, o teste será “todo feito em formato eletrónico, no computador”. Apesar de no PISA 2012, os resultados terem ficado ligeiramente aquém da média da OCDE, o
também membro do conselho diretivo do Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) sublinhou que Portugal tem “evoluído de forma muito positiva”. “O investimento dos Estados Unidos na educação, per capita, é muito superior, e nós temos tido melhores resultados”, defendeu, adiantando que, entre os 70 países que participam no PISA, Portugal está, neste momento, “a meio da tabela”, quando, em 2000, ano em que o programa começou, “ficámos no terceiro lugar a contar do fim”. Por isso, e apesar de ressalvar que os alunos que participam no estudo são escolhidos “de forma aleatória”, o que faz com que seja sempre “difícil” prever os resultados, mostrou-se confiante na continuidade de uma “evolução positiva”, face ao “investimento grande” que tem sido feito. João Marôco explicou ainda que, neste estudo, serão abrangidos “entre 9 e 10 mil alunos” portugueses, de 250 agrupamentos
de escola diferentes, sendo que o número pode variar “por se tratar de um teste de participação voluntária”. O PISA, que se realizou pela primeira vez em 2000 e que decorre de três em três anos, avalia e compara as competências dos estudantes de 15 anos, nas áreas da leitura, matemática e ciências, envolvendo mais de 500 mil estudantes, de 70 países diferentes. Segundo os últimos resultados divulgados pela OCDE, relativos ao desempenho dos alunos nacionais no PISA 2012, tem-se verificado uma melhoria da performance dos estudantes portugueses desde 2003. Ainda assim, em 2012, os resultados ficaram ligeiramente abaixo da média europeia, com os alunos portugueses a somarem 487 pontos na área da matemática (entre os restantes países, a média foi de 494), 488 na leitura (para uma média europeia de 496) e 489 nas ciências (a média na OCDE foi de 501).
Ordem dos Psicólogos ajuda na reintegração
Mais de 200 profissionais empregados A Ordem dos Psicólogos anunciou ontem que 190 profissionais foram reintegrados no mercado de trabalho e 34 criaram o seu próprio emprego, através do Espaço OPP Desenvolvimento Profissional, criado há seis meses para promover a empregabilidade. Neste momento, estão 1319 psicólogos desempregados inscritos neste serviço da Ordem Portuguesa dos Psicólogos (OPP) destinado a apoiar os profissionais em situação de desemprego e a ajudar na procura do primeiro trabalho ou na criação do seu próprio emprego, revelou o bastonário da OPP, Telmo Mourinho Baptista. Os psicólogos são acompanhados através de um processo de tutoria individual e gestão do Plano de Acompanhamento Individual, um projeto que é pioneiro e inédito nas ordens em Portugal e na Europa, explicou. Telmo Mourinho Baptista adiantou que a empregabilidade dos psicólogos é “uma questão que preocupa muitos profissio-
nais, principalmente os mais jovens, os que estão a ingressar na profissão”. Este espaço “prepara as pessoas e dá-lhes apoio nas várias etapas”, recorrendo também a outras iniciativas, como a Bolsa de Emprego da OPP, onde estão inscritos 3.719 psicólogos, sublinhou o mesmo responsável. Nesta Bolsa de Emprego estão inscritos 3719 psicólogos, segundo dados da OPP. No total, estão inscritos na Ordem dos Psicólogos 20 643 profissionais. “Com a necessidade que existe em responder às necessidades das pessoas e com a existência de profissionais no desemprego não se percebe (…) porque não se faz a contratação de profissionais para resolver parte dos problemas existentes” a nível psicológico”, disse o bastonário, dando como exemplo o Serviço Nacional de Saúde (SNS), onde existem 601 profissionais, um número que considerou “manifestamente pouco”. “Seriam necessárias duas ou três vezes mais, mas a questão fundamental é começar com um processo que progressivamente
se aproxime de números mais adequados”, sustentou. Apesar de entender que o país atravessa uma situação de crise, o bastonário disse que não pode ser motivo para “deixar diminuir totalmente” a resposta às necessidades das pessoas. “É uma contínua batalha que travo com os ministérios da Educação e da Saúde para conseguir que façam uma contratação mais adequada e que resolvam as necessidades, porque todos os dias vemos que faltam profissionais”, destacou. Para Telmo Mourinho Baptista, a solução passa por conseguir “ter mais proteção psicológica generalizada e de proximidade”, como nos centros de saúde e nas escolas. O número de psicólogos inscritos nos centros de emprego tem aumentado desde 2009. Apesar das oscilações do ano de 2014, o último semestre “ficou marcado pelo acentuado aumento do número de psicólogos inscritos no IEFP”, fixando-se nos 3719, números semelhantes aos de 2013, refere a OPP.